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ARTES

Sumário
1º ETAPA ................................................................................. 4
I- UNIDADE: A ARTE NO ENSINO MÉDIO .............................. 4
1- História da arte antiga ......................................................... 4
1.1 Arte pré-histórica .............................................................. 4
1.2 Arte egípcia ...................................................................... 5
1.3 Arte grega ........................................................................ 5
1.4 Arte romana ..................................................................... 6
II- UNIDADE: HISTÓRIA DA ARTE NEGRA NO BRASIL ............. 7
2. A influência negra: .............................................................. 7
2.1 Na dança ......................................................................... 7
2.2 Nos ritmos musicais ........................................................... 7
2.3 Nos instrumentos musicais ................................................. 8
2.3 No artesanato ................................................................... 9
2.4 Na culinária .................................................................... 10
III- UNIDADE ....................................................................... 11
3. A música, uma arte ........................................................... 11
3.1 Uma forma de comunicação .............................................. 11
3.2 Como se produz uma comunicação musical ......................... 11
3.3 Gêneros musicais ............................................................ 12
4. Formas musicais ............................................................... 14
4.1 Formas vocais ................................................................. 14
4.2 Formas instrumentais ...................................................... 17
4.3 Espetáculo Musical........................................................... 17
5. História da música ............................................................. 17
5.1 Medieval ........................................................................ 17
5.2 Renascentista barroca ...................................................... 18
5.3 Música popular brasileira .................................................. 19
IV – UNIDADE ...................................................................... 22
6. Arte e cultura paraense ...................................................... 22
6.1 Nas danças ..................................................................... 22
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6.2 Nas lendas ..................................................................... 22


6.3 Nos pontos turísticos........................................................ 23
6.4 Nos ritmos musicais ......................................................... 25
6.5 Nos instrumentos musicais ............................................... 26
6.6 Na culinária .................................................................... 26
6.7 No artesanato ................................................................. 27
2º ETAPA .............................................................................. 29
I- UNIDADE .......................................................................... 29
1- História da arte ................................................................ 29
1.1 Arte medieval ................................................................. 29
1.3 Arte barroca ................................................................... 31
1.4 Rococó........................................................................... 32
1.5 Neoclassicismo ................................................................ 33
1.6 Neoclassicismo no Brasil ................................................... 34
1.7 Romantismo ................................................................... 34
1.8 Romantismo no Brasil ...................................................... 36
1.9 Realismo ........................................................................ 36
1.10 Realismo no Brasil ......................................................... 37
1.11 Arte contemporânea: Histórico mundial; no Brasil .............. 38
II UNIDADE .......................................................................... 39
2. Teatro ............................................................................. 39
2.1 História do teatro ............................................................ 39
2.2 Tragédia e comédia ......................................................... 40
2.3 Espaço cênico ................................................................. 41
2.4 Máscara e magia ............................................................. 41
2.5 Elementos do teatro......................................................... 42
III- UNIDADE ....................................................................... 44
3. Dança ............................................................................. 44
3.1 História da dança ............................................................ 44
3.2 Dança e educação ........................................................... 46
3.3 Classificação e gênero ...................................................... 47
3.4 Breve história da dança moderna ....................................... 47

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IV - UNIDADE ....................................................................... 48
4. Música ............................................................................. 48
4.1 A música brasileira através dos tempos .............................. 48
4.2 Principais compositores e cantores ..................................... 50
4.3 Música popular paraense .................................................. 54
4.4 Principais compositores e cantores ..................................... 55

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1º ETAPA
I- UNIDADE: A ARTE NO ENSINO MÉDIO
RESUMO SOBRE O ESTUDO DA ARTE NO ENSINO MÉDIO
1- História da arte antiga
1.1 Arte pré-histórica
Os povos antigos, antes de
conhecerem a escrita, já
produziam obras de arte. Os
homens das cavernas faziam
bonitas figuras em suas
paredes, representando os
animais e pessoas da época,
com cenas de caças e ritos
religiosos. Faziam também
esculturas em madeira, ossos e
pedras; os cientistas estudam esses objetos e pinturas, e conseguem
saber como viviam aqueles povos antigos.
Além da arte dos povos pré-históricos, também é considerada arte
primitiva aquela produzida pelos índios e outros povos que viviam na
América antes da vinda de Colombo. Os maias, os astecas e os incas
representavam a arte pré-colombiana. São pinturas, esculturas e
templos maravilhosos, feitos de pedras ou materiais preciosos, que nos
contam a história desses povos
Na atualidade e também há arte primitiva: os negros africanos, que
produzem máscaras para rituais, esculturas e pinturas; os nativos da
Oceania (Polinésia, Melanésia, etc.) também tem arte primitiva com
estilo próprio; assim também os índios americanos produzem objetos
de arte primitiva muito apreciados entre os povos atuais.

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1.2 Arte egípcia


A Arte Egípcia nasceu há mais de
3000 anos a.C. e está ligada à
religiosidade, visto que a maior
parte das suas estátuas,
pinturas, monumentos e obras
arquitetônicas se manifesta em
temas religiosos. Assim, o
interior dos templos, bem como
as peças ou espaços
relacionados com o culto dos
mortos, eram artisticamente elaborados. Os túmulos são um dos
aspectos mais representativos da arte egípcia.
Isso porque os egípcios acreditavam na imortalidade da alma e que ela
poderia sofrer eternamente, caso o corpo fosse profanado. Daí decorre
a mumificação e o caráter monumental do local onde as múmias eram
colocadas, cujo objetivo estava voltado para protegê-las pela
eternidade.
O faraó contratava artistas para desenhar e pintar nas paredes das
pirâmides, que viriam a ser os seus túmulos. Essas pinturas
detalhavam a vida deles e seu entorno, de modo que essa arte registra
parte da história do Egito.
1.3 Arte grega
A arte grega abarca todas as manifestações artísticas e revela a
história, a estética e mesmo a filosofia desta civilização. A arte grega
passou pelos períodos arcaico, clássico e helenístico, e cada uma
dessas fases históricas, influenciou a elaboração das obras.
Os gregos se destacaram especialmente
na pintura, na arquitetura e na escultura.
Vejamos algumas características:
Simetria; Perfeição; Obras realizadas a
partir de modelos vivos; Uso religioso,
doméstico ou funerário.
As pinturas e esculturas eram concebidas
a fim de serem belas e assim perfeitas, de acordo com os princípios da
filosofia grega. Esta, talvez, seja a principal característica da arte
grega, o que a torna singular e cujas influências são visíveis até os
nossos dias.

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As artes foram ainda influenciadas pelas próprias civilizações com as


quais a Grécia se relacionava. Afinal, a Magna Grécia, compreendeu
possessões na costa da Turquia, Macedônia, e sul da Itália.
1.4 Arte romana
Influenciada fortemente pelos etruscos e gregos, as manifestações
artísticas romanas mais significativas remontam ao estabelecimento da
República no ano de 509 a.C.
Apesar disso, conhecemos poucos nomes de seus artistas e arquitetos,
posto que era uma arte coletiva ou feita para seus mecenas.
A arte romana é dividida em arte da Roma Republicana (antes de 27
a.C.) e a da Roma Imperial (do ano 27 a.C. em diante).
Os romanos aproveitaram a cultural dos
etruscos, cuja arte era bastante
desenvolvida, bem como deixaram-se
influenciar pelos padrões estéticos gregos,
que admiravam.
Quando os romanos conquistaram a Grécia
ficaram fascinados com a sua arte e
começaram a imitar os gregos. Daí resulta
que muitas das características da arte grega
são encontradas na arte romana.
A arquitetura foi a maior de todas as expressões artísticas dos
romanos. A pintura romana, classificada em quatro estilos,
caracteriza-se ora pelo colorido das paredes, ora pelo ilusionismo ou
pela riqueza de detalhes. Os artistas romanos trabalharam uma grande
variedade de temas, como acontecimentos históricos e cotidianos,
lendas, conquistas militares, efígies e natureza-morta.
As pinturas romanas eram realizadas em murais (afrescos) e possuíam
tridimensionalidade. Os materiais utilizados variavam de metais em pó,
vidros pulverizados, substâncias extraídas de moluscos, pó de madeira
e até de seivas de árvores. Além dos afrescos, encontramos mosaicos
romanos por todas as partes do Império. Eles variam de modelos
contemplativos de tesselas brancas e negras até as composições
figurativas de várias cores.

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II- UNIDADE: HISTÓRIA DA ARTE NEGRA NO BRASIL


2. A influência negra:
2.1 Na dança
Para o Brasil, são imensas e ainda hoje incomensuráveis as
contribuições de mulheres e homens oriundos da África (de Cabo Verde
à África do sul, na Costa Atlântica e Moçambique, na Costa do Índico,
do interior do continente africano) das nações jla, courá, mina, nagô,
ewe ou jej, hauçá, exanti, mup´r, bornu, gurunxe, fulá, malê, cabinda,
benguela, congo, angola, macua, angico,sentys, berbere, jalofo,
felupe, mandinga etc.
O folclore é entendido como o conjunto de manifestações espirituais,
materiais e culturais de origem popular, transmitidos via oral ou pela
prática de geração em geração. Compreende, assim, as tradições,
festas, danças, canções, lendas, superstições, comidas típicas,
vestimentas e artesanatos-cultivados especialmente pelas camadas
populares. A escravidão foi responsável pela contribuição africana para
o folclore, principalmente por que os negros eram trazidos de diversas
áreas do velho continente.
2.2 Nos ritmos musicais
A cultura imaterial (danças, festas, contos, lendas e religiões) é bem
variada. Na dança destaca-se:
 Coco: Também denominado “bambelô”, é muito dançando da
região praiana do Nordeste, sobretudo Alagoas. É uma dança de
roda, cuja coreografia é mais um sapateado, acompanhado de
plantas
 Frevo: Teve origem na
capoeira, cujos movimentos
foram estilizados para evitar a
repressão policial. O nome
vem da ideia de fervura
(pronunciada incorretamente
como “frevura”). É uma dança
coletiva, executada com uma
sombrinha, que seve para
manter o equilíbrio e
embelezar a coreografia. Atualmente, é símbolo do carnaval
pernambucano.
 Moçambique: Frequentemente executado em São Paulo, Minas
Gerais, e no Brasil Central. Os participantes formam uma esteira
de losangos com bastões, pulam, agacham, e sacodem, sem
tocar nos bastões. Enquanto dançam e louvam aos santos, em
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solo e coro. Considerado por alguns folcloristas uma dança, por


outros um folguedos (ou festa popular).
 Maracatu:
É propriamente um desfile carnavalesco,
remanescente das cerimônias de
coroação dos reis africanos. A tradição
teve início pela necessidade dos chefes
tribais, vindos do Congo e de Angola, de
expor sua força e seu poder, mesmo com
a escravidão. Atualmente faz parte do
carnaval de Pernambuco.
 Capoeira: trazida pelos negros de Angola, inicialmente, não era
praticada como luta, mas como dança religiosa. Mas, no século
XVI, para resistir às expedições que pretendiam exterminar
Palmares, os escravos foragidos aplicavam os movimentos da
capoeira como recurso de ataque e defesa.
A literatura popular de origem africana é riquíssima. Ela contém uma
vasta série de contos e lendas, que hoje integram o folclore brasileiro:
contos totêmicos, ou seja, conjuntos de animais, como: tartaruga,
lebre, sapo, antílope, elefante, crocodilo etc.
Contos de assombrações e entidades sobrenaturais, como a lenda do
quibungo, que significa lobo. É uma espécie de entidade sobrenatural,
meio homem, meio animal, que possui um enorme buraco no meio das
costas, na qual atira meninos que persegue para comer.
2.3 Nos instrumentos musicais
Na música a cultura africana contribuiu com os ritmos que são a base
de boa parte da música popular brasileira. Gêneros musicais coloniais
de influência africana, como o lundu, terminaram dando origem à base
rítmica do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros
musicais atuais. Também há alguns instrumentos musicais brasileiros,
como o berimbau, o afoxé e o agogô, que são de origem africana. O
berimbau é o instrumento utilizado para criar o ritmo que acompanha
os passos da capoeira, mistura de dança e arte marcial criada pelos
escravos no Brasil colonial.
Entre os instrumentos trazidos pelos africanos para o Brasil se
destacam os de percussão, segundo o dicionário da língua portuguesa
Aurélio (1998):
Afoxé: cabaça coberta por uma redinha de malha, em cujas
intersecções se colocam sementes ou conchas.
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Atabaque: espécies de caixa alta, com couro somente na abertura de


maior diâmetro, que se percute com as mãos.
Agogô: par de campânulas ou sinetas sem badalo, de ferro,
conectadas por uma haste encurvada, do mesmo material, que se
percute com uma baqueta de madeira ou ferro
Berimbau: arco de madeira retesado por corda de arame, com uma
cabaça aberta presa à parte inferior externa do arco, tocado com uma
vareta de madeira e com o dobrão (peça de metal), com
acompanhamento do caxixi.
Caxixi: tambor cilíndrico, com couro em uma só abertura, em cujo
centro está preso uma vareta de madeira, que friccionada com um
pano molhado ou a própria mão produz o som.
2.3 No artesanato
 Arte africana na atualidade
Muitas das chamadas artes tradicionais da África estão sendo ainda
trabalhadas, entalhadas e usadas dentro de contextos tradicionais.
Mas, como em todos os períodos da arte, importantes inovações
também têm sido assimiladas, havendo uma coexistência dos estilos e
modos de expressão já estabelecidos com essas inovações que
surgem. Nos últimos anos, com o desenvolvimento dos transportes e
das comunicações dentro do continente, um grande número de formas
de arte tem sido disseminado por entre as diversas culturas africanas.
A arte Africana tem uma coisa interessante. Você pode achar
semelhança entre dois países sem eles se assemelharem.
Além das próprias influências africanas, algumas mudanças têm sua
origem em outras civilizações. Por exemplo, a arquitetura e as formas
islâmicas podem ser vistas hoje em algumas regiões da Nigéria, em
Mali, Burkina Faso e Niger. Alguns desenhos e pinturas do leste indiano
têm bastante similaridade em suas formas com as esculturas e
máscaras de artistas dos povos Dibibio e Efik que se estabelecem ao
sul da Nigéria. Temas cristãos também tem sido observados nos
trabalhos de artistas contemporâneos, principalmente em igrejas e
catedrais africanas. Vê-se ainda na África, nos últimos anos, um
desenvolvimento de formas e estruturas ocidentais modernas, como
bancos, estabelecimentos comerciais e sedes governamentais.
Os turistas também tem sido responsáveis por uma nova demanda das
artes, particularmente por máscaras decorativas e esculturas africanas
feitas de marfim e ébano. O desenvolvimento das escolas de arte e
arquitetura em cidades africanas, tem incentivado os artistas a
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trabalhar com novos meios, tais como cimento, óleo, pedras, alumínio,
com uma utilização de diferentes cores e desenhos. Ashira Olatunde
da Nigéria e Nicholas Mukomberanwa de Zimbábue estão entre os
maiores patrocinadores desse novo tipo de arte na África.
As formas de arte africana
A pintura é empregada na decoração das paredes dos palácios reais,
celeiros, das choupas sagradas. Seus motivos, muito variados, vão
desde formas essencialmente geométricas até a reprodução de cenas
de caça e guerra. Serve também para o acabamento das máscaras e
para os adornos corporais. A mais importante manifestação da arte
africana é, porém, a escultura. A madeira é um dos materiais
preferidos. Ao trabalhá-la, o escultor associa outras técnicas (cestaria,
pintura, colagem de tecidos).
 As máscaras africanas
As "máscaras" são as formas mais conhecidas da plástica africana.
Constituem síntese de elementos simbólicos mais variados se
convertendo em expressões da vontade criadora do africano.
Foram os objetos que mais impressionaram os povos europeus desde
as primeiras exposições em museus do Velho Mundo, através de
milhares de peças saqueadas do patrimônio cultural da África, embora
sem reconhecimento de seu significado simbólico.
A máscara transforma o corpo do bailarino que conserva sua
individualidade e, servindo-se dele como se fosse um suporte vivo e
animado, encarna a outro ser; gênio, animal mítico que é
representando assim momentaneamente. Uma máscara é um ser que
protege quem a carrega. Está destinada a captar a força vital que
escapa de um ser humano ou de um animal, no momento de sua
morte. A energia captada na máscara é controlada e posteriormente
redistribuída em benefício da coletividade. Como exemplo dessas
máscaras destacamos as Epa e as Gueledeé ou Gelede.
2.4 Na culinária
Vatapá, feijoada, cocada, acarajé. É extensa a lista de comidas que
têm influência africana e que estão no cardápio dos brasileiros.
Ingredientes como o leite de côco, o inhame e o dendê acrescentam
sabor aos alimentos.
E como não falar da famosa feijoada. O preparo era feito pelos
africanos escravizados, que usavam feijão preto e sobras de carnes,
dispensadas pelos senhores de engenho. A feijoada é considerada um
prato brasileiro com forte influência africana.
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Nosso cardápio tem forte influência negra, os temperos, o preparo e o


ritual que para as religiões afro-brasileiras passa pelo alimento
destinado a cada orixá. Saiba quais são os principais alimentos
oferecidos a Ogum, Iemanjá e Oxalá. A comida para a cultura afro
alimenta o corpo e o espírito.

III- UNIDADE
3. A música, uma arte
3.1 Uma forma de comunicação
A música é uma arte emitida por sons que o homem se serve para
comunicar. Ela é a expressão máxima da cultura dos povos. Através
dela chegam-nos, tradições, sentimentos e regras. Cada um assimila e
vive a música de acordo com a sua sensibilidade e identidade. As
melodias recordam-nos experiências, pessoas e marcam fases da
nossa vida. Se nos deixarmos invadir, iniciamos viagens interiores que
podem terminar numa ténue recordação de tempos distantes, como
num sonho fascinante.
3.2 Como se produz uma comunicação musical
Se você fechar os olhos e tentar parar de ouvir, com certeza não obterá
êxito. O universo pulsa e ele produz algo constantemente: som. Até o
século XIX, uma coisa era música e outra, barulho. O desenvolvimento
intelectual e comunicativo dos cem anos seguintes nos deixou de
legado a confusão entre qualidade e gosto musical. Ou seja, há uma
dificuldade em entender se uma banda, um projeto ou um artista solo
faz música, publicidade ou arte. Não dá para se ter uma opinião
unânime sobre o que é ou não é válido no mundo da música. Muito não
passa de achismo e gosto pessoal. Até porque parte vai achar que o
que vale é fazer música e outros acharão que o importante é ter quem
goste (e compre). De qualquer forma, a comunicação é o X dessa
equação. Ela não é mais generalizada, ela é de nicho, feita para o fã
do estilo, da banda, do movimento cultural ou social que está contido
junto à música, propriamente. Um trabalho com música é dependente
de como e para quem ele é comunicado. A maneira do artista interagir
e a forma como o público responde a isso podem garantir bons
comentários, aparições nas mídias tradicionais e atuais (timeline,
blogs, feeds). O boca-a-boca (mouse-a-mouse) entre amigos estimula
a audição. Antes da internet, a indústria fonográfica bancava a
gravação e a exposição das bandas nas rádios e TVs. O jornalismo
oficial e as edições independentes como zines também davam uma
força na divulgação.
O que mudou na verdade é a força e a importância artística dadas ao
que se escuta na caixinha e ao que se vê na telinha. Infelizmente,
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temos estações de rádio e canais de TV que se fixaram em um tipo de


música efêmera e que não dura.
Portanto, o primeiro passo é entender o que é que está sendo proposto
e escrever sobre isso.
É importante compreender que não só um texto de apresentação deve
ser produzido, mas o constante envio de releases para a imprensa
sobre toda e qualquer participação em eventos, conquistas e novidades
é mais do que sadia, é necessária.
3.3 Gêneros musicais
Gêneros musicais na atualidade brasileira
Quando ouvimos falar em gêneros musicais automaticamente
lembramos dos que mais nos agradam. Porém existe um universo de
gêneros musicais.
Então veja essa lista com os principais gêneros musicais existentes:
Axé Gospel Pop
Blues Hip Hop Rap
Country Jazz Reggae
Eletrônica MPB Rock
Forró Música clássica Samba
Funk Pagode Sertanejo
Lembrando sempre que, alguns gêneros possuem subgêneros, em
função de suas especificações.
 Gêneros musicais mais populares no Brasil
Pesquisa realizada pelo IBOPE, traz dados que mostram o quanto a
população brasileira é eclética e heterogênea. O resultado da pesquisa
não é surpreendente, muito pelo contrário, porém ressalta o quanto a
música local é forte em certas regiões do Brasil.
Sertanejo: O sertanejo é o queridinho do brasileiro, isso foi
comprovado com a liderança em praticamente todos os estados.
Segundo a pesquisa, 58% dos brasileiros escutam sertanejo pelo
menos uma vez por semana.
Um subgênero do Sertanejo, que vem crescendo diariamente é um dos
principais responsáveis pelo Sertanejo ocupar o 1º lugar nessa
pesquisa, é o Sertanejo Universitário,

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Em questões técnicas, o Sertanejo Universitário é praticamente uma


mescla entre a música sertaneja raiz e a música sertaneja brega,
porém contando com o acréscimo das batidas do arrocha.
Hoje os principais nomes do Sertanejo Universitário são: Gusttavo
Lima, Jorge & Mateus e Luan Santana, além das mulheres que vem
conquistando seu espaço, como Marília Mendonça, Maiara e Maraísa e
Simone e Simaria.
Além dos cantores sertanejo raiz, Zezé di Camargo e Luciano,
Chitãozinho e Xororó, Bruno e Marrone e Victor e Léo.
MPB: Como já era de se esperar, a Música Popular Brasileira, a
conhecida MPB tem lugar garantido nas playlists do povo brasileiro. De
acordo com a pesquisa, 47% dos brasileiros ouvem MPB ao menos uma
vez por semana.
Na MPB, entram músicas derivadas da Bossa Nova, marcadas pelo
cunho social e pelo uso de instrumentos nacionais. Um movimento que
ganhou força com Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil e
continua com representantes como Marisa Monte, Adriana Calcanhoto,
Djavan e Marcelo Camelo, além de outros artistas.
Samba/Pagode: Se tratando de gêneros populares na música
brasileira, com toda certeza samba e pagode não poderiam faltar.
Samba e pagode fazem parte da cultura brasileira. Tanto que a
aceitação de Samba e Pagode é muito semelhante a aceitação da MPB,
por conta dos brasileiros.
Segundo os dados coletados pela pesquisa, 44% dos brasileiros ouve
Samba ou Pagode pelo menos uma vez por semana. Os principais
representantes do Samba e do Pagode no Brasil, são Arlindo Cruz, Zeca
Pagodinho, Martinho da Vila, Beth Carvalho, e temos Thiaguinho e
Diogo Nogueira, como uma geração mais nova.
Forró: O forró está entre os 5 gêneros musicais mais ouvidos, estando
a frente do próprio rock. Um ritmo típico do nordeste, mas que aos
poucos vem conquistando diversas regiões do Brasil, 31% do
brasileiros ouve forró pelo menos uma vez por semana.
Um dos motivos para que o forró seja tão ouvido, são suas diversas
formas de apresentação. É possível perceber essa diferenciação
através de um show de uma banda de forró, que se comporta de
maneira diferente, de música para música. Quando se fala em forró no
Brasil, temos como forrozeiros mais conhecidos, Falamansa, Bicho de
Pé, Circuladô de Fulô, Trio Virgulino, além de Alceu Valença, Luiz
Gonzaga e até mesmo Zé Ramalho.
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Rock: Por mais que o rock não seja um gênero “brasileiro”, 31% da
população o escuta pelo menos uma vez por semana. A difusão do rock
no Brasil começou por volta da década de 80, através de movimentos
locais e segue até hoje com essa pegada.
O rock traz consigo esse sensação de liberdade, de independência,
motivo de identificação de muitos com o gênero. Tanto que as próprias
bandas representam isso, como é o caso dos Paralamas do Sucesso,
Titãs, Skank, entre outras.
Representando a nova safra do rock, que já pega esse gênero musical
mais estruturado e aceito no mundo da música temos Charlie Brown
Jr, NxZero, Pitty, CPM 22 e Raimundos.
4. Formas musicais
4.1 Formas vocais
 Canção: Uma peça de música para uma voz (ou várias vozes)
podendo ou não existir acompanhamento de instrumentos
musicais, ou até de orquestras. O termo não é, geralmente,
usado para grandes formas vocais, tais como ópera e oratório.
Surgiu como uma forma de música de câmara, mas,
posteriormente diversos compositores (Mahler e Richard Strauss,
por exemplo) usaram grandes orquestras como
acompanhamento. São famosos os ciclos de canções de Schubert
e Schumann.
 Cantata: Semelhante ao oratório, mas de dimensões menores.
Esse tipo de obra, para uma ou mais vozes com
acompanhamento instrumental, foi muito importante no período
Barroco, ao lado da ópera e do oratório. Até o fim do século 17,
a cantata era predominantemente uma forma secular, mas, a
partir do século 18, a cantata sacra, na Alemanha, foi uma
característica principal de música luterana. São famosas as mais
de duas centenas de cantatas, tanto sacras quanto seculares,
compostas por J. S. Bach, por exemplo: a cantata BWV 211 –
Schweigt stille, plaudert nicht (Cantata do Café), é secular, e a
BWV 147 – Herz und Mund und Tat und Leben (Coração, Boca,
Ato e Vida) é sacra e é a que contém o famoso coral “Jesus
bleibet meine Freude” (Jesus, alegria dos homens
A cantata, secular ou sacra, teve sua importância diminuída a partir
de meados do século 18 e o termo passou a nomear uma grande
variedade de peças vocais acompanhadas de orquestra.

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 Canto gregoriano: Um tipo de cantochão, praticado na Idade


Média na Igreja Cristã do ocidente (no ramo oriental, tinha-se
um outro tipo de canto).
 Cantochão: Canto oficial uníssono monofônico (originariamente
não acompanhado por instrumentos musicais) praticado em
liturgias cristãs. Os textos eram em latim.
 Madrigal: Uma forma poética e musical surgida no século 14 (na
Itália). A partir do século 16 em diante esse termo passou a ser
usado para caracterizar diversas formas musicais vocais
polifônicas seculares. Muito popular até a Renascença, envolvia
expressiva relação entre música e texto, o qual também era
usado em línguas outras que o italiano.
 Magnificat: Um tipo de Oratório sacro, mas de dimensões
menores, baseado em um cântico entoado (ou recitado)
frequentemente na liturgia dos serviços eclesiásticos cristãos em
homenagem à Virgem Maria.
 Missa: A missa é um gênero da música sacra ligado às tradições
e ao rito das cerimônias da Igreja Católica. Como o próprio nome
diz, a missa é uma obra para vozes que reproduz integralmente
o texto do ordinário da missa católica (partes fixas), em latim.
Consistiam originalmente em partes cantadas para o
acompanhamento do Ordinário da Missa, (Kyrie, Gloria, Credo,
Sanctus, Agnus Dei), no entanto, a partir do Romantismo, surgiu
a tendência de essas obras se descolarem de seu sentido litúrgico
original.
 Moteto (ou motete): Uma das formas mais importantes da
música polifônica desde os primeiros anos do século 11 até
meados do século 18. Teve sua origem em cantos litúrgicos e,
posteriormente, já na Idade Média, tornou-se uma importante
manifestação secular e/ou sacra. É difícil estabelecer uma
descrição generalizada pois essa forma experimentou muitas
variações dependendo de contextos regionais e históricos. Essa
forma teve variações. Pode-se dizer, entretanto que, desde os
tempos medievais, uma voz fundamental grave (geralmente
tenor) era arranjada em padrões rítmicos reiterados, enquanto
vozes superiores (de uma a três) moviam-se em padrões
elaborados.
 Ópera: A palavra “ópera” (do latim opus, opera que significa
trabalho, trabalhos), em termos bem sucintos, caracteriza uma
representação teatral na qual os atores cantam o texto da peça.
Existem vários sub-gêneros tais como: opera seria, opera buffa
(cômica), “tragédie en musique” (tragédia em música), etc. Em
alguns casos, ao lado de partes cantadas, os artistas também
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recitam ou falam texto como, por exemplo, nas seguintes


formas: “operetta”, “Singspiel”, “opéra comique”, zarzuella e
comédia musical. A ópera, em si, é formada por diversas formas
vocais (ária, duos, trios, quartetos, etc., recitativo, caballeta,
entre outros) e instrumentais (abertura, prelúdio, intermezzo,
etc.).
 Oratório: Uma peça musical extensa composta por partes
cantadas por solistas e conjuntos de cantores, acompanhados ou
não por orquestra e coral. Geralmente o texto tem característicos
sacros, “O Messias”, de Händel e a peça musical é formada por
elementos dramáticos, narrativos e contemplativos. Com
exceção da grande ênfase dada aos coros, as formas e estilos do
oratório tendem a se aproximar aos da ópera. A maneira normal
de execução do oratório é a do concerto (sem cenário,
vestimentas e ação). O oratório foi muito cultivado nos séculos
17 e 18, mas ainda continua sendo um gênero significante dentro
do âmbito da música vocal. São célebres os oratórios de Handel,
Bach e Haydn.
 Paixão: Semelhante ao oratório sacro cujo texto é, geralmente,
baseado em trechos do Evangelho que narram a “Paixão de
Cristo”. Existem muitas versões dessa forma, mas as obras de J.
S. Bach (Paixão Segundo São Mateus e Paixão Segundo São
João) são as mais apreciadas.
 Réquiem: Ou Missa de Réquiem é um gênero da música sacra
ligado às tradições e ao rito das cerimônias da Igreja Católica,
celebrada em sufrágio da alma ou das almas de uma ou mais
pessoas falecidas. O texto pode ser observado em os réquiens
de Mozart e de Verdi que são os mais conhecidos.
 Stabat Mater: Um tipo de peça musical, semelhante ao oratório
sacro, com texto baseado em um hino religioso que narra as
dores da Virgem Maria aos pés da cruz, como já anuncia a
primeira frase do hino: “Stabat mater dolorosa juxta Crucem
lacrimosa, dum pendebat Filius” que em português é “De pé, a
mãe dolorosa, junto da cruz, lacrimosa, via o filho que pendia”.
São famosos as obras desse gênero devidas a Pergolesi e Rossini.
 Vésperas: Na liturgia católica, as Vésperas são a parte do Ofício
Divino, também chamado Liturgia das Horas, que é celebrada à
tarde, entre 15 e 18 horas. Composições ou cânticos sobre os
textos dessa hora canônica também são chamados vésperas.
Cláudio Monteverdi, compositor italiano do período final do
Renascimento e início do Barroco em música, compôs “Vespro
della Beata Vergine”, obra baseada nessa liturgia.

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4.2 Formas instrumentais


Até o início do século XVI, os instrumentos musicais eram usados
apenas para acompanhar os cantos ou marcar o compasso das
músicas.
A partir disso, as composições instrumentais foram ficando cada vez
mais frequentes até que, durante o período barroco, a música
instrumental passou a ter importância igual à vocal. Foi durante o
período clássico (da música), porém, compreendido entre os anos de
1750 e 1810, que a música instrumental passou a ter importância
maior do que a vocal, devido ao aperfeiçoamento dos instrumentos e
ao surgimento das orquestras.
4.3 Espetáculo Musical
É o gênero em que a narrativa é constituída por um combinado de
músicas coreografadas e diálogos falados.
Musical é o termo utilizado para definir a união do teatro com a música.
Pode se confundir com a ópera ou o cabaré, visto que os três
apresentam estilos diferentes, porém as linhas que os delimitam são
difíceis de definir. Em sua maioria, possuem roteiros quase que
completamente cantados sendo raras as partes em que há diálogo
entre os personagens e uma orquestra ou banda ao fundo criando a
trilha sonora para fundir a cantoria à atuação.
Os três componentes essenciais de um espetáculo musical, são: a
música, a interpretação e o enredo. A música e a letra são o propósito
do musical; o enredo refere-se à parte dramática do espetáculo e a
interpretação relaciona as performances de dança, encenação e canto.
Com cerca de vinte a trinta canções, podem durar desde uns poucos
minutos à várias horas. Os mais populares, duram de duas horas à
duas horas e quarenta e cinco minutos e atualmente, são geralmente
apresentados com intervalos de quinze minutos entre os atos.
5. História da música
5.1 Medieval
Durante muito tempo, a música foi cultivada por transmissão oral, até
que se inventou um sistema de escrita. Por volta do século IX
apareceu, pela primeira vez, a pauta musical. O monge italiano Guido
d’Arezzo (995 – 1050) sugeriu o uso de uma pauta de quatro linhas. O
sistema é usado até hoje no canto gregoriano.
A utilização do sistema silábico de dar nome às notas deve-se também
ao monge Guido d’Arezzo e encontra-se num hino ao padroeiro dos
músicos, São João Batista:
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O tipo de música mais antigo que conhecemos consiste em uma única


linha melódica cantada, sem qualquer acompanhamento. Este estilo é
o chamado Cantochão ou Canto Gregoriano. Com o passar do tempo
acrescentou-se outras vozes ao cantochão, criando-se as primeiras
composições em estilo coral.
Além do Cantochão, cantado nas igrejas, produziam-se na Idade Média
muitas danças e canções. Durante os séculos XII e XIII houve intensa
produção de obras em forma de canção, composta pelos Trovadores,
poetas e músicos do sul da França.
As danças eram muito populares em festas e feiras e podiam ser
tocadas por dois instrumentos, como um grupo mais numeroso. Os
instrumentos que acompanhavam estas danças incluíam: a viela
(antepassado da família do violino), o alaúde, flautas doces de vários
tamanhos, gaitas de foles, o trompete reto medieval, instrumentos de
percussão (triângulos, sinos, tambores, etc.).
Principais Compositores Medievais: Leonin – século XII, Perotin –
século XII, Guido d’Arezzo, (995 – 1050), Philippe de Vitry (1290 –
1361), Guillaume de Machaut (1300 – 1377), John Dunstable (1385 –
1453).
5.2 Renascentista barroca
 História da Música da Renascentista barroca: Para entender
o que há de diferente na música barroca é útil ter uma ideia
básica da música renascentista. Embora haja concordância com
alguns termos, principalmente aqueles empregados na arte e na
literatura, os limites exatos dos períodos não coincidem
totalmente. O Renascimento é difícil de definir, pois ocorreu em
tempos e lugares diferentes na Europa.

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Na história da música, a Renascença é pensada a partir dos meados do


século XV até o século XVI, com certa imprecisão. Tais datas estimadas
são complexas, se levar em conta o dado geográfico. Como a música
renascentista foi inicialmente um fenômeno do norte da Europa, o
barroco começa primeiramente na Itália. Esse tênue limite é que define
os dois períodos, pois são distintos. Logo, é possível observar um pouco
da mudança estética do Renascimento ao Barroco.
 Polifonia Renascentista
A Música Renascentista é caracterizada pela "polifonia de vozes iguais",
onde uma textura complexa de diferentes vozes cria uma peça
contínua, harmoniosa. Nesse caso, o termo "vozes" não está ligado
somente a cantores individuais, mas a diferentes linhas musicais
(soprano, contralto, tenor e baixo, por exemplo). Os compositores
desse período baseiam suas composições nos oito modos eclesiásticos,
que são essencialmente as escalas com padrões de tons inteiros e
semitons, que contém os modos que usamos ainda hoje (maior e
menor).
Dentre os principais compositores dessa época estão Guillaume Dufay,
Josquin Desprez e Pierluigi di Palestrina, esse último, o mais famoso.
Suas composições eram concentradas na criação de costura entre as
partes, texturas musicais elegantes que obedeciam as regras restritas
do contraponto, também focalizando na expressividade de emoções e
ideias. Com isso, essa música torna-se bela, comovente, beleza
abstrata das relações musicais e capaz de transmitir emoção ou
sentimento além do texto.
Como exemplo, o moteto "Flores rosarum Nuper est locus iste
terribilis", de Dufay. Ele foi composto para a dedicação da cúpula do
Duomo de Florença (1436). As proporções entre as partes formam um
cânone muito complexo, cuja estrutura é 6:4:3:2, as proporções do
Templo de Salomão e, as mesmas proporções do Duomo. Essa relação
não é "ouvida", mas, é uma referência simbólica, intelectual, da
composição.
5.3 Música popular brasileira
 História da MPB - Música Popular Brasileira
Podemos dizer que a MPB surgiu ainda no período colonial brasileiro, a
partir da mistura de vários estilos. Entre os séculos XVI e XVIII,
misturaram-se em nossa terra, as cantigas populares, os sons de
origem africana, fanfarras militares, músicas religiosas e músicas
eruditas europeias. Também contribuíram, neste caldeirão musical, os
indígenas com seus típicos cantos e sons tribais.
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Nos séculos XVIII e XIX, destacavam-se nas cidades, que estavam se


desenvolvendo e aumentando demograficamente, dois ritmos musicais
que marcaram a história da MPB: o lundu e a modinha. O lundu, de
origem africana, possuía um forte caráter sensual e uma batida rítmica
dançante. Já a modinha, de origem portuguesa, trazia a melancolia e
falava de amor numa batida calma e erudita.
Na segunda metade do século XIX, surge o Choro ou Chorinho, a partir
da mistura do lundu, da modinha e da dança de salão europeia. Em
1899, a cantora Chiquinha Gonzaga compõe a música Abre Alas, uma
das mais conhecidas marchinhas carnavalescas da história.
Já no início do século XX começam a surgir as bases do que seria o
samba. Dos morros e dos cortiços do Rio de Janeiro, começam a se
misturar os batuques e rodas de capoeira com os pagodes e as batidas
em homenagem aos orixás. O carnaval começa a tomar forma com a
participação, principalmente de mulatos e negros ex- escravos. O ano
de 1917 é um marco, pois Ernesto dos Santos, o Donga, compõe o
primeiro samba que se tem notícia: Pelo Telefone. Neste mesmo ano,
aparece a primeira gravação de Pixinguinha, importante cantor e
compositor da MPB do início do século XIX.
Com o crescimento e popularização
do rádio nas décadas de 1920 e
1930, a música popular brasileira
cresce ainda mais. Nesta época
inicial do rádio brasileiro,
destacam-se os seguintes cantores
e compositores: Ary Barroso,
Lamartine Babo (criador de O teu
cabelo não nega, entre outras marchinhas de carnaval), Dorival
Caymmi, Lupicínio Rodrigues e Noel Rosa. Surgem também os grandes
intérpretes da música popular brasileira: Carmen Miranda, Mário Reis
e Francisco Alves.
Na década de 1940 destaca-se, no cenário musical brasileiro, Luis
Gonzaga, o "rei do Baião". Falando do cenário da seca nordestina, Luis
Gonzaga faz sucesso com músicas como, por exemplo, Asa Branca e
Assum Preto.
Enquanto o baião continuava a fazer sucesso com Luis Gonzaga e com
os novos sucessos de Jackson do Pandeiro e Alvarenga e Ranchinho,
ganhava corpo um novo estilo musical: o samba-canção. Com um
ritmo mais calmo e orquestrado, as canções falavam principalmente de
amor. Destacam-se neste contexto musical: Dolores Duran, Antônio
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Maria, Marlene, Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Angela Maria e


Caubi Peixoto.
Em fins dos anos 50 (década de 1950), surge a Bossa Nova, um estilo
sofisticado e suave. Destaca-se Elizeth Cardoso, Tom Jobim e João
Gilberto. A Bossa Nova leva as belezas brasileiras para o exterior,
fazendo grande sucesso, principalmente nos Estados Unidos.
A televisão começou a se popularizar em meados da década de 1960,
influenciando na música. Nesta época, a TV
Record organizou o Festival de Música Popular
Brasileira. Nestes festivais são lançados Milton
Nascimento, Elis Regina, Chico Buarque de
Holanda, Caetano Veloso e Edu Lobo. Neste
mesmo período, a TV Record lança o programa
musical Jovem Guarda, onde despontam os
cantores Roberto Carlos e Erasmo Carlos e a
cantora Wanderléa.
Na década de 1970, vários músicos começam a
fazer sucesso nos quatro cantos do país. Nara
Leão grava músicas de Cartola e Nelson do
Cavaquinho. Vindas da Bahia, Gal Costa e Maria Bethânia fazem
sucesso nas grandes cidades. O mesmo acontece com DJavan (vindo
de Alagoas), Fafá de Belém (vinda do Pará), Clara Nunes (de Minas
Gerais), Belchior e Fagner (ambos do Ceará), Alceu Valença (de
Pernambuco) e Elba Ramalho (da Paraíba). No cenário do rock
brasileiro destacam-se Raul Seixas e Rita Lee. No cenário funk
aparecem Tim Maia e Jorge Ben Jor.
 Outros caminhos da música brasileira
Nas décadas de 1980 e 1990 começam a
fazer sucesso novos estilos musicais, que
recebiam fortes influências do exterior.
São as décadas do rock, do punk e da new
wave. O show Rock in Rio, do início dos
anos 80, serviu para impulsionar o rock
nacional. Com uma temática fortemente
urbana e tratando de temas sociais,
juvenis e amorosos, surgem várias bandas
musicais. É deste período o grupo
Paralamas do Sucesso, Legião Urbana,
Titãs, Kid Abelha, RPM, Plebe Rude, Ultraje a Rigor, Capital Inicial,
Engenheiros do Hawaii, Ira! e Barão Vermelho. Também fazem
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sucesso: Cazuza, Rita Lee, Lulu Santos, Marina Lima, Lobão, Cássia
Eller, Zeca Pagodinho e Raul Seixas.
Os anos 90 também são marcados pelo crescimento e sucesso da
música sertaneja ou country. Neste contexto, com um forte caráter
romântico, despontam no cenário musical: Chitãozinho e Xororó, Zezé
di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo e João Paulo e Daniel. Nesta
época, no cenário rap destacam-se: Gabriel, o Pensador, O Rappa,
Planet Hemp, Racionais MCs e Pavilhão 9.
O século XXI começa com o sucesso de grupos de rock com temáticas
voltadas para o público jovem e adolescente. São exemplos: Charlie
Brown Jr, Skank, Detonautas e CPM 22. O Dia Nacional da Música
Popular Brasileira é comemorado em 27 de setembro e em1 de
outubro, o Dia Mundial da Música.

IV – UNIDADE
6. Arte e cultura paraense
6.1 Nas danças
O carimbó é uma dança de roda típica do nordeste do Pará, estado da
Região Norte do Brasil, popular entre os nortistas e nordestinos.
Também chamado de Pau e Corda, Samba de roda do Marajó e Baião
típico de Marajó, a dança do carimbó é realizada em pares e marcada
por movimentos giratórios.
A palavra "carimbó" é de origem indígena. Do tupi korimbó (pau que
produz som) resulta da junção dos elementos curi, que significa “pau”,
e mbó, que significa “furado”. O nome faz referência ao curimbó,
principal instrumento musical utilizado nessa manifestação folclórica.
O curimbó é uma espécie de tambor tocado com as mãos, feito com
um tronco escavado e oco.
O carimbó do Pará foi trazido ao Brasil pelos escravos africanos.
Posteriormente, foram incorporadas influências indígenas e europeias,
especialmente ibéricas. O costume da dança surgiu com o hábito dos
agricultores e dos pescadores que, ao fim dos trabalhos diários,
dançavam ao ritmo do tambor.
6.2 Nas lendas
As lendas, em especial as amazônicas, são muito famosas e vagam
pelos quatro cantos do país. As mais difundidas, de origens indígenas,
costumam buscar explicações para os elementos da natureza; as
europeias, principalmente as portuguesas, tratam mais de
assombrações e fantasmas; por fim, as africanas são ligadas a
entidades, exus e etc.. Em maior ou menor grau, estão presentes em
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nosso cotidiano e acabam influenciando a formação cultural de cada


brasileiro.
Aqui vamos dar a conhecer algumas das lendas que assombram até os
mais céticos dos habitantes do Pará:
Boiúna (Cobra Grande):
A Boiúna, de boi (cobra) e
una (negra), é uma cobra
de tamanho imensurável.
Tem olhos que “alumiam”
feito tochas e ao passar
pelos rios e igarapés
derruba embarcações e
devora crianças ou adultos
que se banham nas
margens. O povo paraense
acredita que a Boiúna vive
adormecida na cidade de Belém, entre a Cidade Velha e o bairro de
Nazaré. E, quando ela acordar, irá afundar toda a cidade com seu
movimento. Ao rastejar, a Boiúna vai deixando sulcos onde se formam
novos igarapés.
Boto: Segundo os ribeirinhos, um belo
homem vestido de branco e com chapéu
cobrindo a cabeça costuma aparecer nas
festividades de São João para escolher a
moça mais linda. Sedutor e charmoso, ele a
convida para dançar e com seus encantos
leva a escolhida para o fundo do rio. Sempre
que avistam um homem de chapéu nas
festas, os moradores costumam expulsá-lo,
pois temem que ele possa ser o temido
boto. Dizem que ele costuma usar o chapéu
para esconder o rosto, já que sua
transformação em humano não é completa.
E também para camuflar as narinas, que
ficam no topo de sua cabeça.
6.3 Nos pontos turísticos
Com um território de aproximadamente 1.248.042 km², o que
corresponde a 26% do território amazônico, o Pará é dividido em 144
municípios, onde vivem um pouco mais de oito milhões de pessoas,
que dedicam a atividades nos três setores principais da economia:
primário, secundário e terciário. Atualmente, a economia do Estado
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está focada em uma tríade que se baseia nas vocações naturais do


território paraense: agroindústria, verticalização mineral, turismo e as
comidas típicas.
Destas três atividades, o turismo é, com certeza, a atividade que tem
grande chance de se consolidar como um dos setores de maior atração
para o emprego e geração de renda. O Estado oferece grandes
atrativos turísticos, principalmente de origem natural, fato atestado
pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que concluiu que o
Pará é dono de 49% das atrações naturais da Amazônia. O estímulo à
atividade turística se dá por dois fatores: a execução de obras que
embelezam cidades paraenses e a divisão do Estado em seis polos
turísticos, que contemplam diversas vertentes da atividade.
Capital: Obras como a Estação das Docas, Ver-o-Rio, Parque da
Residência, Mangal das Garças, Feliz Lusitânia e Aeroporto
Internacional de Belém ajudaram a impulsionar a atividade turística na
capital, sendo atração permanente para pessoas de todas as partes do
País e do mundo durante o ano inteiro e não apenas no Círio de Nazaré,
que é uma época tradicional para o turismo no Estado.

Pontos Turísticos no estado


Belém/Costa Atlântica: Uma região voltada basicamente para o
turismo de negócios, lazer e cultura. Abrange a cidade de Belém e
municípios da região do Salgado, como Salinópolis, Bragança e
Marapanim, banhados pelo oceano Atlântico. No caso de Belém, o
turista vai encontrar museus, teatros, bosques e praias de rio com
ondas, como as de Mosqueiro, Icoarací e Outeiro. Conheça os principais
pontos turísticos de Belém.
Tapajós: O Polo Natural do Tapajós tem várias atrações a oferecer,
como o encontro das águas do rio Amazonas e do rio Tapajós em
Santarém, belas cachoeiras e formações rochosas localizadas próximas
a cidade de Itaituba, que permitem a prática de esportes radicais como
rapel e escalada, além da exuberante fauna e flora. Ainda na região do
tapajós, a 65 km do centro da cidade de Itaituba, pode-se visitar o
Parque Nacional da Amazônia, um dos maiores atrativos turísticos do
Pará.
Araguaia – Tocantins: Também voltado para o turismo de aventura,
este polo concentra atrações como o torneio de pesca, que acontece

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anualmente no lago da usina de Tucuruí e praias fluviais, que só estão


disponíveis ao público no verão amazônico.
Marajó: O Marajó é o polo turístico paraense em que o turismo
ecológico está melhor desenvolvido. Na maior ilha fluvial do mundo,
localizada na foz do rio Amazonas, as atrações vão desde a pororoca
até a culinária. As praias do Marajó são recantos visitados não só por
turistas paraenses. A região é constantemente visitada por
estrangeiros e já foi tema de diversas reportagens para a televisão
europeia.
Xingu: Pela divisão que instituiu os polos turísticos paraenses, esta
microrregião é representada pelo município de Altamira, conhecido
como o maior do mundo em termos de extensão. O município é dono
de belas praias e de uma riqueza cultural muito bem preservada pelos
descendentes de índios e portugueses da região. O rio que dá nome ao
polo é um dos principais corredores de pesca esportiva do Estado. A
paisagem da região é completada por cachoeiras, corredeiras e praias
de água doce.
6.4 Nos ritmos musicais
Carimbó: Surgida na zona do Salgado, o carimbó é considerado um
gênero musical de origem indígena que se miscigenou e recebeu outras
influências das culturas africana e europeia. Sua forma tradicional é
acompanhada por tambores feitos com troncos de árvores, bem como
da presença dos maracás. Até o final da década de 1950, o carimbó
era visto apenas como uma manifestação do folclore, sendo que nesse
mesmo período boa parte dos criadores de carimbó estavam nas
cidades do interior paraense.
Na década de 1970, o gênero passou de uma dança tradicional para
um ritmo moderno, sofrendo influências do merengue e da cúmbia,
com a adição de instrumentos elétricos (como a guitarra). Visto até
então como música marginal, o carimbó passou a ser aceito em
ambiente urbano a partir de 1971, com os LPs de Pinduca, de Mestre
Verequete, Mestre Cupijó e outros artistas paraenses lançados, se
tornando em poucos anos uma verdadeira febre em Belém e até em
outros estados brasileiros. Mais tarde, influenciou novos ritmos como
a lambada e o zouk.
Guitarrada e Lambada: Embora exista muita controvérsia em torno
do seu criador, sabe-se que a lambada surgiu na década de 1970 e
conquistou o público com sua mistura do carimbó com a música
metálica e eletrônica do Caribe. O gênero tornou-se mundialmente
conhecido na década seguinte, quando empresários franceses
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lançaram o grupo Kaoma, com grande repercussão no exterior e depois


no Brasil, o que impulsionou o lançamento de novos artistas, como
Beto Barbosa, Márcia Ferreira e Manezinho do Sax. No entanto, após a
superexposição, a lambada voltou a ser um ritmo marcadamente de
conhecimento regional.
Já a guitarrada é um gênero musical paraense genuinamente
instrumental nascido da fusão do choro, do carimbó e da cumbia além
do movimento jovem guarda, entre outros. Criado por Mestre Vieira, é
um ritmo cujo solista é a guitarra elétrica.
Lundu marajoara: O lundu marajoara é uma vertente surgida na Ilha
do Marajó da dança brasileira lundu, criada a partir dos batuques dos
escravos bantos trazidos de Angola e dos ritmos portugueses. O lundu
possui também influências portuguesas no que diz respeito aos
movimentos de sapateados, posturas do corpo, elevação de braços
acima da cabeça e marcação com os pés ao ritmo da música.
6.5 Nos instrumentos musicais
Para tocar a música do carimbó são utilizados dois curimbós, tambores
indispensáveis na execução do carimbó do Pará. Além do curimbó,
mais alguns instrumentos são utilizados: afoxé, banjo, flauta, ganzá,
maracá, pandeiro e reco-reco.
6.6 Na culinária
O Brasil tem uma gastronomia riquíssima, que varia até dentro de um
mesmo Estado. E a culinária paraense é uma das mais interessantes,
muitas vezes elaborada com materiais encontrados quase que
praticamente só aqui. Se for sua primeira vez, poderá achar esses
ingredientes até mesmo exóticos.
Além dos principais pratos típicos do Pará, nesse post vamos falar
sobre esses ingredientes, alguns praticamente desconhecidos do
restante dos brasileiros, como o tucupi e o jambu, além de frutas
típicas, como o muruci e o bacuri.
A culinária paraense
Antes de começarmos a falar dos pratos típicos do Pará, como disse
acima, é interessante falar de duas matérias-primas principais na
gastronomia local:
O tucupi e o jambu
 Tucupi: Essa é a essência da culinária paraense e está presente
nos mais variados pratos. Se você não tem ideia do que é o
tucupi, ele é um líquido amarelo de gosto ácido retirado da raiz
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da mandioca brava. Antes de ser consumido, ele precisa ser


cozido de forma lenta, já que cru é venenoso. É simplesmente
uma delícia e, no meu gosto, um dos grandes diferenciais da
cozinha do Pará, já que tem um sabor único.
 Jambu: Essa folha típica do Pará é companheira inseparável do
tucupi. Onde tem tucupi normalmente tem jambu. Ela é famosa
pela sensação anestésica que dá na boca e também pelo
formigamento dos lábios. É mais empregada em pratos salgados,
mas pode ser usada também em bebidas alcoólicas, como
mostraremos mais abaixo. A fama dos efeitos do jambu é
tamanha, que a cantora paraense Dona Onete gravou uma
música sobre a planta que ficou famosa pelo refrão “e o jambu
treme, treme, treme…”
Principais pratos típicos do Pará
 Pato no tucupi: É um dos pratos mais famosos do Pará e, claro,
leva tucupi e jambu. Normalmente vem acompanhado de arroz
branco e farinha d’água. Como nem sempre é fácil encontrar o
pato, há muitas versões, principalmente com frango.
 Tacacá: O tacacá está presente em diversos Estados da região
amazônica e tem origem indígena. É preparado com tucupi, a
goma da tapioca, camarão seco e jambu. Serve-se bem quente,
normalmente em uma cuia e um palitinho é usado para “pescar”
os camarões e o jambu.
 Maniçoba: Apesar de nada fotogênica, a maniçoba é deliciosa e
lembra uma feijoada, só que sem feijão. O ingrediente principal
é a folha da maniva (mandioca) triturada, que precisa ser fervida
por uma semana para que retire seu veneno. Depois ela então
ela é preparada com carne suína e outros ingredientes salgados
e defumados, da mesma forma que a feijoada.
6.7 No artesanato
É da riqueza da fauna e da flora da Amazônia que os artesãos
paraenses retiram elementos para produzir objetos, peças, artefatos
utilitários e decorativos que conquistam turistas que chegam ao Estado
em busca de novidades. A diversidade de artesanato que o Pará possui
é bastante significativa. Destacam-se os feitos em Miriti; as cuias de
Santarém, com seus belíssimos grafismos; além de objetos
confeccionados com palha e galhos secos, cascas, patchouli, balata,
madeira, sementes, bambu, pedras decorativas e areia, que dão
origem a belas e originais embalagens.

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Conhecer essa riqueza cultural é ter encontro marcado com as culturas


milenares que deram origem ao artesanato paraense. E, de quebra,
levar exemplares deles na bagagem de volta para casa.
A cerâmica marajoara, fruto do trabalho dos índios da Ilha de Marajó,
é um exemplo dessa cultura. As peças são utilitárias e decorativas.
Representam animais ou formas semelhantes ao homem. Atualmente,
objetos cerâmicos nessa linha são produzidos por artesãos paraenses
de Icoaraci, que mantêm uma tradição passada de geração em
geração.
Já a cerâmica tapajônica é considerada uma das mais lindas do mundo.
Os Tapajó eram uma das maiores nações indígenas da Amazônia. Suas
cerâmicas decoradas, leves e resistentes, atiçam a cobiça de
colecionadores do mundo inteiro. Existem inúmeros tipos de vasos de
cerâmica tapajônica. Como exemplos, o vaso de gargalo, o de
cariátides; pratos, estatuetas, cachimbos, entre outros. Entre as peças
tapajônicas famosas estão os muiraquitãs. Réplicas podem ser
compradas em formato de joias no Polo Joalheiro, no espaço São José
Liberto, em Belém.
Outras matérias-primas utilizadas pelos artesãos paraenses são a fibra
da juta e a do tururi. A partir delas, são confeccionados jogos de mesa,
tapetes, bolsas, sacolas, panos, bolsas, chapéus, bonecas, entre outras
peças decorativas.
Um segmento que se destaca no artesanato produzido no Pará é o da
marchetaria. Objetos nessa linha também podem ser encontrados no
distrito de Icoaraci, em Belém. Do outro lado do rio Guamá, na capital
do Pará, o turista encontra o artesanato produzido pelas mãos dos
ribeirinhos. A principal atividade econômica deles é a extração de
frutos, em especial o açaí . Para produzir diversos objetos, eles utilizam
as talas de jupati, do timbuí e da carnaúba.
Com essas talas são confeccionados chapéus de palha, usados pelos
agricultores e turistas para se protegerem do sol amazônico. Há
também as bilhas, potes e moringas feitos de argila retirada às
margens dos rios da Amazônia. Esse tipo de artesanato é utilizado no
dia-a-dia e, devido à harmonia das formas e à beleza do conjunto, é
muito admirado por todos.
As bijuterias artesanais, em especial algumas feitas com a casca do
côco, possuem também grande aceitação de consumidores de todo o
País e mesmo do exterior. Podem ser encontradas na Feira do
Artesanato da Praça da República, em Belém.

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ARTES

2º ETAPA

I- UNIDADE
1- História da arte
1.1 Arte medieval
A arte medieval foi desenvolvida entre os séculos V e XV, na Europa,
durante o período da Idade Média. Inserida em um contexto onde a

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Igreja Católica exercia grande influência, a arte medieval era


essencialmente religiosa.
Sob a influência do clero católico, a arte medieval tinha o intuito de
aproximar as pessoas da religiosidade. Suas principais produções
foram no campo da arquitetura, da pintura e da escultura.
A arte medieval se desenvolveu em
um momento que a Igreja Católica
influenciava, supervisionava e
filtrava todas as produções científicas
e culturais. Portanto, teve uma forte
marca temática religiosa, com a
construção de templos, igrejas,
mosteiros e palácios.
A maioria das obras de arte do período medieval não tem autoria
definida. Esse fato deve-se ao aspecto religioso predominante no
período, no qual o clero medieval pregava que o verdadeiro autor das
obras era Deus, que, por meio dos seres humanos, expressava suas
ideias e vontades.
As principais produções artísticas do período medieval se deram no
campo da arquitetura, pintura e escultura. Entre as realizações desse
período, destacam-se a construção de igrejas. Dois estilos artísticos
predominaram na arte medieval: o românico e o gótico.
1.2 Arte renascentista
Ocorrido entre fins do século
XIII e meados do século XVII,
o Renascimento foi um período
da história marcado por
significativas mudanças
culturais, ideológicas e
científicas. De uma forma
geral, podemos dizer que a
principal característica deste movimento foi o humanismo.
Desta forma, o homem passou a se enxergar não simplesmente como
um observador do mundo criado por Deus, mas sim como a principal
expressão do mesmo.
Mesmo assim, não podemos dizer que o Renascimento foi uma ruptura
brusca com os ideais da Idade Média, uma vez que as mudanças
ocorridas neste período se iniciaram na Baixa Idade Média, com a
ascensão da burguesia. A arte renascentista teve como temática
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principal o próprio ser humano e sua capacidade de avaliar o mundo


ao seu redor. Tal característica envolveu a revalorização da cultura
clássica e dos períodos de grande progresso científico e cultural das
civilizações grega e romana. Os artistas geralmente retratavam a
figura humana, cultivando um conceito de beleza típico de tais
civilizações.
1.3 Arte barroca
 No ocidente: A Arte Barroca é conhecida pelos detalhes,
requinte e elegância exagerados.
Desenvolveu-se no século XVII em uma época bastante significativa
para a civilização no Ocidente, pois nesse momento ocorriam grandes
transformações que revolucionaram a sociedade vigente. Surgiu
primeiramente na Itália e logo espalhou-se para os outros países
europeus. Mais tarde, desenvolveu-se também no Brasil e no restante
do continente americano com a vinda dos colonizadores portugueses e
espanhóis.
Portanto, é um movimento que está fortemente relacionado com as
circunstâncias históricas em que se insere.
Surge no contexto da Contrarreforma e também no cenário
colonialista, com as muitas riquezas das realezas em novos territórios.
Suas obras incluem, sobretudo, temas religiosos.
Por ter se desenvolvido em diversos lugares, o estilo barroco não
possui um caráter homogêneo. Existem várias diferenças entre a
produção realizada por cada artista em localidades distintas.
Apesar disso, algumas característica marcantes se repetem:
Predomínio de temas religiosos; Riqueza nos detalhes e formas;
Expressões dramáticas das personagens retratadas; Preferência pelas
curvas e contornos em detrimento das figuras geométricas;
Importância da iluminação e o jogo de luzes e sombras; uso de
contrastes a fim de evidenciar a proximidade do divino com o humano.
 No Brasil: Estudiosos afirmam que foi no estilo barroco quando
surgiram as primeiras expressões de arte verdadeiramente
brasileiras.
No Brasil, o Barroco tem seu apogeu no século XVIII e perdurou até o
século XIX. No nosso país, em virtude da riqueza do período colonial,
temos um acervo marcante de obras de expressão barroca.
Aqui, esse estilo está fortemente relacionado ao catolicismo. Existem
muitas igrejas barrocas, entretanto, também é possível encontrar
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outros projetos arquitetônicos com tais características, por exemplo,


câmaras municipais, penitenciárias e residências de pessoas ilustres.
O maior ícone da arte barroca no Brasil foi o escultor Antônio Francisco
Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814). Sua produção varia de trabalhos
em madeira entalhada, pedra-sabão, altares e igrejas e tem como
características o uso das cores e a maneira simples e dinâmica de
retratar as cenas.
 No Pará: Mais do que símbolos do catolicismo, as igrejas mais
antigas do Pará são atrativos turísticos que contam a história da
colonização européia e da cultura paraense.
Quando as expedições portuguesas por aqui chegaram, no século XVII,
trouxeram consigo as missões jesuítas incumbidas de catequizar os
índios que habitavam a região. As forças expedicionárias desbravaram
o rio Amazonas, fundando municípios e deixando fortes traços da
cultura européia e da religião católica por onde passaram. Até os dias
de hoje as igrejas são guardiãs desta herança, presente na arquitetura
de estilo neoclássico e barroco comum a muitas dessas construções,
assinadas por expoentes da época, como o italiano Antônio José Landi.
Nas regiões do Marajó e do Tapajós, por exemplo, os Jesuítas
marcaram presença na fundação da maioria dos municípios e foram
fundamentais para a consolidação do domínio português na Amazônia.
Mas é na capital do Estado, Belém, que estão reunidos os maiores
ícones da arquitetura e também o maior acervo histórico desse
período.
1.4 Rococó
O estilo rococó aparece na Europa do século XVIII e, tendo a França
como seu principal precursor, se espalha em vários países do Velho
Mundo e alcança algumas regiões das Américas, como o Brasil. Para
muitos historiadores da arte, o rococó pode ser visto como um
desdobramento do barroco em que vários artistas passam a valorizar
o uso de linhas em formato de concha e a função decorativa que a arte
poderia exercer.
A expressão “rococó” tem origem na palavra francesa rocaille, que
designava comumente uma maneira de se decorar os jardins através
do uso de rochas e conchas. Chegando ao século XIX, o estilo rococó
passa a ser utilizado também para definir outras manifestações
desenvolvidas nos campos da arquitetura e das artes ornamentais. No
ano de 1943, graças à pesquisa de Fiske Kimball, esse movimento
deixa de ser visto como uma variante do barroco para assumir
características próprias.
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Em geral, a substituição das cores vibrantes do barroco por tons rosa,


verde-claro, estabelecem uma primeira diferenciação entre os dois
estilos. Além disso, a originalidade do rococó é conferida no abandono
das linhas retorcidas e pela utilização de linhas e formas mais leves e
delicadas. Do ponto de vista histórico, essa transformação indicava o
interesse burguês em alcançar o prazer e a graciosidade nas várias
obras que eram encomendadas à classe artística da época.
A primeira fase do rococó, compreendida entre 1690 e 1730, procura
se afastar dos preceitos estéticos predominantes no reinado do rei Luís
XIV para introduzir o uso de linhas soltas e curvas flexíveis. Nessa
época podemos destacar os relevos e gravuras do artista Jean Beráin,
os quadros de Jean-Antoine Watteau (1684 - 1721) e os projetos
decorativos de Pierre Lepautre (1660 - 1744).
De 1730 a 1770, o rococó amadurece com o surgimento de outros
artistas que remodelam as casas da nobreza e da alta burguesia
francesa. Nessa fase podemos destacar os trabalhos de Jacques de
Lajoue II (1687 - 1761), Juste Aurèle Meissonnier (1695 - 1750) e
Nicolas Pineau (1684 - 1754). Esse último artista se destaca pelo
projeto de decoração do Hôtel Soubise, marcado por quadros, linhas,
guirlandas, curvas e espelhos que tomam o olhar do observador em
meio a tantos detalhes.
A relação do rococó com a burguesia também pode ser vista em boa
parte dos quadros que definem esse tipo de arte. Ao contrário da forte
religiosidade barroca, a pintura desse estilo valoriza a representação
de ambientes luxuosos, parques, jardins e temáticas de cunho
mundano. As personagens populares perdem espaço para a
representação dos membros da aristocracia. A jovialidade e a
edificação do prazer, o tédio e a melancolia são os estados emocionais
que geralmente contextualizam os quadros do rococó.
A disseminação do rococó pela Europa foi responsável por variações
que fugiram da tendência aristocrática que predominou neste estilo.
Ao alcançar países como Portugal e Espanha, o rococó penetra a esfera
religiosa. No que diz respeito à arquitetura, esse estilo não teve tanta
predominância na França, mas vivenciou manifestações mais intensas
na Baviera e em Portugal. No Brasil, o rococó teve sua presença no
mobiliário do século XVIII e foi corriqueiramente chamado de “estilo
Dom João V”.
1.5 Neoclassicismo
O Neoclassicismo (novo classicismo) representa um movimento
artístico e cultural que envolveu a literatura, a pintura, a escultura e a
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arquitetura. Surgiu no século XVIII na Europa se espalhando pelo


mundo, permanecendo até meados do século XIX.
Recebe esse nome uma vez que esteve baseado nos ideais clássicos.
Trata-se de um movimento de oposição aos exagero, rebuscamento e
complexidades do Barroco. Ele surge após a Revolução Francesa
(1789), o início da Revolução Industrial e no contexto do Iluminismo
chamado de “Era da Razão”.
Características do Neoclassicismo
Valorização do passado histórico
Influência da arte clássica (greco-romana)
Baseado nos ideais iluministas
Oposição ao Barroco e ao Rococó
Temas mitológicos e cotidianos
Racionalismo, academicismo e idealismo
Harmonia e beleza estética
Simplicidade e equilíbrio das formas
Uso da Proporção e da clareza
Imitação da natureza
1.6 Neoclassicismo no Brasil
No Brasil, o Neoclassicismo começa no século XIX. Ainda que não tenha
tido tanta representatividade no país, alguns monumentos, artes
plásticas e obras literárias demostram sua influência.
A Casa França-Brasil é um dos exemplos arquitetônicos do
desenvolvimento desse estilo no país. Os pintores europeus que
estiveram no Brasil durante esse período apresentam obras com
características neoclássicas, a saber: Rugendas (1802-1858), Taunay
(1755-1830) e Debret (1768-1848). Na literatura, o arcadismo no
Brasil teve como marco inicial a publicação de “Obras Poéticas”, de
Cláudio Manuel da Costa (1729-1789), em 1768.
Além dele destacam-se os escritores: Santa Rita Durão (1722-1784),
Basílio da Gama (1741-1795) e Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810).
1.7 Romantismo
O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e
culturais causadas por acontecimentos do final do século XVIII pela

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Revolução Industrial, que gerou novos inventos com o objetivo de


solucionar os problemas técnicos decorrentes do aumento de
produção, provocando a divisão do trabalho e o início da especialização
da mão-de-obra, e pela Revolução Francesa, que lutava por uma
sociedade mais harmônica, em que os direitos individuais fossem
respeitados, traduziu-se essa expectativa na Declaração dos Direitos
do homem e do Cidadão. Do mesmo modo, a atividade artística tornou-
se mais complexa.
Um dos primeiros movimentos artísticos que surge em reação ao
Neoclassicismo do século XVIII é o Romantismo e historicamente situa-
se entre 1820 e 1850. Os artistas românticos procuraram se libertar
das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da
personalidade do artista.
O termo romântico foi empregue pela primeira vez na Inglaterra para
definir o tema das novelas pastoris e de cavalaria que existiam nessa
época. Romântico significava pitoresco: expressão de uma emoção que
é definida e que foi provocada pela visão de uma paisagem.
O termo romântico passou depois a ser adotado no movimento
artístico-filosófico Romantismo, que seguiu as ideias políticas e
filosóficas do século das luzes (liberdade de expressão e afirmação dos
direitos dos indivíduos) e também as ideias de um movimento alemão
chamado – Strürm und Drang (que tinha como principais elementos o
sentimento e a natureza).
Características:
- Cultivo da emoção, da fantasia, do sonho, da originalidade, evasão
para mundos exóticos onde se podia fantasiar e imaginar;
- Exaltação da natureza;
- Gosto pela Idade Média (porque tinha sido o tempo de formação das
nações);
- -Defesa dos ideais nacionalistas (liberdade individual, liberdade do
povo);
- Panteísmo (doutrina segundo a qual Deus não é um ser pessoal
distinto do mundo, Deus e o mundo seriam uma só substância);
- Individualismo, visão de mundo centrada nos sentimentos do
indivíduo.

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- Subjetivismo, o artista idealiza temas, exagerando em algumas das


suas características (por exemplo, a mulher é vista como uma virgem
frágil; a noção de pátria também é idealizada).
1.8 Romantismo no Brasil
O Romantismo, movimento que surgiu na Europa, mais precisamente
na Itália, Alemanha e Inglaterra, no final do século XVII, iniciou-se no
Brasil em meados do século XIX, mais precisamente em 1836, pelas
mãos de Gonçalves de Magalhães. A arte romântica no Brasil,
conquistou um novo público, principalmente pelas características mais
populares que a literatura assumiria.
Como citado acima, em 1836, Gonçalves de Magalhães, lança o que
seria até hoje entendido como o marco do Romantismo brasileiro, o
livro “Suspiros Poéticos e Saudades”.
É partir desse fato que é possível entender o contexto histórico do
Romantismo no Brasil, afinal, apenas 14 anos antes o país “ouvia” grito
de independência ou morte de Dom Pedro I às margens do Ipiranga.
Neste momento, é cada vez mais pulsante a necessidade de se afastar
das origens portuguesas e reforçar uma nova realidade. Pelas mesmas
razões, o Brasil passava por uma série de mudanças políticas,
econômicas e sociais. O nacionalismo crescia, o ideal de liberdade se
consolidava e a vontade de construir essa nova nação era nítida entre
intelectuais e artistas.
Um mix de insegurança e
vontade de construir algo
novo se instaura. A partir de
todo esse contexto, as
características da arte
Romântica no Brasil começam
a se desenhar em todos os
tipos de representação
cultural.
Nas artes plásticas, os pintores passaram a valorizar o nacionalismo,
criando telas que representavam – e imortalizaram – cenas da história
nacional. O objetivo era ajudar na criação dessa nova identidade
nacional, ainda tão jovem.
1.9 Realismo
Durante a primeira metade do século XIX, enquanto se travava o
embate entre Neoclassicismo e Romantismo, o Realismo, força que iria

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dominar a arte na segunda metade do século, começa lentamente a


aparecer.
O homem europeu, diante da industrialização e aprendido a utilizar o
conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a
natureza, se convenceu de que precisava ser realista, inclusive em
suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e
emotivas da realidade.
Em certo sentido o realismo tinha sempre feito parte da arte ocidental.
Durante a Renascença, os artistas superaram as limitações técnicas e
representavam a natureza com a acuidade fotográfica.
O “novo” Realismo insistia na imitação precisa de percepções visuais
sem alteração. Também eram diferentes em seus temas, os artistas se
limitavam a fatos do mundo moderno à medida que os
experimentavam pessoalmente; somente o que podiam ver ou tocar
era considerado real. Deuses, deusas e heróis da antiguidade estavam
“fora”. Camponeses e a classe trabalhadora urbana estavam “dentro”.
Em tudo, de cor ao tema, o Realismo trazia para a arte uma sensação
de sobriedade silenciosa.
São características gerais:
O cientificismo;
A valorização do objeto;
O sóbrio e o minucioso;
A expressão da realidade e dos aspectos descritivos.
1.10 Realismo no Brasil
Realismo no Brasil começou a aparecer, em meados do século XIX,
quando o país passava por uma fase de mudanças no cenário político
e econômico. Alguns acontecimentos contribuíram para o seu
desenvolvimento, como o Cientificismo, o Abolicionismo, o Positivismo,
a crise da Monarquia e substituição da mão de obra escrava pela
assalariada.
Tudo isso marcou a transição de uma nação majoritariamente agrícola,
para um nação mais industrializada. Dessa forma, a sociedade
aristocrática e escravista dava lugar ao Capitalismo Industrial.
Diante dessa situação, artistas da literatura brasileira resolveram
propagar as ideias realistas. Os autores que ajudaram a divulgar o
Realismo no Brasil foram: Machado de Assis, considerado o percussor
do movimento, Raul Pompeia, Aluísio Azevedo e Alfredo Taunay.
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Em uma época de crise na Monarquia, após a Guerra do Paraguai,


esses autores declaram-se antimonárquicos espontaneamente, o que
fez com que o movimento fosse mal visto pela burguesia, mas ainda
assim, eles continuaram com as propostas e tiveram muitas de suas
obras (prosas) publicadas.
1.11 Arte contemporânea: Histórico mundial; no Brasil
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), um novo panorama é
caracterizado pelo avanço da globalização, cultura de massa e o
desenvolvimento das novas tecnologias e mídias.
Nesse panorama, a arte oferece experiências inovadoras pautadas
principalmente nos processos artísticos, em detrimento do objeto, ou
seja, na ideia em detrimento da imagem. Nesse sentido, a arte
contemporânea prioriza a ideia, o conceito, a atitude, acima do objeto
artístico final. O objetivo aqui é produzir arte, ao mesmo tempo que
reflete sobre ela.
Foi dessa maneira que a Arte Contemporânea rompeu com alguns
aspectos da Arte Moderna. Ela abandonou diversos paradigmas e
trouxe valores para a constituição de uma nova mentalidade.
Ao mesmo tempo ela abriu espaço para diversidade de estilos,
perspectivas, técnicas e abrangência de linguagens artísticas (dança,
música, moda, fotografia, pintura, teatro, escultura, literatura,
performances, happenings, instalações, videoarte, etc.).
Em outras palavras, a mudança da era industrial (moderna) para a era
tecnológica da Informação e Comunicação (contemporânea),
proporcionou mudanças significativas no campo da cultura e das artes.
Note que a arte contemporânea abriga diversos valores da arte
moderna. Destacam-se as inovações e experimentações artísticas bem
como a diluição de fronteiras entre as formas artísticas.
As principais características da arte contemporânea são:
Sociedade da informação, tecnologia e novas mídias;
Subjetividade e liberdade artística;
Efemeridade da arte;
Abandono dos suportes tradicionais;
Mescla de estilos artísticos;
Utilização de diferentes materiais;
Fusão entre a arte e a vida;
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Aproximação com a cultura popular;


Questionamento sobre a definição de arte;
Interação do espectador com a obra.
Arte Contemporânea no Brasil: A partir da década de 50, no Brasil,
movimentos vanguardistas se desenvolveram, do qual se destaca o
Neoconcretismo, visto como um precursor da arte contemporânea
brasileira.
Muitos foram os artistas que fomentaram a arte contemporânea no
país, dos quais merecem destaque:
- Hélio Oiticica (1937-1980);
- Lygia Clark (1920-1988);
- Lygia Pape (1927-2004);
- Almícar de Castro (1920-2002);
- Aluísio Carvão (1920-2001);
- Franz Weissmann (1911-2005);
- Hércules Barsotti (1914-2010);
- Willys de Castro (1926 - 1988);
- Cildo Meireles (1948-).

II UNIDADE
2. Teatro
2.1 História do teatro
A história do teatro teve início na Grécia Antiga, em torno do século VI
a.C. Nessa época, eram realizados rituais em louvor ao deus mitológico
Dionísio, divindade relacionada à fertilidade, vinho e diversão. Assim,
o teatro surge nesse contexto e em consequência dessas festas.
O teatro na pré-história: Apesar de ser um consenso que o teatro
ocidental teve origem na Grécia Antiga, é importante frisar que essa
manifestação já era presente na humanidade desde tempos remotos,
mesmo que de forma rudimentar. Na pré-história, os seres humanos
possuíam maneiras distintas de comunicação, e a imitação era uma
delas.
Muito provavelmente, os homens das cavernas desenvolveram gestos
que se assemelhavam aos animais. Além disso, encenavam caçadas
para contar aos seus pares como as situações ocorreram. Assim como
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a dança, a música e o desenho, a linguagem teatral também teve sua


importância na época pré-histórica.
O teatro na Grécia Antiga: As celebrações ao Deus Dionísio duravam
vários dias e ocorriam na época da colheita, como forma de
agradecimento pelo alimento e pelo vinho.
A participação dos cidadãos
era intensa e havia uma
espécie de procissão, que
levava o nome de "ditirambo".
Depois surgiu o "coro", um
conjunto de pessoas que
cantava e dançava
homenageando Dionísio.
Até que aparece Téspis, uma
figura de grande importância
para o surgimento do teatro ocidental. Segundo consta, esse homem
participava de um desses rituais quando, em dado momento, resolveu
vestir uma máscara e dizer que ele era o próprio deus Dionísio,
iniciando assim um diálogo com o "coro".
A ousadia de tal atitude fez com que Téspis fosse reconhecido como o
"criador do teatro" e primeiro ator e produtor teatral. Mais tarde, essa
linguagem artística foi evoluindo e influenciou fortemente o teatro
romano e outras culturas.
Do ponto de vista arquitetônico, a estrutura dos primeiros teatros era
parecida. As apresentações eram feitas ao ar livre, em construções de
formato semicirculares. Havia um espaço para as representações,
chamado de orquestra. O lugar para acomodar o público era a
arquibancada, construída em encostas montanhosas, o que facilitava a
acústica. Já o palco era o local onde os atores se preparavam para a
apresentação e guardavam os figurinos e objetos cenográficos.
2.2 Tragédia e comédia
A origem da comédia é a mesma da tragédia: as festas ao deus
Dioniso. A palavra comédia vem do grego "komoidía" ("komos" remete
ao sentido de procissão). Na Grécia havia dois tipos de procissão que
eram denominadas "komoi". Numa, os jovens saiam às ruas,
fantasiados de animais, batendo de porta em porta pedindo prendas,
brincando com os habitantes da cidade. No segundo tipo, era celebrada
a fertilidade da natureza. Apesar de também ser representada nas
festas dionisíacas, a comédia era considerada um gênero literário
menor. É que o júri que apreciava a tragédia era nobre, enquanto o da
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comédia era escolhido entre as pessoas da platéia. Também a temática


diferia nos dois gêneros A tragédia contava a história de deuses e
heróis. A comédia falava de homens comuns.
2.3 Espaço cênico
Essa forma serviu aos gregos até aproximadamente 400 a . C..
Arquibancadas - a princípio de madeira e, depois, de pedra -
circundavam uma arena onde o coro das tragédias evoluía, cantando e
dançando. Uma plataforma era reservada à atuação dos atores, que
dialogavam com o coro à sua frente.
2.4 Máscara e magia
No Ocidente, a máscara foi utilizada primeiro na Grécia Antiga, todos
os anos, durante as festividades de Dionísio, o deus do vinho e da
fertilidade. Como o vinho vem do suco da uva, e tem de ficar pelo
menos três meses fechado num recipiente para ficar pronto, essas
festas aconteciam logo depois que se abriam os barris produzidos no
ano anterior.
Nessa data, todos bebiam, cantavam e dançavam. Dizem que essas
festividades dos povos antigos deram origem ao carnaval. Nas
cerimônias para o deus Dionísio, por exemplo, usava-se a máscara e
acreditava-se que ele estaria presente entre as pessoas durante a
festa. O teatro é a arte que explorou frequentemente a magia das
máscaras. No Japão, por exemplo, utilizam-se máscaras no palco até
hoje para marcar bem as características dos personagens.
Em muitas culturas ditas primitivas da África, da América e do Oceano
Pacífico, as máscaras são usadas em cerimônias religiosas. São feitas
de diversos materiais naturais como madeira, fibras, palhas, barro,
chifres, conchas, plumas, peles de animais, pedras, tecido ou espiga
de milho, entre outros.
Em algumas tribos indígenas, por exemplo, cabe aos índios mais idosos
usá-las durante rituais para curar doentes, espantar maus espíritos ou
celebrar casamentos e ritos de passagem – cerimônias nas quais os
meninos e as meninas do grupo passam da infância para a idade
adulta.
Hoje em dia, ainda utilizamos máscaras em festas. Uma das datas em
que elas aparecem é o Dia das Bruxas, Halloween, comemorado no dia
31 de outubro, principalmente nos Estados Unidos. Nesse dia, as
pessoas usam máscaras e fantasias inspiradas nos filmes de terror e
saem às ruas com a intenção de assustar os outros.

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Outra festa de máscaras bastante marcante acontece em fevereiro, no


Brasil. É o Carnaval, quatro dias de alegria durante os quais os foliões
se fantasiam e usam máscaras para brincar e dançar
2.5 Elementos do teatro
Elementos físicos do teatro: Fisicamente o teatro é constituído de
vários elementos, entre eles, os principais são os seguintes:
- TEATRO: É o local construído para a ação dramática, representada
por atores a um público. Compreende o palco para a representação e
as acomodações para o público, e nele atuam a equipe dramática e a
equipe técnica, que se ocupam de todos os elementos da
representação incluídos seus acessórios e adereços.
- PALCO: Estrutura sobre a qual são conduzidas as representações
teatrais em uma casa de espetáculos. Os palcos assumem as mais
variadas formas e localizações em função da plateia.
- BASTIDORES: Pares de painéis verticais retangulares, de madeira e
pano, que escondem do espectador as dependências laterais do palco.
São também chamados pernas.
- CAMARIM: Recinto reservado, próximo ao palco, onde os atores se
vestem e se maquilam para a cena, ajudados pelos técnicos das áreas
respectivas..
- CENÁRIO: Conjunto recursos visuais utilizados para criar o ambiente
e a atmosfera própria na representação do drama. Compreende
painéis, móveis, adereços, bambolinas, bastidores, efeitos luminosos,
projeções etc.
- CORTINA: Peça, geralmente em tecido, que resguarda o palco. Abre
e fecha nas mudanças de ato, e ao fim ou início do espetáculo.
- ESPAÇO CÊNICO: Área do palco ocupada com a representação.
Divide-se primeiramente em direita e esquerda, conforme a visão do
público.
- PROSCÊNIO: Um avanço do palco, além da boca de cena, que se
projeta para a plateia. Seu limite, comumente em forma de arco, é a
ribalta
- PÚBLICO: São os frequentadores do teatro e os que apenas
ocasionalmente assistem a um espetáculo teatral. É chamado plateia
por extensão do nome da parte do auditório fronteira ao palco, devido
à grande parte dos teatros disporem apenas desses assentos. O público
também se dispõe nas galerias, frisas e camarotes, quando o teatro
dispõe destas estruturas.
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- HALL ou FOYER. Área externa dos auditórios, onde geralmente se


realizam coquetéis, apresentações, exposições, vernissages (abertura
de exposições) etc.
- ILUMINAÇÃO: Conjunto de lâmpadas e refletores que iluminam o
palco, o auditório, ou que são usados para efeitos especiais no cenário.
- FIGURINO: Vestimenta utilizada pelos atores para caracterização de
seus personagens de acordo com sua natureza, e identifica,
geralmente, a época e o local da ação. Traje de cena.
- EQUIPE DRAMÁTICA: A produção de um espetáculo teatral depende
do trabalho de vários componentes, cada qual com funções específicas,
dentro desta equipe. São eles:
- ATOR ou INTÉRPRETE: Intérprete de um papel teatral. O que
interpreta um personagem
- CENÓGRAFO: Também chamado cenarista, é aquele que cria o
projeto cenográfico e monta o espaço cênico de modo realista ou
conforme idealizado pelo dramaturgo.
- DIRETOR: Coordenador geral de todos os aspectos envolvidos com o
espetáculo, aprova a escolha do elenco, o cenário, o figurino,
iluminação, etc. É também chamado de DIRETOR GERAL, quando a
equipe compreende outros diretores de áreas específicas como
DIRETOR DE ATOR, DIRETOR DE CENA, DIRETOR MUSICAL, etc.
- DRAMATURGO: É o literato que escreve a peça teatral. Autor de um
texto dramático, que é a literatura destinada ao teatro.
- ELENCO: É o conjunto de atores em uma representação teatral.
- FIGURANTE: Pessoa que entra em cena para fazer um papel anônimo,
como parte de grupos ou da multidão.
- FIGURINISTA: É aquele que cria, orienta e acompanha a feitura dos
trajes para um espetáculo teatral.
- ILUMINADOR: É o técnico que faz o projeto de luz para um espetáculo
de teatro, com os efeitos adequados ao clima do drama e à valorização
do trabalho do ator.
- PONTO: Técnico da equipe de produção que acompanha o desenrolar
da representação a partir de um ponto no proscênio, e lê o roteiro ao
longo do espetáculo de modo a ajudar os atores no diálogo e nos
movimentos em cena. Ocupa um fosso cujo alçapão ou anteparo o
mantém oculto para a assistência..

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- PRODUTOR: É aquele que financia a produção do espetáculo.


Além da equipe dramática, a produção de uma peça teatral conta com
uma equipe técnica, geralmente composta de CAMAREIRA,
CARPINTEIRO, CENOTÉCNICO, CONTRA-REGRA, DIVULGADOR,
ELETRICISTA, MAQUIADOR, MAQUINISTA, OPERADOR DE SOM,
OPERADOR DE LUZ, PRODUTOR EXECUTIVO, PRODUTOR GRÁFICO
entre outros.

III- UNIDADE
3. Dança
3.1 História da dança
A dança nasceu com os primeiros seres humanos. Através do
movimento do corpo, da batida do coração, do caminhar, os seres
humanos criaram a dança como forma de expressão. Por meio das
pinturas encontradas nas cavernas, sabemos que homens e mulheres
já dançavam desde a pré-história.
A dança é uma expressão artística que usa o corpo como instrumento.
Assim como o pintor utiliza pincéis e tela para criar seus quadros, o
bailarino serve-se do corpo. Presente em todos os povos e culturas, a
dança pode ser executada em grupo, duplas ou solos. Pela dança se
expressa a alegria, a tristeza, o amor e todos os sentimentos humanos.
Dança Primitiva: Chamamos dança primitiva aquela que surge de
maneira espontânea e é praticada por uma comunidade. Geralmente,
é uma dança usada para celebrar um ritual específico como as colheitas
ou a chegada de uma estação do ano.
Nas culturas indígenas, a dança é usada em festas ou a fim de se
preparar para a guerra. Também é utilizada nos rituais de passagem,
como o início da vida adulta.
Danças milenares: Nas civilizações antigas, como a egípcia ou a
mesopotâmica, a dança tinha um caráter sagrado, sendo mais uma
forma de honrar os deuses. Esse tipo de dança sobrevive até hoje em
países como Índia e Japão.
Na Grécia antiga, a dança também tinha um caráter ritual, sendo usada
nos cultos aos deuses. Uma das danças mais descritas na Antiguidade
era aquela que se usava para as festas do Minotauro ou do deus do
vinho, Baco.
Dança na Europa Ocidental: Com a expansão do cristianismo na
Europa, a dança perde seu caráter sagrado. A moral do cristianismo

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colocava o corpo como fonte do pecado e, assim, precisava ser


controlado.
Por isso, ao contrário das outras artes, a dança não entra nas igrejas
e se restringe às festas populares e às celebrações nos castelos.
Basicamente, podemos diferenciar dois tipos de dançar na Idade
Média: em pares, em roda ou formando cadeias.
Será este tipo de baile que dará origem às danças cortesãs e mais
tarde, ao balé, como o entendemos hoje.
Dança no Renascimento (sécs. XVI e XVII): A dança no
renascimento começa a ganhar status de arte, com manuais,
professores especializados e, sobretudo, pessoas que se dedicam a
estudá-la.
Foi na Itália que a palavra “balleto” surgiu. Através do casamento da
princesa florentina Maria de Médici com o rei da França, Henrique IV
(1553-1610), este tipo de dança chegou à França. Maria de Médici
(1575-1642) introduziu o “balleto” na corte francesa. Ali, a palavra se
transformaria em balé e ganharia destaque como arte digna a ser
praticada pela corte.
Posteriormente, na corte do rei Luís XIV (1638-1715), começavam os
primeiros balés dramatizados, com coreografia, figurinos e que
narravam uma história com início, meio e fim. É importante destacar
que este rei usou o balé para afirmar sua figura de monarca
absolutista. Na corte do Rei-Sol, destaca-se o compositor Jean-Baptiste
Lully (1632-1687), que escreveu música para as coreografias e diretor
da Academia Real de Música.
Saber dançar torna-se fundamental na educação dos nobres. As danças
mais conhecidas eram o minueto, a gavote, a zarabanda, a allamande
e a giga.
No final do século XVIII, na Áustria e no Império Alemão, surge a valsa.
Inicialmente, a dança causa escândalo, pois é a primeira vez que os
casais dançam abraçados e de frente para o outro. Este ritmo vai se
espalhar por toda Europa e chega ao Brasil com a vinda da corte
portuguesa. Até hoje, a valsa está presente nos bailes de debutantes
e casamentos.
Dança no Romantismo (séc. XIX): No século XIX, com o surgimento
do movimento artístico romântico, o balé se consolida como forma de
expressão artística. Com a ascensão da burguesia e a construção dos
grandes teatros, o balé deixa os salões dos palácios, para se tornar um

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espetáculo. Também na ópera, outra manifestação artística de peso


nesta época, era praticamente obrigatório incluir um número de dança.
No entanto, será na corte russa que o balé alcançará o auge da criação
artística. O compositor Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893), autor de
obras como “O Lago dos Cisnes” e “O Quebra-nozes”, marcou a criação
dos balés românticos.
No final do século XIX, as antigas colônias americanas começam a criar
sua própria reinterpretação da música e da dança europeias. Desta
maneira, surge o canto gospel, nos Estados Unidos; o choro e o samba,
no Brasil; e o tango, na Argentina e no Uruguai.
3.2 Dança e educação
A dança no contexto educacional brasileiro aparece como conteúdo da
disciplina Artes e nas atividades rítmicas e expressivas da Educação
Física. Na disciplina Arte a dança é trabalhada como atividade e
linguagem artística, forma de expressão, socialização, como conceito
e linguagem estética de arte corporal. Como atividade de arte cênica e
para apresentações.
Já na educação física o propósito da dança é diferente podendo até se
inserir como cultura corporal de movimento humano. Mas a abordagem
da dança dentro do contexto da Educação Física é diferente da
abordagem da dança no contexto da Arte.
Na educação física a dança é utilizada de forma instrumental, assim
como a ginástica, os esportes e as lutas, deve enfocar o aspecto motor,
biopsicossocial, como forma de atividade para condicionamento físico,
emagrecimento, bem estar e saúde. Pode ser verificado em clubes,
academias e demais espaços de lazer e ginástica. A dança na educação
física é uma atividade física instrumental e não artística, que assim
como as demais atividades físicas, pode ser utilizada como ferramenta
para a melhoria do convívio intra e interpessoais, saúde e qualidade de
vida.
No âmbito de formação acadêmico-profissional, existem graduações e
pós graduações específicas na área de dança. Os bacharelados em
Dança que qualificam profissionais de dança, seja o artista bailarino,
dançarino ou coreógrafo e ainda as licenciaturas em Dança que forma
os professores de dança. Estes cursos são vinculados à área de
conhecimento das Artes. No Brasil, a formação para professores e
artistas de dança é adquirida nos cursos superiores de dança
(bacharelados e licenciaturas).

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3.3 Classificação e gênero


Várias classificações das danças podem ser feitas, levando-se em conta
diferentes critérios.
Quanto ao modo de dançar:
Dança solo (ex.: coreografia de solista no balé, sapateado, samba);
Dança em dupla (ex.: tango, salsa,kizomba, valsa, forró, etc.);
Dança em grupo (ex.: danças de roda, sapateado, gavota).
Quanto a origem:
Dança folclórica (ex.: catira, carimbó, reisado, etc.);
Dança histórica (ex.: sarabanda, bourré, gavota, etc.);
Dança cerimonial (ex.: danças rituais indianas);
Dança étnica (ex.: danças tradicionais de países ou regiões).
Quanto a finalidade:
Dança erótica (ex.: can can, striptease);
Dança cênica ou performática (ex.: balé, dança do ventre, sapateado,
dança contemporânea);
Dança social (ex.: dança de salão, axé music, tradicional);
Dança religiosa/dança profética (ex.: dança sufi);
Dança coreografada (ex.: Casamento, Debutantes, Bodas), etc.
3.4 Breve história da dança moderna
Dança Moderna (séc. XX): A dança moderna será a ruptura do balé
clássico promovida na virada do século XIX para o XX. Com o
crescimento das cidades e da expansão das indústrias, parte da
sociedade já não se identificava com aquele tipo de espetáculo do balé
clássico. Surgem nomes como Isadora Duncan (1878-1927), uma das
primeiras a romper com os movimentos rígidos, o figurino de tutus, e
os cenários grandiosos.
Isadora Duncan preferia roupas simples, dispensava cenários e
dançava descalça. Sua obra abriu várias possibilidades para novas
linguagens na dança contemporânea.

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IV - UNIDADE
4. Música
A palavra música vem do grego μουσική τέχνη (se pronuncia
musikétéchne) tem como tradução livre “a arte das musas”. Tida como
uma arte, a música é uma forma dela de combinar, de forma
organizada previamente, os sons e o ritmo. A música (de acordo com
estudos) surgiu na antiga Grécia e se desenvolveu em outras
populações e civilizações, como a era medieval, renascimento, barroco,
entre outros. A música sempre era feita (e desenvolvida) de acordo
com as características do que a população vivia a época.
No começo as músicas não tinham letra como há hoje em dia. Outro
desenvolvimento que a música sofreu, que também não foi ruim, é a
questão da miscigenação. Cada civilização, cada povo, cada cultura
tem a sua música e podemos sentir essa diferença quando vemos a
quantidade de gêneros musicais que existem.
4.1 A música brasileira através dos tempos
Muito rico culturalmente, o Brasil é um país que apresenta uma
diversidade muito grande quando se fala de música. São muitos os
artistas e os estilos que movimentam o cenário musical do país. Cada
região, por exemplo, mantém alguns ritmos característicos da sua
cultura.
O mais conhecido ritmo brasileiro, tanto no país como no exterior, é o
samba. Ele surgiu no início do século XX, no Rio de Janeiro, a partir
dos batuques, pagodes e rodas de capoeira. O primeiro samba que se
tem notícia na história é “Pelo telefone”, de Ernesto dos Santos, de
1917.
A chegada do rádio aumentou ainda mais essa diversidade no cenário
musical do país. Surgiram artistas como Ary Barroso, Dorival Caymmi,
Carmem Miranda e Noel Rosa. Luiz Gonzaga surge com o baião, nos
40, acompanhado de Jackson do Pandeiro, com o samba-canção.
Tom Jobim e João Gilberto roubaram a cena nos anos 50, com a Bossa
Nova. Com a popularização da televisão e os programas dedicados à
música, surge a MPB, que fizeram o maior sucesso nos festivais por
todo o país. Nessa época também surgiu a Tropicália e Jovem Guarda,
de Roberto e Erasmo Carlos, e da musa Wanderléia.
Os anos 70 chegaram com uma explosão ainda maior de estilos. No
funk, Tim Maia e Jorge Ben Jor, e o rock foi representado pelo som de
Rita Lee e Raul Seixas. Apareceram no cenário artistas que ficaram

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consagrados, como Maria Bethânia, Gal Costa, Belchior, Fagner, Clara


Nunes, Fafá de Belém, Elba Ramalho, Alceu Valença, entre outros.
A Música Popular Brasileira é marcada pela sua variedade. Com a
dimensão geográfica do país, são encontrados diversos estilos, que
seguem características de cada região, e ao mesmo tempo do país
como um todo.
 Ritmos musicais: A música tem uma grande variedade de
criação, de composição e até mesmo de estilo. Os americanos
dos Estados Unidos curtem um estilo diferente dos africanos, por
exemplo, que curtem um estilo de música diferente dos
Orientais, e isso varia de sociedade para sociedade.
Vamos tratar dos gêneros musicais de uma forma mais ampla, sem
entrar nos gêneros de ritmos no momento. Podemos dividir a música
em alguns gêneros, sendo estes:
- Música erudita: As músicas que se enquadram nesse grupo e são
tidas como eruditas são bem elaboradas e são tidas pelas pessoas
como músicas cultas. Algumas pessoas a chamam de música clássica.
Por ser culta e clássica, porém vale salientar que os compositores desse
grupo não se focavam apenas na música clássica, também criando
músicas populares e folclóricas. Podemos citar como exemplo o
compositor brasileiro de música clássica Heitor Villa-Lobos.
- Música popular: A música popular é muito conhecida por vir do povo.
Ela é fruto de manifestações populares. Esse gênero, comum do dia-a-
dia, ouvido nas festas, na rádio, que dançamos e cantamos
rotineiramente.
- Música Religiosa: Esse gênero é usado em rituais religiosos, como
cultos, missas e funerais. Nas maiores festas religiosas, como
adoração, orações em grupo, natal, páscoa, entre outras
comemorações.
- Outros Gêneros Musicais: Cada um desses grupos citados se divide
em vários outros subgrupos, como o gênero de música religiosa, que
tem as músicas sacras (do catolicismo), gospel (do protestantismo), o
candomblé com seus tambores, entre outras músicas que vão se
agrupando de acordo com a religião.
Também a divisão de subgêneros, o que ocorre muito com as divisões
do gênero das músicas populares. O forró, por exemplo, já pode ser
encontrado em forró tradicional (aquele que Gonzaga perpetuou e fez
famoso, sendo tocado por triângulo, sanfona e zabumba) e o forró

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elétrico (muito famoso nos dias atuais com instrumentos mais


elétricos, como guitarra, bateria, baixo e teclado).
Outro subgrupo da música popular que tem uma grande extensão é o
rock, que pode se dividir em heavy metal, trash metal, deafh metal,
glam metal, hard rock, new wave, entre outros. O nome metal é quase
sempre presente na subdivisão do rock para lembrar a metaleira
pesada que existe nesse estilo musical.
4.2 Principais compositores e cantores
Alguns compositores brasileiros fizeram tanto sucesso que estão na
cabeça e boca de todo mundo, independente do estilo da música.
Selecionamos alguns dos maiores compositores brasileiros que fazem
parte do cânone da música brasileira.
Chiquinha Gonzaga (1847-
1935): Pianista, compositora e
maestrina, Chiquinha Gonzaga foi
uma mulher muito a frente do seu
tempo. Filha de um primeiro-
tenente com uma mestiça, filha
de escrava, Chiquinha enfrentou
o preconceito desde cedo ao ser
rejeitada pela família do pai. Mas
mesmo assim nunca se abateu -
a sua criação foi no meio das crianças burguesas, com o melhor que a
educação de elite poderia oferecer.
Chiquinha ganhou de presente de casamento um piano, e foi nele que
começou a compor valsas e polcas, contra a vontade do primeiro
marido que o queria afastar da música. A moça acabou por se divorciar
do pai dos seus filhos para seguir o seu sonho na música.
Francisca Edwiges Neves Gonzaga entrou no imaginário coletivo com a
sua composição Ô abre alas, mas o seu trabalho foi muito além da
criação da marchinha carnavalesca. Sabia que ela foi a primeira mulher
a reger uma orquestra no Brasil?

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Heitor Villa-Lobos (1887-1959): Heitor Villa-Lobos nasceu no Rio


de Janeiro e é considerado um dos precursores da música erudita
brasileira. Seu pai também era músico, e desde criança Villa-Lobos se
interessou por instrumentos, aprendendo a tocar violoncelo, clarinete
e saxofone.
Ao mesmo tempo que ouvia
grandes nomes da música
clássica, como Bach, o garoto se
interessava também por ritmos
brasileiros, principalmente os
nordestinos. Foi assim que
revolucionou a música
instrumental nacional,
misturando sons antes nunca testados. Hoje é, sem dúvida, um dos
maiores compositores brasileiros da história, inclusive tendo fundado
a Academia Brasileira de Música.
Pixinguinha (1897-1973): O
choro brasileiro deve muito a
Pixinguinha, nome artístico de
Alfredo da Rocha Viana Filho que
nasceu no Rio de Janeiro.
Seu pai era flautista e com apenas
treze anos o menino já compunha
músicas. Com quinze, tornou-se músico pela orquestra do Teatro Rio
Branco. Com o tempo o garoto fez parte de importantes grupos
musicais da década de vinte, como o Caxangá, saiu em turnês
internacionais e ganhou fama como um dos maiores músicos que o
Brasil já teve.
Ary Barroso (1903-1964): Sabia que
Ary Barroso já foi até indicado ao Oscar de
Melhor Canção Original? O compositor
nascido em Minas Gerais é um dos
expoentes do samba nacional. Compunha
muitos sucessos interpretados por
Carmem Miranda e ganhou a vida na
juventude como pianista em bares e
orquestras.
Aquarela do Brasil, sua composição mais
famosa, é uma música reconhecida internacionalmente e símbolo do

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samba-exaltação, estilo inaugurado por Ary, que ressaltava as


qualidades do Brasil como um país plural.
Cartola (1908-1980): Há quem
diga que o carioca Angenor de
Oliveira, famoso Cartola, foi o
maior sambista que o Brasil já
teve. Além de compor e cantar,
Cartola também era poeta e o
violinista. Cavaquinho e violão
estavam sempre com ele. Cresceu
no Morro da Mangueira, tendo
fundado, inclusive, a escola de samba Estação Primeira de Mangueira
quando tinha apenas 20 anos de idade.
Era o clássico malandro boêmio que vivia no samba e bares cariocas.
Na década de 30 compôs para grandes cantores, como Carmem
Miranda, e só mais velho é que explodiu em carreira solo, com o seu
primeiro disco gravado quando tinha 66 anos de idade. Continha os
clássicos “As Rosas não Falam” e o “O Mundo é um Moinho”.
Noel Rosa (1910-1937): Foram
mais de trezentas as composições do
Poeta da Vila, Noel Rosa. Isso porque
ele viveu apenas 27 anos, morrendo
vítima de uma tuberculose. Apesar de
ter tentado a faculdade de medicina,
logo abandonou o curso pela vida
boêmia no bairro da Lapa no Rio de
Janeiro, onde passava noites entre
bares e cabarés.
É considerado o homem responsável
por levar o samba, originalmente do morro e das favelas, para o
asfalto, e para as rádios nacionais. O que popularizou o estilo musical
entre a classe média brasileira. Com que roupa eu vou? É uma de suas
canções mais conhecidas e populares.

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Adoniran Barbosa (1910-1982): João


Rubinato nasceu em Valinhos, interior de
São Paulo. É considerado o pai do samba
paulista, por popularizar o ritmo no estado.
A sua carreira se fez com muita insistência
do artista, que batia sempre às portas das
rádios, e fazia participações em programas
de calouros.
Aproximadamente com 30 anos, Adoniran,
pseudônimo que adotou, começou a
trabalhar na rádio, como ator cômico, locutor e, posteriormente, teve
espaço para suas gravações. Saudosa Maloca foi seu primeiro sucesso
como compositor e Trem das Onze é até hoje um dos sambas paulistas
mais famosos da história.
Luiz Gonzaga (1912-1989):
O baião, xote e xaxado, ritmos
nordestinos hoje muito
populares, devem muito a Luiz
Gonzaga, pernambucano que
espalhou tais ritmos por todo o
Brasil. Chegou a ser militar na
juventude, para fugir da família
de uma moça com quem estava proibido de se envolver e,
paralelamente, ganhava um dinheiro extra trocando sanfona pelos
estados onde passava.
Compunha principalmente melodias para as suas canções. Asa Branca
e outras músicas famosas foram feitas em parceria com o advogado
Humberto Teixeira, com quem trabalhou por cinco anos criando
diversos hinos da música nordestina nacional.
Vinicius de Moraes (1913-
1980): A música popular
brasileira não seria mesma sem
as composições de Vinicius de
Moraes, o carioca que desde
criança já fazia jus ao seu apelido
de poetinha. Na adolescência fez
parte do coral de uma igreja
católica, onde criou a suas
primeiras canções.

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Chegou a cursar direito, tentou a carreira política, publicou um livro de


poemas, foi jornalista, dramaturgo. Mas foi no final da década de 50
que deslanchou como artista, compondo em parceria com Toquinho,
Tom Jobim, João Gilberto, Chico Buarque, entre outros nomes. Garota
de Ipanema, Chega de Saudade e Eu Sei Que Vou Te Amar são algumas
das músicas mais importantes da MPB compostas por Vinicius.
Lupicínio Rodrigues (1914-
1974): Lupicínio nasceu no berço
de uma extensa família. Ele foi o
primeiro filho homem entre os 21
descendentes do casal Francisco
(funcionário da Escola de
Comércio) e de Abigail Rodrigues.
Aos doze anos começou a compor
para blocos carnavalescos da sua
região. O pai, com medo do destino boêmio do filho, tentou o afastar
desse meio de todas as formas que pode - até o inscreveu no exército
- mas felizmente não conseguiu obter sucesso em tal façanha.
Lupicínio cantou no conjunto musical dos soldados, continuou com as
suas marchinhas e se inscreveu em uma série de concursos. Sua
primeira vitória foi em 1935, quando ganhou um concurso da Rádio
Farroupilha. O primeiro sucesso veio três anos mais tarde, em julho de
1938, com a gravação de Se acaso você chegasse.
4.3 Música popular paraense
 Histórico: O carimbó é uma das principais matrizes rítmicas da
música popular do Pará. Foi influenciado pelas culturas indígena,
africana e também pela música portuguesa do período colonial.
Talvez seja na dança onde se evidencie a maior pluralidade
cultural do carimbó: da tradição indígena, a dança em passos
curtos e em roda; da tradição africana, o rebolado, sensualidade
e percussão rápida; dos portugueses, o modo de dançar girando
em casais e instrumentos de sopro.
No “Código de Posturas de Belém”, documento de 1880, é possível ver
que a prefeitura proibia a prática do carimbó e demais manifestações
culturais dos nativos e negros. Somente no ano de 2014 foi
considerado patrimônio imaterial brasileiro. Ou seja, a cultura popular
do Pará enfrenta resistências conservadoras até mesmo quando o
assunto é uma expressão popular tão enraizada na comunidade local.

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A música “brega” se difundia Brasil adentro com nomes como


Reginaldo Rossi, Amado Batista e Odair José. Estes estilos acabaram
segregados, destinados, em grande parte, ao público das periferias.
As paródias de hits dos anos 80 da banda Fruto Sensual são hoje
considerados clássicos do Brega Pop Paraense.
A geografia do estado exerceu papel fundamental na produção de seus
ritmos populares. No final dos anos 1970 e durante os anos 1980 era
comum que os programas de rádios populares de Belém conseguissem
captar sinais de países como Suriname, Guianas e Bolívia. Cumbia,
merengue, salsa, zouk: tudo isso foi consumido em Belém sob o termo
guarda-chuva lambada em uma tentativa de simplificação por meio das
rádios.
A lambada teve maior repercussão, numa primeira fase, até o nordeste
do Brasil. O grande sucesso, no entanto, só aconteceu após a entrada
de empresários franceses no negócio. Com uma gigantesca estrutura
de marketing e músicos populares experientes, o grupo franco-
brasileiro Kaoma lançou, em 1989, com êxito, a lambada na Europa e
outros continentes. A música “Chorando Se Foi” tornou-se o carro
chefe da novidade pelo mundo. Em pouco tempo, já na década de
1990, a lambada estava presente em programas de auditório, trilhas e
novelas brasileiras. Foi até tema de filme de Hollywood: “Lambada, A
Dança Proibida”.
No decorrer dos anos 1990 a lambada deu lugar a outros ritmos mais
vendáveis no Brasil. Nomes como Tonny Brasil, Kim Marques, Adilson
Ribeiro, Alberto Moreno, Edílson Moreno, Wanderley Andrade e
Nelsinho Rodrigues tornaram-se figuras conhecidas nas rádios FM
paraenses. Surgia durante essa época o brega pop. O nome, criação
dos radialistas Jorge Reis, Rosenildo Franco e Marquinho Pinheiro, foi
uma maneira de diferenciar o brega surgido no Pará, que tinha
peculiaridades em relação ao brega do resto do Brasil.
4.4 Principais compositores e cantores
Dona Onete: Ionete da Silveira Gama,
conhecida pelo nome artístico de Dona
Onete, (Cachoeira do Arari, 18 de junho de
1939) é uma cantora, compositora e poetisa
brasileira.
Nascida no interior do estado do Pará, morou
em Belém, onde passou sua infância, e
depois em Igarapé-Miri. Foi Secretária de Cultura e Professora de
História e Estudos Paraenses. Ela fundou e também organizou grupos
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de danças folclóricas e agremiações carnavalescas. Dona Onete é


considerada a "Diva do carimbó chamegado"
Félix Robatto: O seu visual imediatamente
o concede o título de Billy Gibbons paraense.
O Félix já tem uma longa história na cidade,
é um dos principais apoiadores da música
em Belém e vem transformando a noite da
cidade com a Lambateria, uma festa de
música tradicional paraense que rola todas
as quintas. Aliás, se eu fosse recomendar uma experiência pra quando
você estiver por lá, seria: vá na Lambateria.
Felipe Cordeiro: Felipe Cordeiro é um artista
paraense, um dos principais expoentes da
nova geração da sempre efervescente cena
musical do Pará. Cantor, compositor e
instrumentista, a sonoridade do músico é
permeada por ritmos amazônicos que vão da
lambada ao carimbó, da guitarrada ao
atualíssimo tecnomelody.
Luê: A Luê é uma ótima cantora e, ao
mesmo tempo, toca rabeca
maravilhosamente. Começou com um disco
bem tradicional que flertava com o erudito,
mas agora vem com um novo álbum bem
mais experimental. Não chegou a abandonar
as origens paraenses, mas está cheia de
novos sabores e com uma sonoridade bem mais urbana. Vale conferir.

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