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Professora de Linguagens
@lucianemodestoprof
4. (FCC-2022)
Na década de 1880, Machado de Assis publicou cerca de oitenta contos, numa
espantosa explosão de criatividade, que também rendeu seu primeiro grande
romance, Memórias póstumas de Brás Cubas (1880).
Como isso aconteceu − por que aconteceu, e por que nesse momento? Nada é mais
difícil de explicar do que a explosão de um gênio criador − e não devemos duvidar que é disso
que se trata. Contos podem parecer fáceis, escritos algo apressadamente como uma espécie
de subproduto de um trabalho mais sério ou até como sintomas de uma incapacidade
passageira de empreender “obras de maior tomo” (palavras de Dom Casmurro), mas nada está
mais longe da verdade. Contos não são romances imperfeitos − existem com seus direitos
próprios, e quando Machado começou a escrever os seus melhores, o gênero estava
conquistando uma nova dignidade.
O traço mais importante de seus contos é a ironia, com frequência fixada por um estilo
que muitas vezes emprega certo registro de linguagem a fim de estabelecer, desde a primeira
palavra, que nada ali é para ser levado inteiramente a sério, que aquilo não é a fala direta do
autor: “A coisa mais árdua do mundo, depois do ofício de governar, seria dizer a idade exata de
Dona Benedita”. Machado podia parodiar qualquer tipo de linguagem, da Bíblia à dos jornais
(essa, de fato, era a que satirizava com mais frequência). No começo dos anos 1880, Machado
não só estabelecera seu direito a falar do universo, mas também principiara a fazer o retrato da
sociedade brasileira sob uma luz inteiramente nova. Os romances bem-educados dos anos
Luciane Modesto
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1870, que elevavam a vida social, deram lugar à sátira selvagem de Memórias póstumas de
Brás Cubas, que mostrava realidades − adultério, prostituição, escravatura, o tratamento dado
aos agregados − com uma nitidez e uma cólera inteiramente impossíveis alguns anos antes.
Uma coisa é certa: a expansão do material possível de Machado e o distanciamento
irônico que ele adota são inseparáveis. Digamos assim: se ele não tivesse encontrado modos
dos mais variados (irônicos, sarcásticos, mas sempre semiocultos) de se expressar a respeito
de coisas sobre as quais não devia falar, ou às quais só podia se referir de soslaio, suas
histórias jamais teriam existido; podemos sentir sua satisfação quando se aproxima de outra
questão espinhosa e acaba encontrando novas maneiras de falar sobre coisas demasiado
embaraçosas para mencionar diretamente. Na minha opinião, isso ajuda a explicar o êxito de
seus contos − Machado caminhava no fio da navalha.
(Adaptado de: GLEDSON, John. Trad. Fernando Py. In: 50 contos de Machado de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, edição digital)
a) I e II.
b) I.
c) II e III.
d) I e III.
e) II.
a) as / a / a / à
b) às / à / a / à
c) às / à / a / a
d) as / à / a / à
c) há – a
d) a – à
e) a – a
9. (FCC-2016) São Jerônimo usava sinais e símbolos que faziam .... vezes de ponto, .....
indicar o início de um novo parágrafo, fazendo com que o leitor atentasse ..... unidade de
sentido de uma frase.
Preenchem as lacunas da frase acima o que se encontra em:
a) às − a – a
b) às − a – à
c) as − a – à
d) as − à – a
e) as − a − a
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10. (FCC -2016) Ao fazer pesquisas na internet, nossa atividade cerebral é muito diferente da
de quando estamos lendo um livro. Ao ler, nossa mente está mais relaxada e ativamos ......
áreas cerebrais relativas ...... linguagem, ...... memória e ...... processamento visual.
Em entrevista à CNN, ele afirmou que o conceito de privacidade mudou muito. “No mundo
conectado, tudo é gravado, ninguém mais será anônimo, não tem mais escolha, a cada
milissegundo tem alguém capturando dados sobre a gente, com quem fala, onde está, por
onde passa”, explicou.
(Matéria publicada em 22/10/2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil. com.br/business/privacidade-e-protecao-de-dados-hoje-sao-sinonimo-deliberdade-diz-
especialista/Acesso em 07/12/2021)
12. (IBFC-2021) Assinale a alternativa que apresenta o uso correto do acento grave, indicador
de crase.
a) Todos somos sujeitos à chuvas e trovoadas.
b) Eu posso te visitar após às 15h.
c) Devemos à essa professora o nosso sucesso
d) Falei à senhora a mais pura verdade.
“Televisão é uma caixa de imagens que fazem barulho. Quando os adultos não querem ser
incomodados, mandam as crianças assistir à televisão. O que eu gosto mais na televisão são
os desenhos animados de bichos. Bicho imitando gente é muito mais engraçado do que gente
imitando gente como nas telenovelas. Não gosto muito de programas infantis com gente
fingindo de criança. Em vez de ficar olhando essa gente brincar de mentira, prefiro brincar de
verdade com meus amigos e amigas...”
(Trecho de José Paulo Paes)
13. (FGV – 2021) No texto a seguir há dois casos de acento grave indicativo da crase:
“Pedimos desculpas às esposas americanas. ABC apresenta o futebol das segundas-feiras à
noite.”
Assinale a opção que indica a frase em que o acento está empregado corretamente.
a) Nas Bermudas, você está à 700 milhas de tudo que o chateia. E a apenas 90 minutos de
Nova York. (American Airlines)
b) Carta aberta à doce senhora que se perdeu tentando chegar à avenida Dakabay de metrô,
na última semana. (Departamento de Trânsito de Nova York)
c) Circe faz você tão tentadora quanto à mais bonita sobremesa. (Circe lingerie)
d) O navio que trouxe para à América seu gosto por scotch. (Cutty Sark whisky)
e) Você não precisa ir à Paris para comprar Chanel nº 5. Mas seria melhor se fosse. (Air
France)
14. (FCC-2019) “... I... habituados ... II ... posse, ou mesmo ... III ... esperança da admiração
pública”, observa Adam Smith, “todos os demais prazeres esmaecem e definham.”
(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 85)
15. O uso do acento diferencial, consoante às novas regras, é facultativo nos seguintes casos,
exceto em:
a) fôrma (significando molde).
b) pôde (no pretérito perfeito do indicativo).
c) cantámos (no pretérito perfeito do indicativo).
d) amámos (no pretérito perfeito do indicativo).
Se pararmos para pensar, a solidão nos persegue. Sempre estamos tão juntos e, ao mesmo
tempo, tão sozinhos.
O simples fato de estarmos rodeados por dezenas, centenas ou milhares de pessoas, não nos
garante que pertençamos ao grupo.
A cidade é um dos maiores exemplos. Trem, metrô, ônibus em horário de pico. Homens ou
mulheres. Jovens ou velhos. Gordos ou magros. Trabalho ou estudo. Cada um do seu jeito,
indo cuidar da sua própria vida. Não há conversa ou um sorriso amigável. Rostos sérios e
cansados sem ao menos se preocupar em lhe desejar um bom dia. Parece que ninguém está
tendo um bom dia.
Na rua, todos têm pressa. Mochila à frente do corpo, senão você é roubado. Olhar no chão
para manter o ritmo do passo, ou logo à frente, como quem quer chegar logo sem ser
importunado.
Um braço estendido me tira do devaneio. É alguém sentado no chão, com um cobertor fino,
Luciane Modesto
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pedindo algumas moedas. Como boa integrante de uma multidão fria e apressada, ignoro e
continuo meu caminho. Essa é uma visão tão rotineira que se torna banal e, assim como eu,
ninguém ali observou aquele cidadão com olhos sinceros. Não me julgue, eu sei que você faz o
mesmo. O calor humano não parece suficiente para aquecer corações.
É um mar de gente. Mas não me sinto como mais uma onda, que compõe a beleza do oceano.
Sinto-me em um pequeno barco à vela, perdida em alto mar. Parada no meio da multidão, sinto
sua tensão constante, como se a qualquer momento fosse chegar um tsunami. Sinto-me
naufragando.
Você já pegou a estrada à noite? É ali que percebemos que a cidade nunca dorme por
completo. Carros a perder de vista em qualquer horário, com luzes que compõem uma beleza
única. Porém, esquecemos que em cada carro não existe somente uma pessoa ou outra, mas
sim histórias.
Para onde cada um está indo é um mistério. Neste momento, percebo que, assim como eu
enxergava alguns minutos atrás, ninguém ali me vê como ser humano. Veem-me como mais
um carro, mais uma máquina que atrapalha o trânsito de um local tão movimentado. Só eu sei
meu próprio caminho e para onde vou. Estou sozinha entre centenas de pessoas.
Mesmo assim, muitas dizem preferir a cidade ao campo. Morar no interior não é uma opção
para a maior parte das multidões – elas dizem que lá não há nada de interessante acontecendo
e o silêncio da natureza as faz sentir muito distantes do mundo.
16. Na oração “Veem-me como mais um carro”, presente no último parágrafo do texto, o termo
destacado está:
a) Grafado de forma correta, uma vez que se trata da conjugação do verbo ver na terceira
pessoa do plural.
b) Grafado de forma incorreta, pois, segundo as regras de acentuação, neste caso, deveria se
acentuar o primeiro e.
c) Grafado de forma incorreta, uma vez que não há necessidade da duplicação do
fonema e para o verbo em questão.
d) Grafado de forma correta, visto se tratar de uma palavra monossílaba tônica que não deve
ser acentuada.
e) Grafado de forma incorreta, pois é dispensável a utilização da letra m ao final do verbo.
17. Assinale a alternativa na qual a supressão do acento gráfico NÃO originaria outra palavra
existente em língua portuguesa.
a) Incômodo.
b) Também.
c) Está.
d) Crítica.
e) Porém.
20. O uso do acento diferencial, consoante as novas regras, é facultativo nos seguintes casos,
exceto em:
a) fôrma (significando molde).
b) pôde (no pretérito perfeito do indicativo).
c) cantámos (no pretérito perfeito do indicativo).
d) amámos (no pretérito perfeito do indicativo).