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Característicao

Um pouco menor e mais esguio do que as outras subespécies do lobo-cinzento, os lobos-ibéricos


machos medem entre 130 a 180 cm de comprimento, enquanto as fêmeas medem de 130 a 160
cm. A altura ao garrote pode chegar aos 70 cm. Os

machos adultos pesam geralmente entre 30 a 40 kg e as fêmeas entre 25 a 35 kg.


A cabeça é grande e maciça, com orelhas triangulares relativamente pequenas e olhos oblíquos
de cor amarelada. O focinho tem uma área clara, de cor branco-sujo, ao redor da boca. A
pelagem é de coloração heterogênea, que vai do castanho amarelado ao acinzentado mesclado ao
negro, particularmente sobre o dorso. Na parte anterior das patas dianteiras possuem uma
característica faixa longitudinale gordo
.

Reprodução
A época do acasalamento abrange o final do inverno e princípio da primavera (Fevereiro a
Março). Após um período de gestação de 2 meses nascem entre 3 e 8 crias (lobachos), cegas e
indefesas. As crias e a mãe permanecem numa área de criação e são alimentadas com comida
trazida pelo resto da alcateia.
Por volta de outubro as crias abandonam a área de criação e passam a acompanhar a alcateia nas
suas deslocações. Os jovens lobos alcançam a maturidade sexual aos 2 anos de idade. Aos 10
anos já são considerados velhos, mas em cativeiro chegam a viver 17 anos.

Alimentação
Sua alimentação é muito variada, dependendo da existência ou não de presas selvagens e de
vários tipos de pastoreio em cada região. A vida em alcateia permite ao lobo caçar animais
bastante maiores que ele próprio.
As suas principais presas são o javali, o corço e o veado, e as presas domésticas mais comuns são
a ovelha, a cabra, a galinha, o cavalo e a vaca. Ocasionalmente também mata e come cães e
aproveita cadáveres que encontra, isto é, sempre que pode é necrófago.
Comportamento
O lobo-ibérico vive em alcateia de forte organização hierárquica. O número de animais numa
alcateia varia entre os 3 a 10 indivíduos e está composta por um casal reprodutor (casal alfa), um
ou mais indivíduos adultos ou sub-adultos e as crias do ano. A alcateia caça e defende o território
em grupo.
Os indivíduos de uma alcateia percorrem uma área vital que varia em tamanho de acordo com as
características da região. Em Portugal, as áreas vitais são relativamente pequenas, entre 100 e
300 km². Buscando presas, os lobos podem percorrer entre 20 a 40 km diários dentro do seu
território. Essas deslocações ocorrem geralmente à noite.
O lobo ibérico tem um determinado comportamento perante as fêmeas quer de dia e noite.

Distribuição

As pequenas populações ao sul do Douro em Portugal e no sul da Espanha estão isoladas da


grande população ao norte da Península.
Ainda no século XIX o lobo se distribuía por quase todo o território da Península Ibérica. Ao
longo do século XX, a caça e a redução do habitat natural causaram sua extinção na maior parte
desse território. Atualmente o lobo-ibérico está praticamente restrito ao quadrante noroeste da
península.
Espanha
Em Espanha a área de distribuição do lobo abrange cerca de 100.000 km², ocupando a maior
parte da Galiza e grande parte das Astúrias e Cantábria e a metade oeste de Castilla y León, além
de pequenas áreas no País Basco. Ao sul é possível a existência de populações isoladas na Sierra
Morena.
Acredita-se que a grande população do noroeste esteja em aumento, podendo eventualmente
colonizar a região central da Espanha.

PortugalEm Portugal a área de distribuição do lobo abrange cerca de 18.000 km² no norte do
país. Considera-se que existem duas populações separadas pelo rio Douro:

· Uma população próspera ao norte do Douro, em uma área montanhosa que ocupa as
províncias do Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro e uma parte do Douro Litoral. Essa
população abrange cerca de 50 alcateias e é contínua com a grande população do lado
espanhol da fronteira. Áreas protegidas portuguesas importantes para a preservação do
lobo ao norte do Douro são o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o Parque Natural do
Alvão, o Parque Natural de Montesinho e o Parque Natural do Douro Internacional.

· Uma população em declínio ao sul do Douro, distribuída pela Beira Alta e, talvez, Beira
Baixa e Litoral. Essa população abrange apenas 10 alcateias e encontra-se isolada em
relação à população do norte do Douro. Seu futuro é incerto, considerando-se que pode
extinguir-se no curto ou médio prazo.

Conservação
Como em toda a Europa, o lobo é temido pelas pessoas na Península Ibérica desde tempos
remotos. A alegada ferocidade do lobo e o roubo de animais de criação levaram à caça
sistemática destes canídeos, que tiveram sua área de distribuição geográfica muito reduzida.
Enquanto que no início do século XX os lobos ainda se distribuíam por quase todo o território
continental português, calcula-se que hoje esses animais ocupem apenas 20% da sua área de
distribuição original.
Apesar de a caça ser hoje proibida, o lobo ainda é ameaçado pela destruição da vegetação nativa
e a construção de grandes infraestruturas, como autoestradas, que fragmentam os habitats. A
diminuição do número de presas naturais do lobo, como o javali, o corço e o veado, levam os
lobos a atacar animais domésticos e a entrar em conflito com as populações rurais.
Em Portugal o lobo-ibérico é classificado como espécie "em perigo" (EN), enquanto que em
Espanha é classificado como "vulnerável" (VU). A população de Lobos Ibéricos tem vindo a
aumentar devido aos esforços de conservação tanto em Portugal como em Espanha.

Fojos
Na Península Ibérica, chama-se fojo a vários tipos de armadilhas usados para capturar os lobos
desde tempos remotos.[1] As últimas batidas e capturas de lobos em fojos na península
ocorreram ainda na segunda metade do século XX.
Os fojos foram comuns no norte da Península Ibérica, e são frequentes na toponímia local.
Alguns ainda estão bem-preservados e são importantes testemunhas da relação ancestral e
conflituosa entre o homem e o lobo.
Há vários tipos de fojos. Os mais simples consistiam simplesmente de um fosso no chão,
disfarçado com vegetação. O lobo era levado à armadilha por uma batida organizada pela
população local ou era atraído por um isco vivo colocado dentro do fojo.
Os fojos de cabrita consistiam de um fosso de formato circular reforçado com paredes de pedra.
No centro do fosso era colocado um isco vivo, como uma cabrita, para atrair o lobo. Uma vez
dentro, o animal não conseguia escapar, devido à altura e formato das paredes de pedra.
Os fojos de paredes convergentes eram as estruturas mais elaboradas. Consistiam de duas
longas paredes de pedra, com cerca de 2 metros de altura, que convergiam a um fosso revestido
de pedra, que era disfarçado com vegetação. As populações rurais das aldeias vizinhas
organizavam batidas, nas quais os lobos em fuga eram conduzidos ao fosso, sendo depois
mortos. Os muros dos fojos podiam ser muito longos: os maiores conhecidos chegam a ter mais
de 1 km de extensão. A construção dessas estruturas requeria o trabalho intenso das comunidades
afectadas pelos lobos.
A maioria dos fojos de paredes convergentes não é usada há mais de 200 anos, mas alguns ainda
eram utilizados em Espanha e na região de Peneda-Gerês em Portugal na primeira metade do
século XX. A última batida conhecida que utilizou esse tipo de fojo ocorreu em finais da década
de 1970 na freguesia do Soajo.

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