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FACULDADE ASSIS GURGACZ - FAG

PROJETO INTERDISCIPLINAR: SUSTENTABILIDADE

AQUECEDOR SOLAR

CASCAVEL

2007
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - RADIAÇÃO SOLAR.........................................................................................8


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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - ESPECIFICAÇÕES FÍSICAS DO PROTÓTIPO DO COLETOR SOLAR COM MATERIAIS

DESCARTÁVEIS COM APENAS UM MODULO..............................................................15


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................5

2. OBJETIVO GERAL...............................................................................................7

3. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA.........................................................................7

4. JUSTIFICATIVA....................................................................................................7

5. DESENVOLVIMENTO..........................................................................................7

Cálculo II........................................................................................................7

Geometria Analítica E Álgebra Linear.........................................................10

Ciência Tecnológica dos Materiais..............................................................11

Algoritmo E Programação II.........................................................................12

Física II........................................................................................................13

Introdução a Eletricidade.............................................................................14

6. RESULTADOS ESPERADOS............................................................................15

7. CRONOGRAMA.................................................................................................15

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................15

BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................16
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1. INTRODUÇÃO

As primeiras experiências com coletores solares para aquecimento de água

foram documentadas em 1767 pelo Horace de Saussure 1. Entretanto foi Clarence

Kemp quem patenteou um aquecedor composto de tanques de cobre que ficavam

dentro de uma caixa de madeira, com isolamento térmico e vidro na cobertura, o

qual apresentava baixo rendimento pois permitia grande dissipação de calor, à noite,

para o meio externo. Tal fato motivou William Bailey, a patentear outro modelo de

aquecedor solar muito parecido com os modelos industriais usados atualmente.

Apesar de estar bastante difundida a tecnologia de construção desses aquecedores

industriais, com uma forte tendência de redução de custos, sua implementação em

comunidades de baixa renda, ainda se mostram inviáveis economicamente.

A proposta de construção de um modelo de coletor solar, de baixo custo, para

aquecimento de água, produzido com materiais recicláveis (garrafas PET, tubos em

PVC e caixas acartonadas TetraPak), teve como base o modelo original, proposto e

registrado no INPI, por José Alcino Alano 2. Um dos processos físicos fundamental

para o funcionamento do sistema de aquecimento da água é verificado pela

absorção da radiação solar nas placas acartonadas das embalagens TetraPak e na

tubulação de PVC, todos pintados de preto com coeficiente de absorção da ordem

de 100% - radiação de corpo negro. De acordo com o princípio físico do efeito

estufa, a radiação que penetra através das garrafas PET, é retida em seu interior,

transformada em calor, e transferida para a massa de água que circula nas colunas

(tubos e conexões) de PVC do coletor e daí para o reservatório de água, por meio

do processo de termossifão3. Esses sistemas além de simples e baratos, quase não

necessitam de manutenção, sendo que a circulação, nesse caso, ocorre com o

1
Disponível em <http://www.soletrol.com.br/>
2
Disponível em <http://josealcinoalano.vilabol.uol.com.br/manual.htm>
3
Disponível em <http://www.hidrosolar.com.br/>
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aquecimento da água que se dilata, tornando-se menos densa, sendo então

empurrada, naturalmente, pela água fria, para cima, até o reservatório térmico, onde

e armazenada. Este processo ocorre continuamente sempre que a água do coletor

estiver em uma temperatura superior à do reservatório térmico.

O dimensionamento e o posicionamento das estruturas a serem instalados

nos telhados das residências, assim como a quantidade de material utilizado na

fabricação dos coletores, devem atender a determinadas características específicas

e demandas existentes no local, tais como: a posição do coletor solar em relação ao

norte geográfico, o ângulo de inclinação em relação a latitude local, a insolação

diária em cada época do ano, e a temperatura inicial da água para o aquecimento.

Outro fator relevante a ser considerado no dimensionamento dos coletores é a área

de absorção de energia solar dos coletores, que deve ser diretamente proporcional

ao número de pessoas que utilizar-se-ão da quantidade de água aquecida para fins

domésticos.

Este projeto tem como principais objetivos:

 substituição do uso do chuveiro elétrico por um coletor solar para

aquecimento da água para banho;

 redução do gasto com conta de energia elétrica;

 reutilização de materiais descartáveis PET e TetraPak;

 diminuição do montante da destinação final dos resíduos sólidos

(garrafas PET e embalagens TetraPak);


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2. OBJETIVO GERAL

Propiciar encaminhamentos metodológicos diferenciados visando o

desenvolvimento do processo ensino / aprendizagem, para os Cursos de Engenharia

no sentido de atender ao perfil do engenheiro delineado nos Projetos Políticos

Pedagógicos.

3. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

O problema será apresentado pelos acadêmicos, de modo específico em

cada grupo de trabalho, focando as questões energéticas, focando o assunto em

sustentabilidade, ou seus desdobramentos diretos ou indiretos. O problema deve ser

elaborado na forma de um questionamento e corresponder a uma inquietação

destacada pelos alunos integrantes, ou seja, a idéia do trabalho deve estar clara

para que o trabalho tenha um norteamento de cada equipe de trabalho.

4. JUSTIFICATIVA

Economizar energia elétrica, beneficiar o meio ambiente com uma reciclagem

direta sem qualquer processo industrial nos descartáveis, o projeto tem também

como objetivo, conscientizar a todos de que todas essas embalagens (pós-consumo)

podem ter aplicação útil no lado social.

5. DESENVOLVIMENTO

Cálculo II

Instalando em uma residência um sistema solar de aquecimento de água que

opera sob as seguintes condições:

 Radiação incidente (I = 5,95 kWh/m²) Fig.1;


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 Inclinação do coletor ( = 25° S);

 Rendimento do coletor ( = 50%);

 Temperatura da água na entrada do coletor (TI = 25°C);

 Temperatura da água na saída do coletor (TF = 55°C)

 Custo do kWh (R$ 0,38193)

 Tempo de operação do coletor (t = 6 horas/dia)

 Radiação incidente em dia com 6 horas (q i=I .6 .60 .860 kcal/m².dia)

Figura 1 - Radiação Solar


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Admitindo uma inclinação do coletor de 25° S, e que o rendimento de

captação da energia incidente é de  = 50%, a quantidade de energia absorvida ( Qab

) será:

qi . η
Qa b =
cosθ

Desejando-se aquecer a água a uma temperatura de 30°C acima da

temperatura ambiente (TI = 25°C), isto é TF = 55°C, o que corresponde a um T =

30°C, o volume total de água a ser aquecida nas condições propostas, será:

Qab
V=
∆T

Sabendo-se que 1 KWh = 860 Kcal. A economia diária ( Ed ) é representada

por:

Qab . p
Ed =
860

Conseqüentemente a economia anual E a será: E a=Ed .365 (1)

Se C s representa o custo do sistema solar instalado e E a a correspondente

economia anual, entre estes valores existe a seguinte relação:

Cs
C= (2)
Ea

Substituindo na expressão (2) E a, teremos finalmente como calcular o valor da

constante C, que é o retorno do capital investido em anos. Logo o valor de C é dado

por:

Cs
C=
365. Qab . p
860

 C s custo do sistema (R$ 152,88);

 p custo do KWh;
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Geometria Analítica E Álgebra Linear

Para calcular a área do aquecedor solar, isto é, quantos metros quadrados de

coletor serão necessários para aquecer um determinado volume de água e a que

temperatura.

Este cálculo pode ser feito de duas maneiras. Primeiro levando-se em

consideração o angulo de inclinação do coletor e segundo admitindo-se que o

coletor esteja na horizontal. Na verdade a consideração do ângulo de inclinação no

cálculo da área do coletor supõe que a radiação solar chegue ao coletor

perpendicularmente ao plano deste, o que em última análise permite uma redução

da área do coletor em relação ao cálculo, considerando o coletor posicionado na

horizontal. Ocorre que normalmente os coletores são posicionados sobre os

telhados e por tanto inclinados e mesmo que isto não ocorresse, em qualquer

situação o coletor deverá sempre ser inclinado de um ângulo de no mínimo igual ao

da latitude do lugar onde ele será instalado, acrescido de 10° S, o que significa dizer

que, no caso do Brasil, o coletor estará voltado para o NORTE uma vez que

estamos no hemisfério Sul.

A área do coletor para aquecer este volume de água a uma temperatura de

55°C vem dada pela seguinte expressão:

Q
S=
I .η

Onde:

 Q quantidade de calor necessária para aquecer a água (Kcal);

 I intensidade de radiação solar (5,95 kWh/m² em Cascavel-PR);

 η rendimento térmico (50%).


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Sendo a quantidade de calor Q dada em Kcal e sendo a radiação solar

incidente dada em cal/cm².min, faz-se necessário uniformizar as unidades

empregadas para que os resultados sejam confiáveis.

Se em um minuto temos 0,59 cal/cm², significa dizer que em uma hora (60

minutos) teremos 0,59 cal x 60 = 35,4 cal/cm².hora.

Agora, se em cada cm² temos 35,4 cal/hora, em um metro quadrado que é

igual a 10000 centímetros quadrados, teremos, portanto 35,4 cal x 10000 = 354000

cal./m².hora . Sendo 1 kcal igual a 1000 cal, 354000 cal é igual a 354 kcal/m² por

hora. Finalmente, se em uma hora temos 354 kcal/m², em 6 horas (tempo de

exposição do coletor à radiação solar), teremos 354 x 6 = 2124 kcal/m².

Ciência Tecnológica dos Materiais

Os polímeros são macromoléculas formadas a partir de unidades estruturais

menores (os monômeros). O número de unidades estruturais repetidas numa

macromolécula é chamado grau de polimerização.

A polimerização é um tipo particular de reação química. Quando são

utilizados monômeros difuncionais obtêm-se uma estrutura linear. No caso de pelo

menos um monômero ter mais de dois grupos funcionais é obtido um polímero

contendo ligações cruzadas e uma estrutura ramificada.

O plástico é um dos materiais que pertence à família dos polímeros, e

provavelmente o mais popular. Pode ser fundido diversas vezes, alguns podem até

dissolver-se em vários solventes. Logo, sua reciclagem é possível, característica

bastante desejável atualmente.

A reciclagem de termoplásticos não é economicamente viável devido ao seu

baixo preço e baixa densidade. Somente plásticos consumidos em massa, como o


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PE e PET, apresentam bom potencial econômico. Outro problema é o fato dos

plásticos reciclados serem encarados como material de segunda classe.

Quando a reciclagem não é possível a alternativa é queimar os plásticos,

transformando-os em energia. Porém os que apresentam halogênio, como o PVC e

o PTFE, geram gases tóxicos na queima. Para que isso não ocorra esse material

deve ser encaminhado para dehalogenação antes da queima.

A embalagem longa vida (Tetra Pak) é asséptica para o uso em alimentos

permitindo sua melhor conservação. Esta embalagem é composta de seis camadas

de três materiais: papel, responsável pela estrutura; polietileno de baixa densidade,

responsável pela adesão e impermeabilidade entre as camadas; alumínio, barreira

contra luz e oxigênio. O papel representa em média 75%, em massa, o polietileno

representa 20% e o alumínio, 5%.

Para a reciclagem do composto de polietileno e alumínio das embalagens

longa vida existem três processos industriais: a fabricação de peças plásticas, a

fabricação de placas e telhas, e a completa sua separação através da tecnologia a

plasma.

Algoritmo E Programação II

Será empregada a linguagem de programação C para calcular todas as

fórmulas do aquecedor solar.

O usuário dará a entrada de dados (quantidade de pessoas e tempo de

banho), para se verificar a quantidade exata de água aquecida e o tempo necessário

para se aquecer a mesma.

Código fonte com a professora Suzan.


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Física II

A quantidade de calor para aquecer um determinado volume de água a uma

temperatura desejada t d, partindo de uma temperatura ambiente t a, vem dada por:

Q=mc p (t d −t a )

Onde:

 Q quantidade de energia térmica necessária para elevar a temperatura

de uma substância (Kcal);

 m volume da água a ser aquecida (L ou Kg);

 c p calor específico da água dado (Kcal/Kg °C);

 t d temperatura desejada (°C);

 t a temperatura ambiente (°C).

Para limitarmos a temperatura a níveis que mantenham a rigidez do PVC

(temperatura máxima de 55 °C), sem causar o amolecimento dos mesmos, e por

conseqüência comprometer a estrutura do coletor solar na parte superior, causando

vazamentos.

Condutividade térmica é uma propriedade física dos materiais que descreve a

habilidade dessa de conduzir calor. Condutividade térmica equivale a quantidade de

calor Q transmitida através de uma espessura L, numa direção normal a superfície

de área A, devido ao gradiente de temperatura ΔT, sob condições de estado fixo e

quando a transferência de calor é dependente apenas do gradiente de temperatura.

A quantidade de calor que atravessa, por exemplo, uma parede, por segundo,

depende dos seguintes fatores:

 é diretamente proporcional à área da parede (A);

 é diretamente proporcional à diferença de temperaturas entre o interior

da habitação (T2) e o exterior (T1);


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 -é inversamente proporcional à espessura (L) da parede.

Q
=U . A . ∆ T
∆T

Q
 energia transferida, como calor, por segundo (J/s);
∆T

 U coeficiente de condutividade térmica (W/m²/°C);

 A área (m²);

 ΔT diferença de temperaturas (K).

A condutividade térmica e o coeficiente de condutividade térmica relacionam-

se através da seguinte expressão:

K
U=
L

 K condutividade térmica (W/m.K);

 L espessura (m).

O cálculo do rendimento térmico horário do sistema foi determinado pela

equação:

Q
η=
I

 η rendimento térmico horário (%);

 Q energia útil coletada pelo sistema (KJ m-2 h-1);

 I radiação solar incidente no plano do coletor (KJ m-2 h-1)

Introdução a Eletricidade
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6. RESULTADOS ESPERADOS

A Tabela I e as Figuras 3 e 4 apresentam algumas características e

propriedades físicas medidas durante a montagem do protótipo do coletor solar, com

apenas 1 módulo, e que permitiram uma avaliação da funcionalidade, eficiência e

limitações do equipamento.

Tabela 1 - Especificações físicas do protótipo do coletor solar com materiais

descartáveis com apenas um modulo

Área de absorção solar de um modulo do Coletor 1 m2

Quantidade de garrafas PET (2,0 l) 25

Quantidade de caixas tipo TetraPak 25

Quantidade Tubos PVC (20 mm) 6m

Quantidade de Conexões PVC tipo T (20 mm) 8

Quantidade de Conexões PVC tipo L (20 mm) 6

Capacidade do Reservatório Térmico 50 litros

Volume de água num módulo do coletor solar 2,2 litros

7. CRONOGRAMA

Entrega do Anteprojeto: 1 a 5/10/2007

Entrega do Memorial Descritivo Final Escrito: 5 a 9/11/2007

Apresentação do Seminário Final: 10/11/2007 (Período Integral)

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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BIBLIOGRAFIA

CEMPRE - Ficha Técnica: Embalagens longa vida. Retirado em

01/Agosto/2007.

Neves, F.L. Reciclagem de Embalagens Cartonadas Tetra Pak. Revista O

Papel Fev, 1999 (p.38-45).

ABREU, M. Reciclagem de Embalagens Cartonadas Tetra Pak para

Alimentos Líquidos. Revista O Papel, p. 91-96, Abril, 2002.

BEZERRA, ARNALDO MOURA. Energia Solar: Aquecedores De Água.

Curitiba: Litel, 129 p.

VALIATI, MELANIA I.; RICIERI, REINALDO P. Estimativa da irradiação

solar global com partição mensal e sazonal para a região de Cascavel - PR.

Eng. Agrícola, Jaboticabal, v. 25, n. 1, 2005. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-

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TIPLER, PAUL A. Física para Cientistas e Engenheiros - Vol 2:

Gravitação, Ondas e Termodinâmica. 3ª edição, Rio de Janeiro: Livros Técnicos e

Científicos, 1991.

NUSSENZVEIG, HERCH MOYSÉS. Curso de física básica - Vol 2: Fluidos,

Oscilações e Ondas e Calor. 4ª edição, São Paulo: E.Blucher, 2002.

SVOLOLAY, S. V. Energia Solar y Edificacion. Editorial Blume, 1978. IN:

Energia Solar; Elaborado por: Carlos Arthur de Oliveira Fernandes & Vinícius

Mendes Guaronghi.

PALZ, WOLFGANG. Energia Solar e Fontes Alternativas. Hemus Livraria

Editora Limitada, 1981.


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EISBERG, R.; RESNICK, R. Física Quântica:átomos,moléculas,

sólidos,núcleos e partículas. Editora campus: Rio de Janeiro, 1979.

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