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UNIFAMAZ

Pós-Graduação lato sensu em Direito Penal e Processual Penal

Módulo Sistema Penal e Política Criminal em 27 e 28 de novembro de 2021

Prof(a).: Ma. Tainá Ferreira

RESENHA CRÍTICA SOBRE ANPP


Carolina Lobato de Lima – CPD 122026

Karen Teixeira de Siqueira – CPD 122828

Silvia dos Santos Oliveira – CPD 122040

George Braga dos Prazeres

O presente resumo busca abordar o avanço na Justiça Criminal negocial, sendo


uma proposta que o Brasil passou a adotar seguindo modelo Norte Americano, em virtude
da grande demanda processual que tem por objetivo de alcançar soluções mais rápidas
para os conflitos.

Teve a introdução do acordo de não persecução penal (ANPP) no Código de


Processo Penal, por intermédio dos reflexos do advento Lei 13.964/2019 (Lei Anticrime) no
ordenamento jurídico brasileiro, diversas discussões doutrinárias e jurisprudenciais foram
estabelecidas em torno do novo instituto a partir de 2019.

Desta forma a ANPP ganhou espaço contribuindo para redução da demanda


processual pelas vias tradicionais, além disso a ANPP visa a celeridade e permite uma
negociação entre a defesa e o investigado para solucionar o caso de imediato.

Á luz do artigo 28-A do CPP introduzido pelo Pacote Anticrime fixou os seguintes
requisitos cumulativos para a concretização do acordo como a confissão formal e
circunstanciada; cometimento da infração penal sem violência ou grave ameaça; com a
aplicabilidade da pena mínima não superior a quatro anos e suficiência para reprovação e
prevenção do crime.

Ressalto que, o ANPP é uma ferramenta perigosa, quando não é usada


corretamente sem analisar devidamente o caso concreto, respeitando os princípios
constitucionais norteadores do processo penal e suas respectivas garantias, com a devida
adequação e necessidade de acordo com as especificidades, tendo seus pontos positivos e
negativos.
O ponto positivo quando há aplicabilidade da ANPP destaque-se que a
homologação de acordo de não persecução penal há a efetividade da celeridade
processual, diminuição das custas processuais no decorrer de uma instrução criminal.

Pois, a Constituição Federal assegura ao Ministério Público autonomia funcional e


administrativa, o MP é quem detém a titularidade da ação penal, com tudo para que haja
ANPP, desde que o investigado não tenha praticado uma infração penal com violência ou
grave ameaça sendo que sua pena mínima deve ser inferior a 4 anos e pode ser reduzida
de 1/3 a 2/3 se a negociação for direta entre acusado e defesa.

O contraponto é que não existe um patamar de igualdade entre defesa e Ministério


Público para realização da negociação, causando atropelamento de princípios
constitucionais como o do contraditório e ampla defesa, inobservância da presunção de
inocência.

Outro ponto que merece destaque é que com o cumprimento efetivo do acordo, não
constarão na folha de antecedentes criminais e condições impostas resulta na decretação
de extinção de punibilidade do agente.

Referência
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. DECRETO LEI Nº 3.689, DE 03 DE OUTUBRO DE
1941. Disponível em:
HTTP://WWW.PLANALTO.GOV.BR/CCIVIL/DECRETO-LEI/DEL3689.HTM. (ACESSO EM
20.11.2021)
NUCCI, GUILHERME DE SOUZA. MANUAL DE DIREITO PENAL. 16. ED. RIO DE
JANEIRO: FORENSE, 2020.

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