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RESUMO
O transtorno Bipolar é uma doença recorrente, crônica e grave, que pode ser
definido como um fenômeno pelo qual ocorrem diversas mudanças e alterações no
humor que se manifestam como episódios depressivos, alternando se com episódios de
euforia, em diversos graus e intensidade, o transtorno se diferencia em dois tipos
principais: o tipo I, em que a elevação do humor é grave e persiste (mania), e o tipo II,
em que a elevação do humor é mais branda (hipomania). Causando impacto
significativo na qualidade de vida dos pacientes, além de grande carga para família e
sociedade em geral. O tratamento do TB consiste em estratégias farmacológicas e não
farmacológicas O presente artigo tem como objetivo destacar a importância do
diagnostico precoce do transtorno bipolar e ressaltando a importância da associação
entre a medicação e a psicoterapia para o tratamento e o apoio familiar no processo. O
trabalho trata-se de uma revisão integrativa de literatura feita no período de março de
2015 á agosto de 2017, as consultas foram feitas através da base de dados Scielo, pelo
manual Diagnostico e estatístico dos transtornos mentais (DSM-V-R) e pela
classificação Internacional das doenças CID-10, sendo que o critério de inclusão foi os
artigos publicados nos últimos dez anos. Foram encontrados 20 artigos, classificados em
artigos de psiquiatria e de mestres em enfermagem. Os estudos selecionados mostram a
definição, tratamento e a intervenção precoce do transtorno bipolar, e destacam a
importância de um diagnostico precoce e uma adesão de tratamento farmacológico e
não farmacológico.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1
Trabalho apresentado na XV Semana Científica da Faculdade Santo Agostinho – SEC 2017, evento realizado em
Teresina, de 2 a 6 de outubro de 2017.
² Estudante de graduação 8° semestre do curso de psicologia na FSA. E-mail: jackeline.lima.silva@hotmail.com
³ Estudante de graduação 8° semestre do curso de psicologia na FSA. E-mail: karinacerqueiraa@hotmail.com
4
Estudante de graduação 8° semestre do curso de psicologia na FSA. E-mail: maxyellerodrigues@outlook.com
5
Estudante de graduação 8° semestre do curso de psicologia na FSA. E-mail: rayanerichelly9@gmail.com
6
Estudante de graduação 8° semestre do curso de psicologia na FSA. E-mail: byvivianyrakell_bc@hotmail.com
7
Orientador do trabalho. Doutor e professor do Curso de psicologia na FSA. E-mail: nelsonjcb@hotmail.com
XV SEMANA CIENTÍFICA DA FACULDADE SANTO AGOSTINHO – SEC 2017
A pesquisa científica em cenários de crise: desafios e superações.
Teresina, 2 a 6 de outubro de 2017.
Transtorno Bipolar pode ser conceituado como um fenômeno pelo qual ocorre
diversas mudanças e alterações no humor que se manifestam como episódios
depressivos, alternando se com episódios de euforia, em diversos graus e intensidade.
Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o TB atinge
aproximadamente 30 milhões de pessoas em todo o mundo, estando entre as maiores
causas de incapacidade.
O transtorno afetivo bipolar (TAB) é uma doença recorrente, crônica e grave.
Causa impacto significativo na qualidade vida dos pacientes, além de grande carga para
família e sociedade em geral (COSTA, 2008).
De acordo com a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM V), o transtorno se diferencia em dois tipos principais: o
Tipo I, em que a elevação do humor é grave e persiste (mania), e o Tipo II, em que a
elevação do humor é mais branda (hipomania). A utilização do especificador “com
características mistas” se aplica aos estados em que há a ocorrência concomitante de
sintomas maníacos e depressivos, embora estes sejam vistos como pólos opostos do
humor.
Este transtorno é caracterizado por episódios repetidos (isto é, pelo menos dois)
nos quais o humor e os níveis de atividade do paciente estão significativamente
perturbados; esta alteração consiste em algumas ocasiões de uma elevação e de humor e
diminuição de energia e atividade, mania ou hipomania e em outras de um rebaixamento
do humor e diminuição de energia e atividade, depressão (CID-10).
O transtorno bipolar tipo I ocorre entre homens e mulheres na mesma
intensidade, eles apresentam pelo menos um episódio maníaco e períodos de depressões
profundas. Enquanto o tipo II tem maior probabilidade de ocorrer com mulheres, nesse
tipo nunca manifesta episódios maníacos completos, apresentando períodos de níveis
elevados de energia e impulsividade, eles se alteram com episódios de depressão.
Hoje, sabe-se que não devem ser consideradas a mente e o corpo como
estruturas absolutamente separadas. No caso do transtorno bipolar, estão intimamente
ligadas. E é aí que entra a psicoterapia, como peça fundamental do tratamento dos
bipolares. Aliás, não se trata de uma doença mental apenas, mas um mau sistêmico que
afeta o indivíduo como um todo. Esse paciente requer uma equipe multidisciplinar,
defende Kapczinski, Quevedo e Cols (2009).
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A pesquisa científica em cenários de crise: desafios e superações.
Teresina, 2 a 6 de outubro de 2017.
MATÉRIAL E MÉTODOS
O presente estudo tratou-se de uma revisão integrativa de literatura, com
abordagem qualitativa. O levantamento bibliográfico foi realizado no período de março
de 2015 a agosto de 2017, por meio de consultas na internet, na base de dados Scielo,
pelo Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-V-R) e pela
classificação internacional das doenças CID-10. Utilizaram-se como critério de inclusão
os estudos que tinham entre seus descritores: transtorno de afetividade, bipolaridade,
tratamento; resumos ou artigos em português, inglês e espanhol que abordassem a
temática em estudo independente do método de pesquisa utilizado; descritos na íntegra e
publicados pelo menos nos últimos dez anos.
Para a exclusão, escolheram-se não utilizar artigos que não correspondiam ao
objeto de estudo, textos que estavam incompletos, artigos que não estivessem
disponíveis na íntegra online, que não se enquadrava na temática abordada e aqueles
que não possuíam os descritores determinados pelos pesquisadores.
RESULTADOS E DISCURSSÃO
No decorrer da construção da pesquisa fez-se um levantamento das publicações
pertinente ao tema e foram encontrados 20 estudos. Após este levantamento, utilizou-se
como críterio de escolha os estudos públicados nos anos de 2007 a 2017, com
predôminio em idiomas em português, textos completos e que fossem referentes ao
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evitando discussões, alem de uma alimentação correta, atividades físicas, sono regular e
uma participação positiva das pessoas que fazem parte do meio do paciente.
O tratamento do transtorno bipolar é dividido em três fases: aguda, continuação
e manutenção. Os objetivos do tratamento da fase aguda são: tratar mania sem causar
depressão e/ou consistentemente melhorar depressão sem causar mania. A fase de
continuação tem como meta: estabilizar os benefícios, reduzir os efeitos colaterais,
tratar até a remissão, reduzir a possibilidade de recaída e aumentar o funcionamento
global. Finalmente, os objetivos do tratamento de manutenção são: prevenir mania e/ou
depressão e maximizar recuperação funcional, ou seja, que o paciente continue em
remissão.
O tratamento dos transtornos bipolares com estabilizadores do humor,
antipsicóticos atípicos e antidepressivos é cada vez mais importante, não apenas no
retorno dos pacientes ao bem-estar, mas evitando resultados desfavoráveis em longo
prazo. Todavia, embora o tratamento com psicofármacos seja uma realidade necessária
ao cotidiano da pessoa com TB, a baixa adesão ao mesmo constitui um grande e sério
problema, cujas consequências são a falta de controle do transtorno, o aumento de
internações evitáveis e do custo dos cuidados de saúde. Por sua magnitude, a não adesão
ou a baixa adesão à terapêutica medicamentosa constituem problemas de saúde pública
(MIASSO et al, 2009).
Quanto às terapêuticas não farmacológicas indicadas no tratamento do TAB,
encontra-se a psicoeducação. Essa tem contribuído para manter a pessoa com transtorno
inserido na sociedade. Ela envolve o provimento de informações a essas pessoas e
familiares sobre o transtorno e o tratamento, promovendo ensinamentos teóricos e
práticos para que possam compreender e lidar melhor com o transtorno. Entre as
informações disponibilizadas a partir da psicoeducação estão às referentes à natureza do
transtorno, às alternativas de tratamento, à compreensão sobre os fatores de risco, aos
efeitos colaterais das medicações, ao custo e à identificação de estressores e outros
estímulos que podem originar crise (SILVA et al, 2017).
As intervenções de psicoeducação, individuais ou em grupo, associadas à
farmacoterapia, podem ser propicias para o tratamento de pacientes bipolar, bem como
intervenções breves que enfatizam o uso da medicação e a identificação precoce dos
sintomas podem ser benéficas na prevenção de novos episódios de humor e em períodos
mais prolongados de eutimia.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos das publicações analisadas mostraram a importância do tratamento
precoce do transtorno afetivo bipolar, pois é uma doença crônica grave. O tratamento se
dá através de fármacos, para impedir mudanças de fases e oscilações evitando menos
tempo de afastamento dos ambientes familiares, e também através da psicoterapia, onde
o intuito é reduzir os fatores e recaídas.
O assunto vem gerando novas amplitudes, pois está se tornando problema de
saúde pública, consumindo recursos consideráveis do nosso sistema publico de saúde, e
devido a sua grande incidência na atualidade e por trazer graves consequências nos
indivíduos devido ao diagnóstico tardio, além da falta de tratamento.
Constatou-se que o principal objetivo entre as informações coletadas nos artigos
pesquisados quando o assunto é Transtorno bipolar, é o diagnóstico precoce destacando
a necessidade do estudo dos critérios de diagnóstico, do Manual Diagnóstico e
Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-V-R) e pela classificação internacional das
doenças CID-10, tendo em vista a psicoterapia como fator determinante no tratamento
precoce e correto do Transtorno bipolar.
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