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Estratégias de intervenção nutricional no transtorno do espectro


autista (TEA)

Nutritional intervention strategies in Autism Spectrum Disorder

Audrey Elisandra Dias Ferreira¹


Caroline Nogueira Magalhães Ruotolo¹
Fernanda da Silva Narduchi¹
Tatiana Santiago²

Resumo: A seletividade alimentar é um comportamento característico de pessoas com


Transtorno do Espectro autista (TEA). Cores, texturas, tipos de apresentação e sabores
influenciam de forma significativa, fazendo com que na maioria das vezes, a comida
seja rejeitada e novos alimentos não sejam incluídos. É na infância que surgem os
primeiros hábitos, gostos e seletividades alimentares, sendo influenciados por
questões ambientais, sociais e de comportamento. Objetivo: Revisar os tipos de
intervenção nutricional específicos aplicados em crianças e adolescentes com TEA,
com o intuito de identificar as principais estratégias para o tratamento da seletividade
alimentar e melhora da alimentação. Metodologia: Revisão de narrativa sobre material
de educação alimentar e nutricional por meio de busca na base de dados Public Medical
(PubMed) e Scientific Eletronic Library Online (Scielo), no período de 2012 2020.

Palavra-chave: seletividade alimentar; autismo alimentar.

Abstract: Food selectivity is a characteristic behavior of people with Autistic Spectrum


Disorder (ASD). Colors, textures, types of presentation and flavors significantly
influence, causing most of the time, food is rejected and new foods are not included. It
is in childhood that the first habits, tastes and food selectivity appear, being influenced
by environmental, social and behavioral issues. Objective: To review the types of
specific nutritional interventions applied to children and adolescents with ASD, in order
to identify the main strategies for treating food selectivity and improving diet.
Methodology: Narrative review on food and nutrition education material through a
search in the Public Medical (PubMed) and Scientific Electronic Library Online (Scielo)
databases, from 2012 to 2020.
Keywords: food selectivity autism; food autism.

¹ Estudantes da Graduação em Nutrição da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Av. Dr. Cândido
Xavier de Almeida Souza, 200, Mogi das Cruzes (SP), CEP 08780-911. E-mail:
nanda.narduchi@gmail.com; carol.ruotolo@hotmail.com
² Professora Doutora do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).
Av. Dr. Cândido Xavier de Almeida Souza, 200, Mogi das Cruzes (SP), CEP 08780-911. E-mail:
tatianasantiago@umc.br
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INTRODUÇÃO

A Associação Americana de Psiquiatria (2014), corroborada pela Sociedade


Brasileira de Pediatria (2019), define o Transtorno do Espectro Autista, conhecido como
TEA, como um transtorno definitivo do desenvolvimento neurológico caracterizado,
principalmente, pelas dificuldades de interação social e comunicação, além da presença
de interesses restritos e comportamentos repetitivos, surgindo já nos primeiros anos de
vida da criança (CORDEIRO et al, 2017).
Uma criança com TEA pode apresentar alguns sinais: baixa atenção à face
humana; ter preferência por objetos; não aceitar o toque; ter pouca ou nenhuma
vocalização; não responder ao próprio nome e apresentar restrições alimentares que
surgem por meio de aversão ao consumo de determinados alimentos, seja por sua
textura, cor ou odor, apresentando-se com uma dieta muito restrita quando comparadas
a crianças com desenvolvimento típico, ocasionando, muitas vezes, deficiências
nutricionais e déficits no desenvolvimento e crescimento (CARVALHO et al., 2022).
O TEA apresenta uma incidência estimada em 1% das crianças e adolescentes
em todo o mundo, segundo pesquisas realizadas nos Estados Unidos, na Europa e na
Ásia (TURNER, 2020, et al). No Brasil esse percentual representa mais de seiscentas
mil crianças e adolescentes com TEA. No mundo a incidência é de 1 para cada 160
crianças, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (CORDEIRO et al.,
2017)
A seletividade alimentar é um comportamento característico de pessoas
diagnosticadas com TEA e tornou-se objeto de estudo por vários autores, pois
caracteriza-se por uma dieta restritiva que pode trazer consequências para o
desenvolvimento. (SEIVERLING et al., 2012). A seletividade alimentar é decorrente
destes padrões de comportamento e trata-se da relação de recusa-preferência de certos
alimentos e/ou grupos alimentares, com base em aspectos sensoriais, como cores,
cheiros, texturas, sabores e temperatura, além de apresentação das refeições,
utensílios, marcas e embalagens. (KOEGEL et al., 2012).
É na infância que se inicia a construção de hábitos, incluindo os alimentares e os
ambientes, tanto domiciliar como escolar, podendo potencializar os processos
educativos e de cuidado, bem como as relações interpessoais nessa fase da vida. O
convívio entre os pares, com familiares e educadores, entre outros, propicia interações
que contribuem para o desenvolvimento social da criança, sendo a comida um veículo

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importante de socialização. A comensalidade - conviver à mesa, comer e beber em


conjunto - é um rito de agregação nos espaços alimentares compartilhados: no lar, na
escola, no trabalho, nos restaurantes comerciais, fortalecendo laços e relações afetivas
entre os grupos. (OLIVEIRA et al., 2021)
Por esse motivo, várias pesquisas têm buscado encontrar métodos de educação
nutricional que colaborem para a inserção de novos alimentos na deita de crianças com
TEA, o que tem evidenciado que crianças autistas respondem bem a intervenção
precoce intensiva por meio de ações educacionais e de saúde integradas, oferecendo
um bom prognóstico com melhora da seletividade alimentar, e, consequentemente,
proporcionando qualidade de vida, promovendo a autonomia dos indivíduos com TEA (
PENROD et al.,2015).
Para tanto, é fundamental a conscientização e o preparo dos profissionais de
nutrição para atuarem de forma apropriada nesses casos. (CORDEIRO et al.,2017).

Devido a relevância do tema, o presente trabalho visa revisar os materiais de


educação nutricional específicos para Transtorno do Espectro Autista.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de narrativa sobre material de educação alimentar e


nutricional por meio de busca na base de dados Public Medical (PubMed) e Scientific
Eletronic Library Online (Scielo). Foram utilizadas as seguintes palavras-chave:
seletividade alimentar autismo e food autismo, nas línguas português e inglês, no
período de 2012 a 2022.
Para uma seleção mais efetiva, durante busca nas plataformas, foram utilizados
determinados filtros, tais como: ano de publicação (últimos 10 anos), tipo de texto (texto
completo), idioma (português e inglês).
Como critérios de inclusão foram utilizados artigos que estivessem disponíveis
na íntegra, publicados em inglês e português; no período de 2012 a 2022; que
contemplassem: a) seletividade alimentar; b) participantes com Transtorno do Espectro
Autista; c) procedimento de ensino de análise de comportamento; d) educação
nutricional.

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RESULTADOS

A busca em todas as bases de dados resultou em um total de 683 estudos. Na


triagem inicial foram excluídos 661 artigos. Destes, 3 artigos tinham mais de 10 anos,
340 estavam incompletos, 20 eram duplicados e 298 não atendiam ao tema. Já na
segunda etapa da triagem, após a leitura de títulos e resumos, foram selecionados 22
artigos e 15 foram excluídos por estarem fora do tema. Foi incluído 1 artigo que não
estava na busca, mas foi encontrado em outra referência O processo de seleção de
estudos está descrito no fluxograma (figura 1). A descrição dos 8 estudos presentes
nesta revisão encontra-se na tabela (quadro 1).

Figura 1. Fluxograma da busca dos artigos na literatura científica e seleção de


estudos.

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Pubmed (n = 665)

Scielo (n = 18)
IDENTIFICAÇÃO

- Artigos com mais de 10 anos


(n = 3)
Artigos identificados
- Artigos incompletos n = 340
Via base de dados
- Artigos duplicados n = 20
(n = 683)
- Artigos que não atendem ao tema
n = 298
TRIAGEM

Artigos que não atendem ao


Artigos tema n = 15
selecionados

Nível 1 (n = 22)
Artigos que não estavam na
busca, mas foram encontrados
em outras referências n = 1
INCLUSÃO

Artigos selecionados

(n = 8)

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Quadro 1. Descrição dos estudos incluídos na revisão


Autor/Ano Título Objetivo Estratégia de intervenção utilizadas no Resultados
TEA
Seiverling Effects of behavioral skills Incluir pais e educadores de Intervenção coletiva realizada pela Universidade A inclusão de pais e educadores por meio da modelagem
et al.,2012 training on parental crianças com TEA no Estadual da Pensilvânia, EUA, em 3 crianças com influenciou os resultados da pesquisa de forma favorável.
treatment of children’s food treinamento de habilidades TEA, com idades de 4, 5 e 8 anos e suas respectivas Os dados indicam que o método utilizado alcançou o objetivo
selectivity comportamentais com o intuito mães. Foram utilizadas habilidades indicado de diminuir a seletividade alimentar e também de
de diminuir seletividade alimentar comportamentais no paladar de determinados diminuir comportamentos disruptivos nas crianças estudadas
e comportamentos desruptivos alimentos consumidos pelas famílias e recusados
de seus filhos. pelas crianças e inclusão das mães em
comportamentos-modelo nas refeições realizadas
em casa.

Koegel et Using individialized Aumentar o consumo de Intervenção individual realizada pela Universidade Na etapa intervenção, a criança passou a consumir de 2 novos
al., 2012 reinforcers and alimentos de crianças com Estadual da Califórnia, Sacramento, EUA, em um alimentos no início do intervenção, até 14 novos alimentos ao
hierarchical exposure to autismo, visando uma dieta menino de 6 anos com TEA, utilizando escala de final do estudo.
increase food flexibility in balanceada pontuação de níveis hierárquicos de aceitação dos Na etapa generalização, realizada após a etapa intervenção, e
children with austism alimentos, e utilização de reforçadores (“prêmio”) nas refeições realizadas no dia a dia, em casa, obtiveram
spectrum disorders. como: atividades, itens e objetos. aceitação de 16 novos alimentos.

Penrod et The effects of modeling Aumentar o consumo de Intervenção individual realizada pela Universidade da Na linha de base, todos os alimentos novos foram rejeitados.
al., 2015 contingencies in the alimentos variados e diminuir os Califórnia, Santa Bárbara, EUA, com um menino de Na Etapa 1, o participante aceitou 70% das porções oferecidas do
treatment of food selectivity comportamentos-problema em 10 anos com TEA, utilizando comportamento-modelo grupo de A e 0% do grupo B.
in children with autism crianças com autismo com reforço diferencial com alimentos preferidos e Na Etapa 2, houve aceitação de 100% do grupo A e 0% do grupo
não preferidos pela criança, selecionados B.
previamente pelos pais. Na etapa 3, houve aceitação de 100% dos alimentos oferecidos
do grupo A e B
Na etapa 4, realizada pelos pais, em casa, houve aceitação de
100% dos alimentos oferecidos dos grupos A e B

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Cordeiro et al., Estratégias para Melhorar a qualidade e valor Intervenções coletivas de educação nutricional A aceitabilidade de 8 preparações foi de > 70%,
2017 implementação de nutricional dos alimentos ofertados realizada em uma instituição filantrópica de crianças indicando uma boa aceitabilidade por parte dos
condutas nutricionais no pelas famílias aos e adolescentes com autismo e distúrbios indivíduos. Dois produtos que ficaram abaixo do
transtorno do espectro pacientes/alunos com TEA, bem comportamentais, em Salvador, desenvolvidas com índice, foram as hortaliças.
autista: um relato de como diminuir sintomas 7 mães de pacientes e alunos com TEA. Foi adotada O índice de aceitabilidade das preparações foram de
experiência gastrointestinais e perda de peso a metodologia através de pesquisa-ação e ações 90%.
coletivas, como oficinas dietéticas com o preparo de
alimentos que aliviam os sintomas do TEA

Turner et al., Response shaping to Aumentar o consumo de alimentos Intervenção individual realizada pela Na etapa denominada Linha de base, todas as
2020 improve food acceptance consumidos Universidade Vanderbilt, Nashville, EUA, com 01 solicitações de interagir com o alimento foram
por crianças com
for children with autism menino de 6 anos com TEA., através de recusadas.
Transtorno do Espectro Autista Na etapa de intervenção, houve aumento da
modelagem de comportamento de aceitação de
alimentos, como: tocar, lamber, cheirar e comer. aceitação de alimentos não consumidos ao longo das
sessões. Próximo a 10 sessões, houve o consumo de
1 a 2 pedaços de determinados alimentos.
Conforme a intervenção ocorria, o consumo de
pedaços aumentava, variando de 1 a 10 pedaços de
determinados alimentos consumidos
Oliveira et Sem receita: Cozinhar e comer juntos para entender Intervenções coletivas de educação nutricional de As experimentações quanto à melhora na recusa e
al., 2020 e refletir a dinâmica alimentar de forma sensorial, realizada em instituição de caráter aceitação de novos alimentos se apresentou de
deslocamentos do olhar
crianças e adolescentes com TEA assistencial sem fins lucrativos, no interior de São diferentes modos entre as crianças.
da Nutrição sobre o Paulo, que atende exclusivamente autismo. Foi O estímulo de cozinhar e de comer compartilhado,
adotada metodologia de ações coletivas como: configurou-se como uma oferta de espaço de
comer de crianças
oficinas de culinárias, desenvolvidas com 14 convívio e interação com as crianças, pais e
autistas crianças e 3 adolescentes, com idades entre 3 e 15
terapeutas, construíndo uma dinâmica alimentar, um
anos; ida à feira, com 8 crianças e adolescentes
modo novo de relacionar-se com a comida.
entre 4 e 12 anos e seus respectivos pais;
piquenique, com 10 crianças e adolescentes com As crianças comeram os alimentos que já conheciam
idade entre 3 e 15 anos e festa junina com comidas e consumiam habitualmente, bem como as que
típicas, realizado com 32 criança e adolescentes. Por recusavam a comer, como o pastel de feira.
fim, foi adotada a comunicação dos resultados da Não foi evidenciada ausência de resposta e
pesquisa às crianças e adolescentes em interação, mas sim respostas diferentes das
forma ilustrativa de “tirinhas esperadas

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7Ao receberem os resultados da intervenção através


de “tirinhas”, as crianças reagiram como se
estivessem lembrando das cenas vivenciadas ao
longo das intervenções, mencionando alguns nomes
como a palavra “feira”

Oliveira et Muito além dos nutrientes: Descrever e analisar as relações que Foi realizada pesquisa etnográfica a partir da Os dados produzidos mostraram singularidades na
al., 2020 experiências e conexões as crianças autistas estabelecem em observação participante das atividades institucionais realização das tarefas de cozinhar e na aceitação
atividades em grupo envolvendo supervisionadas com crianças e adolescentes das receitas. Dessa experiência com a comida, é
com crianças autistas a alimentos. autistas, realizadas em grupo e com alimentos, possível depreender o alimento como mediador de
partir do cozinhar e comer denominadas oficinas culinárias. Esta pesquisa foi conexões que passam pelo campo sensorial. Sendo
realizada na Associação Amigos dos Autistas de assim, os achados deste estudo reforçam a
juntos
Sorocaba, São Paulo, entidade sem fins lucrativos. necessidade de considerar a subjetividade e de
As oficinas culinárias foram realizadas em grupos valorizar as diferenças em tempos de
fixos, definidos de acordo com a disponibilidade da homogenização.
criança presente na AMAS. Participaram de cinco
oficinas culinárias (cupcake, pizza, salada de frutas,
pão de queijo e pudim) 17 crianças e adolescentes
brancos, 3 a 15 anos de idade, e sem
relato/diagnóstico de alergia alimentar.

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Ewry et al., 2015 Evaluating the high- Capacitar pais e responsáveis de Intervenção individual realizada pela Entre a etapa denominada base e a etapa
adolescentes com autismo a denominada intevenção, houve aumento de aceitação
probability instructional Universidade da Califórnia, Santa Bárbara, EUA, com
aplicar uma intervenção nutricinal em 90 a 100% na introdução de alimentos de baixa
sequence to increase the 01 adolescente de 15 anos com TEA e sua mãe. Foi
que aumente o consume de probabilidade (não aceitos pelo participante).
acceptance of food with an utilizada intervenção de educação nutricional através
novos alimentos Quando se retornava para a etapa base, a aceitação
adolescente with autism de comportamentos-alvo do adolescente.
dos alimentos diminuía para 50 a 0%.
Posteriormente, sua mãe foi treinada a aplicar a
Novamente, quando se evoluía para etapa de
intervenção por meio de modelagem, instruções
intervenção, a aceitação de alimentos de baixa
verbais e dramatizações pelos pesquisadores.
probabilidade voltava a aumentar, chegando a 90 e
100%.
Na intervenção realizada pela mãe, em casa, o
participante aceitou entre 50 a 90% das porções
oferecidas.

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DISCUSSÃO

Dentre os estudos analisados, podemos entender que há duas vertentes


definidas quando se trata de intervenção nutricional aplicada ao Transtorno do Espectro
Autista (TEA). De um lado, temos a intervenção nutricional individualizada como uma
forma de terapia nutricional, com o objetivo de diminuir seletividade alimentar e
comportamentos-problema frente à alimentação. Por outro lado, temos a intervenção
nutricional coletiva, em forma de educação nutricional, com o objetivo de melhorar a
qualidade dos alimentos consumidos pelas crianças com TEA e suas famílias.
A intervenção realizada através da terapia nutricional ocorre por meio de sessões
individualizadas com métodos próprios, utilizando-se conhecimentos de análises de
comportamento. Em nenhum dos artigos científicos em língua inglesa, há menção de
aplicação desses métodos por nutricionistas e sim por terapeutas, como terapeutas
ocupacionais, psicólogo e psicopedagogos. Os estudos de intervenção nutricional
estudados no Brasil, ocorrem por meio de educação nutricional de forma coletiva, em
grupos de crianças e adolescentes, realizados por nutricionistas em equipe
multidisciplinar.
Desta forma, identificar e estudar esses tipos de intervenções e estratégias
nutricionais e comportamentais, traz capacitação e inclusão de nutricionistas em
equipes multidisciplinares no tratamento de pacientes com TEA; mas, primeiramente,
traz o papel de inclusão social e respeito no atendimento nutricional em TEA e na
qualificação do profissional nutricionista em servir ao seu paciente e auxiliá-lo, da melhor
forma, a se alimentar e se nutrir, abrandando a dor de muitas famílias que sofrem,
diariamente, com a seletividade e recusa alimentar de seus filhos, melhorando assim, a
relação com a comida.
Os estudos desenvolvidos nas Universidades americanas de forma mais
individual, têm duas características marcantes, a primeira delas é o desenvolvimento
prévio, pelas famílias, de uma lista contendo os alimentos preferidos e os rejeitados
pelas crianças e adolescentes. A outra característica, ocorre pelo fato de iniciar o estudo
sempre com a etapa denominada de “Linha Base”, ou seja, analisando a rotina alimentar
do paciente, sem qualquer intervenção nutricional. Etapa importante para ter o
conhecimento de como é o consumo de alimentos pelas crianças, adolescentes e
famílias; como são as reações comportamentais frente à disposição dos alimentos,

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incluindo-se os comportamentos-problemas; como ocorre a relação familiar junto às


refeições e, principalmente, para identificar, através dos resultados, o quanto o paciente
desenvolveu a partir da nova intervenção nutricional aplicada.
Assim, iniciamos com o estudo americano desenvolvido por Seiverling et al.,
(2012), dividido em 3 etapas distintas, através do treinamento de habilidades
comportamentais com o paladar de 3 crianças, com idades entre 4 e 8 anos, diminuindo
assim, comportamentos disruptivos. Esse tipo de comportamento, geralmente, ocorre
diante de situações em que o indivíduo tenta ganhar atenção social, se esquivar ou fugir
de determinada demanda.
O treinamento dos pais ocorreu em todas as etapas do estudo, fazendo com que
a intervenção nutricional fosse realizada por eles na hora do jantar e filmada para análise
dos pesquisadores, ponto este positivo, tendo em vista o estudo ser realizado no próprio
ambiente da criança. Em uma primeira fase, os comportamentos são confrontados pela
obrigatoriedade em engolir o alimento ou sair da mesa, caso não cumpra a obrigação.
Em uma segunda fase, não há a existência desta obrigatoriedade, visando, assim,
diminuir os comportamentos disruptivos e aumentando a decisão, por parte da criança,
em experimentar novos alimentos sem o ônus da obrigação. Embora os resultados
relatem diminuição da seletividade alimentar, bem como dos comportamentos
disruptivos, o artigo não relata a quantidade de novos alimentos consumidos e a
proporção de diminuição dos comportamentos frente a etapa base.
Em outro estudo americano, desenvolvido por Koegel et al (2012), os
pesquisadores utilizaram em sua pesquisa, uma escala de níveis hierárquicos de
aceitação de novos alimentos por um menino de 6 anos com TEA, numerada de 0 a 7,
onde tem-se como escala 0 a recusa-se a experimentar comida com ou sem
comportamento perturbador; escala 1, quando a criança pega a comida e tenta leva-la
à boca; escala 2, quando coloca a comida nos lábios; escala 3, morde a comida; escala
4 morde, coloca a comida na boca e se recusa a engolir; escala 5, mastiga a comida e
se recusa a engolir; escala 6, engole a comida com relutância e por último a escala 7,
quando aceita a comida sem qualquer sinal de desagrado ou comportamento
perturbador. Durante as intervenções, caso o menino consumisse novos alimentos,
foram utilizados prêmios, chamados de reforçadores, escolhidos previamente, sendo
eles atividades, itens e objetos. Os reforçadores são estímulos que aumentam a
frequencia dos comportamentos e seu uso faz parte de uma técnica comportamental

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educativa com ótimos resultados no desenvolvimento infantil, melhorando a auto estima,


diminuindo comportamentos indesejáveis e melhorando a relação com a comida.
O estudo foi realizado até que o menino consumisse 16 novos alimentos ou
completasse 22 semanas de intervenção, tempo este razoável para a excelente
quantidade de alimentos novos aceitos pela criança.
Mais um estudo individualizado, realizado através de terapia nutricional, desta
vez, desenvolvido por Penrod et al.,(2015), em que se destaca a intervenção nutricional
denominada de: “comportamento-modelo com reforço diferencial”, utilizando-se
alimentos preferidos e não preferidos por um meninos de 10 anos com TEA. Trata-se
de um modelo de comportamento de forma não referencial, ou seja, apenas as ações
positivas são copiadas. Um terapeuta senta-se ao lado da criança na mesa e recebe o
mesmo prato e as mesmas porções de determinados alimentos, enquanto outro
terapeuta, a frente do menino, realiza as instruções.
O modelo de comportamento é muito bem aceito no TEA, bem como no
desenvolvimento da infância, tendo em vista que a melhor maneira de ensinar é o
próprio exemplo (Penrod et al.,2015). A imitação é uma forma básica de aprendizagem,
que explica muitas habilidades, gestos, interesses, atitudes e comportamentos, e a
utilização dessa técnica de espelhamento na nutrição trouxe resultados surpreendentes
ao longo do estudo.
Para reforçar a técnica de espelhamento, os pais foram treinados entre a 4ª e 6ª
semana de intervenção, de forma escrita e por ensaios, ou seja, utilizando-se também
a técnica de “comportamento-modelo”. Desta forma, os filhos seguem os exemplos dos
pais e aumentam o consumo de alimentos e diminuem os comportamentos-problema.
Assim como no estudo de Penrod et al.(2015), outro artigo, apresentado por Ewry
et al (2015), desenvolveu pesquisa de intervenção nutricional individualizada utilizando
“comportamento modelo”. Desta vez, com a mãe de um adolescente de 15 anos com
TEA e seletividade alimentar. O treinamento ocorreu por modelagem e dramatização
com o objetivo de realizar em casa a intervenção nutricional de seu filho, após atingir
80% de aceitação de alimentos em que tinha baixa probabilidade de consumo.
O presente artigo também fez uso de aplicação por comportamento-alvo, ou seja,
escolhido um comportamento para análise ou intervenção e direcionado para a
mudança. O comportamento-alvo se concentra no que voce gostaria que a pessoa
fizesse (Penrod et al., 2015). Assim, o terapeuta direcionou o estudo com a frase no

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modo imperativo: “Dê uma mordida”! O artigo apresenta alimentos de alta probabilidade
e de baixa probabilidade consumidos pelo adolescente. Desta forma, são apresentadas
separadamente, 4 porções de alimentos, sendo as três primeiras porções de alimentos
de alta probabilidade e a quarta porção de alimento de baixa probabilidade.
Foram 20 sessões de terapia nutricional de forma individualizada com o
adolescente e com um resultado de 90% a 100% de aceitação de novos alimentos não
consumidos anteriormente, quando em comparação a Linha Base.
O recente artigo publicado por Turner et al. (2020), também fez uso da técnica
de modelagem de comportamento para aumentar o consumo de alimentos consumidos
por um menino de 6 anos com TEA. A modelagem consiste em produzir novas formas
de comportamento que nos permitem viver em sociedade, utilizando reforçamento
positivo.
Desta forma, a intervenção nutricional individualizada utilizou 10 chances de o
menino envolver-se com o alimento diante de comportamentos como: tocar, lamber,
cheirar e comer. O reforçamento positivo foi utilizado pelos terapeutas com expressões
do tipo: “Bom trabalho!”
A presente intervenção aplicou estudo direcionado de comportamento, com a
utilização de frases como: “Hoje, vamos particar novos alimentos” ou “experimente”. Um
ponto a ser observado é que esse estudo foi o único que permitia que o participante
escolhesse qual alimento gostaria de trabalhar. Os alimentos foram divididos em 2
grupos. O grupo menor continha 3 alimentos diferentes e o grupo maior, 15 alimentos
diferentes. Ambos os grupos continham alimentos preferidos e não preferidos pela
criança.
O artigo traz como ponto negativo a quantidade de terapias nutricionais que foram
necessárias para alcançar um resultado satisfatório. Ao longo do estudo, foram
realizadas 65 sessões, divididas em 2 terapias diária, o que, na prática clínica, pode
acarretar um custo alto para as famílias. Houve aumento da aceitação de alimentos
entre 10 % a 100%, porém, o consumo maior de alimentos ocorreu ao longo de muitas
sessões, avançando de 1 a 2 pedaços do alimento, no início da intervenção a 1 a 10
pedaços, ao final dela.
Diferente dos demais estudos americanos anteriores, Cordeiro et al.(2017), traz
em seu artigo publicado no Brasil, outra forma de intervenção: a nutricional coletiva,
realizada através de educação nutricional, adotando a metodologia de pesquisa-ação.

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O presente estudo foi aplicado em crianças com TEA e suas famílias, em Salvador, na
Clínica Escola Evolução – INESP. A instituição tem como principal objetivo promover a
socialização nas preparações de refeições, como o almoço e lanche, para alunos, pais
e funcionários e conta com uma estrutura de padaria/lanchonete e cozinha.
Inadequações alimentares foram observadas por nutricionistas e graduandos de
nutrição na composição das refeições fornecidas, em especial, lanches compostos por
alimentos ultraprocessados; baixa frequência e variedade de frutas, verduras e legumes;
elevado consumo energético e monotomia alimentar. Além das condições financeiras,
foram observadas questões como: aparência, cor, textura e sabor, que beneficiam a
aceitação dos alunos.
Desta forma, duas ações foram encontradas como solução para os participantes:
Oficina Dietetica, com o objetivo de realizar análise sensorial nas crianças e ajustes nas
preparações sugeridas, bem como a realização de palestras junto às famílias, ensinando
a produzir o probiótico “kefir” e trazendo informação quanto suas propriedades
funcionais e acesso a todos.
As preparações na Oficina Dietética foram preparadas isentas de glúten, caseína,
carboidratos, refinados e conservantes, contudo foram escolhidas fontes de
antioxidantes, vitaminas e minerais, sem perder o preço acessível e características
sensórias à aceitação. Ao todo, 10 adaptações foram realizadas, sendo elas: coxinha
de inhame, cookies sem farinha, sorvete sem leite, tortinha de banana, biscoito de
polvilho, chips de batata doce, pão de abóbora, bolo peteleco (sem glúten e com cacau),
extrato de castanha e extrato de quinoa (Cordeiro et al.,2017).
Quanto a aceitabilidade por parte dos indivíduos com TEA, os índices
encontrados foram: sorvete de frutas e bolo peteleco 93,3%, coxinha de inhame 91,1%,
pão de abóbora 78,8%, biscoito de polvilho 75,5%, cookies sem farinha 71%, tortinha
de banana 70%, extrato de quinoa 58,7% e o extrato de castanha 55%. A literatura
considera que a IA, a partir de 70%, significa uma boa aceitação (CORDEIRO et
al.,2017).
Desta forma, apenas os extratos vegetais, como a castanha e quinoa, não
apresentaram um IA aceitável, o que pode estar relacionado a falta de hábito em
consumir alimentos desse tipo. Neste sentido, podemos entender que a aceitação dos
novos alimentos ofertados ocorreu de forma satisfatória pelas crianças, o que significa
que mudanças saudáveis podem e devem ocorrer na alimentação de pessoas com TEA,

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na busca de condutas nutricionais adequadas para o transtorno e que auxiliam no


tratamento dos sintomas. Assim, a intervenção nutricional tem sido proposta como um
alternativa de tratamento para essa síndrome (CORDEIRO et al.,2017).
Quanto as dificuldades encontradas no estudo, a maior delas foi a participação
das famílias nas palestras, bem como na realização de mudanças alimentares
realizadas em casa.
Por sua vez, outros dois estudos de intervenção nutricional coletiva foram
publicados por Oliveira et al., 2020, utilizando métodos de educação nutricional aos
pacientes e famílias com TEA.
O primeiro estudo de Oliveira et al.,(2020), realizado com 14 crianças e 3
adolescentes e suas respectivas famíias, utiliza a forma sensorial para entender a
dinâmica alimentar em torno do TEA. Foram realizadas oficinas culinárias com as
crianças, idas à feira livre, piquenique e festa junina. Nas atividades de ida à feira e festa
junina, os pais das criança participaram. Todas as atividades desenvolvidas contaram
com equipe multidisciplinar envolvida, composta de nutricionista, terapeuta ocupacional,
psicopedagogo, psicóloga, fisioterapeuta, professora de dança e estagiários nas
diversas áreas.
No presente estudo, as atividades desenvolvidas não se pautaram na
oportunidade de ofertar e ensinar uma alimentação saudável e sim de explorar os
alimentos no campo da sensorialidade, como o aveludado do pêssego e a aspereza do
abacaxi, os diferentes tons de verde da barraca de verduras e o colorido das frutas (…),
o cheiro da barraca de peixe e da massa saíndo do forno, o sabor da garapa gelada no
passeio à feira ao ar livre. Houveram aceitações e recusas, dificuldades e estratégias,
negociações e supresas e foi evitado interpelar (OLIVEIRA et al.,2020)
Diferente dos demais estudos, os resultados foram comunicados às crianças em
forma de confecção de “tirinhas”, que além de comunicar e registrar a experiência,
comporiam o elenco das atividades educativas e lúdicas da instituição envolvendo a
alimentação. Houve alegria ao visualizer as imagens e alguns responderam que se
lembraram, quando questionados por profissioais.
Por fim, outro estudo realizado por Oliveira et al (2020), trouxe oficinas culinárias
como método de intervenção nutricional de forma coletiva. Desta vez, o estudo ocorreu
na Associação Amigos dos Autistas de Sorocaba (AMAS), entidade sem fins lucrativos
que atende crianças autistas e famílias desde 1994, também em equipe multidisciolinar

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composta por psiquiatra, psicólogo, psicopedagogo, pedagogo, auxiliares educacionais,


educador físico, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, assistente social e nutricionista.
Participaram do estudo 17 crianças e adolescentes de 3 a 15 anos de idade, atendidos
na AMAS e sem relato/diagnóstico de alergia alimentar.
As oficinas culinárias compuseram um mosaico de interações materiais e
imateriais, formando um contato entre crianças, adolescentes e o alimentos de uma
forma flexível e imprevisível. Desta forma, a experiência nas oficinas culinárias, reforçou
o papel da comida compartilhada, utilizando-se, mais uma vez, a forma sensorial na
interação afetiva com a comida (OLIVEIRA et al., 2020)
Crianças e profissionais, coletivamente, interagiram entre si. As conexões e
redes são, portanto, construídas na própria pessoa e fora dela, em associação com
outras entidades humanas e não humanas. Nos espaços educativos, coube repensar
as atividades para crianças autistas a partir de ações que, geralmente, distanciam-se
das perspectivas educacionais mais hegemônicas, na medida em que os autistas,
muitas vezes, não seguem os padrões de respostas já conhecidos e associados a um
aprendizado significativo, o que não significa que não aprendam (OLIVEIRA et al.,
2020).
Desta forma, a comida tornou-se mediadora de interações diante das sensações
e conexões que envolvem a alimentação, percebendo-se expressivamente a relação
com o alimento. Como resultado dessa expressão, obteve-se atitudes como: cheirar e
brincar com o alimento, a recusa de tocar, o lamber e não comer. Estas foram algumas
das atitudes apresentadas pelas crianças, apontando a sensorialidade presente no
transtorno do espectro autista.
Esses relatos podem se aproximar à discussão de uma fisiologia sensorial atípica
em autistas, o que pode causar aversão ou desconforto a determinadas sensações
como toque, consistências e ruídos, entre outros, além de estar relacionada à
seletividade alimentar. Dessa forma, as interações carregam mediações capazes de
produzir permanências e movimentos, tendo em vista que os elementos se articulam,
afetam-se mutuamente e se renovam. O alimento é, portanto, um mediador, e as oficinas
se configuraram como espaços potenciais para a produção de interferências e
mediações de caráter local, contingente e variável (OLIVEIRA et al., 2020).

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CONCLUSÃO

Com base na revisão e análise de todos os artigos selecionados, podemos


concluir que, apesar dos dois métodos de intervenção nutricional possuírem
direcionamentos em comum, como a melhora da seletividade alimentar, a diminuição
dos comportamentos-problema frente à comida e a qualidade dos alimentos consumidos
por crianças e adolescentes com TEA, quando se trata de precisão de resultados, a
intervenção de forma individual se tornou mais exata, mostrando resultados mais claros,
com porcentagens de melhora do quadro seletivo de forma individual em comparação à
linha de base, isto é, em comparação ao consumo de alimentos sem quaisquer tipo de
intervenção nutricional aplicada.
Por sua vez, a intervenção nutricional coletiva proporciona interação social
através do alimento e troca de experiências sensoriais entre crianças e adolescentes,
terapeutas e famílias de uma forma humanizada e calorosa.
Diante do exposto, verifica-se que ambos os métodos de intervenção nutricional
têm como fundamento a análise de comportamento frente ao ato de se alimentar, o que
valoriza e enriquece a importância da nutrição comportamental no TEA, assim como, a
aplicação de métodos próprios de intervenção nutricional com objetivo de se alcançar
resultados desejados. Contudo, a capacitação do nutricionista atuando em equipe
multidisciplinar, em ambas as intervenções, torna-se indispensável para a melhora na
alimentação e seletividade alimentar no TEA, pois permite uma abrangência integral
do paciente e daqueles que o acompanha.

REFERÊNCIAS

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condutas nutricionais no Transtorno do Espectro Austista: Um relato de
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