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DIVISÃO DE ENGENHARIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA

DE MINAS

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BOMBEAMENTO DAS ÁGUAS NA MINA A CÉU


ABERTO, CASO DE ESTUDO MINAS MOATIZE LDA- CIDADE DE MOATIZE

NOME DO ESTUDANTE: Felícia Da Conceição Tomás

SUPERVISOR: dr. Pedro Saca Francisco

TETE, 2023
DIVISÃO DE ENGENHARIA

NOME DO ESTUDANTE: Felícia Da Conceição Tomás

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BOMBEAMENTO DAS ÁGUAS NA MINA A CÉU


ABERTO, CASO DE ESTUDO MINAS MOATIZE LDA- CIDADE DE MOATIZE

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Instituto Superior
politécnico de Tete, como requisito parcial
à obtenção do Grau de Licenciado em
Engenharia de Minas

Supervisor: dr. Pedro Saca Francisco

TETE, 2023
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha querida e batalhadora mãe Nely Da Conceição Felisberto Tomás ,
as suas lutas e resiliência serviram de inspiração nesta árdua caminhada.

I
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo que têm feito por mim, e por ter me acompanhado até aqui. Agradeço
aos meus familiares, a minha mãe Nely Da Conceição Tomás, ao meu pai Alcidio Tomás, aos
meus Irmãos Neyd Carina, Alcides Tomás, Carla Cuna, a minha tia Berta Inôcencia Guambe, ao
meu namorado Leandro Mocumbi, a minha madrinha Aissa Nuro pelo apoio incondicional que
me deram durante este tempo todo, agradecer a todos pois todos eles de tudo fizeram para que
hoje eu alcançasse a vitória. Que directa e indirectamente me apoiaram durante o percurso para
que se tornasse uma realidade. Agradeço ao meu Supervisor Pedro Saca pela paciência e
ensinamentos.

II
EPÍGRAFE

“ Ninguém nasceu para sofrer”

Arsénio Changanane

III
DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Felícia da Conceição Tomás, estudante do curso de Engenharia de Minas declaro por minha
honra que este Trabalho de Licenciatura nunca foi apresentado para a obtenção de qualquer grau
académico, seja neste ou em qualquer outro estabelecimento de ensino, por conseguinte, ele
provém de uma investigação por mim feita, com a orientação do supervisor dr. Pedro Saca
Francisco, estando citadas todas as referências no texto para a elaboração deste trabalho.

Tete, aos 19 de Junho de 2023

________________________________________

Felícia da Conceição Tomás

IV
RESUMO

O empreendimento mineiro a influência das águas na dinâmica de operação e desenvolvimento


da mina é tratada de forma arbitrária, podendo resultar na inviabilização económica e
operacional das actividades. A concentração massiva das águas na cava da Mina Moatize
Limitada, teve como origem a infiltração e a percolação das águas pluviais e superficiais, a
última época chuvosa na região de Moatize, foi caracterizada por grandes precipitações que
causaram uma concentração de águas na cava da mina Moatize Limitada de um volume estimado
em 128.000m3, culminando com a paralisação das actividades de mineração. Com intuito de
remover de forma controlada as águas acumulada, foram implantadas três bombas eléctricas na
talude da mina, designadas, Bombas 01, 02 e 03. O presente trabalho avalia o processo de
bombeamento das águas da cava da Mina Moatize limitada, com vista a melhorar o desempenho
e a produtividade da empresa. Para tal foram identificados os aspectos críticos do sistema de
evacuação das águas na cava da mina, e foi avaliado o métodos mais eficientes no processo de
bombeamento das águas na mineração a céu aberto. Com base nas características do sistema de
bombeamento, notou-se que todas as bombas possuem um rendimento muito baixo, cerca de
26, 67 %, demostrando que as mesmas estão a trabalhar a baixo da eficiência normal que seria de
74.8, 69.9 e 93.5% repectivamente segundo as recomendações do fabricante.

Palavras chaves: Água, Bombeamento, Concentração, Cava e Mina.

V
ABSTRACT

The influence of water on the dynamics of operation and development of the mine is treated
arbitrarily, which may result in the economic and operational unfeasibility of activities. The
massive concentration of water in the mine pit Moatize Limitada, originated from the infiltration
and percolation of rainwater and surface water, the last rainy season in the Moatize region was
characterized by heavy rainfall that caused a concentration of water in the mine pit Moatize
Limitada of an estimated volume of 128,000m3, culminating in the stoppage of mining activities.
In order to remove accumulated water in a controlled manner, three electric pumps were installed
on the mine slope, designated Pumps 01, 02 and 03. The present work evaluates the process of
pumping water from the mine pit Moatize limited, with a view to improving the performance and
productivity of the company. To this end, the critical aspects of the water evacuation system in
the mine pit were identified, and the most efficient methods in the water pumping process in
open pit mining were evaluated. Based on the characteristics of the pumping system, it was noted
that all pumps have a very low efficiency, around 26.67%, demonstrating that they are working
below normal efficiency, which would be 74.8, 69.9 and 93.5%. respectively according to the
manufacturer's recommendations.

Keywords: Water, Pumping, Concentration, Pit and Mine.

VI
ÍNDICES DE GERAL
DEDICATÓRIA ............................................................................................................................................ I
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................. II
EPÍGRAFE .............................................................................................................................................. III
DECLARAÇÃO DE HONRA ..................................................................................................................... IV
RESUMO ...................................................................................................................................................... V
ABSTRACT................................................................................................................................................. VI
ÍNDICES DE GERAL ................................................................................................................................ VII
INDICE DE FIGURAS................................................................................................................................ IX
INDICE DE TABELAS ................................................................................................................................ X
LISTA DE EQUAÇÕES.............................................................................................................................. XI
GLOSSÁRIO .............................................................................................................................................. XII
LISTA DE ABREVIATURA .................................................................................................................... XIII
CAPITULO I ................................................................................................................................................ 1
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 1
1.1 Formulação do Problema ........................................................................................................... 2
1.2 Justificativa.................................................................................................................................. 2
1.3 Objectivos .................................................................................................................................... 3
1.3.1 Objectivo Geral ................................................................................................................... 3
1.3.2 Objectivos Específicos......................................................................................................... 3
1.3.3 Hipóteses .............................................................................................................................. 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................................... 3
2.1. Água e Mineração ............................................................................................................................ 4
2.1.1. Controlo das águas na Mineração ........................................................................................... 4
2.1.2. Formas de Controlo das Água na Mineração ......................................................................... 5
2.1.2.1 Drenagem ..................................................................................................................................... 6
2.3. Sistemas de Bombeamento das águas............................................................................................. 6
2.3.1. Dimensionamento das instalações de bombeamento da água na mina ................................ 7
2.4. Bombas: Tipos, Características e Aplicações ................................................................................ 7
2.4.1. Classificação das Bombas Hidráulicas .................................................................................... 8
2.4.2.2 Potência de uma Bomba ....................................................................................................... 12
2.4.2.3 Eficiência operacional ........................................................................................................... 13

VII
2.4.2.4 Perdas de carga das bombas .................................................................................................... 14
2.4.3. Velocidade do fluxo na tubulação .......................................................................................... 15
2.5. Métodos básicos para a selecção de uma bomba hidráulica ...................................................... 15
3. METODOLOGIA ................................................................................................................................... 26
3.1 Natureza e classificação da pesquisa ............................................................................................. 26
3.2 Instrumento de colecta e sequenciamento da pesquisa ............................................................... 26
4. APRESENTAÇÃO DE DADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ............................. 27
4.1 Apresentação de dados .......................................................................................................................... 27
4.1.1 Bomba 01 .................................................................................................................................. 29
4.1.2 Bomba 02 ........................................................................................................................... 30
4.1.3 Bomba 03 .................................................................................................................................. 31
4.2.1 Tubulações ................................................................................................................................ 32
4.4 ANÁLISE DE DADOS ................................................................................................................... 35
4.4.2 Segunda Bomba ........................................................................................................................ 38
4.4.3 Terceiro Bomba ........................................................................................................................ 39
4.5. INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ............................................................................................. 41
CAPITULO V ............................................................................................................................................. 43
5.1 Conclusões ....................................................................................................................................... 43
5.2 Recomendações ............................................................................................................................... 44
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 45

VIII
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Sistema de instalação de
bombeamento………………………………………………………...............................................7

Figura 2 : Representacao Esquemática de bomba centrífuga


radial………………………….…...................................................................................................8

Figura 3: Ilustração da bomba centrífuga de fluxo misto conforme acima


descrita…………………...………………………………………………………………………10

Figura 4 :lustra a bomba centrífuga de eixo axial acima


descrita……………………………..…………………………………………………………….10

Figura 5 :Representação esquemática de Bomba de Embolo ou


Pistão…………………………..…………………………………………………………………11

Figura 6: ilustra bomba volumétrica


rotativa………………………………………………………...…………………………………12

Figura 7 : inundação da cava na Minas


Moatize…………………………………………………………………………………………..28

Figura 8 : Bombas utilizadas para escoamento das água na cava da mina


Moatize……………………..........................................................................................................28

Figura 9 : Bomba 01 utilizada no bombeamento das águas na cava da Minas


Moatize…………….….…………………………………………………………………………29

Figura 10: Bomba 02 utilizada para o bombeamento de água na cava da Mina Moatize
Lda………...…………………………………………………………………………………….30

Figura 11 : Bomba 03 utilizado para bombeamento das aguas na Minas


Moatize………………..…………………………………………………………………………31

Figura 12 : conjunto da Tubagem usada para bombeamento das


águas……………………………….……………………………………………………………32

Figura 13 : Bacia de decantação para redução da turbidez das aguas e posterior lançamento das
aguas……………………………………………………………………………………………35

IX
INDICE DE TABELAS
TABELA 1: DADOS REFENTES A CAPACIDADE DE UMA BOMBA .............................................. 12
TABELA 2: DADOS DE PERDAS DE CARGA EM TUBULAÇÕES. ................................................... 14
TABELA 3: CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS USADAS PARA A REMOÇÃO DAS ÁGUAS NA
MINA MOATIZE FORNECIDAS PELO FABRICANTE. ............................................................... 33
TABELA 4: OS COMPONENTES DO SISTEMA DE TUBAGEM DAS BOMBAS UTILIZADAS NA
MINAS MOATIZE ............................................................................................................................. 33
TABELA 5: RESUMO DAS PARÂMETROS DAS BOMBAS DE ACORDO COM OS VALORES
RESULTADO DE CÁLCULOS ........................................................................................................ 41

X
LISTA DE EQUAÇÕES
EQUAÇÃO1: EXPRESSÃO UTILIZADA PARA CALCULO DA POTÊNCIA ...................... 13
EQUAÇÃO 2: EXPRESSÃO PARA CALCULO DE RENDIMENTO DA BOMBA ............... 13
EQUAÇÃO 3: EXPRESSÃO USADA PARA CALCULO DE PERDA DE CARGA. .............. 13
EQUAÇÃO 4: ULTILIZADA PARA CALCULO DO DAMETRO DA TUBAGEM. .............. 14
EQUAÇÃO 5: UTILIZADA PARA CALCULO DO COMPRIMENTO DA TUBAGEM ........ 15

XI
GLOSSÁRIO

Vazamento -Escape fisico de água em uma rede de tubulações de água potável.


Mineral - corpo natural sólido e cristalino formado em resultado da interacção de processos
físico-químicos em ambientes geológicos.
Ciclone- é uma região em que o ar relativamente quente se eleva e favorece a formação de
nuvens e precipitação.
Fluxo - Volume de água medido em uma unidade de tempo, geralmente expresso em litros por
segundo.
Ponto de Captação - Local de onde a água é tomada para o fornecimento no sistema de
Bombeamento.

XII
LISTA DE ABREVIATURA

MML-Minas Moatize, Lda

NPSHr - Net Positive Suction Head (requerido, carga líquida positiva de sucção ou apenas carga
positiva de sucção, o equipamento que é requerido).

NPSHd - Net Positive Suction Head disponivel, (carga líquida positiva de sucção ou apenas
carga positiva de sucção, que há disponível no local de trabalho)

EN- Estrada Nacional

XIII
CAPITULO I

1. INTRODUÇÃO

No período em que estive a estagiar, foi possível observar que na cava da empresa Mina Moatize
Limitada o aparecimento das águas de filtração e pluviais, que por sua vez tem causado grandes
impactos negativos, e acarretando custos no plano de operação.

Entretanto, na empresa Minas Moatiza Limitada a influência das águas na dinâmica das
operações e desenvolvimento da mina têm sido tratado de forma arbitrária, não se seguem
princípios eficazes, podendo assim resultar na inviabilização económica e operacional das
actividades. Desta forma, a infiltração de águas dos pequenos riachos e canais de circulação de
água ou mesmo os subsidiários dos rios maiores que correm pela área de Moatize, requerem um
sistema de controlo, de modo a garantir que as mesmas não possam drenar sobre a cava da mina
que é uma zona de topografia relativamente baixa. Para a remoção controlada das águas
acumulada na mina, foram implantadas três bombas no talude superior na parte sudeste da cava,
onde na presente trabalho serão designadas Bombas 01, 02 e 03.

Nas condições operacionais do sistema de bombeamento da empresa em estudo, e dos resultados


obtidos a partir dos cálculos efectuados, pode-se verificar que todas as bombas possuem um
rendimento muito baixo, isto é 26, 67 %, demostrando que as mesmas estão a trabalhar a baixo
da eficiência normal que seria de 74.8, 69.9 e 93.5% repectivamente segundo as recomendações
do fabricante.

No presente trabalho, o processo de bombeamento das águas na mineração a céu aberto, os


impactos associados presença das águas na mineração a céu aberto, assim como as formas de
mitigar a circulação e acumulação das águas na cava da mina.
A relevância deste tema reside na pesquisa de soluções cabíveis para amenizar ou eliminar os
problemas relacionados com inundações que se registram neste empreendimento mineiro por
meio de métodos exploratórios, descritivo e intervencionista, além da consulta bibliográfica,
documental, experimental e expedição ao de campo alvo do estudo.

1
1.1 Formulação do Problema
A Mina Moatiza Limitada, é uma empresa que desenvolve as suas actividade na região de
Moatize dedicando-se na mineração, processamento e comercialização de carvão mineral. Sobre
a áreas de concessão mineira atravessa um antigo canal de água que é um subsidiário do rio
Revúboe, o qual foi interrompido para dar lugar ao processo de mineração naquela área.
Todavia, o método de extracção seleccionado pela empresa é a céu aberto.

Nos meses de Janeiro e Fevereiro do ano 2022, a província de Tete, em particular a cidade de
Moatize, foi caracterizado por ocorrência de ciclones Ana e Guambe, que condicionaram
temporariamente o caudal dos rios na região de Moatize, em particular o Rio Revúboe que os
seus afluentes inundaram e parte das águas foram drenar na cava da mina, por ser uma zona
topograficamente baixa imposibilitando totalmente as operações de extracção e processamento
de carvão naquela empresa. Para reverter a situação, a empresa definiu como prioridade o
bombeamento das águas da cava da mina de tal modo a retomar as actividades de extração. Para
tal foram montadas Três (03) bombas elétricas.

Mediante os factos expostos surge a seguinte questão:

Como otimizar o processo de bombeamento das águas na cava da Mina Moatize Limitada
de modo que a empresa retome as actividades produtivas o mais breve possível?

1.2 Justificativa
Para qualquer área de actividade há sempre necessidades de mitigar ou mesmo minimizar
qualquer adversidade que possa surgir aquando do desenvolvimento do projecto de modo a
minimizar os custos operacionais.

A empresa Minas Moatize, tem enfrentado sérios problemas de inundação na sua cava pelas
águas provenientes dos cursos dos pequenos canais e rios subsidiários do rio Revúboe, não só
como também das águas proveniente do lençol freático. Isto têm causado impactos negativos no
que refere aos custos operacionais e afectando a produção e produtividade da empresa.

Com o desenvolvimento do presente trabalho pretendo contribuir para o melhoramento no


controlo das águas por canais de drenagem, pelo bombeamento, reduzindo assim o tempo para a

2
retoma das actividades de mineração na Mina Moatize Limitada. Em termos académicos, o
trabalho servirá como fonte de consulta para futuras pesquisas e como fonte de melhoramento do
sistema de bombeamento das águas para a empresa, baseando-se nas recomendações do presente
trabalho.

1.3 Objectivos
1.3.1 Objectivo Geral

Avaliar o processo de bombeamento das águas da cava da mina Minas Moatize, com vista a
melhorar o desempenho e a produtividade da empresa.

1.3.2 Objectivos Específicos


 Descrever o processo de bombeamento realizado pela empresa;
 Identificar os aspectos críticos do sistema de evacuação das águas na cava da mina;
 Identificar os métodos mais eficientes no processo de bombeamento das águas na mineração
a céu aberto, casos específicos para mineração de carvão;
 Propor melhor método segundo os critérios levantados que permitem melhorar a eficiência
operacional do sistema de bombeamento na Minas Moatize Limitada.

1.3.3 Hipóteses
 Abertura da canal na parte exterior da mina que possa recolher todas as águas que vem
dos pequenos rio e linhas de água, desviando-as de modo a não inundar a cava da mina.;
 Acréscimo de número de bombas e com maior capacidade de escoamento de água.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo são abordados os principais conceitos sobre bombas, suas variedades e aplicações,
mecânica dos fluidos voltados para bombas centrífugas e sistemas de bombeamento. Esses
conceitos são essenciais para compreendermos os parâmetros envolvidos no cálculo do
dimensionamento e selecções de bombas para a evacuação das águas na mina, em particular a
Mina Moatize Lda.

3
2.1. Água e Mineração
A viabilidade técnica e económica de qualquer lavra, está condicionada ao adequado
conhecimento da hidrológico local e ao subsequente desenho das actuações hidrológica-mineiras,
que será tanto mais eficiente e de menor custo, quanto antes sejam iniciadas. Contudo, as
empresas de mineração mais conscientizadas pensam desde a fase de pesquisa até ao fechamento
da mina em abordar com ferramentas apropriadas, os problemas que a água pode ocasionar,
desenhado e implementado as medidas preventivas e correctivas mais adequadas (AMEC, 2000).

Diante dessa realidade, estão disponíveis tecnologias, para minimizar os impactos negativos das
águas para tipo de lavra.
Salienta se que para escoamento das aguas na mina aceu aberto, deve-se empregar bombas de
alta eficiência e capacidade com vista ao bombeamento ou remoção de água para evitar
constrangimentos no processo de extracção. Por isso, neste capítulo, pretende-se abordar em
síntese os problemas mais frequentes relacionados com aguas na mina a céu aberto.

2.1.1. Controlo das águas na Mineração


Segundo Chiang (2005), o objectivo do controlo sobre as águas na mineração é uma norma, que
visa um abaixamento progressivo do nível das águas nos maciços que é presente no material
arrancado e manejado, do que fazer somente a condução por valas e tubos e o armazenamento da
água proveniente das frentes de trabalho, nos depósitos das instalações de bombagem.

Assim todos os maciços que sejam dotados de vazios entre os seus constituintes minerais, mais
ou menos interligados (maciços porosos e permeáveis) que contenham água ou possam vir
armazenar água (aquíferos), e que tenham interesse sob o ponto de vista da industria mineira,
exigem cuidados e estudos adicionais e podem implicar a necessidade de operações antes e
durante toda vida de uma possível exploração (CHIANG, 2005).

Para Hall (2003), o processo de controlo e monitoramento das águas na mineração e difícil, caro
e frequentemente confuso, porque envolve a remoção ou monitoramento de muita quantidade de
água da massa rochosa de tal forma que os níveis de água sejam rebaixados para garantir a
segurança e economia a mina.

4
Para Powers et al., (2007), existem diversas técnicas ou meios de controlo da água na mineração,
mas só algumas destas são práticas e economicamente aplicáveis para minas a céu aberto assim
como em minas subterrâneas tais como:
 Técnicas activam, chamadas por técnicas de rebaixamento avançadas, utilizando poços de
bombeamento, drenos e valas;
 Técnicas passivas também conhecidas como técnicas de rebaixamento a tempo real temos
como exemplo a impermeabilização da superfície de terreno.

A necessidade de controlo de água nas minas não se limita o monitoramento das águas
subterrâneas mas também das águas marginais, que sob acção da gravidade se escoam na
direcção dos pontos mais baixos onde pode eventualmente existir uma exploração mineira.

2.1.2. Formas de Controlo das Água na Mineração


Fox et al (2011), afirma que não existe regras ou meios normalizados para acentuar no caso da
experiência de águas subterrâneas. Serão as condições específicas e os objectivos a atingir que
definirão os meios e os modos de actuação.

Para actuar com o mínimo de racionalidade na procura de soluções logo no início dos trabalhos
que visam a uns melhores estudos duma ocorrência, com vista a uma possível exploração,
deverão ser feitos estudos e ensaios de natureza dos terrenos e as possíveis ocorrências de águas.
Os meios mais gerais de controlo podem ter um carácter preventivo, redução dos efeitos, ou o de
fazerem a remoção da água. Assim podem ser utilizados os seguintes tipos de controlo (FOX et
al 2011):
 Por redução ou transferência.
 Por Drenagem ou desvios de água na superfície ou próximo dela.
 Desviar rios, drenar lagos e regularizar correntes das chuvas para reduzir os escoamentos
e evitar a recarga de aquíferos nas zonas interessadas;
 Interceptar e capturar a água em poços profundos;
 Limpar os taludes e construir canais de drenagem;
 Plantar árvores nas zonas baixas para aumentar a evapotranspiração.
 Por remoção da água dos maciços em profundidade por bombear (Dewatering)

5
Dewatering é uma técnica de remoção das águas executada pelo uso de poços verticais, esta
técnica pode ser executada normalmente a frente dos trabalhos na cava e não causa interferências
com as operações mineiras, é prática comum em minas a céu aberto, porém, este método também
é empregado em minas subterrâneas que a análise económica seja viável (POWERS et al 2007).

2.1.2.1 Drenagem
Almeida et al (2005), diz que drenagem de mina e o método mais comummente usado para o
controlo das águas na mineração, e pode variar desde uma simples colecção das águas infiltradas
na mina (por meio das fracturas ou através do próprio meio poroso), até procedimentos mais
complexos que envolvem a instalação de poços de rebaixamento a partir da superfície de terreno,
perfurações de drenagem situada dentro da mina por meio de galerias de drenagem. Por sua vez
HCI (2004), acrescenta que a drenagem das águas é uma das operações auxiliares mais
importantes na mina, pois a presença de água no interior das explorações dificulta as actividades
de remoção e transporte e impede, muitas vezes, as próprias tarefas extractivas.

Para Almeida et al (2005), em muitas minas é necessário realizar drenagens cujas vazões e
volumes dependem fundamentalmente das características dos aquíferos afectados, das dimensões
das fracturas, carga hidráulica, e das infiltrações rápidas das precipitações.

2.3. Sistemas de Bombeamento das águas


Os sistemas de remoção da água existente nas minas são compostos por duas técnicas principais,
a bombagem e a descarga gravítica. A opção por um ou ambos destes métodos dependem da
configuração da mina, topografia. As questões económicas envolvidas nestes apontam para a
descarga gravítica como método preferencial, pois devem-se, sempre que possível minimizar as
operações de bombeamento, as quais acarretam custos energéticos significativos, (MATOS,
1999).

Para Bastos (2000), os principais mecanismos de remoção da água na cava podem ser feitos
através de técnicas activas como o bombeamento e descarga gravítica, pois esta técnica consiste
em instalar poços de bombeamento dentro e fora do perímetro da cava da mina. Sempre que a
topografia for favorável opta-se por utilização de descarga gravítica para remoção de água, pois
bombeamento acarreta em maiores custos. Porém, na maioria dos casos, há a necessidade da
utilização de bombas.

6
2.3.1. Dimensionamento das instalações de bombeamento da água na mina
Para Ribeiro (2010), nos sistemas de bombeamento, o objectivo geral é deslocar a vazão de um
líquido desde uma cota estática até outra situada numa posição mais elevada. Neste percurso de
bombeamento em minas a céu aberto encontram-se situadas quase sempre no nível mais baixo
destas em que a água flui através de valas e condutas ou outras formas de captação, que fazem a
alimentação em carga das bombas ou sobre as quais estão montadas as bombas.

Para o dimensionamento das instalações de bombeamento, são avaliados vários factores tais
como; condições de local a instalar o sistema, determina-se o comprimento das tubagens por
instalar, faz se uma simulação das perdas de carga, que por sua vez as perdas de carga vão ditar a
altura manométrica do sistema e a eficiência das bombas caso o plano seja executado.

2.4. Bombas: Tipos, Características e Aplicações


Segundo Esteves (2013), bombas são dispositivos que cedem parte da energia de uma fonte
motora a um fluido, a fim de transporta-lo de um ponto a outro. O uso de bombas hidráulicas
ocorre sempre que há a necessidade de aumentar-se a pressão de trabalho de uma substância
liquida contida em um sistema, a velocidade de escoamento, ou ambas. Entretanto, a figura
abaixo ilustra as principais partes do sistema utilizadoa para bomeamento das aguas na mina.

Figura 14 Sistema de instalação de bombeamento


fonte: Mello e Yanagi Jr -2013

Legenda:

7
1 Casa de Bombas VR - Válvula de retenção
RE - Redução Excêntrica 3 – Linha de Sucção
M – Motor de accionamento R - Registro
CL - Curva de 90º VPC - Válvula de pé com crivo
B – Bomba C - Joelhos
4 - Linha de Recalque 5 – Reservatório
2 – Poço (fonte)

Segundo Libânio (2005), a escolha do órgão de accionamento depende de vários factores tais
como: a disponibilidade e o custo da energia, o grau de mobilidade desejado; e a segurança
operacional.

Bomba é o órgão encarregado de succionar o fluido, retirando-o do seu ponto de captação,


energizando-o através de seu rotor o que impulsiona-o para o ponto de descarga.

2.4.1. Classificação das Bombas Hidráulicas


As bombas hidráulicas podem ser classificadas de diversas maneiras, segundo suas aplicações,
material de construção, características do líquido deslocado entre outras. Portanto, Macintyre
(1997), diz que a classificação mais utilizada é a que se baseia no modo como a energia é
fornecida ao fluido durante o escoamento. Porém, com base nesse critério, as bombas podem ser
divididas em dois grandes grupos:
1. Bombas cinéticas ou dinâmicas;
2. Bombas de deslocamento positivo ou volumétricas.

2.4.1.1 Bomba Dinâmica


Para as bombas cinéticas, a movimentação do fluido ocorre pela acção de forças que se
desenvolvem na massa do mesmo, em consequência da rotação de um eixo no qual é acoplado
um disco podendo ser um rotor ou um impulsor dotado de palhetas ou hélices, o qual recebe o
fluido pelo seu centro e o expulsa pela periferia, pela acção da forca centrifuga (SCHNEIDER,
2006). Contudo, em função da direcção do movimento do fluido dentro do rotor, estas bombas
dividem-se em:

8
2.4.1.1.2 Bomba Centrífuga Radical
De acordo com (KSB, 2003) a característica básica deste tipo de bombas é trabalhar com
pequenas vazões a grandes alturas com predominância de forca centrifuga, nesta bomba a
movimentação do fluido dá-se do centro para a periferia do rotor, no sentido perpendicular ao
eixo de rotor, o aumento da pressão resulta da forca centrifuga aplicada ao líquido por um rotor.
A figura que se segue ilustra bomba centrífuga radial.

Figura 15 : Representacao Esquemática de bomba centrífuga radial


Fonte: (KSB, 2003).

2.4.1.1.3 Bomba Centrífuga de Fluxo Misto


Esse bombas são caracterizada pelo movimento do fluido que ocorre na direcção inclinada
(diagonal) ao eixo de rotação e o aumento da pressão resulta da força centrifuga aplicada ao
líquido por um rotor. Estas bombas são aplicadas em situações intermediárias entre as bombas
centrífuga e axial com maior rendimento em pressões intermediárias (LIBÂNIO, 2005).

9
Figura 16: Ilustração da bomba centrífuga de fluxo misto conforme acima descrita.
Fonte: https://www.google.com

2.4.1.1.4 Bomba centrífuga de fluxo axial


O movimento do fluido nessas bombas ocorre paralelamente ao eixo de rotação; o aumento da
pressão resulta da força centrífuga aplicada ao líquido por um rotor. Estas bombas trabalham
com grandes vazões a pequenas alturas e são aplicadas nos sistemas de drenagem, com maior
rendimento em baixas pressões (MAITELLI, 2010)

Figura 17 :lustra a bomba centrífuga de eixo axial acima descrita.


Fonte: https://www.google.com

2.4.2 Bombas Volumétricas


Para Maitelli (2010), nas bombas volumétricas, ou de deslocamento positivo, a movimentação
do fluido é causada directamente pela acção do órgão de impulsão da bomba que obriga o fluido
a executar o mesmo movimento a que esta sujeita este impulsor (êmbolo, engrenagens, lóbulos,
palhetas).

10
Dá-se o nome de volumétrica porque o fluido, de forma sucessiva, ocupa e desocupa espaços no
interior da bomba, com volumes conhecidos, sendo que o movimento geral deste fluido dá-se na
mesma direcção das forcas a ele transmitidas, por isso a chamamos de deslocamento positivo,
onde as mesmas dividem-se em:
 Êmbolo ou Alternativas (pistão, diafragma, membrana);

 Rotativas (engrenagens, lóbulos, palhetas, parafusos).


No caso das bombas de êmbolo ou pistão, um eixo excêntrico gira e provoca o movimento
alternativos do pistão, como pode se ver na figura a seguir.

Figura 18 :Representação esquemática de Bomba de Embolo ou Pistão


Fonte: https://www.google.com

2.4.2.1 Bombas Rotativas


O funcionamento das Bombas volumétrico consiste ao preenchimento dos interstícios (espaços)
entre o rotor e a carcaça. Contudo as bombas de parafusos constam de um, dois ou três parafusos
helicoidais que têm movimentos sincronizados através de engrenagens. Esse movimento se
realiza em caixa de óleo ou graxa para lubrificação, por este motivo, são silenciosas e sem
pulsação (MATOS e FALCO, 1998).

11
Figura 19: ilustra bomba volumétrica rotativa

Fonte: https://www.google.com/search?q=2.4.1.%09Bombas+Rotativas.

A Capacidade de uma bomba é a quantidade de fluido que esta consegue descarregar por
unidade de tempo, ou seja, a vazão do fluido que a bomba fornece a tubulação. Alguns
elementos podem influenciar nesse factor, tais como:

 Natureza do fluido;
 Rotação do rotor da bomba e;
 Diâmetro.

Fabricantes de bombas fornecem gráficos e tabelas que mostram a faixa da vazão em que pode-
se operar a bomba, como pode se ver na tabela 2 (SILVA, 2003).

Tabela 1: dados refentes a capacidade de uma bomba

Q l/s 5 7.5 10 15 20 25 30 40
ƞB (%) 52 61 66 68 71 75 80 84

Fonte: silva, (2003)

2.4.2.2 Potência de uma Bomba


Potência é o trabalho realizado sobre o líquido ao passar pela bomba por unidade de tempo, para
transportar a vazão Q do RI ao RS, vencendo a altura manométrica total (Hm).

12
De acordo com Silva (2003), a potência absorvida de uma bomba é a energia que ela consome
para transportar o fluido na vazão desejada, altura estabelecida, com o rendimento esperado. No
entanto, o BHP (Brake Horse Power), denominado “consumo de energia da Bomba”, é função de
duas outras potências também envolvidas no funcionamento de uma bomba.

Para este autor, a potência consumida de um conjunto bomba e motor pode ser calculado
segundo as fórmulas 1 e 2:

QHgρ
PB  (kW) (1)
ηb

 QHgρ 
PM     0,366 (kW) (2)
 η m  η b 

Onde:

 PB e PM é potência da bomba e do motor respectivamente em kW;


 Q é a vazão ou fluxo em m3/h;
 H é a altura manométrica em m;
 g é aceleração de gravidade em m/s2;
 ρ é densidade do material transportado tonelada/m3 ou kgf/cm2;
 ηb e ηm é rendimento da bomba e do motor respectivamente.

2.4.2.3 Eficiência operacional


Segundo Fernandes e Santos (2008), a eficiência operacional em sistemas de bombeamento é a
relação entre a potência absorvida pela bomba e potência absorvida pelo motor. Isto é
evidenciado uma vez que o motor não transmite para o eixo toda a potência que gera, assim
como a bomba, que necessita uma energia maior do que consome, devido as suas perdas passivas
na parte interna. Matematicamente é traduzido pela seguinte equação:

PB
EO   100% (%) (3)
PM

Onde:
 Eo é a eficiência operacional em %;
 PB é a potência da bomba em kW;

13
 PM é a potência do motor em kW.

2.4.2.4 Perdas de carga das bombas


Bernardo et al (2005), enumera e descreve os factores que influenciam nas perdas de carga num
sistema de bombeamento de água tais como natureza do fluido escoado (peso especifico,
viscosidade).
Como a maioria das bombas são fabricadas basicamente para o bombeamento de água, cujo peso
específico é de 1000 kgf/m3, não há necessidade de agregar-se factores ao cálculo de perdas de
carga, quando se trata desta aplicação.

Material empregado na fabricação dos tubos e conexões (PVC, ferro) e tempo de uso. Portanto
comercialmente, os tubos e conexões mais utilizados são os de PVC e aço Galvanizado, cujas
diferenças de fabricação e acabamento interno são bem caracterizadas, razão pela qual
apresentam coeficientes de perdas diferentes. conforme ilustra a tabela 4.

A tabela 4 mostra os coeficientes de perdas de carga em tubulações plásticas assim como aço
galvanizado.

Tabela 2: Dados de perdas de carga em tubulações.

Material de Fabrico Coeficiente [mm]

Aço, revestimento asfalto quente 0,3 a 0,9


Aço revestimento esmalte centrifugado 0,01 a 0,06
Aço ligeiramente Enferrujado 0.15 a 0,3
Aço Enferrujado 0,4 a 0,6
Aço Muito Enferrujado 0,4 a 2.4
Ferro Galvido novo sem costura 0.06 a 0,15
Plástico PVC e Cobre 0.002
Ferro novo Galvanizado com Costura 0,15 a 0,2

Segundo Bernardo et al (2005), a perda de carga no escoamento turbulento pode ser calculada
pela seguinte equação:
L V2
Pc  f   (4)
Di 2  g
Onde:

14
 Pc é a perda de carga
 L é o comprimento da tubulação (m);
 Di é o diâmetro interno da tubulação, expresso em metros lineares (m);
 V é a velocidade média do fluido, expressa em metros por segundo (m/s).
 g é a aceleração da gravidade, expressa por 9,8 m/s2.

2.4.3. Velocidade do fluxo na tubulação


De acordo com Chaves (2002), corresponde à velocidade em que as partículas apresentam
tendência a se depositar no fundo da tubulação. É o parâmetro que determina a mínima
velocidade de fluxo para que não exista risco de depósito e obstrução na tubulação.

DURAND (1953) apresentou um modelo clássico para predizer a velocidade de fluxo, que varia
de sistema para sistema, em função do tamanho de partículas em movimento, expresso pela
Equação 1:

V  FL  2  g  D  ρ (5)

Onde:
 V é a velocidade do fluxo na tubulação, em m/s;
 FL é um factor, função da diluição do fluxo (dimensional);
 g é a aceleração da gravidade, em m/s²;
 D é o diâmetro da tubulação, em m;
 𝜌 é a massa específica do fluxo, em kg/m³

2.5. Métodos básicos para a selecção de uma bomba hidráulica


Segundo Santos (2001), para calcular-se com segurança a bomba centrifuga adequada a um
determinado sistema de abastecimento ou evacuação da água na mina, são necessários alguns
dados técnicos fundamentais do local da instalação e das necessidades do projecto tais como:
 Altura de sucção (AS) e altura de recalque (AR), em metros;
 A altura de sucção vai ditar o posicionamento e instalação da bomba, e este enquanto a
altura de recalque é o ponto de maior elevação do fluido até o destino final da instalação
que por sua vez dita a eficiência da descarga do fluido.
 Distância em metros entre a captação e o ponto de uso final;

15
Conforme mencionado, o diâmetro da tubulação também ajuda a seleccionar o tamanho certo dos
acessórios que devem ser acoplados ao sistema de tubulação. Para Santos (2001), a tubulação de
sucção deve ser a mais certa possível para minimizar a perda de carga e seu diâmetro não deve
ser inferior a boca de entrada da bomba.

Na tubulação de recalque devem ser instaladas, logo após da bomba, um registo gaveta e uma
válvula de retenção.

A válvula de retenção, tem como principal função a protecção da bomba evitando que o líquido
não retorne quando do desligamento da máquina, deve ser colocada entre a saída da bomba e o
registo gaveta. Em caso de necessidade de uso de redução na saída da bomba, a válvula de
retenção é montada logo após a conexão, isto é, deve ser do diâmetro da tubulação de recalque
(MASSARO, 2017).

 Tipo de fonte de captação e vazão disponível;

Estes itens vão ditar ou definir o modo de instalação de todo sistema de bombeamento e a
referencia da bomba a usar.

 Vazão requerida
Facilita o dimensionamento e selecção da bomba que opera a um custo mínimo com máxima
eficiência na evacuação do fluido.

 Capacidade de máxima de energia disponível para o motor.

Este item influencia directamente na eficiência da bomba, pois sem energia necessária a bomba
não terá um bom desempenho.

 Altitude do local em relação ao mar e a temperatura máxima, tipo de água (rio,


poço, chuva).

Estes aspectos são de extrema importância na definição da vida útil da bomba, pois que um bem
dimensionados evitam a cativação dos equipamentos. Este fenómeno “cativação” ocorre no
interior de sistema hidráulico que consiste na formação de bolhas de vapor no meio fluido. Isso
ocorre quando a pressão estática absoluta local cai baixo da pressão de vapor do líquido e,

16
portanto causa graves problemas a bomba interferindo a sua lubrificação e provocando super
aquecimento do mesmo (FOX et al 2006).

17
3. METODOLOGIA

3.1 Natureza e classificação da pesquisa


Para a classificação da pesquisa, foi utilizada a metodologia apresentada por Vergara (1997), que
a classifica em relação a dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins a
pesquisa pode ser exploratória, descritiva, metodologia, aplicada e intervencionista. Quanto aos
meios, a pesquisa é classificada como, bibliográfica, documental, experimental, participante
pesquisa de campo e estudo de casos.

Neste trabalho, quanto aos fins, a pesquisa é exploratória pois, envolve levantamento de dados
para facilitar na identificação do possível problema que constitui o objectivo de estudo. Quanto
aos meios, a pesquisa é classificada como bibliográfica.

3.2 Instrumento de colecta e sequenciamento da pesquisa


Uma das etapas mais importantes da pesquisa é a colecta de dados e informações. Entretanto
foram executados as seguintes actividades para embasar, analisar e propor uma metodologia
aplicada e eficiente para o problema de bombeamento das águas em mineração a céu aberto:

 Revisão de literatura referente a tipos de bombas, características e suas aplicações. Estas


etapas do trabalho foram realizadas por meio de pesquisas em publicações científicas,
presentes em fontes oficiais de publicação, bibliotecas entre outras;
 Estudo de caso sobre avaliação do sistema de bombeamento de água Mina Moatize Lda;
 Aplicação da metodologia proposta como auxílio ao bombeamento de água na mina,
com vista a melhor relação entre produtividade e custos a selecção da mais recomendada;
 Análise e conclusão dos resultados obtidos.

26
4. APRESENTAÇÃO DE DADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Para avaliar os processos de remoção e dimensionar do sistema de bombeamento das águas, foi
necessário fazer uma regreção a mina a fim de obter informações e levantamento do perfil
topográfico da mina, ou seja o ponto de captação das águas ao ponto de descarga, os
comprimentos das tubulações de sucção e recalque e as respectivas conexões, cotas de nível,
capacidade de vazão das bombas, qualidade da água (Turbidez) bem como a observação de
diferentes fenominos que ocorrem durante o bombeamneto das águas na mina.

4.1 Apresentação de dados


As águas concentradas na cava da Mina Moatize Lda são provenientes da passagem do ciclones
Ana e Guambe, de pequenas linhas de água que existem na região, aquíferos e das filtrações das
rochas circundantes da mina. Entretanto desde a ocorrência dos ciclones até os dias actuais, a
cava encontra-se inundada, com um volume estimada em 128.000m³ de água, havendo deste
modo a necessidade para sua remoção através do sistema de bombas e tubulações para a
barragem de decantação e por sua vez drenada para a natureza ou seja conduzida para o rio
Rovúbue. Portanto, para avaliar o processo de evacuação do volume da água acima referido,
foram colectados, apresentados e avaliados os dados referentes aos elementos do controlo,
monitoramento e bombeamento das águas com vista dar lugar a continuidade da extracção de
carvão levado acabo pela empresa na Minas Moatize.

27
Figura 20 : inundação da cava na Minas Moatize
Fonte: Autora 2022

Para a remoção controlada das águas acumulada na mina, foram implantadas ou alocada três
bombas onde todas estão operacionais e em funcionamento pleno localizadas no talude superior
na parte sudeste da cava da mina, onde na presente monografia serão designadas Bombas 01, 02
e 03 respectivamente, cuja características são a seguir descritas.

Figura 21 : Bombas utilizadas para escoamento das água na cava da mina Moatize
Fonte:Autora 2022

28
4.1.1 Bomba 01
Esta bomba pertence a subclasse centrifuga, de cor azul, possuindo um critério de medições
máximo (vazão) de 111,58 m3/h, Potência esta na cifra dos 240 kW onde a força motriz do
motor desta bomba é corrente eléctrica e 75% de eficiência operacional do conjunto bomba e
motor. Todavia, a Peso da mesma é de 340 kg, capacidade de rotação máxima do motor é de
1575 rotações por minuto (rpm), elevação do fluido de 14.57 metros por coluna da água, o
diâmetro de saída é de 160 mm e diâmetro interno de 155mm, cujo comprimento total da
tubulação é 60 metros, na qual os acessórios do sistema de tubulação de sucção é composta por:

 Altura de sucção;
 1 tubo de aço galvanizado;
 1 Tê de passagem lateral;
 2 Uniões de 160 mm de diâmetro externo e 155mm de diâmetro interno;
 1 válvula de retenção;
 1 tubulação de PVC

Com base nos cálculos, das características supra apresentadas e consultas nos dado fornecido
pelo fabricante da bomba, observou-se que o seu rendimento está na ordem de 85%. Portanto, a
figura abaixo ilustra a bomba 01 utilizada na Minas Moatize para o escoamento das águas dentro
da cava para dar lugar as operações unitárias para extracção carvão.

Figura 22 : Bomba 01 utilizada no bombeamento das águas na cava da Minas Moatize


Fonte: Autora 2022

29
4.1.2 Bomba 02

Tal como a bomba 01, a unidade 02 utilizada para o bombeamento das águas da cava na mina
Moatize, também é da subclasse centrífuga, de cor laranja cuja capacidade de elevação de água
está na cifra dos 12.4 metros de altura, vazão máxima de 110,30 m3/h, Potência de 220 kW, força
motriz do motor da bomba é corrente eléctrica trifásica e 75% de eficiência operacional do
conjunto bomba e motor. Peso de 322 kg possuindo uma velocidade de rotação máxima do rotor
de 1475 rotações por minuto (rpm). Para além destas informações, foram também levantadas
seguintes características técnico:

 comprimento da tubagem de sucção 7 m;


 1 União em forma de Tê de passagem lateral
 Diâmetro da Tubulação (PVC e aço galvanizado) 160 mm;
 2 uniões de diâmetro 160 mm;
 Comprimento de recalque 60 m;
 1 Válvula de retenção (Diámentro160 mm);
 Eficiência ou o desempenho normal esta na casa de 69,8%.

Figura 23: Bomba 02 utilizada para o bombeamento de água na cava da Mina Moatize Lda.
Fonte: Autora 2022

30
4.1.3 Bomba 03

Pertence a subclasse centrifuga, com vazamento máximo de 108,42 m3/h, Potência de 240 kW,
alimentada pela corrente eléctrica e 75% de eficiência operacional do conjunto bomba e motor.
Entretanto, a Peso desta bomba é de 340 kg, uma rotação máxima do rotor de 1575 (rpm);
elevação do fluido de 14.57 metros por coluna da água (metro), o diâmetro de saída é de 160mm
e um comprimento total de recalque é 60 metros, onde os acessórios do sistema de tubulação de
sucção é composta por:

 Altura de sucção 10metros;


 1 tubo de Aço galvanizado;
 1 Tê de passagem lateral;
 2 Uniões de 160 mm de diamentro;
 1 valvula de retenção;
 1 tubulação de PVC

Figura 24 : Bomba 03 utilizado para bombeamento das aguas na Minas Moatize


Fonte: Autora 2022

31
4.2.1 Tubulações

O conjunto da tubagem utilizada para o bombeamento das águas da cava para a barragem ou
tanque de decantação é constituída pela tubulação de aço galvanizado cujo comprimentos varia
de 0,6 a 1.70 metros, isto é, entre Tê de passagem Lateral e a tubagem plástica, como ilustra a
figura 14A. Porém a outra parte da conduta é composta por tubulão PVC até o ponto da descarga
(figura 14B).

Para conhecer o comprimento da tubagem, foi necessário fazer o levantamento topográfico do


perfil do terreno na qual permitiu determinar altitude do ponto da captação ao ponto de descarga;
o desnível geométrico do sistema de bombeamento e o comprimento real das tubulações de
sucção (Ts).

Figura 25 : conjunto da Tubagem usada para bombeamento das águas.


Fonte: Autora 2022
As tabela 4 e 5 apresentam de forma resumida as principais características e acessórios de
conexão do sistema de tubulação acoplada nas bombas aplicadas no bombeamento de águas na
cava.

32
Tabela 3: Características das Bombas usadas para a remoção das águas na Mina Moatize
fornecidas pelo fabricante.

Características das Bombas usadas para a Número de Bombas


remoção das águas na Mina 1 2 3
Dados do Fabricante
Potência P [cv] 240 220 332
Velocidade de Rotação [rpm] 1450 1460 1475
Capacidade de Elevação [m] 13.65 16,48 14.57
Vazão de BombaQ [m³/h] 111,58 110,30 114.16
Diâmetro de Tudo D [mm] 155 155 155
Eficiência ou rendiemnto da Bomba [%] 74.8 69,9 93,5
Dados coletados no Campo
Altura de Geometrica H [m] 14.57 14.57 14.57
Comprimento da Sucção [m] 3.59 6.83 8.24

Tabela 4: Os componentes do sistema de Tubagem das bombas utilizadas na Minas Moatize

Caracteristicas da tubulação
Bombas Itens Qt Comp. Diametro
Material de Fabrico
Tubulação [m] [m]
Saída 1 Aço Galvanizado 0.03 0.16

Válvula de Retenção
1 Aço Galvanizado 0.03 0.16
Horizantal

01 Uniões 2 Aço Galvanizado 0.04 0.16


Tê de passagem
1 Aço Galvanizado 0.05 0.16
lateral
Tubo de Sucção 1 PVC 3.59 0.16
Tubulação 1 PVC 63 0.16

33
Total 6 ------------ 66.15 [m] ---------
Saída 1 Aço Galvanizado 0.03 0.16

Válvula de Retenção
1 Aço Galvanizado 0.03 0.16
Horizantal

Uniões 2 Aço Galvanizado 0.04 0.16


02
Tê de passagem
1 Aço Galvanizado 0.05 0.16
lateral
Tubo de Sucção 1 PVC 6.83 0.16
Tubulação 1 PVC 62 0.16
Total 6 ------------ 68.98 [m] ---------
Saída 1 Aço Galvanizado 0.03 0.16

Válvula de Retenção
1 Aço Galvanizado 0.03 0.16
Horizantal

Uniões 2 Aço Galvanizado 0.04 0.16


03
Tê de passagem
1 Aço Galvanizado 0.05 0.16
lateral
Tubo de Sucção 1 PVC 8.24 0.16
Tubulação 1 PVC 61 0.16
Total 6 ------------ 69,39 [m] ---------

4.3. Tanque de Decantação


O sistema de bombeamento utilizado na Mina Moatize obedece preceitos de gestão integrada das
águas, por forma a contemplar as próprias necessidades internas da mina, de utilização da água e
as normas ambientais. Para garantir o controlo da qualidade das águas que retornam ao meio
ambiente a empresa construiu bacias de decantação ou sedimentação, ou por outra, reservatórios
onde são armazenadas as águas colectadas pelo sistema de bombeamento para que as partículas
em suspensão sejam sedimentadas no fundo do tanque após um determinado período de tempo.

Portanto, para o dimensionamento da bacias de decantação foi necessário realizar uma


caracterização das partículas contido na água na qual se notou que esta, possui sedimentos muito

34
fino, pois que detritos mais grossas foram sedimentadas através da gravidade na mina. Contudo,
o tanque de decantação possui um comprimento de quarenta (40) metros, largue de quinze (15)
metros, profundidade de três (3) metros, possuindo uma capacidade volumétrica de 1800 metros
cúbicos respectivamente, onde as pratícolas são decantadas e as águas canalizadas para a
natureza sem tratamento adicionais de grande vulto.

Figura 26 : Bacia de decantação para redução da turbidez das aguas e posterior lançamento da
mesma a natureza.

Fonte: Autora, 2022

4.4 ANÁLISE DE DADOS

Para análise de dados referentes aos processo e sistema de bombeamento de água na Mina
Moatize Lda foram efectuados cálculos e observação no local dos fenómenos para
posteriormente avaliar o desempenho do sistema onde foram tomados como base três bombas em
operação (01, 02 e 03). Portanto verificou-se que as águas são evacuadas por meio de um
conjunto de três bombas centrífugas instaladas nas imediações da cava da mina e a descarga é
feita em uma vala a 60 metros da cava, para depois ser conduzida por força gravitacional para o
tanque de decantação e posterior canalização para o rio Rovúbue sem se beneficiar qualquer
tratamento química, oferecendo assim um certo risco para a biodiversidades aquática incluindo a
população circunvizinha da mina, visto que esta utiliza a mesma para diferentes fins domésticos.
Contudo, para avaliação do sistema de bombeamento instalado na cava, foram considerados

35
seguintes parâmetros: rendimento da bomba, potência, capacidade de elevação das água,
velocidades de escoamento e vazamento da bomba.

4.4.1 Primeira Bomba (01)

Os parâmetros utilizados para determinar as características desta foram altura geométrica, o


Número de Reynolds, factor de atrito, velocidade do escoamento, rugosidade da tubulação,
comprimento da tubulação, comprimento equivalente dos acessórios, além da identificação das
propriedades da água, como massa específica e viscosidade absoluta mencionados na capitulo da
revisão das literaturas.

A bomba 01 foi instalada com uma potência de consumo de 240 kW para impulsionar a água
com vazão de 111,58 m3/h a uma altura de 14,57 metros e um rendimento operacional de 85%.
Uma vez que a densidade da água bombeada é de 1260 kgf/cm2, e usando a formula 1 da revisão
bibliográfica, chegou-se a uma potência efectiva de 221, 31 kW, como demostra o cálculo a
seguir:

4.4.1.1 Cálculos preliminares

Para o cálculo da altura manométrica ou seja a diferença de cotas entre o ponto de captação e de
descarga das águas, foram colectadas coordenadas nos respectivos locais, subtraindo a cota do
ponto de descarga com a de captação obtendo assim seguinte resultado:

H=Δy – Δx

H= 214-199,43= 14,57m

Com base neste resultado, foi possível determinar a potência do motor e da bomba utilizando as
expressões:

Q  H  g  ρ 111,58  14,57  9,81 1,26


PB1    221,31 kW
ηb 90,8

36
Com esse resultado, pode-se concluir que a bomba trabalha com uma potência de 18,69% a
baixo da instalada.

O motor que trabalha com a primeira bomba foi instalada para trabalhar com uma potência de
650 kW e rendimento de 95,6. A água é bombeada em tubulação de 160 mm de diâmetro externo
e 155 mm de diâmetro externo. Usando a fórmula 2 da revisão bibliográfica, chegou-se a uma
potência efectiva de 829,91 kW como demostra o cálculo a seguir:

 QHgρ   111,58  14,57  9,81 1,26 


PM1     0,366     0,366  829,91 kW
 ηm  ηb   97,6  90,8 

Do resultado do cálculo anterior, pode-se concluir que o motor trabalha com uma potência de
179,91 kW a cima da potência instalada.

Tendo as potência efectivas do primeiro conjunto bomba 1 e motor 1, e usando a fórmula 3 da


revisão bibliográfica, chegou-se a um valor de 26,67% de eficiência operacional deste conjunto
como demostra o cálculo a baixo:

P   221,31kW 
E B1/M1   B1   100%     100%  26,67%
 PM1   829,91kW 

Com este resultado anterior, nota-se que o conjunto trabalha com um eficiência de 50% da
recomendada (eficiência instalada).

4.4.1.2 Calculo de Prca de Carga


Para a determinação da perca de carga da água nas tubulação acopuladas na primeira bomba, foi
feita com base a equacao do numero quatro da revisao bibliografica. Com base nesta espresssao
verificou se que a mesma esta na cifra dos 0,49 m/s², como ilustra a operação abaixo:

𝐿 𝑉2 69,39 [mm (3,28 m/s)2


𝑃carga = 𝑓 × × = 0,002 × × = 0,49m/s2
𝐷𝑖 2 × 𝑔 0,155 m 2 × 9,81 m/s2

37
4.4.2 Segunda Bomba
4.4.2.1 Potência Efectiva da Bomba

A segunda bomba foi instalada com uma potência de consumo de 220 kW para impulsionar a
água com vazão de 110,30 m3/h a uma altura de 12,40 metros e um rendimento operacional de
79,8. Uma vez que a densidade da água bombeada é de 1,260 kgf/cm2, e usando a formula 1 da
revisão bibliográfica, chegou-se a uma potência efectiva de 211,85 kW, como demostra o cálculo
a seguir:

Q  H  g  ρ 110,30  12,40  9,81 1,26


PB2    211,85 kW
ηb 79,8

Com esse resultado, pode-se notar que a bomba trabalha com uma potência de 211.85kw da
potência instalada.

4.4.2.2 Potência Efectiva do Motor


O motor que trabalha com a segunda bomba têm as mesmas características do motor que trabalha
com a primeira bomba. Como no caso anterior, a água é bombeada em tubulação de 160 mm de
diâmetro externo e 155 mm de diâmetro interno.

Usando a fórmula 2 da revisão bibliográfica, chegou-se a uma potência nominal efectiva de


794.45 kW como demostram os cálculo que se seguem:

 QHgρ   110,30  12,40  9,81 1260 


PM2     0,366     0,366  794,45 kW
 ηm  ηb   97,6  79,8 

Com base no resultado cálculo anterioriormente, pode-se verificar que o motor trabalha com uma
potência de 144,45 kW a cima da potência instalada.

4.4.2.3 Velocidade De Vazão Da Agua Na Tubagem


Para determinar a velocidade de vazão na tubulação, utilizou se a expressão do numero 5, na qual
teve seguinte resultado:

V=𝐹𝑥√2𝑥𝑔𝑥𝐷𝑥ꝸ =1,6x√2𝑥9,8𝑥0,155𝑥1,26 = 4.34𝑚/𝑠

38
4.4.2.4 perca de Carga
Para calcular a perca de caga da segunda bomba, foi aplicada a epressão numero quatro (4) da
revisao bibliografica, com a qual obteve se seguinte resultado:

𝐿 𝑉2 69,39 [mm (3,28 m/s)2


𝑃carga = 𝑓 × × = 0,002 × × = 0,49 m/s2
𝐷𝑖 2 × 𝑔 0,155 m 2 × 9,81 m/s2

4.4.2.4 Eficiência Operacional do Conjunto (Motor/Bomba)

Tendo as potência efectivas do primeiro conjunto bomba 1 e motor 1, que são 211,85 kW e
794,45 kW respectivamente e usando a fórmula 3 da revisão bibliográfica, chegou-se a um valor
de 26,67% de eficiência operacional deste conjunto como demostra o cálculo a baixo:

P   211,85 kW 
E B2/M2   B1   100%     100%  26,67
 PM1   794,45 kW 

Com este resultado anterior, observa-se que o conjunto trabalha com uma eficiência de 35,56%
da recomendada (eficiência instalada).

4.4.3 Terceiro Bomba


4.4.3.1 Potência Efectiva da Bomba
A terceira bomba foi instalada com a mesma potência de consumo da primeira bomba (240 kW)
e impulsiona a água com vazão de 108,42 m3/h a uma altura de 14,57 metros e um rendimento
operacional de 83,9. Das informações colhidas com a direcção da empresa, diz que a densidade
da água bombeada é de 1260 kgf/cm2.

Usando a formula 1 da revisão bibliográfica, chegou-se a uma potência efectiva de 232,73 kW,
como demostra o cálculo a seguir:

Q  H  g  ρ 108,42  14,57  9,81 1,26


PB3    232,73 kW
ηb 83,9

Com esse resultado, pode-se concluir que a bomba trabalha com 96,97% da potência instalada.

39
4.4.4.2 Potência Efectiva do Motor
Os três motores que trabalham com as bombas tem as mesmas característica estaladas de 650 kW
de potência e 95,6 amperes de rendimento. A água de 1260 kgf/cm2 é bombeada em tubulação de
160 mm de diâmetro externo e 155 mm de diâmetro interno. Usando a fórmula 2 da revisão
bibliográfica, chegou-se a uma potência efectiva de 872,73 kW como demostra o cálculo a
seguir:

 QHgρ   108,42  14,57  9,81 1260 


PM3     0,366     0,366  872,73 kW
 η m  η b   97 ,6  83,9 

Através do resultado, pode-se verificar que o motor trabalha com uma potência de 222,73 kW a
cima da potência instalada.

4.4.4.3 Eficiência Operacional do Conjunto (Motor/Bomba)


Tendo os valores das potências efectivas do motor e da bomba que são 872,73 kW e 232,73 kW
respectivamente, e usando a fórmula 3 da revisão bibliográfica, chegou-se a um valor de 26,67%
de eficiência operacional deste conjunto como demostra o cálculo a baixo:

P   232,73
E B3/M3   B3   100%     100%  26,67 kW
 P3   872,73 

Com este resultado, nota-se que o conjunto trabalha com uma eficiência de 48,33% da eficiência
instalada.

4.4.4.4 Velocidade na água na tubulação


Tendo um fluxo homogéneo na linha, o fluxo da água apresenta um componente de velocidade
em todas as direcções de escoamento. Uma vez que as tubulações principais utilizadas são de
PVC (borracha), com 160 mm de diâmetro externo e 155 mm de diâmetro interno. Para o cálculo
da velocidade do fluxo, os tubos de PVC são aplicável um factor de diluição de 1,6.

Usando a fórmula 4 da revisão bibliográfica e os parâmetros já apresentados anteriormente,


chegou-se a uma velocidade do fluxo nas tubulações de 3.28 m/s.

𝑉 = Fl × √2 × 𝑔 × 𝐷 × 𝜌

𝑉 = 1,6√2 × 9,81 × 0,160 × 1,26 = 3.28 m/s

40
4.4.4.5 Perda de carga na tubulação
Diferentes dos fluídos heterogéneos, há que se levar em conta a influência de sólidos na
formação de gradiente de pressão desenvolvido em tubulações de fluídos homogéneos.

Uma vez que o fluxo da agua têm uma velocidade de 4.48 m/s nas tubulações, e essas tem um
comprimento de 69,39 m metros e diâmetro interno de 155 mm, usando a fórmula 5 da revisão
bibliográfica e coeficiente ou factor de 0,002m/s aplicável para tubulações de PVC, chegou-se a
uma perda de carga na tubulação de 0,0053, segundo a demostração.

𝐿 𝑉2 69,39 [mm (3,28 m/s)2


𝑃carga =𝑓× × = 0,002 × × = 0,49m/s2
𝐷𝑖 2 × 𝑔 0,155 m 2 × 9,81 m/s2

4.5. INTERPRETAÇÃO DOS DADOS


Com base nas expedições feitas na mina com vista a familiarizar-se com as actividades, foi
possível fazer observações importantes no que refere aos processos de bombeamento das águas
na cava. Também serviu para o levantamento de dados que permitiram a compilação deste
trabalho. Contudo, Para a remoção controlada das águas acumulada na mina, foram implantadas
ou alocada três bombas onde todas estão operacionais e em funcionamento pleno localizadas no
talude superior na parte sudeste da cava, onde na presente monografia serão designadas Bombas
01, 02 e 03, respectivamente, cuja características são a seguir descritas. por coluna de água (mca)
de acordo com os dados do fabricante. Portanto, a pequena altura de elevação da água é traduzida
pela pouca profundidade da cava da mina.

Tabela 5: Resumo das parâmetros das bombas de acordo com os valores resultado de cálculos

Parametros Estudados
Bombas Pot. Efect. Pot.Motor Altura Perca de Rend.
Velocidade Vazão
da Bomba Manometrica Carga [ Efectiva
[kW] da água [m/h]
[kW] [m] m/s 2 ] [%]
01 221.31 829,91 14,57 3.28 0.49 111,57 26, 67
02 211,85 794,45 14,57 3.28 0.49 108,42 26, 67
03 231,73 872,73 `14,57 3.28 0.49 114.16 26, 67

41
Olhando nas condições operacionais do sistema de bombeamento da empresa em estudo e dos
resultados obtidos a partir dos cálculos efectuados baseando se nas características do sistema de
bombeamento apresentados na tabela acima, pode se notar que todas bombas possui um
rendimento muito baixo, isto é 26, 67 %, demostrando que as mesmas estão a trabalhar a baixo
da eficiência normal que seria de 74.8, 69.9 e 93.5% repectivamente segundo as recomendacoes
do fabricante.

A perca de carga na tubulacao e raltivamente menor visto que a tubulação ou seja o sistema não
apresenta muitas uniões nem remenda na tubulacão. Além disso a tubagem utilizada têm bom
acabamento na sua superficies internas, reduzindo neste caso o atrito.

42
CAPITULO V

CONCLUSÕES E RECOMENDACÕES

5.1 Conclusões
Depois de desenvolvido o estudo sobre avaliação dos processo e análise da eficiência do sistema
de bombeamento de água na Minas Moatize Limitada, conclui-se que:

 Na Mina Moatize Lda, a acumulação das aguas na cava da mina têm acontecido devido a
grande volume de águas das chuvas e de filtração, onde a sua a evacuação é feita por
meio de três bombas de diferentes capacidade de escoamento das águas;

 Com base nas obsvações feitas no campo assim como ilustrações de figuras no trabalho,
pode se constatar que as tubulações possuem poucas uniões ou remendos, presumindo se
que as percas de carga da agua é proveniente da obsulência das bombas e elevado declive
enre os pontos de captação e descagas;

 Há probabilidade que a cava esteja ser reabastecido pelas linhas de águas subterrâneas ,
razão pela qual o vazamento tem sido lento.

43
5.2 Recomendações

Com vista o melhoramento do sistema de bombeamento das águas na cava da Mina Moatize Lda
no processo de mineração de carvão recomenda-se:
 A instalação de um sistema de bombeamento adequado e eficiente na mina tendo em
conta o maior volume de água de filtração na cava. Este sistema deve incluir bombas com
capacidades de escoamento de água numa maior vazão em tempos reduzido;
 Impermeabilização dos talude, pois a região é atravessada por diversas linhas de águas
fluviais incluindo águas subterrâneas visto que a cava da mina atingiu a cota dos lençóis
freático;
 Elaborar um plano de manutenção de todo o sistema de bombeamento, este plano pode
servir de uma acção de modo que não haja muita perda de carga na tubulação que por sua
vez pode resultar no aumento da eficiência das bombas;
 Dimensionar as bombas consoante as condições do local e seguir com as instruções nos
manuais para garantir um funcionamento eficaz e longevidade da vida útil dos
equipamentos.

44
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Machado, A. A. F., Estudo dos Impactos de um Poço de Rebaixamento de Lençol


Freático nas Operações Mineiras, Araxá/Mg 2020;
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Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de minas) – Universidade
Federal de Alfena, 2014;
3. GONZAGA, Leonardo Alves. Análise de sistemas de bombeamento: Dimensionamento
de sistema de recalque de água bruta para a estação de tratamento de água do município
de Brazlândia – DF. 2019. 68f. Monografia (Graduação em Engenharia Mecânica).
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4. SANTOS, Pedro Eustáquio dos. Seleção de uma Moto Bomba para Mineração de
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Engenharia Mecânica) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Cornélio Procópio,
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6. Cleiton Birck, Estudo do Controle de Vazão de Bombas de Água para Redução de Custo
de Processo Industrial,
7. Souza, Pedro Henrique A. I. Apresentação dos Cálculos para Seleção de Bomba para
Sistema de Reaproveitamento de Água de Poços Artesianos/ Pedro Henrique A. I. de
Souza – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2014
8. Souza, Pedro Henrique A. I. Apresentação dos Cálculos para Seleção de Bomba para
Sistema de Reaproveitamento de Água de Poços Artesianos/ Pedro Henrique A. I. de
Souza – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2014.
9. Arthur antunes ferreira machado, Estudo dos impactos de um poço de rebaixamento de
lençol freático nas operações mineiras Araxá/mg, 2020;
10. Mata, Carlos Eduardo Domingues, Dimensionamento de sistema de drenagem aplicado a
uma mina de extração de areia / Carlos Eduardo Domingues da Mata;
11. RAFAELA DE FREITAS REZENDE, DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE
DRENAGEM TRADICIONAL E SISTEMA MG;

45
12. BERNARDO, S.; SOARES, A.A.; MANTOVANI, E.C. Manual de irrigação. 7.ed.
Viçosa: Imprensa Universitária, 2005;
13. SANTOS, W.L. Desenvolvimento de uma metodologia para representação analítica de
curvas características de bombas hidráulicas visando à sua seleção, ao seu
dimensionamento e à simulação de sua operação. 2001. 698 f. Tese (Doutorado em
Engenharia Agrícola) – Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de
Viçosa, Viçosa - MG, 2001;
14. SHINEIDER. Catálogo de bombas: bibliográficas, eletrônicas e demais formas de
15. documentos. disponível em < http://www.schneider-electric.com/br/pt/index.jsp>. Acesso
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16. CARVALHO , DJALMA FRANCISCO, Instalações Elevatórias – Bombas. 3ª ed,
1984, ED PUC/MG. GRÁFICA FUMARC;
17. [ 2 ] MACINTYRE , ARCHIBALD JOSEPH, Bombas e Instalações de Bombeamento.
2ª ed, 1987, ED Guanabara Koogan S.A.
18. EDUARDO PIASSI NICOLI ANDERSON JUSTINO GILSON,ANÁLISE
EXPERIMENTAL DE CURVAS DE BOMBAS CENTRIFUGAS RADIAIS,
VITÓRIA, 2004.

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