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e. tiver interesse, direto ou indireto, mediato ou imediato, por si, por seu
cônjuge ou parente, consanguíneo ou am, em linha reta ou colateral até
o terceiro grau, no resultado do trabalho pericial;
Impedimento técnico-cientíco
c. ter o Perito-Contador de uma das partes atuado para a outra parte litigante
na condição de consultor técnico ou contador responsável, direto ou indireto,
em atividade contábil ou em processo no qual o objeto de perícia seja se-
melhante àquele da discussão, sem previamente comunicar ao contratante.
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Suspeição
O perito deve declarar-se suspeito quando perceber que irá incorrer em situações que
possam suscitar suspeição de sua imparcialidade ou independência, que venham a
comprometer o resultado do seu trabalho.
Os casos de suspeição são os seguintes:
c. ser devedor ou credor em mora de qualquer das partes, dos seus cônju-
ges, de parentes destes em linha reta ou em linha colateral até o terceiro
grau ou de entidades das quais esses façam parte de seu quadro societá-
rio ou de direção;
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Ninguém pode obrigar alguém a ser ético, pois isso depende dos valores morais
de cada pessoa. Entretanto, o esclarecimento do que seja certo ou errado, bom ou
mau, ajuda a servir de guia, de referência para a racionalidade de todo indivíduo
dentro da sociedade, seja na vida pessoal ou prossional, uma vez que se vislumbram
os limites de cada um no tocante aos direitos e deveres, aos seus valores e crenças,
aos seus princípios de liberdade, honestidade e responsabilidade. Assim a percepção
da ética está na sua capacidade de atuar de forma íntegra na vida pessoal e pros-
sional. A esse aspecto dá-se a denominação deontológico.
A honestidade está relacionada com a conança que é depositada, com a res-
ponsabilidade perante o bem de terceiros e manutenção de seus direitos. É uma
atitude que não admite meio termo, relatividade ou tolerância. Ao atuar como perito,
é importante sempre lembrar que a serenidade da personalidade deve estar presen-
te na índole de cada um e que o falso pretexto de respeito a princípios éticos será
facilmente desmascarado pela sociedade, caso se perceba desvios de conduta, de
postura e de atitude.
Em toda prossão, o indivíduo se compromete com o agregado de deveres
éticos pertinentes à classe prossional à que pertence, visando à manutenção do
“status quo” desejado do prossional, indispensável para o desempenho ecaz de
suas tarefas. Além disso, deve-se observar a conduta a ser seguida. Assim capacida-
de e conduta têm como resultado o conceito do prossional perante seus clientes,
colegas, sociedade, família e sua própria consciência.
Os códigos de ética são criados para regulamentar as práticas prossionais, elen-
cando os comportamentos permitidos e os proibidos, no exercício da prossão,
visando-se ao bem-estar da sociedade e assegurando-se a honestidade de procedi-
mentos adequados à manutenção das instituições e ao respeito em geral.
O Código de Ética dene as obrigações e proibições, os deveres perante os colegas
e a classe e as penalidades a serem aplicadas, caso necessário, pelos Conselhos
Regionais de Contabilidade.
A contabilidade consiste no registro de fatos comerciais que geram informações
para ns de controle das operações de uma entidade. Essas informações servem para
diversas nalidades, como a apuração de resultados (lucro, prejuízo, superávit, décit)
ou, ainda, para avaliar performance, como crescimento patrimonial, competitivida-
de, rentabilidade, lucratividade, produtividade etc.
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reflita
Um ato de suborno consiste em oferecer dinheiro a alguém ou o(a) cor-
romper com o objetivo de conseguir algum benefício em condições de
privilégio. Diante dessa condição, oferecer uma gorjeta a um garçom para
conseguir uma mesa antes de outros clientes que também aguardam na
la a sua frente para almoçar em um restaurante é um ato ilegal? A reexão
é importante e pertinente porque, em muitos casos, o comportamento do
ser humano, fora do exercício prossional, acaba fortalecendo o hábito da
prática daquilo que não é ético: subornar o garçom ou o guarda de trânsi-
to, para evitar a multa, tem alguma diferença?
Fonte: os autores.
Ocorre que, no universo de prossionais corretos, sempre haverá aquele que se utiliza
de meios obscuros ou criativos, que fogem ao bom senso, para registro das transa-
ções, bem como há prossionais que prestam serviços a empreendimentos ilícitos.
Nesses casos ilegais, estão os crimes de lavagem de dinheiro, contrabandos diver-
sos, venda de produtos ilegais etc., que também requerem serviços contábeis para
regularizar ou dar ares de legalidade a essas operações escusas e que, portanto, se
utilizam de serviços de prossionais para essa nalidade. Até mesmo em algumas
empresas é comum surgirem notícias veiculadas pela mídia sobre atos de corrupção
e fraudes comerciais e contábeis, o que demonstra que nem sempre os princípios
éticos e morais são respeitados por todos os prossionais.
Portanto, alguns referenciais que servem de parâmetro para o exercício da pro-
ssão contábil devem ser atentamente observados no exercício da atividade pericial.
Realçamos novamente que o perito é tratado como um prossional “expert” e diferen-
ciado perante a classe jurídica, o que denota a importância de estar sempre atento
à conduta pessoal e prossional.
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Abordagens éticas para o prossional contábil
Ética deriva do grego “ethikós” e do latim “ethica”. Signica o estudo dos
juízos de apreciação que se referem à conduta humana. Já a ética prossional
representa “o estudo dos direitos, a emissão de juízos de valor, compreenden-
do a ética como condição essencial para o exercício de qualquer prossão”
(PIRES, 2012, p. 45).
Os peritos contadores devem desenvolver suas atividades de acordo com o
grau de competência, condencialidade, integridade e objetividade (BRASIL,
2003).
O comportamento ético, adequado, pelo prossional da Contabilidade, leva à:
Competência em:
- Manter um nível adequado de competência prossional por meio do de-
senvolvimento contínuo de seus conhecimentos e habilidades.
- Realizar suas obrigações prossionais em consonância com as leis, regu-
lamentações e padrões técnicos.
- Elaborar demonstrativos completos e transparentes, e, após as devidas
análises, fazer recomendações.
Condencialidade em:
- Privar-se de evidenciar informações condenciais obtidas ao longo de
seus trabalhos, exceto quando autorizadas ou quando forem legalmen-
te obrigados a tal.
- Informar os subordinados com os devidos cuidados a respeito da con-
dencialidade da informação obtida na execução dos trabalhos e monitorar
suas atividades a m de assegurar o sigilo da informação.
- Privar-se de utilizar informações condenciais para obter vantagens ilici-
tamente, sejam elas de interesse pessoal ou de terceiros.
Integridade em:
- Evitar conitos de interesses e aconselhar as devidas partes quanto a qual-
quer possível conito.
- Privar-se de ingressar em qualquer atividade que prejudique o cumpri-
mento de suas obrigações éticas.
- Recusar qualquer presente, favor ou hospitalidade que inuencie ou venha
a inuenciar suas decisões.
- Privar-se de corromper os verdadeiros objetivos da organização e da ética.
- Reconhecer e comunicar as limitações prossionais.
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Objetividade em:
- Comunicar informações favoráveis, bem como as desfavoráveis, e suas
opiniões como prossionais.
- Comunicar a informação de forma clara e objetiva.
- Evidenciar aos usuários toda informação relevante que, provavelmente,
interferiria na compreensão dos demonstrativos, notas explicativas e re-
comendações apresentadas.
Fonte: os autores.
atenção
O Decreto-Lei nº 9.295/46, que regulamenta a prossão contábil, modi-
cado pela Lei nº 12.249/2010 e pelas Normas Brasileiras de Contabilidade,
editadas especicamente para a área pericial, considera “leigo ou pros-
sional não habilitado” para a elaboração de laudos e/ou pareceres periciais
contábeis qualquer prossional que não seja contador habilitado perante
o Conselho Regional de Contabilidade. Assim, caso o indivíduo nomeado
não consiga comprovar sua regularidade prossional perante o Conselho
Regional de Contabilidade e, mesmo assim, elabore e apresente o trabalho
(laudo) pericial aparentemente perfeito, por não estar devidamente habili-
tado, caracterizará um trabalho nulo.
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IRREGULARIDADES CONTÁBEIS
QUE ENSEJAM A PERÍCIA
Você precisa saber que existem diversas situações de conito, no meio empresarial,
pessoal ou familiar, que culminam na falta de acordo entre reclamante e reclamado.
No meio empresarial, os diversos tipos de problemas que requerem o trabalho do
perito contábil apresentam nuances mais complexas por envolver diferentes per-
sonagens e interesses, como diretores, empregados, sócios, clientes, fornecedores,
investidores, agentes nanceiros etc.
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fatos e dados
A prossão contábil tem passado por alterações, desde que foi editado,
em 1946, o Decreto-lei nº 9.295, que regulamentou a prossão, até a mais
recente inovação feita por meio da Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010,
a qual atualizou o contexto de atuação do prossional contábil, inclusive
com a introdução do exame de suciência para o ingresso dos recém-gra-
duados no mercado de trabalho.
As Normas Brasileiras de Contabilidade passaram a ser convergidas ao padrão
internacional a partir de 2007, com as alterações propostas pelas Leis nº
11.638/2007 e 11.941/2009.
O primeiro Código de Ética da prossão foi elaborado em 1970, atualizado,
com nova versão, em 1996, pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
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Desde os tempos antigos, incluindo as mitologias grega e romana, já se tem
notícias de problemas envolvendo fraudes. Inclusive Hermes era conside-
rado o deus dos ladrões e fraudadores. E, nos tempos atuais, as fraudes se
sosticaram ou ganharam novos contornos motivados pela evolução tec-
nológica e evolução das sociedades. As maiores fraudes são cometidas por
quadrilhas ou grupos organizados em diferentes setores que agem com
auxílio de recursos tecnológicos, como computadores e internet. Para saber
mais sobre fraudes, acesse: <www.fraudes.org>. Acesso em: 29 jul. 2015.
Fonte: os autores.
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Exemplos de imprudência:
c) Imperícia: quando o agente não sabe como deveria ser aplicada a norma vigente
ou o procedimento prescrito e o faz de qualquer forma, sem capacidade pessoal e/
ou prossional para a execução de tal tarefa.
Exemplos de imperícia: