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Questões Vestibular Inverno 2011/2

O texto abaixo se refere às questões de 1 a 6.

Tempestade em copo d'água

O governo federal descartou o recolhimento do livro didático Por uma Vida Melhor das 4.236
escolas públicas de educação para jovens e adultos que o receberam este ano. A medida é uma
resposta ao mal-entendido ocorrido no mês passado, que fez da obra o pivô de um debate sobre o
ensino das variedades do idioma adequadas a cada situação comunicativa.
- Evidentemente que não [será recolhido]. Já foi esclarecido que as pessoas que acusaram
esse livro não o tinham lido - afirma à Revista Língua o ministro da Educação Fernando Haddad.
O alarde foi provocado por uma reportagem de um portal da internet, no começo de maio,
que ganhou repercussão "viral" e atingiu até o Jornal Nacional, da rede Globo. A tônica em todos
os meios foi uma só: o Programa Nacional do Livro Didático, do MEC, teria distribuído a cerca de
485 mil estudantes uma publicação que faz a defesa da variante popular, e incorreta, do idioma. A
polêmica com o livro da coleção "Viver, aprender", organizado pela ONG Ação Educativa e
publicado pela editora Global, destacou trechos de uma única página:
"Posso falar 'os livro'? Claro que pode, mas dependendo da situação, a pessoa pode ser
vítima de preconceito linguístico".
Foi o bastante para uma saraivada de ataques de diversos setores, da Academia Brasileira
de Letras a ex-ministros da Educação, políticos da oposição e editoriais de grandes veículos.
O copo d'água ganhava sua tempestade.
O livro de Heloisa Ramos, Cláudio Bazzoni e Mirella Laruccia Cleto defende o uso da norma
culta, nas situações em que ela seja exigida, e de outras variantes, até da popular, de acordo com
seu contexto específico. A Revista Língua teve acesso à obra e constatou que ela não diz que é
correto falar errado, como foi propagado, mas que cada padrão exigido numa situação
comunicativa tem formas adequadas e inadequadas de expressão do idioma.
Muitos consideraram o livro, no entanto, uma defesa do erro de português (alguns chegaram
a afirmar que o livro continha erros) e defenderam a exclusividade da norma culta em qualquer
situação de comunicação. Surpresa com a repercussão, Heloisa declarou, por meio de nota
pública, que o propósito foi discutir o mito de que há apenas uma forma de se falar corretamente.
- Quando há conhecimento das muitas variedades da língua, é possível escolher a que
melhor se encaixa ao contexto. Não se aprende a norma de prestígio decorando regras ou
procurando significado de palavras no dicionário, mas praticando-a constante e intensamente -
afirma.
Pereira Junior, Luiz Costa. Tempestade em copo d'água. Revista Língua. Disponível em:
http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=12326 . Acesso em: 22 out. 2011.

1) De acordo com o texto, podemos afirmar que:


a) O livro didático Por uma Vida Melhor provoca a reflexão de que a Língua Portuguesa não é
usada de modo homogêneo por todos os seus falantes, uma vez que sua utilização depende do
contexto.
b) Uma das autoras do livro, Heloisa Ramos, afirma que independente da escolha que cada
falante faz, a variação culta da língua sempre predomina.
c) O livro didático Por uma Vida Melhor refuta a ideia de que a norma culta seja utilizada nas
situações em que é exigida, além de outras variantes, até da popular.
d) De acordo com o ministro da educação, o livro não será recolhido porque as pessoas que
acusaram o livro não tinham formação acadêmica necessária para tal avaliação.
e) O governo federal descartou o recolhimento do livro didático Por uma Vida Melhor das 4.236
escolas públicas de educação para jovens e adultos para preservar a integridade dos autores do
livro, Heloisa Ramos, Cláudio Bazzoni e Mirella Laruccia Cleto.
2) No contexto do que foi discutido no texto “Tempestade em copo d’água” observe o poema
abaixo:

Pronominais (Oswald de Andrade)

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

Podemos afirmar que no poema:


a) o autor explicita as variações da Língua Portuguesa, mostrando que o que se fala no dia-a-dia
não é o que se lê na normal culta da língua.
b) o autor satiriza o modo de falar das pessoas de classes mais baixas.
c) o autor enfatiza a importância de se conhecer o uso dos pronomes para nos comunicarmos
corretamente.
d) o autor evidencia as variações sociais da língua, enfatizando que, naquela época, somente os
brancos seguiam o padrão culto da língua.
e) o autor argumenta que a gramática deve ser seguida por todos, brancos e negros.

3) A expressão “tempestade em copo d'água” foi utilizada no texto num sentido conotativo. Isso
também acontece nas alternativas abaixo, exceto em:
a) Religião não se discute.
b) Uma andorinha só não faz verão.
c) Quem tem boca vai a Roma.
d) Quem semeia ventos, colhe tempestades.
e) Quem não tem cão caça com gato.

4) No período "Posso falar 'os livro'? Claro que pode, mas dependendo da situação, a pessoa
pode ser vítima de preconceito linguístico" a conjunção em destaque poderia ser substituída, sem
prejuízo ao sentido do período, por:
a) porém
b) logo
c) pois
d) porque
e) sendo assim

5) No texto as palavras “público”, “possível” e “pivô” são acentuadas de acordo com as regras de
acentuação da Língua Portuguesa. A alternativa em que as palavras são acentuadas,
respectivamente, pelo mesmo motivo das palavras descritas acima é:
a) médico – imóvel – cipó
b) língua – tônica – fácil
c) saúde – lâmpada – relógio
d) veículo – caráter – página
e) dicionário – água – café
6) No período “O alarde foi provocado por uma reportagem de um portal da internet, no começo
de maio, que ganhou repercussão "viral" [...]” as vírgulas estão sendo utilizadas para:
a) isolar adjunto adverbial
b) indicar elipse do verbo
c) indicar vocativo
d) isolar aposto
e) isolar oração subordinada

7) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do diálogo abaixo:

– Gostaria de saber ______ ele não me ligou mais.


– Ora, é fácil, ______ não gostou de você.
– Nossa Aninha, ______ você tem que ser tão sincera?
– Se eu dissesse você não entenderia o ______.

a) por que – porque – por que – porquê


b) porque – por que – por que – porquê
c) porque – por quê – por que – porquê
d) por que – por que – por que – por quê
e) porque – por que – porque – por quê

8) Com base nas regras da utilização da Crase, podemos afirmar que a alternativa que não
apresenta erro ortográfico é:
a) Chegou à noite, precisamente às dez horas.
b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz.
c) O supervisor caminhava à passos firmes.
d) O Ministro informou que iria resistir à pressões da oposição.
e) Visitou à cidade e depois foi andar à cavalo.

9) De acordo com a Reforma Ortográfica, obrigatória a partir de 2012, podemos afirmar que:

I – A palavra “ideia” não é mais acentuada, pois os ditongos abertos “ei” e “oi” não serão mais
acentuados em palavras paroxítonas.
II – Palavras como “voo” e “magoo” deixam de ser acentuadas, pois o hiato “oo”, no final das
palavras, não será mais acentuado.
III – O acento diferencial deixa de existir em palavras como “para”, que antes era acentuada para
diferenciar o “para” verbo do “para” preposição.

Estão corretas:
a) Todas as afirmativas
b) Afirmativas I e II
c) Afirmativas II e III
d) Afirmativas I e III
e) Somente afirmativa I

10) No diálogo:

– Alô! Sou eu. Você está afim de ir ao cinema hoje?


– Oi! Eu gostaria, mais não conseguirei terminar o relatório antes das 7h.
– Não tem problema. Eu vou antes, compro os ingressos e te espero lá. Aonde posso te
encontrar?
– Na praça de alimentação.
– Beijos e até lá!
– Beijos!
Assinale a alternativa que identifica corretamente os erros ortográficos do diálogo transcrito:
a) o “afim” do primeiro período, o “mais” do segundo período e o “aonde” do terceiro período.
b) o “mais” do primeiro período e o “aonde” do terceiro período.
c) o “mais” do segundo período e o “ingresso” do terceiro período.
d) o “afim” do primeiro período e o “aonde” do terceiro período.
e) o “mais” do segundo período.

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