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Efraim (em hebraico: ‫אֶ ְפ ָריִם‬/‫אֶ ְפ ַריִם‬, padrão Efráyim, tiberiano ʾEp̄ráyim/ʾEp̄rāyim) foi, de

acordo com o Livro de Gênesis, o segundo filho de José e Asenet, uma mulher egípcia a
quem o Faraó teria presenteado José como esposa, filha de Potífera, sacerdote de Om.
(Gênesis 41:50–52) Efraim nasceu no Egito, antes da chegada dos filhos de Israel, vindos
de Canaã.[1] Também é uma região nas imediações da antiga Israel, possui região
montanhosa chamada Samir, onde habitava Tola, homem que se levanta para livrar Israel.
Bíblia Sagrada, Juízes 10:1.

História pessoal
Jacó, pai de José, adotou os dois filhos de José, Manassés e Efraim, para que eles
tivessem o mesmo direito que os próprios filhos de Jacó à sua herança (Gênesis 48:5). É
considerado o fundador da tribo israelita de Efraim, uma das Doze Tribos de Israel. Jacó
teria considerado Efraim acima de seu irmão mais velho.[2]
Os filhos de Efraim eram Sutela, Bequer e Taã; o Primeiro Livro de Crônicas, no entanto,
alega que teria tido outros dois filhos, Ezer e Eleade, mortos por habitantes do local que
teriam tentado roubar seu gado, e, posteriormente, outro filho, a quem deu o nome de
Beria (I Crônicas 7:20–23). Dele descende Josué, filho de Num, que acabou por se tornar
líder das tribos israelistas durante a conquista de Canaã.
De acordo com a narrativa bíblica, Jeroboão - que se tornou o primeiro rei do Reino de
Israel, ao norte do território - também pertencia à casa de Efraim (I Reis 11:26).

Análise bíblica
Devido a uma suposta falta de identidade, alguns estudiosos da Bíblia o veem como uma
retrodicção, uma metáfora epônima que fornece uma etiologia para a ligação da sua tribo
com as outras da confederação israelita.[3] O texto da Torá argumenta que o nome Efraim,
que significa "dupla fertilidade", se referiria à capacidade de José de produzir filhos,
especialmente enquanto esteve no Egito (chamado pela Torá de terra de sua
aflição).[4] Alguns acadêmicos especulam sobre uma possível origem egípcia de seu nome.
No relato bíblico, o outro filho de José é Manassés, e o próprio José é um dos dois filhos
de Raquel e Jacó (o outro é Benjamim). Estudiosos bíblicos veem como óbvio, a partir da
coincidência geográfica e do tratamento que lhes é dado em trechos mais antigos, que
originalmente Efraim e Manassés eram consideradas uma tribo - a Tribo de
José.[5] O Apocalipse, de João, no entanto, dá apenas a Efraim o nome tribal de José. De
acordo com diversos destes estudiosos, Benjamim faria parte original desta suposta tribo
única Efraim-Manassés ("de José"), porém o relato bíblico em que José era seu pai
acabou por se perder.[5][6] Muitos deles suspeitam que a distinção entre as Tribos de
José (que inclui Benjamim) é que seus integrantes teriam sido os únicos israelitas a ir para
o Egito e retornar, enquanto as principais tribos israelitas simplesmente apareceram como
uma subcultura dos canaanitas e haviam permanecido em Canaã durante todo o
período.[6][7] De acordo com este ponto de vista, a história da visita de Jacó a Labão para
obter uma esposa teria se originado como uma metáfora para esta migração, na qual a
propriedade e a família conquistadas de Labão representariam as conquistas materiais das
tribos de José quando retornaram do Egito;[6] de acordo com certos estudiosos dos textos a
versão javista da narrativa de Labão apenas menciona as tribos de José, e Raquel, sem
mencionar as outras matriarcas tribais.[8][9]
Na Torá, esta eventual precedência da tribo de Efraim é tida como sendo derivada de
Jacó, que, cego e em seu leito de morte, teria abençoado Efraim no lugar de
Manassés.[4][10] O texto que descreve esta bênção apresenta um hapax legomenon - a
palavra ‫( שכל‬sh-k-l) - que a literatura clássica rabínica interpretou de
maneira esotérica;[5] algumas fontes rabínicas associaram o termo com sekel,
"mente"/"sabedoria", e o veem como um indicador de que Jacó teria plena consciência de
quem ele estava abençoando;[11] outras fontes rabínicas associam o termo com shikkel,
que significaria que Jacó estaria despojando Manassés em troca de Efraim;[8] e outras
fontes afirmam que o termo estaria se referindo ao poder de Jacó de instruir e guiar
o Espírito Santo.[8] Nas fontes rabínicas clássicas, Efraim é descrito como alguém modesto
e que não era egoísta.[5] Estas fontes alegam que teria sido por essa modéstia e altruísmo,
bem como uma visão profética de Josué, que Jacó teria escolhido Efraim no lugar de
Manassés, o mais velho dos irmãos;[8] nestas fontes Jacó era tido como suficientemente
justo para que Deus conceda a bênção em sua homenagem, e faça da sua a principal
tribo.[8]

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