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Gabarito do Módulo 7 – ETAPA

1ª série

1. As duas formas verbais situam as ações indicativo dá ao texto o sentido de um fato


no passado: “estive” e “recebeu” são real: “[...] nesta rua tem um bosque [...]”. c)
formas do pretérito perfeito do indicativo, Na linguagem oral, é frequente o uso do
tempo próprio para indicar ações pretérito imperfeito do indicativo no lugar
plenamente concluídas no momento da do futuro do pretérito: “eu mandava
fala. Contudo, a locução verbal “estive ladrilhar” em vez de “eu mandaria
pensando” apresenta um sentido ladrilhar”, bem como o uso do verbo “ter”
diferenciado, pois sugere, por meio do com o sentido de “haver”: “nesta rua tem
gerúndio, uma ação prolongada, contínua. um bosque” em vez de “nesta rua há um
bosque”.
2. a) O verbo “achar” foi empregado com a
finalidade de dar à declaração o sentido de 6. b “Vós” é um pronome da segunda
“impressão ou opinião subjetiva”, ou seja, pessoa do plural utilizado em uma
que se trata de uma avaliação pessoal linguagem formal, e “você” é um pronome
acerca do fato em questão. de tratamento usado comumente.

b) Creio (penso, julgo, etc.) que descobri. 7. Os verbos no infinitivo foram usados
com o sentido de imperativo.
c) A “descoberta” foi feita no passado: a
forma verbal “descobri”, no pretérito 8. a) A forma verbal “parte” é a 3a pessoa
perfeito do indicativo, situa a ação em um do singular do presente do indicativo.
momento anterior ao da fala; enquanto a Como o contexto deixa claro, nesse caso, o
forma “acho”, no presente do indicativo, presente do indicativo foi usado com valor
situa o julgamento da menina no momento de futuro do presente, pois se trata de uma
da fala. ação dada como certa e que só acontecerá
“amanhã”.
3. a) A forma “cresçam” é a 3a pessoa do
plural do presente do subjuntivo. b) O tempo futuro expresso em “retornará”
tem sentido literal, pois concorda com o
b) Em “Que todas as suas plantas cresçam”,
tempo futuro indicado pelo adjunto
o presente do subjuntivo expressa um fato
adverbial de tempo “no próximo mês”.
possível/hipotético que espelha o desejo
do locutor. c) O sentido de tempo da forma verbal
“fora” indica ser este um fato anterior a
4. d O verbo “engarrafam” encontra-se no
outro também ocorrido no passado.
presente do indicativo.
9. a) 1 b) 1, 3 c) 4, 5
5. a) Y fosse: pretérito imperfeito do
subjuntivo. „ mandava: pretérito d) 2, 4; 1, 3 e) 1, 3, 5
imperfeito do indicativo. „ tem: presente
f) 4 g) 6 h) 6
do indicativo. „ chama: presente do
indicativo. „ mora: presente do indicativo. 10. a) lesse, risse, chegasse, dissesse,
„ roubou: pretérito perfeito do indicativo. contasse, telefonasse, rissem, ficassem,
fosse, ficasse, repetisse. Todos os verbos
b) O uso do modo subjuntivo confere à
estão no pretérito imperfeito do
primeira estrofe o sentido de uma
subjuntivo.
hipótese, de um fato possível: “[...] se esta
rua fosse minha [...]”. Na segunda, o modo b) O futuro do pretérito (“seria”).
c) Com a finalidade de dar uma alternativa totalmente serena, limpando sua tromba
positiva, porém hipotética, à vida da moça [CP] com as pernas [CP] dianteiras. De
doente. onde vem essa maquinaria [CD] de uma
precisão [AD] tão bela?”
11. a) O trecho B traz maior precisão nas
informações porque seus verbos estão no 6. a) 2 – 2 b) 1 – 2 c) 2 – 1 d) 1 – 1 – 1
modo indicativo, que expressa um fato de e) 1 – 2 f) 2 – 2 – 2 – 1 g) 1 – 1
maneira definida, real. h) 2 – 2 – 2 i) 2 – 1 – 1 j) 2 – 1

b) O verbo “haver”, no sentido de existir, é 7. a) Derivação imprópria.


usado apenas na 3a pessoa do singular.
b) O uso do artigo, ou seja, essas palavras
1. a) armas, baratas. foram usadas como substantivos porque
estão antecedidas de artigos: o (próprio)
b) ataque, nojo.
renascer; o antes; o depois.
2. O substantivo abstrato “ataque” (ação) é
8. a) “A rádio noticiou [...].”
formado pelo processo da derivação
regressiva. O substantivo abstrato “nojo” b) “[...] duzentos gramas de mortadela.”
(estado) tem origem controversa. Aceita-se
d) “[...] na caixa
comumente que ele seja derivado de
“enojar” ou “anojar” pelo processo da 9. a) A falta de víveres nos arredores dos
derivação regressiva. Países Baixos preocupa as autoridades.
3. Os substantivos funcionam como b) O nadador fraturou a parte inferior das
núcleos das expressões destacadas, ou costas ao nadar próximo à costa do sul do
seja, trata-se da classe morfológica que país.
representa a base de um sintagma
nominal. c) Os vencimentos no final do mês não
foram suficientes para equilibrar as
4. Resposta pessoal. Deve-se atentar para o finanças.
fato de que, na tira, o que impede a
deflagração de uma guerra nuclear é um d) As férias daquele ano prometiam ser
fato meramente subjetivo (nojo de muito boas: ia à praia fora da estação das
baratas), e não razões sociais e políticas, o águas.
que representa uma base extremamente e) O chefe não está com ares de muito
frágil para a paz na era atômica. amigo.
5. “Observe uma mosca. Não, não basta f) Já acordara com ânsias: a comida da
pensar nela. Encontre uma mosca [CP] de noite não lhe fizera bem. 1
verdade e examine-a. Veja suas perninhas
[CD] correrem num ritmo [AP] perfeito, sua 0. a) Trata-se de obra de literatura infantil;
pequena cabeça [CP] girar, observando os seu público-alvo são as crianças.
acontecimentos [AD]. Observe-a decolar: b) A sinopse sugere que a obra aborda o
num momento ela está parada, e a seguir relacionamento e a convivência entre
está no ar [CP], zunindo pelos arredores pessoas diferentes, as regras sociais e o
[CD] sem trombar em nada. Se puder, preconceito.
assista à sua aterrissagem [AD]. É a parte
mais impressionante: ela acelera na direção c) Os nomes dos personagens resultam de
[AD] de uma parede [CP], inclina-se, freia uma composição por justaposição em que
e... lá está ela na superfície [CD], os termos originais são reunidos por meio
do hífen. O nome próprio “O-que-sempre-
diz-não”, por exemplo, sem hífen, passaria b) “uns dez pássaros”: número não preciso.
a ser uma frase verbal: o que sempre diz
c) “um Hércules”: nome de personagem
não; com o hífen, passa a ser um
famoso para qualificar.
substantivo próprio composto. Na
expressão “de jei-to ne-nhum!”, o hífen foi d) “umas calças de brim”: objeto
um recurso expressivo utilizado para considerado como par; „ “uns óculos
sugerir ao leitor como as palavras foram engraçados”: objeto considerado como
ditas – cada sílaba foi pausada e par; „ “um Visconde de Sabugosa”: nome
enfaticamente pronunciada. de personagem famoso para qualificar.
11. Singular Plural Singular Plural segunda- e) “uns quinze minutos”: tempo não
feira segundas-feiras salário-mínimo preciso.
salários-mínimos amor-perfeito amores-
perfeitos abaixo-assinado abaixo-assinados 5. I. No primeiro momento, o artigo
água-marinha águas-marinhas decreto-lei indefinido “uma” refere-se a um ser
decretos-leis primeiro-ministro primeiros- desconhecido, indeterminado: onde
ministros furta-cor furta-cores morava uma velha qualquer.

12. b) “[...] água de flor e pé de moleque II. No segundo momento, o artigo definido
[...].” “a” refere-se ao ser já apresentado na fala
anterior e retomado, pelo falante, como
c) “[...] banana-ouro.” um específico e agora determinado.
g) “Os médicos-chefes [...] abaixo-assinados 6. Foto
[...].”
7. Foto
h) “[...] guarda-livros, [...] guarda-costas.”
8. O cheque – no valor de R$ 1.450,14 –
13. Há bisões-americanos, condores-da- deve ser preenchido desta forma: (hum)
califórnia, cavalos-de-przewalski, furões- mil, quatrocentos e cinquenta reais e
do-pé-preto e ararinhas-azuis que estão catorze centavos.
sendo preservados em zoológicos.
9. Quadringentésimo.
Artigo e numeral
10. Podem ser mencionadas as seguintes
1. c Trata-se do único enunciado em que a evidências: „ algumas palavras grafadas
palavra acompanha substantivo, com “consoantes mudas”: facto, nocturnas;
determinando-o: Os instintos Os (teus) „ a palavra paroxítona “fenómeno” com
instintos (perversos). acento agudo (e não circunflexo como
ocorre no português brasileiro: fenômeno);
2. a Em “A dor de um amor profundo”, a
„ uso de palavras pouco usadas no Brasil:
palavra “um” indica o gênero (masculino) e
regueiro (vala por onde corre e escoa
o número (singular), dando-lhe a
água).
conotação de um amor qualquer.
11. O fato “incomum” a que se refere o
3. a) A – a – Q – o b) Q – o c) Q – a
texto: ninguém morreu.
d) O – o – o e) Q f) a g) Q –
Q h) o – a – Q – Q i) O – Q j) Q – 12. A visão crítica e irônica se comprova na
Q seguinte passagem: “Nem sequer um
daqueles acidentes de automóvel tão
4. a) “um carro”: qualquer carro; carro não
frequentes em ocasiões festivas, quando a
definido anteriormente.
alegre irresponsabilidade e o excesso de
álcool se desafiam mutuamente nas plural: “só buraco” (A estrada são só
estradas para decidir sobre quem vai buracos); „ uso do verbo “ter” em lugar de
conseguir chegar à morte em primeiro “haver” para indicar existência (Se chove,
lugar.” tem lama); „ a expressão “e tanto”, forma
bastante popular de expressar um reforço
13. Y Em “um daqueles acidentes”, a
do que se disse antes ou um modo informal
palavra “um” antecede o substantivo,
de aumentativo: um “passeão”.
agregando a ele o sentido de indefinição:
qualquer daqueles acidentes, algum 5. Trata-se da função conativa,
daqueles acidentes; trata- -se, portanto, de caracterizada pelo apelo ao receptor: “Vai
um artigo indefinido. „ Em “por um dia”, a de Rural, não vai?”
palavra “um” quantifica o ser – por
6. a) Y lugar bonito; „ subida difícil; „
apenas/só um dia; trata-se, portanto, de
marcha lenta; „ alta qualidade.
um numeral.
b) Y “um passeio e tanto”; „ ”só buraco”.
14. Saramago desafia as convenções
gramaticais ao grafar um substantivo c) Y Recurso expressivo: antítese; „ A
próprio (o nome da personagem palavra “difícil” foi empregada como
mitológica: Átropos) com letra minúscula: adjetivo, atributo do substantivo “subida”;
“a velha átropos”. „ A palavra “fácil” foi empregada como
advérbio, indicando o modo de execução
1. Foto
da ação expressa pelo verbo: “chega fácil”
2. a) Jiló amargo. b) Bactéria unicelular. c) = chega com facilidade.
Triângulo trilátero. d) Pedra mineral. e)
7. Nos dois casos, “pior” tem o valor de
Gato vertebrado. f) Luz clara. g) Minhoca
substantivo. Na frase, a substantivação da
vermiforme. h) Lei categórica.
palavra fica evidente em razão do uso do
3. a) pura, Fundamental, juntas, inteligente, artigo definido: “O pior é que [...]”. No
ponderada, medrosa, brilhante, texto publicitário, o adjetivo que se
imprevisível, levada, pior, amorosa, compara é “difícil” e não “ruim”/“mau”; a
competitiva, mútuos, todo, magra, suja, intensidade do adjetivo “difícil” aparece em
deslumbrante, loura, graciosa, gordinha, uma comparação não explícita: as curvas
feia, melhor, condenada, eterno, escolares, são ainda mais difíceis do que a subida. Ou
clássicos, bom, velho, literário, atento, seja: (O) pior (é que) as curvas são ainda
político, psicológicas, breves, certeiras, mais difíceis do que a subida. Assim, tanto
próximos, robusto, conservador. no texto publicitário quanto na frase a
palavra “pior” se faz presente no (ou
b) Y “O que o romance oferece é o bom e
pressupõe) sintagma “o pior é que”,
velho realismo literário”; „ “com olhar
caracterizando seu emprego como
atento ao quadro político-social”; „
substantivo.
“sondagens psicológicas breves, mas
certeiras”; „ “romance robusto, mas 8. a) Adjetivo. b) Substantivo. c)
esteticamente conservador”. 4. Podem ser Substantivos. d) Adjetivo. e) Substantivo.
apontados os seguintes recursos: „ uso do
9. As palavras “velho” e “cego” podem ser
pronome “você”, que estabelece um
empregadas ora como substantivo, ora
contato informal e mais íntimo com o leitor
como adjetivo, conforme o contexto e/ou a
(“Mas você chega fácil”); esse tratamento
posição que ocupam na frase. Em a,
também pode ser observado no uso do
“velho” foi usado como substantivo, e
verbo na 3a pessoa do singular: “Vai de
“cego” como adjetivo: um velho, que é
Rural, não vai?”; „ uso do singular pelo
cego, atravessou a rua. Em b, “velho” foi b) No primeiro verso, o pronome oblíquo
usado como adjetivo, e “cego” como átono “me” aparece em posição enclítica,
substantivo: um cego, que é velho, conforme a regra gramatical que proíbe sua
atravessou a rua. colocação em começo de frase. No último,
o pronome foi colocado no início da frase,
o que indica o uso coloquial da língua.
10. Só há mudança de sentido em b: „ Uma
c) Na primeira parte, Oswald de Andrade
dona de casa simples = uma dona de casa
ironiza o padrão culto/literário imposto
modesta; „ Uma simples dona de casa =
pela gramática, em total desacordo com a
uma dona de casa insignificante.
língua efetivamente falada no país; na
11. a) painéis azul-violeta b) saias azul- segunda, ele põe em prática o projeto
escuras c) assuntos político-sociais d) modernista de resgatar a variante popular
canários amarelo-ouro e) olhos cor de mel da língua (incorporando todos os “erros”),
f) vestidos azul-marinho g) questões luso- que contribuía para espelhar a nossa
brasileiras h) papéis verde-bandeira i) vales nacionalidade.
verde-esmeralda
4. a) Enviar-te-ei o e-mail hoje mesmo.
12. Há dois empregos a considerar: „ Os
b) Perdoar-nos-ão as dívidas?
adjetivos “melhor”, “inteligente”,
“engraçado” e “bem-educado” expressam c) Mandar-lhe-ia flores, se ela me amasse.
o superlativo relativo de superioridade; „
d) Fá-lo-ei de bom grado para minha
“melhor” é forma sintética do superlativo
família.
“mais bom”, enquanto as demais são
formas analíticas do superlativo; e) Benzê-la-ei, se assim desejarem.
13. As formas “hiperlegal” e “linda de 5. No primeiro quadrinho, a colocação do
morrer” são construções coloquiais do grau pronome átono me antes do verbo segue a
superlativo; “pessoa boníssima” regra, pois há uma palavra de sentido
(superlativo absoluto sintético) e “muito negativo que o antecede. Já no terceiro
legal” (superlativo absoluto analítico) são quadrinho, a colocação do pronome átono
formas tradicionais do superlativo. me no início da frase foge à regra, pois esta
Observação: “Todos diziam que ele era um não admite que se inicie frase com
cara muito legal”, não se deve confundir as pronome oblíquo átono. Trata-se de
expressões coloquiais “cara” e “legal” com construção típica do português do Brasil.
a construção normal do superlativo “muito
legal”. 6. a-3; b-7; c-1 e 2; d-8; e-4; f-6.

2ª série 7. a) Ocorre próclise, pois não há pausa do


advérbio aqui em relação ao verbo viver. b)
1. me: mesóclise; os: próclise; lhes: ênclise. Ocorre ênclise, pois há pausa, marcada
pela vírgula, entre o advérbio e o verbo.
2. Exemplos pessoais.
8. Em “expõem-nos nas vitrinas”, a ênclise
3. a) O quinto verso “Mas o bom negro e o
ocorre em razão de a oração ser iniciada
bom branco” divide o poema em duas
por verbo.
partes. A palavra que o inicia, a conjunção
“mas”, estabelece uma oposição entre elas, 9. a) Anos atrás, eles tinham-se amado.
ou seja, a partir dessa conjunção, o que se (regra) Anos atrás, eles tinham se amado.
diz contrasta com o que foi dito (uso brasileiro)
anteriormente.
b) Eles estavam-se amando/amando-se. predomina a linguagem conativa, uma vez
(regra) Eles estavam se amando. (uso que coloca o receptor em destaque, como
brasileiro) pode-se observar pelos verbos no modo
imperativo: verifique, não use, utilize.

10. a) Sua fortuna tinha-se evaporado.


(regra) Sua fortuna tinha se evaporado. 4. Em “[...] verifique se o mesmo encontra-
(uso brasileiro) se parado neste andar”, o primeiro se tem
a função de conjunção integrante,
b) Eles odeiam-se, mas vivem juntos há 50
introduzindo um objeto direto oracional, e
anos. (regra) Eles se odeiam, mas vivem
o segundo é parte integrante do verbo
juntos há 50 anos. (uso brasileiro)
pronominal “encontrar-se”, que tem o
1. O autor defende a regra da gramática sentido de achar-se, permanecer.
normativa, que exige a concordância do
5. a-3; b-6; c-2; d-5; e-4; f-1.
verbo com o sujeito paciente, e condena o
uso do verbo no singular como ”erros 6. No texto, o autor contrasta a genialidade
inomináveis” – como se fosse um caso de concebida como dom, como graça divina, à
sujeito indeterminado. genialidade advinda de traços inerentes ao
indivíduo, conscientes ou inconscientes.
2. a) Ambos os textos abordam a não
distinção entre o se como índice de 7. a) Em I, a palavra que é um pronome
indeterminação do sujeito e pronome relativo – introduz a oração adjetiva,
apassivador, prevalecendo no uso moderno substituindo “loucura divina”.
o sentido de indeterminação do sujeito
Em II, a palavra que é uma conjunção
(ou: a tendência moderna para usar a
integrante – serve como elo sintático entre
passiva sintética como um caso de
as orações.
indeterminação do sujeito), sem a
concordância do verbo com o sujeito. b) O lluminismo endossou a fé na razão.
Durante a segunda metade do século XVII,
b) Apenas o texto II utiliza o chamado
efetuaram-se críticas, condenações e
argumento de autoridade, fazendo a
massacres a tudo que fosse considerado
citação de exemplos da linguagem utilizada
irracional.
por pessoas cultas, como a historiadora
Lilia Schwarcz e o escritor Luis Fernando 8. a-2; b-6; c-5; d-3; e-1; f-4; g-
Verissimo. Esse recurso torna a 7.
argumentação mais consistente.
1. a) Trata-se do uso do gerúndio para
c) Os textos II e III não trabalham com as indicar ações futuras, como em: vai estar
noções de certo e errado como o texto I; explicando.
apenas explicam a razão de os falantes
usarem a passiva pronominal como se b) O sufixo -ismo apresenta conotação
fosse um caso de indeterminação do pejorativa/depreciativa, tendo a intenção
sujeito. de ridicularizar/depreciar esse uso do
gerúndio.
3. „ Tipologia textual: injunção. „ Função
de linguagem: conativa. „ Justificativa: o c) A gramática normativa nomeia esse uso
aviso é um texto injuntivo, pois representa de vulgarismo, ou seja, trata-se de uma
uma instrução dada aos passageiros de construção típica da linguagem popular, ou
como proceder em relação ao elevador; um “modismo” que contraria a norma
culta.
d) O gerundismo apresenta a seguinte segunda, utiliza o pronome da 2ª pessoa
estrutura verbal: FOTO “te”. Segundo a gramática normativa, na
frase deve haver uniformidade de pessoa.
e) O gerente de vendas explicará/vai
explicar o novo plano de metas na próxima b) Poder-se-ia argumentar que, enquanto a
semana. uniformidade de pessoas é normal no
português lusitano, no Brasil, a mistura de
2. Resposta pessoal. É importante que o
tratamento é a regra, compondo a
gerúndio esteja em relação de
linguagem de todas as camadas sociais e de
simultaneidade com outra ação. Exemplo:
todos os níveis culturais. Assim, o redator
Venha, que eu estarei te esperando.
utiliza essa estratégia para atingir todos os
3. a) Ocorrem as seguintes alterações segmentos sociais. Dessa forma, a
fonológicas: „ Na fala de Chico Bento, a exigência de correção fundamenta-se no
redução da forma José para Zé e a português de Portugal.
pronúncia do “e” átono como /i/ (me = mi).
6. a) Há duas possibilidades de correção: 1.
Essa pronúncia é comum no português
Na 3ª pessoa: Se você não se cuidar, a Aids
brasileiro, em praticamente todas as
vai pegá-lo. 2. Na 2ª pessoa: Se tu não te
variantes linguísticas. „ Na fala de Zé Lelé, a
cuidares, a Aids vai te pegar.
substituição da consoante /I/ por /r/,
presente em algumas variantes linguísticas b) Resposta pessoal. Pode-se alegar que o
populares. texto corrigido perde sua força
comunicativa; soa artificial porque perde a
b) Tradicionalmente, a gramática normativa
naturalidade que existe no texto original. c)
rotula de barbarismo a pronúncia (ou a
Para o publicitário e escritor Nei Leandro
grafia) das palavras em desacordo com as
de Castro, usa-se a palavra para
normas. Alguns autores preferem rotular
caracterizar o que, na sua visão, seria um
de cacoépia a pronúncia defeituosa das
erro gramatical, pois falta concordância de
palavras.
pessoas no texto.
c) A fala de Chico Bento ilustra um
7. O uso desnecessário de termos
conhecido “defeito” de linguagem que os
estrangeiros caracteriza “vício”, “cacoete”
puristas consideram desleixo no uso da
ou “modismo” de linguagem, que alguns
língua: “uma mão” = “um mamão”. Ou seja,
chamam de estrangeirismo. O anúncio
a junção silábica formou uma nova palavra,
utiliza a palavra inglesa “off” quando
estranha ao contexto comunicativo. Tal
poderia usar a palavra portuguesa
“defeito” recebe o nome de cacofonia.
“desconto”, como se observa no texto
4. No título da matéria jornalística ocorre o abaixo: FOTO
que a gramática normativa chama de
8. Monteiro Lobato aceita coisas
colisão, uma repetição não intencional do
tipicamente nacionais como o
mesmo fonema consonantal – no caso, a
“brasileirismo” – já reabilitado – e o
consoante “p”, produzindo sons
“provincianismo”, posto que “ele também
desagradáveis (dissonância). Já no verso de
estava trabalhando na evolução da língua”,
Vinicius de Moraes, há o recurso estético
e valoriza o neologismo, pois este contribui
da aliteração, que é a repetição intencional
para a renovação da língua.
das consoantes “p” e “t” para dar
sonoridade ou musicalidade ao verso. 1. “De onde veio essa nossa bizarrice que
nos dá tanto orgulho?”
5. a) Na primeira frase, o slogan utiliza os
pronomes da 3ª pessoa “você” e “se”; na
2. Os ditongos -ão/-õe e o infinitivo 9. a) Em I, emprega-se o infinitivo
flexionado. impessoal não flexionado, pois não faz
referência a nenhuma das pessoas do
3. Não há consenso sobre sua origem,
discurso, enquanto em II, o infinitivo
tampouco sobre seu uso. „ O caráter
pessoal foi flexionado para pôr em
nebuloso da origem do infinitivo
evidência o sujeito elíptico (nós) da oração
flexionado: “Os historiadores da língua têm
reduzida.
debatido a respeito da origem do infinitivo
flexionado”. „ As numerosas regras b) A flexão do infinitivo na 1ª pessoa do
propostas pelos gramáticos revelaram-se plural indica e acentua a inclusão do
insuficientes ou irreais. enunciador no enunciado. 10.

4. Para Marcos Bagno, “[...] o próprio nome Em I, a flexão do infinitivo foi feita para
dessa forma verbinominal é uma destacar o sujeito da oração reduzida de
contradição em termos, uma vez que os infinitivo (os transeuntes), o qual é
verbinominais são caracterizados diferente do sujeito da oração principal (a
precisamente pela ausência de marcas de mulher).
tempo e pessoa”.
Em II, não há necessidade de flexão do
5. Segundo o autor, alguns estudiosos “[...] infinitivo, pois ambas as orações
acreditam que se trata de um uso ‘inculto’ apresentam o mesmo sujeito (eles).
do infinitivo que avançou na escala social e
11. a) A flexão do infinitivo na 3ª pessoa do
se impôs a todos os falantes da língua”, ou
plural foi um recurso utilizado para deixar
seja, um “erro” que acabou se fixando
indeterminado o sujeito da oração
como uso normal da língua.
reduzida.
6. Os parênteses colocam em evidência o
b) Na oração reduzida com verbo de
caráter controverso da flexão do infinitivo,
ligação, a flexão do verbo é opcional.
ou seja, o próprio autor fica em dúvida se,
nesse caso, flexiona-se ou não o infinitivo. c) Na oração reduzida com verbo na voz
passiva, a flexão do verbo auxiliar é
7. a) Os infinitivos foram usados
opcional.
impessoalmente (não fazem referência a
qualquer pessoa do discurso), e com valor d) Na oração reduzida com função de
gramatical de substantivo: viver é lutar = objeto indireto (ou complemento nominal),
vida é luta. não se flexiona o infinitivo antecedido de
preposição.
b) O verbo “poder” concorda, na 3ª pessoa
do singular, com o termo antecedente do 12. O verbo fazer, no contexto, já tem
sujeito que (pronome relativo), o sentido impessoal e genérico, pois não faz
substantivo combate, como pode-se referência a nenhuma pessoa do discurso.
observar na reestruturação do texto: A vida Nesse caso, o índice de indeterminação do
é combate, o qual abate os fracos. / A vida sujeito torna-se redundante. Portanto, não
é combate, o qual só pode exaltar os fortes, há necessidade do recurso da
os bravos. indeterminação do sujeito ou da flexão do
verbo, que só são utilizados quando
8. O infinitivo foi empregado com sentido
queremos enfatizar o sujeito da oração.
imperativo, pois faz um apelo, pedido ou
Logo: “Este não é o momento adequado
ordem.
para fazer críticas ao governo”.

3ª série
01. a) A frase tem sentido hipotético, do fuzil que despedaça a flor e cala, assim,
portanto o verbo deve ser usado no modo a voz de Marielle.
subjuntivo, e não no indicativo.
b) Na charge, a esperança aparece no
b) E se Deus for canhoto. renascer da planta, da qual vão brotar
ainda mais flores Marielles; em outras
02. Drummond faz um jogo de sentido
palavras, a flor fuzilada volta a crescer com
entre “canhoto” e “direito”. Por usar a mão
mais força. No poema, Drummond fala do
esquerda, as coisas não são “direitas”, isto
milagre de uma flor feita poesia, capaz de
é, não ficam perfeitas.
romper o asfalto. É com ela que o poeta se
03. Suposição, conjetura. salva e pode trazer-nos um pouco de
esperança.
04. a) Na crônica, a expressão indica que o
inimigo (no contexto, quem tentou calar a 05. a) O autor refuta e corrige a afirmação
voz de uma defensora dos direitos de que “a internet é um instrumento
humanos) tem muito poder, o que acentua democrático”. Segundo ele, “a internet é
a ideia de injustiça presente no excerto um instrumento potencialmente
citado de Drummond (“o tempo não democrático”. O argumento principal é o de
chegou de completa justiça”). Na charge, que a internet não é acessível a todos
por sua vez, a expressão relaciona-se à indistintamente. Apenas quem dispõe de
potencialização do discurso que os um “privilégio cultural” decorrente de um
defensores dos direitos humanos “privilégio social” pode usufruir desse
adquiriram, evidente na última imagem, instrumento. Antes de conseguir absorver
em que se nota o crescimento e a conteúdos pela internet, o usuário precisa
amplificação das vozes que lutam por dominar a capacidade de leitura
justiça. (“privilégio cultural”), e o domínio da
leitura pressupõe escolaridade (“privilégio
b) Na charge, a “munição de esperança” social”).
surge da indignação (após o homicídio da
vereadora Marielle Franco), sentimento b) Para absorver conteúdos pela leitura
que mobiliza as vozes que lutam contra a veloz e fragmentada da internet, são
violência por meio de protestos, de necessários, antes, a alfabetização e o
palavras (conforme o último quadro da aprendizado mediados pelo professor na
charge). No poema, da mesma forma, a escola, por meio da leitura lenta e reflexiva
ideia relaciona-se ao combate à violência de livros. Sem esse pré-requisito, a internet
armada por meio das palavras, de poemas. é inacessível.
A fragilidade da flor, que cresce no asfalto
Resposta esperada – Unicamp
(em associação à injustiça de tempos
difíceis), relaciona-se à delicadeza da a) O autor afirma que a internet é apenas
poesia. Tais elementos são as “armas da potencialmente democrática. Para ser de
razão” no combate aos fuzis e às balas. fato democrática, é necessário que os
usuários dominem os instrumentos do
Resposta esperada – Unicamp
conhecimento, o que exige a possibilidade
a) O “poder amplo e irrestrito” do inimigo de acesso à aprendizagem de leitura e
está evidenciado, na crônica, pela posse de escrita e, evidentemente, de acesso à
armas (fuzis e balas), o que conduz a um internet; possibilidades essas associadas a
aumento do sentimento de impotência privilégios culturais e sociais.
frente à violência denunciada. Já na charge,
b) A utilização da internet pressupõe
esse poder de vida e morte aparece na bala
professores de carne e osso para o ensino
da leitura. Segundo o autor, não se aprende então esposa de Chico, “Marieta”, e ao
a ler naturalmente; aprende-se devagar, e é coautor da canção “Francis” (Hime).
preciso saber ler para navegar na web.
08. a) O verbo cravar, no contexto, significa
Além disso, embora essa leitura se faça de
“predizer o futuro”, “profetizar”,
forma fragmentada e rápida, são os livros,
“vaticinar”; e “planilhar” equivale a
cujo uso se aprende na escola, que
“contabilizar”. Ambos os termos conferem
ensinam a dominar a velocidade da
ao texto o efeito de coloquialidade, de
internet. 06. a) Sim, existe diferença no
modo a conquistar a simpatia do público
emprego da palavra “homens”. No texto I,
leitor.
o termo tem um sentido mais específico,
ou seja, os indivíduos do sexo masculino. Já b) No trecho, os dois-pontos estabelecem
no texto II, o uso é mais genérico, com o uma relação de explicação e podem ser
sentido de humanidade ou raça humana. b) substituídos pelos conectores “porque” e
O uso das aspas no texto I confere ao “pois”, por exemplo. Assim, reescrevendo,
vocábulo uma ampliação bem como uma teríamos: Vale dizer que o usuário
retomada, no sentido de explicitação de contabilizou apenas mortes relevantes à
um conceito, ou seja, a presença das aspas história, porque/pois só entraram na
no termo reforça a situação das mulheres, planilha (...).
invisíveis e exploradas. Vale notar, ainda, o
caráter metalinguístico dessa referência, 09. Período 2: ... caso o crime ou a falta
uma vez que usa o texto para esclarecer o tenha sido cometida por pessoas
próprio texto. diferencialmente situadas na escala social.

07. a) A canção “Meu caro amigo” – com 10. Total: 30.


letra de Chico Buarque sobre melodia de 01) Incorreta. A ideia principal da tirinha é
Francis Hime – é de 1976, época de mostrar que é necessário os participantes
censura às várias formas de expressão de uma conversa possuírem um
artística durante o regime militar no Brasil. vocabulário compartilhado para um
A expressão “Se me permitem” entendimento total da fala.
normalmente denota um simples pedido
de licença, mas neste caso é um pedido de 02) Correta. 04) Correta. 08) Correta.
autorização. A elipse do sujeito (3a pessoa 16) Correta. 32) Incorreta.
do plural) de “permitem” apontaria para Calvin cria novas palavras para se
um sujeito indeterminado, mas neste comunicar com o pai; já o pai usa
contexto refere-se aos órgãos censores. expressões típicas de sua geração.
b) “Meu caro amigo” é uma letra de canção 11. • vários: paroxítona terminada em
composta na forma do gênero carta. O ditongo; • incumbência: paroxítona
destinatário é o vocativo “Meu caro amigo” terminada em ditongo; • analisá-los:
(do título e do primeiro verso). Outra oxítona terminada em -a; • órgãos:
marca do gênero carta é a despedida – na paroxítona terminada em -ão.
letra, o remetente manda um beijo para a
família do destinatário. A título de 12. a) O narrador estabelece um contraste
curiosidade, o destinatário da canção é o entre a vida familiar e a vida no internato.
dramaturgo Augusto Boal (então exilado A primeira é concebida como eufórica
político na Argentina). Na despedida, o (“estufa de carinho” e “regime de amor
remetente (Chico Buarque) manda um doméstico”) e a segunda, como disfórica
beijo para “Cecília” (esposa de Boal). Além (“verdadeira provação”).
disso, também enviam recomendações a
b) O narrador chama de “felizes tempos” a Haroldo!”: esquecer, como transitivo
época que precede a vida no Ateneu indireto, é pronominal (Nós nos
porque aquela, que não era agradável, esquecemos do Haroldo) não sendo
mostra-se muito mais amena que a vida pronominal, é transitivo direto (Nós
que viria a ter no internato; assim se esquecemos o Haroldo).
justifica o uso do termo “eufemismo”,
Quadrinho 3: • “Você podia ter se
indicando abrandamento/atenuação.
aprontado mais cedo...”: o pronome
13. a) O sujeito gramatical da locução pessoal oblíquo átono enclítico liga-se ao
verbal “houvesse perseguido” é a verbo pelo hífen: ... podia ter-se... • “Nos
expressão “a mesma incerteza de hoje”, atrasou”: não se começa oração com
cujo núcleo é “incerteza”. Já em relação a pronome oblíquo átono: Atrasou-nos.
“viesse”, o sujeito é “a enfiada das
20. a) Grandes escândalos são estes, mas a
decepções que nos ultrajam”, cujo núcleo é
circunstância os faz ainda maiores.
“enfiada”.
b) • Mesma natureza: própria natureza. •
b) Em discurso indireto, o trecho ganha
Mesma pátria: pátria comum (a todos
esta feição: À porta do Ateneu, meu pai
cidadãos).
(me) disse-me que eu iria encontrar o
mundo. 21. a) Se ele vir o filme, eu também verei.
14. a) • dê: monossílabo tônico. Recebe b) Se tu te dispuseres, eu também me
acento por ser oxítona finalizada em -e; • disporei.
de: preposição, monossílabo átono.
22. a) Quando eu reouver os livros, nunca
b) Existem várias possibilidades: Não lhe dê mais os emprestarei.
noções de música, pois (...).
b) Os alienados sempre se mantêm
15. a) • talvez: advérbio de dúvida; • dê: neutros.
presente do subjuntivo.
c) As provas que contivessem mais erros
b) Existem várias possibilidades: dando-lhe seriam comentadas.
apoio; vou-lhe dar apoio, etc.
d) Quando ele compuser uma canção de
16. a) defensável b) vendáveis paz, poderá descansar.
c) exequível/executável d) insolúveis 23. Não saias daqui! Não fujas! Não
abandones o que é teu e não me esqueças.
e) indelével
24. a) • Transitivos diretos: abriu, viu. •
17. a) Só lê à hora do almoço (entre outras
Transitivos indiretos: correspondeu,
possibilidades).
pensou. • Transitivos diretos e indiretos:
b) Decepou as consciências à espada do oferecia, agitar.
arbítrio (entre outras possibilidades).
b) Viu tem como complemento as orações
18. a) as: pronome demonstrativo. “... que ele atravessava a rua...” e “... e
vinha em sua direção, sorriso aberto e
b) contra: preposição.
braços prontos para um abraço...”. Essas
19. Quadrinho 1: • “Volta, pai!” e “Para o orações são coordenadas entre si e são
carro!”: como o tratamento usado é você, orações subordinadas substantivas
então o verbo deve ser conjugado na 3a objetivas diretas em relação ao verbo da
pessoa: volte, pare. • “Nós esquecemos do principal (“viu”). Pensou tem como
complemento a oração “em se esquivar”, 32. Quando eu lhe pedi, três meses depois,
que é oração subordinada substantiva que, acabado o luto, casasse comigo, Iaiá
objetiva indireta reduzida de infinitivo. Lindinha não estranhou, nem me despediu.
Cabe ressaltar que a última vírgula é
25. a) • Classe gramatical: pronome
facultativa.
demonstrativo. • Função sintática: objeto
direto. 33. Trata-se de predicativo do sujeito (“os
vigilantes”) deslocado.

34. Há outras possibilidades que a língua


b) Morfologicamente é pronome indefinido
oferece para a expressão da causalidade: •
adjetivo. Por se tratar de um pronome
Nós, os escritores nacionais, porque
adjetivo, sua função sintática é adjunto
queremos ser entendidos de nosso povo,
adnominal. No entanto, vale lembrar que
havemos de falar-lhe em sua linguagem. •
as palavras só assumem função sintática
Nós, os escritores nacionais, visto que
desde que façam parte de uma oração – o
queremos ser entendidos de nosso povo,
que não é o caso do exemplo dado. Não se
havemos de falar-lhe em sua linguagem. •
analisam sintaticamente os termos de
Nós, os escritores nacionais, já que
frases como: “Que bela noite!”, “Ah, que
queremos ser entendidos de nosso povo,
dor!”, “Muito riso, pouco siso”, etc.
havemos de falar-lhe em sua linguagem. •
26. a) Pela posposição de mau destino Nós, os escritores nacionais, porquanto
temos o exemplo de hipérbato ou inversão. queiramos ser entendidos de nosso povo,
havemos de falar-lhe em sua linguagem.
b) O atributo dementes para gritos é
exemplo de personificação. Sinestesia. 35. a) • de: causa; • como: comparação.

27. a) • vos: objeto indireto; • verdadeiras: b) Há outras possibilidades: O povo caía e


predicativo do sujeito “lágrimas”. morria por causa da sede e da fome tal
qual o gado.
b) “... que as lágrimas...”: oração
subordinada substantiva objetiva direta em 36. a) Não existem vagas. b) Não tem
relação a “Digo-vos...”, oração principal. vagas.

28. a) 1) que: conjunção integrante. 2) que: 37. Os verbos são “resta” e


pronome relativo. “correspondem”. O primeiro está no
singular concordando com “déficit”, núcleo
b) Oração subordinada substantiva objetiva do sujeito “um déficit de oitenta por
direta. cento”; o segundo está no plural
29. a) “negro”: substantivo. concordando com “vinte”, núcleo do
sujeito “os vinte por cento”.
b) “dos meus olhos”: adjunto adverbial de
lugar. 38. Uma dentre as possibilidades: •
Embora seja um bom escutador e um vedor
30. • topando: “... quando topara os melhor, só trancado e sozinho é que
obstáculos...”; • deter: “... sem que me consigo me expressar. • Apesar de ser um
detivesse...”. bom escutador e um vedor melhor, só
31. a) que: “a manhã mais bonita.” b1) a trancado e sozinho é que consigo me
que b2) de que b3) com que b4) que expressar.

39. O verbo fazer, na 3a pessoa do plural,


concorda com o sujeito paciente
“armaduras”. Trata-se de voz passiva 45. a) Parcialmente correto, pois há um
sintética (fazem-se) equivalente à voz erro de concordância verbal e não de
passiva analítica (são feitas). ortografia. Trata-se de voz passiva sintética
em que o verbo deve concordar no plural
40. Nós, cidadãos brasileiros, devemos
com o sujeito paciente “moças”.
fazer algo para melhorar a situação de
milhões de pessoas que vivem na miséria. b) Há outras possibilidades: Em caso de
Esse senhor já ficou tempo demais na dúvida, aceite ajuda somente de
presidência do nosso país, por isso funcionário do banco.
devemos tirá-lo do poder. A luta é o
46. a) Ainda hoje, esta singela quadrinha de
caminho, luta pacífica e com ideologias
propaganda é cantada no rádio por vozes
dignas que visem ao bem geral da
bem afinadas.
população deste tão grande país.
b) • Novinhas em folha: desabrocham; •
41. a) 95% (dos entrevistados) declaram-se
resplandecentes: com a luz do sol.
mais interessados em participar da vida em
comunidade, mas (contudo, todavia, etc.) 47. Trata-se de uma questão de
apenas 4% citam o trabalho social como interpretação que consiste em retirar a
sonho e projeto de vida. b) Relação de ambiguidade contida em um texto.
oposição expressa pelo uso da conjunção
adversativa mas. a) • Primeira redação: ... sai à caça do
soldado desertor que, com (juntamente
42. O segundo período poderia ser aos) confederados, realizou assalto a trem.
pretensamente utilizado para justificar atos • Segunda redação: ... sai à caça do soldado
terroristas, pois, na união de dois desertor que realizou assalto a trem com
segmentos mediante o conector mas, o confederados em seu interior. (O trem
segundo adquire uma maior força levava confederados.)
argumentativa. No caso analisado, tem-se
que a arrogância e a prepotência b) • Primeira redação: com confederados –
americana ganham destaque em ideia de companhia; exerce a função
detrimento do horror causado pelos gramatical de adjunto adverbial de
ataques terroristas. companhia. • Segunda redação: com
confederados – ideia de ocupação de
43. a) As formas verbais utilizadas remetem conteúdo; exerce a função de adjunto
a um mundo hipotético – no caso o plano adnominal.
das aspirações do eu lírico – em que algo
não é possível de ser realizado. Nesse 48. a) I. Eles haviam pedido que a Petrobras
mundo hipotético se ambienta “O último garantisse que não haveria inquéritos
poema”. administrativos contra os grevistas.

b) Sim, essa ideia se alteraria, pois se II. Se eles tivessem pedido, a Petrobras
desfaria esse mundo hipotético (não teria garantido que não haveria inquéritos
realizável), substituído por um outro em administrativos contra os grevistas.
que o desejo se mostra como algo possível, b) Em I, o pedido chegou a ser feito à
factível. Petrobras, mas não se conhece a posição
44. Uma das formas possíveis de estruturar real da empresa. Gramaticalmente,
o período é: Quando ela nos convenceu de utilizou-se a correlação de modos verbais
sua honestidade, ficamos aliviados, embora para indicar a certeza (indicativo) e a
houvesse alguns aspectos de seu hipótese (subjuntivo).
comportamento irreversíveis.
Em II, o pedido não chegou a ser feito à entre 1994 e 2010, e que representa 25,9%
Petrobras, conhecendo-se a posição da da população mundial, é a geração Z. 16)
empresa se o pedido ocorresse. Incorreta. Os “nativos da internet”
correspondem às gerações anteriores (X e
49. •... embora tenham dito/dissessem que
Y).
é o mais velho representante nas
Olimpíadas, é como vinho: quanto mais 53. Total: 43. 01) Correta. 02) Correta. 04)
velho melhor. • Espero que consigamos Incorreta. Os termos “Já não” e “não...
vencer. • Talvez não saibamos avaliar o mais” são usados com valor temporal e
valor deste programa. • Pode ser que os indicam situações que não aconteceram no
cronômetros não estejam corretos ou que passado, mas que ocorrem no presente.
as duas bolas não tenham sido largadas ao 08) Correta. 16) Incorreta. O segmento
mesmo tempo. “Apesar de alertar para” poderia ser
substituído por “embora alerte”, com a
50. Transcrição dos versos: “Não a forma
forma verbal no presente do subjuntivo,
encontrada”, “não a forma obtida”, “mas a
sem prejuízo de sentido e sem desvio na
forma atingida”. Uma dentre as
variedade padrão escrita da língua
explicações: • O uso dos particípios torna o
portuguesa. 32) Correta.
texto impessoal. • O uso dos particípios
enfatiza o objeto em detrimento do agente. 54. Total: 17. 01) Correta. 02) Incorreta.
Nos trechos I e III, os termos “que”
51. Total: 8. 01) Incorreta. De acordo com o
destacados são pronomes relativos. Já no
texto: “Acabou o egoísmo, o narcisismo
trecho II, o “que” é uma conjunção
selfie, a obsessão pelo consumo e a
subordinativa integrante. 04) Incorreta. O
passividade que isso acarreta. Há uma
termo “seu” remete ao sujeito
geração que quer salvar o mundo, mas
indeterminado do verbo “gostam”. O
ainda não sabe como”. 02) Incorreta. São
primeiro “o” refere-se a “enfoque de seu
os millennials (ou geração Y) o grupo de 80
professor”, assim como o segundo “o”. 08)
milhões de pessoas nos EUA, com uma
Incorreta. O termo “mundo” desempenha
capacidade de compra de 112 bilhões de
o papel de objeto direto. Já “no
reais, e não a geração Z. 04) Incorreta. As
laboratório” desempenha a função de
gerações anteriores não possuem os
adjunto adverbial de lugar. 16) Correta.
mesmos interesses que os da geração Z. O
grupo da geração Z é quem se interessa 55. a) A literatura pode levar o leitor a
pelas vocações profissionais, pela conhecer e a entender sentimentos
tendência para trabalhar em rede e pelo variados, a reconhecer a alteridade, a
espírito de solidariedade. 08) Correta. 16) ampliar seu universo cultural, a
Incorreta. A geração Z já está integrada transformar sua visão de mundo e a buscar
intimamente à internet, quer mudar o a aproximação das pessoas. b) Os dois
mundo e pratica a solidariedade, pois relatos servem para comprovar a ideia de
possui consciência social. 32) Incorreta. A que a literatura pode confortar as pessoas,
geração Z está moldada “pela recessão e as transformá-las em sua essência e permitir-
políticas de austeridade. Um total de 77% lhes ressignificar a vida; servem como
está preocupado em não se endividar’’. ilustrações para legitimar o ponto de vista
do autor.
52. Total: 6. 01) Incorreta. A afirmativa I
não se refere a dados do relatório 56. a) O presente narrativo traz ao leitor a
Cassandra Report, e sim ao Google sensação de estar vivendo a cena narrada,
Analytics. 02) Correta. 04) Correta. 08) como se estivesse acompanhando as ações
Incorreta. O grupo demográfico nascido
das personagens no momento em que constitucional e jurídico” (linhas 56 a 58).
aconteciam. Em outras palavras, para DaMatta, os
cidadãos dessas nações obedecem mais às
b) I. Refere-se a “sentido”. II.
leis por verem com clareza que estas estão
Absurdamente.
a serviço do bom funcionamento da
57. a) Segundo John Stuart Mill, sociedade.
Wordswoth havia lhe ensinado tudo aquilo
61. a) A afirmação do autor se justifica
não somente sem desviá-lo da
porque a “força popular oceânica” que era
consideração dos sentimentos cotidianos e
a favor de Getúlio se omitiu diante das
do destino comum da humanidade, mas
pressões exercidas contra ele por Carlos
também duplicando o seu interesse por
Lacerda, diariamente em toda a imprensa,
eles.
conforme se lê no texto: “... pressão
b) Comparação. ininterrupta da campanha (...) desde o
atentado da rua Tonelero”.
58. O personagem Nogueira se apresenta
como um leitor contumaz, um jovem que b) O suicídio de Getúlio fez acordar as
considera a leitura, em particular de forças populares que o tinham
romances, uma possibilidade de abandonado. O povo sai às ruas,
experimentar outras vidas, sentimentos e manifestando-se novamente a favor de seu
sensações. líder político. Por isso, o autor afirma que
“Getúlio tinha outra vez a multidão”.
59. O foco narrativo do conto é em
primeira pessoa, pois o narrador é também 62. Ao resgatar acontecimentos políticos da
o personagem do texto machadiano, um história do Brasil que tiveram um desfecho
dos seus protagonistas. Estilística, trágico no dia 24 de agosto, Jânio de Freitas
semântica e texto fala sobre o papel relevante dos grandes
meios de comunicação, tanto na formação
60. a) Assim como Vieira, DaMatta se refere de opinião quanto na construção de
criticamente à situação em que um mesmo comportamentos por parte da população.
crime é julgado de forma diferenciada Seu artigo está permeado de exemplos que
conforme o poder e o prestígio social de comprovam essa influência na política de
quem o comete. Isso fica claro, por um povo. Um dos exemplos poderia ser a
exemplo, quando, referindo-se ao caso do campanha contra Getúlio Vargas,
Brasil, DaMatta faz a seguinte colocação: conduzida por Carlos Lacerda em todos os
“Isso que ocorre diariamente no Brasil, grandes meios de comunicação (linhas de
quando, digamos, um bacharel comete um 10 a 16). Um desdobramento da força que
assassinato e tem direito a prisão especial e essa campanha alcançou, graças aos meios
um operário, diante da mesma lei, não tem de comunicação, está em sua disseminação
igual direito porque não é, obviamente, (linhas de 19 a 23). Um outro exemplo seria
bacharel...” (linhas de 70 a 73). a reação popular diante da notícia do
b) DaMatta reconhece que esta é uma suicídio de Vargas, momento em que uma
percepção bastante comum, mas dela grande parte da população mostrou sua
discorda explicitamente. Nas palavras do insatisfação com atos violentos (linhas de
próprio autor, a maior obediência às leis 34 a 38).
nos Estados Unidos, na França e na 63. a) A banca aceitou duas leituras: 1) A
Inglaterra se deve ao fato de haver nesses locução verbal “era incendiado” concorda
países “uma simples e direta adequação com o sujeito (ou núcleo do sujeito) mais
entre a prática social e o mundo
próximo “o próprio jornal” em número e 65. a) Em uma primeira leitura, “Comida
pessoa. o 222 8 PORTUGUÊS pra gato com pouca gordura” pode ser
interpretado como “comida dietética” para
2) A locução verbal “era incendiado”
gatos, comida que contém pouca gordura.
concorda com o núcleo do sujeito “jornal”,
Uma segunda interpretação – feita por
de “o próprio jornal”, em número e pessoa,
Garfield – seria uma comida para gatos
mas poderia concordar com o sujeito
magros, gatos que têm pouca gordura.
composto “os carros do jornal e o próprio
jornal”. b) • Comida, pra gato com pouca gordura
(como Garfield entendeu). • Comida, pra
b) A banca aceitou duas leituras: 1) A opção
gato, com pouca gordura (como Jon quis
pela concordância da locução verbal “era
dizer).
incendiado” com o núcleo do sujeito mais
próximo (“jornal”, de “o próprio jornal”) dá 66. a) O emissor queria saber como chegar
destaque a esse núcleo em relação ao à seção onde se encontra roupa de criança.
anterior (“os carros do jornal”), focalizando
b) O receptor entendeu que o emissor
o ataque da população aos jornais O Globo
queria saber como fazer para chegar a ter
nas bancas, por a Rede Globo ter apoiado
um corpo com medidas de criança.
os antigetulistas.
67. a) Faça um belo regime.
2) Considerando a segunda possibilidade
de leitura do item a, lê-se o fragmento b) Como se trata de um conselho, deve-se
destacando-se a necessidade de marcar usar o verbo no modo imperativo
uma pausa por meio da vírgula antes da afirmativo.
conjunção “e”, separando “os carros do
jornal” do restante (“e o próprio jornal era 68. a) Trata-se de uma redação cuja
incendiado”). Essa leitura permite inferir retórica oculta o vazio de ideias.
que “os carros do jornal” também foram b) A crítica é endereçada à “academia”
atacados. O emprego da palavra “próprio” (universidades, centros de pesquisa, etc.),
dá ênfase ao incêndio do jornal O Globo cujos textos às vezes têm a finalidade de
nas bancas, ficando a locução verbal na 3a “inflar ideias fracas, obscurecer raciocínio
pessoa do singular. Se a concordância fosse pobre e inibir a clareza”.
feita com o sujeito composto, numa outra
leitura, a locução “era incendiado” deveria 69. Em “Querelas do Brasil”, há o Brasil de
ir para a 3a pessoa do plural. Cordovil, de Nova Iguaçu, de “piriri, ratatá”,
coexistindo com o outro de Jobim,
64. a) Discute a aproximação da linguagem Guimarães, bachianas, Ipanema; ou seja, o
do escritor com a linguagem de seu povo, pobre e o rico, o popular e o erudito. Já os
de forma a construir a tradução de sua quadros de Portinari e Tarsila do Amaral
brasilidade. compõem uma antítese: o Brasil rural,
b) Apresenta uma dupla caracterização da atrasado e pobre dos retirantes, e o Brasil
língua portuguesa no Brasil, de acordo com urbano e moderno representado pela
o uso da norma-padrão e do uso popular. Central do Brasil.

c) A língua pressupõe variações diversas na 70. a) Deixa de haver individualização da


expressão do pensamento e do sentimento personagem na medida em que seu drama
(também diversos), não impossibilitando pessoal pode ser estendido a todos que
que a comunicação se efetive. vivem naquela região. Assim, o que sucede
a um, sucede a todos. João Boa-Morte
torna-se alegoria de uma população.
b) “que todo cabra da peste / ali se chama que “hoje” tudo é/está diferente. Por outro
João”. lado, “misturados” pode sugerir a perda de
transparência nas relações.
71. a) Tomás Antônio Gonzaga escreve os
versos de Cartas chilenas em decassílabos c) Muito provavelmente, “tratamento
brancos, predominantemente. Ferreira convencional dado ao tema” quer dizer
Gullar utiliza-se de versos redondilhos tratamento romântico, que idealiza as
maiores – de sete sílabas poéticas – relações amorosas e em particular o
alternando versos rimados com versos casamento, visto como espaço para a
brancos, sem seguir um esquema rímico realização do amor. No entanto, no texto, o
fixo. eu poemático lamenta que agora o amor
foi eliminado da relação: “Já não
b) Gullar remete o leitor à região em que é
arranjamos vagar / para o amor agora”.
típica a literatura de cordel ao rimar
Portanto, o tema é desenvolvido com uma
“Nordeste” com “cabra da peste”.
perspectiva crítica, antirromântica.
72. a) O verso “em volta de um terreiro, as Observação: trata-se de uma questão
vis senzalas” faz referências aos elementos altamente interpretativa, admitindo-se
ligados à escravidão. outras respostas.

b) A palavra vis – significando algo que tem 75. a) O autor refere-se metaforicamente à
pouco valor, não presta ou é ordinário – formação de uma melodia como a
desqualifica o substantivo senzalas e representação de uma maneira de ordenar,
pontua a posição do eu poemático em ligar ou tornar conexos os fatos da vida.
relação ao sistema escravocrata.
b) Possível resposta: Deus sabe por que
73. Sá de Miranda fecha-se dentro de si e acordei hoje com propensão a refletir
trata-se como um ser único, indivisível a sobre coisas triviais.
trilhar os seus descompassos: “pois que
76. a) O contraste aparece no início do
trago a mim comigo, / tamanho imigo de
texto: “Linda tarde, meu amigo!... Estou
mim?”. Mário de Sá-Carneiro, ao fechar-se
esperando o enterro do José Matias”. No
dentro de si mesmo, não encontra um ser
plano da natureza, a tarde linda; no do
único, ele é labirinto, trilhando seu
humano, o enterro. A partir dessa situação,
caminho sem rumo, analisando-se como
podemos estabelecer vários contrastes:
um ser fora do ser – “... quando me sinto, /
alegria/tristeza; vida/morte, etc.
É com saudades de mim.” – e encontra, na
morte, sua “dispersão total”. b) A presença do narrador é indicada pelos
verbos na primeira pessoa do singular
74. a) A transformação sugerida é a nova
(estou, encontrei) bem como por
relação amorosa que se vive: existe um
pronomes possessivos da 1a pessoa do
“antes” (o passado) e um “agora” (o
singular (meu, minha). Já a presença do
presente). Esse agora pode ser o
suposto ouvinte vem indicada pelo vocativo
casamento (o amor vivido numa relação
“meu amigo”.
conjugal), como é possível inferir do
segundo verso “Tenho o teu nome...”. De 77. a) O poema é rico em metáforas.
qualquer forma, o poema aponta uma Exemplos: • “As nuvens são cabelos”; •
mudança na relação amorosa vivida pelo “são os gestos brancos”; • “são estátuas
eu poemático. em voo”.

b) O poema enfatiza o advérbio “agora”, b) Há somente uma comparação:


presente já no título. Esse advérbio marca “crescendo como rios”. c) Verso 11: 1 2 3 4
5 6 7 a/ mu/ lher/ que/ se/ de/bru/ça d) Câmara Cascudo [ou: Também fiz um filme
Redondilho maior ou heptassílabo. sobre Câmara Cascudo]. Quando morre um
homem como Câmara Cascudo, os jornais
78. As figuras de linguagem utilizadas são:
dão apenas uma notícia diminuta, sem
• hipérbatos: “Trazidos sob os pés os
destaque, para quem deveria ter estátua
homens nobres, Posta nas palmas toda a
em praça pública, deveria ser lido, recitado.
picardia, ...”; • aliteração: “Trazidos sob os
pés os homens nobres Posta nas palmas 83. “(...) Judith Exner, uma das incontáveis
toda a picardia, ...”; • metonímia: “palmas” amantes de Kennedy, que,
(a parte pelo todo); • elipse: “(São) Trazidos simultaneamente, mantinha um caso com
sob os pés...”; • ironia: pelo tom e o chefão mafioso Sam Giancana.” Pelo
conteúdo das frases. contexto não se sabe quem mantinha um
caso com o chefão mafioso Sam Giancana.
79. As prosopopeias empregadas dão ao
Se Judith Exner ou Kennedy. Do ponto de
texto maior expressividade e força,
vista estrutural, o que torna a frase
provocando no leitor impressões mais
ambígua é a presença do pronome relativo
nítidas: “Brancas rochas (...) alastravam a
que, referindo-se tanto a Judith como a
sólida nudez do seu ventre polido...”; “...
Kennedy. Esse pronome relativo deveria ser
algum casebre (...) amachucado...”; “...
substituído por a qual – (...) Judith Exner,
desgrenhadas farripas de verdura...”; “...
uma das incontáveis amantes de Kennedy,
jorrava por uma bica, beneficamente, à
a qual (...) mantinha um caso com (...) Sam
espera dos homens e dos gados...” e
Giancana. Outra possibilidade: (...) Judith
“Espertos regatinhos fugiam, rindo com os
Exner, que também mantinha um caso com
seixos,...”. Através da grande incidência do
o chefão mafioso Sam Giancana, era uma
emprego da personificação, fica a imagem
das incontáveis amantes de Kennedy.
de um ambiente despreocupado, informal
e a descrição humaniza-se. 84. “Estas relações a que se dão os nomes
de direitos e deveres...”
80. a) Pleonasmo e antítese. b) Hipérbole.
c) Metáfora. d) Metonímia. e) Eufemismo. 85. O interlocutor 2 apresenta vários erros
de concordância, regência, etc.: “a
81. Há outras possibilidades: • (...) Mesmo
rapaziada não são...”, “nós ia”, “nós saía”,
magra, tinha não sei que balanço no andar
“saía com nós”, “né”, “nós ficava”, “se
(...). • (...) Ainda que magra, tinha não sei
fosse”, “arguma”, etc. Não são notadas
que balanço no andar (...).
outras gírias mais específicas.
82. Há outras possibilidades: Estudei muito, Provavelmente, essa pessoa pertence à
durante seis anos, a vida de um paulista, e camada menos privilegiada que tem grau
fiz um filme sobre ele. Trata-se de Mário de de instrução precário.
Andrade, um poeta excepcional, muito
86. O sentido fica prejudicado no trecho “...
pouco citado pelas chamadas vanguardas
faz pouca diferença pois a fórmula para
modernistas. (...) Hoje em dia, felizmente,
conquistar...”. Podem ser apontados dois
já existem vários trabalhos e pessoas que
tipos de incorreção: ou a falta de verbo ou
reavaliam a sua poética, muito mais
a omissão de um termo relacional,
importante e profunda do que aparentava
introduzindo complemento. No primeiro
nestes últimos anos. Estudando-o, descobri
caso, a frase corrigida ficaria: ... pois há
que ele foi exemplo do homem que morreu
fórmula para conquistar... (há tendo
de amor, mas de amor por seu povo, por
sentido de existir, tornando genérica a
seu país, por sua cultura. (...) Outra pessoa
expressão fórmula, especificada
sobre a qual também fiz um filme foi
posteriormente pelo “segredo do
sucesso...”.) No segundo caso, a frase antigos capangas, a mando do Major
corrigida seria: ... faz pouca diferença na Consilva. Espancado e marcado em ferro
fórmula... (tendo fórmula como adjunto em brasa pelos capangas, Matraga, ao
adverbial.) atirar-se de um barranco, com o intuito de
fugir de seus algozes, é salvo por um casal
87. a) A palavra “liga”. b) Há várias
de pretos, que o acolhem durante o
possibilidades: dá importância, interessa-
período de sua convalescença. A partir
se, etc.
desse episódio (a surra e o acolhimento na
88. Respostas possíveis: • O deputado que casa dos pretos), a personagem faz um
na semana passada tinha alegado voto de levar uma vida virtuosa
imunidade parlamentar foi preso. • O abandonando seus vícios e, sobretudo,
deputado que tinha alegado imunidade uma existência marcada pelo desrespeito
parlamentar foi preso na semana passada. aos mais nobres e às mulheres.

89. Sentido depreciativo, irônico. 91. a) O pronome de terceira pessoa do


plural (“elas”) refere-se às “meninas sérias”
90. a) A cena final do conto, a luta entre do título. O pronome de segunda pessoa
Joãozinho Bem-Bem e Augusto Matraga, do plural (“vos”) refere-se aos
alegoriza a saga do personagem central, interlocutores do eu lírico, os leitores
uma vez que uma ordem superior encerra- pluralizados. A opção pela segunda pessoa
se: do ponto de vista religioso, há a do plural sugere uma crítica irônica ao tom
trajetória do homem pecador, que depois religioso.
se arrepende e alcança a salvação; já sob o
aspecto moral, o bem impõe-se ao mal. b) O título “Atrás dos olhos das meninas
Além disso, há a ideia, retomada do conto sérias“ pode evidenciar que a postura de
“O burrinho pedrês”, de uma lição de vida: aparente seriedade seja apenas uma
“(...) a história de um homem grande, é máscara social. Ao iniciar o poema com a
bem dada no resumo de um só dia de sua conjunção “Mas”, a poeta nega essa
vida”. seriedade e apresenta aos leitores, em
forma de perguntas, duas alternativas
b) O evento que deflagra a mudança é a separadas pela conjunção “Ou”. A poeta
surra que Augusto leva dos capangas do parece discordar de que “elas” não são
Major Consilva. Esse fato fez com que o sérias por ousadia. A outra possibilidade é
protagonista renascesse para uma nova mais plausível: devido às fortes imposições
vida e passasse a buscar sua remissão. sociais, “elas” sucumbem instintivamente
Resposta esperada – Unicamp aos naturais pecados humanos, disfarçados
“Atrás dos olhos das meninas sérias”.
a) Na cena final da novela de Guimarães
Rosa, a personagem Augusto Matraga Resposta esperada – Unicamp
confronta Joãozinho Bem-Bem, chefe de a) O pronome de segunda pessoa do plural
um bando de cangaceiros, para proteger (“vos”) remete ao(s) interlocutor(es), isto é,
uma família de sertanejos. Em nome da ao(s) leitor(es) em potencial do poema ou
justiça e de valores religiosos, Matraga se do livro. A terceira pessoa (“elas”) se refere
sacrifica e cumpre seu périplo de redenção às “meninas sérias” indicadas no título.
ao longo da narrativa, ao se colocar do lado
dos mais fracos e humilhados. b) O título do poema alude à postura de
seriedade que caracteriza determinado tipo
b) O evento diz respeito à passagem em de “meninas”. A expressão “menina séria”
que Augusto Matraga é atacado por seus pode qualificar tanto um comportamento
psicológico e social quanto um b) Contrariando o senso comum, que
comportamento moral. O poema pergunta considera que a grandeza está em lutar até
se, apesar dessa aparência de seriedade, a morte, o autor considera que a grandeza
ou seja, para além do recato característico do jogo de xadrez consiste em saber o
de determinadas meninas, não haveria momento certo de abandonar uma luta,
uma “ousadia”, uma coragem de romper uma forma de dominar a própria derrota.
com as convenções, um ímpeto de Como no xadrez a morte não se concretiza,
realização do desejo. Na sequência, após a o jogo permanece, de certo modo
partícula “Ou”, o poema indaga se, por inacabado e, portanto, pode-se sempre
razões aparentemente mais “sérias” recomeçar.
(socialmente impostas ou legitimadas), tais
93. a) Nos dois primeiros quadrinhos, tem-
meninas não cultivariam “pecados que
se um fundo totalmente negro em que se
jamais repousam”: ou seja, não renovariam
destaca o termo “protocolo”, criando um
uma inquietação permanente relacionada
efeito aliterado. O terceiro quadrinho lança
ao desejo, de ordem moral (“pecado”) ou
luz sobre o que antes era treva e vê-se,
existencial (“que jamais repousam”).
então, que o som é produzido por cavalos e
Comparando uma situação com a outra, a
que as aliterações revelam, na verdade, um
ousadia remete à transgressão, a um
caráter onomatopaico – ou seja, tem-se
desvio da “seriedade” como valor moral,
uma ironia de que, quando não se enxerga,
enquanto “lustrar pecados” remete à
a percepção da realidade pode ser
contenção do desejo. O poema busca
falaciosa.
destacar a natureza do desejo feminino,
submetido a um controle social e moral. b) A última fala da tirinha remete ao
contexto dos atendimentos impessoais
92. a) Segundo o texto, a ambivalência da
(como URA – Unidade de Resposta
expressão xeque-mate (“o rei está morto”)
Audível). Assim, o efeito do texto –
reside no fato de o rei não poder ser
relacionadas as informações verbais e não
capturado, ou seja, seria “o lance anterior
verbais – é que, em tempos atuais, as
ao que podemos chamar de morte”. Desse
pessoas ficam às escuras ante
modo, a “morte” não se concretiza
procedimentos protocolares e, muitas
efetivamente.
vezes, pouco elucidativos.
b) O autor contraria o senso comum de
94. a) O texto I trata da escravidão como
dois modos: primeiro, não é necessário
uma realidade no Brasil (“não é analogia”).
lutar até o fim, é conveniente desistir no
O texto II, por sua vez, não trata da
momento certo; segundo, o jogo é
escravidão como uma realidade no Brasil,
terminado por aquele que perde pelo ato
mas como uma situação análoga a ela
de desistir, e não pelo jogador que “mata”
(“condição análoga à de escravo”).
o rei, criando-se, desse modo, “uma
demonstração de domínio da própria b) A relação entre o fundo escuro e as
derrota”. Resposta esperada – Unicamp a) mãos brancas atadas por uma corda indica
A expressão “xeque-mate” significa que, atualmente, a escravidão no Brasil não
literalmente “o rei está morto”. Contudo, se restringe apenas à população negra, cuja
embora a partir desse momento o jogo mão de obra foi utilizada no sistema
esteja paralisado, o rei não morre de fato. escravocrata, mas aplica-se aos
Ou seja, o xeque-mate é o lance que trabalhadores em geral, brancos e negros,
encerra o jogo, impondo ao rei abandono que são explorados e sofrem com
da luta, mas não a sua morte. condições indignas em diversos ambientes
de trabalho.
95. a) Em relação ao sentido, a palavra para a nossa vida emocional, não precisa
“bem”, destacada nos três textos, não sobreviver a ela e, portanto, independe da
desempenha a mesma função em cada um duração absoluta.”.
deles. Na primeira ocorrência, o termo é
b) No segundo parágrafo, a oração “[...] a
um advérbio e exerce a função sintática de
outra, à rebelião contra o fato constatado”
adjunto adverbial; na segunda, é uma
apresenta a ocorrência da elipse do verbo
interjeição e reveste-se de uma função
conduzir.
fática, ou seja, inaugura o turno
conversacional; finalmente, no terceiro 98. a) No primeiro parágrafo, “lhe” refere-
emprego, a palavra “bem”, por derivação se a “poeta jovem”; no quarto, o pronome
imprópria, é um substantivo cuja função é “lhes” tem como referentes os termos
de vocativo. “rosto” e “corpo”, na passagem: “Vemos
desaparecer a beleza do rosto e do corpo
b) Ela disse que (ela) queria explorar e
humanos [...], mas essa brevidade lhes
experimentar diferentes partes da
acrescenta mais um encanto”.
natureza, mas (ela) não gostava do deserto,
sentia muito pelas plantas. b) Reescrito na voz ativa, o trecho ganha
esta redação: O pensamento de que toda
96. a) Memento mori é uma expressão que
aquela beleza estava condenada à extinção
lembra a brevidade da vida e que todos
incomodava-o. Sublinha-se que, no trecho
morrerão, não havendo razão, portanto,
original, o sujeito gramatical de “Era
para vaidades. O nome da pintura de Pieter
incomodado” está elíptico (oculto) e é
Claesz, Vanitas, remete a esses temas: a
representado pela forma reta da 3a pessoa
vaidade e a efemeridade da vida. Na obra,
do singular ele. Esse termo, na voz ativa, é
é possível observar uma composição de
substituído pelo pronome oblíquo átono da
natureza-morta na qual há um crânio
3a pessoa do singular o. O referente de
humano, representando a morte próxima,
ambos os pronomes é “um poeta jovem”.
e outros elementos que remetem a essa
ideia, entre eles a vela derretendo (que 99. a) A expressão que se aproxima de
significa a vida se desfazendo) e o relógio “tintim por tintim” é “plim-plim por plim-
(que mostrava o tempo, a idade plim”, porque, assim como aquela, também
avançando). é onomatopaica. O “plim-plim” é usado
para fazer referência à TV (Globo) e
b) Visto que a pintura explora o tema da
reproduz o som dos intervalos entre as
morte e da transitoriedade da vida, ela
exibições televisivas. Já “sim-sim por sim-
enquadra-se no Barroco, movimento
sim” não se aproxima porque diz respeito
caracterizado pelo contraste entre opostos,
ao comportamento da “moça”, que se
na tela observados pelos objetos
mostra namoradeira. Repetidamente ela
iluminados e pelo fundo escuro (claro e
diz “sim” aos novos namorados. A
escuro conotando vida e morte).
expressão “quindim por quindim”
97. a) Segundo o texto, o jovem poeta tampouco se aproxima da palavra
preocupava-se com a efemeridade da “quindim” vem repetida para reforçar a
beleza: “Era incomodado pelo pensamento caracterização do “gordo” e de sua gula.
de que toda aquela beleza estava
b) A preposição “por” apresenta sentidos
condenada à extinção”. Já Freud achava
diferentes se comparamos as expressões
que a brevidade da beleza lhe acrescentava
“tintim por tintim”, “sim-sim por sim-sim” e
mais um encanto, pois “[...] se o valor de
“quindim por quindim” com “por dois
tudo quanto é belo e perfeito é
trizes”. Nas três primeiras ocorrências, ela
determinado somente por seu significado
separa expressões ou palavras repetidas; exaurida” está em desacordo com a
serve, portanto, para enfatizar essa variedade padrão escrita da língua
repetição e propiciar a ideia de portuguesa. Deveria ser usada a ênclise,
encadeamento de ações. Já em “por dois pois “me sinto” encontra-se depois de uma
trizes”, a preposição é empregada para pausa marcada por vírgula. 04) Incorreta.
marcar a passividade de “dois trizes”, o “Reesquentando” e “esquenta” possuem
qual se classifica como agente da passiva sentido conotativo. 08) Correta. 16)
na oração em que se insere. Assim, seriam Correta. 32) Incorreta. Os diários não
os “dois trizes” os responsáveis pela exigem a existência de um interlocutor
formação da “menor partícula do último externo. 64) Correta.
átomo”.

100. A palavra que provoca o efeito


humorístico na tirinha é “tem”, pois há dois
sentidos para esse verbo, apreendidos no
texto: o de “experimentar em seu
organismo; sentir” e o de “possuir para
uso, serviço ou para estar à disposição de”
(cf. “ter”, in: Dicionário Houaiss da língua
portuguesa, 2009, p. 1830). Na primeira
ocorrência desse verbo, quem o usa é a
personagem Edibar, que, preocupado com
o desmaio do sorveteiro, pede que seu
amigo Zé vá acudi-lo, vá ver o que ele
“tem”, isto é, como ele está passando, seu
estado de saúde. Entretanto, Zé não
entende isso, ele chega a se aproximar do
sorveteiro, mas não com a intenção de
ajudá-lo ou de verificar se está bem; ao
retomar, traz apenas a informação sobre os
sabores dos sorvetes, o que evidencia que
entendeu de modo diferente o uso do
verbo “ter”. Trata-se da polissemia do
verbo “ter”.

101. Total: 88. 01) Incorreta. Em “grande


confusão: seria quem?”, os dois-pontos são
utilizados para introduzir a fala em um
discurso indireto livre. Já em “abri a lata de
lixo: quero outro testemunho”, os dois-
pontos iniciam um esclarecimento a
respeito de algo já mencionado. 02)
Incorreta. A conjunção subordinativa
integrante “que” em “Peço a ela
encarecidamente que me faça o favor de
lembrá-los” atrai a próclise, então “faça-
me” não seria opcional, tal qual a
alternativa aponta. O termo “me sinto” em
“Saí ao sol onde tentei um do-in, me sinto

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