Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Como saiu muito cedo daqui, aqui em Bom Despacho ele não é
conhecido e nem costuma ser citado e homenageado, o que é injusto. Eu o
conheci bebendo cerveja no mitológico Bar do Chen. É um mineirão humilde,
discreto, muito certeiro com as palavras, educado e culto. É um erudito do
futebol, conhece a história do esporte e sua prosa é muito agradável. Além de
falar sobre futebol (ele contou que o Botafogo tem um lugar cativo no seu
coração), recordou-me que também debatemos o filme Laranja Mecânica, do
grande diretor Stanley Kubrick.
No ano de 1984, com a perda de seu irmão Maurício, então com apenas
29 anos, a tragédia familiar deixou-o muito abalado. Longe da família e sem
entender os motivos do irmão, Altair ligou para o pai e precipitadamente
abandonou o futebol, deixando para trás uma bela história no Cruzeiro Esporte
Clube. Anos depois, aos 37 anos, junto com sua esposa Patrícia, criou uma
ONG e retornou ao futebol como professor voluntário da Associação Ponto
Cultural em Belo Horizonte, formando-se em Educação Física, fez pós-
graduação em Treinamento Esportivo. Em 2009, a convite de seu amigo Moacir
Júnior, iniciou sua carreira de auxiliar técnico de futebol profissional. Trabalhou
em mais de 20 clubes do Brasil. Recentemente, ao perder o irmão Maurício,
Altair escreveu uma mensagem que colocou lágrimas em meus olhos: