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XV SEMANA CIENTÍFICA DA FACULDADE SANTO AGOSTINHO – SEC 2017

A pesquisa científica em cenários de crise: desafios e superações.


Teresina, 2 a 6 de outubro de 2017.

Transtorno Bipolar: Diagnóstico e Tratamento1

Jackeline Pinheiro da Silva Lima²


Karina Cerqueira de Araújo³
Maxyele Rodrigues Barradas4
Richelly Melo Sousa5
Viviany Raquel de Brito Costa6
Nelson Jorge Carvalho Batista7
Faculdade Santo Agostinho -FSA

RESUMO
O transtorno Bipolar é uma doença recorrente, crônica e grave, que pode ser
definido como um fenômeno pelo qual ocorrem diversas mudanças e alterações no
humor que se manifestam como episódios depressivos, alternando se com episódios de
euforia, em diversos graus e intensidade, o transtorno se diferencia em dois tipos
principais: o tipo I, em que a elevação do humor é grave e persiste (mania), e o tipo II,
em que a elevação do humor é mais branda (hipomania). Causando impacto
significativo na qualidade de vida dos pacientes, além de grande carga para família e
sociedade em geral. O tratamento do TB consiste em estratégias farmacológicas e não
farmacológicas O presente artigo tem como objetivo destacar a importância do
diagnostico precoce do transtorno bipolar e ressaltando a importância da associação
entre a medicação e a psicoterapia para o tratamento e o apoio familiar no processo. O
trabalho trata-se de uma revisão integrativa de literatura feita no período de março de
2015 á agosto de 2017, as consultas foram feitas através da base de dados Scielo, pelo
manual Diagnostico e estatístico dos transtornos mentais (DSM-V-R) e pela
classificação Internacional das doenças CID-10, sendo que o critério de inclusão foi os
artigos publicados nos últimos dez anos. Foram encontrados 20 artigos, classificados em
artigos de psiquiatria e de mestres em enfermagem. Os estudos selecionados mostram a
definição, tratamento e a intervenção precoce do transtorno bipolar, e destacam a
importância de um diagnostico precoce e uma adesão de tratamento farmacológico e
não farmacológico.

PALAVRAS-CHAVE : Transtorno Bipolar. Tratamento. Diagnóstico.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1
Trabalho apresentado na XV Semana Científica da Faculdade Santo Agostinho – SEC 2017, evento realizado em
Teresina, de 2 a 6 de outubro de 2017.
² Estudante de graduação 8° semestre do curso de psicologia na FSA. E-mail: jackeline.lima.silva@hotmail.com
³ Estudante de graduação 8° semestre do curso de psicologia na FSA. E-mail: karinacerqueiraa@hotmail.com
4
Estudante de graduação 8° semestre do curso de psicologia na FSA. E-mail: maxyellerodrigues@outlook.com
5
Estudante de graduação 8° semestre do curso de psicologia na FSA. E-mail: rayanerichelly9@gmail.com
6
Estudante de graduação 8° semestre do curso de psicologia na FSA. E-mail: byvivianyrakell_bc@hotmail.com
7
Orientador do trabalho. Doutor e professor do Curso de psicologia na FSA. E-mail: nelsonjcb@hotmail.com
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Teresina, 2 a 6 de outubro de 2017.

Transtorno Bipolar pode ser conceituado como um fenômeno pelo qual ocorre
diversas mudanças e alterações no humor que se manifestam como episódios
depressivos, alternando se com episódios de euforia, em diversos graus e intensidade.
Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o TB atinge
aproximadamente 30 milhões de pessoas em todo o mundo, estando entre as maiores
causas de incapacidade.
O transtorno afetivo bipolar (TAB) é uma doença recorrente, crônica e grave.
Causa impacto significativo na qualidade vida dos pacientes, além de grande carga para
família e sociedade em geral (COSTA, 2008).
De acordo com a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM V), o transtorno se diferencia em dois tipos principais: o
Tipo I, em que a elevação do humor é grave e persiste (mania), e o Tipo II, em que a
elevação do humor é mais branda (hipomania). A utilização do especificador “com
características mistas” se aplica aos estados em que há a ocorrência concomitante de
sintomas maníacos e depressivos, embora estes sejam vistos como pólos opostos do

humor.

Este transtorno é caracterizado por episódios repetidos (isto é, pelo menos dois)
nos quais o humor e os níveis de atividade do paciente estão significativamente
perturbados; esta alteração consiste em algumas ocasiões de uma elevação e de humor e
diminuição de energia e atividade, mania ou hipomania e em outras de um rebaixamento
do humor e diminuição de energia e atividade, depressão (CID-10).
O transtorno bipolar tipo I ocorre entre homens e mulheres na mesma
intensidade, eles apresentam pelo menos um episódio maníaco e períodos de depressões
profundas. Enquanto o tipo II tem maior probabilidade de ocorrer com mulheres, nesse
tipo nunca manifesta episódios maníacos completos, apresentando períodos de níveis
elevados de energia e impulsividade, eles se alteram com episódios de depressão.
Hoje, sabe-se que não devem ser consideradas a mente e o corpo como
estruturas absolutamente separadas. No caso do transtorno bipolar, estão intimamente
ligadas. E é aí que entra a psicoterapia, como peça fundamental do tratamento dos
bipolares. Aliás, não se trata de uma doença mental apenas, mas um mau sistêmico que
afeta o indivíduo como um todo. Esse paciente requer uma equipe multidisciplinar,
defende Kapczinski, Quevedo e Cols (2009).
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Há inúmeros tipos de tratamento farmacológico, tendo como primeiro objetivo


impedir as mudanças de fases, à volta ao ambiente familiar e do trabalho, evitando
menos tempo de afastamento do paciente a esses ambientes. Vale ressaltar o cuidado
dos danos que podem ter sido causados a autoimagem, utilizando-se a psicoterapia que
tem finalidade de ajudar no trabalho cognitivo, ofertando o máximo possível de
equilíbrio ao paciente.
Portanto dentro dessa abordagem o artigo tem como objetivo destacar a
importância do diagnostico precoce do portador do transtorno afetivo bipolar, havendo
assim a diminuição dos danos gerada pelo transtorno e destacando a necessidade do
estudo dos critérios de diagnóstico, do Manual Diagnóstico e Estatístico dos
Transtornos Mentais (DSM-V-R), e pela classificação internacional das doenças CID-
10. Ressaltando a importância da associação entre a medicação e a psicoterapia para o
tratamento.

MATÉRIAL E MÉTODOS
O presente estudo tratou-se de uma revisão integrativa de literatura, com
abordagem qualitativa. O levantamento bibliográfico foi realizado no período de março
de 2015 a agosto de 2017, por meio de consultas na internet, na base de dados Scielo,
pelo Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-V-R) e pela
classificação internacional das doenças CID-10. Utilizaram-se como critério de inclusão
os estudos que tinham entre seus descritores: transtorno de afetividade, bipolaridade,
tratamento; resumos ou artigos em português, inglês e espanhol que abordassem a
temática em estudo independente do método de pesquisa utilizado; descritos na íntegra e
publicados pelo menos nos últimos dez anos.
Para a exclusão, escolheram-se não utilizar artigos que não correspondiam ao
objeto de estudo, textos que estavam incompletos, artigos que não estivessem
disponíveis na íntegra online, que não se enquadrava na temática abordada e aqueles
que não possuíam os descritores determinados pelos pesquisadores.

RESULTADOS E DISCURSSÃO
No decorrer da construção da pesquisa fez-se um levantamento das publicações
pertinente ao tema e foram encontrados 20 estudos. Após este levantamento, utilizou-se
como críterio de escolha os estudos públicados nos anos de 2007 a 2017, com
predôminio em idiomas em português, textos completos e que fossem referentes ao
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tema. Porém obteve-se apenas 9 publicações de acordo com os objetivos do estudo e


distribuidos em diferentes periódicos.
A pesquisa foi realizada utilizando-se os descritores: Transtorno Bipolar,
Tratamento e Diagnóstico. Com relação ao idioma todos foram encontrados em
português. Observou-se também o tipo de estudo nove artigos de revisão de literatura,
um artigo de levantamento bibliográfico, cinco artigos de abordagem qualitativa, um
artigo de abordagem quali-quantitativa, um artigo de revisão narrativa. Os estudos
selecionados mostram a definição, tratamento e a intervenção precoce do transtorno
afetivo bipolar, de acordo com o levantamento feito na base de dados Scielo.
Quanto ao periódico apresentaram-se quatro artigos da revista psiquiatria
clínica, três artigos da revista brasileira de psiquiatria, três artigos da revista latino-am
enfermagem, um artigo da revista RENE: Fortaleza, um artigo da revista Trends
Psychatry Psychother, três artigo da revista Intramericana de Psicología Interamericana
Journal of Psychology, um artigo da revista Jornal Brasil Psiquiatria, um da Revista de
Psicologia da IMED.
Diante das apresentações dos estudos selecionados propocionou fazer uma
análise de duas categorias temáticas que estão descritas abaixo:

Diagnostico Precose do Transtorno Bipolar


Atualmente são aceitos os critérios de diagnóstico da Classificação Internacional
(CID-10) e o Manual diagnostico e estatístico de transtornos mentais (DSM-V). A
diagnose de um episódio maníaco é concretizada pela presença de alterações do humor
caracterizadas por este estar elevado, expansivo ou irritável com continuidade de pelo
menos uma semana.
Conforme a 10ª Classificação Internacional de Doenças (CID-10º), utilizada pelo
Sistema Brasileiro de Saúde para classificar os transtornos mentais e comportamentais,
o TB é caracterizado por episódios de humor alternados, os quais variam de acordo com
intensidade, frequência e duração. Os episódios de humor podem variar entre episódio
depressivo maior, maníaco, hipomaníaco e misto (SILVA et.al, 2017).
Ultimamente, tem-se dado grande importância ao diagnostico precoce, isso
porque essa problemática está cada vez mais presente em nosso cotidiano e pode trazer
grandes consequências ao longo da vida do indivíduo. No presente estudo, pode-se
observar que o um dos grandes e graves problemas na psiquiatria é o atraso no
diagnóstico correto e o consequente tratamento adequado das patologias.
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As causas do TB podem ser genéticas, biológicas, ambientais e psicossociais.


Entre os fatores associados estão o histórico familiar de TB, situação socioeconômica
desfavorável e estressores ambientais, somáticos e de personalidade, divórcio ou
separação, problemas no trabalho ou interpessoais e doença. A identificação de eventos
como esses pode ser importante para a clínica, por necessitar de maior atenção no
tratamento considerando o risco de recaída da pessoa acometida pelo transtorno (SILVA
et AL,2017).
Comparado ao início no adulto, o início do transtorno bipolar tipo II na infância
ou na adolescência pode estar associado a um curso mais grave ao longo da vida. A taxa
de incidência em três anos do início do transtorno bipolar tipo II em adultos com mais
de 60 anos é de 0,34%. No entanto, distinguir indivíduos com mais de 60 anos com
transtorno bipolar tipo II de início precoce ou tardio não parece ter qualquer utilidade
clínica (DSM-V-R).
A genética apresenta um papel significante no processo do TB, pois é uma das
causas para a explicação do transtorno, onde quando manifestado na infância com
precocidade passa a ser imprescindível na incidência familiar. Talvez, o problema sério
em relação ao Transtorno Bipolar (TB), seja a demora diagnóstica e, conseqüentemente
terapêutica, pois os danos que esta acarreta são imensuráveis para os pacientes, suas
famílias e para a sociedade em geral.
De acordo com os estudos de Silva et al, pacientes com TB em mania avaliam de
forma não fidedigna seu estado afetivo. Desse modo, um constrangimento foi
identificado como obstáculo para a elaboração das vivências daquela fase. A vergonha
aparece como uma marca do contraste entre o que essas pessoas fizeram nos momentos
de crises maníacas e o que elas fazem no momento atual, com a sensação de perda de
controle. De acordo com o estudo de Highfield et al., pacientes com TB apresentam alto
nível de sentimentos de vergonha e sugerem que os clínicos devem considerar a
vergonha como um fator para a exploração em settings terapêuticos.
O TB é um transtorno complexo e multideterminado, causado pela interação de
fatores genéticos e ambientais. O surgimento e a evolução do TB são possivelmente
influenciados pelo trauma precoce, por eventos aversivos significativos da vida e pelo
uso indevido de álcool e drogas. Foi demonstrado que o risco de desenvolver TB-II é
maior entre familiares de pessoas com a doença. Em contraste, o desenvolvimento do
TB-I e do Transtorno Depressivo Maior tende a ter menos relação com a genética. Os
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fatores genéticos podem ainda influenciar a idade de início do Transtorno Bipolar.


(BOSAIPO et al, 2017).

Tratamento do Transtorno Bipolar


O Transtorno Bipolar (TB), também conhecido como “transtorno afetivo
bipolar” e originalmente chamado de “insanidade maníaco-depressiva”, é uma condição
psiquiátrica caracterizada por alterações graves de humor, que envolvem períodos de
humor elevado e de depressão (pólos opostos da experiência afetiva) intercalados por
períodos de remissão, e estão associados a sintomas cognitivos, físicos e
comportamentais específicos (BOSAIPO et al, 2017).
Devido ao fato de TAB exigir tratamento contínuo, a baixa adesão ao tratamento
por parte dos indivíduos configura-se como uma das maiores dificuldades terapêuticas
desse transtorno. As taxas de não adesão no TB são elevadas, estimando que 47% dos
indivíduos com este transtorno acabam por não aderir em alguma fase do tratamento. A
adesão parcial é considerada quando o indivíduo segue, aproximadamente, 70% das
recomendações médicas. Estudos referem que a frequência e a intensidade dos sintomas
tendem, no decorrer do tempo, a causar prejuízos biopsicossociais para o indivíduo,
elevando os índices de hospitalizações e suicídios (MOCHIZUKI et al, 2017).
O diagnóstico precoce e o tratamento dos episódios agudos de humor melhoram
significativamente o prognóstico reduzindo o número de recaídas e duplicando a taxa de
resposta à medicação. A eficácia do tratamento do TB, por sua vez, está relacionada em
muitos casos com o seu início próximo ao aparecimento dos primeiros sintomas. Desse
modo, cabe destacar a importância de iniciar um tratamento em longo prazo o mais
rápido possível (BOSAIPO et al, 2017).
O tratamento do TB consiste em estratégias farmacológicas e não
farmacológicas. As primeiras englobam os medicamentos estabilizadores do humor,
visando a fase aguda, prevenção de novos episódios e têm um papel importante na
reparação da plástica sináptica, compensando uma série de alterações estruturais e
funcionais em determinadas regiões do cérebro, provocadas pelas recaídas (SILVA et
al, 2017).
Com o diagnostico do TB é importante oferecer ao paciente e a sua família
orientação e informação sobre a doença e como é realizado o tratamento, envolvendo o
uso de medicamento e da psicoterapia, com participação da família no tratamento
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evitando discussões, alem de uma alimentação correta, atividades físicas, sono regular e
uma participação positiva das pessoas que fazem parte do meio do paciente.
O tratamento do transtorno bipolar é dividido em três fases: aguda, continuação
e manutenção. Os objetivos do tratamento da fase aguda são: tratar mania sem causar
depressão e/ou consistentemente melhorar depressão sem causar mania. A fase de
continuação tem como meta: estabilizar os benefícios, reduzir os efeitos colaterais,
tratar até a remissão, reduzir a possibilidade de recaída e aumentar o funcionamento
global. Finalmente, os objetivos do tratamento de manutenção são: prevenir mania e/ou
depressão e maximizar recuperação funcional, ou seja, que o paciente continue em
remissão.
O tratamento dos transtornos bipolares com estabilizadores do humor,
antipsicóticos atípicos e antidepressivos é cada vez mais importante, não apenas no
retorno dos pacientes ao bem-estar, mas evitando resultados desfavoráveis em longo
prazo. Todavia, embora o tratamento com psicofármacos seja uma realidade necessária
ao cotidiano da pessoa com TB, a baixa adesão ao mesmo constitui um grande e sério
problema, cujas consequências são a falta de controle do transtorno, o aumento de
internações evitáveis e do custo dos cuidados de saúde. Por sua magnitude, a não adesão
ou a baixa adesão à terapêutica medicamentosa constituem problemas de saúde pública
(MIASSO et al, 2009).
Quanto às terapêuticas não farmacológicas indicadas no tratamento do TAB,
encontra-se a psicoeducação. Essa tem contribuído para manter a pessoa com transtorno
inserido na sociedade. Ela envolve o provimento de informações a essas pessoas e
familiares sobre o transtorno e o tratamento, promovendo ensinamentos teóricos e
práticos para que possam compreender e lidar melhor com o transtorno. Entre as
informações disponibilizadas a partir da psicoeducação estão às referentes à natureza do
transtorno, às alternativas de tratamento, à compreensão sobre os fatores de risco, aos
efeitos colaterais das medicações, ao custo e à identificação de estressores e outros
estímulos que podem originar crise (SILVA et al, 2017).
As intervenções de psicoeducação, individuais ou em grupo, associadas à
farmacoterapia, podem ser propicias para o tratamento de pacientes bipolar, bem como
intervenções breves que enfatizam o uso da medicação e a identificação precoce dos
sintomas podem ser benéficas na prevenção de novos episódios de humor e em períodos
mais prolongados de eutimia.
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As intervenções psicossociais têm um papel importante no tratamento ajunto à


farmacoterapia. Tem sido demonstrado que grupos de psicoeducação e psicoterapia nas
abordagens cognitivo-comportamental e interpessoal tem efeitos benéficos no
tratamento de episódios agudos de depressão, assim como no tratamento de manutenção
do TB. Particularmente, o tratamento do TB na terapia cognitivo-comportamental
combina técnicas de psicoeducação, visando informar o paciente sobre o transtorno e
aumentar a adesão ao tratamento medicamentoso, com estratégias comportamentais para
monitorar as oscilações de humor, controlar a estimulação, técnicas de resolução e
problemas e redução de estresse, além de estratégias cognitivas de reestruturação de
pensamentos disfuncionais (BOSAIPO et al, 2017).
Desse modo, é relevante destacar as diversas formas terapêuticas para as pessoas
com TB, dentre elas pode-se citar as farmacológicas e não farmacológicas que são os
grupos de apoio, terapia com a família, terapia cognitivo-comportamental,
psicoeducação, dentre outras formas. Assim a adesão ao tratamento é fundamental para
aumentar a possibilidade de melhorar o prognóstico. No entanto, as pessoas com TB
nem sempre aderem ao tratamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos das publicações analisadas mostraram a importância do tratamento
precoce do transtorno afetivo bipolar, pois é uma doença crônica grave. O tratamento se
dá através de fármacos, para impedir mudanças de fases e oscilações evitando menos
tempo de afastamento dos ambientes familiares, e também através da psicoterapia, onde
o intuito é reduzir os fatores e recaídas.
O assunto vem gerando novas amplitudes, pois está se tornando problema de
saúde pública, consumindo recursos consideráveis do nosso sistema publico de saúde, e
devido a sua grande incidência na atualidade e por trazer graves consequências nos
indivíduos devido ao diagnóstico tardio, além da falta de tratamento.
Constatou-se que o principal objetivo entre as informações coletadas nos artigos
pesquisados quando o assunto é Transtorno bipolar, é o diagnóstico precoce destacando
a necessidade do estudo dos critérios de diagnóstico, do Manual Diagnóstico e
Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-V-R) e pela classificação internacional das
doenças CID-10, tendo em vista a psicoterapia como fator determinante no tratamento
precoce e correto do Transtorno bipolar.
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REFERÊNCIAS
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estatístico de transtornos mentais – DSM-V. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
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