Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nervoso
FISIOLOGIA HUMANA
Fisiologia, origem grega. Prefixo “fisio” = physis, que significa natureza, função ou
funcionamento + sufixo “logia”, que vem de logos, palavra ou estudo.
Parece ter surgido na Grécia há mais de 2500 anos com os pré-Socráticos, os primeiros a
estudar de maneira racionalizada e científica a natureza.
O termo fisiologia foi criado pelo médico francês Jean François Fernel (1947-1558), para
descrever o “estudo das funções corporais”. Dessa forma, a Fisiologia é uma ciência que busca
entender o funcionamento dos organismos vivos. Todo e qualquer ser vivo conhecido está
inserido no contexto do estudo da Fisiologia.
Farmacologia – estuda como funciona o organismo humano quando o indivíduo faz a utilização
dos diferentes tipos de medicamentos com uma enorme diversidade de ações e interações.
Fisiologia do exercício clínico – explica como funciona o organismo humano doente fazendo
exercício.
O organismo humano é composto por aproximadamente 100 trilhões de células, sendo que ¼
dessas células são hemácias que têm por função fazer o transporte de oxigênio dos pulmões
para todas as células do corpo. A célula é considerada a unidade básica da vida e a maioria
delas tem a capacidade de se reproduzir e originar células de seu próprio tipo, mas também
podem ser destruídas por agentes estranhos como vírus e bactérias.
Classificação das células em relação à durabilidade:
1. Sistema nervoso;
2. Sistema hormonal;
3. Sistema cardiovascular;
4. Sistema respiratório;
5. Sistema digestório;
6. Sistema urinário;
7. Sistema reprodutivo;
8. Sistema músculo esquelético;
9. Sistema imunológico;
10. Sistema tegumentar.
Embora o corpo humano possa ser dividido nesses sistemas orgânicos, é imprescindível que
você o compreenda como algo uno e indissociável. Dessa forma, todos os sistemas orgânicos
e, consequentemente, todos os órgãos, tecidos e células trabalham, simultaneamente e de
forma integrada, o tempo todo, para manter um bom funcionamento do organismo humano.
O corpo humano é composto de 60% de líquido, 2/3 desse líquido encontra-se dentro das
células, o líquido intracelular. Cerca de 1/3 fica fora das células e é chamado de líquido
extracelular, que pode ser dividido em dois compartimentos: líquido intersticial ou líquido
intercelular e o plasma.
O líquido intersticial é formado 90% de água e apresenta aspecto claro e transparente. Ele é
responsável por envolver as células, estando em contato direto com elas para fazer as trocas
necessárias de nutrientes e oxigênio para o seu bom funcionamento. A manutenção de uma
certa estabilidade no ambiente que cerca a célula é de vital importância para que ela
permaneça viva.
O plasma é a porção líquida do sangue e corresponde a aproximadamente 55% do seu volume
total. No plasma sanguíneo, proteínas, sais minerais, vitaminas, gás carbônico e outras
substâncias estão dissolvidas em água, que é mais de 90% da constituição plasmática e tem
como função destacada garantir o transporte de substâncias pelo corpo humano. Chamamos
de soro o plasma sem uma proteína denominada fibrinogênio, que tem importante papel na
coagulação do sangue.
Essa diferença de concentração de determinados íons dentro e fora da célula é mantida por
transportes especializados através da membrana plasmática e é fundamental para o bom
funcionamento da célula e, consequentemente, do organismo humano.
O termo meio interno ainda é bastante utilizado na literatura para se referir ao líquido
extracelular, apesar de ter sido criado há mais de um século pelo fisiologista francês Claude
Bernard (1813-1878), considerado o “pai da Fisiologia experimental”.
O líquido extracelular é capaz de ser transportado para todas as partes do corpo humano, seja
pela movimentação do sangue através dos vasos sanguíneos, seja pelo movimento entre os
capilares e os espaços intercelulares. As paredes dos capilares são permeáveis à maior parte
das moléculas presentes no plasma sanguíneo, exceto às grandes moléculas das proteínas
plasmáticas, em função do tamanho. Dessa forma, existe um movimento contínuo de água e
constituintes dissolvidos entre o plasma e o líquido extracelular, seja plasma ou líquido
intersticial.
Este termo foi colocado, primeiramente, por Walter Cannon, fisiologista americano, de
Harvard, que descreveu esse termo pela primeira vez em 1925. Claude Bernard também teve
um papel muito importante no conceito de homeostasia, pois parece que, em 1911 ele
começou a falar sobre o meio interno e isso ainda gera uma grande confusão quando se fala
em homeostasia. Até hoje o conceito que foi descrito primeiramente por Cannon e Claude
Bernard, que falavam sobre a constância do meio interno, ainda é repetido. Falam em
equilíbrio do meio interno, do corpo humano, mas o conceito evoluiu.
O meio interno se refere à parte que fica fora da célula. Então, todo aquele líquido que está
fora da célula é considerado meio interno para Claude Bernard. É mais fácil se referir ao meio
interno como líquido extracelular.
O corpo humano é feito de água, mais da metade do corpo é água e a maior parte dessa água
fica dentro das células. A água que fica fora das células é chamada de líquido extracelular e tem
dois compartimentos: o líquido intersticial, que envolve as células, e o plasma, que é a parte
líquida do sangue.
O termo homeostasia tem o prefixo homeo = similar, ou seja, não é igual. Se houvesse uma
constância, um equilíbrio constante, o prefixo seria homo, homostasia. Estase significa estático,
assim, é homeo = similar. Isso quer dizer que, no líquido extracelular, esses parâmetros
fisiológicos, por exemplo, a concentração de sódio, tem uma diferença em relação ao conteúdo
intracelular, mas isso não é um valor exato, está em constante oscilação. Nada no nosso corpo
é constante, é fixo.
Quando observamos a figura acima observamos que existe uma diferença entre o conteúdo do
líquido extracelular e do líquido intracelular para a glicose, o fosfato, aminoácidos e essa
diferença é vital para o funcionamento da célula.
Falando sobre temperatura, nossa temperatura central não é algo fixo, estático, constante. Ela
oscila o tempo todo, mas oscila dentro de valores de normalidade, que tem um limite inferior e
um limite superior, sempre buscando um ponto de ajuste, mas sempre existirá uma oscilação.
Em função de tudo o que foi dito, a definição correta de homeostasia não é uma constância do
meio interno, e sim, podemos definir que a homeostasia é a manutenção de todos os
parâmetros fisiológicos quase estáveis no líquido extracelular.
O nosso corpo é feito de vários órgãos e os órgãos são feitos de tecidos, e os tecidos são feitos
de células. O corpo humano nada mais é do que um conjunto de, mais ou menos, cem trilhões
de células. E para entender como funciona o corpo humano em um indivíduo saudável, em
repouso, os fisiologistas criaram o sistema orgânico. São dez sistemas orgânicos que são:
1. Sistema nervoso;
2. Sistema hormonal;
3. Sistema cardiovascular;
4. Sistema respiratório;
5. Sistema urinário;
6. Sistema digestório;
7. Sistema tegumentar;
8. Sistema musculo esquelético;
9. Sistema reprodutivo; e
10. Sistema imunológico.
Esses sistemas foram criados para que pudéssemos entender como todas essas células juntas
fazem com que o corpo humano funcione plenamente, estudar o funcionamento do organismo
humano. Mas, não podemos esquecer que o corpo humano é uno e indivisível. Isso significa
que todos esses dez sistemas orgânicos funcionam de forma totalmente integrada: os pulmões
fazem parte do sistema respiratório. Eles captam oxigênio do meio ambiente, mas quando
acontece a hematose alvéolo-capilar, o oxigênio sai do sistema respiratório e passa para o
sistema cardiovascular, ou seja, eles funcionam de forma completamente integrada. Isso tudo
é, o tempo todo, monitorado e regulado pela ação hormonal, ação neural. A pressão arterial
tem a ver com o sistema cárdio vascular, mas quando a diurese é aumentada conseguimos
baixar a volemia e, consequentemente reduzir os níveis pressóricos. Quando aumentamos a
retenção de água da urina, no rim, que, teoricamente é sistema urinário, estamos mantendo a
pressão arterial. Então, todos os sistemas trabalham em harmonia, todas as células, todos os
tecidos, todos os órgãos, para manter o corpo humano, que é uno e indivisível funcionando de
forma equilibrada e harmônica.
_____________________________________________________________________________
HOMEOSTASIA
Significa que o organismo necessita de uma condição de relativa estabilidade para manter suas
funções plenas. É a manutenção de condições quase constantes no líquido extracelular ou,
melhor ainda, a manutenção de todos os parâmetros fisiológicos quase constantes no líquido
extracelular. Não se fala em constância, equilíbrio, e sim numa estabilidade que jamais é
alcançada realmente. Todos os parâmetros fisiológicos estão em constante oscilação. Cada um
têm suas características e valores próprios chamados pontos de ajuste, que podem variar
dentro de limites inferiores e superiores que são considerados normais:
Observe que os parâmetros fisiológicos são mantidos dentro dos seus valores de normalidade.
Veja alguns exemplos:
Existem três sistemas de controle homeostático, para alguns fisiologistas existem apenas dois,
a retroalimentação negativa, que é a que predomina a maior parte das vezes; a
retroalimentação negativa e o ciclo circadiano, que alguns fisiologistas não consideram como
sistema de controle homeostático.
A retroalimentação negativa (feedback negativo) é a que predomina em 99% das vezes. Ocorre
quando o organismo provoca uma alteração em um determinado parâmetro fisiológico no
sentido contrário do que estava ocorrendo.
Por fim, o controle circadiano, temos um período de 24 horas sobre o qual o ciclo biológico se
baseia. Isso acontece com o ser humano e com outros animais também, e alguns parâmetros
fisiológicos se comportam de forma diferente de acordo com a hora do dia, como exemplo,
temos o cortisol, que tem um pico que fica por volta de 8 ou 9 horas da manhã. De acordo com
a hora do dia, esse parâmetro fisiológico vai se comportar de maneira diferente.
_____________________________________________________________________________
Neurociência molecular;
Neurociência celular;
Neurociência sistêmica (será estudado aqui);
Neurociência comportamental;
Neurociência cognitiva.
O sistema nervoso e o sistema hormonal são capazes de controlar e regular os demais sistemas
orgânicos e, consequentemente, as funções corporais. Hierarquicamente, esses dois sistemas
são superiores aos demais e não é raro que sejam estudados de maneira associada, sendo
então nomeados de sistema neuro-hormonal.
O sistema nervoso recebe ininterruptamente uma infinidade de estímulos nervosos
(informações) provenientes de todas as partes do interior do corpo humano e do meio
ambiente. Essas informações são continuamente captadas por receptores sensoriais e
conduzidas ao sistema nervoso central (SNC) por vias aferentes. O SNC interpreta tais
informações e, caso seja necessário, determina a(s) resposta(s) que será(ão) adequada(s) para
cada informação que foi captada. Caberá às suas vias aferentes conduzirem aos efetores
(músculos e glândulas) a informação determinada pelo SNC para uma resposta adequada ao
estímulo que foi captado.
SNC – Sistema Nervoso Central. Encontra-se dentro de caixas ósseas: crânio e coluna
vertebral. Encéfalo, medula espinhal e parte dos neurônios aferentes (sensitivos) e
eferentes (motores).
SNP – Sistema Nervoso Periférico. Fora das caixas ósseas. A maior parte dos neurônios
aferentes e eferentes e os gânglios.
ático
A via eferente do sistema nervoso visceral se chama sistema nervoso autônomo. O sistema
nervoso autônomo é ativado principalmente por centros localizados na medula espinhal, no
tronco encefálico, no hipotálamo e em parte do córtex cerebral. É responsável pelo controle da
frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória, temperatura corporal, motilidade
gastrointestinal, assim como outras atividades viscerais para manutenção da homeostase. Essa
parte do sistema nervoso é subdividida em sistema nervoso simpático e sistema nervoso
parassimpático.
A atividade autonômica tem papel preponderante na função fisiológica dos seres humanos.
Doenças crônicas como a insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, diabetes, entre outras
estão associadas ao comprometimento do sistema nervoso autônomo.
Os neurônios são chamados, muitas vezes, de células nervosas. Eles têm três partes: dendritos,
e uma característica da maior parte dos neurônios do ser humano é que eles têm muitos
dendritos, são multipolares e sua principal função é receber estímulos. O dendrito é o principal
ponto de recepção de um estímulo em um neurônio. Os estímulos também podem chegar no
corpo celular, também chamado de soma, ou até no axônio, mais raramente. Existem sinapses
que são axo-dendríticas, axo-somáticas e axo-axônicas, mas a mais comum é a exo-dendrítica.
O corpo celular, ou soma, é o local onde fica o núcleo da célula e a maior parte das organelas
celulares. É quem coordena todas as funções neuronais, em um papel fundamental no
neurônio. Por fim, o axônio, tem o papel de conduzir os estímulos nervosos, sempre em
direção das terminações axonais. Dessa forma, são três partes mais importantes. A terminação
axonal faz parte do axônio.
Os astrócitos têm um papel muito importante, eles armazenam glicose, que pode ser utilizada
pelos neurônios, que são glicosedependentes. Produzem o fator de crescimento neuronal,
formam a barreira hematoencefálica, que tem um papel importantíssimo na proteção do
encéfalo. Eles ficam localizados ao redor dos capilares encefálicos e impedem que as toxinas
que possam estar dentro desses capilares passem para o encéfalo, além de removerem alguns
íons e neurotransmissores que estão no sistema nervoso central. Os astrócitos têm um papel
extremamente importante protegendo os neurônios.
Os neurônios encontrados nos seres humanos podem ser classificados de acordo com a sua
estrutura:
As neuroglias ou células da glia podem ser divididas em micróglias e macróglias. O termo glia
é proveniente da palavra grega que significa cola. Portanto, neuroglia seria a cola neural. Isso
porque antigamente se achava que as neuroglias tinham apenas a função de agregação e
sustentação dos neurônios, o que continua sendo correto, embora se saiba que elas
desempenham outras funções de grande importância.
Micróglias – são as menores neuroglias que existem e estão distribuídas por todo o
SNC. Exercem uma função imune no SNC, sendo ativadas pela presença de moléculas
inflamatórias, como as citocinas, por exemplo, de maneira muito semelhante ao que
ocorre com os macrófagos no sangue. Quando ocorre alguma lesão neuronal,
inflamação ou doença degenerativa, elas se proliferam rapidamente na área da lesão,
fagocitam as substâncias indesejadas e participam da produção de antígeno.
Macróglias:
o Astrócitos – têm várias funções importantes, com destaque ao importante
papel de preencher os espaços entre os neurônios, dando-lhes maior
sustentação estrutural e atuando na nutrição neuronal, pois armazenam
glicose que poderá ser disponibilizada aos neurônios para ser utilizada como
fonte de energia. Além dessas funções, formam a barreira hematoencefálica
que envolve os capilares encefálicos e impede que substâncias tóxicas e
nocivas passem de dentro dos vasos para o encéfalo. Sendo assim, cumprem
um importante papel de proteção do encéfalo. De forma complementar,
também são responsáveis por remover íons e neurotransmissores e secretam
fatores de crescimento neuronais.
o Oligodendrócitos – sintetizam a mielina que envolve os axônios localizados no
SNC, podendo mielinizar múltiplos axônios ao mesmo tempo.
o Células de Schwann – função muito semelhante aos oligodendrócitos na
síntese da mielina que envolve os axônios localizados no SNP. No entanto, ao
contrário dos oligodendrócitos, são capazes de mielinizar um único axónio.
o Células epidimárias – consideradas células de revestimento. Elas revestem os
ventrículos do encéfalo e o canal central da medula espinhal.