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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE

CADERNO DE RESUMO DAS COMUNICAÇÕES

XV Seminário Nacional de Literatura, História e Memória e VI Congresso


Internacional de Pesquisa em Letras no Contexto Latino-Americano

A ESCRITA DE SI E AS ESTÉTICAS CONTEMPORÂNEAS

Apoio:

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação


Programa de Pós-Graduação em Letras – PPGL
Centro de Educação, Comunicação e Artes - CECA

Cascavel
-
23 à 27 de outubro de 2023
Lourdes Kaminski Alves

Kaline Cavalheiro

(Organizadoras)

XV Seminário Nacional de Literatura, História e Memória e VI Congresso


Internacional de Pesquisa em Letras no Contexto Latino-Americano

A ESCRITA DE SI E AS ESTÉTICAS CONTEMPORÂNEAS

Cascavel
-
23 à 27 de outubro de 2023
COORDENADORES DA EDIÇÃO 2023
Prof. Dr. José Carlos da Costa (Coordenação geral)
Profa. Dra. Lourdes Kaminski Alves (Coord. adjunta)

COMISSÃO ORGANIZADORA

Prof. Dr. Acir Dias da Silva


Prof. Dr Antonio Donizeti da Cruz
Prof. Dr. José Carlos da Costa
Profa. Dra. Beatriz Helena Dal Molin
Profa. Dra. Lourdes Kaminski Alves
Profa. Dra. Kaline Cavalheiro
Profa. Dra. Maricélia Nunes dos Santos
Prof. Dr. Pedro Júnior Leites
Prof. Dr. Stanis Lacowicz
Prof. Dr. Wagner Souza

COMISSÃO CIENTÍFICA

Prof. Dr. Acir Dias da Silva (UNIOESTE)


Profa. Dra. Alai Garcia Diniz (UNIOESTE)
Profa. Dra. Alexandra Santos Pinheiro (UFGD)
Prof. Dr. Alexandre Sebastião Ferrari Soares (UNIOESTE)
Prof. Dr Antonio Donizeti da Cruz (UNIOESTE)
Profa. Dra. Beatriz Helena Dal Molin
Profa. Dra. Cleiser Schenatto (UNIOESTE)
Profa Dra. Dantielli Assumpção Garcia (UNIOESTE)
Prof. Dr. Décio Torres Cruz (UFBA)
Profa. Dra. Encarnacion Medina (Universidad de Jaén- Espanha)
Prof. Dr. Fausto Zamboni (UNIOESTE)
Prof. Dr. José Carlos da Costa (UNIOESTE)
Profa. Dra. Julia Cristina Granetto Moreira (UNILA)
Profa. Dra. Lourdes Kaminski Alves (UNIOESTE)
Profa. Dra. Lilibeth Zambrano (Universidad de Los Andes –
Merida/Venezuela)
Profa. Dra. Maricélia Nunes dos Santos (UNIOESTE)
Profa. Dra. Níncia Cecília Borges Teixeira (UNICENTRO/UNIOESTE)
Prof. Dr. Paulo Facchin (FAG/UNIOESTE)
Prof. Dr. Pedro Júnior Leites (IFPR/UNIOESTE)
Prof. Dr. Stanis Lacowicz (UNIOESTE)
Prof. Dr. Wagner Souza (UNIOESTE)
Profa.Dra. Zilá Bernd (UFRGS/UNILASALLE)
PROMOÇÃO:

Programa de Pós-Graduação em Letras, Área de Concentração em Linguagem e


Sociedade, Nível de Mestrado e Doutorado
Cursos de Graduação em Letras Português-Inglês/Espanhol/Italiano
Núcleo de Estudos Comparados e Pesquisas em Literatura, Cultura, História e
Memória na América Latina (NuECP)
Grupo de Pesquisa Confluências da Ficção, História e Memória na Literatura e
nas Diversas Linguagens (CNPq)
A Resistência de Julián Fuks: autoficção como ferramenta de militância
literária

Luzimara de Souza Cordeiro (Instituto Federal do Espírito Santo – IFES)

Resumo: Tendo como corpus de investigação o romance autoficcional A


resistência (2015), de Julián Fuks; o presente trabalho tem o propósito de
empreender uma reflexão crítico-analítica, a fim de evidenciar como a arte da
palavra desse escritor brasileiro, ao rememorar o passado da ditadura militar,
manifesta diversas formas de resistência contra o apagamento das barbáries do
passado e alerta sobre as possíveis formas de violência que ainda queiram
ameaçar o momento atual. Uma obra que se edifica estética, ética e politicamente
como ferramenta de militância literária, por meio de um jogo híbrido entre ficção
e realidade, que propicia uma leitura “a contrapelo” do passado ditatorial do
Brasil e da Argentina. Uma obra que não busca apenas recordar, mas também
refletir e sensibilizar sobre esse passado horrendo, por meio de questionamentos
geracionais, a fim de “combater o déficit de memória”. Logo, um “romance de
filiação” da literatura contemporânea brasileira que auxilia na política de
memória desse regime de repressão, ao mostrar, por intermédio da pós-memória,
os impactos da ditadura e do exílio, herdados por um filho de pais militantes da
esquerda. Para tanto, os ensinamentos teóricos de Walter Benjamin, Tzvetan
Todorov sobre a exigência da memória; de Jeanne Marie Gagnebin e Paul Ricouer
Seligmann-Silva sobre história, memória e elaboração do passado; de Julián Fuks
sobre pós-ficção e resistência; de Ana Faedrich, Diana Klinger e Eurídice
Figueiredo sobre as escritas de si, dentre outros teóricos que serão utilizados para
maior fundamentação das questões a serem discutidas.
Palavras-chave: Autoficção; Ditadura Militar; Militância Literária; Julián Fuks;
Resistência.

Vozes silenciadas do Araguaia: o desaparecido em Antes do passado: o


silêncio que vem do Araguaia (2012), de Liniane Haag Brum

Renata Rocha Ribeiro (UFG – Goiás)

Resumo: O presente trabalho pretende analisar a figura do desaparecido no


romance Antes do passado: o silêncio que vem do Araguaia (2012), da escritora
gaúcha Liniane Haag Brum. Entre depoimentos, recortes de jornal, documentos,
cartas e fotografias são redigidos fragmentos em que a escritora desvela a história
da própria família (seu tio e padrinho, Cilon Cunha Brum, foi visto pela última
vez no dia de seu batizado, 09 de junho de 1971) e a história da ditadura
brasileira, especialmente o episódio da Guerrilha do Araguaia. A acepção de
“desaparecido” será observada sob a perspectiva de Gatti (2006, 2011), para quem
a catástrofe é conceito fundamental para representar fenômenos de violência
social extrema, sendo o desaparecimento forçado de pessoas um desses

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fenômenos. Gatti (2006, 2011) toma como base os contextos ditatoriais argentino
e uruguaio; entretanto, sua fundamentação pode também servir ao contexto
brasileiro. Também se faz importante retomar o conceito benjaminiano de
“rastro”, posto que a obra resulta, nas palavras da autora, da tentativa de
reconstrução da figura de Cilon Brum, da tentativa de apreensão de “sua
personalidade e seus rastros através do olhar daqueles que o conheceram”
(Brum, 2012, p. 12). Para tanto, além da consulta aos arquivos familiares, Liniane
Brum empreendeu duas viagens ao norte do país, para a região da guerrilha, a
partir das quais conseguiu dar cabo à sua busca e escrever o livro em questão.
Nesse sentido, para além dos autores já citados, são utilizados, como parâmetros
teóricos e críticos, as considerações de Vecchi (2018), Cavalcanti Junior (2018),
Abreu (2020), Coronel (2021), Cruz (2022), Eugenio (2021) e Silva (2022).
Palavras-chave: Romance Brasileiro Contemporâneo; Ditadura Brasileira;
Desaparecido Político; Guerrilha do Araguaia; Liniane Haag Brum.

Literatura, jornalismo e testemunho nos anos 70

Sueli Funari (UNICAMP)

Resumo: A presente comunicação propõe uma reflexão acerca da produção


literária referente aos anos subsequentes ao golpe militar no Brasil, de 1964 – e
que se estende pelos anos 70 e 80 – expressivamente ocupada por uma literatura
de denúncia político-social, que assumiu a incumbência ética de preencher os
espaços jornalísticos da imprensa silenciada pelo AI-5. A ditadura militar(1964-
1985) instituiu no Brasil um regime de exceção, que teve como resposta da
sociedade brasileira um período bastante fértil para as manifestações artísticas. E
neste contexto, há que se ressaltar a colaboração decisiva da imprensa para o
florescimento de uma geração literária composta por escritores que mantinham
uma interface com o jornalismo cuja simbiose desempenhou importante papel de
resistência contra o regime ditatorial brasileiro. Desta forma, o referido binômio
literatura-jornalismo concentra algumas inquietações. Primeiramente,
destacamos as aproximações e divergências sobre a questão da dupla autoria, de
jornalista e de autor. O que nos faz questionar como se estabelece a fronteira entre
o literário e o jornalístico e, também, de que forma os dois gêneros confluem.
Outra instância de investigação tem como escopo a questão do vínculo imanente
que se operou entre literatura, experiência e testemunho, haja vista a
transformação do cotidiano dos jornais em matéria-prima literária. Adotamos
como aporte teórico Tres propuestas para el próximo milenio (y cinco
dificultades)”, de Ricardo Piglia.
Palavras-chave: Literatura; Jornalismo; Ditadura.

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