Masmorra, Revolucão.

Terror e Bastilha
Irm ••• José Antônio dos Santos

MASMORRA. REVOLUÇÃO.
TERROR E BASTILHA
o sol resplende e arde claro sôbre nós.
A lua surge em seu esplendor,
A chuva cai e depois reluz o sol.
Mas o ôtno de DEUS estA acima de tudo isso,
Nada lhE:resta oculto.
Quer fiques em casa, quer fiques junto ~ éfgua
Ou mesrrp na espésse sombra do arvoredo
Sempre ELE estA acima de ti.
Tu miras aos SEUS bens e o enganas,
E teu pensamento é: ninguém me vé.
t.emore-te: estéfsdiante do ôtbo de DEUS.
~/e te diréf um dia o que te aBuarda
Não hoje, não hoje, não tioje •••

MASMORRA: Prisão subterrânea; lugar

ou aposento sombrio e triste.
CÁRCERE: Prisão subterrânea; lugar,
nos circos ,de onde saram os cavalos para
o espetáculo; lugar onde ilegalmente um
particular conserva alguém preso.
GRILHAO: Cadeia metállca; laço, prisão;
algema.
GRILHETA: Grande anel de ferro na ex-
tremidade de uma corrente do mesmo
metal, e a que se prendiam os condenados
a trabalhos públicos.

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 PRISÃO: Ato ou efeito de prender; captu- ANTONIO e também como SENHORITA, as provas trsicas, em atenção à sua idade
ra; clausura; corda com que se prende; isso em fins do século XIV. avançada. Saudou-oo IRMAO BENJAMIM
vínculo; peia; dificuldade nos movimentos Foi destruída 400 anos mais tarde, após FRANKLlN, entregando-Ihe o AVENTAL
ou atos naturais; o que atrai ou cativa o sua construção•.. que pertencera a HELVETIUS, escritor e
EspTRITO ou o CORAÇÃO. DE LAUNAY, seu último governadorfoi, na filósofo, fundador da LOJA, então falecido.
CADEIA: Corrente de anéis de metal; ocasião, massacrado pelo povo enfurecido A viúva de HELVETIUS, em homenagemà
grilheta; algemas; lugar de prisão, casa de e ~m revolta. VOLTAIRE ofereceu o AVENTAL à LOJA.
detenção. VITIMAS ILUSTRES DA BASTILHA: VOLTAIR~ beijou o AVENTAL, antes de
As cadeias, que simbolizam escravidão, JACQUES D'ARMAGNAC. cingi-Io. Proclamou a excelência da MA-
opressão, intolerância e superstição, são BASSOMPIERRE, Marechal da França e ÇONARIA e lamentou tê-Ia conhecido tão
constantementereferidas na MAÇONAF)IA Diplomata, preso durante 12 anos por ter tarde: - ·OS MAÇONS E OS FILOSO-
para representar a antiga OPRESSAO conspirado contra o CARDEAL RICHE- FOS BUSCAM O MESMO FIM,- disse ele.
MORAL e POLlTICA que os MAÇONS LlEU. Morreu no mesmo alJo de sua iniciação
têm por missão de DESTRUIR. Por isso, NICOLAU FOUQUET, superintendente (1778). A REVOLUÇAO FRANCESA, 13
nos GRAUS BTBLlCOS e HISTÓRICOS das finanças de LIAs XIV. (treze) anos depois de sua morte, trasla-
do R.' 'AE.· • A.'. A.' ., existem MITO~ e O HOMEM DA MASCARA DE FERRO. dou seu esquife para o PANTEON, em
CERIMONIAS para lembrar a SERVIDAO MARQUESA DE BRINVILLlERS, célebre horr:enagem àquele que considerava um
em que esteve o povo de ISRAEL e as envenenadora francesa, decapitada e dos autores e que ela proclamou ·0 LI-
CADEIAS que os ~ULÇUMANOS forja- queimadaem PARIS. BERTADOR DO PENSAMENTO HUMA-
ram ~ara os CRISTAOS. Nos GRAUS FI- DUQUE DE ORLEAES. NO-.
LOSOFICOS, elas representam as peias LATUDE, que conseguiu fugir da BASTI- Dois aíorismos de VOLTAIRE:
da superstição e da intolerância, como LHA. -Ouendo uma nação começa a pensar, tJimpossf.
também a obra de ilustração a que são LOIS MARIE ARQUET, ou VOLTAIRE vel deté-Ia" e "Posso não concordar com nenhuma
das vossas palavras, mas defenderei attJ a morte,
obrigadosos Maçons. como ficou mundialmente conhecido, filõ- o vosso direito de pronunciA-las".
"TODO HOMEM TE;.MDIREITO À VIDA, sofo e escritor francês, nasceu em 1694 "Todos os seres humanos nascem livres
À LIBERDADE E A SEGURANÇA DE (PARIS) e morreu em 1778, aos 84 anos, e iguais em dignidades e direitos. São da-
SUA PESSOA-. famoso como o FILÓSOFO DE FERNAY, tados de razão e de consciêncie e devem
agir uns em relação aos outros com esptnta
CALABOUÇO: Prisão subterrãnea; cár- e o LIVRE MAÇOM. Combateu pela LI- áe fraternidade".
cere, lugar de detenção PROVISORIA ou BERDADE, contra todos os fanatismos,
PREVENTIV.t\;lugar sombrio. teve livros queimados em praça pôbüca,
REVOLUÇAO: Ato ou efeito de revolver; Exilou-se na INGLATERRA, esteve preso O homem, através dos séculos, tri-
sublevação; mudança violenta de forma de na BASTILHA, por duas vezes. Produziu lhando os caminhos da evolução,
um governo; giro. mais de 100 obras, entre romances, filoso- nos mais diversos setores das ativi-
Toda mudança repentina e radical das ins- fia, história, poesia e teatro. Em Janeiro de dades humanas, tem vivido mo-
tituições fundamentais do ESTADO ou da 1778 foi coroado pelo povo dEãParis, aos mentos hist6ricos. que o qualificam
sociedade, realizada pela força; processo 84 anos, n~ LOJA NOVE IRMAS leram as
social complexo pelo qual se operam uma NOVE CIENCIAS). O VENERAvEL da incontestavelmente como ser supe-
descontinuidade e uma mudança da tradi- LOJA, o matemático LALANDE, suprimiu rior e inteligente. Na busca cons-
ção cultural e uma recomposição das ca-
madas sociais, que são desintegradas e,
em seguida, reintegradas segundo um no-
vo tipo de estratificação; ou seja a forma-
ção de um sistema social, mais ou menos
fixo e rrgido, de estados, classes ou cas-
tas.
"Não posso atingir a LIBERTAÇÃO por
uma recusa mecânica de agir, mas tão
somente por uma atividade inteligente,
despida de qualquer interesse material.
Esta luta equivale a uma incessante cruci-
ficação da carne até que o ESP{RITO seja
plenamenteLIBERTO". MAHATMA GAN-
OHI
BASTILHA: Na arte militar feudal, toda
obra destinada à defesa de uma praça e,
por extensão, castelo guarnecido de tor-
res. Famoso castelo de PARIS, cuja
construção foi iniciada em 1370e, conclul-
da doze anos mais tarde. Carlos VI trans-
formou-o parcialmente em prisão, conser-
vando-Ihe porém, o caráter de guamição
militar.
O CARDEAL DE RICHELlEU, ministro de
LuIs XIII, um dos maiores estadistas da
França, fez da BASTILHA preskíio polltlco,
destinado especialmente aos NOBRES e
LETRADOS. Podia receber apenas 42
detentos, embora custasse elevadas so-
mas ao tesouro real (140 mil libras por ano,
no século XVIII), talo tratamentodado aos
presos e os estipêndios paqçs aos go-
vemadores. No reinado de LUIS XVI, re-
cebeu 240 prisioneiros.
Considerada como slmbolo do arbftrio real,
foi torrada pelo povo em 14 de JULHO de
1789, e destrulda logo depois. (Há 195
anos). A BASTILHA ficava no BAIRRO de
SANTO ANTONIO, enorme ediffcio cin-
zento, forte com suas catorze torres, cheio Em Janeiro de 1793, o Rei Luis XVI foi levado à guilhotina
de ameias e canhões. Foi conhecida pelo
afável nome de CASTELlNHO DE SANTO

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tante de felicidade e de meios mais
dignos de vida tem acumulado con-
quistas extraordinárias, principal-
mente no que se refere àquelas di-
retamente ligadas ao indlvlduo,
Dentre essas conquistas, devemos as-
sinalar a que nos legou a REVOLUÇÃO
FRANCESA, estabelecendo a IGUALDA-
DE DOS DIREITOS DO HCMEM.
A REVOLUÇÃO FRANCESA constitui
uma sucessão de acontecimentos que se
desenvolveram num ritmo de grande inten-
sidade, tendo como principal objetivo li-
bertar o povo faminto e o oprimido do jugo
infame da realeza e do clero, agravados
com os mais indignos privilégios. As vozes
que se levantaram contra esse jugo desu-
mano eram silenciadas pela força opresso-
ra, que- recolhia à BASTILHA povo e inte-
lectuais, onde suas forças se exauriam
pelos maus tratos e pela fome.
A BASTILHA, desde a sua construção
até o dia em que foi completamente arra-
zada, representa o sünbolo da opressão e
do terror.
Naquele tempo, ilustres nomes da OR-
DEM DOS TEMPLÁRIOS e da MAÇO-
NARIA FRANCESA estiveram presos em
suas masmoras, quando imperava a MA-
ÇONARIA VERMELHA, para 'diferenciar
da MAÇONARIA AZUL que era escocesa.
Para os franceses a BASTILHA signifi-
cava escravidão e morte, e, como slmbolo
da tirania impunha o maior terror, sendo
uma fortaleza considerada lntransponfvel
para a época e representando um sfrnbolo
de tirania das MONARQUIAS ABSOLU-
TIST AS, a MAÇONARIA, como não pode-
ria deixar de ser, tomou a si o encargo de
destruir o sinistro monumento. Para tal,
conseguiu que o MARECHAL de FRANCE
BASSOMPIERE, nomeasse um coman-
dante MAÇOM para governar a BASTI-
LHA, o qual deveria abrir as portas da-
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quele calabouço, às 9 horas da manhã do
dia 14 de JULHO de 1789, e mandar que
as tropas não resistissem, para que o po-
vo oprimido pudesse calcar aos pés
aquele lugar de vilania, o qual deveria de-
saparecer para todo o sempre. Graças a
esse acordo, as portas do CÁRCERE IN-
FAME foram abertas e a sua guarnição
não ofereceu qualquer resistência, e os
soldados e seu comandante incitaram o
povo na destruição da fortaleza que estava
com as suas masmorras lotadas de prisio-
neiros e cadáveres. Lamentavelmente,
após' a TOMADA DA BASTILHA, o ambi-
cioso MARAT, através de pérfidas intrigas,
fez guilhotinar Irderes revolucionários co-
rno: CAMILLE DESMOULlNS, DANTON e
até mesmo o próprio ROBESPIERRE. Sua
trama para reimplantar o regime de terror,
pior ainda que o da BASTILHA, foi cortada
certeira e decididamente pelo punhal da
patriota CHARLOTTE DE CORDAY, a
qual assim agiu, a mando dos nobres e de
MAÇONS iluministas. MARAT, o monstro,
disse em pleno tribunal, ao mandar 9uilho-
tinar LAVOISIER, que a FRANÇA não ne-
cessitava de SÁBIOS.
"OS historiadores devem ser precisos,
verídicos e totalmente imparciais; nem 0- em reuniões secretas, a oportunidade pro-
interesse, nem o medo, o ódio ou a afeição
poderiam afastá-Ios da senda da verdade,
da qual a história é a Mãe, a conservadora
das grandes ações, o testemunho do pas-
sado, o exemplo e o ensinamento para o
presente e a advertência para o futuro".
Cervantes
PLEBE: O povo, por oposição aos no-
bres; a ralé.
BURGUESIA: Qualidade de Burguês;
classe social constituída a princfpio dos
mercadores dos burgos medievais e alar-
gadas depois na sua composição, em que
entram comerciantes, industriais, possui-
dores de riqueza e dos meios de produ-
ção, e os que exercem profissões liberais.
Divide-se em pequena, média e alta bur-
guesia.
ARISTOCRACIA: Forma de organi-
zação social e polrtica em que o governo é
monopolizado por uma classe privilegiada;
classe da nobreza; casta; fidalguia; distin-
ção; superioridade.
MONARQUIA: Estado em que o SO-
BERANO é MONARCA; forma de governo
em que o poder supremo é exercido por
um MONARCA.
MONARCA: Soberano vltallclo e, ordi-
nariamente, hereditário, de uma nação ou
ESTADO. O REI, é um monarca dentro de
seu país.
"Preparais para mim uma mesa, à vista
de meus adversários. Ungis com 61eo a
minha cabeça; transborda a minha taça.
Acompanhar-me-ão a felicidade e a graça.
Todos os dias da minha vida. E na casa do
senhor habitareipor dilatados dias".
O povo francês, desesperado por toda
a FRANÇA, passava fome e privações de
espécie, e a todo momento, novos impos-
tos ,e leis, sob pena de morte na guilhotina,
à quem não pagasse os infamantes cobra-
dores e fiscais da monarquia. As paredes
dos prédios e muros eram pontados em
vermelho com a palavra SANGUE. Entre
os nobres da corte, tramavam-se conspi-
rações e pertldías, entre familiares, amigos
e o povo em geral. Ninguém estava segu-
ro. A BASTILHA, abarrotada de prisionei-
ros, culpados ou inocentes, pois, qualquer
denúncia, mesma que no anonimato, era o
suficiente para levar às MASMORRAS. A
guilhotina executava de 100 a 300 pes-
soas por dia, sob a acusação de realista,
inimigo do povo ou amigo, e qualquer outro
pretexto. Os franceses viviam sob pres-
são ffsica e emocional; ninguém estava
isento de ser preso a qualquer momento.
Traições, escaramuças e vilanias eram o
dia a dia desse povo massacrado, sofrido
e humilhado até às ffmbrias de sua res-
peitabilidade. Trabalhava-se na surdina e
na calada da noite. OS MAÇONS estavam
ALERTAS, e aguardavam no SILÊNCIO,
. pfcia para o levante geral.
Em 14 de JUL HO de 1789, funcionaram
os bastidores da MAÇONARIA, e o povo
foi acionado, já não suportando mais tanta
miséria, os filhos passando fome, os ve-
lhos morrendo desnutridos, pegaram em
armas, com machados, foices, espingar-
das, paus, enxadas, pedras e saíram gri-
tando pelas ruas de PARIS: - ABAIXO A
BASTILHA! ABAIXO A TIRANIA! LIBER-
TEMOS OS PRISIONEIROS! E assim o
povo rodeia a BASTILHA, gritando pala-
vras que fazem estremecer não só a for-
taleza, como também a aristocracia fran-
cesa, Era o inrcio do fim, e o lema da épo-
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ca: "LIBERDADE, IGUALDADE, FRA-
TERNIDADE ••• OU MORTE".
Por suas conseqüências e pela influên-
cia que exerceu na evolução dos palses
mais adiantados da EUROPA, a REVO-
LUÇÃO FRANCESA é considerada a
mais importante do ciclo de revoluções
burguesas da HISTÓRIA. O povo francês
não podia mais tolerar um regime em que
eram tantos os privilégios e os abusos.
A MONARQUIA ABSOLUTA repre-
sentava um obstáculo à ascensão da bur-
guesia, classe mais rica e instruída da na-
ção. Os camponeses ainda viviam esma-
gados pelo SISTEMA FEUDAL imperante
no campo. A nobreza e o clero possuíam
as melhores e as mais extensas proprie-
dades, enquanto o campesinato vergava
sob peso dos impostos reais, do dfzlrno
eclesiásticoédos direitos senhoriais.
Nas eleições para os ESTADOS GE-
RAIS, os patriotas obtiveram a maioria.
Logo na primeira sessão, os representan-
tes do TERCEIRO ESTADO desentende-
ram-se com os aristocratas. Depois de
negociações infrutrteras, os representan-
tes do povo resolveram deliberar sozinhos,
somando 96% da nação, declaram-se em
ASSEMBLÉIA NACIONAL, soberana em
matéria de impostos. Essa medida prati-
camente retirava ao rei o pode sobre as fi-
nanças e se constituiu no primeiro ato re-
volucionário, LUIZ XVI hostilizou o TER-
CEIRO ESTADO, tentando anular suas de-
liberações, mas ante sua resistência foi
obrigado a ceder. A partir de então, a AS-
SEMBLÉIA se declara ASSEMBLÉIA
CONSTITUINTE, destruindo com isso o
poder absoluto da monarquia. Instigado
pela rainha e pelos que o cercavam, o so-
berano preparou-se para reagir e reuniu as
tropas em torno de PARIS e VERSA-
LHES. Circulavam boatos sobre a dissolu-
ção da ASSEMBLÉIA. CAMILE DES-
MOULlNS incitou o povo a reagir e enca-
beçou uma passeata protesto. Organizou-
se a 13 de JULHO, um comitê permanente
que reuniu homens, constituindo uma milr-
cia para a defesa de PARIS. Era o primeiro
núcleo da GUARDA NACIONAL. No dia
seguinte, 14 de JULHO, a agitação cres-
ceu. O povo sublevado saqueou os INV Á-
LIDOS, onde recolheu canhões e milhares
de fuzis, e partiram para a TOMADA DA
BASTILHA. ~=--