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Cruz e Souza nascido em 1861 era filho de escravos e pode ser considerado o

mais importante poeta do Simbolismo no Brasil. Ele foi apelidado de “Dante


Negro” em referência ao escritor humanista italiano Dante Alighieri.
Ele morreu de tuberculose em 1898, aos 36 anos e suas únicas obras
publicadas são Missal (prosa) e Broquéis (verso). Em princípio, suas primeiras
obras relatam sobre a dor e sofrimento do homem negro sendo nítida a
evolução para a análise da dor e sofrimento do homem em geral.

No Brasil, o movimento encontrou uma certa resistência devido ao prestigio


que era cativado pela estética parnasiana, além de ser um movimento
marginal. Para entender porque era um movimento marginal, basta conhecer o
precursor do movimento: Cruz e Souza que era negro e filho de escravos
alforriados. Mesmo com toda resistência, alguns autores do Simbolismo
brasileiro se destacaram com seus poemas e suas poesias.

Características

A obra de Cruz e Souza é marcada pela musicalidade, subjetivismo,


individualismo, pessimismo, misticismo, espiritualidade, erotismo, sublimação,
analogias entre o abstrato e o concreto e visão trágica da vida.

Tal qual as obras de outros poetas simbolistas, seus escritos estão repletos de
figuras de linguagem: metáfora, aliteração, sinestesia, etc. Dentre os temas
mais abordados pelo autor estão o amor, o sofrimento, a sensualidade, a
morte, a religião, além de temas associados ao abolicionismo.

E para exemplificar essas características citarei um trecho do poema Antífona,


do livro de poesias Broquéis, de Cruz e Sousa.

Ó Formas alvas, brancas, Formas claras


De luares, de neves, de neblinas!
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas…
Incensos dos turíbulos das aras
Formas do Amor, constelarmente puras,
.
Alphonsus de Guimaraens de pseudônimo Afonso Henrique da Costa
Guimaraes, nasceu em Ouro Preto, em 24 de julho de 1870, e faleceu em
1921, aos 50 anos de idade. Ele e Cruz e Souza são amigos desde 1980, e se
conheceram no Rio de Janeiro. Os dois são os principais autores do
Simbolismo brasileiro.
Sua poesia é marcada pela devoção e pelo misticismo e, principalmente, a
morte de Constança, a prima que amava e faleceu aos 17 anos. Assim,
Constança aparece em todos os temas: religião, arte e natureza.

Sua religiosidade e devoção são considerados exageros em meio pelo amor


espiritualizado retratado nas obras. Visto que quase toda poesia é voltada para
a morte da mulher amada.

Características:
 Misticismo e espiritualidade
 Amor impossível e solidão
 Morte
 Engrandecimento através da morte
 Sonho e mistério
 Aliteração
 Tendência à autocompaixão

"Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,


Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava longe do céu...
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu


As asas para voar. . .
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu


Ruflaram de par em par...
Sua alma, subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar..."
Neste poema, Ismália não consegue suportar a loucura e se suicida. Dessa
maneira, realiza seu desejo de alcançar o céu e o mar ao mesmo tempo, já que
seu corpo se lança ao mar e sua alma sobe ao céu (em sua perspectiva). A
morte, no período simbolista, é vista como algolibertador.

Augusto dos Anjos é um dos autores do Simbolismo brasileiro, alguns


intelectuais o consideram um escritor do parnasianismo e até do pré-
modernismo. E como já estudamos um pouco sobre ele quando vimos o Pré-
modernismo, só estou citando a sua participação nesse movimento.

Emiliano David Perneta é considerado o responsável por introduzir o


Simbolismo no Brasil por suas atividades na Folha Popular, jornal em que
foram publicados os primeiros manifestos simbolistas.

É considerado o principal representante do Simbolismo paranaense e entre


suas obras está Músicas (1888), Inimigo, Ilusão e após a sua morte foi
publicada a obra: Setembro.

Para finalizar, levando em consideração que suas obras retratam o desejo


intenso do homem de conhecer o próprio fim, estarei lendo um dos poemas do
seu livro “Ilusão”.

Corre Mais que uma Vela


Corre mais que uma vela, mais depressa,
Ainda mais depressa do que o vento,
Corre como se fosse a treva espessa
Do tenebroso véu do esquecimento.

Eu não sei de corrida igual a essa:


São anos e parece que é um momento;
Corre, não cessa de correr, não cessa,
Corre mais do que a luz e o pensamento...

É uma corrida doida essa corrida,


Mais furiosa do que a própria vida,
Mais veloz que as notícias infernais...

Corre mais fatalmente do que a sorte,


Corre para a desgraça e para a morte...
Mas que queria que corresse mais!”

Para quem não entendeu, no meu ver, esse poema descreve a rapidez da
nossa vida e como essa corrida desesperada pelo final pode ser pior do que a
nossa vida aqui.

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