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Tema 1 – Introdução ao Estudo da Fisiologia Humana e Organização Funcional do Sistema

Nervoso

Fisiologicamente, o corpo humano é dividido em dez sistemas orgânicos e, dentre eles, o


sistema nervoso é hierarquicamente superior, pois tem a capacidade de controlar os demais,
como o sistema hormonal. Dessa forma, após a apresentação dos conceitos básicos da
disciplina, vamos introduzir o estudo desses sistemas, através de uma abordagem sobre a
organização funcional básica do sistema nervoso.

MÓDULO 1 – Definir o que é Fisiologia humana, seus conceitos básicos e as relações


existentes entre os diferentes sistemas orgânicos do corpo humano.

FISIOLOGIA HUMANA

Fisiologia, origem grega. Prefixo “fisio” = physis, que significa natureza, função ou
funcionamento + sufixo “logia”, que vem de logos, palavra ou estudo.

Parece ter surgido na Grécia há mais de 2500 anos com os pré-Socráticos, os primeiros a
estudar de maneira racionalizada e científica a natureza.

O termo fisiologia foi criado pelo médico francês Jean François Fernel (1947-1558), para
descrever o “estudo das funções corporais”. Dessa forma, a Fisiologia é uma ciência que busca
entender o funcionamento dos organismos vivos. Todo e qualquer ser vivo conhecido está
inserido no contexto do estudo da Fisiologia.

A Fisiologia humana estuda o funcionamento do organismo humano e sua capacidade de


adaptação às diversas condições ambientais.

Farmacologia – estuda como funciona o organismo humano quando o indivíduo faz a utilização
dos diferentes tipos de medicamentos com uma enorme diversidade de ações e interações.

Fisiopatologia – estuda como funciona o organismo humano quando o indivíduo se encontra


doente.

Fisiologia do exercício – explica como funciona o organismo humano durante os diferentes


tipos de exercício físico, como caminhar, correr, nadar, fazer musculação ou pilates.

Fisiologia do exercício clínico – explica como funciona o organismo humano doente fazendo
exercício.

Na fisiologia humana o estudo do funcionamento do organismo humano considera o


indivíduo em estado de repouso e com boa saúde.

UNIDADE BÁSICA DA VIDA – CÉLULA

O organismo humano é composto por aproximadamente 100 trilhões de células, sendo que ¼
dessas células são hemácias que têm por função fazer o transporte de oxigênio dos pulmões
para todas as células do corpo. A célula é considerada a unidade básica da vida e a maioria
delas tem a capacidade de se reproduzir e originar células de seu próprio tipo, mas também
podem ser destruídas por agentes estranhos como vírus e bactérias.
Classificação das células em relação à durabilidade:

 Lábeis – são células que duram pouco tempo, como as hemácias;


 Estáveis – são as células que duram meses ou anos, como os fibroblastos, que podem
ser encontrados no tecido conjuntivo;
 Permanentes – são as células que duram a vida toda, como os neurônios e as fibras da
musculatura estriada esquelética.

Um agrupamento de células formará os tecidos. No corpo humano existem quatro tipos


básicos de tecidos: epitelial, nervoso, muscular e conjuntivo. O agrupamento desses tecidos
vai dar origem aos diferentes órgãos do corpo humano. Ao reunir um grupo de órgãos que
realizam juntos determinadas funções, os fisiologistas criaram dez sistemas orgânicos
diferentes, são eles:

1. Sistema nervoso;
2. Sistema hormonal;
3. Sistema cardiovascular;
4. Sistema respiratório;
5. Sistema digestório;
6. Sistema urinário;
7. Sistema reprodutivo;
8. Sistema músculo esquelético;
9. Sistema imunológico;
10. Sistema tegumentar.
Embora o corpo humano possa ser dividido nesses sistemas orgânicos, é imprescindível que
você o compreenda como algo uno e indissociável. Dessa forma, todos os sistemas orgânicos
e, consequentemente, todos os órgãos, tecidos e células trabalham, simultaneamente e de
forma integrada, o tempo todo, para manter um bom funcionamento do organismo humano.

Exemplo: A ação conjunta do corpo humano e o controle da pressão arterial sistêmica –


Quando a pressão arterial sistêmica se eleva, o indivíduo aumenta a excreção de água pela
urina. Nesse caso, o sistema cardiovascular e o sistema urinário atuaram conjuntamente para
manter a pressão arterial dentro de valores considerados normais e, consequentemente, o
indivíduo saudável. Quando o corpo não consegue equilibrar essa desordem orgânica, ocorre o
mau funcionamento e, no caso acima, o indivíduo passa a desenvolver a hipertensão arterial
sistêmica, que é uma doença cardiovascular que afeta aproximadamente 25 a 30% da
população mundial.

Água corporal total e líquido extracelular

O corpo humano é composto de 60% de líquido, 2/3 desse líquido encontra-se dentro das
células, o líquido intracelular. Cerca de 1/3 fica fora das células e é chamado de líquido
extracelular, que pode ser dividido em dois compartimentos: líquido intersticial ou líquido
intercelular e o plasma.

O líquido intersticial é formado 90% de água e apresenta aspecto claro e transparente. Ele é
responsável por envolver as células, estando em contato direto com elas para fazer as trocas
necessárias de nutrientes e oxigênio para o seu bom funcionamento. A manutenção de uma
certa estabilidade no ambiente que cerca a célula é de vital importância para que ela
permaneça viva.
O plasma é a porção líquida do sangue e corresponde a aproximadamente 55% do seu volume
total. No plasma sanguíneo, proteínas, sais minerais, vitaminas, gás carbônico e outras
substâncias estão dissolvidas em água, que é mais de 90% da constituição plasmática e tem
como função destacada garantir o transporte de substâncias pelo corpo humano. Chamamos
de soro o plasma sem uma proteína denominada fibrinogênio, que tem importante papel na
coagulação do sangue.

Diferenças entre os constituintes presentes no líquido intracelular e no líquido extracelular:

Líquido extracelular – grande quantidade de sódio, cloreto, íons bicarbonato, oxigênio e os


nutrientes celulares como glicose, ácidos graxos e aminoácidos.

Líquido intracelular – grandes quantidades de potássio, fosfato e magnésio.

Essa diferença de concentração de determinados íons dentro e fora da célula é mantida por
transportes especializados através da membrana plasmática e é fundamental para o bom
funcionamento da célula e, consequentemente, do organismo humano.

O termo meio interno ainda é bastante utilizado na literatura para se referir ao líquido
extracelular, apesar de ter sido criado há mais de um século pelo fisiologista francês Claude
Bernard (1813-1878), considerado o “pai da Fisiologia experimental”.

Qual é o papel do líquido extracelular? Manutenção do equilíbrio fisiológico. É nele que os


parâmetros fisiológicos devem ser mantidos quase constantes, pois alterações nas
concentrações dos componentes do líquido extracelular podem gerar respostas fisiológicas
indesejáveis.

Exemplo: O consumo excessivo de sódio na dieta pode levar ao aumento da concentração de


sódio e gerar retenção hídrica e aumento de pressão arterial.

O líquido extracelular é capaz de ser transportado para todas as partes do corpo humano, seja
pela movimentação do sangue através dos vasos sanguíneos, seja pelo movimento entre os
capilares e os espaços intercelulares. As paredes dos capilares são permeáveis à maior parte
das moléculas presentes no plasma sanguíneo, exceto às grandes moléculas das proteínas
plasmáticas, em função do tamanho. Dessa forma, existe um movimento contínuo de água e
constituintes dissolvidos entre o plasma e o líquido extracelular, seja plasma ou líquido
intersticial.

Através do líquido extracelular, o oxigênio e os nutrientes conseguem acessar as células. Nesse


processo, o sistema respiratório deve captar o oxigênio do meio ambiente nas inspirações e
fazê-lo chegar nos alvéolos para que possa ocorrer a hematose (é um processo em que ocorre
a passagem do oxigênio de dentro dos alvéolos pulmonares para o sangue – difusão). O
sangue, antes com alta concentração de gás carbônico, passa a ter altas concentrações de
oxigênio. Através do bombeamento de sangue pelo coração, o oxigênio será transportado para
as células do organismo. Nestas células, à medida que o oxigênio é absorvido, o dióxido de
carbono (CO2) é difundido ao líquido extracelular e, posteriormente, aos capilares para serem
encaminhados aos pulmões em sua maior parte pelas hemácias. Após a hematose, o CO 2 é
expelido ao meio ambiente na expiração.
O líquido extracelular ou meio interno, então, tem papel fundamental no acesso de oxigênio e
nutrientes para as células, bem como na remoção de dióxido de carbono e resíduos
metabólicos através do funcionamento integrado entre o sistema respiratório e o sistema
cardiovascular.

Organização da circulação sanguínea:

Como se dá o funcionamento de alguns sistemas humanos:

 Sistema digestório – Aqui o alimento é deglutido e encaminhado ao estômago. Em


seguida, passa ao duodeno, que fica na primeira parte do intestino delgado. Diferentes
nutrientes, como carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos, poderão ser absorvidos
para o líquido extracelular e transportados para as células ou especialmente para o
fígado, onde inicia-se um processo de alteração química em determinadas substâncias.
Todo o material que foi ingerido pelo indivíduo na sua alimentação e não foi digerido
ou reabsorvido para a circulação sanguínea é eliminado através das fezes. O fígado
também cumpre um importante papel depurador de substâncias tóxicas e que
precisam ser eliminadas.
 Sistema urinário – Constitui-se num processo de excreção de substâncias indesejáveis
ao funcionamento do corpo. A maior parte dessas substâncias são resíduos
metabólicos da função celular. Os rins desempenham uma importante função neste
processo, uma vez que ele excretará todos os constituintes que foram filtrados em seus
glomérulos e não foram reabsorvidos nos túbulos renais através da urina. De forma
integrada ao sistema hormonal, os rins também atuam na reabsorção e excreção de
substâncias, como, por exemplo, o sódio, influenciando diretamente na concentração
dessas substâncias no líquido extracelular.
 Sistema endócrino – Baseia-se no funcionamento de glândulas responsáveis por
secretar substâncias químicas denominadas hormônios. Os hormônios são
transportados das glândulas até uma célula-alvo específica para desempenhar suas
funções fisiológicas. Esse transporte se dá através do líquido extracelular e,
posteriormente, no plasma. Por exemplo, os hormônios produzidos pela tireoide são
responsáveis por aumentar a velocidade das reações químicas das células. Eles são
transportados e ativados através do plasma sanguíneo até as células-alvo.
 Sistema imunológico – É um sistema específico que atua no processo de defesa do
corpo humano. Ele é constituído pelos glóbulos brancos e outras células derivadas,
pelo timo, linfonodos e vasos linfáticos. De forma geral, essas estruturas protegem o
corpo humano contra bactérias, vírus, parasitas e fungos.
 Sistema tegumentar – O corpo humano também é protegido pelo sistema tegumentar
que envolve estruturas que formam o revestimento externo, como a pele, os pelos e as
unhas. Além de desempenhar o papel de proteção pelo isolamento em relação ao
meio externo, o sistema tegumentar é um importante aliado na manutenção da
temperatura corporal pelos mecanismos de termorregulação, contribuindo para a
homeostase, sendo o mecanismo mais importante a evaporação do suor para perder
calor. Glândulas sudoríparas presentes no sistema tegumentar são responsáveis por
excretar suor ao meio externo. À medida em que o suor evapora, ocorre um
resfriamento da pele. Simultaneamente, o sangue que permeia o tecido epitelial
também é resfriado, contribuindo para a manutenção da temperatura corporal em
ambientes quentes, assim como para a homeostase.

Sistemas orgânicos de controle fisiológico – vídeo


O sistema músculo esquelético, o sistema cárdio vascular, o sistema respiratório são uma coisa
só. Sempre que pensarmos em fisiologia humana não podemos nos esquecer de que o ser
humano é uno, indivisível

Hemostasia e os sistemas orgânicos

Este termo foi colocado, primeiramente, por Walter Cannon, fisiologista americano, de
Harvard, que descreveu esse termo pela primeira vez em 1925. Claude Bernard também teve
um papel muito importante no conceito de homeostasia, pois parece que, em 1911 ele
começou a falar sobre o meio interno e isso ainda gera uma grande confusão quando se fala
em homeostasia. Até hoje o conceito que foi descrito primeiramente por Cannon e Claude
Bernard, que falavam sobre a constância do meio interno, ainda é repetido. Falam em
equilíbrio do meio interno, do corpo humano, mas o conceito evoluiu.

O meio interno se refere à parte que fica fora da célula. Então, todo aquele líquido que está
fora da célula é considerado meio interno para Claude Bernard. É mais fácil se referir ao meio
interno como líquido extracelular.

O corpo humano é feito de água, mais da metade do corpo é água e a maior parte dessa água
fica dentro das células. A água que fica fora das células é chamada de líquido extracelular e tem
dois compartimentos: o líquido intersticial, que envolve as células, e o plasma, que é a parte
líquida do sangue.

Então, quando se fala em homeostasia, o que é importante é o que está acontecendo no


líquido extracelular. Não é errado usar o termo meio interno, mas ficaria muito mais fácil de
entender usando líquido extracelular.

O termo homeostasia tem o prefixo homeo = similar, ou seja, não é igual. Se houvesse uma
constância, um equilíbrio constante, o prefixo seria homo, homostasia. Estase significa estático,
assim, é homeo = similar. Isso quer dizer que, no líquido extracelular, esses parâmetros
fisiológicos, por exemplo, a concentração de sódio, tem uma diferença em relação ao conteúdo
intracelular, mas isso não é um valor exato, está em constante oscilação. Nada no nosso corpo
é constante, é fixo.

Quando observamos a figura acima observamos que existe uma diferença entre o conteúdo do
líquido extracelular e do líquido intracelular para a glicose, o fosfato, aminoácidos e essa
diferença é vital para o funcionamento da célula.

Falando sobre temperatura, nossa temperatura central não é algo fixo, estático, constante. Ela
oscila o tempo todo, mas oscila dentro de valores de normalidade, que tem um limite inferior e
um limite superior, sempre buscando um ponto de ajuste, mas sempre existirá uma oscilação.

Em função de tudo o que foi dito, a definição correta de homeostasia não é uma constância do
meio interno, e sim, podemos definir que a homeostasia é a manutenção de todos os
parâmetros fisiológicos quase estáveis no líquido extracelular.

O nosso corpo é feito de vários órgãos e os órgãos são feitos de tecidos, e os tecidos são feitos
de células. O corpo humano nada mais é do que um conjunto de, mais ou menos, cem trilhões
de células. E para entender como funciona o corpo humano em um indivíduo saudável, em
repouso, os fisiologistas criaram o sistema orgânico. São dez sistemas orgânicos que são:

1. Sistema nervoso;
2. Sistema hormonal;
3. Sistema cardiovascular;
4. Sistema respiratório;
5. Sistema urinário;
6. Sistema digestório;
7. Sistema tegumentar;
8. Sistema musculo esquelético;
9. Sistema reprodutivo; e
10. Sistema imunológico.

Esses sistemas foram criados para que pudéssemos entender como todas essas células juntas
fazem com que o corpo humano funcione plenamente, estudar o funcionamento do organismo
humano. Mas, não podemos esquecer que o corpo humano é uno e indivisível. Isso significa
que todos esses dez sistemas orgânicos funcionam de forma totalmente integrada: os pulmões
fazem parte do sistema respiratório. Eles captam oxigênio do meio ambiente, mas quando
acontece a hematose alvéolo-capilar, o oxigênio sai do sistema respiratório e passa para o
sistema cardiovascular, ou seja, eles funcionam de forma completamente integrada. Isso tudo
é, o tempo todo, monitorado e regulado pela ação hormonal, ação neural. A pressão arterial
tem a ver com o sistema cárdio vascular, mas quando a diurese é aumentada conseguimos
baixar a volemia e, consequentemente reduzir os níveis pressóricos. Quando aumentamos a
retenção de água da urina, no rim, que, teoricamente é sistema urinário, estamos mantendo a
pressão arterial. Então, todos os sistemas trabalham em harmonia, todas as células, todos os
tecidos, todos os órgãos, para manter o corpo humano, que é uno e indivisível funcionando de
forma equilibrada e harmônica.

O que estudamos em fisiologia é justamente isso: o funcionamento do organismo humano, e


para isso, precisa dessa integração dos sistemas orgânicos.

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MÓDULO 2 – Identificar o significado e a importância da homeostasia e de seus sistemas de


controle

HOMEOSTASIA

Significa que o organismo necessita de uma condição de relativa estabilidade para manter suas
funções plenas. É a manutenção de condições quase constantes no líquido extracelular ou,
melhor ainda, a manutenção de todos os parâmetros fisiológicos quase constantes no líquido
extracelular. Não se fala em constância, equilíbrio, e sim numa estabilidade que jamais é
alcançada realmente. Todos os parâmetros fisiológicos estão em constante oscilação. Cada um
têm suas características e valores próprios chamados pontos de ajuste, que podem variar
dentro de limites inferiores e superiores que são considerados normais:
Observe que os parâmetros fisiológicos são mantidos dentro dos seus valores de normalidade.
Veja alguns exemplos:

 Temperatura corporal – é um parâmetro fisiológico que tem como ponto de ajuste o


valor de 37,1°C e tem como limite inferior e limite superior, 36,6°C e 37,6°C
respectivamente, variando apenas 0,5°C para baixo ou para cima. Conforme a
temperatura corporal aumenta ou diminui, existe todo um sistema de controle que é
ativado para fazer com que esse parâmetro fisiológico busque sempre o seu valor do
ponto de ajuste fisiológico. A manutenção dentro dessa faixa de normalidade (limite
inferior e limite superior) é fundamental para a função celular e, consequentemente,
para a saúde do indivíduo, pois, se esses valores ultrapassam os limites para baixo ou
para cima, as células têm a sua função comprometida. À medida que esses valores
continuam se afastando dos parâmetros considerados normais, a função celular vai
ficando cada vez mais comprometida e, em casos mais extremos, poderão levar à
destruição das células e, consequentemente, ao óbito do indivíduo.
 pH do sangue – Alguns parâmetros têm faixas muito estreitas de controle, como o pH
do sangue, que tem seu ponto de ajuste em 7,4 e oscila entre 7,35 e 7,45. Caso os
valores de pH do sangue fiquem abaixo de 6,9 ou acima de 7,8, o indivíduo tem grande
chance de morrer. Importante ressaltar novamente que a manutenção do pH do
sangue dentro dos valores normais é fundamental para manter a qualidade do
funcionamento das células do corpo humano. Assim, quando o sangue está com o pH
ideal, as células estão saudáveis e funcionando plenamente. Porém, quando o sangue
se encontra mais ácido ou mais básico, pode haver doenças e complicações que
poderão culminar com a destruição das células. O corpo humano é feito de trilhões de
células e, para que esteja saudável, todas essas células devem estar funcionando
plenamente.
 Glicemia – Esse é um parâmetro fisiológico que possui um espectro de variação maior,
tendo um ponto de ajuste em 85 mg/dL, limite inferior a 70 mg/dL e limite superior de
100 mg/dL. Para cada parâmetro, temos seus respectivos valores de normalidade, mas
nunca se pode esquecer que cada indivíduo é único e, dentro desses valores
apresentados para uma população, pode haver pequenas variações individuais. Uma
análise pura e simples dos dados referentes a esses parâmetros coletados jamais se
sobrepõe a uma boa avaliação clínica, que será sempre soberana. Uma tomada de
decisão correta e consistente dependerá significativamente do bom entendimento
sobre Fisiologia humana de que o profissional da saúde necessita.

Sistemas de controle homeostáticos

Dois tipos de sistemas:

1. Retroalimentação negativa – (feedback negativo). É um mecanismo que ocorre


quando o organismo provoca uma alteração em determinado parâmetro fisiológico no
sentido contrário do que estava ocorrendo. A maioria dos sistemas de controle
homeostáticos atua por ela.
Exemplo: Quando a pressão arterial se torna elevada, existem sensores específicos que
são ativados e enviam essa informação a órgãos específicos que desencadeiam uma
série de reações que culminam com a diminuição da pressão arterial. A situação
oposta também ocorre. Quando a pressão arterial sofre uma diminuição, outros
sensores reconhecem essa alteração e um processo de elevação é desencadeado. Tudo
isso para manter a homeostasia e o bom funcionamento do corpo humano.
Observe que o parâmetro fisiológico (no exemplo, a pressão arterial) é direcionado
para o sentido contrário do que estava ocorrendo, ou seja, os efeitos são negativos em
relação ao estímulo inicial. Dessa forma, os diferentes tipos de parâmetros fisiológicos
são mantidos quase constantes nos indivíduos saudáveis na maioria das vezes.
2. Retroalimentação positiva – (feedback positivo). O organismo provoca uma alteração
em um determinado parâmetro fisiológico no mesmo sentido do que estava
ocorrendo. Se esse tipo de resposta ocorresse na maioria das vezes, poderia gerar uma
instabilidade no organismo cada vez maior, o que culminaria na morte do indivíduo.
Exemplo: na coagulação sanguínea, uma variedade de enzimas é ativada após o
rompimento de um vaso e começam a atuar sobre outras enzimas que se encontravam
inativas no sangue próximo ao local de rompimento, causando mais coagulação
sanguínea. Essa sequência de fatores continua até que o vaso esteja com seu
rompimento fechado e o sangramento tenha sido interrompido.
Outro exemplo é o parto natural, onde à medida em que o bebê começa a sair e
pressionar o colo uterino, esse estiramento aumenta a secreção de um hormônio
denominado ocitocina e, em função disso, aumentam as contrações locais. Quando o
bebê sai um pouco mais, o colo uterino sofre uma nova distensão, fazendo com que
tenha mais secreção de ocitocina e aumentem as contrações. Até que o bebê saia
completamente esse ciclo se repete por várias vezes.

A despolarização da membrana também é um outro exemplo em a abertura dos canais rápidos


de sódio estimula a abertura de mais canais rápidos de sódio numa velocidade muito alta.
Nesses casos, a retroalimentação positiva será útil e fisiológica. Mas são casos específicos em
esse sistema é utilizado.

O PROCESSO DE RETROALIMENTAÇÃO – Vídeo

Sistemas de controle homeostático – sabemos que homeostasia é a manutenção de todos os


parâmetros fisiológicos quase estáticos no líquido extracelular.

Existem três sistemas de controle homeostático, para alguns fisiologistas existem apenas dois,
a retroalimentação negativa, que é a que predomina a maior parte das vezes; a
retroalimentação negativa e o ciclo circadiano, que alguns fisiologistas não consideram como
sistema de controle homeostático.
A retroalimentação negativa (feedback negativo) é a que predomina em 99% das vezes. Ocorre
quando o organismo provoca uma alteração em um determinado parâmetro fisiológico no
sentido contrário do que estava ocorrendo.

No caso ao lado, quando há um


aumento na concentração de CO2 no
sangue, isso é percebido pelo nosso
organismo, que aumenta a ventilação
pulmonar para que aconteça uma
diminuição do CO2 e ele volte aos
valores de normalidade. O parâmetro
fisiológico, no caso, é a concentração
de CO2 que estava alta, e isso não
pode acontecer.

O segundo sistema de controle homeostático é a retroalimentação positiva. Nesse caso o


organismo provoca uma alteração em um determinado parâmetro fisiológico no mesmo
sentido em que estava ocorrendo. Na maior parte das vezes, se isto acontecer vai gerar um
problema, por exemplo, se nossa temperatura estiver alta e nosso corpo trabalhar para que ela
aumente, iremos morrer.

Por exemplo, em uma hemorragia, o


indivíduo está perdendo sangue, há
uma diminuição da pressão arterial
e uma diminuição do fluxo
sanguíneo. Se aumentar a
hemorragia, vai diminuir ainda mais
a pressão arterial e o fluxo
sanguíneo e, consequentemente, o
indivíduo vai ao óbito. Óbvio que
isso não acontece fisiologicamente.

Fisiologicamente, retroalimentação positiva acontece em casos excepcionais. Um exemplo


clássico é o parto natural. Quando começam as contrações uterinas na mulher, essas
contrações provocam uma distensão do colo uterino, que faz com que ocorra secreção de
ocitocina, que aumenta as contrações uterinas, que faz com que o bebê distenda mais o colo
uterino e aumente a secreção de ocitocina e assim por diante, em um ciclo vicioso até que o
bebê nasça. Esse é um exemplo de retroalimentação positiva fisiológica, saudável, que é uma
exceção. Outro exemplo, é a despolarização ou entrada de sódio na célula. A cada íon de sódio
que entra, entram mais íons, em um ciclo vicioso. Mas essas são situações de exceção. Assim,
na retroalimentação positiva o organismo provoca uma alteração em um determinado
parâmetro fisiológico no mesmo sentido que estava ocorrendo e isso só acontece em situações
de exceção.

Por fim, o controle circadiano, temos um período de 24 horas sobre o qual o ciclo biológico se
baseia. Isso acontece com o ser humano e com outros animais também, e alguns parâmetros
fisiológicos se comportam de forma diferente de acordo com a hora do dia, como exemplo,
temos o cortisol, que tem um pico que fica por volta de 8 ou 9 horas da manhã. De acordo com
a hora do dia, esse parâmetro fisiológico vai se comportar de maneira diferente.

O controle circadiano sobre parâmetros fisiológicos acontece em situações de exceção.


Outro exemplo é a temperatura. Podemos
observar em relação à temperatura central,
que quando começamos a dormir, nosso
metabolismo baixa e, consequentemente,
nossa temperatura central diminui. Então, de
acordo com os ciclos circadianos, esse
parâmetro fisiológico, temperatura corpórea
central, se comporta de maneira
diferenciada.

Controle circadiano e retroalimentação


positiva acontecem em situações de exceção.

Os ajustes do controle circadiano – Alguns parâmetros fisiológicos também têm um controle


circadiano, que se ajusta de acordo com o momento do dia, em um período de 24 horas, sob o
qual se baseia o relógio biológico humano (fator endógeno). Mas fatores exógenos ou
ambientais também afetam o ciclo circadiano. A temperatura corporal, por exemplo, diminui
naturalmente durante a madrugada quando o metabolismo se encontra bem baixo e volta a
aumentar naturalmente no início do dia. Esse ciclo se repete diariamente e alguns parâmetros
fisiológicos são afetados diretamente por ele. Um exemplo em que isto ocorre se dá pela
quantidade de cortisol, que, no início do dia, é maior em comparação ao período da noite. A
produção de hormônio do crescimento, que aumenta muito nas duas primeiras horas de sono,
é mais um exemplo de parâmetros fisiológicos controlados circadianamente.

Sendo assim, a homeostasia é mantida basicamente por retroalimentação negativa, exceto em


casos bem específicos em que a retroalimentação positiva ou o ciclo circadiano participam do
controle em determinados parâmetros fisiológicos.

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MÓDULO 3 – Reconhecer como o sistema nervoso se divide funcionalmente, quais são os


dois tipos de células que o compõem, suas principais características e respectivas funções.

DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO

Existem cinco grandes disciplinas neurocientíficas completamente interligadas:

 Neurociência molecular;
 Neurociência celular;
 Neurociência sistêmica (será estudado aqui);
 Neurociência comportamental;
 Neurociência cognitiva.

O sistema nervoso e o sistema hormonal são capazes de controlar e regular os demais sistemas
orgânicos e, consequentemente, as funções corporais. Hierarquicamente, esses dois sistemas
são superiores aos demais e não é raro que sejam estudados de maneira associada, sendo
então nomeados de sistema neuro-hormonal.
O sistema nervoso recebe ininterruptamente uma infinidade de estímulos nervosos
(informações) provenientes de todas as partes do interior do corpo humano e do meio
ambiente. Essas informações são continuamente captadas por receptores sensoriais e
conduzidas ao sistema nervoso central (SNC) por vias aferentes. O SNC interpreta tais
informações e, caso seja necessário, determina a(s) resposta(s) que será(ão) adequada(s) para
cada informação que foi captada. Caberá às suas vias aferentes conduzirem aos efetores
(músculos e glândulas) a informação determinada pelo SNC para uma resposta adequada ao
estímulo que foi captado.

Anatomicamente, o sistema nervoso é dividido em:

 SNC – Sistema Nervoso Central. Encontra-se dentro de caixas ósseas: crânio e coluna
vertebral. Encéfalo, medula espinhal e parte dos neurônios aferentes (sensitivos) e
eferentes (motores).
 SNP – Sistema Nervoso Periférico. Fora das caixas ósseas. A maior parte dos neurônios
aferentes e eferentes e os gânglios.

Funcionalmente, o sistema nervoso é dividido em dois:

ático

Os dois sistemas possuem as seguintes estruturas:

 Receptores – são encarregados de captar os estímulos (no meio ambiente ou no


interior do corpo humano, sistema nervoso somático e visceral, respectivamente);
 Via aferente – conduz os estímulos captados em direção ao SNC;
 SNC – interpreta os estímulos e analisa se há necessidade de uma resposta para algum
ajuste.
 Via eferente – conduz um estímulo nervoso proveniente do SNC para uma resposta
julgada necessária.
 Efetor – responsável por produzir a resposta determinada pelo SNC.

A via eferente do sistema nervoso visceral se chama sistema nervoso autônomo. O sistema
nervoso autônomo é ativado principalmente por centros localizados na medula espinhal, no
tronco encefálico, no hipotálamo e em parte do córtex cerebral. É responsável pelo controle da
frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória, temperatura corporal, motilidade
gastrointestinal, assim como outras atividades viscerais para manutenção da homeostase. Essa
parte do sistema nervoso é subdividida em sistema nervoso simpático e sistema nervoso
parassimpático.

Comparação entre as duas partes do sistema nervoso autônomo:

 Função simpática – é mediada, em sua maioria, pela ação de uma substância


denominada norepinefrina, que atua nas seguintes funções: aumento da frequência
cardíaca, dilatação da pupila, dilatação dos brônquios, constrição dos vasos
sanguíneos, aumento da sudorese, inibição dos movimentos peristálticos do trato
gastrointestinal e aumento da renina.
 Função parassimpática – é mediada por um neurotransmissor denominado
acetilcolina e sua ação repercute da seguinte forma: redução da frequência cardíaca,
aumento da secreção de glândulas do olho, aumento da peristalse, aumento da
secreção salivar e de glândulas pancreáticas e constrição dos brônquios.

A atividade autonômica tem papel preponderante na função fisiológica dos seres humanos.
Doenças crônicas como a insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, diabetes, entre outras
estão associadas ao comprometimento do sistema nervoso autônomo.

Tipos de células do sistema nervoso e suas principais funções

O sistema nervoso é composto por dois tipos de células:

 Neurônios – Células especializadas na condução de estímulos nervosos, ou seja,


informações. Pode ter três partes:
o Dendritos – Principais locais de recepção de estímulos num neurônio. A
palavra deriva do termo dendro, que significa árvore. Pode ter apenas um
dendrito (bipolar) ou até milhares de dendritos (multipolar) ou não ter
dendritos, como os neurônios pseudounipolares. Constituem a parte receptora
do neurônio. Em outras palavras, a maioria dos impulsos nervosos que são
transmitidos aos neurônios chegam pelos dendritos.
o Corpo celular (soma ou pericário) – Encontrada em todos os neurônios e é
considerada seu centro metabólico. Neste local, ficam o núcleo e maior parte
das organelas celulares. É no núcleo que ocorre a síntese das proteínas
neuronais e dos neurotransmissores.
o Axônio – Responsável por transmitir os impulsos nervosos até a terminação
axonal onde ficam os botões sinápticos com as vesículas secretoras contendo
neurotransmissores. Os axônios se iniciam em uma área especializada
chamada cone axonal ou segmento inicial e podem estar envoltos por uma
camada lipídica chamada bainha de mielina, que interfere diretamente na
velocidade de transmissão nervosa. Quanto mais espessa a camada da bainha
de mielina, mais rápida é a propagação do impulso nervoso. O espaço entre as
bainhas de mielina é denominado nodo de Ranvier. A propagação do impulso
nervoso no axônio sempre vai em sentido de sua extremidade, denominada de
terminação axonal, que fazem contato com outro neurônio ou com uma célula
efetora. Essas conexões são denominadas sinapses. Através das sinapses, as
informações de um neurônio são transmitidas a outro neurônio ou a uma
célula efetora.
Para cada neurônio existe uma neuroglia. Estima-se que o sistema nervoso possua,
aproximadamente, 86 bilhões de neurônios e 85 bilhões de neuroglias.
 Neuroglias ou células da glia – Classicamente eram consideradas células de suporte,
tendo um papel secundário. Todavia, sua função aumentou muito ao se entender que
as neuroglias também trabalham com sinais, apesar de serem sinais diferentes. São
sinais químicos que orientam o crescimento e a migração dos neurônios durante o
desenvolvimento, de conexão entre os neurônios na vida adulta, de proteção e
reconhecimento de disfunções, entre outros. Assim, ao serem capazes de interferir na
comunicação entre os neurônios, podem até alterar a transmissão dessas informações.

OS IMPULSOS NERVOSOS – Vídeo

Temos dois tipos de células no sistema nervoso: os neurônios e as neuroglias. Temos,


aproximadamente, 86 bilhões de neurônios e 85 bilhões de neuroglias. Então, a relação de
neurônios para neuroglias é quase que de 1 para 1.

Os neurônios são chamados, muitas vezes, de células nervosas. Eles têm três partes: dendritos,
e uma característica da maior parte dos neurônios do ser humano é que eles têm muitos
dendritos, são multipolares e sua principal função é receber estímulos. O dendrito é o principal
ponto de recepção de um estímulo em um neurônio. Os estímulos também podem chegar no
corpo celular, também chamado de soma, ou até no axônio, mais raramente. Existem sinapses
que são axo-dendríticas, axo-somáticas e axo-axônicas, mas a mais comum é a exo-dendrítica.
O corpo celular, ou soma, é o local onde fica o núcleo da célula e a maior parte das organelas
celulares. É quem coordena todas as funções neuronais, em um papel fundamental no
neurônio. Por fim, o axônio, tem o papel de conduzir os estímulos nervosos, sempre em
direção das terminações axonais. Dessa forma, são três partes mais importantes. A terminação
axonal faz parte do axônio.

As neuroglias podem ser de dois tipos. Existem


as micróglias e as macróglias. As micróglias são
as menores células do sistema nervoso e fazem
parte do sistema imune e atuam de forma
parecida aos macrófagos: fagocitam as
substâncias. Dessa forma, sempre que temos
uma infecção, uma lesão, uma doença
neurodegenerativa, a quantidade de micróglias
aumenta, que fagocitam essas substâncias. As
macróglias são várias: temos os
oligodendrócitos, as células ependimárias,
células de Schwann e os astrócitos.

Os astrócitos têm um papel muito importante, eles armazenam glicose, que pode ser utilizada
pelos neurônios, que são glicosedependentes. Produzem o fator de crescimento neuronal,
formam a barreira hematoencefálica, que tem um papel importantíssimo na proteção do
encéfalo. Eles ficam localizados ao redor dos capilares encefálicos e impedem que as toxinas
que possam estar dentro desses capilares passem para o encéfalo, além de removerem alguns
íons e neurotransmissores que estão no sistema nervoso central. Os astrócitos têm um papel
extremamente importante protegendo os neurônios.

Os oligodendrócitos são o segundo tipo de macróglia e tem o


papel importantíssimo de produzir a mielina, que é uma
substância lipídica que envolve os axônios que estão localizados
nos neurônios do sistema nervoso central. Quanto mais mielina
houver ao redor do axônio, maior será a velocidade de condução
do estímulo por esse neurônio.

As células de Schwann também produzem mielina que vai


envolver os axônios que estão nos neurônios localizados no
sistema nervoso periférico

Por fim, temos as células ependimárias, que são células de


revestimento, que revestem os ventrículos do encéfalo e o canal
central da medula espinhal, por exemplo.
Temos quatro macróglias e uma micróglia formando um grupo de neuróglias.

Os neurônios encontrados nos seres humanos podem ser classificados de acordo com a sua
estrutura:

Do ponto de vista funcional, os neurônios podem ser classificados em:

 Aferentes ou sensitivos – Conduzem os estímulos a partir dos receptores em direção


ao SNC.
 Interneurônios – São 99% dos neurônios e estão todos localizados no SNC conectando
dois neurônios.
 Eferentes ou motores – Conduzem os estímulos a partir do SNC em direção aos
efetores.

As neuroglias ou células da glia podem ser divididas em micróglias e macróglias. O termo glia
é proveniente da palavra grega que significa cola. Portanto, neuroglia seria a cola neural. Isso
porque antigamente se achava que as neuroglias tinham apenas a função de agregação e
sustentação dos neurônios, o que continua sendo correto, embora se saiba que elas
desempenham outras funções de grande importância.

 Micróglias – são as menores neuroglias que existem e estão distribuídas por todo o
SNC. Exercem uma função imune no SNC, sendo ativadas pela presença de moléculas
inflamatórias, como as citocinas, por exemplo, de maneira muito semelhante ao que
ocorre com os macrófagos no sangue. Quando ocorre alguma lesão neuronal,
inflamação ou doença degenerativa, elas se proliferam rapidamente na área da lesão,
fagocitam as substâncias indesejadas e participam da produção de antígeno.
 Macróglias:
o Astrócitos – têm várias funções importantes, com destaque ao importante
papel de preencher os espaços entre os neurônios, dando-lhes maior
sustentação estrutural e atuando na nutrição neuronal, pois armazenam
glicose que poderá ser disponibilizada aos neurônios para ser utilizada como
fonte de energia. Além dessas funções, formam a barreira hematoencefálica
que envolve os capilares encefálicos e impede que substâncias tóxicas e
nocivas passem de dentro dos vasos para o encéfalo. Sendo assim, cumprem
um importante papel de proteção do encéfalo. De forma complementar,
também são responsáveis por remover íons e neurotransmissores e secretam
fatores de crescimento neuronais.
o Oligodendrócitos – sintetizam a mielina que envolve os axônios localizados no
SNC, podendo mielinizar múltiplos axônios ao mesmo tempo.
o Células de Schwann – função muito semelhante aos oligodendrócitos na
síntese da mielina que envolve os axônios localizados no SNP. No entanto, ao
contrário dos oligodendrócitos, são capazes de mielinizar um único axónio.
o Células epidimárias – consideradas células de revestimento. Elas revestem os
ventrículos do encéfalo e o canal central da medula espinhal.

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