R: Destacam-se como questões principais levantadas por Garlipp no artigo o
crescimento mundial do pós guerra em que o crescimento resultou a produção de capital e internacionalização financeira entre países centrais e periféricos, O sistema de Bretton Woods que instituiu o dólar como moeda internacional, a era dourada do pós guerra que trouxe a globalização financeira e o capitalismo marcadamente deseigual, a drástica mudança no padrão de acumulação de capital que canalizou reformas estruturais como privatizações, a completa desrregulação das economias que fez com que os Estados dos centros hegemônicos colocassem os estados nacionais em função da reestruturação do capital, a formação do estado gerencial por Pierre Dardot e Christian Laval em a Nova Razão do Mundo onde os autores se referem a um estado gerencial ao invés do estado social, a aderência às políticas neoliberais na região latino- americana na década de 1970, a abordagem do neoliberalismo em que o mercado, em todas circunstâncias sempre conduz à solução mais eficiente e o aumento da pobreza e miséria, as taxas altas de desemprego, concentração hipotética da riqueza e aprofundamento das desigualdades. 4) Elaborar um texto dissertativo como conclusão do estudo em resposta a seguinte questão: os problemas enfrentados pelas economias na virada para o século XXI, principalmente pelos países em desenvolvimento, são intrínsecos a globalização financeira?
Os problemas enfrentados por diferentes economias na virada do século
21, principalmente por países em desenvolvimento, são intrínsecos às características da era da globalização financeira, pois a globalização financeira é um fator no plano internacional que possui uma crescente mobilidade e acumulação de capitais, e é um fenômeno subordinado à volatilidade de mercado e a variações nos fluxos de capitais. A inovação da globalização financeira trouxe uma organização do mercado e promoveu o crescimento, mas foi regida pela acumulação financeira que pode ser flexível de acordo com as mudanças do cenário mundial. O cenário pós-guerra proporcionou um crescimento e fez com que os países em desenvolvimento retornassem ou se inserissem parcialmente ao mercado internacional de capitais, o que tornou mais proeminentes as atitudes especulativas ou oportunistas dos investidores em relação aos mercados emergentes. A volatilidade dos fluxos de capitais foi crescente e as economias que não eram estáveis ou não acumularam um número de capital suficiente como os países periféricos sofreram grandes declíneos econômicos e entraram em crises. Além da questão das restrições ao financiamento global, a ilusão de expansão do crédito nos países em desenvolvimento fez com que os países ficassem vulneráveis as mudanças nas taxas de juros dos países centrais ou nos preços das ações. Os países periféricos dependeram em grande medida da trajetória e funcionalização do países centrais e devido à desregulamentação do sistema financeiro e as características competitivas da época, estes países correram riscos e enfrentaram choques econômicos. A globalização financeira é inerente ao conceito de expansão devido à interconexão econômica e à acumulação de capital. A globalização também trouxe os países semiperiféricos ou periféricos o retorno aos mercados de capitais, contudo a mesma globalização financeira requereu grande controle econômico em países principalmente em desenvolvimento devido a desrregulação da economia. Nesse caso, os países tornaram-se sensíveis às flutuações dos fluxos de capitais, de modo que choques econômicos e mesmo crises políticas os afetaram e os levaram à crise e até mesmo à miséria. O países centrais sentiram o abalo do sistema econômico mundial, mas se adaptaram ao domínio flexível do fluxo de capitais, porém os países que estavam reingressando ou se integrando ao sistema financeiro globalizado e estavam vulneráveis à significativa desregulamentação da economia da época sofreram em larga escala.