Estudo Piloto do Protocolo de

Alimentação Just Right GEPANI

Challenge para Tratamento Grupo de Estudos e
da Seletividade Pesquisa em
Alimentação e
Suarez, MA, & Bush, E. (2020) Nutrição Infantil

Natália Nóbrega
06/05/2021
Introdução
➔ O estudo buscou investigar o Just Right Challenge Feeding Protocol (JRCFP),
um protocolo de tratamento para seletividade alimentar que combina 3
abordagens: extinção de fuga, reforço positivo e dessensibilização
sistemática. Com crianças com deficiência no desenvolvimento (DD).

➔ Seletividade alimentar: repertório muito limitado de alimentos aceitos, com

recusa alimentar e rigidez na hora das refeições

➔ 80% das crianças com DD apresentaram seletividade alimentar (2006)

➔ Hiperresponsividade sensorial (SOR): resposta exagerada do sistema nervoso

simpático, de luta ou fuga a experiências sensoriais de rotina.
Introdução
➔ Extinção de fuga: recusa ignorada. É o mais abordado na literatura,
mesmo com potencial de ser invasiva, pois não leva em conta a SOR.

➔ Dessensibilização sistemática: exposição progressiva ao alimento temido,

com estratégias para reduzir a ansiedade. Maior interação com o alimento
(tocar, lamber, experimentar).

➔ Estudo comparativo entre extinção de fuga e dessensibilização sistemática

mostrou que o primeiro é mais citado na literatura e mais efetivo e em
menos tempo.
Objetivos e metodologia
➔ O objetivo do estudo é avaliar a
eficácia do método JRCFP em
aceitação dos alimentos pelas
crianças como parte de sua dieta
regular.
➔ É um estudo piloto, realizado com
amostragem n=7. Dentre as quais 4
com TEA, sendo um deles não
verbal, 1 com paralisia cerebral e 2
com deficiência na fala e
linguagem.
➔ O terapeuta ocupacional aplica o método
uma vez por semana e avalia o nível de
ansiedade da criança com alimentos-alvo.
Avalia-se a tentativa de fugir, e escolhe-se
uma interação de desafio (por exemplo,
toque) para as próximas sessões e a
criança tem que cumprir esse desafio antes
de levantar da mesa. Isso é repetido com 3
a 5 alimentos-alvo e com base no
desempenho, ajusta-se a meta para
próxima semana. Trabalhar-se uma
hierarquia de interação com o alimento,
aconselhando os pais a usar o método em
casa.
Metodologia
➔ Dados demográficos coletados dos pais: sexo, idade, diagnóstico, forma de
comunicação da criança.

➔ Inventário de alimentos: questionário para os pais com 115 alimentos para entender o
repertório alimentar dessa criança.

➔ Perfil Sensorial Curto 2 (SSP2): questionário para o cuidador classificar 4 categorias:

busca, evitação, sensibilidade e registro. Os itens de evitação e sensibilidade fornecem
uma indicação de SOR. Crianças são comparadas para saber se estão reagindo “assim
como os outros”, “mais que os outros”, etc.

➔ SOAP: onde o terapeuta ocupacional documenta as sessões todas as semanas,

incluindo o nível de interação que a criança chegou no alimento (ex: lamber)
➔ Ferramenta de fidelidade: lista de verificação de 27 elementos e retreinar a equipe.
Resultados e Discussão
Resultados e Discussão
Resultados e Discussão
Resultados e Discussão

➔ A intervenção foi efetiva para 4

participantes, questionável para um e
não efetiva para dois, mesmo todas
apresentando progresso.

➔ Houve diminuição na resposta

exagerada da criança

➔ Hierarquia de interação com o

alimento

➔ Período de latência do estudo

Conclusão
Limitações do estudo: amostragem pequena e não inclui todos os
diagnósticos. Faltou avaliar se o perfil nutricional da criança pode ser
melhorado, e a qualidade das refeições nas famílias estudadas.

Dado o exposto, conclui-se que JRCFP pode ser uma abordagem para
orientar o raciocínio clínico, mostrando a necessidade de compreender
o perfil sensorial e a presença de SOR e assim adequando o tratamento.
A dessensibilização sistemática, trazendo essa hierarquia de interação
com o alimento, pode ser uma ferramenta útil para adição de novos
alimentos à dieta de algumas crianças.