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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR E DESENVOLVIMENTO - CESED

CENTRO UNIVERSITÁRIO – UNIFACISA


CURSO DE PSICOLOGIA

AYRTON BARBOSA MARQUES


CAROLINE RAMALHO CAVALCANTI VASCONCELOS
DANIEL LUCAS GALVINO VIEIRA
MARIANA LEAL DIAS

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo descrever as experiências vivenciadas nas


políticas públicas em saúde, tendo essa perspectiva, o estágio em saúde se dividiu em duas
etapas, onde na primeira fase realizamos visitas técnicas nos locais como UBS, emergência
psiquiátrica, CAPS, ambulatório de saúde para travestis e transexuais do trauma, HELP -
Hospital de Ensino e Laboratórios de Pesquisa e outros serviços hospitalares no Sistema
Único de Saúde (SUS) , a fim de observar e realizar projetos de intervenção.
O Estágio curricular é parte fundamental para o conhecimento da prática profissional
da psicologia, pois na experiência prática o contexto e toda a sua subjetividade tornam ainda
mais rico a experiência de aprendizado e formação. De acordo com Nahas, a legislação atual
do estágio foca no desenvolvimento das competências próprias da atividade profissional e está
voltado à contextualizar o currículo do estudante de forma a prepará-lo para futura carreira no
campo da psicologia.
Como existem vários tipos de estágio, mostra-se necessário especificar que o processo
descrito aqui é o de estágio obrigatório sendo este “definido como tal no projeto do curso,
cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma.” (NAHAS, 2018).
Continuando dentro desta categoria, temos o estágio básico, que “visa ao desenvolvimento de
práticas integrativas das competências e habilidades previstas no núcleo comum de formação”
(CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2013), caminhando em conjunto com a
formação do psicólogo.
As políticas públicas são instrumentos de que o Estado dispõe para levar, aos
cidadãos, os serviços e recursos que lhes garantirão existência e dignidade. Como uma das
funções da psicologia é promover a saúde das pessoas considerando o contexto em que vivem
e a sociedade que se encontram, ela tem muito a contribuir para políticas como as de
prevenção à violência contra a mulher, atenção à saúde, serviços hospitalares no Sistema
Único de Saúde (SUS), poder judiciário, tratamento contra álcool e drogas, atenção
psicossocial, políticas educacionais e etc. O psicólogo atua com base nos princípios e
fundamentos dispostos no seu Código de Ética Profissional. Dessa forma, o referido código é
objetivo ao determinar, nos seus princípios fundamentais, que o psicólogo “[...] trabalhará
visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá
para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão” (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2005a, p. 7).

No âmbito da saúde pública a psicologia tem a função de atuar na prevenção dos


agravos de saúde mental, garantindo a integralidade nos cuidados das pessoas que estão em
sofrimento. A rede de atenção à saúde (RAS), estabelecida por meio da Portaria de
Consolidação nº 3, de 28 de setembro de 201 tem como finalidade promover saúde a
população brasileira de maneira eficaz, melhorar a eficiência da gestão do sistema de saúde no
espaço regional, e contribuir para o avanço do processo de efetivação do SUS. Dentro do RAS
existem redes temáticas como por exemplo a rede de atenção psicossocial (RAPS). A Rede de
Atenção Psicossocial (RAPS) estabelece os pontos de atenção para o atendimento de pessoas
com problemas mentais, incluindo os efeitos nocivos do uso de crack, álcool e outras drogas.
A Rede integra o Sistema Único de Saúde (SUS), e é composta por serviços e equipamentos
variados, tais como: os Centros de Atenção Psicossocial(CAPS); os Serviços Residenciais
Terapêuticos (SRT); os Centros de Convivência e Cultura, as Unidade de Acolhimento (UAs),
e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais, nos CAPS III) (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2013

Dentro dos dispositivos da atenção básica de saúde, alguns desafios são comumente
encontrados pelo psícólogo: O número elevado de ESF (Estratégia Saúde da Família)/AB (A)
para serem apoiadas que impede criação de vínculos profissionais, fortalecimento da lógica do
atendimento individual, curativo descontextualizado e desvinculado, o grande número de
encaminhamentos e acionamentos equivocados para psicólogos, a lógica produtivista
assumida por muitos gestores do campo da saúde e as composições de equipe
multidisciplinares; os impasses éticos relacionados ao registro em prontuários
multiprofissionais (BRASIL, 2019).
Dentre algumas recomendações do guia de referências técnicas de atenção básica,
estão: Construir agendas compartilhadas periodicamente com as equipes multiprofissionais,
criar critérios nítidos de acionamento do Apoio Matricial, assumir um papel de
problematização dos processos de trabalho da organização assim como suas missões e
objetivos, contribuir e provocar as equipes de AB para a construção de PTSs (Projetos
Terapêuticos Singulares ) de casos que resgatem a complexidade da produção de saúde,
reconhecer que seu fazer é permanentemente afetado pelos atravessamentos multifatoriais da
sociedade e do indivíduo, propor e apoiar tecnicamente ações de Apoio Matricial, incentivar,
apoiar e envolver-se na criação de grupos na AB, inserir-se nas visitas domiciliares
compartilhadas quando necessário, evocar a leitura compartilhada do Código de Ética do
Psicólogo para garantir um boa construção do PTS e prontuário, promover espaços de
divulgação do fazer da(o) psicóloga(o) (BRASIL, 2019).

2. METODOLOGIA

2.1 DESCRIÇÕES GERAIS

TEMA DO 1º GRUPO: Prevenção do tabagismo


PÚBLICO: Fumantes

2.2 PRIMEIRA INTERVENÇÃO

Tema Integração - “Eu sou…”

Facilitador(a/as/es) Mariana Leal Dias

Auxiliar(es) Daniel e Ayrton Barbosa Marques

Relator(a) Caroline Ramalho Cavalcanti Vasconcelos

Data e duração 14/09/2023 - 30 minutos


Objetivos Conhecer os participantes, de modo a identificar suas
demandas e necessidades frente à problemática do tabagismo;

Desenvolver ações de psicoeducação no sentido de trazer aos


participantes informações sobre a relação entre o tabagismo e
questões psicológicas;

Criar um plano de intervenção de combate ao tabagismo e


acompanhar a execução das ações desse plano junto aos
pacientes.

Metodologia ● Inicialmente iremos nos apresentar ao grupo;


● Posteriormente será explicado como se dará o nosso
trabalho junto com eles ao longo dos próximos dois
meses;
● O facilitador irá explicar que nesse primeiro momento
será realizada a dinâmica “Eu sou…” para que
possamos nos apresentar;
● Os auxiliares irão distribuir aos participantes lápis e
uma folha de papel para cada;
● Posteriormente o facilitador irá solicitar que cada
pessoa presente escreva e/ou pense pelo menos cinco
informações sobre elas (características, qualidades,
defeitos, hobby, curiosidades sobre elas, talento, etc.),
caso não queiram escrever poderão explanar de forma
oral no momento que for pedido;
● Após o momento de reflexão acerca de quem eles são,
o relator irá se apresentar ou ler o que escreveu, assim
abrindo o momento de fala de todos, posteriormente
os auxiliares e relator também se apresentarão, para
que depois possamos escutar os convidados do grupo;
● O relator posteriormente irá agradecer a todos por
partilhar um pouco sobre cada e irá explicar a
importância de falarmos sobre nós, de estarmos
abertos a conhecer as pessoas e se permitir ser
conhecido e o quanto isso é importante para
realização de trabalhos em grupo.
● Iremos então realizar uma nova rodada, agora com
propósito de: perguntar, avaliar, aconselhar, preparar
para lidar com o tabagismo.
● Faremos as seguintes perguntas:
○ Você fuma? Há quanto tempo? (Permite
diferenciar a experimentação do uso regular).
○ Quantos cigarros fuma por dia? (Pacientes que
fumam 20 cigarros ou mais por dia
provavelmente terão uma maior chance de
desenvolverem fortes sintomas de síndrome de
abstinência na cessação de fumar).
○ Quanto tempo após acordar você acende o
primeiro cigarro? (Pacientes que fumam nos
primeiros 30 minutos após acordar
provavelmente terão uma maior chance de
desenvolverem fortes sintomas de síndrome de
abstinência na cessação de fumar).
○ O que você acha de marcar uma data para
deixar de fumar? (Permite avaliar se o fumante
está pronto para iniciar o processo de cessação
de fumar).
● Em caso de resposta afirmativa para última pergunta,
continuar:
○ Quando?
○ Já tentou parar? (Se a resposta for afirmativa,
fazer a próxima pergunta).
○ O que aconteceu? (Permite identificar o que
ajudou e o que atrapalhou a deixar de fumar,
de modo que esses dados sejam trabalhados na
próxima tentativa).
● Tirar um tempo para incentivar tanto os que
responderam afirmativamente sobre parar de fumar
como os que responderam negativamente para mostrar
os benefícios para se parar de fumar:
○ Figura 1 abaixo da tabela.
● Realizar sugestões para quando saírem do oficina:
○ sugerir que o fumante marque uma data para o
início do seu processo;
○ explicar os sintomas da abstinência;
○ sugerir estratégias para controlar a vontade de
fumar, como repetidamente tomar água,
escovar os dentes e respirar fundo, e
○ recomendar que o fumante adote medidas para
evitar os estímulos para fumar, como restringir
o uso de café e bebidas alcoólicas, desfazer-se
de isqueiros, evitar ambientes ou situações que
incentivem o fumo e aprender a lidar com
situações de estresse, entre outros.
● O relator estará a todo momento atento à fala e reação
de cada um dos participantes.

Cronograma ● Esse momento é programado para durar cerca de 45


minutos;
● 05 minutos para os organizadores se apresentarem e o
relator explicar o propósito do trabalho em grupo;
● 05 minutos para que eles escrevam e/ou pense sobre o
que eles querem partilhar sobre eles;
● 15 minutos para que todos possam se apresentar;
● 05 minutos para que o relator explique o objetivo da
dinâmica.
● 15 minutos para a última sessão de perguntas e
psicoeducação.

Recursos ● Lápis;
● Folha.

Avaliação ● Ao fim iremos pedir um feedback dos participantes


sobre o que acharam da dinâmica.
FIGURA 01

2.2.1 RELATO DA INTERVENÇÃO

Em 14 de Setembro de 2023, as 15:00h, na UBS José Aurino de Barros, localizada na


Rua João Benone de Andrade, no bairro do Catolé, Campina Grande - PB, sob a supervisão
do Professor de estágio Walkene Marinho, os alunos do 6º período do curso de Psicologia da
Unifacisa, realizaram dinâmica com grupo de tabagismo.
Para dar início a proposta de grupo, a equipe de alunos se apresentou para os usuários
presentes e posteriormente foi dando andamento a dinâmica que teve duração de 45 minutos.
O objetivo da atividade proposta foi oferecer um espaço de fala para os usuários onde fosse
possível conhecer um pouco da realidade deles e das demandas que iriam trazer.
A aluna Mariana Leal atuou como a facilitadora e conduziu a proposta da dinâmica,
Daniel foi o auxiliar da equipe e Caroline Ramalho a relatora. Estiveram presentes na ocasião
dois usuários participantes que foram:
Marias das Neves, de 57 anos, casada, 4 filhos, avó. Relata já ter trabalhado como
empregada doméstica, porém, não tem nenhum vínculo empregatício atualmente. Gosta de
artesanato e costuma fazer fuxicos, o que segundo a mesma tem efeito tranquilizante para ela.
Começou a fumar aos 23 anos, chegou a parar por 13 anos e diz ter voltado após um familiar
pedir para ela acender um cigarro. Já fez uso de bebidas alcoólicas diariamente, mais
especificamente a cachaça, no entanto, fala ter parado há 4 anos, comentando em seguida que
não teve dificuldade para se afastar desse vício. Todos os familiares próximos fumam, mas a
usuária fala que mesmo todos fumando eles não gostam do fato dela fumar. No que tange a
questão da saúde diz ter tido dois infartos, como também, já fez uso controlado de medicação
para ansiedade e depressão, porém, parou por conta própria, usando a fala: “nasci sem essas
medicações então posso viver sem elas”. Já tentou fazer o tratamento para tabagismo outras
vezes, não conseguindo dar continuidade. Maria das Neves fuma uma carteira de cigarro por
dia e demonstra angústia por não conseguir dominar o vício, apresenta uma necessidade de
espaço de fala muito grande e num dado momento chegou a comentar do desejo em fazer um
acompanhamento psicológico contínuo. Durante a dinâmica a mesma ainda trouxe uma
demanda de sofrimento com um dos filhos que é usuário de drogas, e que segundo Maria das
Neves, pensar nessa situação a faz buscar refúgio no cigarro. Quando questionada sobre o
motivo principal que a fez não dar continuidade das outras vezes ao tratamento, a usuária
relata situação de descontentamento com fala apresentada pelo médico por se sentir incapaz
de cumprir o que lhe foi proposto.
Everton, 58 anos, beneficiário de BPC - Benefício Prestação Continuada, solteiro e
sem filhos. Começou a fumar com 17 anos juntamente com o uso de bebidas alcoólicas, faz
uso de medicação controlada e é usuário do CAPS. Reside com familiares e não exerce
nenhuma atividade laboral. Relata já ter trabalhado como auxiliar de pedreiro e descarregador
de mercadorias. Demonstra satisfação em participar dos grupos e oficinas no CAPS, falando
que enquanto está lá não lembra de fumar. Diz ter parado de fazer uso da bebida alcoólica há
seis meses e fala não estar sentindo falta. Everton chega a fumar uma carteira de cigarro por
dia.
Ambos os usuários já iniciam o dia fumando junto ao café da manhã e apresentam um
desejo imediatista em relação a se livrar do vício, usando a fala: “eu queria parar agora e não
fumar nunca mais”. Demonstram forte ansiedade para enfrentar o processo e se desmotivam
por não se acharem capazes de conseguir o que lhes é proposto. A equipe sugeriu que
tentassem dar um passo por vez no intuito de diminuir gradativamente o vício, explicando aos
usuários que a conquista não se dá só quando se para definitivamente, mas a cada cigarro a
menos fumado por dia.
Encerramos a dinâmica oferecendo espaço para que pudessem acrescentar algo e
fazendo um acordo de se comprometerem em diminuir o uso diário até o nosso novo
encontro.

3. VISITAS AOS EQUIPAMENTOS

3.1 UBS JOSÉ AURINO DE BARROS FILHO

No dia 31 de Agosto de 2023 realizamos a visita técnica na UBS José Aurino de


Barros Filho, que fica situada na rua João Benone de Andrade - Catolé, Campina Grande -
PB. No momento, o grupo de alunos foi acompanhado pelo professor Walkene Marinho. Na
oportunidade, nos reunimos com a assistente social, Terezinha (Tetê), que é especialista em
saúde mental, que nos apresentou toda dinâmica de trabalho desempenhado na UBS, bem
como sua atuação em campo.
Ao decorrer da conversa a assistente social nos explicou de forma precisa o modo
como trabalhavam e realizavam os atendimentos diários, tanto internos quanto externos com o
auxílio dos agentes de saúde na comunidade que a UBS acolhe. Atualmente a equipe técnica é
composta por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, técnico
farmacêutico e odontólogo.
A estrutura física é composta por recepção, sala de vacina, dois consultórios médicos,
consultório de enfermagem, consultório odontológico, farmácia, sala de amamentação, copa
para os funcionários, banheiros e uma sala utilizada para realizar reuniões, encontros com
grupos.
A UBS tem parceria com a Unifacisa onde recebe estagiários do curso de Medicina,
Fisioterapia, Nutrição e Psicologia, que servem de reforço às ações promovidas pela UBS.
A assistente social relatou que existe uma demanda latente da comunidade com
relação à saúde mental, porém infelizmente a UBS não dispõe de profissional da psicologia no
seu corpo técnico, o que dificulta a entrega de um atendimento de qualidade a população do
local. Diante disso, a parceria com a faculdade Unifacisa é muito bem vista, possibilitando
com os alunos do curso de psicologia desenvolver alguns de grupo na unidade de saúde, como
por exemplo grupo de tabagismo, grupo de gestantes, grupo com os ACS. O objetivo é
trabalhar com uma frequência quinzenal com esses grupos, utilizando de intervenções
terapêuticas, psicoeducação.
Ao final da visita tivemos a oportunidade de conhecer toda a estrutura e os
profissionais que se encontravam no momento.

3.2 HOSPITAL DR. EDGLEY

No dia 23 de Agosto de 2023, às 14:30h, visitamos o Hospital Dr Edgley com o


preceptor de estágio Professor Walkene Marinho. In loco, o preceptor entrou na instituição
com pequenos grupos de 3 alunos, onde foi possível conhecer a estrutura física da Ala de
Saúde Mental e observar um pouco da rotina de trabalho em torno da emergência psiquiátrica.
A estrutura física é composta por recepção onde fica a equipe de profissionais, médico
psiquiatra, psicólogo, enfermeiros, os prontuários e quadro de pacientes por leito. São três alas
divididas por homens adultos, mulheres adultas e crianças ou menores de 18 anos que
precisam ficar com acompanhante. A área de convivência é composta por refeitório e um
ambiente para banho de sol.
Atende pacientes em sofrimento psíquico através de escuta passiva, anamnese
psiquiátrica e oficinas. Após a escuta e avaliação profissional, se detectado a necessidade
ocorre a internação que pode se estender até 7 dias, tempo para estabilizar o quadro clínico,
identificar possíveis patologias, construir hipóteses diagnósticas e então, realizar o
encaminhamento adequado para a continuidade do tratamento. Caso necessário a continuidade
na internação, o paciente é transferido para a Clínica Dr Maia. No perfil de quadros que
chegam a emergência psiquiátrica encontram-se casos de tentativa de suicídio,
automulitações, depressão, surtos psicóticos, entre outros que fogem do controle dos
familiares.
Na ocasião da visita, tinham 10 pacientes do sexo masculino, 5 do sexo feminino e 2
adolescentes. Os pacientes transitavam livremente entre os espaços, alguns com alucinações,
outros, bastante quietos ou sonolentos em seus leitos pela administração das medicações.
Tivemos a oportunidade de conversar com um dos pacientes, onde o mesmo nos procurou na
área de convivência com o desejo de fala, apresentava discurso desconexo mostrando sua
desorganização mental, que misturava realidade com fantasia e migrava dentro de segundos
de assunto para outro.

3.3 HOSPITAL HELP


No dia 09 de Setembro de 2023, às 09:30h, a visita técnica foi no Hospital Help com o
preceptor de estágio Professor Walkene Marinho. In loco, a psicóloga da referida instituição
recebeu a equipe de alunos, falou a respeito do trabalho do profissional da psicologia no
hospital, das dificuldades encontradas na rotina diária e tirou dúvidas. Conduziu os alunos
para conhecer um pouco da estrutura física, passando pela ala pediátrica, espaço de lazer e
brincadeiras para crianças e UTI.
A estrutura física hospitalar tem arquitetura totalmente voltada para alta tecnologia,
sustentabilidade e humanização, possui jardins internos e grandes janelas de vidro
possibilitando aos pacientes a visibilidade do ambiente fora do hospital. As UTIs são
individualizadas, com tv, poltrona para acompanhante e divisórias de vidro, proporcionando
privacidade e a perspectiva de um ambiente mais próximo ao familiar.
O Hospital atende na sua maior parte o público do SUS com agendamento diretamente
através das UBS, atende ainda convênios e filantropia através de marcação por telefone.
Durante a visita, através de fala da psicóloga da instituição, foi possível entender a
necessidade ainda existente do profissional da psicologia hospitalar precisar se esforçar para
conquistar o seu espaço de trabalho. Ocorrendo muito frequentemente confusão entre os
demais profissionais quanto ao papel do psicólogo no ambiente hospitalar, sendo este, muitas
vezes chamado em momentos inadequados, como também, não sendo incluso em situações
que sua presença se faz necessária. Falta ainda a sensibilidade e percepção no entendimento
de que o psicólogo é necessário não apenas na presença de crises de choro ou de raiva, mas
sobretudo quando aquele paciente está quieto e aparentando tranquilidade. Entendemos que o
trabalho do psicólogo nesse ambiente perpassa pelas especificidades da rotina de todos os
demais profissionais. Considerando a tríade da psicologia hospitalar, doença, internação e
tratamento, o psicólogo nesse contexto deve buscar auxiliar o paciente dentro desse processo
de internação, sabendo que se trata de um indivíduo biopsicossocial e assim, buscando
prevenir o desenvolvimento de sofrimento psíquico. Os protocolos de atendimento da
instituição ainda estão em processo de construção, foi possível analisar alguns já em uso e
entender também o papel dos estagiários de psicologia junto a equipe. Falou-se sobre
psicoterapia focal como forma de trabalhar questões pontuais, específicas e inerentes à doença
e internação, bem como, a forma em que acontecem as escutas beira leito.

REFERÊNCIAS

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Carta de serviços sobre estágios e


serviços-escola. 2013.

COSTA, Gleison Gomes da. Intervenções psicológicas em políticas públicas. Soluções


Educacionais Integradas. Disponível em: Intervenções psicológicas nas políticas públicas
(instructure.com). Acesso em: 19.08.2023

BRASIL, C. F. DE P. referências técnicas para atuação de psicólogas(os) na atenção básica à


saúde. p. 87, 2019.

MINISTÉRIO DA SAÚDE.. As Redes de Atenção à Saúde RAS. [S. l.]. Disponível em:
Portal da Secretaria de Atenção Primária a Saúde (saude.gov.br). Acesso em: 16.09.2023.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. O que é a Rede de Atenção Psicossocial RAPS. [S. l.], 2013.
Disponível em: Conheça a RAPS: Rede de atenção psicossocial (saude.gov.br). Acesso em:
16.09.2023

NAHAS, Thereza et al. Leis Trabalhistas Comentadas. São Paulo (SP):Editora Revista dos
Tribunais. 2018. Disponível em: https://thomsonreuters.jusbrasil.com.br/doutrina/12075
41262/leis-trabalhistas-comentadas. Acesso em: 31 de Março de 2023.

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