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ISSN - 1647-1040

Floresta e Pescas
Agricultura,

Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

setembro 2023
Breve síntese sobre a evolução da produção e dos preços na agricultura e pescas

Previsões Agrícolas
As previsões agrícolas, em 31 de agosto, apontam para um ano agrícola novamente marcado pela seca, que atinge
97,0% do território do Continente, dos quais 46,3% em seca severa ou extrema (a sul do Tejo).

O desenvolvimento das culturas de primavera/verão, designadamente do milho, arroz, tomate para a indústria e girassol,
tem decorrido com normalidade, com a campanha de regadio assegurada em 60 albufeiras hidroagrícolas, mantendo-se
cinco com restrições de utilização de água de rega desde o ano passado.

A colheita das pomóideas confirmou o mau ano, com os pomares de pereiras e macieiras a registarem decréscimos de
produtividade pelo segundo ano consecutivo (-10%, face a 2022). Em contrapartida, nas prunóideas a produção deverá
aumentar 10% no pêssego e 15% na amêndoa. No kiwi, apesar dos problemas no vingamento, prevê-se uma produtividade
idêntica à do ano anterior.

A vindima tem decorrido em boas condições, prevendo-se um aumento de produção de 8%, face à vindima anterior.

Gado, aves e coelhos abatidos


O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em julho de 2023 foi 37 829 toneladas, o que correspondeu
a um aumento de 2,9% (-1,3% em junho), sobretudo resultante do maior volume de abate registado nos suínos (+5,1%).
O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 33 164 toneladas, o que representou um
acréscimo de 6,0% (+5,9% em junho), com um maior volume de abate de galináceos (+4,1%), perus (+2,4%), patos
(+74,8%) e coelhos (+62,4%).

Nota explicativa: salvo indicação em contrário, as taxas de variação referem-se sempre a variações homólogas
Produção de aves e ovos
O volume de frango teve um acréscimo de 4,3%, com uma produção de 27 930 toneladas (-1,3% em junho), tendo
em número de cabeças aumentado 3,1% (-3,3% em junho). A produção de ovos de galinha para consumo registou
uma subida de 1,4% (-0,7% em junho), com 9 572 toneladas produzidas.

Produção de leite e produtos lácteos


A recolha de leite de vaca foi 163,8 mil toneladas, registando um aumento de 3,8% comparativamente ao homólogo
(+1,9% em junho). O volume total de produtos lácteos assinalou um acréscimo de 8,3% (+11,1% em junho), justificado
pelo aumento do leite para consumo (+8,3%), leites acidificados (+3,1%), nata para consumo (+14,2%), leite em pó
(+49,2%) e manteiga (+18,2%).

Pescado capturado
O volume de capturas de pescado em Portugal aumentou 18,1% (+9,3% em junho), justificado pela maior captura de
peixes marinhos, nomeadamente cavala. Às 18 432 toneladas de pescado correspondeu uma receita que totalizou
35 107 mil euros, valor que representou um decréscimo de 0,1% (-9,0% em junho).

O preço médio do pescado descarregado foi 1,85 Euros/kg, ou seja, uma diminuição de 14,6% (-15,8% em junho).

Preços e índices de preços agrícolas


Em agosto de 2023, as variações mais significativas no índice de preços de produtos agrícolas no produtor foram
observadas no azeite a granel (+114,4%), ovos (+27,3%), batata (+24,5%), suínos (+17,4%), frutos (+12,1%) e
ovinos e caprinos (+11,8%).

Em comparação com o mês anterior, as variações de maior amplitude verificaram-se no azeite a granel (+23,9%)
e ovinos e caprinos (+7,7%).

Em junho de 2023, o índice de preços de bens e serviços de consumo corrente (INPUT I) registou um decréscimo
de 1,5% e o índice de preços de bens e serviços de investimento (INPUT II) registou uma variação positiva de
4,3%. Relativamente ao mês anterior, verificou-se um decréscimo de 1,4% no índice de preços de bens e serviços
de consumo corrente enquanto que, no índice de preços de bens e serviços de investimento, a variação foi pouco
significativa.

Esta edição do Boletim Mensal da Agricultura e Pescas foi elaborada com informação
disponibilizada até 15 de setembro de 2023.
Índice

I - CLIMA 5

II - PRODUÇÃO VEGETAL 10

II.1 - Previsões agrícolas 10

III - PRODUÇÃO ANIMAL 14

III.1 - Abates 14
III.2 - Produção de aves e ovos 17
III.3 - Leite de vaca e produtos lácteos 18

IV - ÍNDICE DE PREÇOS NA AGRICULTURA 19

IV.1 - Índice de preços de produtos agrícolas no produtor 19


IV.2 - Índice de preços dos meios de produção na agricultura 20

V - PESCA 21
Ficha Técnica

Título
Boletim Mensal da Agricultura e Pescas - 2023

Editor
Instituto Nacional de Estatística, I. P.
Av. António José de Almeida
1000-043 LISBOA - Portugal

Presidente do Conselho Diretivo


Francisco Lima

Design e Composição
Instituto Nacional de Estatística, I. P.

Publicação periódica
Mensal

Agricultura, floresta e pescas | Agricultura, floresta e pescas

Edição Digital

ISSN: 1647-1040

Esclarecimentos sobre a informação

Mais informação em:

www.ine.pt
Consulte:
Dados Estatísticos / Base de dados /
tema: Agricultura, Floresta e Pescas

© INE, I. P., Lisboa • Portugal, 2023


A informação estatística disponibilizada pelo INE pode ser usada de acordo com a Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) da
Creative Commons Atribution 4.0, devendo contudo ser claramente identificada a fonte da informação.
Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

I - CLIMA
O mês de agosto caracterizou-se, em termos meteorológicos, como extremamente quente1 e seco2. O valor médio
da temperatura média foi de 24,3°C, o que corresponde a uma anomalia, face à normal 1971-2000, de +2,1°C. Foi
o quinto agosto mais quente desde 1931, apenas abaixo dos valores registados em 1949, 2003 (o mais quente,
com 25,1°C), 2010 e 2018. Ao longo do mês os valores da temperatura do ar estiveram quase sempre acima do
valor médio mensal, tendo-se registado duas ondas de calor3: a primeira entre os dias 5 e 11, no interior Norte e
Centro e no vale do Tejo, tendo-se atingido, no dia 7 de agosto, o valor mais elevado do mês (46,4°C em Santarém);
a segunda, com maior expansão territorial (interior Centro, vale do Tejo e grande parte das regiões a sul do Tejo),
decorreu entre os dias 18 e 25 de agosto. Quanto à precipitação, o valor médio foi de 3,7mm, o que corresponde
apenas a 27% da normal 1971-2000 (13,7mm), sendo o sexto agosto mais seco desde 2000. De referir que esta
precipitação concentrou-se, essencialmente, no litoral Norte e Centro, tendo sido particularmente significativa no
Minho, nos dias 18 e 19, com registo de valores diários superiores a 40mm. No restante território continental não
ocorreu praticamente qualquer precipitação.
Climatologia
Continente
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

A NORTE DO TEJO
Precipitação média (mm)
Total do mês 2022 18,4 12,0 106,3 65,6 12,6 31,8 4,5 3,8 80,1 154,1 186,5 287,1
2023 141,6 7,6 62,4 24,3 44,2 65,3 4,4 5,7
Desvio da normal 2022 -98,0 -89,7 47,5 -16,3 -61,4 -3,9 -9,7 -11,6 34,1 52,0 70,8 146,7
2023 25,3 -94,0 3,5 -57,5 -29,7 29,5 -9,8 -9,6
Temperatura do ar (º C)
Média do mês 2022 9,0 10,6 11,1 12,7 18,4 19,5 24,5 23,1 19,9 17,8 12,4 11,8
2023 8,4 8,7 12,4 15,6 17,3 20,9 21,4 23,2
Desvio da normal 2022 1,1 1,4 0,0 0,3 3,5 0,9 3,3 1,8 0,6 2,5 1,0 2,8
2023 0,6 -0,5 1,2 3,2 2,3 2,2 0,1 2,0
A SUL DO TEJO
Precipitação média (mm) 2022 5,3 7,4 96,6 46,1 3,0 6,8 0,0 0,9 42,0 56,1 52,8 185,2
Total do mês 2023 34,6 16,7 18,9 6,7 18,6 17,2 0,3 0,0
2022 -68,7 -54,9 55,5 -7,3 -38,9 -9,3 -4,4 -3,0 19,5 -13,2 -25,7 86,5
Desvio da normal 2023 -39,4 -45,6 -22,1 -46,7 -23,3 1,2 -4,2 -3,9

Temperatura do ar (º C)
Média do mês 2022 10,9 12,6 12,9 14,5 20,4 21,9 26,2 23,7 21,9 20,5 14,9 14,2
2023 10,5 10,5 14,3 18,2 19,6 23,7 24,4 25,9
Desvio da normal 2022 0,8 1,4 0,0 0,2 3,5 1,6 3,2 0,6 0,6 2,9 1,1 2,8
2023 0,4 0,7 1,4 3,9 2,7 3,4 1,4 2,9
Fonte: Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P.
Nota: foram utilizados dados de 63 estações meteorológicas a norte do Tejo e de 36 estações meteorológicas a sul do Tejo

De referir que o cenário meteorológico do presente ano hidrológico (com início em outubro de 2022), tem sido
significativamente distinto em termos regionais. A norte do Tejo, os meses de outubro de 2022 a janeiro de 2023
tiveram precipitação acima da média mensal ocorrida nos últimos 20 anos hidrológicos (2003 a 2022), sendo que
só a partir de fevereiro se registou uma diminuição da precipitação. Por contraste, a sul do Tejo, apenas os meses
de dezembro de 2022 e junho de 2023 registaram precipitação acima da média (2003-2022), com fevereiro, março,
abril, julho e agosto a apresentarem desvios negativos para a média superiores a 50%.

1 Classifica-se como extremamente quente um mês cujo valor da temperatura média é superior ao valor máximo registado no período de
referência 1971-2000.
2 Classifica-se como seco um mês cujo valor de precipitação permite posicioná-lo, por comparação com os registos desse mês no período de
referência (1971-2000), entre os percentis 20 e 40.
3 Considera-se que ocorre uma onda de calor quando, num intervalo de pelo menos 6 dias consecutivos, a temperatura máxima diária é superior
em 5°C ao valor médio diário no período de referência (1971-2000).

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Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

Temperatura do ar e precipitação no ano hidrológico 2022/2023


comparação face à média no período 2003-2022
Norte do Tejo Sul do Tejo
4 4
dez 22 abr 23 dez 22

Diferença da temperatura face à média


abr 23 3 3

Quente
out 22 out 22
mar 23 2 ago 23 mar 23 2 jun 23
ago 23 nov 22 nov 22

2003-2022 (◦C)
1 1
fev 23 mai 23 jun 23 mai 23
jan 23 jul 23 jan 23
0 0
-100% -50% 0% 50% 100% 150% -100% -50% 0% 50% 100% 150%
-1 fev 23 -1
jul 23
-2 -2

Frio
-3 -3

-4 -4
Seco Húmido Seco Húmido

Variação da precipitação face à média 2003-2022 (%) Variação da precipitação face à média 2003-2022 (%)

Fonte: IPMA (cálculos INE, I. P.)

Esta heterogeneidade regional da precipitação mensal contribuiu para um cenário também distinto na precipitação
acumulada deste ano hidrológico. A norte do Tejo, choveram 983,2mm desde outubro de 2022, quase o dobro do
registado no ano hidrológico 2021/22 (493,9mm) e 12% acima do valor médio de 2003 a 2022 (880,6mm), sendo, até
à data, o oitavo ano hidrológico mais chuvoso dos últimos vinte. Em contrapartida, a sul do Tejo, a precipitação total
foi de 407,1mm, 36% acima do registado no ano hidrológico 2021/22 (299,9mm) mas 19% abaixo do valor médio de
2003 a 2022 (502,8mm), posicionando este ano hidrológico a sul do Tejo como o sexto mais seco dos últimos vinte.

Precipitação média entre outubro e agosto dos últimos 20 anos hidrológicos


Precipitação
Norte do Tejo (mm) Sul do Tejo
1 400
agosto

1 200 julho
junho
1 000
maio
800 abril
março
600
fevereiro
400 janeiro

200 dezembro
novembro
0
outubro
2003/04
2004/05
2005/06
2006/07
2007/08
2008/09
2009/10
2010/11
2011/12
2012/13
2013/14
2014/15
2015/16
2016/17
2017/18
2018/19
2019/20
2020/21
2021/22
2022/23
2003/04
2004/05
2005/06
2006/07
2007/08
2008/09
2009/10
2010/11
2011/12
2012/13
2013/14
2014/15
2015/16
2016/17
2017/18
2018/19
2019/20
2020/21
2021/22
2022/23

média out/ago
(2003/2022)

Fonte: IPMA (cálculos INE, I. P.)

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Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

Em resultado das condições meteorológicas de agosto, a situação de seca meteorológica agravou-se, em particular
ao nível da sua intensidade. No final do mês, de acordo com o índice meteorológico de seca PDSI4, 97,0% do
território continental encontrava-se em seca meteorológica, sendo que a grande maioria das regiões a sul do
Tejo apresentavam registos nas classes de seca extrema e de seca severa (as duas mais graves do índice), que,
em conjunto, ocupavam 46,3% do território continental (34,4% no final de julho). De referir que, face ao período
homólogo, agosto de 2022 apresentava um cenário mais grave, nomeadamente em termos de intensidade, uma vez
que a totalidade do território se encontrava nas classes de seca severa ou extrema.

Distribuição espacial do índice de seca meteorológica


a 31 de agosto de 2022 e a 31 de agosto 2023

Fonte: IPMA

O teor de água no solo, medido em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, registou uma diminuição,
face ao final de julho. A ausência de precipitação e os valores de temperatura muito altos nas regiões do interior
Norte, do Centro e do Sul contribuíram para um aumento da evaporação e, consequentemente, do nível de secura
do solo, observando-se, nestas regiões, extensas áreas com teores de humidade do solo inferiores a 10%, com
muitos locais a terem alcançado o ponto de emurchecimento permanente5.

4 O índice PDSI (Palmer Drought Severity Index) baseia-se no conceito do balanço da água tendo em conta dados da quantidade de precipitação,
temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo e permite detetar a ocorrência de períodos de seca, classificando-os em termos
de intensidade (fraca, moderada, severa e extrema). Informação constante em Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I. P. (IPMA, I.P.) -
Boletim Climático de Portugal Continental, agosto 2023, consultado em 13 de setembro de 2023,
https://www.ipma.pt/resources.www/docs/im.publicacoes/edicoes.online/20230908/FFXYNHtFtktOuzKSGRjD/cli_20230801_20230831_pcl_mm_co_pt.pdf
5 Teor de humidade do solo abaixo do qual as plantas são incapazes de extrair água.

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Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

Quanto às reservas hídricas, o volume de água armazenado nas principais albufeiras com aproveitamento
hidroagrícola de Portugal continental6 encontrava-se a 61% da capacidade total, valor inferior ao registado no final
do mês anterior (66%) e ao valor médio de 1990/91 a 2021/22 (69%), mas superior ao valor de agosto de 2022
(56%).
Armazenamento total nas principais albufeiras
com aproveitamento hidroagrícola (ano hidrológico)
Percentagem do
volume total
90%

80%

70%
Média 1990/2022

60%

2021/22

50%

//
40%
out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set
Fonte: APA/SNIRH - Boletim de Armazenamento nas Albufeiras de Portugal Continental (cálculos INE, I. P.)

Individualmente, a albufeira do Alqueva, na bacia hidrográfica (b. h.) do Guadiana, continua a destacar-se pela
positiva, apresentando um nível de armazenamento de 69% da sua capacidade total, 5 p.p. abaixo da média
dos registos de agosto desde o encerramento das comportas e início do enchimento da albufeira (2002). A água
armazenada no Alqueva representava, em 31 de agosto, mais de 2/3 do total de água armazenada nas principais
albufeiras com aproveitamento hidroagrícola. Igualmente com níveis de armazenamento elevados encontravam-se
as albufeiras da Aguieira (b. h. do Mondego), de Montargil (b. h. do Tejo), do Alvito (b. h. do Sado) e do Caia (b. h.
do Guadiana), todas com um nível de armazenamento superior a 60% da sua capacidade total. Por oposição, era
evidente a situação de escassez hídrica nas albufeiras de Santa Clara (b. h. do Mira) e do Roxo (b. h. do Sado), com
níveis de armazenamento de, respetivamente, 32% e 20% da capacidade total. As albufeiras do Monte da Rocha
e de Campilhas (b. h. do Sado) e da Bravura (b. h. do Arade e Ribeiras do Algarve) encontram-se com níveis de
armazenamento que impedem a sua utilização na vertente de regadio.

6 Análise feita sobre as albufeiras monitorizadas no âmbito do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) cuja utilização
inclui o fornecimento de água para rega (mais informações em https://sir.dgadr.gov.pt/barragens). Cálculos INE a partir da informação constante
do Boletim de Armazenamento nas Albufeiras de Portugal Continental - Situação das Albufeiras em agosto de 2023, consultado em 11 de
setembro de 2023 in https://snirh.apambiente.pt/index.php?idMain=1&idItem=1.3.

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Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

Armazenamento individual (% da capacidade total) nas principais


albufeiras de aproveitamentos hidroagrícolas (31 de agosto de 2023)

Fonte: APA/SNIRH - Boletim de Armazenamento nas Albufeiras de Portugal Continental;


DGADR/SIR - Sistema de informação do regadio (cálculos INE, I. P.)

Estas condições meteorológicas e hidrológicas possibilitaram a realização dos trabalhos agrícolas da época sem
constrangimentos. Contudo, o prolongamento da situação de seca e as elevadas temperaturas continuaram a afetar
o desenvolvimento das culturas, em particular as culturas permanentes de sequeiro, nomeadamente vinhas, olivais
tradicionais e pomares, havendo ainda registo de escaldões nas pomóideas. No regadio, o aumento da frequência
das regas obrigou a limitações na utilização da água nos regadios públicos e privados de algumas zonas do Alentejo
(Alentejo Litoral e interior do Baixo Alentejo) e no Barlavento Algarvio. De referir que nestas zonas, em particular no
concelhos de Almodôvar, Mértola, Ourique e Castro Verde, há relatos de explorações pecuárias que esgotaram as
reservas hídricas de superfície destinadas aos efetivos, obrigando os produtores a instalar pontos de abeberamento
alternativos que, face à frequente dificuldade de recuperação dos níveis freáticos dos furos e poços próprios, tiveram
de ser abastecidos a partir de explorações vizinhas ou em pontos de abastecimento disponibilizados por entidades
públicas, com o consequente incremento de custos e dificuldades de maneio.

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II - PRODUÇÃO VEGETAL

II.1- Previsões agrícolas em 31 de agosto de 2023

Seca prejudica produção forrageira, em particular a sul do Tejo

As condições meteorológicas adversas ocorridas desde janeiro, nomeadamente a escassa precipitação e as


elevadas temperaturas para a época, em particular a sul do Tejo, condicionaram fortemente o ciclo vegetativo dos
prados, pastagens e culturas forrageiras, penalizando o seu desenvolvimento e, consequentemente, a produção de
biomassa destinada à alimentação dos efetivos pecuários. A produção forrageira (natural, melhorada ou semeada)
foi muito escassa e inferior à do ano anterior (também fortemente marcado pela seca), com impacto negativo nas
disponibilidades alimentares em pastoreio direto e, simultaneamente, na obtenção de alimentos conservados (fenos
e silagens), essenciais à alimentação dos efetivos pecuários em épocas de maior carência alimentar. A deterioração
muito precoce do desenvolvimento vegetativo dos prados e pastagens permanentes (naturais e semeados)
e a consequente redução das disponibilidades de matéria verde para o pastoreio, obrigaram à antecipação da
suplementação dos efetivos pecuários em regime extensivo com alimentos conservados. No entanto, as escassas
reservas destes alimentos nas explorações, resultado das baixas produções dos dois últimos anos, aumentaram a
procura de fenos, fenossilagens, silagens e palhas num cenário de escassa oferta (interna e externa), levando ao
consequente aumento dos preços (já inflacionados pela subida dos custos de produção), com registos frequentes
de duplicação face a 2022.

A norte do Tejo a situação não assume a mesma gravidade, estando a suplementação com alimentos grosseiros
armazenados e/ou alimentos concentrados mais próxima dos parâmetros normais.

Campanha do milho de regadio decorre com normalidade

A campanha de regadio do milho para grão tem decorrido com normalidade, não havendo dificuldades dignas de
registo no abastecimento de água de rega. As searas apresentam um normal desenvolvimento sem problemas
fitossanitários, embora num estado vegetativo adiantado relativamente ao habitual. Os milhos de ciclo mais longo e/
ou semeados mais tarde encontram-se na fase de enchimento do grão, período em que é fundamental garantir as
necessidades hídricas das plantas. Por outro lado, a colheita dos milhos de ciclo mais curto e/ou semeados mais
cedo tem decorrido sem constrangimentos. Apesar do crescimento da população de javalis e dos seus frequentes
ataques causarem prejuízos significativos em muitas searas, espera-se uma produtividade de milho grão superior
à média do quinquénio (+6%). O milho de sequeiro, tradicionalmente semeado mais cedo no Norte e litoral Centro
para aproveitamento da humidade natural do solo, beneficiou da precipitação ocorrida no verão, apresentando um
estado vegetativo normal.

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Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

Produtividade
Continente
Índices
2018 2019 2020 2021 2022 2023 f
Culturas 2023 f 2023 f
kg/ha (Média 2018/22 = 100) (2022 = 100)

CEREAIS
Milho de regadio 9 178 10 616 10 155 10 926 10 373 10 900 106 105
Milho de sequeiro 2 114 2 733 2 669 2 885 2 632 2 635 101 100
Arroz 5 479 5 601 5 119 5 992 5 707 6 000 108 105
CULTURAS INDUSTRIAIS
Girassol 1 785 1 636 1 592 1 782 1 658 1 740 103 105
Tomate para indústria 84 783 97 625 94 233 99 946 84 135 92 500 100 110
FRUTOS
Pera 14 400 17 530 11 565 20 208 12 197 11 000 72 90
Maçã 19 471 26 067 20 087 26 644 21 330 19 200 85 90
Kiwi 12 439 12 935 13 255 16 000 15 052 15 000 108 100
Amêndoa 443 655 604 710 723 835 133 115
VINHA
Uva para vinho (hl/ha) 33 37 36 42 39 42 112 108

Fonte: INE, I. P., Estado das culturas e previsão das colheitas


f - Valor previsto

Arrozais com bom desenvolvimento vegetativo

Os arrozais apresentam povoamentos uniformes, com bom desenvolvimento vegetativo e sem grandes problemas
fitossanitários, ainda que no Mondego se observe a presença de infestantes. De um modo geral, as plantas apresentam
um adiantamento fenológico, encontrando-se na fase de espigamento, com panículas bem desenvolvidas, embora
alguns canteiros já se encontrem em início de maturação, com o grão no estado leitoso a pastoso. A colheita do arroz
deverá iniciar-se em meados de setembro ou primeira semana de outubro, dependendo das regiões, 15 dias mais
cedo que na campanha anterior, prevendo-se uma produtividade de 6 toneladas por hectare, o que corresponde a
um aumento de 8%, face à média do último quinquénio.

Produtividade do tomate para a indústria semelhante à média do último quinquénio

A colheita do tomate para a indústria iniciou-se na terceira semana de julho e deve-se prolongar até meados de
setembro, estimando-se que no final de agosto estivesse colhida 70% da área plantada. O tomate apresenta
cor e grau Brix dentro dos parâmetros normais, embora os calibres sejam mais reduzidos, devido às elevadas
temperaturas, bem como à grande incidência da traça do tomateiro (Tuta absoluta). A produtividade do tomate para
a indústria deverá ser de 92,5 toneladas por hectare, semelhante à média do último quinquénio, mas superior em
10% à campanha passada.

Produtividades da pera e da maçã decrescem pelo segundo ano consecutivo

As altas temperaturas de agosto condicionaram, de um modo geral, o desenvolvimento vegetativo das culturas
arbóreas e arbustivas e dos respetivos frutos. Os golpes de calor provocaram estragos significativos nas pomóideas,
dessecando a folhagem e parando o engrossamento dos frutos, dos quais se destaca o escaldão observado no
dia 7 de agosto no Oeste, que afetou muitos pomares de pera Rocha e alguns pomares de maçã mais expostos,
havendo registos de temperaturas medidas no interior do fruto de 48°C. A colheita da pera Rocha, que se iniciou em
meados de agosto, foi antecipada devido ao receio de mais eventos extremos e à proliferação de estragos causados
pela estenfiliose, estando previsto que decorra até à segunda semana de setembro. Pelo segundo ano consecutivo
a produção de pera regista um decréscimo (-10%, face a 2022), devido aos escaldões que, na fase final do ciclo,
provocaram a paragem de crescimento dos frutos, ao inverno ameno, que condicionou a diferenciação floral, e ao
calor excessivo durante a floração. De um modo geral, os frutos apresentam baixos calibres mas grau Brix elevado.

11
Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

Relativamente à maçã, os prejuízos registados em alguns pomares em Trás-os-Montes, devido à queda de granizo,
foram mitigados com a aplicação de produtos cúpricos que aceleraram a cicatrização dos frutos. No entanto, parte
da produção afetada tem como destino a indústria, o que implica uma desvalorização da produção. Devido ao
avanço vegetativo dos pomares de macieiras, a colheita de algumas variedades iniciou-se em Trás-os-Montes,
apresentando os frutos calibres e tonalidades normais. No Baixo Oeste a colheita da maçã Gala iniciou-se em
meados de agosto e no Alto Oeste uma semana depois, devendo decorrer até à segunda semana de setembro. Para
as outras variedades de maçãs, prevê-se o início da colheita da Golden entre 15 e 25 de setembro e da Granny Smith
no final do mês de setembro ou início de outubro. Apesar dos frutos afetados por escaldão e cozedura, as maçãs na
região do Oeste apresentam bons parâmetros de calibre, cor e grau Brix. Globalmente a produção de maçã deverá
diminuir 10% face a 2022, ficando abaixo da produção normal (-15%, face à média do último quinquénio).

Apesar de alguns problemas de vingamento a produtividade do kiwi deverá ser normal

O desenvolvimento do kiwi decorre com relativa normalidade, apesar dos problemas observados no abrolhamento
e floração, que originaram a diminuição da quantidade de frutos, porém de calibre superior. Por outro lado, a
exigência hídrica desta cultura às elevadas temperaturas tem diminuído as reservas de água de alguns pomares e
condicionado as regas, o que, a manter-se, inevitavelmente afetará o calibre dos frutos. Prevê-se assim um ligeiro
decréscimo no litoral Norte, compensado por um acréscimo no litoral Centro.

Produtividade da amêndoa deverá aumentar pelo terceiro ano consecutivo

O avanço fenológico dos amendoais antecipou a colheita, que se tem processado em boas condições, beneficiando do
tempo quente e seco que promove a secagem. Embora se verifique alguma heterogeneidade no fruto, eventualmente
decorrente das elevadas temperaturas registadas na fase de desenvolvimento, a produtividade deverá aumentar
15%, devido essencialmente à entrada de muitos pomares novos em produção cruzeiro, maioritariamente no
Alentejo.

Boas perspetivas para a vindima 2023

As vinhas para a produção de vinho, dependendo das castas e das particularidades edafoclimáticas das regiões
vitícolas, apresentavam-se, nos últimos dias de agosto, na fase final de maturação/vindima. Nas castas brancas
e nas tintas mais precoces, a vindima iniciou-se em agosto (entre a primeira quinzena, no Ribatejo e Alentejo, e
a última semana, no Entre Douro e Minho), com uma antecipação de uma semana face ao normal. Duma forma
geral, observou-se alguma heterogeneidade no desenvolvimento dos bagos, negativamente influenciado pelas
temperaturas extremas que, no caso das vinhas de sequeiro mais expostas, conduziram à estagnação dos níveis de
açúcar em valores relativamente baixos. Excetuando alguns ataques de míldio e oídio, fortes na região dos Vinhos
Verdes e em certas zonas do Centro e tardios (mas não tão fortes) no Douro, não se registaram acidentes sanitários
de relevância. Globalmente preveem-se aumentos de produtividade em praticamente todas as regiões, devendo o
rendimento unitário atingir os 42 hectolitros/hectare (+8%, face à vindima de 2022).

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Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

Ano normal para a batata de regadio

As condições meteorológicas favoreceram o desenvolvimento da batata de regadio, prevendo-se um aumento de


produção de 15%, face a 2022. A colheita da batata de sequeiro está concluída, registando-se um decréscimo
da produção global de 15%, devido aos reduzidos calibres originados pela falta de humidade e o consequente
encurtamento do ciclo.

Produção
Continente
Índices
2018 2019 2020 2021 2022 2023 f
Culturas 2023 f 2023 f
1 000 t (Média 2018/22 = 100) (2022 = 100)

BATATA
Batata de sequeiro 22 32 31 27 20 17 64 85
Batata de regadio 374 350 338 347 265 305 91 115
FRUTOS
Pêssego 43 45 35 42 33 36 92 110
Uva de mesa 17 18 18 19 15 17 96 110

Fonte: INE, I. P., Estado das culturas e previsão das colheitas


f - Valor previsto

A produção de pêssego aumentou

A colheita do pêssego encontra-se praticamente terminada e, apesar das condições meteorológicas adversas,
designadamente a seca e as elevadas temperaturas, a produção deverá aumentar 10%, face a 2022, embora
decresça, face à média do último quinquénio (-8%).

Colheita da uva de mesa decorre com normalidade

A colheita da uva de mesa está a decorrer dentro da normalidade, sendo que a da variedade Cardinal terminou em
agosto. A produção de uva de mesa deverá aumentar 10%, face a 2022, mas decrescer 4%, face à média do último
quinquénio.

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III - PRODUÇÃO ANIMAL

III.1 - Abates

Bovinos abatidos Ovinos abatidos


cabeças
cabeças
45 000 130 000
43 000
41 000 110 000
39 000
37 000 90 000
35 000
33 000 70 000
31 000
29 000 50 000
27 000
25\\000 30\\000
jul-21

out-21
nov-21
dez-21

nov-22
dez-22
jan-22

mar-22

mai-22
jun-22
jul-22

out-22

jan-23

mar-23

mai-23
jun-23
jul-23
ago-21

ago-22
abr-22

abr-23
fev-23
set-21

fev-22

set-22

jul-21

jan-22

jun-22
mar-22

jul-22

jan-23

jun-23
ago-21

mar-23

jul-23
ago-22
out-21
nov-21
dez-21

abr-22
mai-22

out-22
nov-22
dez-22

abr-23
mai-23
set-21

fev-22

set-22

fev-23
Caprinos abatidos Suínos abatidos
cabeças cabeças
560 000
30 000
540 000
26 000 520 000
22 000 500 000
480 000
18 000
460 000
14 000 440 000
10 000 420 000
400 000
6 000 380 000
2\\000 360\\ 000
jun-22

jun-23
jul-21

out-21
nov-21
dez-21
jan-22

jul-22

out-22
nov-22
dez-22
jan-23

mai-23

jul-23
mar-22

mai-22

mar-23
ago-21

ago-22
abr-22

abr-23
set-21

fev-22

set-22

fev-23
jul-21

nov-21
dez-21

jul-22
jan-22

mar-22

mai-22
jun-22

nov-22
dez-22
jan-23

mar-23

mai-23
jun-23
jul-23
ago-21

ago-22
out-21

abr-22

out-22

abr-23
set-21

fev-22

set-22

fev-23

Gado abatido: maior volume de abate de suínos e equídeos

O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em julho de 2023 foi 37 829 toneladas, o que
correspondeu a um aumento de 2,9% (-1,3% em junho), resultante do maior volume de abate registado nos
suínos (+5,1%) e equídeos (900,0%). Em contrapartida registaram-se decréscimos nos bovinos (-2,7%),
ovinos (-7,2%) e caprinos (-29,5%).

Em relação ao número de animais abatidos, observou-se um aumento do número de equídeos, praticamente uma
manutenção nos suínos (-0,1%), sendo de salientar nesta espécie o maior peso médio dos animais, resultante do
maior abate de porcos de engorda em detrimento dos leitões. Para as restantes espécies, houve diminuição no
número de bovinos (-3,5%), ovinos (-5,7%) e caprinos (-29,9%) abatidos no mês em análise.

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Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

Gado abatido e aprovado para consumo público


Portugal
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Total
Peso limpo (t) 2022 38 157 36 199 44 392 36 692 40 516 37 423 36 767 41 396 37 177 36 847 39 193 37 982 462 741
2023 37 260 32 961 37 458 33 259 39 809 36 935 37 829
Bovinos
Cabeças (n.º) 2022 31 184 31 025 38 312 33 388 43 468 38 360 37 545 40 960 34 879 33 466 32 469 31 348 426 404
2023 29 901 26 889 31 173 29 332 39 517 35 696 36 223
Peso limpo (t) 2022 7 536 7 595 9 444 8 278 10 927 9 600 9 317 9 885 8 366 7 901 7 651 7 260 103 760
2023 7 089 6 547 7 577 7 293 10 050 8 975 9 065
Suínos
Cabeças (n.º) 2022 412 551 410 977 502 453 436 034 445 813 442 885 438 688 515 989 447 857 443 671 471 291 506 208 5 474 417
2023 409 771 377 429 433 715 385 006 442 360 431 252 438 189
Peso limpo (t) 2022 30 113 28 064 34 158 26 722 28 521 26 867 26 722 30 646 28 104 28 293 30 958 29 618 348 786
2023 29 727 25 997 28 902 24 983 28 935 27 162 28 093
Ovinos
Cabeças (n.º) 2022 39 408 40 088 58 383 127 886 56 274 59 060 44 574 53 611 44 802 46 778 41 738 85 107 697 709
2023 33 997 31 762 71 045 73 075 50 772 50 529 42 048
Peso limpo (t) 2022 471 476 723 1 530 983 871 666 794 660 614 548 967 9 303
2023 401 381 897 890 765 747 618
Caprinos
Cabeças (n.º) 2022 4 406 9 008 8 890 25 110 9 858 10 280 6 391 6 714 4 463 3 951 4 615 21 546 115 232
2023 4 336 4 901 11 525 15 434 7 223 6 521 4 537
Peso limpo (t) 2022 34 63 66 159 84 79 61 70 46 38 36 136 872
2023 35 35 81 93 59 51 43
Equídeos
Cabeças (n.º) 2022 15 4 3 19 4 26 4 3 6 3 3 4 94
2023 39 3 7 0 0 0 38
Peso limpo (t) 2022 3 1 1 3 1 6 1 1 1 1 ә 1 20
2023 8 1 1 0 0 0 10
Fonte: INE, I. P., Gado Abatido e Aprovado para Consumo
Nota: os dados do quadro referem-se a abates submetidos à inspeção sanitária.

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Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

Aves e coelhos abatidos: maior volume de abate de todas as espécies, exceto codornizes

O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 33 164 toneladas em julho de 2023,
o que representou um acréscimo de 6,0% (+5,9% em junho). Registou-se um maior volume de abate de galináceos
(+4,1%), perus (+2,4%), patos (+74,8%) e coelhos (+62,4%), enquanto as codornizes registaram uma diminuição
de 33,6%.

No que diz respeito ao número de cabeças abatidas, observou-se um aumento para os galináceos (+2,4%),
perus (+1,5%) e patos (+23,2%). Já as codornizes tiveram um decréscimo de 28,6% e os coelhos diminuíram 4,1%,
salientando-se nesta última espécie o maior peso médio dos animais ao abate.

Aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo público


Portugal
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Total
Peso limpo (t) 2022 29 944 28 421 30 105 28 778 31 306 31 974 31 273 34 385 31 298 32 008 31 959 33 717 375 168
2023 33 148 28 395 32 782 29 060 32 718 33 845 33 164
Galináceos
Cabeças (1 000 n.º) 2022 16 557 15 601 17 487 16 804 18 285 18 829 18 865 21 275 18 569 18 292 18 315 18 557 217 436
2023 18 408 16 847 18 961 16 703 19 009 19 211 19 327
Peso limpo (t) 2022 24 535 23 331 24 961 23 912 26 267 27 095 26 284 29 258 26 540 27 302 27 177 27 856 314 518
2023 27 406 24 062 27 533 23 956 26 642 28 256 27 373
dos quais:
Frangos de carne
Cabeças (1 000 n.º) 2022 15 881 15 059 17 021 16 352 17 605 18 289 18 446 20 776 18 103 17 814 18 089 17 929 211 364
2023 17 532 16 304 18 477 15 879 18 349 18 481 18 786
Peso limpo (t) 2022 22 986 21 946 23 820 22 972 24 727 25 868 25 308 28 006 25 258 25 975 26 515 26 657 300 038
2023 25 575 22 902 26 316 22 225 25 163 26 680 26 076
Perus
Cabeças (1 000 n.º) 2022 308 299 321 301 318 312 329 337 328 314 326 422 3 915
2023 314 236 322 311 339 317 334
Peso limpo (t) 2022 3 949 3 844 3 955 3 539 3 698 3 629 3 769 3 862 3 707 3 750 3 698 4 251 45 651
2023 4 006 2 900 3 628 3 574 4 099 3 577 3 859
Patos
Cabeças (1 000 n.º) 2022 379 307 285 350 367 296 353 379 207 185 241 395 3 744
2023 359 330 379 364 454 444 435
Peso limpo (t) 2022 947 789 652 881 884 619 781 860 633 576 746 1 238 9 606
2023 1 144 1 073 1 210 1 179 1 485 1 429 1 365
Codornizes
Cabeças (1 000 n.º) 2022 748 644 876 692 757 743 744 630 616 617 312 538 7 917
2023 538 507 597 563 669 602 531
Peso limpo (t) 2022 145 120 165 131 142 148 152 130 131 130 56 105 1 555
2023 101 96 114 110 133 114 101
Outras Aves (a)
Cabeças (1 000 n.º) 2022 0 0 0 ә 0 0 0 0 0 0 0 0 ә
2023 0 0 0 0 0 0 0
Peso limpo (t) 2022 0 0 0 ә 0 0 0 0 0 0 0 0 ә
2023 0 0 0 0 0 0 0
Coelhos
Cabeças (1 000 n.º) 2022 300 276 305 268 268 392 243 233 242 210 225 226 3 188
2023 239 222 251 204 336 236 233
Peso limpo (t) 2022 368 337 372 315 315 483 287 275 287 250 282 267 3 838
2023 491 264 297 241 359 469 466
Fonte: INE, I. P., Inquérito ao abate de aves e coelhos
Nota: os dados do quadro referem-se a abates submetidos à inspeção sanitária.
(a) Inclui: avestruzes, pintadas, gansos, pombos, faisões e perdizes

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Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

III.2 - Produção de aves e ovos


Produção de frango Produção de ovos para consumo
t t
30 000 11 000

10 500
28 000
10 000

26 000 9 500

9 000
24 000
8 500

22\\000 8 000
\\
jul-21

jan-22

jun-22

jan-23

jun-23
mar-22

mai-22

jul-22

mar-23

mai-23

jul-23
ago-21

ago-22
out-21
nov-21
dez-21

out-22
nov-22
dez-22

abr-23

jul-21

out-21
nov-21
dez-21

jul-22

out-22
nov-22
dez-22
abr-22

jan-22

mar-22

mai-22
jun-22

jan-23

mar-23

mai-23
jun-23
jul-23
set-22

fev-23

ago-21

ago-22
set-21

fev-22

abr-22

abr-23
set-21

fev-22

set-22

fev-23
Maior produção de frango e ovos para consumo

O volume de frango em julho de 2023 teve um acréscimo de 4,3%, com uma produção de 27 930 toneladas
(-1,3% em junho), tendo em número de cabeças aumentado 3,1% (-3,3% em junho).

A produção de ovos de galinha para consumo registou uma subida de 1,4% (-0,7% em junho), com 9 572 toneladas
produzidas.

Produção de aves e ovos


Portugal
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Frangos
Número (1 000) 2022 16 716 16 353 16 547 16 403 18 838 18 367 19 520 18 944 17 113 19 489 20 083 18 518 216 891
2023 16 896 17 965 18 387 16 888 19 333 17 768 20 120
Peso limpo (t) 2022 24 186 23 836 23 154 23 049 26 432 25 978 26 783 25 536 23 879 28 288 29 438 27 533 308 091
2023 24 647 25 234 26 186 23 632 26 512 25 650 27 930
Pintos do dia
Número (1 000) 2022 19 702 20 022 22 298 22 074 23 332 22 944 22 893 23 326 23 971 22 491 20 149 22 170 265 372
2023 22 729 20 538 23 972 21 733 24 422 24 704 24 772
Ovos de galinha (para consumo)
Número (1 000) 2022 157 418 129 751 169 312 174 401 168 375 154 871 152 309 169 247 154 594 153 004 175 148 171 354 1 929 783
2023 165 276 139 031 161 725 159 432 165 160 153 742 154 392
Peso (t) 2022 9 760 8 045 10 497 10 813 10 439 9 602 9 443 10 493 9 585 9 486 10 859 10 624 119 647
2023 10 247 8 620 10 027 9 885 10 240 9 532 9 572
Ovos de galinha (para incubação)
Número (1 000) 2022 28 257 25 356 29 253 28 302 30 268 29 950 27 923 29 484 29 918 25 979 26 371 28 179 339 239
2023 30 163 26 895 31 779 28 118 31 682 32 394 28 427
Peso (t) 2022 1 752 1 572 1 814 1 755 1 877 1 857 1 731 1 828 1 855 1 611 1 635 1 747 21 033
2023 1 870 1 667 1 970 1 743 1 964 2 008 1 762
Fonte: INE, I. P., Inquérito aos aviários de multiplicação e incubadoras e Inquérito aos aviários de produção de ovos para consumo

17
Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

III.3 - Leite de vaca e produtos lácteos

Leite de vaca recolhido Leite para consumo


t t
62 000
180 000
60 000

170 000 58 000


56 000
160 000 54 000
52 000
150 000 50 000
48 000
140 000 46 000
44 000
130\\000
42 \\000
jul-21

jan-22

jun-22
mar-22

jul-22

jan-23

jun-23
ago-21

mar-23

jul-23
ago-22
out-21
nov-21
dez-21

abr-22
mai-22

out-22
nov-22
dez-22

abr-23
mai-23
set-21

fev-22

set-22

fev-23

out-21

out-22

jul-23
jul-21
ago-21
set-21

nov-21
dez-21
jan-22
fev-22
mar-22
abr-22
mai-22
jun-22
jul-22
ago-22
set-22

nov-22
dez-22
jan-23
fev-23
mar-23
abr-23
mai-23
jun-23
Aumento da recolha de leite acompanhado de maior volume de produtos lácteos

A recolha de leite de vaca em julho de 2023 foi 163,8 mil toneladas, registando um aumento de 3,8%
(+1,9% em junho). O volume total de produtos lácteos assinalou um acréscimo de 8,3% (+11,1% em junho), justificado
pelo aumento do leite para consumo (+8,3%), leites acidificados (+3,1%), nata para consumo (+14,2%), leite em pó
(+49,2%) e manteiga (+18,2%). Apenas o queijo de vaca viu a sua produção diminuída em 1,8%.

Recolha e transformação do leite de vaca


Portugal Unidade: t
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Recolha
Leite de vaca 2022 157 914 147 969 168 486 165 904 171 454 161 447 157 904 150 089 138 630 142 499 140 550 147 901 1 850 745
2023 156 747 148 524 168 685 170 141 175 775 164 497 163 853
Produtos lácteos 2022 75 341 70 178 84 998 83 627 83 070 71 745 72 691 73 803 69 726 76 534 78 561 78 750 919 024
2023 83 540 78 929 86 511 83 529 86 024 79 737 78 741
Leite para consumo 2022 52 618 47 900 60 437 61 269 58 048 48 631 50 883 50 698 47 906 55 300 56 705 57 921 648 314
2023 61 185 58 276 61 898 60 547 60 755 55 942 55 097
Nata para consumo 2022 1 841 1 773 2 722 2 098 2 320 1 600 2 019 2 274 2 083 2 229 2 676 2 234 25 869
2023 2 386 1 678 2 238 2 048 1 924 2 268 2 306
Leite em pó gordo e 2022 817 677 999 845 800 459 717 730 580 546 641 709 8 520
meio gordo 2023 825 642 839 789 769 723 689
Leite em pó magro 2022 2 175 2 285 1 679 1 695 2 208 2 003 1 227 732 602 570 329 1 225 16 730
2023 1 192 1 543 2 297 2 550 2 650 2 296 2 212
Manteiga 2022 2 665 2 606 2 506 2 503 2 658 2 528 2 042 1 717 1 786 1 950 1 969 2 501 27 433
2023 2 711 2 720 3 114 2 846 3 052 2 594 2 414
Queijo 2022 5 378 5 139 5 802 5 472 5 772 5 450 5 531 5 931 5 647 5 334 5 931 5 608 66 994
2023 5 132 4 562 5 258 4 935 5 402 5 385 5 429
Leites acidificados 2022 9 847 9 798 10 853 9 745 11 264 11 074 10 272 11 721 11 122 10 606 10 310 8 552 125 164
2023 10 108 9 508 10 867 9 813 11 472 10 530 10 594

Fonte: INE, I. P., Leite de vaca e produtos lácteos

18
Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

IV - ÍNDICES DE PREÇOS NA AGRICULTURA


IV.1 - Índice de preços de produtos agrícolas no produtor
Índice de preços dos produtos agrícolas Índice de preços dos suínos
no produtor 2015=100
2015=100 190
175 180
165 170
160
155
150
145 140
135 130
125 120
115 110
100
105
90
\\95
\\80
jun-21

ago-21
set-21
out-21
nov-21
dez-21
jan-22
fev-22

mai-22
jun-22

ago-22
set-22
out-22
nov-22
dez-22
jan-23
fev-23

mai-23
jun-23
jul-21

mar-22
abr-22

jul-22

mar-23
abr-23

ago-21

ago-22

ago-23
out-21

out-22

fev- 23
set-21

nov-21
dez-21
jan-22

dez-22
jan-23
fev-22
mar-22
abr-22
mai-22
jun-22
jul-22

set-22

nov-22

mar-23
abr-23
mai-23
jun-23
jul-23
Total Produtos vegetais Produtos animais

Em agosto de 2023, no índice de preços de produtos agrícolas no produtor, registaram-se variações positivas no
azeite a granel (+114,4%), ovos (+27,3%), batata (+24,5%), suínos (+17,4%), frutos (+12,1%), ovinos e caprinos
(+11,8%), bovinos (+7,3%) e aves de capoeira (+3,8%) e uma variação negativa nos hortícolas frescos (-4,8%) e
nas plantas e flores (-0,4%).

Em relação ao mês anterior, verificou-se um acréscimo no índice de preços do azeite a granel (+23,9%), ovinos
e caprinos (+7,7%), hortícolas frescos (+7,1%), plantas e flores (+5,0%) e batata (+2,1%) e um decréscimo nos
ovos (-2,2%), frutos (-1,2%), suínos (-1,1%) e bovinos (-1,0%). Nas aves de capoeira não se observou uma variação
significativa.
Índice de preços de produtos agrícolas no produtor
Continente 2015=100
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Anual

Produção de bens agrícolas 2022 114,71 118,90 124,20 133,74 130,61 129,92 143,04 144,23 150,13 151,39 156,20 155,46 139,33
(output) 2023 Po 155,41 158,57 161,69 161,38 160,31 158,95 x x
Produção vegetal 2022 122,67 128,34 128,76 131,81 126,68 126,26 146,79 148,09 154,74 152,39 157,62 155,62 142,60
2023 Po 155,19 161,24 165,67 159,56 161,23 158,70 x x
dos quais:
Batata 2022 144,10 151,00 161,08 198,04 202,41 151,66 227,60 234,65 245,47 243,02 286,93 282,50 209,69
2023 Po 287,51 278,75 343,83 373,66 314,14 279,87 286,06 292,08
Frutos 2022 130,81 134,82 130,89 131,50 118,73 113,78 122,40 128,63 144,13 141,44 157,06 152,38 137,59
2023 Po 135,25 136,59 146,08 153,22 167,74 160,26 145,91 144,20
Hortícolas frescos 2022 94,90 116,29 118,89 121,76 114,01 128,23 165,06 164,67 169,02 151,61 141,59 156,47 140,69
2023 Po 171,99 203,91 194,06 156,99 147,72 132,26 146,38 156,79
Vinhos DOP e IGP 2022 134,57 135,54 136,44 136,28 137,66 139,72 140,70 141,78 144,90 145,74 146,83 146,23 140,72
2023 Po 148,49 149,07 151,40 149,73 149,86 152,40 x x
Outros vinhos 2022 104,28 104,92 104,92 105,03 106,22 106,44 107,34 107,43 107,13 107,88 106,60 106,55 106,23
2023 Po 106,23 106,25 106,08 106,05 105,86 106,15 x x
Azeite a granel 2022 104,80 100,14 105,95 108,68 107,35 108,99 108,46 108,52 110,32 107,91 131,37 132,14 111,26
2023 Po 173,37 171,26 178,96 190,88 182,59 182,54 187,77 232,65
Plantas e flores 2022 122,81 131,86 128,82 130,01 126,31 118,59 114,02 119,93 124,52 134,56 127,72 135,38 125,92
2023 Po 133,34 142,65 139,10 131,77 123,27 120,29 113,86 119,51
Produção animal 2022 104,80 106,48 119,36 135,87 135,35 134,23 138,12 138,36 141,73 149,46 153,13 155,20 134,56
2023 Po 155,68 155,05 157,46 163,39 159,21 159,25 158,02 x
dos quais:
Bovinos 2022 107,46 109,82 113,40 116,22 117,97 117,87 116,90 117,26 117,97 118,92 120,42 121,93 116,52
2023 Po 123,59 124,97 130,72 132,27 132,43 129,18 127,01 125,79
Suínos 2022 86,52 92,82 116,16 141,32 143,02 143,91 150,46 152,54 154,27 153,97 147,91 148,66 136,48
2023 Po 147,51 156,65 174,03 180,79 180,79 180,92 181,14 179,14
Ovinos e caprinos 2022 144,31 146,65 150,19 148,78 146,24 136,20 122,34 128,76 130,33 138,59 154,55 167,21 146,24
2023 Po 164,33 147,96 144,60 150,71 147,00 144,54 133,62 143,90
Aves de capoeira 2022 99,26 98,40 110,41 131,41 131,70 129,85 129,48 129,58 128,85 128,17 130,62 130,74 123,63
2023 Po 127,96 119,48 125,65 129,26 133,26 134,49 134,39 134,45
Leite em natureza 2022 120,53 121,03 119,95 134,79 134,06 134,08 142,24 143,66 155,13 170,25 179,44 179,92 143,69
2023 Po 192,02 192,73 174,92 183,04 167,73 169,06 164,02 x
Ovos 2022 120,65 123,32 157,00 178,18 167,83 157,93 161,37 160,43 169,35 198,26 213,45 213,45 170,46
2023 Po 213,45 216,24 223,34 221,74 214,08 209,07 208,88 204,25
DOP - Denominação de Origem Protegida; IGP - Indicação Geográfica Protegida
Po - Valor provisório
Fonte: INE, I. P., Índice de preços de produtos agrícolas (output)

19
Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

IV.2 - Índice de preços dos meios de produção na agricultura


Índice de preços dos meios de produção Índice de preços dos alimentos para animais
na agricultura 2015=100
180
2015=100
160 170
150 160
140 150

130 140

120 130
120
110
110
100
\\
\\
100
jun-21
jul-21
ago-21
set-21
out-21
nov-21
dez-21
jan-22

out-22
nov-22
dez-22
jan-23
fev-22
mar-22
abr-22
mai-22
jun-22
jul-22
ago-22
set-22

fev-23
mar-23
abr-23
mai-23
jun-23

ago-…

mar-…

ago-…

mar-…
out-21

out-22
jun-21
jul-21

set-21

nov-21
dez-21
jan-22
fev-22

abr-22
mai-22
jun-22
jul-22

set-22

nov-22
dez-22
jan-23
fev-23

abr-23
mai-23
jun-23
Bens e serviços de consumo corrente
Bens e serviços de investimento

Em junho de 2023, assistiu-se a um decréscimo de 1,5% no índice de preços de bens e serviços de consumo
corrente (INPUT I). Os produtos que mais contribuíram para este índice foram os adubos e corretivos (-31,6%)
e energia e lubrificantes (-25,7%). Os maiores acréscimos foram registados nos alimentos para animais (+8,9%)
e sementes (+7,0%). Em comparação com o mês anterior, verificou-se uma diminuição de 1,4% nos índices de
preços de bens e serviços de consumo corrente, tendo a variação mais significativa sido observada nos adubos e
corretivos (-19,0%).

No índice de preços dos bens e serviços de investimento (INPUT II) registou-se uma variação positiva de 4,3%
devida, fundamentalmente, ao aumento dos índices de preços dos tratores (+4,8%); em relação ao mês anterior
assinalou-se uma variação pouco significativa.

1
Índice de preços dos meios de produção na agricultura
Continente 2015=100
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Anual

Bens e serviços de
2022 137,70 139,90 144,40 147,50 149,40 152,30 152,20 151,20 152,80 153,20 152,90 151,50 149,00
consumo corrente (input I)
2023 Po 148,40 145,80 145,40 151,90 152,20 150,00
dos quais:
Sementes e plantas 2022 108,60 108,90 111,10 112,40 112,40 112,40 113,40 113,80 113,60 113,70 113,40 115,10 118,70
2023 Po 112,60 115,90 117,00 118,80 119,30 120,30
Energia e lubrificantes 2022 136,70 140,20 160,30 169,20 174,10 186,50 186,90 175,40 175,60 178,80 176,80 162,60 168,60
2023 Po 154,70 142,70 146,20 141,80 136,60 138,60
Adubos e corretivos 2022 286,60 286,60 303,00 303,00 319,70 319,70 320,00 320,10 350,10 350,10 347,10 346,90 321,10
2023 Po 322,70 286,20 269,90 269,90 269,90 218,70
Alimentos para animais 2022 144,40 148,30 151,10 155,00 156,20 159,30 159,20 159,20 159,30 159,60 159,80 159,70 155,90
2023 Po 157,20 157,30 157,10 172,00 173,40 173,40
Despesas veterinárias 2022 108,30 108,60 109,40 109,60 109,30 109,40 109,50 109,90 110,20 110,40 111,60 112,00 109,90
2023 Po 112,50 113,30 114,20 114,40 114,80 114,70
Manutenção de materiais 2022 106,21 106,74 111,16 117,33 118,19 120,74 120,74 122,85 123,49 124,18 125,13 125,97 118,60
2023 Po 125,47 125,47 125,62 124,91 124,66 124,11
Outros bens e serviços 2022 103,89 103,82 104,09 103,82 104,04 104,25 103,91 103,98 104,15 103,89 103,75 103,90 104,00
2023 Po 104,20 104,59 104,97 105,22 105,47 105,85
Bens de investimento
2022 111,59 113,38 116,76 118,78 120,12 122,29 124,34 125,69 125,82 126,10 126,63 126,43 121,50
(input II)
2023 Po 127,07 127,10 127,17 127,13 127,40 127,54
dos quais:
Motocultivadores e outro 2022 115,58 118,73 124,86 124,86 124,86 126,11 127,37 128,64 128,64 128,64 128,64 128,64 125,46
material de 2 rodas 2023 Po 128,64 128,64 128,64 128,77 128,77 128,77
Máquinas e materiais 2022 109,09 110,94 116,45 117,25 119,45 121,22 122,39 124,21 124,61 124,87 125,07 125,29 120,07
para cultura 2023 Po 125,29 125,29 125,29 125,29 125,94 125,94
Máquinas e materiais 2022 111,49 115,32 120,65 121,40 122,61 126,29 130,94 130,94 130,94 130,94 130,94 130,94 125,29
para colheita 2023 Po 130,94 130,94 130,94 130,94 131,02 131,02
Tratores 2022 109,99 110,01 111,51 115,36 116,36 119,19 121,19 124,86 124,86 124,86 124,86 124,86 118,99
2023 Po 124,86 124,86 124,86 124,86 124,86 124,86
1 - Informação mensal recolhida trimestralmente.
Po - Valor provisório
Fonte: INE, I. P., Índice de preços dos meios de produção na agricultura (input)

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Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

V - PESCAS

Aumento de capturas de peixes marinhos e diminuição de crustáceos e moluscos

Em julho de 2023 o volume de capturas de pescado em Portugal aumentou 18,1% (+9,3% em junho), justificado
pela maior captura de peixes marinhos, nomeadamente cavala. Às 18 432 toneladas de pescado correspondeu uma
receita que totalizou 35 107 mil euros, valor que representou um decréscimo de 0,1% (-9,0% em junho).

Na R. A. dos Açores as capturas totalizaram 2 202 toneladas, ou seja, um acréscimo de 14,2%, sobretudo em resultado
do maior volume de captura de atuns e também de cavala, peixe-espada e carapau negrão. Pelo contrário, as
386 toneladas da R. A. da Madeira representaram uma diminuição de 21,7% (-28,8% em junho), devido principalmente
ao menor volume de tunídeos e carapau negrão capturados na região.

Quantidade de pescado capturado Valor do pescado capturado


103 t 106 Euros
22 40
20
18 35
16
14 30
12
10 25
8
6 20
4
\\2 15
\\
out-21
nov-21

nov-22
fev-22
mar-22

mai-22

out-22

fev-23
mar-23

mai-23
jul-21
ago-21
set-21

dez-21
jan-22

abr-22

jun-22
jul-22
ago-22
set-22

dez-22
jan-23

abr-23

jun-23
jul-23
fev-23
mar-23

mai-23
set-21

fev-22
mar-22

mai-22

set-22

abr-23

jun-23
jul-23
jul-21
ago-21

out-21
nov-21
dez-21
jan-22

abr-22

jun-22
jul-22
ago-22

out-22
nov-22
dez-22
jan-23

O volume de peixes marinhos capturados a nível nacional foi 17 023 toneladas e teve um aumento de 20,9%
(+12,0% em junho). Para esta situação contribuiu de forma decisiva o maior volume de cavala (+76,1%), que atingiu
as 6 955 toneladas, tunídeos (+6,7%), com 1 778 toneladas, peixe-espada (+14,5%), com 454 toneladas e de
biqueirão com 361 toneladas capturadas.

Pelo contrário, houve menor captura de carapau e carapau negrão (-17,8%), com apenas 1 847 toneladas e de
sardinha (-0,3%), com 3 930 toneladas capturadas ao abrigo do Despacho n.º 5059-A/2023 de 28 de abril, que
determinou a reabertura da pesca desta espécie a partir do dia 2 de maio de 2023.

O volume de crustáceos (170 toneladas) teve um decréscimo de 15,0%, devido sobretudo ao menor volume de
gamba branca, caranguejos e perceves. As 1 239 toneladas de moluscos representaram igualmente uma redução
de 6,2%, sendo de destacar o menor volume de polvo, lulas e pota, bem como de bivalves, nomeadamente a
amêijoa e o mexilhão.

21
Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

O preço médio do pescado descarregado (*) foi 1,85 Euros/kg, ou seja, uma diminuição de 14,6% (-15,8% em
junho). O preço médio dos peixes marinhos (1,50 Euros/kg) teve um decréscimo de 11,0%, para o qual contribuiu
a descida de preço em espécies como os tunídeos, o biqueirão e a sardinha. O preço médio dos crustáceos
(13,71 Euros/kg) aumentou 8,2%, sobretudo pelo preço superior de espécies como a gamba branca e o perceve.
Já o preço médio dos moluscos (5,69 Euros/kg) representou uma diminuição de 12,2%, devido essencialmente aos
menores preços do polvo e choco.

Preço médio do pescado descarregado


Euros/kg
4,80
4,50
4,20
3,90
3,60
3,30
3,00
2,70
2,40
2,10
1,80
1,50
\\
set-21

fev-22
mar-22

mai-22

set-22

fev-23
mar-23

mai-23
jul-21
ago-21

jan-22

abr-22

jun-22
jul-22
ago-22

jan-23

abr-23

jun-23
jul-23
out-21
nov-21
dez-21

out-22
nov-22
dez-22

(*) Variável não resultante das capturas nominais mas sim da valorização das quantidades descarregadas vendidas em lota

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Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

Capturas nominais
Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Portugal
Peso (t) 2022 6 317 5 192 5 046 6 411 12 570 12 442 15 602 19 001 13 971 10 660 9 788 4 069 121 070
2023 5 383 5 411 6 367 6 741 14 057 13 595 18 432
3
Valor (10 €) 2022 27 298 24 669 23 960 25 310 33 930 32 025 35 137 38 137 29 097 24 312 24 212 17 457 335 542
2023 24 287 23 804 27 233 25 792 32 168 29 151 35 107
Aguas salobra e doce
Peso (t) 2022 8 19 33 9 7 3 1 1 ә ә 1 1 82
2023 5 14 27 9 6 5 1
3
Valor (10 €) 2022 206 332 323 73 65 31 6 4 1 1 90 72 1 203
2023 53 286 421 126 82 47 3
Peixes marinhos
Peso (t) 2022 4 060 3 352 3 371 4 780 10 702 10 888 14 081 17 420 12 433 9 326 8 257 2 644 101 315
2023 3 817 3 911 4 850 5 358 12 536 12 198 17 023
3
Valor (10 €) 2022 15 400 12 868 13 267 14 070 21 078 21 215 24 112 27 171 20 424 15 603 14 989 8 781 208 977
2023 15 143 13 702 16 171 16 536 22 755 19 656 25 822
dos quais:
Carapau e carapau negrão
Peso (t) 2022 971 873 1 083 1 947 3 621 2 852 2 246 1 807 1 277 1 657 1 673 653 20 661
2023 949 907 1 754 1 649 2 308 1 486 1 847
3
Valor (10 €) 2022 1 761 1 669 2 199 2 772 4 147 3 171 2 608 2 202 1 615 2 036 1 855 1 044 27 079
2023 1 957 2 087 3 096 2 797 2 813 2 011 2 382
Biqueirão
Peso (t) 2022 964 56 ә 0 ә 0 22 690 1 166 257 205 172 3 533
2023 534 123 12 3 7 12 361
Valor (103 €) 2022 3 289 253 ә 0 ә 0 68 2 181 3 595 1 048 971 682 12 087
2023 2 455 454 20 3 4 18 1 025
Sardinha
Peso (t) 2022 4 4 1 3 3 029 3 335 3 940 4 496 3 657 3 305 2 222 314 24 311
2023 24 18 1 5 2 917 3 379 3 930
3
Valor (10 €) 2022 7 5 3 5 3 547 5 494 5 368 5 651 3 564 2 799 1 717 259 28 418
2023 68 34 1 6 2 412 5 140 5 164
Cavala
Peso (t) 2022 102 266 268 598 870 1 671 3 949 5 742 3 626 1 948 1 827 278 21 144
2023 372 589 542 741 3 241 4 956 6 955
3
Valor (10 €) 2022 128 286 288 461 553 936 1 558 2 294 1 413 815 909 137 9 779
2023 269 424 559 558 1 776 2 090 2 942
Tunídeos
Peso (t) 2022 207 212 206 574 990 1 149 1 666 2 364 797 289 182 86 8 722
2023 204 364 434 894 2 140 428 1 778
3
Valor (10 €) 2022 1 535 1 545 1 587 2 500 2 682 2 497 3 259 3 188 1 599 1 059 842 514 22 806
2023 1 576 2 043 2 416 3 396 5 785 696 2 663
Peixe espada
Peso (t) 2022 331 387 355 270 402 444 397 405 437 369 446 130 4 373
2023 305 320 400 389 308 487 454
3
Valor (10 €) 2022 1 091 1 246 1 165 915 1 362 1 512 1 362 1 380 1 495 1 281 1 585 474 14 866
2023 1 217 1 296 1 733 1 653 1 269 2 045 1 942
Crustáceos
Peso (t) 2022 82 145 141 173 199 185 200 175 117 115 119 126 1 777
2023 73 141 180 156 191 202 170
3
Valor (10 €) 2022 281 1 272 1 370 1 822 2 396 2 308 2 397 2 487 1 813 1 537 1 367 1 376 20 428
2023 261 1 211 2 042 1 691 2 089 2 306 2 235
Moluscos
Peso (t) 2022 2 167 1 677 1 500 1 450 1 664 1 366 1 320 1 405 1 421 1 218 1 411 1 298 17 895
2023 1 488 1 344 1 311 1 217 1 324 1 190 1 239
Valor (103 €) 2022 11 411 10 197 8 999 9 344 10 392 8 471 8 621 8 476 6 858 7 171 7 766 7 229 104 935
2023 8 829 8 605 8 600 7 439 7 242 7 142 7 047
Continente
Peso (t) 2022 5 795 4 511 4 352 5 420 10 877 10 597 13 179 15 893 12 571 9 976 9 166 3 822 106 158
2023 4 813 4 823 5 715 5 409 11 352 12 443 15 844
3
Valor (10 €) 2022 24 537 21 160 20 413 20 649 27 472 25 422 27 014 30 328 24 331 21 228 21 287 15 672 279 513
2023 20 984 20 369 23 475 19 903 23 136 23 940 27 056
dos quais:
Sardinha
Peso (t) 2022 ә 0 0 0 3 026 3 329 3 936 4 494 3 653 3 302 2 220 311 24 272
2023 23 17 1 5 2 912 3 376 3 923
3
Valor (10 €) 2022 ә 0 0 0 3 542 5 485 5 361 5 644 3 557 2 793 1 714 255 28 349
2023 66 33 1 5 2 404 5 135 5 154
Região Autónoma dos Açores
Peso (t) 2022 348 405 345 315 709 1 329 1 929 2 807 1 050 450 324 191 10 201
2023 349 375 276 740 2 054 784 2 202
3
Valor (10 €) 2022 2 139 2 496 2 176 2 267 3 558 4 911 6 489 6 853 3 692 2 370 1 928 1 587 40 468
2023 2 383 2 261 1 676 3 317 6 504 3 624 6 565
dos quais:
Tunídeos
Peso (t) 2022 34 37 42 38 316 916 1 423 2 303 671 144 32 5 5 961
2023 60 65 101 473 1 646 350 1 656
3
Valor (10 €) 2022 203 216 268 277 873 1 784 2 551 2 987 1 033 318 50 11 10 571
2023 371 362 426 1 409 3 923 495 2 422
Região Autónoma da Madeira
Peso (t) 2022 173 277 350 677 984 516 494 300 351 234 298 57 4 711
2023 221 213 376 592 651 367 386
3
Valor (10 €) 2022 622 1 012 1 370 2 394 2 900 1 691 1 634 956 1 074 714 996 198 15 561
2023 921 1 173 2 082 2 573 2 529 1 587 1 486
dos quais:
Peixe espada
Peso (t) 2022 143 205 193 136 257 247 203 199 222 165 239 49 2 259
2023 156 134 244 226 140 245 225
3
Valor (10 €) 2022 461 643 600 432 857 823 680 663 737 550 839 175 7 459
2023 685 611 1 142 1 057 659 1 138 1 071
Tunídeos
Peso (t) 2022 11 36 91 475 664 230 239 45 81 40 17 0 1 929
2023 15 48 96 314 447 70 108
3
Valor (10 €) 2022 99 301 664 1 743 1 762 702 672 64 157 61 23 0 6 249
2023 141 487 836 1 329 1 671 174 175
Fonte: INE, I. P., Estatística mensal da pesca
Nota: os dados do quadro referem-se a Peixe fresco ou refrigerado e não inclui retiradas e rejeições

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Publicações disponíveis deste tema - mais recentes

Estatísticas da Pesca
2022

Estatísticas Agrícolas
2022

Recenseamento Agrícola
2019
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