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PPGHIST

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA – UEMA


MESTRADO e doutorado PROFISSIONAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA

COMPONENTE CURRICULAR “TEORIAS E METODOLOGIAS DA HISTÓRIA”


DOCENTE RESPONSÁVEL: VÁRIOS

RELATÓRIO

CLÁUDIA ROBERTA DOS ANJOS DIVINO

São Luís-MA
2022
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA

COMPONENTE CURRICULAR “TEORIAS E METODOLOGIAS DA HISTÓRIA”


DOCENTE RESPONSÁVEL: VÁRIOS

CLÁUDIA ROBERTA DOS ANJOS DIVINO

Relatório apresentado à Coordenação do Programa de Pós-


Graduação em História da Universidade Estadual do
Maranhão, referente a participação e aproveitamento do
componente curricular “Teorias e Metodologias da
História” (60 horas), primeiro semestre letivo de 2022,
visando obtenção de nota e comprovação de frequência.

São Luís-MA
2022
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................04

2 “TEORIAS E METODOLOGIAS DA HISTÓRIA”: DIMENSÕES, ABORDAGENS E


METODOLOGIAS DA HISTÓRIA ....................................................................................05

2.1 Aula “Entre Limites e Desafios: A reforma curricular e o ensino de história no Maranhão.”
ministrada pelo Prof. Dr. Dr. Washington Tourinho Júnior -PROFHISTÓRIA/UFMA, no dia 25 de
maio de 2022 ...........................................................................................................................05
2.2 Aula “Modernidade e Pós-Modernindade: O Campo da História em tempos Perigosos”
ministrada pelo Prof. Dr. Flávio Soares – DEHIS/UFMA, no dia 30 de maio de
2022...........................................................................................................................................07

2.3 Aula “História Cultural” ministrada pelo Prof. Dr. João Batista Bittencourt – PPGHIS/UFMA,
no dia 06 de junho de
2022.........................................................................................................09

2.4 Aula “História do Cotiano e Micro-História” ministrada pelo Prof. Dr. Eloy Barbosa de
Abreu PPGHIST/UEMA; Profa. Dra. Raíssa Gabrielle Vieira Cirino – PPGHIST/UEMA, no dia 13
de JUNHO de
2022........................................................................................................................00
2.5 Aula “História e Imagens” ministrada pelo Prof. Dr. Wagner Cabral da Costa-DEHIS/UFMA,
no dia 20 de junho de 2022.......................................................................................................00
2.6 Aula “História Social” ministrada pelo Prof. Dr. Antonio Evaldo Almeida Barros PPGHIST-
UEMA, no dia 27 de junho de
2022...........................................................................................00

2.7 Aula “Ensino de História: campo de pesquisa e intervenção” ministrada pela Profa. Dra.
Sandra Regina Rodrigues Nascimento dos Santos -PPGHIST/UEMA, no dia 04 de julho de
2022...........................................................................................................................................00

2.8 Aula “História, Pensamento Decolonial e Epistemologias do Sul” ministrada pela Profa. Dra.
Viviane de Oliveira Barbosa – PPGHIST/UEMA, no dia 11 de julho de 2022.............................00
2.9 Aula “Memória, História Oral e História do Tempo Presente” ministrada pelo Prof. Dr.
Prof. Dr. Moab César Carvalho Lopes – PPGHIST/UEMA, no dia 18 de julho de
2022........................00
2.10 Aula “História, Gênero e Sexualidade” ministrada pela Profa. Dra. Elizabeth Sousa Abrantes
– PPGHIST/UEMA; Prof. Dr. Jakson dos Santos Ribeiro – PPGHIST/UEMA, no dia 25 de julho de
2022 .......................................................................................................................................00
2.11 Aula “História Quantitativa e História Serial” ministrada pela Profa. Dra. Regina Helena
Martins de Farias – PPGHIS/UFMA, no dia 01 de agosto de
2022...........................................................................................................................................00
2.12 Aula “História, Raça e Etnia” ministrada pelo Prof. Dr. Leonardo Dallacqua de Carvalho –
PPGHIST/UEMA, no dia 07 de agosto de
2022...........................................................................00
2.13 Aula “Histórias Conectadas, História Global, Regional e Local.” ministrada pela Profa. Dra.
Ana Lívia Vieira Bonfim; Profa. Dra. Helidacy Maria Muniz Corrêa-PPGHIST/UEMA, no dia 15 de
agosto de
2022...........................................................................................................................00

3 AUTOAVALIAÇÃO ..........................................................................................................00

ANEXO: HISTÓRIA – PARADIGMAS E CAMPOS ..........................................................


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1 APRESENTAÇÃO

No presente relatório, apresenta-se um relato descritivo com foco nas principais


discussões, questões e temas desenvolvidos nas aulas da disciplina Teorias e Metodologias da
História, ministrada por vários docentes, no primeiro semestre de 2022.
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2 “TEORIAS E METODOLOGIAS DA HISTÓRIA”: DIMENSÕES, ABORDAGENS


E METODOLOGIAS DA HISTÓRIA

2.1 Aula Inaugural “Entre Limites e Desafios: A reforma curricular e o ensino de história no
Maranhão.” ministrada pelo Prof. Dr. Dr. Washington Tourinho Júnior -PROFHISTÓRIA/UFMA,
no dia 25 de maio de 2022.
A aula é iniciada com uma frase de um autor desconhecido que em tradução livre
significa: “queremos um mundo onde muitos mundos se encaixam”, assim sendo é desejado
um mundo onde exista uma pluralidade de pensamentos que se respeitem entre si e para que
isso se concretize é necessária uma perspectiva de ensino onde haja a formação e
desenvolvimento do conhecimento não sendo a mera transmissão. Nesse cenário, existe uma
ideologia imobilizante que faz crer que a realidade social da prática educativa não vem de um
contexto histórico-cultural e tenta normalizar atitudes que engessam tal prática com uma visão
fatalista de que nada pode ser modificado.
De acordo com Washington Tourinho Júnior, no contexto atual existe uma
descaracterização das políticas de ensino através das políticas compensatórias e grandes
grupos empresariais este se refere aos grandes grupos escolares que transformam a estrutura
de oferta da educação privada produzindo efeitos econômicos e sociais, além disso o
desmonte institucional provocado por medidas que vão de encontro com a Base Nacional
Comum Curricular causam desafios na atuação do profissional.
Na ótica histórica a educação brasileira possui um caráter eugenista, isso quer
dizer que a educação é voltada para diferenciações sociais e étnicas, por longas gerações,
possibilitando a criação no inconsciente coletivo que o negro não possui capacidade para
acompanhar o desenvolvimento que se esperava das mentalidades eugênicas favorecendo um
sistema excludente que provoca um distanciamento ainda maior entre a educação privada e
pública.
É importante destacar as reformas feitas ao longo dos anos 2000 a 2016 logo após
a ditadura que serviram para organizar, orientar e definir parâmetros a educação brasileira
embasadas na Carta Magna dentre elas estão a reforma educacional que inclui LDB, PCN,
DCN e BNCC; leis que incluíram o estudo da história da África e povos originários; a
inserção de cotas e por fim a reforma universitária.
Além disso, é possível constatar também movimentos reativos que vão surgindo
em 2017 e se prolongando até 2020 , onde em primeiro momento há uma descaracterização
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do sentido de escola e cultura escolar que está ligado ao fato da instituição educativa não se
limita a reproduzir uma Cultura que lhe é exterior, mas criar ela própria uma cultura
específica, seja aquela veiculada através da escola, seja a cultura produzida na escola ou até
mesmo ou até mesmo no aspecto organizacional. Frente a isso, um segundo movimento que
desmerece o professor como agente socializador, ou seja, desconsidera o papel de agente
transformador social do professor. E por fim, um terceiro movimento que nada mais é que a
criação de políticas públicas que ao contrário da sua essência de construção e favorecimento
de meios para o direito à educação vem na verdade provocando um verdadeiro retrocesso
social. Nesse cenário é apresentado a instauração da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) e a Reforma do Ensino Médio, respaldada pela Lei Nº
13.415/2017, onde as mudanças estabelecidas não abordam temáticas desejadas e demonstram
um modelo com intencionalidades que vão contra o direito à educação, tal afirmação se
justifica devido as alterações não tocam em elementos importantes como financiamento,
estrutura das escolas, evasão dos alunos e condições de trabalho dos professores, focando na
formação universal e acelerada, assim como para o aumento de parcerias que conduzem à
terceirização e à privatização, de modo a aplicar recursos públicos em instituições privadas.
Nesse mesmo sentido, dez competências definidas pela BNCC constituem o
currículo do território maranhense em uma perspectiva pedagógica: 1. Conhecimento, 2.
Pensamento científico, crítico e criativo, 3. Repertório cultural, 4. Comunicação, 5. Cultura
digital, 6. Trabalho e projeto de vida, 7. Argumentação, 8. Autoconhecimento e autocuidado,
9. Empatia e cooperação, 10. Responsabilidade e cidadania. Onde a competência 6, que
envolve trabalho e projeto de vida, procura fornecer ao aluno capacidade de escolher, de ter
pensamento crítico se tornando cidadãos aptos para atuar no mercado de trabalho.
É necessário reconhecer a complexidade humana no ponto de vista educacional
pois esse sujeito é permeado por incompletudes, histórias, interações que promovem um
dinamismo do conhecimento e a necessidade do compromisso profissional, este sendo
contrário a neutralidade é o medo de se comprometer consigo mesmo, com seus interesses e
com o grupo que pertencem (FREIRE, 1979, p. 15).
O sentido de teoria da História apresentado por Jorn Rüsen é a teoria como
ciência, a compreensão da história em suas visões disciplinar (como ciência técnica),
interdisciplinar (na associação com outras matérias científicas) ou transdisciplinar (na
associação do saber com a vida real) construindo um elo entre contexto histórico, cultura
histórica, sentido histórico e consciência histórica.
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Diante disso, é relevante fazer uma diferenciação entre a Teoria da História,


Didática da Histórica e a Aprendizagem da História seguindo a linha de Rüsen. A primeira diz
respeito ao processo de formação de consciência histórica na formação de historiadores e
pesquisadores profissionais. A segunda tem como premissa o campo educacional na formação
de consciência histórica com objetivo de formar professores profissionais e por último a
aprendizagem como processo intelectual de adquirir competências históricas, o processo de
aprendizagem histórica faz uma relação entre experiência e conhecimento por meio da
percepção, interpretação, orientação e motivação.
Por fim a aula é finalizada com a palavras de Paulo Freire onde o saber e a
ignorância possuem uma relação intrínseca, onde o saber é uma superação constante e o saber
superado se torna uma ignorância.

2.2 Aula “Modernidade e Pós-Modernindade: O Campo da História em tempos Perigosos”


ministrada pelo Prof. Dr. Flávio Soares – DEHIS/UFMA, no dia 30 de maio de 2022.

Quando se fala em modernidade, entende-se que se está diante de mudanças que


ocorrem ao longo de um período da história onde houve modificação da ordem política,
organização de nações e inúmeras características dentre elas a racionalidade para configurar o
mundo, é preciso entender que as historiografias foram constituídas em batalhas árduas.
Nesse contexto, a virada da Idade Média para Idade Moderna foi marcada por um
processo de racionalização do mundo e da ciência além de uma forma moderna de capital
chamada de acumulação primitiva do capital. É importante destacar que os filósofos clássicos
dessa época são Marx, Weber, Nietzsche e Freud cada um com sua visão própria e críticas.
Nessa perspectiva Weber e Marx possuíam pensamentos completamente opostos
no âmbito econômico. Enquanto Weber frisava que o capitalismo é a materialização da
racionalidade visto que a empresa capitalista foi uma implementação revolucionária por
adotar um tipo contínuo de ação racional que está orientada para a busca de lucro pela
exploração de sempre novas oportunidades. Marx o capitalismo é o contrário de racionalidade
pois tem como base as relações de produção onde uns teriam os meios de produção e outros a
força de trabalho e esses últimos para sobreviver deveriam vender sua força para aqueles
terem lucro marcando um tipo de dominação.
Por outro lado, Freud e Nietzsche possuem o mesmo ponto de partida para pensar
em modernidade pois produzem obras referente a psicanálise e a filosofia e onde se
encontravam algumas similaridades no campo de estudo.
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A modernidade se inicia a com a Revolução Industrial nessa época a sociedade era


marcada com conflitos exigindo uma produção de materiais em maior escala, população
agrária indo para as cidades, expansão da américa e a revolução demográfica do século XVIII,
assim sendo existiam várias historiografias tais como a românticas, conservadoras,
reacionárias e religiosas dentre tantas outras sendo que Alemanha, Itália e França tendem para
o lado mais conservador.
Nesse aspecto, foram surgindo muitos avanços, a ideia de independência não se
resume apenas a ideia econômica, mas sobretudo política que define a história de mudança
para a modernidade. Na França, Foucault teve uma outra compreensão no que diz respeito a
compreensão da modernidade com fundamento no saber finito.
É abordado na aula que os documentos são fundamentos pra a compreensão da
modernidade e partir do século XX surge novas formas de observar a realidade partindo de
análises historiográficas.
A de se tratar também a cordialidade segundo Sérgio Buarque, o homem como um
ser social necessita expandir-se na coletividade, precisa da comunhão com os outros portanto
o homem cordial é um artifício psicológico e comportamental enraizado na nossa formação
para a vivência em sociedade.
É importante explicar que a exumação do passado para melhor compreensão da
realidade ou modernidade, do ponto de vista coletivo o passado pesa sobre o presente.
Entende-se assim que a primeira função da história é exumar o passado, deixando-o sempre
como um referencial importante para compreensão da modernidade.
Chega em um limite onde é necessário alterações históricas sendo assim precisa
saber o que é possível fazer, sair da história do progresso e tentar criar um conceito de história
que não possa ser projetado pelos fascistas.
A concepção da história do século XIX não tem mais sentido entrando em cena a
criticidade e necessidade de pensar a história para além da realidade, também precisa-se
repensar o pensamento dos clássicos, tendo em vista que a modernidade se refaz.
A aula fez referência a Boris Fausto quando este critica o pós-modernismo centrado
na linguagem, no discurso e na narrativa, além disso destacou que o principal inimigo do
fascismo é a memória, segundo ele o totalitarismo vem da necessidade de identificar uma
novas forma de regime sem as antigas designações tirânicas buscando nesse passado heróis e
mitos daí a dualidade entre ficção e realidade são mencionadas também as leituras clássicas e
como não devem ser desconsideradas mas sobretudo problematiza-las, atribuindo-lhes sem
aspecto da criticidade e contextualização e por fim a retórica de intransigência de Albert
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Hirschman é mencionada pois aborda a discussão entre reacionários e progressistas no final


do século XVIII.

2.3 Aula “História Cultural” ministrada pelo Prof. Dr. João Batista Bittencourt – PPGHIS/UFMA,
no dia 06 de junho de 2022

Para se discutir a história sobre uma lógica geral é necessário entender seu conceito,
Peter Burke explana que se constituem história cultural as relações familiares, a língua, as
tradições, a religião, a arte e as ciências.
A história estuda o passado e se volta sobre sua alteridade sobre o presente e põe em
discussões suas próprias mudanças como por exemplo a cronologia não é considera
importante como quando se fala de história política. Sabe-se também que a história da cultura
não se limita a falar somente de cultura por englobar outros pormenores, tais como história
política, econômica e social.
Outra abordagem interessante é a diferenciação de história cultural e história de
cultura. Esta última tinha um aspecto que juntava a visão popular e do tempo com a visão do
mundo e com o passar do tempo passou a ser chamada de história cultural onde valoriza o
individual, suas obras e autores.
Atualmente, a história cultural não toma a cultura como manifestação ou aquilo que
o homem faz e sim a cultura que faz o homem, história cultural seria um conjunto de valores
entendidos de si e do mundo, além disso fez novos parceiros com a antropologia simbólica
quem veem que a cultura só tem sentido para quem vivenciar.
Quando se fala de história existem três aspectos a serem falados que são o
acontecimento, o tempo e a narrativa, temos que considerar esses elementos sendo que o
presente é marcado pela narrativa, passado é o marcado acontecimento e o tempo o lapso
entre ambos.
Nesse sentido a história é uma alteridade em relação ao presente e da compreensão
temporal humana, o historiador parte do presente vai ao passado para compreender as coisas
que aconteceram e constrói uma imagem que não existe mais, nunca deixando de ser narrativa
e de ter o compromisso com a veracidade e ser contada, entendendo a fonte e duvidando da
mesma para favorecer a compreensão de existência passada.
Nessa conjuntura foi tratada na aula modelos de historiografias do século XX, dentre
quais estão a positivista-história onde a história nem sempre esteve sobre domínio dos
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historiadores e nasce com caráter cientifista, o historiador deveria ser imparcial, partindo do
presente o que nos move são as inquietações do presente em relação ao passado.
Outro modelo seria a filosofia da história como compreensão geral da caminhada e
nesse ponto que vai existir ideias idealistas e marxista com princípios opostos no âmbito
econômico, para Marx a ideologia era entendia como falseamento da realidade ou produção
de alienação, enquanto o idealismo seguia em colocar as ideias como centro do entendimento
da realidade.
Enquanto isso no EUA a cliometria ganhava força, esta compreende que quanto
mais documentos possíveis para registrar a história melhor seria para ligar o historiador aos
fatos verdadeiros. Outro movimento era a Escola dos Annales que queria se afastar da visão
metódica, onde o historiador possuía forte ligação como Estado, o novo modelo defendia
análises longas para melhor compreensão geral da sociedade com inovações e abrangendo a
todos.
Afinal da aula foi mencionado as durações do tempo histórico segundo Fernand
Braudel que dividia em curta duração ligado ao tempo individual, média duração aos aspectos
conjunturais e longa duração aos aspectos estruturais.
Seguindo essa linha de mudanças surgia a história das mentalidades que consistia na
explicação que existem camadas no desenvolvimento histórico que sofrem transformações
rápidas e outras não, e é justamente nessas mudanças mais comportamentais e de na forma de
pensar que demorariam mais para sofrer transformações.

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