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Projeto

de Leitura
• Lista de obras
• Proposta de
articulação com as
unidades de Leitura
Projeto
• Sinopses, obra a obra
Lista de obras

QUE LIVROS LER?


A lista de livros apresenta vários títulos, dos quais terás de escolher um ou dois, de acordo com as
indicações do teu professor, para desenvolveres um trabalho no âmbito do Projeto de Leitura.

LITERATURA PORTUGUESA LITERATURA UNIVERSAL


DIONÍSIO, Mário, O dia cinzento e outros contos Anónimo, As mil e uma noites (excertos escolhidos)

FERREIRA, José Gomes, Calçada do sol: diário BORGES, Jorge Luís, Ficções
desgrenhado de um qualquer nascido CENDRARS, Blaise, Poesia em viagem
no princípio do século XX (poemas escolhidos)
GERSÃO, Teolinda, A árvore das palavras GARCÍA LORCA, Federico, Antologia poética
KNOPFLI, Rui, Obra poética (poemas escolhidos) (poemas escolhidos)

MOURÃO-FERREIRA, David, Obra poética GARCÍA MÁRQUEZ, Gabriel, Cem anos de solidão
(poemas escolhidos) GÓGOL, Nikolai, Contos de São Petersburgo
NAMORA, Fernando, Retalhos da vida KAFKA, Franz, Contos
de um médico
KAVAFIS, Konstandinos, Poemas e prosas
NEGREIROS, Almada, Nome de guerra (poemas escolhidos)
PESSANHA, Camilo, Clepsydra LEVI, Primo, Se isto é um Homem
PINA, Manuel António, Como se desenha MÁRAI, Sándor, As velas ardem até ao fim
uma casa
MURAKAMI, Haruki, Auto-retrato do escritor
PIRES, José Cardoso, Balada da praia dos cães enquanto corredor de fundo
RÉGIO, José, Poemas de Deus e do Diabo NERUDA, Pablo, Vinte poemas de amor
SÁ-CARNEIRO, Mário de, Indícios de oiro e uma canção desesperada
ORWELL, George, 1984
PAMUK, Ohran, Istambul
LITERATURA DE EXPRESSÃO
PAZ, Octavio, Antologia poética
PORTUGUESA (poemas escolhidos)
AGUALUSA, José Eduardo, O vendedor PROUST, Marcel, Em busca do tempo perdido.
de passados Vol. 1: Do lado de Swann
ALMEIDA, Germano, Estórias de dentro de casa STRINDBERG, August, Menina Júlia
ANDRADE, Carlos Drummond de, Antologia TABUCCHI, Antonio, O tempo envelhece depressa
poética (poemas escolhidos)
WHITMAN, Walt, Folhas de erva (poemas
ASSIS, Machado de, Memórias póstumas escolhidos)
de Brás Cubas
WOOLF, Virginia, A casa assombrada
HONWANA, Luís Bernardo, Nós matámos e outros contos
o Cão-Tinhoso
XINGJIAN, Gao, Uma cana de pesca
PATRAQUIM, Luís Carlos, O osso côncavo para o meu avô
e outros poemas (poemas escolhidos)
TAVARES, Paula, Como veias finas na Terra

Nota: obras propostas para o Projeto de Leitura para o 12.º ano, in Programa e Metas Curriculares de Português
(2014).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano


SUGESTÕES PARA O TEU PROJETO DE LEITURA

O QUE FAZER?
1. Estabelece objetivos pessoais enquanto leitor.
2. Seleciona os livros a ler em função dos teus gostos e dos objetivos do Projeto de Leitura.
3. Lê o livro, anotando informação e ideias importantes, e inicia a preparação do teu projeto.
4. Escolhe uma forma de partilhar a tua experiência de leitura à turma, à escola e à comunidade.
5. Avalia o teu próprio trabalho, tendo em conta os objetivos definidos inicialmente.

NA APRESENTAÇÃO DO TEU PROJETO DE LEITURA, PODES:


• preparar uma apreciação crítica oral ou escrita da obra e publicá-la no jornal da escola, no site de uma
livraria, num blogue da turma criado para o efeito;
• criar uma página no Instagram dedicada ao livro;
• preparar um vídeo que sirva de trailer da obra ou recriar partes do texto numa outra expressão
artística – BD, pintura, animação, canção, cartaz de cinema;
• escrever uma cena dramática com as personagens da obra ou dramatizar partes do texto;
• preparar um anúncio publicitário para televisão ou rádio;
• recitar ou ler expressivamente um excerto ou excertos de que tenhas gostado;
• construir um desafio multimédia de exploração da obra (por exemplo, no Kahoot®);
• conceber uma nova capa do livro com uma sinopse na contracapa;
• redigir um texto que estabeleça relações entre a obra e outros textos literários e/ou conhecimentos
de outras disciplinas.

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Articulação com o Projeto de Leitura

Proposta de articulação das obras do Projeto de Leitura e Unidades do Manual


Unidades Obras do Projeto de Leitura
Unidade 1
Fernando Pessoa • Antologia poética, Carlos Drummond de Andrade
Poesia do ortónimo • Em busca do tempo perdido: do lado de Swann, Marcel Proust
• Indícios de oiro, Mário de Sá-Carneiro
• Folhas de erva, Walt Whitman

Fernando Pessoa • Poesia em viagem, Blaise Cendrars


Poesia dos heterónimos • Obra poética, David Mourão-Ferreira
• Antologia poética, Octavio Paz
Fernando Pessoa
Mensagem
• O osso côncavo e outros poemas, Luís Carlos Patraquim

Unidade 2
Manuel da Fonseca • As mil e uma noites (excertos escolhidos), Anónimo
«Sempre é uma • Calçada do sol: desgrenhado de um qualquer homem nascido no princípio do séc. XX,
companhia» José Gomes Ferreira
• A árvore das palavras, Teolinda Gersão
• Retalhos da vida de um médico, Fernando Namora
• A casa assombrada e outros contos, Virginia Woolf
Maria Judite de Carvalho • Estórias de dentro de casa, Germano Almeida
«George» • O dia cinzento e outros contos, Mário Dionísio
• Contos de São Petersburgo, Nikolai Gógol
• Contos, Franz Kafka
• A menina Júlia, August Strindberg
• O tempo envelhece depressa, Antonio Tabucchi
• Uma cana de pesca para o meu avô, Gao Xingjian
Unidade 3
Poetas contemporâneos • Antologia poética, Federico García Lorca
− Miguel Torga • Poemas e prosas, Konstandinos Kavafis
− Eugénio de Andrade • Obra poética, Rui Knopfli
− Ana Luísa Amaral • Como se desenha uma porta, Manuel António Pina
− Manuel Alegre • Poemas de Deus e do diabo, José Régio
• Como veias finas na terra, Paula Tavares
Unidade 4

José Saramago • O vendedor de passados, José Eduardo Agualusa


Memorial do convento • Cem anos de solidão, Gabriel García Márquez
• Nós matámos o cão-tinhoso, Luis Bernardo Honwana
• Se isto é um homem, Primo Levi
• Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, Pablo Neruda

José Saramago • O vendedor de passados, José Eduardo Agualusa


O ano da morte de Ricardo • Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis
Reis • As velas ardem até ao fim, Sándor Márai
• Nome de guerra, Almada Negreiros
• 1984, George Orwel
• Istambul, Orhan Pamuk
• Balada da praia dos cães, José Cardoso Pires

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PROJETO
DE LEITURA SOU UM LEITOR DE...

• Fome, knut Hamsun, Martin Ernstsen (ilustração)


Publicado originalmente em 1890, o romance Fome, do prémio Nobel da Literatura Knut
Hamsun, foi adaptado para novela gráfica, numa abordagem fiel ao original, por Martin
Ernstsen. Esta história é protagonizada por um jovem escritor que deambula faminto e
delirante pela cidade de Kristiania (atual Oslo) – «essa cidade curiosa donde ninguém parte
sem levar consigo uma marca indelével» –, nos finais do século XIX.
O resultado proporciona ao leitor uma experiência estética e literária singular, tenha ou
não lido o romance original.

• O combate quotidiano, Malu Larcenet


Este livro é o primeiro volume de O combate quotidiano, do autor e ilustrador francês
Malu Larcenet, uma ficção de viés autobiográfico, na qual se mistura um certo humor e uma
tocante reflexão sobre as pequenas coisas da vida. Marco, um fotógrafo de meia-
-idade, é o protagonista que decide abandonar a cidade para ir viver no campo, travando
assim um «combate» interior e diário para lidar melhor com as várias áreas da sua vida:
o trabalho, as angústias, a mulher, o passado…

• No início eram dez…, Agatha Christie, Pascal Davoz (argumento), Callixte


e Georges van Linthout (desenho)
No início eram dez… trata-se da adaptação para BD de um dos maiores bestsellers de
ficção de mistério de Agatha Christie. Em Portugal, o romance original foi editado com dois
títulos – Convite para a morte, 1948, e As dez figuras negras, 2003. «Uma intriga em
ambiente fechado que nos faz suster a respiração até à última página. Oito convidados para
uma ilha, que se juntam a um casal de empregados. Ninguém conhece ninguém. Uma curiosa
lengalenga que encadeia a morte sucessiva de dez soldados… A tempestade ruge,
a tensão atinge o auge. O que pode esconder este estranho encontro? E quando chegarão os
anfitriões, o senhor e a senhora O’Nyme?».

• Os olhos do gato, Moebius & Jodorowsky


Os olhos do gato é um verdadeiro poema visual, de uma simplicidade e crueldade
enganadoras, que mostra uma utilização inovadora dos mecanismos narrativos da banda
desenhada e do cinema. Uma obra de culto, poética e mística, que, mais de 40 anos após a
sua publicação original, mantém intacto todo o seu fascínio.

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• Nome de guerra, Almada Negreiros
«Não te metas na vida alheia se não queres lá ficar» é a moralidade que se retira deste
romance de Almada Negreiros. Escrito por um autor que não se considerava um romancista,
Nome de guerra conta a história de Antunes, a sua viagem até Lisboa para se iniciar nas
apodadas «provas masculinas», dos seus encontros com Maria e, principalmente, com Judite,
de tal forma marcante que para si o corpo nu de mulher foi o mais belo espetáculo que os
seus olhos viram em dias de sua vida.

• Para onde vão os guarda-chuvas, Afonso Cruz


«Para onde vão os guarda-chuvas? São como as luvas, são como uma das peúgas que
formam um par. Desaparecem e ninguém sabe para onde. Nunca ninguém encontra guarda-
-chuvas, mas toda a gente os perde. Para onde vão as nossas memórias, a nossa infância,
os nossos guarda-chuvas?» Este romance de Afonso Cruz, com o Oriente efabulado como pano
de fundo, desperta no leitor memórias e reflexões sobre a vida – a perda da inocência,
simbolizada na história das crianças que deixaram de acreditar no Pai Natal; os sonhos
humanos mais insondáveis, metaforizados no homem que queria ser invisível; a liberdade,
representada na mulher cujos cabelos fogem da gaiola… Enfim, é uma sublime oportunidade
para refletir sobre o que perdemos, o que encontramos e o que esperamos alcançar na vida.

• 2001: odisseia no Espaço, Arthur C. Clarke


Um dos grandes clássicos da ficção científica, 2001: odisseia no Espaço é «uma viagem
espacial de tirar o fôlego», cujo objetivo é procurar evidências de que o ser humano não está
sozinho no Universo. A bordo da nave estão navegadores, astronautas e um
supercomputador, Hal, agente crucial para o sucesso da missão, cujo sistema operativo é
análogo ao cérebro humano. As perguntas científicas inerentes à expedição desencadeiam
outras: Que lugar ocupa o Homem na complexa estrutura do infinito? O que é o tempo,
a vida, a morte? Trata-se, pois, de «uma expedição aos confins do Universo e da alma, na qual
passado, presente e futuro se mesclam num contínuo enigmático».

• Quarenta e três, José Gardeazabal


Na primeira página lê-se: «Trata este livro da luta entre o amor e o sexo, e a suspeita de
que não será o melhor dos dois a sair vencedor. O amor, distante, e o sexo, já se sabe,
perigoso e próximo. Ela, Heller e o mundo entre eles, o triângulo é amoroso e imperfeito.»
Quarenta e três foi publicado em 2021 e «é, sobretudo, uma viagem pela literatura
universal», como refere José Riço Direitinho (Público, 4 de fevereiro de 2022).

• Sei porque canta o pássaro na gaiola, Maya Angelou, Luís Henriques


(ilustração)
Grandioso livro de memórias, publicado em 1969. Maya Angelou relata, de forma
inspiradora, a sua infância e juventude, nos anos 30 e 40, e devolve-nos a sua visão sobre a
violência e a crueldade do racismo. É um comovente retrato da comunidade negra dos
Estados Unidos, durante a segregação, e um testemunho de persistência e coragem rumo à
emancipação. Um clássico americano que perpassa gerações.

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• O dia cinzento e outros contos, Mário Dionísio
Publicado em 1944, O dia cinzento e outros contos marca a diminuta obra ficcional
publicada por Mário Dionísio, autor que dedicou grande parte da sua produção literária à
poesia. Nesta compilação de contos, exploram-se hábitos sociais que contrastam com a
ingenuidade, os medos e as humilhações das personagens. Também as suas tragédias
pessoais, sejam elas doenças ou violentas interrupções das suas rotinas, são analisadas a
partir de uma visão intensa e marcante, por vezes pautada pela nostalgia e introspeção.

• Estórias de dentro de casa, Germano Almeida


A virilidade e a feminilidade assumem-se como os principais focos desta pequena
coletânea de contos do autor oriundo da ilha da Boavista, em Cabo Verde. Em «In
memoriam», «As mulheres de João Nuno» e «Agravos de um artista», o autor explora a
identidade cultural cabo-verdiana, a posição do homem e da mulher na sociedade e as
tentativas de alcançar a igualdade de género, assentes na progressiva ascensão da posição
da mulher e nas diferentes perspetivas existentes em relação à virilidade.

• Nós matámos o Cão-Tinhoso, Luís Bernardo Honwana


Compilação publicada em 1964 que reúne os contos escritos pelo autor enquanto esteve
preso. O recurso a termos moçambicanos em detrimento do português demarca uma
posição de rebeldia e oposição ao regime colonizador, à discriminação, exploração e
segregação social que caracterizaram a presença portuguesa em Moçambique. O cão
tinhoso surge como um verdadeiro símbolo de uma sociedade colonial em decadência,
prestes a ser derrubada para dar lugar a um futuro purificado e expurgado desses defeitos.

• As mil e uma noites, Anónimo


Famosa compilação de histórias provenientes do Médio Oriente e sul da Ásia, de autor
desconhecido. Cada história é contada noite após noite pela bela rainha persa, Xerazade,
adiando assim por mais um dia a sentença de morte decidida pelo sultão Shariar, seu esposo.
As narrativas vão-se sucedendo, sempre pautadas por elementos de magia e fantasia, tendo-
-se imortalizado algumas das histórias mais populares de sempre como Aladino e a lâmpada
mágica, Ali Babá e os 40 ladrões e As sete viagens de Sindbad, o Marinheiro.

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• Ficções, Jorge Luis Borges
A eternidade, o tempo e o próprio infinito são as principais temáticas destes dezassete
contos, nos quais a capacidade inventiva e criativa do autor se evidencia. Contos como
«A biblioteca de Babel» transportam o leitor para mundos metafísicos e de fantasia, em que
o universo é visto como uma biblioteca infindável repleta de livros indecifráveis. Este é
igualmente o tema presente em «Funes, o Memorioso», que nos fala de um rapaz, também
ele uma biblioteca incompreensível e indecifrável, pela sua memória prodigiosa e
incapacidade de pensar e articular o que sabe.

• Contos de São Petersburgo, Nikolai Gógol


Considerado como um dos maiores escritores russos do século XIX e responsável pela
introdução do realismo na literatura russa, Nikolai Gógol dedicou-se a narrativas em que
predominam a crítica à sociedade da altura, pautada pela manutenção da aparência de
elegância fria da capital e a constante procura de ascensão social através do trabalho.
A sátira presente em contos como «O capote» e «O nariz» explora os defeitos e as
fraquezas dessa sociedade mesquinha, através das diferentes perspetivas das
personagens, num estilo que mistura o cómico e o absurdo.

• Contos, Franz Kafka


Numa obra prolífica em contos, publicados maioritariamente a título póstumo, são
evidentes os traços de uma escrita intensa e sarcástica, com alguns elementos do realismo
literário. Neles são comuns alguns traços, nomeadamente o conflito entre as influências e
entidades sociais e personagens singulares, plenamente submersas num universo
caracterizado como frio e atormentador. Em alguns dos seus contos, merecem destaque a
angústia que pauta a existência destas personagens e a minúcia com que o autor narra eventos
fora do comum.

• O tempo envelhece depressa, Antonio Tabucchi

O tempo assume-se como a principal temática desta coletânea de contos. Em qualquer


um deles, é patente o conflito das personagens com o tempo e a sua inconstância, com os
fantasmas que parecem trazer do passado. Esse desnorteio do tempo afeta desde o ex-
-agente da República Democrática Alemã que vagueia sem sentido, ao oficial da ONU
exposto a urânio que procura ver e ensinar a ver o futuro nas nuvens, assim como ao
homem que engana a solidão contando histórias a si mesmo.

• A casa assombrada e outros contos, Virginia Wolf


Compilação de dezoito contos publicados em 1944 após a morte da autora. A religião,
a autorreflexão e a incerteza são apenas algumas das temáticas abordadas nesses contos.
Também a natureza e a relação das personagens com a mesma é retratada de forma a criar
um cenário análogo ao de um quadro, no qual as pessoas e suas conversas são rapidamente
absorvidas pela envolvência das cores, movimento e formas do jardim onde se encontram.

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• Uma cana de pesca para o meu avô, Gao Xingjian
Coletânea de contos escritos entre 1983 e 1990, baseados em diferentes fases da vida
do autor galardoado com o prémio Nobel da Literatura em 2000. Através das diferentes
narrativas, o leitor é convidado a entrar nos seus sonhos mais íntimos e nas suas
recordações, desde a infância à sua vida adulta, nas diferentes transições da sua vida, ainda
que sempre pautadas por uma certa sensação de ansiedade em momentos habitualmente
de tranquilidade e descontração.

• Ninguém sabe onde está, Luís Maio


Coletânea de crónicas escritas por Luís Maio desde que se tornou jornalista de viagens,
no início do século. O livro reúne textos escritos na primeira pessoa, de cariz autobiográfico,
que frequentemente integram elementos de ensaio e ficção, facilmente identificáveis
como memórias de experiências pessoais e únicas, fruto de quem passa muito tempo a
viajar. Ninguém sabe onde está foi publicado em 2017.

• Os crimes da rua Morgue e outros mistérios de Auguste Dupin, Edgar Allan Poe
São três as narrativas protagonizadas por Auguste Dupin, um homem perspicaz,
inteligente e algo inusitado, que se torna detetive ao longo das histórias.
Auguste Dupin, considerado o precursor do detetive Sherlock Holmes, e as suas histórias
constituem a primeira narrativa de ficção de detetives e uma das primeiras obras da
literatura policial de sempre.

• Arsène Lupin: gentleman ladrão, Maurice Leblanc


Coletânea de nove contos cujo protagonista é Arsène Lupin, um exímio assaltante que,
desde tenra idade, revelara este seu talento. Dotado de uma personalidade sui generis,
Arsène Lupin é uma personagem carismática e interessante, uma vez que associa à sua falta
de escrúpulos um código de honra que o leva a defender sempre os mais frágeis, além da
vivacidade e do sentido do humor que também o caracterizam.

• Memórias de um craque, Fernando Assis Pacheco


Coletânea de crónicas, inicialmente publicadas no jornal Record em 1972, da autoria de
Fernando Assis Pacheco, e reunidas agora num livro para os amantes do futebol.

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• As velas ardem até ao fim, Sándor Márai
Considerada como uma das grandes obras húngaras do século XX, As velas ardem até ao
fim é a história de dois grandes amigos que se reúnem após 40 anos sem se verem. A sede de
vingança, a exploração de memórias e dos refúgios do passado traçam a união singular que
existe entre estas duas personagens. O cenário imponente, num castelo anteriormente palco
de grandes saraus, assim como o ambiente tenso do início do século XX, marcado pelas
primeiras perturbações geopolíticas que culminariam na Primeira Guerra Mundial,
acentuam a intensidade da história e do seu desfecho.

• O vendedor de passados, José Eduardo Agualusa


A única coisa que em mim não muda é o meu passado: a memória do meu passado
humano. O discurso na primeira pessoa apresenta-nos os pensamentos de uma osga que
vive na oficina de Félix, um homem albino que se dedica a vender passados à recém-criada
burguesia angolana. Um estranho ofício e a relação improvável entre Félix e a osga
permitem ao autor traçar um retrato irónico de uma sociedade angolana ainda em
construção, sedimentada em ilusões e na ideia da memória enquanto algo mutável,
facilmente manipulado e comprado.

• A árvore das palavras, Teolinda Gersão


A difícil relação entre Portugal e Moçambique antes da guerra colonial é retratada neste
romance pela história de Guida e da sua adolescência passada entre a casa preta, tão
caracteristicamente moçambicana, e o refúgio das amarguras da casa branca, onde vive com
a sua mãe Amélia. A recusa de Amélia em criar raízes evidencia o choque cultural e o
desdenho do país colonizador em relação à identidade e paisagens africanas, que contrasta
fortemente com a naturalidade com que Guida se assume africana e não como uma cidadã
da metrópole imperial.

• Saramago, os seus nomes: um álbum biográfico, Alejandro García Schnetzer


e Ricardo Viel
No prefácio do livro Saramago, os seus nomes: um álbum biográfico, publicado em 2022,
ano do centenário do nascimento do autor, António Guterres afirma que confia que «Esta
fotobiografia contribuirá […] para que mais leitores relembrem ou descubram a exortação a
que “os cidadãos comuns tomem a palavra e a iniciativa” – e não prescindam nunca desse
direito.».

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• Madame Curie, Ève Curie
Madame Curie é a biografia de Marie Sklodowska-Curie, a primeira cientista mulher a
receber aclamação internacional e um dos nomes cimeiros da investigação científica do
século XX. Escrita pela sua filha, Éve Curie, esta notável e inspiradora biografia descreve «as
suas conquistas nas ciências, os seus trabalhos pioneiros em torno da radioatividade e o
modo como lhe valeram dois prémios Nobel, da Física, em 1903, e da Química, em 1911».
Descreve também «as memórias da infância na Polónia, do casamento em Paris com Pierre
Curie, seu companheiro de vida e de laboratório, e das polémicas que marcaram os seus
últimos anos, antes de morrer vítima do elemento a que havia consagrado toda a vida».

• Salgueiro Maia: das guerras em África à Revolução dos Cravos,


Moisés Cayetano R.

«Salgueiro Maia foi o retrato desse povo, que é o que Portugal tem de melhor. (…)
Foi esse povo que fez Portugal. E, nele, os soldados de Portugal. Sem ele e eles os chefes
mais ilustres não teriam triunfado, os políticos mais brilhantes não teriam vencido, os
empreendedores mais visionários não teriam criado.» (Do prefácio de Sua Excelência,
o Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa)

• Aristides de Sousa Mendes: um homem de coragem, José Jorge Letria e Alex


Gozblau (ilustração)

José Jorge Letria escreveu uma história, ilustrada por Alex Gozblau, sobre Aristides de
Sousa Mendes, o «homem de coragem» que marcou a História de Portugal e será para sempre
lembrado como um herói «pela forma como desafiou o regime de Salazar ao atribuir milhares
de vistos de entrada em Portugal a pessoas de várias nacionalidades que tentavam fugir de
uma França prestes a ser invadida pelas tropas alemãs, durante a Segunda Guerra Mundial.
O cônsul português, que acabou por ser condenado ao ostracismo pelo Estado, num ato de
vingança do salazarismo, é hoje um exemplo de humanismo que mostra que os valores da
dignidade humana se devem sobrepor à arbitrariedade de regimes totalitários».

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• Sete lições e meia sobre o cérebro, Lisa Feldman Barrett
Lisa Feldman Barrett, neurocientista e autora de Sete lições e meia sobre o cérebro,
apresenta, de forma acessível a todos os leitores, as mais recentes descobertas da
neurociência, nomeadamente como se originaram os cérebros, como se estruturam e de
que modo trabalham em conjunto com os outros cérebros para criar todas as nossas
experiências. As breves lições são sete, com direito a um bónus – uma pequena história
sobre o modo como os cérebros evoluíram. Sete lições e meia sobre o cérebro «surge para
tornar este órgão complexo em algo mais simples, com factos curiosos sobre a natureza
humana» (Diário de Notícias, Sara Azevedo Santos, 19 de abril de 2022).

• A vida contada por um Sapiens a um Neandertal, Juan José Millás e Juan Luis
Arsuaga

A vida contada por um Sapiens a um Neandertal leva-nos até à origem e devolve-nos ao


presente, sob nova luz, graças à sabedoria de Juan Luis Arsuaga e à genealidade de Juan
José Millás. A sabedoria do paleontólogo alimenta, neste livro, a genialidade do escritor.
Arsuaga, o sapiens, e Millás, o neandertal, segundo ambos se descrevem, formam a dupla
perfeita entre ciência e literatura, para nos levarem numa viagem absolutamente
memorável. Quem somos, de onde viemos e para onde caminhamos? Porque somos como
somos e o que nos fez chegar onde estamos? São estas algumas das perguntas inevitáveis
suscitadas pela leitura deste livro.

• A vida na terra: uma breve história, Henry Gee

A vida na Terra: uma breve história, publicada em 2022, é uma obra que gravita à volta
do tema da extinção. Henry Gee, paleontólogo e autor do livro, refere que «À luz da escala
de tempo geológico, o legado humano será um nada. Então o que nos resta, no tempo em
que andamos por cá, é tornar a nossa existência efémera o mais agradável possível, para
nós e para as demais espécies.» (Público, Andréia Azevedo Soares, 29 de maio de 2022).

• 101 vozes pela sustentabilidade: por um desenvolvimento responsável,


Alexandre Fernandes [et al.] e António Guterres

Em 101 vozes pela sustentabilidade: por um desenvolvimento responsável, coordenado


pelo Iscte Executive Education e publicado em 2022, fazem-se ouvir as vozes de 101
personalidades portuguesas que partilham as suas visões de sustentabilidade para o futuro
de Portugal. A sustentabilidade exige compromissos e este é um livro sobre como podemos
mudar a nossa mentalidade e fazer diferente.

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• Obra poética, Rui Knopfli
Precursor da nova poesia moçambicana, Rui Knopfli tem uma obra marcadamente
dividida entre as influências europeias e as suas raízes africanas. Essa dualidade, aliada à
forte aspiração cosmopolita da sua poesia, condicionam o seu regresso às origens, a uma
pátria na qual se sente estrangeiro: «Cansados de tantas pátrias, de pátrias / rejeitados, na
pátria indesejados, / silentes volvemos, vultos espectrais / no mar lento de negrume e
escombros, / ao cais cinzento do destino original, / às exéquias do sonho em campa
anónima».

• Obra poética, David Mourão-Ferreira


Personalidade literária de vulto da Geração de 50, autor multifacetado, David Mourão-
-Ferreira escreveu contos, novelas, crónicas, teatro e poesia. É enquanto poeta que se
destaca, pela mestria técnica e recusa da utilização da poesia para fins sociais, característica
do Neorrealismo. Na sua obra, foca-se em temas como a efemeridade do ser humano e a
sua necessidade de amar para que exista e não apenas porque existe; a falta de raízes do
indivíduo que o segurem à vida e o seu receio da morte.

• Clepsydra, Camilo Pessanha


Com uma obra claramente influenciada pela falta de saúde e por uma vivência algo
segregada, em Macau, onde viveu parte da sua vida, Camilo Pessanha opta por um estilo
subtil e fluido de manifestação de sentimentos e sensações, contrariando a tendência
confessional preconizada por autores do Romantismo, alinhando-se assim a sua obra com
a corrente simbolista de inspiração baudelairiana. Em Clepsydra, a melancolia e a
instabilidade da alma aliam-se a sentimentos de pessimismo e de angústia, próprios de uma
época de decadência. Propenso ao sonho, pensa por associação de ideias, convidando
assim o leitor a interpretar os seus estados de alma e a sua simbologia.

• Como se desenha uma casa, Manuel António Pina


«Primeiro abre-se a porta / por dentro sobre a tela imatura onde previamente / se
escreveram palavras antigas: o cão, o jardim impresente, / a mãe para sempre morta». Na
obra de Manuel António Pina, o desenho surge como uma metáfora para a própria criação
literária e a memória como um veículo para o regresso às origens. A reconstrução baseada
nas imagens e nas recordações assume-se como o principal tema da obra.

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• Poemas de Deus e do Diabo, José Régio
Graças à riqueza artística da sua produção literária – que se evidenciou nos mais diversos
géneros – José Régio destacou-se como uma das principais figuras da cultura portuguesa.
Em Poemas de Deus e do Diabo introduz aquelas que viriam a ser as principais temáticas
presentes em toda a sua obra, que se caracterizaria pela igual capacidade de atrair e repelir
quem a lesse sem nunca deixar ninguém indiferente. Os conflitos entre Deus e o Homem, a
sinceridade e o logro, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade destacam-se como
algumas das obsessões presentes na sua obra.

• Indícios de oiro, Mário de Sá-Carneiro


Considerado como uma das grandes figuras do Modernismo – juntamente com
Fernando Pessoa e Almada Negreiros – Mário de Sá-Carneiro desenvolve uma obra centrada
no eu e no seu destino trágico, que culminaria com o suicídio real do autor. Os versos «Não sei
aonde vou, nem vejo o que persigo … / Já não é o meu rastro o rastro d'oiro que ainda sigo…»
refletem alguma frustração numa poesia marcada pelo narcisismo e pela perseguição dos
fantasmas da infância, que evoluiria para uma fase de não realização e abandono, como se a
imagem tão procurada em criança no caleidoscópio se dissolvesse na sua constante rotação.

• Antologia poética, Carlos Drummond de Andrade


O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar. Considerado como uma das maiores
figuras do Modernismo, o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade produziu uma
obra inspirada nos factos simples e cenários do quotidiano, marcada por uma boa dose de
ironia, sarcasmo e humor, mas em que perpassa a reflexão sobre o sentido da vida. O destino
do homem num mundo que parece cada vez mais marcado pela negatividade e em que o
indivíduo entra em conflito com uma sociedade preconceituosa e restritiva determina a
necessidade de sobrevivência à dor e à opressão.

• O osso côncavo e outros poemas, Luís Carlos Patraquim


Integrado numa geração literária formada, na sua maioria, após a independência de
Moçambique, Luís Carlos Patraquim segue uma linha distinta da até então criada, orientada
por sentimentos revolucionários e de afirmação nacionalista. Livre de constrangimentos,
dedica a sua obra à procura e compreensão do seu próprio ser, aliando--o afetivamente à
paisagem moçambicana. O amor e o erotismo, assim como a interrogação dos sentidos,
apelam o leitor a entrar numa viagem, através das palavras, pelas misérias sociais, assim como
pelas memórias do sujeito poético.

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• Como veias finas na Terra, Paula Tavares
«O facto de dormimos na mesma esteira não significa que temos os mesmos sonhos»,
provérbio burkinabe que demonstra a riqueza poética presente na obra de Ana Paula
Tavares, reconhecida poetisa angolana. Numa mistura de influências europeias com as
raízes da sua terra natal, sejam elas a poesia escrita, sejam os provérbios passados de boca
em boca, explora temas que já lhe são conhecidos, entre eles a paisagem africana e a visão
e compreensão da mulher do mundo.

• Poesia em viagem, Blaise Cendrars


Considerado como o primeiro poeta cidadão do mundo, Blaise Cendrars deixou uma obra
que se mistura com a sua própria vida, as memórias por vezes confundem-se com os sonhos
e a imaginação. À sua poesia, são transversais temas como a amizade, a coragem, o terror
e a loucura dos homens, persistentes e temerários na sua forma de viver e nas aventuras
em que embarcam. Em «A prosa do transiberiano», como noutros poemas, são evidentes
características como a heterogeneidade de imagens, a procura pelo dinamismo e pela
eliminação dos elementos estáticos da escrita.

• Antologia poética, Federico García Lorca


Federico García Lorca evidenciou-se tanto pela produção dramática, como pela sua
poesia, marcadamente caracterizada pelo sentimento trágico relativo à vida, típica dos
autores da época, que procuravam equilibrar a influência popular com uma vertente mais
erudita. Numa obra que se poderia considerar como estando dividida em dois grandes
momentos, podemos destacar, numa primeira fase, temas como a tristeza e os amores sem
esperança e, posteriormente, o foco nas minorias sociais e a sua incompatibilidade com a
sociedade em geral, elevadas a um nível de pleno mito literário e abordadas com uma grande
carga emotiva.

• Poemas e prosas, Konstandinos Kavafis


Estrangeiro na terra onde sempre viveu, Konstandinos Kavafis publicou essencialmente
em revistas literárias e folhetins, sendo que o seu primeiro livro apenas foi publicado após a
sua morte. Com uma obra fortemente marcada pelo perfeccionismo, destacam-se entre as
suas principais temáticas a incerteza em relação ao futuro e a nostalgia com um toque de
fatalismo, a moral dos indivíduos, mas também a homossexualidade e a sensualidade. Por
vezes controverso, Kavafis inspirou-se em experiências pessoais, assim como no seu
profundo conhecimento da história helénica.

• Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, Pablo Neruda


Sem dúvida uma das obras mais célebres do antigo político e embaixador chileno que
escrevia com o pseudónimo Pablo Neruda e que se imortalizou como um dos poetas de maior
relevo do século XX. Vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1971, publica aos 19 anos a
coletânea de poemas que o início da sua fama, numa obra em que se celebra a Mulher e a
Natureza, havendo uma clara identificação do corpo feminino com o mundo natural.

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• Antologia poética, Octavio Paz
Vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1990, o mexicano Octávio Paz destaca-se
não só pelo seu papel enquanto embaixador, mas também pela sua obra enquanto poeta e
ensaísta. Apesar de, numa fase inicial, se ter dedicado a temas de cunho social, transitou
para uma poesia de forte cariz esotérico. Focando-se na tentativa de fuga ao tempo, recorre
ao poder sugestivo das artes plásticas e à sua expressividade para o desenvolvimento de
uma obra em que é clara a opção do autor por uma via distinta das fórmulas mais tradicionais
da poesia, culminando na criação dos seus «topoemas».

• Folhas de erva, Walt Whitman


Coleção de poemas do autor americano, que até à sua morte se dedicou à constante
revisão de Folhas de erva, resultando assim na existência de várias edições da mesma.
Contrariamente à tendência dos poetas da sua época, Walt Whitman foca-se no corpo e no
mundo material, abordando-os com uma candura pouco usual para a altura e evitando as
fórmulas até então utilizadas, com recurso ao simbolismo, à alegoria e à preferência pela
espiritualidade e religião. Nivela a mente e materialidade da forma humana, considerando
ambas como merecedoras de elogios poéticos.

• O olhar diagonal das coisas, Ana Luísa Amaral


O olhar diagonal das coisas, antologia editada em 2022, reúne toda a obra poética de
Ana Luísa Amaral, desde o livro inaugural da poeta, «Minha Senhora de Quê», publicado
em 1990, até ao muito recente «Mundo», editado em 2021. No posfácio deste livro,
a professora catedrática jubilada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,
Maria Irene Ramalho, salientou que «a verdade é que qualquer novo poema, ou conjunto
de poemas, altera o todo-em-curso. E todos os poemas exigem nova leitura».

• As evidências, Jorge de Sena


As Evidências, vinte e um sonetos de um poema só, exigiram várias visitas de Jorge de
Sena à censura, visto que estes poemas revelavam de forma subtil o seu inconformismo.
Silvina Rodrigues Lopes, no prefácio ao texto, refere que «O que em As Evidências de
Jorge de Sena aparece como anticonformismo e revolta não o leio como um traço de
personalidade, como leitura da realidade ou como uma manifestação direta de conceções
sociais e políticas. É evidente que tudo isso lá está, mas o salto para fora é que faz acontecer
o poema e, com este, uma individuação não figurável.»

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• Poemas, Friedrich Nietzsche
Friedrich Nietzsche é um dos filósofos mais emblemáticos do século XIX. As suas
reflexões caracterizam-se por uma violenta crítica aos valores da cultura ocidental.
Estendeu o seu pensamento além da filosofia, tendo-se dedicado à literatura, poesia e
belas-artes. Sobre Poemas, de Friedrich Nietzsche, com seleção, tradução, prefácio e notas
de Paulo Quintela, há muito para fruir e refletir – «Não o teres derrubado ídolos: teres
derrubado a idolatria em ti, foi essa a tua coragem.».

• Overdrive: poesia [07.21], Alexandre Sarrozola


Overdrive reúne num volume a poesia de Alexandre Sarrazola: Thaumatrope, View
Master, Fade Out, menção honrosa do Prémio Vasco Graça Moura, instituído pela Imprensa
Nacional, MACH e Mustang, sendo este último livro inédito.
Direção literária de Jorge Reis-Sá.
Prémio Especial do Júri no Taipei International Design Awards.

• Menina Júlia, August Strindberg


Inicialmente publicada em 1888, a peça encena uma noite de verão em que uma jovem
aristocrata e o seu serviçal exprimem o seu descontentamento com a sua posição na
sociedade. A instabilidade patente no comportamento destas personagens, a evidente
disparidade entre classes sociais e géneros, assim como a alternância de poderes que vai
ocorrendo, conferem a este drama um verdadeiro conflito ético de desfecho trágico.

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• Auto-retrato do escritor enquanto corredor de fundo, Haruki Murakami
Num misto de diário com autobiografia, Haruki Murakami dá-nos a conhecer as suas
reflexões sobre a corrida, a escrita, o seu gosto pela música e o passar do tempo.
A concomitância da sua preparação para a Maratona de Nova Iorque e a decisão de se
dedicar à escrita, deixando para trás os clubes de jazz, levam o autor a articular as suas
obsessões, a corrida e a escrita, focando-se especialmente na influência da primeira na sua
obra. Um acesso inédito a algumas das reflexões pessoais de um autor que apesar da sua
legião de admiradores, assume uma postura reservada perante o seu público.

• 1984, George Orwell


«Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força»: os três slogans do partido que
impera num regime totalitário e repressivo em que a identidade individual é suplantada pelas
necessidades do regime. A ausência de privacidade e de liberdade de ideias, assim como a
manipulação da realidade, dominam a sociedade liderada pelo Grande Irmão, que a todos vigia
sem nunca se revelar.

• Uma luz na noite escura: a solidão e a capacidade de estar só, João Carlos
Melo

João Carlos Melo é médico psiquiatra e autor de Uma luz na noite escura: a solidão e a
capacidade de estar só, publicado em 2022. O livro dá-nos a conhecer experiências de solidão
vividas quer por personalidades quer por pessoas anónimas, introvertidas e extrovertidas,
alegres e tristes, mais fortes ou mais frágeis, que sucumbiram à solidão ou que aprenderam
a estar sós na sua própria companhia.

• O futuro da Terra explicado a quem pensava que o compreendia, Luís M.


Aires

«O livro que todos devem ler.» refere Luís Mendonça de Carvalho – Biólogo, Diretor-
-Fundador do Museu Botânico do Instituto Politécnico de Beja, e autor do livro Portugal
Botânico de A a Z – Plantas Portuguesas e Exóticas, a respeito de O futuro da Terra explicado
a quem pensava que o compreendia, de Luís M. Aires, doutor em ciências, com formação
em física, química, biologia e didática das ciências. Uma abordagem científica sobre a
resiliência da vida na Terra e sobre o funcionamento da biosfera, com vista a preservar o
futuro da espécie humana (e de outras) nesta extraordinária experiência cósmica.

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• Juntos é melhor: uma pequena história inspiradora, Simon Sinek Ethan M.
Aldridge (ilustração)

Juntos é melhor é verdadeiramente uma pequena história inspiradora para os leitores


(crianças e/ou adultos) que procurem a motivação necessária para perseguir um qualquer
sonho. No caso, são três amigos que vão à procura de um novo parque de jogos. Seria assim
tão divertido se o fizessem sozinhos, cada um por si? O enfoque está na importância de
construir e cultivar relações humanas fortes, saudáveis, respeitosas e amorosas, com
alicerces firmes na união, cooperação e confiança entre os seres.

• Almanaque do céu e da Terra, Cristina Carvalho e Carlos Fiolhais (revisão


científica)

Yvette Centeno refere «O livro é escrito com a sua mão livre, e o pensamento mais livre
ainda. Previne: não se procure ciência, mas prazer, o êxtase de ser, entre a terra e o céu, entre
as nuvens e os mares, criaturas que vivem num planeta que não será eterno, mas que tem na
existência momentos de fulgor que nos interpelam e aos quais respondemos, cada qual à sua
maneira, até que chegue a hora de sermos a tal poeira cósmica, o pó de ouro de que se
alimentam os astros e os deuses.» (Jornal Tornado, Yvette Centeno, 27 de dezembro de 2020).

Em que nos pode ajudar um livro escrito assim? Em avançar no gosto da leitura, com a tal
curiosidade de que falam filósofos e cientistas: sem curiosidade nada somos.

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• Em busca do tempo perdido: do lado de Swann, Marcelo Proust
Considerada simultaneamente como uma história da época e uma história da consciência,
Em busca do tempo perdido é uma obra que alterna as observações externas e a introspeção do
autor. A história, escrita na primeira pessoa por um narrador em muito semelhante ao próprio
autor, aborda temas como o amor, o ciúme, a morte e, sobretudo,
as memórias de um tempo que se busca, mas que permanece inacessível. Através da escrita,
o autor tenta apreender a essência de uma realidade escondida no inconsciente e recriada
pelo pensamento, numa fuga permanente às leis do tempo.

• Calçada do Sol: diário desgrenhado de um homem qualquer nascido no


princípio do século XX, José Gomes Ferreira
A Calçada do Sol parecia uma espécie de aldeia que os homens se tinham esquecido de
levar para fora de Lisboa. Uma aldeia escondida numa colina onde os doentes da Baixa de
1900 iam convalescer do cansaço das doenças difíceis. Memórias do autor que aos quatro
anos se muda do Porto para Lisboa e cuja obra se caracterizou por um particular envolvimento
com a Natureza e pela responsabilidade para com o indivíduo. Manifesta um sentimento de
remorso e de protesto relativo à passividade perante males alheios, apontando um dedo
acusador não só à sociedade, mas também a si próprio, em modo de autocensura.

• Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis


Narrado a partir da perspetiva de um morto, a obra explora as desventuras amorosas e
as ambições políticas que dominaram a vida pouco heroica de Brás Cubas. Essa visão única,
caracterizada pela ironia e cinismo, permite ao morto analisar os caprichos da sociedade
carioca do século XIX, marcada pela forte cisão entre a elite – dona de escravos e políticos –
e os escravos, assim como por relações entre classes que aspiram à ascensão política,
económica e social.

• Retalhos da vida de um médico, Fernando Namora


Narrado na primeira pessoa, Retalhos da vida de um médico é um conjunto de
fragmentos sem ordem cronológica, nos quais um médico relata as dificuldades com que se
depara para ser aceite pela população da aldeia. Considerado como um dos marcos do
realismo da literatura portuguesa, a obra reflete um pouco da experiência do autor
enquanto clínico, as suas reações – pautadas ora pela ironia, ora pelo cansaço – ante o
subdesenvolvimento, avareza e desconfiança com que era recebido nas povoações onde
exercia a sua profissão.

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• Se isto é um Homem, Primo Levi
Ao ser levado para o campo de concentração de Auschwitz, Primo Levi vê-se reduzido
a uma condição sub-humana. Despojado da sua própria identidade e nome – substituído
por um mero número – é forçado a entrar numa rotina extrema, em que a fome, a sede
e o trabalho até à exaustão são constantes. Um relato do dia a dia de um prisioneiro que
enaltece a força humana e a capacidade de sobrevivência e superação, mesmo quando a
dignidade humana é constantemente posta em causa.

• Istambul, Orhan Pamuk


Escrita numa fase, considerada pelo autor, de verdadeira crise, Istambul é uma
autobiografia na qual Orhan Pamuk aborda diversas temáticas num registo marcadamente
melancólico. O encontro entre o Ocidente e o Oriente no início de século XX assinala a
viragem para a Turquia moderna em 1923. Pela interligação das memórias do autor com
relatos de outros artistas de Istambul, ficamos a conhecer um país que, apesar da tentativa
de transição para a era moderna, continua a manifestar o apego ao passado, aos seus
costumes e as suas tradições, tão evidentes no espírito turco.

• Balada da praia dos cães, José Cardoso Pires


A descoberta casual de um cadáver numa praia dá início à investigação do assassinato do
major Luís Dantas Castro, preso político que conseguira escapar da prisão. Cabe a Elias
Santana, chefe de brigada da Polícia Judiciária, apurar as causas que levaram ao homicídio
do major. Com uma ação centrada na década de 1960, Balada da praia dos cães retrata a
sociedade portuguesa em plena ditadura salazarista, focando-se na realidade política e
social, mas também nos métodos utilizados pela polícia em pleno Estado Novo.

• Cem anos de solidão, Gabriel García Márquez


Apesar de a sua publicação ter sido inicialmente negada, Cem anos de solidão é lançado
em 1967 pela editora sul-americana, tendo-se tornado num dos maiores marcos da
literatura hispano-americana. A narrativa centra-se na história da família Buendía ao longo
de sete gerações na vila de Macondo, fundada por José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán no
meio da selva. A vida desta família, ao longo de cem anos, iniciada numa relação incestuosa,
será pautada pela solidão e por uma constante relação entre o seu quotidiano e a fantasia.

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