Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2022 Grupo Audrey Caroline PDF
2022 Grupo Audrey Caroline PDF
¹ Estudantes da Graduação em Nutrição da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Av. Dr. Cândido
Xavier de Almeida Souza, 200, Mogi das Cruzes (SP), CEP 08780-911. E-mail:
nanda.narduchi@gmail.com; carol.ruotolo@hotmail.com
² Professora Doutora do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).
Av. Dr. Cândido Xavier de Almeida Souza, 200, Mogi das Cruzes (SP), CEP 08780-911. E-mail:
tatianasantiago@umc.br
2
INTRODUÇÃO
1
3
METODOLOGIA
2
4
RESULTADOS
3
5
Pubmed (n = 665)
Scielo (n = 18)
IDENTIFICAÇÃO
Nível 1 (n = 22)
Artigos que não estavam na
busca, mas foram encontrados
em outras referências n = 1
INCLUSÃO
Artigos selecionados
(n = 8)
4
6
Koegel et Using individialized Aumentar o consumo de Intervenção individual realizada pela Universidade Na etapa intervenção, a criança passou a consumir de 2 novos
al., 2012 reinforcers and alimentos de crianças com Estadual da Califórnia, Sacramento, EUA, em um alimentos no início do intervenção, até 14 novos alimentos ao
hierarchical exposure to autismo, visando uma dieta menino de 6 anos com TEA, utilizando escala de final do estudo.
increase food flexibility in balanceada pontuação de níveis hierárquicos de aceitação dos Na etapa generalização, realizada após a etapa intervenção, e
children with austism alimentos, e utilização de reforçadores (“prêmio”) nas refeições realizadas no dia a dia, em casa, obtiveram
spectrum disorders. como: atividades, itens e objetos. aceitação de 16 novos alimentos.
Penrod et The effects of modeling Aumentar o consumo de Intervenção individual realizada pela Universidade da Na linha de base, todos os alimentos novos foram rejeitados.
al., 2015 contingencies in the alimentos variados e diminuir os Califórnia, Santa Bárbara, EUA, com um menino de Na Etapa 1, o participante aceitou 70% das porções oferecidas do
treatment of food selectivity comportamentos-problema em 10 anos com TEA, utilizando comportamento-modelo grupo de A e 0% do grupo B.
in children with autism crianças com autismo com reforço diferencial com alimentos preferidos e Na Etapa 2, houve aceitação de 100% do grupo A e 0% do grupo
não preferidos pela criança, selecionados B.
previamente pelos pais. Na etapa 3, houve aceitação de 100% dos alimentos oferecidos
do grupo A e B
Na etapa 4, realizada pelos pais, em casa, houve aceitação de
100% dos alimentos oferecidos dos grupos A e B
5
7
Cordeiro et al., Estratégias para Melhorar a qualidade e valor Intervenções coletivas de educação nutricional A aceitabilidade de 8 preparações foi de > 70%,
2017 implementação de nutricional dos alimentos ofertados realizada em uma instituição filantrópica de crianças indicando uma boa aceitabilidade por parte dos
condutas nutricionais no pelas famílias aos e adolescentes com autismo e distúrbios indivíduos. Dois produtos que ficaram abaixo do
transtorno do espectro pacientes/alunos com TEA, bem comportamentais, em Salvador, desenvolvidas com índice, foram as hortaliças.
autista: um relato de como diminuir sintomas 7 mães de pacientes e alunos com TEA. Foi adotada O índice de aceitabilidade das preparações foram de
experiência gastrointestinais e perda de peso a metodologia através de pesquisa-ação e ações 90%.
coletivas, como oficinas dietéticas com o preparo de
alimentos que aliviam os sintomas do TEA
Turner et al., Response shaping to Aumentar o consumo de alimentos Intervenção individual realizada pela Na etapa denominada Linha de base, todas as
2020 improve food acceptance consumidos Universidade Vanderbilt, Nashville, EUA, com 01 solicitações de interagir com o alimento foram
por crianças com
for children with autism menino de 6 anos com TEA., através de recusadas.
Transtorno do Espectro Autista Na etapa de intervenção, houve aumento da
modelagem de comportamento de aceitação de
alimentos, como: tocar, lamber, cheirar e comer. aceitação de alimentos não consumidos ao longo das
sessões. Próximo a 10 sessões, houve o consumo de
1 a 2 pedaços de determinados alimentos.
Conforme a intervenção ocorria, o consumo de
pedaços aumentava, variando de 1 a 10 pedaços de
determinados alimentos consumidos
Oliveira et Sem receita: Cozinhar e comer juntos para entender Intervenções coletivas de educação nutricional de As experimentações quanto à melhora na recusa e
al., 2020 e refletir a dinâmica alimentar de forma sensorial, realizada em instituição de caráter aceitação de novos alimentos se apresentou de
deslocamentos do olhar
crianças e adolescentes com TEA assistencial sem fins lucrativos, no interior de São diferentes modos entre as crianças.
da Nutrição sobre o Paulo, que atende exclusivamente autismo. Foi O estímulo de cozinhar e de comer compartilhado,
adotada metodologia de ações coletivas como: configurou-se como uma oferta de espaço de
comer de crianças
oficinas de culinárias, desenvolvidas com 14 convívio e interação com as crianças, pais e
autistas crianças e 3 adolescentes, com idades entre 3 e 15
terapeutas, construíndo uma dinâmica alimentar, um
anos; ida à feira, com 8 crianças e adolescentes
modo novo de relacionar-se com a comida.
entre 4 e 12 anos e seus respectivos pais;
piquenique, com 10 crianças e adolescentes com As crianças comeram os alimentos que já conheciam
idade entre 3 e 15 anos e festa junina com comidas e consumiam habitualmente, bem como as que
típicas, realizado com 32 criança e adolescentes. Por recusavam a comer, como o pastel de feira.
fim, foi adotada a comunicação dos resultados da Não foi evidenciada ausência de resposta e
pesquisa às crianças e adolescentes em interação, mas sim respostas diferentes das
forma ilustrativa de “tirinhas esperadas
6
8
Oliveira et Muito além dos nutrientes: Descrever e analisar as relações que Foi realizada pesquisa etnográfica a partir da Os dados produzidos mostraram singularidades na
al., 2020 experiências e conexões as crianças autistas estabelecem em observação participante das atividades institucionais realização das tarefas de cozinhar e na aceitação
atividades em grupo envolvendo supervisionadas com crianças e adolescentes das receitas. Dessa experiência com a comida, é
com crianças autistas a alimentos. autistas, realizadas em grupo e com alimentos, possível depreender o alimento como mediador de
partir do cozinhar e comer denominadas oficinas culinárias. Esta pesquisa foi conexões que passam pelo campo sensorial. Sendo
realizada na Associação Amigos dos Autistas de assim, os achados deste estudo reforçam a
juntos
Sorocaba, São Paulo, entidade sem fins lucrativos. necessidade de considerar a subjetividade e de
As oficinas culinárias foram realizadas em grupos valorizar as diferenças em tempos de
fixos, definidos de acordo com a disponibilidade da homogenização.
criança presente na AMAS. Participaram de cinco
oficinas culinárias (cupcake, pizza, salada de frutas,
pão de queijo e pudim) 17 crianças e adolescentes
brancos, 3 a 15 anos de idade, e sem
relato/diagnóstico de alergia alimentar.
7
9
Ewry et al., 2015 Evaluating the high- Capacitar pais e responsáveis de Intervenção individual realizada pela Entre a etapa denominada base e a etapa
adolescentes com autismo a denominada intevenção, houve aumento de aceitação
probability instructional Universidade da Califórnia, Santa Bárbara, EUA, com
aplicar uma intervenção nutricinal em 90 a 100% na introdução de alimentos de baixa
sequence to increase the 01 adolescente de 15 anos com TEA e sua mãe. Foi
que aumente o consume de probabilidade (não aceitos pelo participante).
acceptance of food with an utilizada intervenção de educação nutricional através
novos alimentos Quando se retornava para a etapa base, a aceitação
adolescente with autism de comportamentos-alvo do adolescente.
dos alimentos diminuía para 50 a 0%.
Posteriormente, sua mãe foi treinada a aplicar a
Novamente, quando se evoluía para etapa de
intervenção por meio de modelagem, instruções
intervenção, a aceitação de alimentos de baixa
verbais e dramatizações pelos pesquisadores.
probabilidade voltava a aumentar, chegando a 90 e
100%.
Na intervenção realizada pela mãe, em casa, o
participante aceitou entre 50 a 90% das porções
oferecidas.
8
10
DISCUSSÃO
9
11
10
10
12
11
11
13
12
modo imperativo: “Dê uma mordida”! O artigo apresenta alimentos de alta probabilidade
e de baixa probabilidade consumidos pelo adolescente. Desta forma, são apresentadas
separadamente, 4 porções de alimentos, sendo as três primeiras porções de alimentos
de alta probabilidade e a quarta porção de alimento de baixa probabilidade.
Foram 20 sessões de terapia nutricional de forma individualizada com o
adolescente e com um resultado de 90% a 100% de aceitação de novos alimentos não
consumidos anteriormente, quando em comparação a Linha Base.
O recente artigo publicado por Turner et al. (2020), também fez uso da técnica
de modelagem de comportamento para aumentar o consumo de alimentos consumidos
por um menino de 6 anos com TEA. A modelagem consiste em produzir novas formas
de comportamento que nos permitem viver em sociedade, utilizando reforçamento
positivo.
Desta forma, a intervenção nutricional individualizada utilizou 10 chances de o
menino envolver-se com o alimento diante de comportamentos como: tocar, lamber,
cheirar e comer. O reforçamento positivo foi utilizado pelos terapeutas com expressões
do tipo: “Bom trabalho!”
A presente intervenção aplicou estudo direcionado de comportamento, com a
utilização de frases como: “Hoje, vamos particar novos alimentos” ou “experimente”. Um
ponto a ser observado é que esse estudo foi o único que permitia que o participante
escolhesse qual alimento gostaria de trabalhar. Os alimentos foram divididos em 2
grupos. O grupo menor continha 3 alimentos diferentes e o grupo maior, 15 alimentos
diferentes. Ambos os grupos continham alimentos preferidos e não preferidos pela
criança.
O artigo traz como ponto negativo a quantidade de terapias nutricionais que foram
necessárias para alcançar um resultado satisfatório. Ao longo do estudo, foram
realizadas 65 sessões, divididas em 2 terapias diária, o que, na prática clínica, pode
acarretar um custo alto para as famílias. Houve aumento da aceitação de alimentos
entre 10 % a 100%, porém, o consumo maior de alimentos ocorreu ao longo de muitas
sessões, avançando de 1 a 2 pedaços do alimento, no início da intervenção a 1 a 10
pedaços, ao final dela.
Diferente dos demais estudos americanos anteriores, Cordeiro et al.(2017), traz
em seu artigo publicado no Brasil, outra forma de intervenção: a nutricional coletiva,
realizada através de educação nutricional, adotando a metodologia de pesquisa-ação.
12
14
13
O presente estudo foi aplicado em crianças com TEA e suas famílias, em Salvador, na
Clínica Escola Evolução – INESP. A instituição tem como principal objetivo promover a
socialização nas preparações de refeições, como o almoço e lanche, para alunos, pais
e funcionários e conta com uma estrutura de padaria/lanchonete e cozinha.
Inadequações alimentares foram observadas por nutricionistas e graduandos de
nutrição na composição das refeições fornecidas, em especial, lanches compostos por
alimentos ultraprocessados; baixa frequência e variedade de frutas, verduras e legumes;
elevado consumo energético e monotomia alimentar. Além das condições financeiras,
foram observadas questões como: aparência, cor, textura e sabor, que beneficiam a
aceitação dos alunos.
Desta forma, duas ações foram encontradas como solução para os participantes:
Oficina Dietetica, com o objetivo de realizar análise sensorial nas crianças e ajustes nas
preparações sugeridas, bem como a realização de palestras junto às famílias, ensinando
a produzir o probiótico “kefir” e trazendo informação quanto suas propriedades
funcionais e acesso a todos.
As preparações na Oficina Dietética foram preparadas isentas de glúten, caseína,
carboidratos, refinados e conservantes, contudo foram escolhidas fontes de
antioxidantes, vitaminas e minerais, sem perder o preço acessível e características
sensórias à aceitação. Ao todo, 10 adaptações foram realizadas, sendo elas: coxinha
de inhame, cookies sem farinha, sorvete sem leite, tortinha de banana, biscoito de
polvilho, chips de batata doce, pão de abóbora, bolo peteleco (sem glúten e com cacau),
extrato de castanha e extrato de quinoa (Cordeiro et al.,2017).
Quanto a aceitabilidade por parte dos indivíduos com TEA, os índices
encontrados foram: sorvete de frutas e bolo peteleco 93,3%, coxinha de inhame 91,1%,
pão de abóbora 78,8%, biscoito de polvilho 75,5%, cookies sem farinha 71%, tortinha
de banana 70%, extrato de quinoa 58,7% e o extrato de castanha 55%. A literatura
considera que a IA, a partir de 70%, significa uma boa aceitação (CORDEIRO et
al.,2017).
Desta forma, apenas os extratos vegetais, como a castanha e quinoa, não
apresentaram um IA aceitável, o que pode estar relacionado a falta de hábito em
consumir alimentos desse tipo. Neste sentido, podemos entender que a aceitação dos
novos alimentos ofertados ocorreu de forma satisfatória pelas crianças, o que significa
que mudanças saudáveis podem e devem ocorrer na alimentação de pessoas com TEA,
13
15
14
14
16
15
15
17
16
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
16
18
Fu, S. B., Penrod, B., Fernand, J. K., Whelan, C. M., Griffith, K., & Medved, S. (2015).
The effects of modeling contingencies in the treatment of food selectivity in children with
autism. Behavior modification, 39(6), 771–784. [acesso em 19 de Agosto de 2022]
Disponível em: https://doi.org/10.1177/0145445515592639
Koegel, R. L., Bharoocha, A. A., Ribnick, C. B., Ribnick, R. C., Bucio, M. O., Fredeen, R.
M., & Koegel, L. K. (2012). Using individualized reinforcers and hierarchical exposure to
increase food flexibility in children with autism spectrum disorders. Journal of autism
and developmental disorders, 42(8), 1574–1581. [acesso em 20 de Agosto de 2022]
Disponível em: https://doi.org/10.1007/s10803-011-1392-9
Oliveira, Bruna Muratti Ferraz de e Frutuoso, Maria Fernanda Petroli. Muito além dos
nutrientes: experiências e conexões com crianças autistas a partir do cozinhar e comer
juntos. Cadernos de Saúde Pública [online]. v. 37, n. 4 [Acessado 20 de Agosto de
2022] , e00132020. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-311X00132020>.
ISSN 1678-4464.
Oliveira, Bruna Muratti Ferraz de e Frutuoso, Maria Fernanda Petroli. Sem receita*..
Canção de José Miguel Wisnik (1948-), músico, compositor, ensaísta, professor de
literatura brasileira: deslocamentos do olhar da Nutrição sobre o comer de crianças
autistas. Interface - Comunicação, Saúde, Educação [online]. 2020, v. 24 [acesso
em 19 de Agosto de 2022] , e190597. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/Interface.190597>. Epub 20 Nov 2020. ISSN 1807-5762.
https://doi.org/10.1590/Interface.190597.
Seiverling, L., Williams, K., Sturmey, P., & Hart, S. (2012). Effects of behavioral skills
training on parental treatment of children's food selectivity. Journal of applied behavior
analysis, 45(1), 197–203. [acesso em 19 de Agosto de 2022] Disponível em:
https://doi.org/10.1901/jaba.2012.45-197.
Turner, V. R., Ledford, J. R., Lord, A. K., & Harbin, E. R. (2020). Response shaping to
improve food acceptance for children with autism: Effects of small and large food
sets. Research in developmental disabilities, 98, 103574. [acesso em 18 de Agosto
19