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UNEB - Universidade do Estado da Bahia

DCH – Departamento de Ciências Humanas – Campus – I.

PROJETO DE TCC SOBRE A ANPP.

Discente: Jailson Antonio Ferreira Moraes

TEMA: ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL DA CONFISSÃO AO


ANTAGONISMO SOBRE O INSTITUTO NA JUSTIÇA PENAL
BRASILEIRA.

PROBLEMA

A transição ante a persecução penal se inicia na fase de investigação policial ou melhor


na fase pré-processual, percorre ali até o recebimento pelo Ministério Público, para
apresentação do investigado ou não perante o juízo, e nessa partida que se inicia a condição da
ANPP, iniciada a proposta do acordo, o que não alude à uma transação penal, o Ministério
Público orgão que pode atentar ou não ação penal, irá propor ao investigado, a ANPP, acordo
de não persecução penal, cuja natureza e extrajudicial, desde que esteja sobre as condições
prevista no instituto, a medida trazida assegura o Ministério Público, como forma de acelerar e
descongelar processos cumulativos na esfera criminal, e que traz à tona a morosidade, assim
como o encarceramento em massa nos presídios brasileiros.

Dos direitos e garantias do investigado, do pensamento jurídico sobre o instituto,


assim como o antagonismo sobre a matéria, aos princípios norteadores do direito, deste a
presunção de inocência, do devido processo legal, da não autoincriminação, do direito de
permanecer em silêncio, entendimento este encontrado em nosso ordenamento jurídico
brasileiro, na doutrina em artigos científicos, e na lei, desde a constituição federal à pactos
internacionais.
Da confissão: A confissão gera pena, mesmo sem um viés carcerário, impossibilita o
investigado de obter um acordo justo, que dele somente intenta em aceitar ou não. Pois bem é
válido o pensamento que na maioria das vezes a opção de não aceitar o acordo, acarreta ficar
mais tempo sob custódia do Estado, gerando no investigado, desgaste social, de uma vida
humana necessária, a um devido processo legal.

Em contrapartida, dar ao Ministério Público a discricionariedade para intentar ou não a ação


penal contra o investigado, ou aplicar o acordo da ANPP, a pretensão de redigir um acordo
extrajudicial tão somente, levará ao não habilitado a participar das condições formuladas,
apenas como aceitante, já que na qualidade do investigado, sob custódia, de sobressair de um
sistema carcerário, lotado, corrompe a garantida de um tratamento justo, ou seja julgar
antecipadamente, uma condição que poderá ferir direitos e garantias constitucionais.

HIPÓTESE

O Instituto da ANPP, termo conhecido como acordo de não persecução penal em


processos criminais, medida essa criada pela lei 13.964/2019, trazida pelo pacote anticrime, no
código de processo penal, principalmente nos artigos 28-A, que visa prover a celeridade dos
processos, no sistema acusatório que se caracteriza nas funções de acusar, julgar e defender.
O instituto da ANPP, no sistema acusatório vem com um viés consensualista, para que
este torne seus efeitos ou sua aceitação, é necessário que nao seja caso de arquivamento, por
ser acolhido na fase pré-processual, e primordial a instauração da persecução penal, assim como
o investigado confesse o crime de modo formal e circunstanciado, ou seja trazendo assumindo
sua culpabilidade sobre o delito, sobre a pena calculada de até 4 (quatro) anos, em consonância
com as causas de aumento e diminuição de pena aplicada ao fato, outro ponto importante, esses
crimes não poderão ter envolvimento com violência ou grave ameaça da parte do investigado.
Essas condições se encontram pautadas pelo art. 28-A do Código de Processo Penal.
Os acordos da ANPP ajuizados, como medida de consenso pré-processual entre
Ministério Público e o investigado, por se tratar de um procedimento administrativo sem a
presença de ampla defesa e contraditório, o réu fica numa condição de hipossuficiência, nesse
contexto, ferindo seus direitos como investigado, no lado passivo, esses direitos são essenciais
para qualquer pessoa, ter essa garantia fragilizada e trazer um resultado puramente equivocado,
por se tratar de justiça, ao se autoincriminar, fere um processo justo, com garantias
constitucionais, seguindo linha de entendimento de doutrinadores sobre a exigência de
confissão.
Para o entendimento do Ministério Público, o acordo da ANPP é uma forma de
garantia ao descongelamentos de processos cumulativos na esfera criminal visando a situação
do investigado, atingir uma investigação mais céleres, eficientes e desburocratizadas, assim
como diminuir o encarceramento em massa nos presídios brasileiros.
Para alguns jurista o entendimento é diferente, pois abre uma linha tênue, no que deriva
o acordo, esse instituto é novo ao processo penal, porém no tocante a sua aplicação vem antes
à vigência desta lei 13.964/19, (pacote anticrime) através de resoluções do Conselho Nacional
do Ministério Público, nº 181/2017, advinda com a resolução CNMP nº 183/2018.
Da aceitação, SIM ou NÃO, são seus limites, ou seja não podendo participar da
construção das condições do acordo estabelecida para este, por ser acordo extrajudicial dentro
dos ditames da regra judicial, participar da aceitação, e ser julgado antes, num processo
extrajudicial, como meio de prova, da sua confissão formal e circunstanciada, e dizer sou
culpado, aceito a condição e se não for possível cumprir serei julgado, pela minha confissão,
ou seja uma pena de confissão sem dar o direito à sua defesa.
Da ANPP e seus critérios de seleção, do posicionamento de juristas, da criação do instituto
e das condições provenientes, da aplicabilidade no estado democratico de direito, do
decumprimento do acordo pelo investigado, da posição do ministério público, e como se
concretiza essa relação com uma justiça que por sua vez possui um sistema totalmente
acusatório.

OBJETIVO GERAL

O Estado, na investida de prevenir o crime e conciliar as acusações, orienta como forma


alternativa e consensualista despenalizar o investigado, na medida em que o a justiça criminal
submergem ao encarceramento em massa nos presídios brasileiros, buscar medidas as quais
viessem a reduzir a quantidade de processos e diminuir o encarceramento em massa, o ANPP
do art. 28-A, do Código de Processo Penal, chegou como peça fundamental para resolver crimes
que não acarretem prejuízo maior ao Estado Democratico de Direito, instrumento este
introduzido pela lei de n° 13.964 de 2019, no código de processo penal.
No sentido de resolver a quantidade de processos cumulativos na esfera criminal, dentre
as quais o investigado possa aceitar ou não o acordo de não persecução penal, não cabendo
transação penal, ajustar os parâmetros para uma justiça consensualista, o art. 28-A, do código,
deixa claro não sendo caso de arquivamento, não sendo cabível a transação penal (art. 76 da
Lei 9.099/96) e que o crime cometido não tenha ligação com violência ou ameaça à pessoa,
violência doméstica ou familiar e que a pena cominada seja inferior a 4 anos.
Do investigado, aceitando o acordo, este irá proceder com a confissão formal e
circunstanciada, o que traz a tona aberturas de um olhar coincidentes ao delito cometido, pelo
juízo como figura principal para a homologação, quanto ao investigado da confissão formal, se
autoincriminar, perdendo assim o direito de permanecer em silêncio, desfigurando princípios
entrelaçados num devido processo legal, o que alguns juristas entende que a confissão e
puramente negativa aos olhos do magistrado, juristas e doutrinadores do direito, se posicionam,
sobre a matéria, vinculada a confissão do investigado, pois para eles, solucionar qualquer ato
ilícito, transformando-se em infração penal não condiz com a visão democrática do direito
brasileiro, o que deverá ser descartada do trâmite processual, em obediência ao princípio da
não incriminação com os direitos fundamentais.
E o caso de quebra desse acordo, o Ministério Público irá proceder com a ação penal,
devido ao artigo 28-A, em seu parágrafo 11° que diz, se houver descumprimento do acordo,
poderá ser utilizado pelo PARQUET como forma de justificar o eventual oferecimento da
suspensão condicional do processo, dando ênfase a sua acusação, outro ponto a ser observado,
é que o magistrado estará comprometido na sua decisão, pela acusação, já que por meio da
oitiva o investigado foi ouvido e confessou a prática do delito, como parte do acordo do ANPP,
ou seja o magistrado teve contato com o investigado, vendo ele confessar, ele em outro
momento posterior, em uma transação penal, dará a sentença.
O direito está submergido, pois não há separação dos juízos, ainda com a figura dos juiz
das garantias, instituto este, que se encontra suspenso por tempo indeterminado, mesmo com a
presença desse instituto na sua fase de decisão. o Juiz da decisão estará contaminado, pelo
entendimento da funcionalidade da ANPP, da confissão, pois bem se existe no processo a
justificativa do Ministério Público, da não suspensão condicional do processo, logo assim
existiu um acordo que teve a confissão.
Sendo essa as regras previstas na legislação brasileira, acolher a ideia do ANPP, e buscar
o caminho mais curto para o investigado, assim como encarar processo judicial comprometido,
reforça a ideia dos princípios garantidos no direito brasileiro, da intervenção mínima do Estado
na vida do investigado, e trazer a tona o sentido da justiça brasileira, uma vez que a reprovação
penal deve dar-se apenas quando absolutamente indispensável, e válido que a lei está em vigor
porém, gerar muita discussão ao antagonismo em torno da materialidade.
OBJETIVO ESPECÍFICOS

Analisar como eram tratados os trâmites processuais ante o acordo da ANPP, pela
lei n° 13.964 de 2019, em normas do Conselho do Ministério Público, CNMP, com
posicionamentos jurídicos na sua aplicabilidade, na doutrina e nos princípios norteadores do
direito e sua fonte.
Levantar dados estatísticos em sites governamentais, assim como em pesquisas
científicas, através de artigos e livros e informações de órgão públicos, elencado a ANPP, para
averiguar entendimento de juízes, promotores e defensores públicos, no poder judiciário,
buscando informações sobre a ANPP e a sua aplicabilidade no Estado Democratico de Direito,
na busca de prover resultados, de forma a igualar os direitos constituídos, garantidos pela
constituição Federal de 1988 e ao pactos internacionais.

Citar doutrinadores as quais trazem um entendimento melhor sobre esse tema, de


antemão quais os efeitos produzidos, assim como exemplificar algumas linhas de
entendimentos e críticas, nos diversos campos de estudos, trazendo consigo artigos científicos
e posicionamentos jurídicos e de outros ramos do direito.

JUSTIFICATIVA

Uma das grandes relevância do instituto está na parte em que o investigado confesse o
crime, e aceite as condições posta pelo Ministério Público, nesse viés é possível notar que a
violação de direitos garantido pelo estado democratico de direito, pelo princípio da não auto
incriminação assim como outros direitos constitucionais, pautada na convenção dos direitos
humanos, sendo esta fase parte de investigação, e válido esses principio do direito, ao
contraditório e ampla defesa ao direito em permanecer em silêncio, etc., princípios este
prejudicado pelo ANPP.
O acordo do ANPP, evita a fase judicial do processo, sua natureza e extrajudicial, ou seja,
bem antes, quanto ao oferecimento da denúncia, qual é a utilidade dessa confissão para o
processo penal, na possibilidade de nao cuprimento do acordo, o ministerio publico pode usar
do nao cumprimento para suprimir o direito da suspensão condicional do processo pelo quesito
da quebra desse acordo, usar desse para entao o juizo da fase de instrução entender que pela
quebra houve o acordo, se houve o acordo teve confissão, o juízo competente para este estará
contaminado pela recepção da denúncia.
Já que na parte ante a persecução tratou-se de um juízo que homologou o acordo, nessas
hipóteses é possível entender que o mesmo juízo que homologou o acordo será o mesmo que
trará a sentença, sendo impossível este julgar de forma imparcial na sua decisão, vale lembrar
que o direito constituído pelo investigado e fragilizado no sentido de ir contra o princípio da
não auto incriminação, ainda que exista ao caso a figura do juiz das garantias trazida pela mesma
lei, a qual ainda se encontra suspenso por decisão por tempo indeterminado.
Não seria possível dar a dignidade de um processo justo, e quando tratamos de justiça
nesse viés, estamos falando de uma fase processual fragilizada sem força do direito,sem a
garantia de um tratamento adequado à situação do acusado, perante um juízo contaminado.

METODOLOGIA

Será feira por pesquisas bibliográficas, descritivas e estatísticas, pois se tratando do


instituto novo, sobre ao acordo da ANPP, pela lei 13.964/2019, encontrada em vigor no
ordenamento jurídico, no processo penal brasileiro, sendo a principal análise a sua
aplicabilidade e entendimentos de juristas, trazer um conteúdo histórico do instituto, e
posicionamentos que se discuta sobre o tema, sendo como base as doutrinas, leis,
jurisprudência, artigos científicos, e outros institutos despenalizadores, nas leis penais, assim
como o aparato na constituição federal de 1988 e pactos internacionais.
Por ser sua natureza extrajudicial operada na esfera criminal, trazer assuntos que
apresentam contextos de outros ramos do direito, e como este vem se comportando na ordem
jurídica brasileira, com essa reformulação.

CONCLUSÃO
Como fruto desse trabalho em pesquisa, estará a análise, relacionado os efeitos desses
acordos da ANPP, quanto a sua aplicabilidade no estado democratico de direito, do ministério
público, investigado e a defensoria pública, críticas e posicionamentos doutrinários sobre a
confissão, como é tratado esse percurso até a sua extinção, já que trata de um acordo
extrajudicial, e como este é visto na fase judicial, e quais foram os dados inseridos pelos órgão
responsáveis superveniente desses, quanto ao cumprimento, a quebra, e casos que houveram a
transação penal de acordo não cumprido, e como é feito essas observações e suas fiscalização
na realidade fática.
REFERÊNCIAS:

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Código de processo penal. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm>. Acesso em 27/06/2022.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. O Contrato Social. Antônio de Pádua Danesi. 3 ed., São


Paulo: Martins Fontes Editora, 1999.

MACEDO, Biatriz. Novo acordo de não persecução penal do Pacote Anticrime, juizados
especiais: e o plea bargaining nos Estados Unidos. Artigo, JUS.COM, p. 1-43, 21 nov.
2021. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/94987/novo-acordo-de-nao-persecucao-
penal-do-pacote-anticrime-juizados-especiais-e-o-plea-bargaining-nos-estados-unidos.
Acesso em: 6 jul. 2022.

FARIA, Juan. JUSTIÇA PENAL NEGOCIAL: O acordo de não persecução penal, uma
análise do instituto.. Artigo, Repositorio Institucional, p. 1-61, 26 jun. 2020. Disponível
em: http://repositorio.aee.edu.br/jspui/handle/aee/10029. Acesso em: 6 jul. 2022.

FREITAS, Vladimir. O acordo no processo criminal é um caminho sem volta. Conjur,


Consultor Juridico, p. 1-10, 30 jun. 2019. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2019-jun-30/segunda-leitura-acordo-processo-criminal-
caminho-volta. Acesso em: 6 jul. 2022.

SUBPROCURADORA-GERAL DA REPÚBLICA COORDENADORA DA 2ª


CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO (CRIMINAL). Luiza Cristina Fonseca
Frischeisen. 24 de Janeiro de 2020. ACORDOS DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL:
“Investigações mais céleres, eficientes e desburocratizadas.”, MPF.MP, p. 1-24, 24 jan.
2020.

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