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GRUPO I
Parte A
1
1.1 Os versos que constituem uma separação clara na estrutura do poema são os versos 13 e 14 («Se isto
faz nos montes, / Que fará nas vidas?») porque o primeiro momento do poema (vv. 1-12) é relativo
aos efeitos que os olhos de Helena têm na natureza e o segundo momento do poema (vv. 15-24)
é relativo aos efeitos que os olhos de Helena têm nos seres humanos, em todas as pessoas que
a olham, inclusivamente o próprio Amor.
1.2 Os efeitos do olhar de Helena são os seguintes: na Natureza, mantém a verdura dos campos, serena
os ventos, transforma os abrolhos (espinhos ou rochedos) em flores, faz florescer as serras e tornas as
fontes (a água das fontes) claras — tranquiliza e transforma tudo, de forma a tornar a realidade mais
perfeita; nos seres humanos, o olhar de Helena tem um efeito de fascínio — as vidas humanas estão
«suspendidas» (v. 15), suspensas e dependentes da sua luz, os corações estão presos e as almas estão
penduradas — é um olhar que a todos encanta ou enfeitiça.
2
a) A náfora — enfatiza a transformação extraordinária que se opera nos elementos naturais (serras,
fontes) como consequência de serem olhados por Helena/realça as capacidades do olhar feminino.
b) Comparação — destaca a quantidade de vidas humanas que foram cativadas e estão fascinadas
pelo olhar de Helena.
c) Hipérbole — destaca a quantidade de almas conquistadas pelo olhar de Helena, sugerindo que
a conquista de Helena atinge sobretudo a parte espiritual das vidas humanas (alma).
3
A figura feminina do poema é retratada seguindo os modelos petrarquistas pois dá-se relevo ao seu
poder transformador absoluto, à sua perfeição, tornando-a numa figura superior aos que a rodeiam
e de quem todos dependem (inclusive, o próprio Amor, que lhe presta vassalagem, lembrando a poesia
provençal e o universo das cantigas de amor).
O único traço físico concreto referido é o seu olhar mas as suas características são, sobretudo, de natureza
espiritual («o ar de seus olhos», «na luz de seus olhos») ou psicológica. Na realidade, sabemos como
Helena é perfeita por causa das consequências que ela produz:
— torna os campos verdes, logo, terá olhos verdes;
— acalma os ventos, portanto, é tranquila;
— transforma os espinhos e as serras em flores, logo, é bela;
— torna as águas das fontes mais claras, portanto, isso será um indicador de pureza;
— possui uma «graça inumana» (v. 19), logo, a sua natureza é divina, celestial.
Parte B
1
O sujeito poético dirige-se à amada (Dama), explicando-lhe que o desejo (a paixão) o incita a procurar vê-la.
2
Podemos afirmar que este soneto se divide em duas partes: a primeira parte (as duas quadras) consiste na
explicação que o sujeito poético apresenta à Dama acerca do amor delicado que sente por ela («fino e
delgado») e de como o desejo sensual que o incita não tem razão de existir, não tem lógica, uma vez que,
se fosse concretizado, deixaria de ser «desejo».
A segunda parte (os tercetos) inicia-se com a conjunção adversativa «mas», indicando que se vai expor
uma objeção à teoria que foi anteriormente exposta. O sujeito poético explica que o afeto puro que sente
pela amada («Dama»: v. 1 / «Senhora»: v. 14) foi corrompido («se dana», v. 9) pelo seu pensamento que é de
natureza «terrestre e humana» (v. 13). Essa sua natureza humana fá-lo desejar a amada, o que entra em
conflito com o ideal de amor espiritual e puro exposto nas duas quadras.
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3
Comparação — (é utilizada como argumento) comprova a ideia de atração fatal sentida pelo eu do
poema, atração essa que é comprovada pela experiência, por factos reais, verdadeiros, que se podem 4
corroborar. O sujeito poético compara o seu desejo pela amada com a força da gravidade exercida pelo
GRUPO II
1
1.1 (C); 1.2 (B); 1.3 (B); 1.4 (B); 1.5 (D).
2
2.1 « uma personagem de corpo inteiro» — uma personagem rica, complexa e intensa; «só falta
o corpo» — conjunto dos sistemas orgânicos e dos membros que constituem um ser humano;
«um corpo que toda a gente conhece» — uma figura humana, a imagem de uma figura humana.
2.2 O Corpo de Fuzileiros atuou com eficácia. — regimento militar.
O corpo docente desta escola é extraordinário. — conjunto de indivíduos que pertence à mesma
classe profissional.
2.3 (Nós): sujeito nulo subentendido; Já os vimos mais poderosos, mais ferozes, com menos ganga:
predicado; os: complemento direto; mais poderosos, mais ferozes, com menos ganga: predicativo
do complemento direto; Já: modificador do grupo verbal.
2.4 a) que também tem uma espécie de sentimentos: oração subordinada substantiva completiva.
b) (que é Joaquin Phoenix): oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
GRUPO III
Construção de texto com as características do texto expositivo, que respeite o tópico proposto e o limite
de palavras imposto. Indique exemplos de outros poemas analisados como forma de comprovar
as informações expostas.
Pode referir-se aos poemas de influência petrarquista (amor espiritualizado, a amada perfeita e inatingível),
às composições de tom mais ligeiro, aos poemas sobre a insatisfação, a impossibilidade de síntese entre o afeto
e o desejo sensual ou ainda referenciar os poemas que apresentam o amor enquanto fonte de contradições.
GRUPO I
Parte A
1
O mote desta composição apresenta a temática da angústia existencial através da interrogação retórica
(que traduz a ideia da impossibilidade de viver sem preocupações e que anuncia que a tentativa de fuga
ao sofrimento é vã) e da enumeração de vocábulos de conotação negativa e pessimista (morte, dor,
perigo) que representam as realidades de que o sujeito poético deseja fugir. O verso 3 apresenta a
condição pela qual não é possível afastar-se da dor: ele próprio é a causa do seu sofrimento (me, eu,
comigo). As voltas do poema vão procurar responder à questão lançada no mote.
2
O sujeito poético está insatisfeito porque nasceu, a vida tem sido uma experiência negativa, sendo que
são as suas características pessoais, inatas, que originam o seu estado de tristeza e depressão: «pois que
pude ser nascido» (v. 7) e «eu mesmo sou meu perigo» (v. 10).
3
Neste vilancete, encontramos um sujeito poético fatalmente infeliz («não posso ser contente», v. 6),
constantemente atormentado («sempre tão unido/o meu tormento comigo», vv. 8-9), desiludido com a
sua vida e com a sua personalidade («eu mesmo sou meu perigo», v. 10), absolutamente angustiado com
a sua divisão interior («se de mi me livrasse,/nenhum gosto me seria», vv. 11-12), mortificado por um
conflito interior irresolúvel (se vive, é infeliz, se se suicida, deixa de viver, ou seja, eliminar o mal que é a sua
vida não é um bem porque deixaria ele próprio de existir).
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4 4
A conclusão apresentada pelo eu do poema é a seguinte: não existe qualquer solução para o seu
problema, uma vez que a sua existência é uma contradição: se vive, sofre; se morrer, não existe.
A rima entre os vocábulos «perigo/comigo», presente no mote e repetida nas voltas acentuam e reiteram
Luís de Camões, Rimas
a noção de que é impossível, para este sujeito poético, viver e ser feliz, pois é «inimigo de si próprio»,
os perigos que enfrenta na sua vivência começam em si mesmo.
Parte B
1
1.1 O
s duas expressões utilizadas para definir «vida» são «peregrinação» (verso 2, palavra utilizada para
descrever um longo e difícil percurso, normalmente associada ao sofrimento) e «discurso humano»
(v. 4, etimologicamente significaria «correr em redor de algo», percorrer, uma metáfora para designar
o tempo que já se gastou no percurso de vida).
2
Este soneto é uma reflexão sobre a vida, o cansaço de viver e a tristeza de estar perto da morte. Existe
uma antítese entre a forma verbal «se me alonga» (v. 1) e a forma verbal «se encurta» (v. 3) pois a primeira
aponta para a extensa, longa duração da vida do sujeito poético e a segunda indica que o fim, a morte,
se aproxima. Opõem-se as ideias de longevidade e finitude da vida humana.
3 Metáfora — «No meio do caminho» (v. 10), compara a vida humana a um caminho que se tem
de percorrer, logo, a meio da vida sente falta de algo que sempre buscou;
Hipérbole — «Mil vezes caio» (v. 11), exacerba a insistência com que tenta ultrapassar os obstáculos
colocados pela vida no seu percurso.
GRUPO II
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1.1 (A); 1.2 (D); 1.3 (C); 1.4 (C); 1.5 (A).
2
2.1 O discurso do professor lembrou-nos que Camões foi um poeta excecional.
Este exercício pede-nos para diferenciar discurso direto de discurso direto.
2.2 O aparecimento de novos antidepressivos: sujeito; de novos antidepressivos: complemento
do nome; mais seguros e melhor tolerados: modificador apositivo do nome; acabou por generalizar
o seu uso entre os médicos não especialistas: predicado; por generalizar o seu uso: complemento
oblíquo de «acabou»; o seu uso: complemento direto de «generalizar»; entre os médicos não
especialistas: modificador do grupo verbal.
GRUPO III
Texto bem estruturado, respeitando as características do texto de apreciação crítica e o universo/objeto
a descrever e analisar (poemas de Luís de Camões que se centram na temática na reflexão sobre a vida pessoal
do sujeito poético), bem como o limite palavras imposto.
Pode referir-se à esparsa ao desconcerto do mundo, ao vilancete «Perdigão perdeu a pena», ou ainda aos
sonetos «O dia em que eu nasci, moura e pereça», «Erros meus, má fortuna, amor ardente», «Eu cantei já,
e agora vou chorando».
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O protagonista do filme de Leitão de Barros poderia não estar longe da descrição que os cronistas
fazem de Luís Vaz de Camões. Tinha cabelos quase loiros ou arruivados e era de constituição forte. A pala
só apareceu no filme de 1946 mas a cegueira do olho direito afetou psicologicamente o Poeta.
GRUPO I
1 Ao lançamento e apresentação de um livro de Vasco Graça Moura.
2 Luís de Camões.
3
Vasco Graça Moura escreveu um ensaio que se centra no estudo de imagens que reproduzem aquele
poeta.
5
Essa figura consiste no processo de tradução em Língua Gestual Portuguesa do discurso que está a ser
transmitido, de maneira a tornar acessível, aos cidadãos surdos, a mensagem da peça transmitida.
6 A Sociedade Portuguesa de Autores pois é o nome que surge na mesa em que se sentam os oradores.
7 Três.
8 O primeiro entrevistado.
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GRUPO II
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O facto de não se saber quem é essa personalidade, que relação tem com a publicação do livro ou com
o seu autor acaba por colocar em risco a legitimidade das suas afirmações e, por conseguinte, da própria
Luís de Camões, Rimas
peça jornalística. O público é obrigado a inferir se essa personalidade estaria apenas a assistir ao
lançamento do livro ou se seria um dos responsáveis pela sua publicação. Na realidade, trata-se de
Manuel S. Fonseca, responsável da editora Guerra e Paz, que publica o livro em colaboração com a SPA
— Sociedade Portuguesa de Autores.
2
O filme Camões é uma biografia sobre este poeta português. Segundo a jornalista, o ator escolhido
para protagonista teria algumas semelhanças físicas com o Poeta (cor de cabelos e constituição física),
segundo a tese que Vasco Graça Moura aponta no seu livro.
3
O aspeto físico a que se faz referência no segundo excerto é a cegueira de Camões, que, segundo a tese
de Vasco Graça Moura, teria afetado negativamente o ânimo do Poeta. A frase da personagem («Estou
velho. Estou mudado») aponta exatamente no sentido de uma mudança radical na forma de encarar
a existência, remetendo para um ambiente mais reflexivo e melancólico.
4 Fernão Gomes.
5
Segundo as afirmações do primeiro entrevistado, no seu ensaio, Vasco Graça Moura afirma que um dos
dois retratos que se pensa terem sido produzidos ainda durante a vida do Poeta será, afinal, um retrato
robô baseado em testemunhos de terceiros que terão conhecido Camões no Oriente.
6
José de Guimarães é um dos artistas plásticos que produziu uma escultura de Camões que se encontra
fotografada no livro, logo, procura explicar como se pode identificar o Poeta na obra plástica que criou.
7
A pergunta poderia ser: De que forma terá a cegueira afetado as temáticas da lírica camoniana?
ou De que forma terá a cegueira afetado as capacidades de escrita de Luís de Camões?
8
O folhear do livro permite ao espetador perceber que estão reproduzidas no livro várias imagens a cores
referentes ao Poeta e que são alvo de análise nesse ensaio.
9
Trata-se de uma pequena reportagem cujo objetivo é narrar um acontecimento da atualidade, recorrendo
a pesquisa e apresentando testemunhos.
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