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COMO COMEÇOU A HISTÓRIA O JUDAÍSMO?

Os judeus acreditam que o judaísmo começou quando Abrão, o pai da


religião judaica, começou a venerar um Deus em vez de muitos. De acordo
com a Tora. Abrão nasceu em 1813 a.e.C e casou-se com sarai. Eles
partiram seguindo uma rota indicada por Deus. Abrão fez um acordo" Berit"
ou pacto, com Deus: prometeu ser fiel a Deus e ensinar suas leis para o
mundo. Para marcar este pacto, Abrão circuncidou a si mesmo.

Deus prometeu que teriam um filho. Ele disse que os seus descendentes
seriam tantos quando as estrelas que estão no céu e que herdariam a terra
de Israel. Teve início com chamada de Abraão para ser o pai da nação
escolhida. Na genealogia de (Gn 11.10-26), aparece o nome Terá, pai de
Abrão, Naor e Arã. Terá viveu em Ur dos Caldeus, a famosa cidade
sumeriana localizada às margens do Rio Eufrates, cerca de 241 quilômetros
a nordeste da costa sul do atual Golfo Pérsico.

A mais satisfatória reconstrução da cronologia bíblica localiza o nascimento


de Abrão em 2166 a.C. Uma época em que a cidade caiu nas mãos de um
povo bárbaro e montanhês conhecido por Guti que impuseram levantes
políticos e culturais contribuíram para a saída da família dos teraítas de Ur.

Em Ur dos caldeus viveram " não sumérios “como o próprio Abrão e seus
antepassados - de origem semita - aonde lá viveram e fundiram seus
conhecimentos e sua cultura com o lastro cultural dos sumerianos. Foi neste
tempo que Sargão (2371-2316) estabeleceu seu império acadiano de
dominação semita, é quase certo que Abrão era bilíngue, dominava tanto a
língua sumeriana quanto a acadiana. Ele e sua família eram devotos a Sin e
as divindades de a ele associadas, pois em Josué 24.2 vemos o registro de
que les adoraram a outros deuses. O nome Terá tem como forma a palavra
hebraica ‫" ֶתּ ַרח‬Terach" (lua) , o que pode sugerir a sua orientação religiosa.

Abrão e sua cultura -

As referências de Abrão como "o hebreu" ( Gn 14.13 ) são de especial


interesse, por que é a primeira vez que vemos em todo o Antigo testamento o
termo sendo usado em lábios não judeu. A designação étnica deva ter a sua
origrm no nome " Eber "‫ עבר‬ancestral de Abrão (Gn10.21-25) os hebreus
também foram chamados de " 'apiru.

Algumas atitudes características de Abrão e sua mulher em Gênesis 15 e 16


requerem um pouco de atenção em relação a alguns hábitos e costumes no
Oriente Médio antigo que estão registrados nas tabuinhas do "Tratado de
Nuzi". Esses documentos foram escavados e documentados sobre as
famílias de hurianas que vieram por volta de 1.500 a.C. Ele dizia que um
escravo poderia se tornar herdeiro de um casal caso eles não tivessem filhos,
como o caso de Eliezer em (Gn 15.3). Outro caso interessante refere-se a
esterilidade de Sara e as providências que ela mesma tomou para garantir a
sua descendência, dando a Hagar para ser uma espécie de " barriga de
aluguel” (Gn 16.1-6). Esse costume também é encontrado nos documentos
de Nuzi.

A história de José

A história de José é de grande importância para a formação história, cultural


e religiosa de Israel. Segundo alguns estudiosos, ele nasceu no ano 1916, e
entrou no Egito em 1889, subiu ao poder em 1886 e morreu em 1806 ( Gn
50.22) com 110 anos. Toda a sua vida foi contemporânea da magnífica 12ª
Dinastia do Médio Império Egípcio. José foi vendido ao Egito ja no final dos
anos do reinado de Ammenemes II (1929-1825). Seu reinado foi conhecido
como um reinado de Paz, caracterizado pelo desenvolvimento da agricultura
e da economia do país e das relações internacionais que aproximaram o
Egito da Ásia. Foi durante o reinado de Sesostris II (1879-1878) que ele ficou
preso cerca de dez anos após a sua chegada no Egito, e morreu no final dos
anos preditos de abundância e o seu sucessor Sesostris III inaugurou seu
reinado no período da fome predito na bíblia. E também foi esse mesmo
Faraó que recebeu Jacó e seus filhos no Egito.
E foi justamente entre a morte de José e o Nascimento de Moisés que o
Baixo Egito ( o Delta ) foi governado por uma dinastia de "Hicsos" que o
Antigo Testamento parece silencioso. É bem razoável admitir que o
relacionamento existente entre os hicsos e os hebreus tenha sido o mais
amigável possível. A dominação Hicsa foi da 13ª dinastia até á 18ª num total
de 150 anos, sendo esses expulsos pelo faraó Kamose (1575), que dominava
a parte oeste do Delta do Nilo.

Moisés

Como aponta no capítulo 01 do Êx, a 18ª dinastia foi fundada por Armosis, o
responsável pela expulsão dos hicsos. É bem provável que tenha sido este
faraó que não conheceu a José (Êx 1.8). Isto não sugere que ele não tenha
conhecido José pessoalmente, mas apenas que ele não aceitou que fosse
mantido na memória do egito que um faraó de origem quase semita tenha
governado o egito e que um " hebreu" tenha sido primeiro ministro no egito.

O nascimento de Moisés deu-se no mesmo ao da morte de Amenotepe I e


este foi sucedido por Tutmose I ( 1526-1512), um plebeu que tinha se casado
com a irmã do rei. Provavelmente foi ele que ordenou o infanticídio. O quadro
geral identifica a rainha Hatchapshut, esposa de TutmosisII, como a filha do
faraó que resgatou Moisés do rio Nilo e criou-o em todas as ciências e
místicas do egito. Moisés foi um general, Estadista, Sábio, Educador e Pastor
por excelência. Flavio Josefo em sua obra a História dos Hebreus registra
algumas de suas magníficas batalhas quando estava a frente do exército
egípcio.

Bibliografia:
História de Israel, Eugene H. Merrill. CPAD.
Alan Gardiner- Egito dos Faraós, ( Oxford University)
Flavio Josefo - História dos Judeus - CPAD
Os Livros dos Judeus -

Moisés é chamado pelos judeus de " Moshe Nevienu" - Moisés Nosso Profeta
". Ele deu aos judeus e ao mundo, o primeiro livro do Antigo Testamento, a

Torá. Que faz parte do " ‫ " תנך‬Tanakh - que é a sigla das iniciais das três
partes do Antigo Testamento:

1- ‫תורה‬ Torá - Lei


2- ‫באים‬ Neviim- Profetas
3- ‫כתובים‬ Ketuvim - Escritos , Históricos.
Essa tríade forma o que chamamos de " Antigo Testamento ".
Nela, na Torá, contém toda a base do judaísmo histórico e religioso e é nela
que a divindade hebréia vai se revelar aos judeus com seus desejos e
vontades e estabelece a aliança eterna com o seu povo escolhido.

Existem duas Torás, ou duas partes da Torá.

A primeira é a Torá escrita, chamada de Torá Shibikhtav ou Mikra. Ela


consiste nos primeiros cinco livros da Bíblia e é também chamada de
Pentateuco palavra grega que significa " cinco livros " ou " Chumash" que tem
o significado de " quíntuplo".

Na Torá tem 613 mandamentos ou Mitzivot.

O primeiro destes mandamentos encontra-se no Gn 1.28


‫וּרדוּ‬ ְ ָ‫וּמ ְלאוּ אֶ ת־הָ אָ ֶרץ וְ ִכ ְבשֻׁ ה‬
ִ ‫וּרבוּ‬ְ ‫א ִהים ְפּרוּ‬ ֱ ‫א ִהים ַויּ ֹאמֶ ר לָ הֶ ם‬
ֱ ‫וַיְ בָ ֶר אֹתָ ם‬
1
‫וּבכָ ל־חַ יָּה הָ רֹמֶ שֶׂ ת עַ ל־הָ אָ ֶרץ׃‬
ְ ‫ף הַ שָּׁ מַ יִ ם‬$‫וּבע‬
ְ ‫ִבּ ְדגַת הַ יָּם‬
" E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, a e multiplicai-vos, e enchei a terra, e
z

sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal
que se move sobre a terra."

e o ultimo está em Dt 31.19 " Agora, pois, escrevei para vós este cântico, e ensinai-o aos
filhos de Israel; ponde-o na sua boca, para que este cântico me sirva por testemunha contra o
povo de Israel."

- A segunda é a Tora Oral, chamada em hebraico de Torá Sheb'al peh. Ela é


conhecida por Talmud. Essa Torá oral, para os judeus não é em sentido algum

a a 1.28 Gn 5.1-2. A bênção divina, no AT, aparece vinculada, com freqüência, ao dom
da fecundidade. Cf. Gn 17.16,20; 22.17; 26.12,24; 28.3. Ver também Gn 49.22-26, n.;
Sl 128, nota a.
inferior a Torá escrita, foi transmitida fielmente de uma geração a outra, sem
nunca ter sido colocada por escrito, até a rebelião de Barkochba, em 135 E.C.
quando teve a sua edição preparada pelo Rabino Yehudah Ha-Nasi e seus
colegas e completado a sua conclusão no sec. V da Era Comum e permanece
sendo a fonte básica para todas as decisões legais que afetam a vida de um
judeu.

Talmude –

O Talmude (em hebraico: ‫תּ ְלמוּד‬, ַ transl. Talmud significa estudo) é uma


coletânea de livros sagrados dos judeus,[1] um registro das
discussões rabínicas que pertencem à lei, ética, costumes e história do
judaísmo.[2] É um texto central para o judaísmo rabínico.[2]
O Talmude tem dois componentes: a Mishná, o primeiro compêndio escrito da
Lei Oral judaica; e o Guemará, uma discussão da Mishná e dos escritos
tanaíticos que frequentemente abordam outros tópicos.[3]
O Mishná foi redigido pelos mestres tanaítas (Tannaim), termo que deriva da
palavra hebraica que significa "ensinar" ou "transmitir uma tradição". Os
tanaítas viveram entre o século I e o século III d.C.[4] A primeira codificação é
atribuída ao Aquiba (50 d.C. – 130 d.C.), e uma segunda, ao Rabi
Meir (entre 130 d.C. e 160 d.C.), ambas as versões tendo sido escritas no
atual idioma aramaico, ainda em uso no interior da Síria.[4]
Os termos Talmud e Guemará são utilizados frequentemente de maneira
intercambiável.[5] A Guemará é a base de todos os códigos da lei rabínica, e é
muito citada no resto da literatura rabínica; já o Talmude também é chamado
frequentemente de Shas (hebraico: ‫)ס"ש‬,
uma abreviação em hebraico de shisha sedarim, as "seis ordens" da Mishná.
1- O Talmude babilônico é uma coleção de opiniões rabínicas escrita entre os
séculos III e V na Babilônia(atual Iraque) e no local que é hoje Israel.
2- O Talmud Jerusalém ou Talmude Yerushalmi (em hebraico: ‫ְרוּשׁ ְל ִמי ַתּ ְלמוּד‬
ָ ‫)י‬,
muitas vezes chamado de Yerushalmi, é uma coleção de notas rabínicas sobre
a tradição oraljudaica, conforme detalhado no 2º século Mishnah. Outras
descrições são Talmud de-Eretz Israel

Mishiná -

A Mishná ou Míshena, também chamada de Mishná, é uma compilação de


opiniões e debates legais. As declarações contidas na Mishná são tipicamente
concisas, registrando as opiniões breves dos rabinos debatendo algum tópico,
ou registram apenas um veredito anônimo, que aparentemente representava
uma visão consensual. Os rabinos registrados na Mixná são chamados
de Tannaim.
Na medida em que suas leis estão ordenadas pelo assunto dos tópicos, e não
pelo conteúdo bíblico, e a Mishná discute cada assunto, individualmente, de
maneira mais extensa que os Midrash, e inclui uma seleção muito maior de
assuntos haláquicos. A organização da Mishná tornou-se, desta maneira, a
estrutura do Talmude como um todo. Porém nem todos os tratados da Mishná
possuem uma Guemará correspondente. Além disso, a ordem dos tratados do
Talmude difere, em muitos casos, da do Mishná.
"A Míxena judaica, uma coleção de ensinos e de tradições rabínicos, é um
tanto mais explícita. Credita-se sua compilação ao rabino Judá, o Príncipe, que
viveu no segundo e no terceiro séculos EC. Parte da matéria da Míxena
relaciona-se claramente às circunstâncias anteriores à destruição de Jerusalém
e do seu templo, em 70 EC. No entanto, certo perito diz a respeito da Míxena:
“É extremamente difícil decidir que valor histórico devemos atribuir a qualquer
tradição registrada na Míxena. O espaço de tempo, que talvez tenha
contribuído para obscurecer ou distorcer as lembranças de épocas tão
diferentes; as sublevações políticas, as mudanças e as confusões resultantes
de duas rebeliões e de duas conquistas romanas; os padrões prezados pelo
partido dos fariseus (cujas opiniões a Míxena registra), que não eram os do
partido dos saduceus . . . — estes são fatores a que se deve dar o devido peso
na avaliação do caráter das declarações da Míxena.

Guemara –

É a parte do Talmude que contém os comentários e análises rabínicas


da Mishná. Depois da publicação da Mishná por Judá haNasi, conhecido como
"o Príncipe" (cerca do ano 200 da Era Cristã), o seu trabalho foi estudado
exaustivamente geração após geração por rabinos na Babilónia e na Terra de
Israel. As suas discussões foram escritas numa série de livros que se tornaram
a Guemará, a qual quando combinada com a Mishná constituiu o Talmude.
Existem duas versões da Guemará. Uma versão foi compilada por sábios
de Israel, primeiramente das academias de Tibérias e Cesareia, que foi
publicada entre os anos 350 e 400 da Era Cristã. A outra versão por sábios da
Babilónia, inicialmente das academias de Sura, Pumbedita, e Mata Mehasia, foi
publicada por volta do ano 500 da Era Comum. Por convenção, uma referência
à "Guemará" ou "Talmude", sem qualquer outra qualificação, refere-se à versão
babilónica.
A Guemará e a Mishná juntas compõem o Talmude. O Talmude então
compreende dois componentes: a Mishná – o texto central; e a Guemará –
análise e comentário que “completa” o Talmude.
Num sentido mais restrito, a palavra Guemará refere-se ao domínio e
transmissão da tradição existente, ao invés de sevará, que significa a dedução
de novos resultados através da lógica. Ambas as actividades estão
representadas na "Guemará" como um trabalho literário. O termo "Guemará"
usado para a actividade de estudo é muito mais remoto que o seu uso para
denominar qualquer texto: assim o Pirke Avot, um trabalho que precede em
muito tempo a composição do Talmude, recomenda começar a Mishná com
10 anos e a "Guemará" com 15 anos de idade. Os rabinos da Mishná são
conhecidos como Tanaim (singular, Tana ‫)תנא‬, enquanto os rabinos da
Guemará são referidos como Amoraim
Amoraim- (‫ )אמוראים‬singular: Amora (‫ )אמורא‬cujo significado é o mesmo tanto
em aramaico quanto no hebraico = orador ou intérprete, refere-se aos estudiosos ligados
às Academias da Palestina (Tiberíades, Séforis e Cesareia) e da Babilônia (Neardea, Sura e
Pumbedita) que atuaram no período aproximado de 300 anos (c. 200–500 d.C.)
Tanaítas (‫—תנאים‬Tannaim) é um termo usado para designar aos sábios rabínicos (c. 30-200)
cujas interpretações estão registradas na Mishná.[1] O período tannaítico também chamado de
período mishnáico,

A vida em Família

O Casamento -
A frase " É meu osso e minha carne", correspondia a realidade do casamento
e sua importância nos tempos bíblico. Os membros da família sentiam-se
realmente como sendo a mesma carne e sangue; e ter o mesmo sangue
significava ter a mesma alma. Toar uma esposa era considerado a primeira
ordem que o Eterno deu ao primeiro home e a primeira mulher e lhes disse:
"Crescei e multiplicai-vos.." os Rabinos diziam que um homem solteiro, não e
na verdade, um homem." E o celibato era considerado uma anomalia, quase
uma desgraça. Embora na época de Cristo havia celibatários por vocação:
referidos nos evangelhos como eunucos que " se fizeram assim por amor ao
reino dos céus" ( Mt 19.12).
A fim de manter a raça os judeus da antiguidade tinham permitido que um
homem tivesse mais de uma esposa. A poligamia era uma coisa comum: os
reis, sejam santos de Deus como Davi e Salomão ou não, possuíam inúmeros
haréns. Mas o homem do povo poderia ter no máximo duas mulheres. Se a
mulher era estéril, o marido se via no direito de em tomar uma segunda esposa
ou ter uma concubina. As pessoas se casavam cedo em Israel. Muitos rabinos
opinavam que a idade certa para o home casar era de dezoito anos e as
mulheres casavam-se bem jovens. Quando Maria deu a luz ela não tinha mais
do que quatorze anos.
Depois de escolhida a noiva, seja pelos pais ou pelo jovem, tinha inicio o
noivado. Este período durava geralmente um ano. Os jovens que ficavam
noivos não eram considerados verdadeiramente casados, segundo Dt 20.7,
"até que o marido a recebesse". A posse, chamada de " hakhamshah" era na
verdade a união de duas pessoas por toda a vida.
A noiva suspeita de infidelidade ficava sujeita a famosa " prova da augua
amarga" estabelecida nas Escrituras Nm 5.11-31 o Proto-Evangelho de Thiago
um dos livros apócrifos mais largamente na igreja primitiva, diz que Maria foi
submetida a ela. A noiva culpada de adultério era apedrejada, exatamente
como se fosse esposa. Por outro lado, ela tinha a vantagem de alguns direitos
legais: não podia ser rejeitada exceto mediante carta de divorcio; se o noivo
morresse, era considerada como viúva; e a criança nascida durante o noivado
era tida como legitima. Este estagio preliminar era portanto muito semelhante
ao casamento definitivo.
Antes da união matrimonial havia necessidade de decidir uma questao
importante: o dote. Não se tratava realmente de um dote no sentido que
conhecemos, pois não era o pai que dava a filha dinheiro ou bens, mas era ele
quem os recebia. 0 costume remontava a uma epoca antiqüíssima, e a Biblia o
menciona repetidamente. O dote dado pelo noivo ao pai da noiva era chamado
mohar. A Lei exigia o pagamento do mohar da virgem se o sedutor, legalmente
obrigado a casar-se com a moca com quem se deitara, fosse recusado pelo pai
dela. Concordava-se geralmente, com base num texto em Dt 22.27, que
cinqüenta siclos de prata constituíam um mohar adequado.

Uma vez chegados a um acordo quanto a soma, era preparado e assinado


um contrato, numa quarta-feira para a virgem e na terça para a viúva, sempre
em meados do mês, pois a lua-cheia trazia sorte. Era comum o noivo dar
presentes a sua desejada. Quando tudo estava finalmente combinado,
terminado e assinado, o período de noivado chegava ao seu termino.
Vinha agora o casamento, a festa a que Jesus repetidamente referiu- se nas
parábolas como sendo um dia mais festivo que os demais. O outono era a
melhor epoca para essas festas: a colheita ja tinha sido feita, a vindima
terminara, as mentes estavam livres e os corações em repouso.
O sexo, porém, era parte muito importante da vida matrimonial. Deus havia
ordenado que o relacionamento sexual fosse realizado em lugar próprio e entre
as pessoas certas ― parceiros conjugais. Os judeus levavam isto tão a sério
que o homem recém-casado estava livre de seus deveres militares ou de
negócios durante um ano inteiro, de sorte que ele promovesse "felicidade à
mulher que tomou" (Deuteronômio 24:5). A única restrição era que o marido e a
esposa não tivessem relações sexuais durante o período de menstruação da
mulher (Levítico 18:19).
- As festividades duravam sete dias, e certas vezes o dobro desse prazo.
- Os lençóis manchados de sangue eram guardados como lembrança da
noite de núpcias.

“Um Filho se nos deu”

O nascimento de um filho na família judia era o mais feliz dos


acontecimentos, dando aos pais a maior alegria. A notícia era espalhada por
toda a vila e os vizinhos eram avisados de que, segundo o costume antigo
deveria haver uma festa aonde todos os familiares, vizinhos, amigos e pessoas
que vivessem nas proximidades seriam convidadas a rejubilarem juntos. O
mais humilde dos casais se apropriava de uma declaração do profeta Isaías
“Por que um menino nos nasceu, um filho se nos deu”
A esterilidade era muito vergonhosa e os Rabinos avançaram ainda mais,
dizendo que “um homem sem filho devia ser considerado morto”
Quanto a esterilidade voluntária era tida como um pecado tão grave que o
profeta Isaías foi pedir contas ao Rei Ezequias por causa disso dizendo-lhe que
a morte era o castigo para tal ato. O desejo de ter filhos era tão grande nos
tempos antigos que a mulher legitima pedia o marido para ter filhos com uma
de suas criadas, como era comum em alguns casos.
“O Parto na Sociedade Judaica.”

Acriança nascia então assim e geralmente sem grande dificuldade. As


mulheres de Israel se orgulhavam em dar à luz rápida e facilmente. Isso não
evitava que sofressem, como, ocorria, de acordo com o pronunciamento dado
pelo Deus hebreu na Toráh. Elas eram ajudadas por parteiras que usavam um
assento especial, mas as mulheres judias podiam ajeitar-se perfeitamente sem
o auxílio de parteiras. Em alguns casos, o desejo de assistir a um parto eram
tão grandes pelos Rabinos, que eles abriam uma exceção na lei sagrada do
descanso sabático: “Era lícito ajudar a mulher em trabalho de parto, levar uma
parteira até ela, amarrar o cordão umbilical e até, como afirma o tratado do
Shabaath (leis do sábado), cortar o mesmo.” O Pai não podia participar do
nascimento de maneira alguma; mas aguardar até que fosse lhe dada a notícia.

Pintura de um parto na antiguidade.

O reconhecimento da paternidade.

No momento em que era avisado, o pai entrava e colocava a criança sobre


os joelhos: este era o reconhecimento oficial da legitimidade. Se um dos
ancestrais estivesse presente, ele recebia às vezes este privilégio, como no
caso do patriarca José, cujo bisnetos “tomou sobre os joelhos” Gn 50.23 ( No
texto hebraico diz: nascera sobre os joelhos). A criança era lavada,
esfregada em sal (pratica esta registrada no Tanach –Bíblia- Judaico (Ez 16.3-
4) para que endurecesse a pele e enrolada em panos, acriança era
apresentada para que todos pudessem ver.
Os cumprimentos eram calorosos se fosse um filho do sexo masculino; se
fosse menina o entusiasmo arrefecia, chegando ao ponto de parecerem
simples expressão de simpatia. As filhas não aumentavam a fortuna da família,
desde que ao se casarem passavam a pertencer a outras famílias. “As filhas
não passam de tesouros ilusórios”, observa o Talmud; e depois acrescenta,
“além disso, precisam ser continuamente vigiadas”.

Mas isso devia –se ao costume pagão de abandonar bebês, comum no Egito,
na Grécia e em Roma, se não era desconhecido aos judeus era pelo menos
absolutamente proibido. O pai egípcio podia escrever à esposa prestes a ter
um filho: “Se for menino, pode criá-lo; se for menina, mate-a”. Nessa mesma
época, porém, Filo (filósofo cristão) estava escrevendo contra esta prática
abominável. È possível que em Israel não houvesse grande alegria ao nascer
uma menina, mas ela era mantida pelos pais em qualquer circunstância.
Bibliografia:
A vida diária na Palestina / Daniel H. Rops
Ed: Vida Nova - 2008
Titulo original
La vida quotidienne em Palestine

A escolha do Nome entre os Judeus.

Durante as primeiras semanas logo após a circuncisão, era que a o filho


homem judeu recebia o nome. A escolha do nome tinha máxima importância,
pois os judeus, como todos habitantes do mundo antigo, atribuíam uma
influência numerosa aos nomes. Na lenda egípcia de Ísis, vemos a deusa
milagrosa recusando-se a curar “Ra” (deus sol) da mordida de uma serpente
até que lhe dissesse seu nome, no qual reside o segredo do seu poder.

Da mesma forma, na história de Moisés, Deus lhe confere o maior o símbolo


da sua confiança revelando-lhe o Seu nome infalível. No mundo antigo, era
comum acreditar que pelo nome; poderia conhecer o ser ou a pessoa e que o
nome era parte integral do indivíduo, de seu caráter e até mesmo do seu
destino. Se apegavam de tal forma que um Rabino chegou a dizer: “A
condenação do céu pode ser modificada por uma mudança de nome”

O direito de escolher o nome do filho pertencia ao pai, o chefe da família.


Há muitos casos de pais dando o nome aos filhos nas Sagradas Escrituras: no
relato do nascimento de João Batista no evangelho vemos Zacarias insistindo
nesse direito, embora estivesse mudo. Entretanto existe também muitos casos
de mães dando nome aos filhos na Bíblia e a primeira foi Eva, a mãe da
humanidade. Pode ser então que a escolha do nome era feita mediante a um
acordo entre os pais.

O nome escolhido correspondia ao nosso primeiro nome: os judeus não


tinham sobrenome e este não existia. Embora tal coisa, não signifique que o
sentimento familiar não era altamente desenvolvido entre eles, pois era.
O filho recebia o nome do pai. O menino era chamado “filho de fulano”, "ben
em hebraico" e "bar em aramaico". João ben Zacarias (João filho de Zacarias).
O filho mais velho recebia com frequência o nome do avô a fim de confirmar a
tradição onomástica da família e também para distingui-lo do pai.

Alguns desses nomes, ou pré nomes, eram apelidos, lembrando as


circunstância que a criança havia nascido “Yitzhak” Isac - sorriso” .
Conta-se a história de uma mãe que, irritada por não dar à luz se não filhas,
chamou a quarta de Zaoulé e a oitava de Tamam, que traduzidos indicam
como “aborrecimento” e “basta”.

Outros nomes eram escolhidos para dar boa sorte as crianças, e alguns
rabinos indicavam consultar até as estrelas, cuja pratica era rejeitada por
outros. O nome de animais era bastante comum: Raquel – ovelha; Débora-
abelha; Yona- pomba. Também havia nome de árvores: Tamar – palmeira;
Elon, carvalho; Zeitan, oliveira.
Um grande número de nomes eram tirados da Bíblia:
Patriarcas,Profetas,Heróis. Era comum conhecer muitos Jácos, Elias,Davis,
Moisés além de gloriosos guerreiros de Israel como Macabeus. Outros eram
nomes teóforos, isto é, nomes que evocavam o nome de Deus, ou antes, um
de seus nomes. Assim sendo, Yehoshua – Josué- Yeshua – sendo assim,
vinham da raiz “ Yah + Shua”, que significa “o Senhor é Salvação”.
Os nomes terminados em “el” lembravam o nome antiquíssimo para o Deus
único de Israel, El , Elohim. Ex: Emanuel, Daniel, Ezequiel.
Bibliografia:
A vida diária na Palestina antiga.
Henri Daneil-Rops
São Paulo – Vida Nova
Ano: 2008
Bíblia / com comentários de Rashi
I.U Trejger,1993.

A Circuncisão

A Lei declarava com absoluta determinação que todo membro do sexo


masculino devia ser circuncidado.28 Nos dias de Cristo isso tinha de ser feito
oito dias após o nascimento. A obrigação era de tal forma absoluta que a
circuncisão (corte do prepúcio) devia ser realizada mesmo que o dia caísse
num sábado. "O corte, a extração da pele, o curativo da ferida, e a colocação
sobre ela de uma pasta de óleo, vinho e cominho". Judeu algum podia,
portanto, fugir da obrigação. "O Livro dos Jubileus", uma obra apócrifa do
segundo século a.C., chega ao ponto de declarar solenemente que os próprios
anjos foram circuncidados.
O que era certo é que este costume era antiquíssimo, como provado pelo fato
de serem sempre usadas facas de pedras para a operação. Na época de Cristo
a circuncisão era tida tanto como uma marca da aliança como um ato de
purificação ritual.

Filhos Homens. ( As fases da idade)

Nos tempos bíblicos, os filhos varões tinham de sustentar os pais quando


estes envelhecessem, e dar-lhes sepultamento digno. Por este motivo, o casal
geralmente esperava ter muitos filhos, "Como flechas na mão do guerreiro,
assim os filhos da mocidade. Feliz o homem que enche deles a sua aljava: não
será envergonhado, quando pleitear com os inimigos à porta" (Salmo 127:4-5).
O primogênito mantinha um lugar de honra muito especial no seio da família.
Esperava-se que ele fosse o próximo cabeça da casa. No decurso de sua vida,
esperava-se que ele assumisse maior responsabilidade por seus atos e pelos
atos de seus irmãos. Foi por isto que Rúben, como irmão mais velho, mostrou
maior preocupação pela vida de José, quando os irmãos concordaram em
matá-lo (Gênesis 37:21, 29).
Ao morrer o pai, o primogênito recebia uma porção dobrada da herança da
família (Deuteronômio 21:17; 2 Crônicas 21:2-3).
O quinto mandamento admoestava: "Honra a teu pai e a tua mãe, para que
se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá" (Êxodo
20:12). Tanto o pai quanto a mãe deviam receber a mesma soma de respeito.
Contudo, os rabinos do Talmude raciocinavam que se alguma vez um filho
tivesse de escolher entre os dois, a preferência devia ser dada ao pai. Por
exemplo, se ambos os pais pedissem um copo de água simultaneamente, o
Talmude ensinava que tanto o filho quanto a mãe deviam atender à
necessidade do pai.
Jesus foi o exemplo perfeito de filho obediente. Lucas observou que aos 12
anos de idade, Jesus "desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso"
(Lucas 2:51). Mesmo enquanto suportava as agonias da cruz, Jesus pensou
em sua mãe e em sua responsabilidade para com ela como primogênito. Pediu
a João que cuidasse dela após a sua morte, cumprindo desse modo seu dever
de amor (João 19:27).

Filhas.

Nos tempos antigos, as filhas não eram prezadas como os filhos varões.
Alguns pais realmente as consideravam como um fardo. Por exemplo, um pai
escreveu: "O pai vela pela filha, quando nenhum homem sabe; e o cuidado
dela tira o sono: quando ela é jovem, para que não deixe passar a flor da idade
[não deixe de casar-se]; e sendo casada, para que não seja odiada; em sua
virgindade, para que não seja violada e se engravide na casa do pai; ou tendo
marido, para que ela não se comporte mal; e quando casada, para que não
seja estéril" (Eclesiástico 42:9-10).
Contudo, os hebreus tratavam as filhas com mais humanidade do que
algumas das culturas vizinhas. Os romanos realmente expunham as filhas
recém-nascidas aos elementos, na esperança de que morressem. Os hebreus
criam que a vida ― do homem e da mulher ―vinha de Deus. Por esta razão,
nunca considerariam matar um de seus filhinhos. Em realidade, quando o
profeta Nata procurou descrever o relacionamento íntimo de um pai com o filho,
ele retratou uma filha nos braços do pai com a cabeça reclinada no seu regaço
(2 Samuel 12:3).

As filhas primogênitas tinham um especial lugar de honra e de deveres na


família. Por exemplo, a primogênita de Ló tentou persuadir a irmã mais moça a
ter um filho do pai, para preservar a família (Gênesis 19:31-38). Na história de
Labão e Jacó, a filha primogênita, Lia, teve prioridade sobre a irmã mais moça
(Gênesis 29:26).
Se a família não tinha filhos varões, as filhas podiam herdar as possessões
do pai (Números 27:5-8); mas só poderiam conservar a herança se se
casassem dentro de sua própria tribo (Números 36:5-12).

A filha estava sob o domínio legal do pai até que se casasse. O pai tomava
por ela todas as decisões importantes, tais como com quem ela devia casar-se.
Mas a filha era solicitada a dar seu consentimento na escolha de um noivo, e
às vezes até lhe era permitido declarar preferência (Gênesis 24:58; 1 Samuel
18:20). O pai aprovava todos os votos da filha antes de se tornarem
obrigatórios (Números 30:1-5).

Esperava-se que a filha ajudasse a mãe no lar. Bem cedo na vida ela
começava a aprender as várias habilidades de que necessitava para tornar-se
uma boa esposa e mãe. Aos 12 anos de idade,( Bat Mitzvah) a filha tornava-se
dona-de-casa com seus direitos próprios e lhe era permitido casar.
A vda cotidiana nos Tempos Biblicos
Editora Vida
Autores: MERRILL C. TENNEY, A.M., Ph.D.
Wheaton Graduate School
WILLIAM WHITE, JR. Th.M., Ph D..

AS MULHERES NA CULTURA DE ISRAEL

A sociedade israelita determinava que o lugar da mulher era no lar.


Esperava-se que ela achasse a vida de esposa e mãe muito agradável.
Evidentemente, as mulheres judias aceitavam esse papel com boa disposição.

A beleza da mulher.
Cada sociedade tem seus próprios padrões de beleza. Algumas culturas
acentuam que a mulher bela deve ser gorda, enquanto para outras ela deve ser
delgada. É difícil saber exatamente o que os antigos hebreus consideravam
belo. A maioria das mulheres atraentes que a Bíblia menciona não são
descritas em detalhe. Geralmente o escritor nota que uma mulher era "bela"', e
isso é tudo. O conceito bíblico de beleza está aberto a diferentes
interpretações.

Tome-se, por exemplo, a declaração de que "Lia tinha os olhos baços, porém
Raquel era formosa de porte e de semblante" (Gênesis 29:17). Alguns eruditos
pensam que a palavra hebraica traduzida por "baços" poderia ser mais bem
traduzida por "ternos e encantadores". Nesse caso, podia significar que ambas
as irmãs eram belas a seu próprio modo. Lia podia ter tido belos olhos,
enquanto Raquel possuía corpo bonito.

Nem todas as mulheres eram naturalmente formosas, mas as ricas podiam


melhorar a aparência com roupas, perfumes e cosméticos caros. O profeta
Ezequiel disse que a nação de Israel era como uma jovem que se banhou e
ungiu. Ela usava roupas bordadas e calçados de couro. Deus disse à nação:
"Também te adornei com enfeites, e te pus braceletes nas mãos e colar à roda
do teu pescoço. Coloquei-te um pendente no nariz, arrecadas nas orelhas, e
linda coroa na cabeça. Assim foste ornada de ouro e prata; o teu vestido era
de linho fino, de seda, e de bordados" (Ezequiel 16:11-13).

O profeta Isaías mencionou mais destes adornos em 3:18-23, tais como


anéis dos artelhos, turbantes e amuletos, sinetes e as jóias pendentes do nariz.
Os arqueólogos têm encontrado alguns desses objetos.
A Mezuzá

Quando o anjo da morte passou sobre o Egito, matando todos os primogênitos, as


famílias judias foram protegidas pelo sangue do cordeiro pascoal espargido nas
ombreiras das portas de suas casas (Êxodo 12:23). Hoje muitos judeus prendem uma
mezuzá nas ombreiras das portas como lembrete da presença de Deus e da redenção
do povo judeu do Egito.

A mezuzá (hebraico, "ombreira de porta") é um pequeno estojo que contém um


pergaminho no qual está escrita a seguinte oração: "Ouve, Israel, o Senhor nosso
Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de
toda a tua alma, e de toda a rua força. Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no
teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e
andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te. Também as atarás como sinal
na tua mão e te serão por frontal entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de
tua casa, e nas tuas portas" (Deuteronômio 6:4-9).
O pergaminho continua com Deuteronômio 11:13-21, que acentua a obediência
aos mandamentos e as recompensas de uma vida reta.
Mesmo hoje cada pergaminho da mezuzá é cuidadosamente escrito por
escribas qualificados, usando os mesmos estritos procedimentos que usam ao
escrever as leis. Depois é enrolado firmemente e colocado no estojo de sorte que a
palavra shaddai ("Todo-poderoso") aparece através de uma pequena abertura perto
do topo. Lê-se uma oração especial quando a mezuzá é presa quase ao topo da
ombreira direita da porta. Embora a popularidade da mezuzá tenha diminuído em anos
recentes, muitos judeus ainda a beijam tocando os lábios com os dedos e a seguir
levantando-os até ela quando entram numa casa e ao saírem dela. Ao mesmo tempo,
recitam o Salmo 121:8: "O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora
e para sempre."
A mezuzá é um lembrete diário para a família judaica de sua responsabilidade
para com Deus e a comunidade. Para a comunidade, é um sinal de que este é um lar
onde as leis de Deus imperam supremas. Dentro deste santuário, longe das
influências mundanas, a família judaica estuda as Escrituras, observa os feriados
religiosos, e instrui os filhos na fé dos seus pais.
Um antigo erudito hebreu explicou a finalidade da mezuzá comparando-a aos
guardas de um rei terreno. Do mesmo modo que um rei tem guardas à porta para
garantir-lhe a segurança, assim o povo de Israel está seguro dentro de seus lares
porque a palavra de Deus está à porta para guardá-lo.

O Shofar -
O shofar (do hebraico ‫[)שופר‬1][2] ou, em sua forma aportuguesada, xofar[3] é
considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos. Somente a flauta do
pastor – chamada ugav, na Bíblia – tem registro da mesma época, mas não
tem função em serviços religiosos nos dias de hoje.
O shofar não produz sons delicados, como o clarim moderno, a trombeta ou
outro instrumento de sopro e, para os judeus, não é apenas um instrumento
"musical", mas sim um instrumento tradicionalmente sagrado.
Na tradição judaica, lembra o carneiro sacrificado por Avraham (Abraão) no
lugar de Yitschac (Isaac) através da história da Akedá , lida no segundo dia
de Rosh Hashaná. Nos tempos antigos, o shofar era usado em ocasiões
solenes. A palavra shofar é mencionada pela primeira vez em conexão à
Revelação Divina no Monte Sinai, quando "a voz do shofar era por demais forte
e todo o povo do acampamento tremeu". Assim, o shofar em Rosh Hashaná
(ano novo judaico) tem o dever de lembrar aos judeus suas obrigações para
com seu serviços religiosos.
O shofar também era tocado durante as batalhas contra inimigos perigosos.
Estes são os toques do shofar:

1. Tekiá – Shevarim – Teruá

As Festas Judaicas -

PÁSCOA -
Essa festa é de grande importância. Sua origem acha- se profundamente
ligada à história do povo de Israel. Está presente em todo o período do Velho
Testamento, tendo-se estendido à era cristã, onde veio a constituir as bases do
culto na igreja primitiva.
Data. Era uma festa anual celebrada no dia 14 do mês nisã, em nosso
calendário isso corresponde a um período nos meses de março e abril.

A razão - A grande importância histórica dessa festa se encontra no êxodo, o


ato redentor de Deus, pelo qual Israel se tornou povo dele. Deus instruíra aos
israelitas a que passassem sangue nos umbrais das portas para que não
sofressem praga da matança dos primogênitos( Êx 12.7). Além disso dera
instruções detalhadas sobre como deveriam comer o carneiro e o cabrito, E
naquela noite , Deus passou por todo o egito e matou todos os primogênitos do
sexo masculino de homens e animais.
Mas não entrou nas casas cuja porta estava marcada com sangue, e nelas
ninguém morreu, Então os israelitas passaram a observar essa festa, o
principal marco de sua libertação e da proteção divina.

A comemoração. O modo como essa festa era celebrada sofreu dílj versas
modificações no decorrer dos anos. As instruções para a celebração da
primeira páscoa, encontradas em Êxodo 12, constituem <f plano básico original
dado por Deus a eles.
1. Um cordeiro. O animal devia ser um macho de um ano, e serial imolado ao
entardecer. Eles deveriam passar o sangue dele nos umbrais e na verga da
porta (a verga é a parte superior do portal). Teriam de assá-lo sobre o fogo por
inteiro, com a cabeça, as pernas e a fres- sura intactas, sem quebrar-lhe os
ossos. Teriam de comê-lo à noite, acompanhado de pão sem fermento e ervas
amargas, e o que sobrasse deveria ser queimado ao amanhecer. Além disso,
teriam de fazer a refeição às pressas, com as sandálias nos pés, os lombos
cingidos e o cajado de viagem na máo. Isso tudo era figura da rápida libertaçáo
operada por Deus.
2. A festa dos pães asmos. A festa dos pães asmos era uma parte da
Páscoa. Trata-se de uma comemoração de natureza agricultural, que talvez já
existisse antes mesmo da instituição da Páscoa. Devia ter a duração de uma
semana a começar do dia 14 do mês nisã. A Páscoa era celebrada no primeiro
dia da festa dos pães asmos.
A cerimônia era cheia de simbolismo: O sangue do animal simbolizava a
purificação de pecados. As ervas amargas representavam a amargura da
escravidão no Egito. E o pão asmo era símbolo de pureza.
Famílias inteiras participavam da ceia da Páscoa. Se a família era pequena,
os vizinhos se juntavam a ela até que houvesse número suficiente para comer
todo o cordeiro (Êxodo 12:4). O chefe da casa recitava a história de Israel
durante a refeição.
3. A Festa das Semanas (Pentecoste). Esta festa era observada 50 dias
após a oferta do feixe de cevada na festa dos pães asmos. Ela assinalava o fim
da colheita e o começo da oferta sazonal das primícias (Êxodo 23:16; Levítico
23:15-21; Números 28:26-31; Deuteronômio 16:9-12). Este festival de um dia
era observado como sábado, com uma santa convocação no tabernáculo.
Eram oferecidos dois pães sem fermento, ao lado de dez animais próprios para
oferta queimada, um bode para oferta pelo pecado, e dois cordeiros de um ano
para oferta pacífica. Os sacerdotes insistiam com o povo para que neste
festival se lembrasse de ter sido um povo necessitado (Deuteronômio 16:11-
12), como o deviam fazer em todas as festas de peregrinação.
4. A Festa dos Tabernáculos (Tendas). Esta festa comemorava a
peregrinação de Israel no deserto. Ela recebe seu nome do fato que os
israelitas viviam em tendas ou sob ramos de árvores durante a celebração
(Levítico 23:40-42). A festa começava no décimo-quinto dia do sétimo mês
(tisri), e durava sete dias. Ela caía no fim da época da colheita ― daí um
terceiro nome para a festividade, a "Festa da Colheita" (Êxodo 23:16; 34:22;
Levítico 23:39; Deuteronômio 16:13-15). O sacerdote oferecia uma oferta
queimada especial de 70 novilhos durante a semana. Dois carneiros e 14
cordeiros eram o holocausto diário, e um bode a oferta diária pelo pecado
(Números 29:12-34).
Todo sétimo ano, quando não havia colheita por causa do ano sabático,
a Lei de Moisés era lida publicamente durante a festa. Tempos mais tarde, foi
acrescentado outro dia à Festa das Tendas para este fim. Era conhecido como
Simhath Torah ("Alegria da Lei"), em homenagem à Lei.

5. O Dia da Expiação Yom Kipur. A lei de Moisés exigia somente um


jejum ― o Dia da Expiação (Êxodo 30:10; Levítico 16; 23:31-32; 25:9; Números
29:7-11). Este dia caía no décimo dia de tisri, exatamente antes da Festa das
Tendas.
O dia era separado para a purificação de pecados. Era observado
abstendo-se de trabalho, jejuando e comparecendo a uma santa convocação.
O sumo sacerdote trocava suas vestes esmeradas por; uma vestimenta
simples de linho branco e oferecia uma oferta por si próprio, pela sua casa e
por toda a nação de Israel.
Um aspecto interessante da observância do dia era que o sumo
sacerdote simbolicamente transferia os pecados do povo para um bode, ou
bode emissário. O sacerdote punha as mãos sobre a cabeça do bode e
confessava os pecados do povo. Então o bode era levado ao deserto, onde era
abandonado para morrer. (Em tempos posteriores, um assistente conduzia o
bode para fora de Jerusalém e o arrojava de um dos penhascos que havia ao
redor da cidade.) Este ato encerrava os ritos do Dia da Expiação, O povo, livre
do pecado, dançava e regozijava-se (cf. Salmo 103:12).

O sábado. Não parece ter havido observância alguma de um dia especial de


descanso entre os hebreus até ao tempo de Moisés. A primeira menção do
sábado encontra-se em Êxodo 16:23, quando os hebreus se acamparam no
deserto de Sim antes de receberem os Dez Mandamentos. Ali Deus os instruiu
a observar o sábado de sete em sete dias, em honra da obra da criação (Êxodo
20:8-11; cf. Gênesis 2:1-3) e do livramento de Israel do cativeiro (Deuteronômio
5:12-15; cf. Êxodo 32:12). O sábado apartava os israelitas do trabalho e de
qualquer outra atividade comum (Êxodo 35:2-3); assim, o dia lembrava-lhes a
separação de Israel das nações vizinhas, e sua relação com Deus como um
povo da aliança.
Grande parte da matéria legal dos primeiros cinco livros da Bíblia
relaciona-se com a guarda do sábado. Quebrar o sábado era como quebrar a
aliança de Israel com Deus; por isso, a quebra era punível com a morte
(Números 15:32-36). Dois cordeiros eram sacrificados no sábado, ao contrário
de um cordeiro nos outros dias (Números 28:9). Doze pães da proposição
(representando as 12 tribos de Israel) eram apresentados no tabernáculo no
sábado (Levítico 24:5-8).

Os Partidos Políticos -

Zelotes-

Alguns grupos religiosos achavam-se muito seguros de suas teses e se


dispunham a matar e a morrer por elas. Um desses grupos era o dos zelotes.
Esse nome deriva do termo hebraico que significa “zelo” eles se recusavam
terminantemente a aceitar alí culturas estrangeiras, que se encontravam no
controle político dá) nação e maculavam sua religião. E esses homens estavam
sempre dispostos a arriscar a vida para servir a Deus e promover o
restabelecimento da independência de sua nação.
No decorrer da História o termo "zelote" tem sido empregado com dois
sentidos: para designar um partido político ou para identificar a atitude de um
indivíduo com ideais semelhantes, pertencendo ou| não ao partido.
O partido dos zelotes ganhou proeminência nos dias de Cristo. Era um grupo
de resistência que causou muitos aborrecimentos ao governo romano. Mas seu
movimento foi esmagado no ano 70 A.D quando os exércitos de Roma
invadiram Jerusalém e dizimaram o povo de Israel. Hoje, o fato mais lembrado
com relação a esse partido é a resistência que fizeram aos romanos, em
Massada, e que durou até maio de 74 A. D.

Apesar da sua derrota frente ao império, tempos depois ainda existiam


pequenos grupos remanescentes, resistindo teimosamente à influência gentia.
Estudando os zelotes, percebe-se neles a influência de dois grupos. O primeiro
era o movimento macabeus, muito combativo e sempre respeitado, que fora
aniquilado com um terrível derramamento de sangue. O segundo é o dos
fariseus. Esse grupo não defendia o uso da força, e, por isso, muitos deles
rejeitavam a ideologia dos zelotes. Entretanto, havia muitas analogias político-
religiosas entre os dois grupos, e é bem possível que alguns fariseus tenham
abandonado as fileiras do farisaísmo e se unido secretamente aos zelotes.
O partido dos zelotes, porém, não era constituído de um único grupo, com uma
organização político-militar. O mais provável é que fosse constituído de
pequenas células, espalhadas pelo país com essa mesma denominação, e
assumindo a causa do partido, cada uma à sua maneira.

O mais conhecido zelote do Novo Testamento foi Simão, que se tornou um


dos doze apóstolos (Lc 6.15; At 1.13). Supõe-se que ele tinha sido membro do
grupo, pois em sã consciência não poderia pertencer aos dois grupos ao
mesmo tempo. Contudo, não seria errado afirmar que em geral os discípulos
de Jesus abrigavam idéias acerca de uma derrubada do governo romano. E é
possível que vários deles tenham começado a seguir a Jesus por considerarem
o messianismo uma forma de resistência. Muitos eram originários da Galiléia,
conhecida pela rebeldia de alguns de seus habitantes, a quem os romanos
consideravam perturbadores da ordem (Lc 13.1).
O apóstolo Paulo parecia possuir algumas características dos zelotes. Ao que
parece, porém, não pertencia ao partido. Ele era fariseu, e mostrara-se
disposto a matarem defesa da fé judaica. A perseguição que movera aos
cristãos fora intensa e impiedosa (At 8.1-3). Embora isso não comprove que ele
fosse oficialmente membro do partido, mostra com clareza que possuía o
mesmo espírito que eles. E várias vezes, quando se refere à forma como
perseguia a Igreja, usa os termos zelo e zeloso (G1 1.13,14; Fp 3.5,6).
Paulo se preocupou muito em censurar o "zelo" antibíblico, pois aqueles que o
possuem não têm um verdadeiro conhecimento de Deus (Rm 10.1-4). Esses
mesmos judeus que se mostravam tão zelosos na defesa do nome de Deus
procuraram matar o apóstolo por causa da fé cristã (At 23.12-14).

ESSÊNIOS-

Os essênios nutriam a mesma hostilidade demonstrada pelos zelotes contra a


adulteração da religião. Sendo puristas eles ansiavam por voltar ao passada
quando, segundo imaginavam, os judeus tinham sido melhores e mais fiéis às
leis de Deus.
Embora possuíssem um espírito semelhante ao dos zelotes, divergiam
drasticamente deles com relação ao método de ação. Acreditavam que a
melhor maneira de se libertarem de uma cultura gentia opressora era a
reclusão o afastamento da sociedade, e não um confronto violento.
Esse grupo não é mencionado abertamente na Bíblia, mas nota-se a
influência dele em personagens bíblicos como João Batista. Hoje temos
evidências de que ele pertencesse a esse movimenta mas o modo! como vivia
se harmonizava com a filosofia e estilo da vida deles. Mas esse grupo teve um
grande impacto sobre a igreja do século XX, pois foi uma comunidade de
essênios que produziu os pergaminhos do mar Morto, descobertos
recentemente em Qunrã.

Uma das razões por que eles se isolavam no deserto, levando ali uma
existência de austeridade (embora houvesse alguns que viviam em cidades)
era o desejo de escapar à contaminação do mundo, e prol curar purificar-se.
Lutavam pela santidade, esperando assim preparar uma sociedade que
estivesse apta para receber o Messias, e para cumprir as palavras de Isaías
40.3-5, e dessa forma apressasse a vinda dele. No primeiro século o conceito
de Messias achava-se muito presente na mente de inúmeros judeus.

Os essênios não aceitavam forasteiros com facilidade. Se alguém quisesse


juntar-se a eles, seria submetido a uma observação atenta durante um ano
antes de ser considerado apta E assim que fosse aceito como membro, teria
que vender tudo que possuísse, e dar o dinheiro para o grupo. Tinha que
prometer amar a todos os membros da comunidade e odiar os que não faziam
parte dela. Se não suportasse os rigores dessa existência tão cheia de
preceitos, seria expulso sem amigos, e sem receber nenhuma indenização.
O grupo de essênios localizado em Qunrã durou mais de 200 anos,
permanecendo intacto todo esse tempo, fora iniciado cerca do ano 200
A. C. e existiu até os dias de Cristo.
Houve uma outra comunidade essênia, mas essa foi a que ficou melhor
documentada.

Movimentos Messiânicos -

Jesus não foi o primeiro nem o último homem a afirmar que era o Ungido de
Deus. Os judeus aguardavam ansiosamente um libertador que restauraria a
nação aos dias de glória vividos quando dos reinados de Davi e Salomão.
Desde então já se haviam passado mil anos, e eles tinham enfrentado divisões,
exílio e ocupações. Mas muitos aguardavam firmemente o cumprimento das
promessas das Escrituras, esperando o Messias com ansiedade.

Contudo a cultura judaica estava cheia de especulações a respeito da vinda


dele, de como seriam sua aparência e seu modo de agir. Alguns acreditavam
que seria necessário preparar o caminho para ele fazendo uma convocação à
santidade ou a uma ação militar, ou a ambas. Outros já pensavam que nada se
poderia fazer enquanto o próprio Messias não se revelasse. É interessante
notar que ainda hoje essas posições opostas são defendidas por judeus e até
por cristãos.

E a vinda do Messias foi um tema constante no ministério de Jesus. E ela não


apenas foi importante para ele, mas também teve importância vital para
aqueles com quem ele teve contato. Quando André foi procurar seu irmão
Pedro, a primeira coisa que lhe disse foi: "Achamos o Messias" (Jo 1.41).
Também a mulher com quem Jesus conversou junto ao poço afirmou que sabia
que o Messias estava por vir (Jo 4.25). E no dia da Festa da Dedicação, os
judeus perguntara a Jesus abertamente se ele era o Messias (Jo 10.24).

A esperança da vinda do Messias nunca estivera mais aguçada do que na


época em que Jesus esteve na terra. E houve pelo menos uma ocasião em que
o povo quis agarrá-lo à força e coroá-lo rei (Jo 6.15). Mas essa intensa
expectativa da vinda dele tomou muitos judeus susceptiveis de ser enganados.
E surgiram muitos que se diziam profetas e declaravam ser eles o Messias,
quase sempre atraindo numerosos seguidores. Qualquer um que prometesse a
libertação de Israel (Lc 1.68) logo reunia em tomo de si inúmeros ouvintes.

Existem registros históricos de alguns dos primeiros falsos Messias. Um deles


foi Teudas, que conseguiu arrebanhar muitos seguidores, e chamou-os a que o
acompanhassem ao Jordão onde ia abril as águas do rio como Josué o fizera.
O Jordão não se abriu, e seus seguidores o abandonaram.

Houve também um egípcio que alegou ser o Messias, e que convocou uma
reunião do povo no Monte das Oliveiras. Ele dissera que todos que ali fossem
veriam as muralhas de Jerusalém desabar a uma ordem sua, mas elas não
ruíram. Talvez seja o mesmo que Lucas menciona em Atos (21.38), afirmando
que os seguidores dele eram em número de 4.000, mas o historiador Josefo
afirma que alcançavam a cifra de 30.000 pessoas.

Mesmo nos últimos dias de Jerusalém, quando os soldados não menos


estavam prestes a incendiar o templo, havia ali um outro profeta que reuniu
6.000 pessoas em tomo de si. Até aquele momento eles ainda aguardavam
que do céu viesse a libertação total.
Quando Jesus entrou em cena, sua afirmação de que era o Messias não era
novidade, nem um conceito absurdo. A hora era aquela; todos estavam na
expectativa desse acontecimento. O Senhor achava-se bem ciente dessa
disposição mental do povo, e por isso advertiu a seus discípulos a respeito dos
falsos messias que surgiriam (Mt 24.23,24).

Hassidim
Mão era um partido, mas uma postura que alguns
judeus haviam assumido alguns séculos antes de Cristo. Eles tinham
convicções firmes sobre a observância da lei; mas com relaçáo à luta
pela libertação opunham-se ao derramamento de sangue. Embora não
sejam mencionados no relato bíblico, pode-se sentir sua influência
ali pela defesa da não violência adotada pelos fariseus e essênios. O
hassidim, que significa "o devoto", observava as tradições a qualquer
custo. Durante o período dos macabeus, houve cerca de mil deles que
foram mortos pelos sírios sem oferecer resistência, porque deviam ter
fugido de sua cidade, mas recusaram-se a isso por ser um dia de sábado.

Os Macabeus

A revolta dos macabeus foi um movimento em que os judeus lutaram


heroicamente para tentar derrubar os domínios grego e sírio. A luta fora
iniciada por um sacerdote idoso, de nome Matatias. Quando ele morreu, em
166 A. C., seus cinco filhos prosseguiram na luta. Dentre eles. Judas foi o que
revelou maior capacidade de liderança, e dai a pouco era chamado de Judas
Macabeus, sendo que o termo "macabeu" significa "martelar".
Os macabeus chegaram a organizar exércitos completos, e a guerrear contra
os sírios, obtendo inúmeras vitórias. Obrigados a negociar, os sírios resolveram
permitir que os judeus assumissem o controle de Jerusalém e restabelecessem
as práticas religiosas no templo. Nas essa paz durou pouco. Em 160 A. C.,
Judas foi morto, e o movimento esmagado.
A revolta dos macabeus continua sendo uma das mais patrióticas recordações
da história do povo judeu. O termo macabeus tornou-se sinônimo de coragem,
esperança e defesa dos próprios direitos. Mesmo na época de Cristo, havia
muitos que queriam fomentar movimentos revolucionários semelhantes a esse.
OS SADUCEUS

Esse grupo surgiu a partir da experiência dos macabeus. Alguns de seus


membros fizeram forte oposição a Jesus Cristo. Foi um grupo que nasceu em
meio à turbulência da guerra, já com um firme controle de muitos aspectos da
vida judaica.

Primeiramente, eles controlavam o templo, o coração da religião dos judeus. E


como guardiães dele exerciam forte controle sobre as práticas religiosas. Nos
dias de Cristo, porém, as sinagogas já ocupavam um lugar importante na vida
do povo.

Em segundo lugar, eles controlavam também o cargo de sumo sacerdote, que


tinham conseguido "comprar" por meio de manobras corruptas. E mantiveram
esse controle durante vários anos, pelo poder do dinheiro.

Terceiro, detendo o cargo de sumo sacerdote, obtiveram o monopólio da


liderança do sinédrio, que também era o poder governante. Assim, o poderio
que detinham era muito superior ao que deveriam ter levando-se em conta o
número dos que os apoiavam.

Suas crenças. Os componentes desse grupo se apegavam a interpretações


bíblicas bem rigorosas, razão por que chegavam a contestar trechos do Velho
Testamento por não terem sido escritos por Moisés. Rejeitavam algumas
doutrinas que eram amplamente aceitas pelo povo. De modo geral, eles
negavam por exemplo a possibilidade de Deus se interessar pela vida diária do
homem. A vontade dele tinha um escopo muito amplo, com poucas aplicações
a casos específicos.

Refutavam a doutrina da ressurreição física (Mt 22.23; Mc 12.18; Lc 20.27).


Negavam-na porque não era citada em nenhum dos livros de Moisés. E tinham
o mesmo ponto de vista com relação à eternidade idade da alma. Josefo afirma
que eles criam que ela morria juntam* com o corpo. Em decorrência, repeliam
também todos os conceitos acerca da existência de seres espirituais, a não ser
de Deus (At 231 Segundo seu sistema de doutrinas, os arcanjos eram apenas
expressões poéticas ou produto da imaginação humana.

O sentido básico do vocábulo hebraico que em nossa língua é traduzido por


"aiyo" é sageiro". Com tais doutrinas, eles tendiam para uma postura deista,
que Deus como um grande Criador, que transmitira suas leis aos home mas
depois praticamente havia perdido todo interesse pelo mundo Portanto, os
saduceus se achavam predispostos a rejeitar todas as I mações de Jesus
Cristo de que era Deus. Como Deus raramente preocupava com a terra, era
pouco provável que se desse ao trabalho de mandar seu Filho para cá.

Oâmbito de sua influência. A maioria dos que compunham o gru dos


saduceus era procedente da mais alta classe social. Assim, bora não sendo em
grande número, exerciam um controle bem pio. Seu dirigente era sempre um
elemento dos meios sacerdotais: origem aristocrática. Ao que parece, eles
conseguiam jogar com ingredientes: poder, corrupção e tradição judaica, o que
lhes davam meios para continuar na liderança.
Com a queda de Jerusalém em 70 A. D., o partido dos saduceus ruiu também,
mas os fariseus ainda continuaram a exercer alguém influência entre os judeus.

A corrupção. Os saduceus não apreciariam muito o rótulo de corruptos".


Acreditavam que estavam apenas fazendo frente à realidade política do pais
pelo emprego da arma mais eficaz — o dinheiro, muito difícil um sumo
sacerdote ficar no cargo por muito tempo, início do reinado de Herodes até a
queda de Jerusalém (108 an o cargo foi ocupado por 28 sacerdotes, com uma
média de menos quatro anos para cada um. Durante o domínio dos gregos
muitas zes eles tiveram que subornar as autoridades para manter o cargo
sumo sacerdote. No caso de Herodes, não sabemos com exatidão quais eram
os pré-requisitos para isso, mas sabe-se que o indica só conseguia a posição
se ele fosse de utilidade para o rei.

O confronto deles com Jesus.


Era inevitável que houvesse conflitos entre Jesus e os saduceus, pois não
havia quase nada em comum entre eles e Cristo. Caifás não poderia aceitar
nenhum dos ensinamentos dele. Contudo, isso não constituía em si um
problema para eles. De modo geral, o sumo sacerdote não dava muita atenção
às alegações dos profetas e messias. Também não se preocupava
demasiadamente com os milagres realizados. É bem provável que já tivesse
visto demonstrações semelhantes de pretensas ocorrências sobrenaturais o
ponto crucial do conflito entre eles eram as multidões que guiam o galileu. Se
elas se transformassem numa ameaça para o governo de Roma, este poderia
usar de força para reprimi-las.
E não seria muito difícil a situação sair fora de controle, o que poderia provocar
uma matança de judeus em massa. E os temores de Caifás não eram
totalmente infundados. Alguns anos depois, em 70 A. D., o governo romano de
fato esmagou Israel, e dispersou o restante da população. Mas o atritos entre
os saduceus e Jesus explodiu de vez, quando o Senhor ressuscitou Lázaro (Jo
11.48). Foi então que Caifás formulou seu famoso axioma exigindo a morte de
Jesus: era melhor que perecesse um só homem, do que a nação inteira (Jo
11.49,50).

Contudo o plano dele não deu certo. Após a crucificação e ressurreição de


Cristo, os seguidores dele aumentaram ainda mais, para a frustração do sumo
sacerdote (At 5.14-17). E a grande ironia é que foi a ressurreição de Jesus,
uma doutrina que os saduceus rejeitavam, que lhes causou os maiores
transtornos.

Fariseus

Os saduceus se confrontaram com Jesus na


questão do pragmatismo. Os fariseus se opuseram a ele por causa da maneira
como interpretava a lei, e da sua afirmação de que era Deus. Eles não podiam
tolerar o fato de ele se apegar mais ao espírito da lei, do que à sua forma. E
Jesus, por sua vez, não aceitava o modo de eles interpretá-la em todas as suas
minúcias e detalhes.
O âmago dessa divergência era a visão que cada lado tinha de Deus. Os
fariseus o viam como um Ser vingativo, que se irava com facilidade. Jesus o via
como um Pai amoroso e compassivo. As duas idéias náo poderiam
harmonizar-se.

A popularidade dos fariseus. Os fariseus constituíam um partido ou


associação, com cerca de seis mil membros. Mas tinham muito poder, que lhes
advinha do fato de receberem o apoio do povo. Embora a maioria da população
náo pertencesse ao grupo, muitos simpatizavam com seus ideais.

Seus pontos posltluos. Durante os incontáveis anos em que a nação israelita


sofreu derrotas e exílios, a postura dos fariseus foi de grande vantagem para
ela. Antes mesmo de constituírem oficialmente um grupo, foi sua rigorosa
interpretação de lei que manteve a nação coesa.

Eles eram mais nacionalistas do que os saduceus, e se mostravam prontos a


desafiar as forças estrangeiras. Aceitavam todo o Velho Testamento como
sendo a Palavra de Deus, e não apenas os livros de Moisés. Na ocasião em
que a nação começava a perder sua identidade, foram homens de mentalidade
farisaica que tiveram a iniciativa de fundar escolas para a formação dos jovens,
evitando que o povo apos- tatasse, seguindo as crenças gentias. Além disso,
eles se empenhavam no proselitismo, pois converteram muitos gentios ao
judaísmo.
Mas Jesus náo se impressionou muito com esse espírito missionário deles (Mt
23.15). Para eles o dízimo era tão importante que meticulosamente faziama
entrega de dez por cento de tudo, até dos menores pertences (Mt 23.23).
Contudo deixavam de exercitar as virtudes que realmente ! portavam para
Deus: justiça, misericórdia e fé.
Também eles aguardavam com entusiasmo a vinda do Messias. Mas
infelizmente estavam tão firmes em suas idéias preconcebidas a respeito dele
que, quando ele veio, não o reconheceram.

Entretanto, apesar de todos os seus esforços para manter a feição nas práticas
do judaísmo, não são retratados de modo muito favorável no Novo Testamento,
principalmente nos evangelhos.

O fariseu Paulo- Esse famoso apóstolo ilustra de forma perfeita pontos


positivos e negativos do. farisaísmo. na seita, ele aprendeu a cultivar um
fervoroso amor a Deus. Contudo um fanatismo decorrente desse fervor levou-o
a perseguir o povo de Deus.
Depois que ele se converteu fez uma análise de sua experiência como fariseu,
e considerou-a válida. Quando se achava perante o sinédrio, declarou em alto
e bom som, e não sem certo orgulho, que pertencia ao conceituado grupo dos
fariseus (At 23.6).

Estabelecendo limites.

Considerando-se os protetores da lei de Deu os fariseus achavam que tinham a


responsabilidade de definir os limites dentro dos quais os judeus deviam viver
para estarem segue diante de Deus. E foi assim que a liderança do grupo
procurou co que erguer cercas e deixar os fiéis encerrados dentro de um
padrão de conduta que ela considerava biblicamente aceitável. Um exemplo
disso é o jejum. A Bíblia determinava que se jejuasse uma vez por i (Lv 23.27-
29), mas já nos dias de Cristo eles estavam observando jejum cerimonial duas
vezes por semana (Mt 6.16-18). E na tentativa de superar as determinações do
Velho Testamento, acabaram pervertendo a cerimônia da purificação.

Em vez de simplesmente lava as mãos antes de cada refeição, os fariseus


queriam que se executassem um verdadeiro ritual. Haviam especificado a
quantidade certa de água ser usada, e prescreviam que eles deviam molhar até
os punhos senão a lavagem não estaria correta. Mas Jesus náo se submeteu
essa regra e eles ficaram irritadíssimos com ele (Mc 7.5). Estavam sempre
querendo aprimorar as leis de Deus. Achavam que obedecer a Deus consistia
principalmente em observar todos os detalhes dela, e náo em amar.

Mas nem todos os fariseus se enquadravam dentro desses moldes Haviam


alguns que protestavam veementemente contra essas práticas tacanhas, e se
recusavam a guardar aqueles sem número de regrinhas. Mas, ao que parece, a
maioria dos que se defrontaram com Jesus era desse tipo.

O Sinédrio –

Com alguns períodos da ocupação romana, o império permitiu certo


alargamento no poder exercido pelos judeus. Pára o império, era vantajoso que
a nação fosse governada por gente dela mesmo. Enquanto os atos desses
governantes não conflitassem com as leis e os interesses dos romanos havia
uma espécie de trégua, embora não de todo pacifica.

O concílio supremo que regia as questões religiosas dos judeus era o


sinédrio. A extensão do poder por ele exercido dependia em grande parte da
coragem e personalidade do grupo ali reunido, bem como da atitude do
governo de Roma na ocasião. Houve épocas em que suas decisões atingiam
todo o espectro do judaísmo, em todas as partes do mundo. Mas em outras,
seus pronunciamentos só eram levados a sério por aqueles que residiam na
Judéia. No que dizia em respeito a Jesus, por exemplo, quando ele se
encontrava nessa região, achava-se debaixo da autoridade deles; mas, quando
estava na Galiléia, as opiniões deles tinham pouco peso.

Esse concílio procurara assemelhar-se ao grupo de anciãos formado por


Moisés, quando este se achava na liderança do povo de Israel. Por razões
práticas, ele resolveu designar alguns anciãos para ajudá-lo a julgar o povo
(Êx18.25). É provável que o sinédrio tenha se reunido pela primeira vez
durante a dominação grega, antes de Cristo, embora suas origens remontem a
um período anterior. Depois, quando Roma assumiu o domínio, permitiu que
ele continuasse a exercer suas funções. Quando Herodes, o Grande, que foi
indicado por Augusto, subiu ao trono, decidiu modificar o sinédrio, e, para tanto,
mandou matar todos os seus membros. Sentia-se mais seguro se ele mesmo
apontasse os componentes do concilio, os quais logicamente estariam sujeitos
a ele.

Tanto o grupo dos saduceus quanto o dos fariseus tinham representantes no


concílio, que era constituído do sumo sacerdote, e de antigos sumos
sacerdotes, de membros de suas famílias, de chefes das tribos ou das famílias,
que eram chamados de anciãos, e dos escribas (os doutores da lei).
O concílio era formado por 70 ou 71 homens, dependendo de como era feita
a contagem. Seu presidente era o sumo sacerdote que estivesse exercendo o
cargo no momento. Acredita-se que quando um homem se tornava membro do
concílio, permanecia nele pelo resto da vida.

As reuniões. Os membros do concílio se sentavam em forma de semicírculo


para que pudessem ver uns aos outros bem, e para conversar, Sempre havia
dois escriturários presentes para registrar os votos.
Para haver sessão, era preciso estarem presentes apenas vinte e três setenta
membros. No caso do julgamento de um criminoso, com doze votos ele poderia
ser absolvido. Se fosse condenado, poderia apelar para que outros membros
julgassem seu caso.
Sempre que alguém era julgado, esperava se que comparecesse ao concílio
vestido de luto. Tinha que assumir uma atitude de contrição, respeito à
autoridade do tribunal.

O conflito deles com Cristo.


Não há dúvida de que o sinédrio tinha todo o direito de julgar a Jesus, Como os
"crimes" a ele atribuídos eram de natureza religiosa, o concílio tinha autoridade
para interrogá-lo e dar o veredito.

O fato que eles violaram muitas das regras técnicas durante Julgamento de
Jesus, e uma falha que certamente cometeram foi a de que não se
empenharam de fato em averiguar se ele era inocente ou culpado.
Já iniciaram o julgamento procurando um meio para condena o Galileu (Jo
11.53).

O veredito final foi unânime; não houve nenhum voto contrário (M 14.64; Lc
23.1). Isso significa que Nicodemos, que também era membro do sinédrio,
estava ausente no momento em que foi feita a votação ou então votou pela
execução de Jesus. Mas, à luz da defesa que ele fez de Cristo (Jo 7.50-52),
podemos concluir que talvez estivesse ausente. Outro que também não deve
ter votado foi José de Arimatéia (Lc 23.50,51). É bem possível que nem todos
os membros tenham si convocados para a reunião em que Cristo foi julgado.

As Sinagogas

Nos dias de Cristo, a sinagoga tinha um papel muito impor- tante para a
comunidade judaica, já que era o centro de educação religiosa e de orientação
espiritual do povo.
Não se sabe com exatidão quando surgiu a primeira sinagoga, mas não temos
dúvidas quanto ao motivo pelo qual ela foi criada. O povo Israel enfrentava
constantes ameaças ã sua sobrevivência como ação. Através dos séculos, eles
tinham sofrido deportações e mortes. Além disso, foram mesclados a povos
que só lhes votava desprezo.

Portanto, se quisessem sobreviver e manter sua identidade religiosa, tinham


que criar um centro educacional e religioso.
provável que a primeira sinagoga tenha sido fundada ainda no exílio, quando
alguns judeus resolveram organizar-se e instruir os filhos nas coisas de Deus,
para que não se esquecessem dele e assim fossem absorvidos pelas religiões
dos lugares para onde tinham sidos levados. Com o passar dos tempos, esses
se tornando mais eficientes, mais complexos, e, por fim, atingira o estágio final,
a sinagoga. E esse crédito deve ser dado aos fariseus; eles encabeçaram o
desenvolvimento da educação judaica, tornando- se a força sustentadora da
sinagoga.

Existem alguns historiadores famosos que discordam dessa te Afirmam que a


sinagoga havia se originado já no pensamento de Moisés. Mas o mais provável
é que ela tenha evoluído a partir de uma necessidade especifica, sendo então
incorporada à vida da sociedade judaica.
Na época em que Jesus iniciou seu ministério, a sinagoga representava uma
grande força em sua terra, que não poderia ser ignorada. Depois do templo de
Jerusalém, era a instituição religiosa mais importante. A grande vantagem dela
era que se achava mais acessível ao povo em geral. Por causa disso, foi nos
cultos da sinagoga que a igreja cristã iniciante causou maiores impactos.
As diferenças entre as sinagogas podem ser comparadas que existem entre as
igrejas cristãs hoje. Embora houvesse muitas similaridades entre a maioria
delas, existiam também muitas distinções entre uma congregação e outra, de
uma região para outra. A exigência básica para a formação de uma sinagoga
era que houvesse pelo menos dez homens. A partir dai, eles tinham liberdade
para estabelecer a estrutura e a forma que desejassem.

A Sinagoga dos Libertos - (At 6.9) possivelmente era constituída ex -


escravos romanos que, portanto, tinha formação e ponto de vistas peculiares.
Em algumas sinagogas realizavam-se reuniões onde fervilhavam intrigas
políticas e ideias de revolta contra o governo romano.
Mas outras eram bem tradicionais, acomodadas, que evitavam entrar em
controvérsias. Muitas vezes a sinagoga era constituída de membros de
formação das mais diversas, principalmente as situadas em outros países, fo
do território de Israel.

Embora não se possa afirmar que houvesse duas sinagogas exatamente


iguais, algumas características básicas eram comuns à maioria. Pelo menos
num aspecto todas elas eram semelhantes às quatro peças de mobiliário.
arca Era chamada o "sacrário do Tora", e sua função era conter os rolos das
Escrituras. Quando portátil, podia sempre ser levada para o salão em que se
realizasse a reunião, onde também haveria um local reservado para ela. Existe
uma dúvida quanto a se a arca permanecia sempre nas dependências da
sinagoga ou não.

O "bema”. Era uma espécie de plataforma de onde se liam as Escrituras; era


provida de um púlpito, e chegava a ser bastante elaborada, com um toldo de
madeira e um balaústre. Ao que parece, quando Esdras leu as Escrituras
perante o povo, subiu a um tipo de plataforma assim (He 8.4,5).
É possível que nem todas as sinagogas tivessem um bema. É pouco
mencionado na Bíblia, e quando o é não recebe nenhum tratamento especial,
de objeto sagrado. A única referência que encontramos no Novo Testamento a
algo que talvez possa ser um objeto desses achasse no texto de Mateus 23.2,
a "cadeira de Moisés", que talvez uma peça do conjunto e toda a sinagoga
tinha uma Menorá.

Chefe da sinagoga. Esse cargo é mencionado no novo Testamento e designa


um supervisor geral. A missão dele era manter a ordem nos cultos e em
quaisquer reuniões. Era ele quem designava aquele que faria a leitura das
Escrituras ou dirigiria o grupo em oração. Quando chegava algum visitante a
uma sinagoga, o chefe o convidava para dizer alguma coisa à congregação.
Quando Jesus ia de um lugar para outro, era convidado para pregar nas
sinagogas (Lc 4.14,15). Foi um desses chefes que certa vez fez objeção a que
ele realizasse curas no sábado (Lc 13.14).

O assistente. Era um funcionário da sinagoga, e para isso recebia um salário.


O nome desse cargo era hazzan. Ele era o encarregado de retirar do baú os
rolos que deveriam ser lidos, e guardá-los após a leitura, na ocasião em que
Jesus leu o livro de Isaías, assim que terminou a leitura, devolveu-o ao
assistente (Lc 4.20).

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