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AUSÊNCIA DO PAI
CLAUDIO RI5É
CIDADK
"Esso mensogem fala de um sentimento
difundido: o soudode do olhar paterno.
De um pai que preste otençõo em você,
mesmo de longe, mos que o vejo, sorrio
poro você, e o repreenda, vez por outro.
De um pai, também, 'minficável' [...1. de
um pai de quem se posso captor o gosto
pelo vido e o cansaço, o alegria e o dor.
De um pai mais expressivo que o
impecável, o politicamente correto, mos
também severo, pouco emodonodo e
pouco emodononte: "homem do
orgonizoçõo", com o quol o homem
adulto oadentol dos nossos dias se
identifico. Mas há. sobretudo, o soudode
de um poi mots corajoso do que ele, do
corporare mon, do empresário. Mais
corajoso nos ofetos, pnndpolmente em
reloçõo oos filhos.
Enfim, um poi que nôo tenho medo de
(pp. 9-10)
Coleção
FAMÍLIA E SOCIEDADE
A INACEITÁVEL AUSÊNCIA DO PAI
C1O\DEN0VA
— São Paulo, 2007 —
ISBN 978-85-89736-56-5
(Original: 88-215-4843-0)
Risé, Cláudio
A inaceitável ausência do pai: paternidade e seus desafios na sociedade
atual / Cláudio Risé ; [tradução Claudia Scheeren]. — Vargem Grande
Paulista, SP: Editora Cidade Nova, 2007.
07-5966 CDD-155.6462
índices para catálogo sistemático:
1. Pai: Psicologia 155.6462
1. A MARCA DO PAI II
O pai e a ferida 14
A ferida paterna e a separação da mãe 15
Os ritos de iniciação ib
O pai que fere e 0 "complexo de castração” 19
Reluto com 0 pu e renúncia à onipotência 22
A busca de limites e a sindrome do ¡va/h:
Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatnridade 2 3
Enéias, a perda e 0 pai 2;
ícaro, seu pai e a rainha de Crrta 26
II. O pai e Deus 29
O pai como criador 31
O pai e a liberdade 32
Os aparatos terapêuticos hostis ao pai 33
O pai e 0 futuro 34
O guardião 36
O pai e a formação para 0 trabalho y]
Educador e “corretor “ 38
i) Que, por ver o mundo como "coisas" sem alma, produz uma "perda de rele
vância da lei natural", a qual, como observou dom Tarcísio Bertone (atual secretário
de Estado da Santa Sé), gera, por sua vez, aquela "lacuna de paternidade, que é uma
das causas principais da perda de identidade e da neurose que atinge os nossos dias"
(cit. em Awenire, yj de maio de 2002, p.ió).
2) Como a legislação de muitos países permite. [N.d.E.]
6) Do mesmo jeito que, numa situação mais banal, os cortes que os jovens estu
dantes alemães faziam uns nos outros nas primeiras lições de espada ou de cutelo.
7) Essas páginas de Canetti foram amplamente aprofundadas em um trabalho de
seminário, em Milão, na Scuola di Foriuaziotie Lísta (Libera Scuola di Terapia Analítica)
pela doutora Lucia Sansonetti, psicoterapeuta, a quem agradeço por me ter ajudado
a compreender melhor a profundidade disso tudo.
A inaceitável ausencia dopai
14
0 pai e a ferida
Comenta Canetti:
O filho sabe que o pai está perto porque sente a sua ferida.
É a ferida testemunha de uma perda (um animal que soube
defender-se durante a caçada, uma grande queda, a marca,
por sua vez, de um exercício de iniciação difícil), o elemento
de comunicação entre pai e filho no curso de várias gerações.
É pela própria ferida que o filho "percebe" o pai, como diz
Canetti. O filho que recebeu o ensinamento paterno sente no
próprio organismo psicofísico a relação com o pai como um
agravar-se da ferida, consciência da necessidade humana da
perda. Aquele que, ao contrário, não recebeu esse ensinamento,
porque, por exemplo, o pai não queria saber das feridas (como
tantos homens de hoje), ou melhor, estava profundamente em
penhado em não querer saber delas, em banalizá-las, não sente
nada. Jamais se reacende nele a consciência de qualquer dor,
Os ritos de iniciação
10) Sobre o símbolo da cruz nas diversas culturas, ver Christinger et alli, 1980.
11) "Os que pertencem a Jesus Cristo crucificaram a carne com suas paixões e seus
desejos" (Cl 5,24).
15) Sobre o mal como perturbação da medida, cf. Tomás de Aquino, O mal.
j6) “A figura mítica do genitor que fere ou é ferido torna-se o enunciado psicológico
que o genitor é a ferida. Em termos literais isso significa que consideramos os nossos
genitores responsáveis. Mas o mesmo enunciado visto como metáfora pode significar
que aquele que nos fere também pode ser nosso genitor. As nossas feridas são os pais
e as mães dos nossos destinos" (Hillmann, 1988, p. 21).
22 A inaceitável ausencia do pai
19) Como observou Cario Ossola num prefácio, tanto no Enéias virgiliano como
para o Dante, personagem da Divina Comédia, "tudo é para ser colhido, tudo para
perder, tudo para recomeçar, na vigília e no abandono: Mnemósine e Gelassenheit".
20) "Dipatri,servatedomum,servatenepotem:Destrumhocauguriumvestroqu£ÍnnumineTroia
est" (Virgílio, Eneida, a, 702. As traduções são adaptadas da versão de Odorico Mendes).
21) "Filho, que em vida mais amei que a vida, filho, a quem o fado de Ilion molesta,
a ti me expede Júpiter, que do Olimpo condoeu-se e salvou a armada do incêndio.
Segue de Nautes o maduro conselho: vais debelar gente áspera indomada; dos teus
conduz ao Lacio a flor guerreira. Antes, porém, baixa a Dite e ao centro escuro; pelo
alto Averno, ó filho, vem falar-me: não moro no ímpio Tártaro, entre as sombras tristes,
e sim, entre os bons, no Elíseo ameno. Muita vítima negra fere, e a mim te guie Casta
Sibila" (Eneida v, 723SS.).
22) E, no encontro nos Campos Elíseos, ele mostrará a Enéias as almas dos descen
dentes: "As almas ricas de glória, que virão em nosso nome, eu te direi, quero que tu
conheças o teu fado". (Ibidem, vi, 758SS.).
23) Tratava-se de uma vaca de ferro na qual ela pudesse se esconder para copular
com um belíssimo touro branco. Na verdade, o animal deveria ser sacrificado pelo
marido de Pasífae, Minos, ao rei do mar, o deus Posêidon, mas Pasífae, tomada por
avidez, convenceu-o a não fazer isso. Assim, Dédalo, como o próprio Minos, foi vítima
A dor deve levar-nos a nos sentir filhos do pai que é Deus e filhos
do pai terreno, que é o pai carnal de cada um de nós. Então a
dor não é mais isoladora; ela já é uma dor participada. Nesse
ponto é que se nota que a dor se torna libertação; libertação e
esperança. (1989, pp. i8ss.)
25) Gxruipnjva "Oa<dit%.úiu5itudo bÜK>, que chanui LVusde 'seu Pai'" (Cunlcí, axu).
A inaceitável ausência do pai
30
figura paterna, faz com que o eclipse do pai terreno, a sua perda
de sentido socialmente reconhecido, se junte a um enfraque
cimento correspondente da figura do Pai divino na experiência
do homem. Realiza-se assim a derrocada do homem numa
matéria aviltada, desanimada, profanada e, ao mesmo tempo,
um empalidecimento da experiência religiosa.
A relação entre pai e relacionamento com Deus é um dado
confirmado também por pesquisas específicas nesse tema. Uma
entre as mais recentes foi publicada pelo vigário anglicano Robbie
Low na revista inglesa New Directions (abril de 2002)26. De
acordo com os dados obtidos nos recenseamentos do governo
suíço da população da Confederação, o fator decisivo para
determinar a transmissão da religião à geração sucessiva é a
prática religiosa do pai de família. Depende dela, de modo
quase total, se os filhos freqüentarão ou não a igreja. Se o pai
não vai à igreja, apenas uma criança em cinqüenta a freqüentará
quando adulto, independentemente de quanto a mãe participe.
Se o pai freqüenta a igreja regularmente, de dois terços a três
quartos dos filhos irão regularmente à igreja, independente
mente de quanto vá a mãe. As mesmas observações referem-se
a pais que não vão à igreja regularmente.
Os efeitos do enfraquecimento na participação religiosa,
ligado também ao eclipse do pai, são muito conhecidos: sen
sação de perda de "sentido" da vida, solidão, sentimento de
abandono, temor de "não conseguir" agüentar o peso da existên
cia. Como observa o psicólogo Cari Gustav Jung, fundador da
psicologia analítica: à abolição da imagem de Deus segue-se ins
tantaneamente a anulação da personalidade humana (1982).
Mas, como a relação com o pai é passagem obrigatória para
a relação com a Divindade, quais são os traços psicológicos que
fazem da relação com o pai o reflexo da relação com o mundo
transcendente na vida cotidiana?
26) Robbie Low é vigário da St. Peters Church, de Bushy Heath, no Reino Unido.
New Directions (abril de 2002) pode ser pedida à Faith House, 7 Tufton Street swip 3QN
UK. O material do qual foram retiradas as conclusões foi coletado em Haug & Warner,
2000a e Idem, 2000b.
O pai e a liberdade
O pai e o futuro
Não, sem a relação com o pai, fica muito difícil para cada
um dar-se conta do mundo novo que impetuosamente empurra
em direção ao futuro a partir de dentro de si. No fundo, 0 olhar
continua voltado ao passado, ao Éden perdido, à relação sem
O guardião
Educador e "corretor"
0 "processo de secularização"
31) Para Lutero, o matrimônio "sai do âmbito jurídico do reino espiritual e entra
no reino do mundo, tomando-se parte integrante da sua ordenação jurídica" (Heckel,
1953)-
32) De qualquer modo, é interessante que esse evento, tão determinante para a
história do mundo, tenha sido realizado por meio de uma transgressão à lei do papa-
pai espiritual, com a ruptura do compromisso assumido, o celibato, para satisfazer
pulsões pessoais. Para além das motivações teológicas, o quadro psicológico já é aquele
característico da "revolta contra o pai".
Dicntalizadt
com CGmScGnner
A inaceitável ausencia do pai
48
Mas o que o pai pode ser numa família assim? Era ine
vitável que, àquela altura, ele se tomasse simplesmente um
administrador, um gerador de renda, um provedor para 0 nú
cleo daquela família "restrita" ou "pequena" que, aos poucos,
tomou o lugar da família "grande" (compreendendo também
todos aqueles que poderiam ter necessidade da família e de
seus bens), da qual o pai se encarregava antes dessa redução
(cf. Trumbach, 1982). O fim da família "patriarcal" e a seculari-
zação do pai coincidem, de fato, com a afirmação do modelo
de "intimidade doméstica" que leva à família nuclear atual.
Desde então, por exemplo, os criados dos ricos não deveriam
mais distribuir comida aos pobres da cidade: "A família estava
fechada em si mesma, e a caridade do patrão se tomara uma
ação individual, em vez de patriarcal" (Ibidemy*. É no interior
desse processo da família de fechar-se em si mesma e do incre
mento em seu interior dos diversos egoísmos que o feminismo,
o divórcio estabelecido pela lei do parlamento e o processo por
adultério tomam forma ao mesmo tempo, mais precisamente
na Inglaterra de 1690.
Aliviados das elevadas responsabilidades da paternidade
não-secularizada, os homens são os primeiros a quererem apro
veitar a possibilidade de se divorciarem, pelas mesmas razões
que as mulheres hoje pedem o divórcio, como veremos. Um
homem deveria ser livre para se divorciar de uma mulher
39) Sobre o papel que a teoria da sociedade industrial desempenha em ambas, cf.
também Risé, s.d.
40) Sobre as conseqüências desse modo de pensar sobre a vida e a família de hoje,
ver Bly, 1990b, pp. 189SS.
A pedagogia protestante
e o desprezo pela simplicidade paterna
Desaparecimento da iniciação
42) Na escola fundamental, a média ocde referente aos grupos de idade abaixo dos
trinta anos e abaixo dos quarente apresenta, respectivamente, 85% e 804%. Na escola
média, diante dos dados médios da ocde (abaixo de trinta, quarenta e dnqüenta anos),
71,8%, 66,1% e 62%.
45) "Ou seja, é nesta troca de olhares que a filha projeta e prepara a primeira imagem
de Animus (a parte masculina da psique feminina), extraindo dessa primeira relação
com o masculino — quando o pai é psicologicamente saudável — os fundamentos
interpsíquicos inconscientes para a definição do projeto pessoal, qualquer que ele
seja. Ao contrário, a ausência ou a mistificação do olhar do pai no desenvolvimento
da filha e, portanto, a ausência de um espelho projetivo positivo para ver refletidas
a própria força e agressividade sadia, condena a mulher — entre outras coisas — a
uma relação de dependência prolongada e conflitante com figuras de apoio (os pais,
o companheiro, o coletivo, a empresa) e a uma substancial desconfiança no próprio
potencial criativo" (Girelli, 2001-2002).
Histórias de pais
48) Esta é uma regra geral. De acordo com o abalizado jornal The Spectator (24.8.2002):
"A lição número um para qualquer homem que se encontre implicado numa causa que
diz respeito à guarda dos filhos (child care): você é culpado até que a sua inocência seja
provada. Ela [a mulher] pode dizer e fazer qualquer coisa para colocá-lo na defensiva,
e você leni de colocar-se na defensiva" (Stone, 2002).
Os pais dilacerados
49) Que cita uma pesquisa no Arizona, segundo a qual mais de dois terços dos divór-
dos naquele Estado são pedidos pelas mulheres (http://www.frc.org/contactfrc.cftn).
kdãoéquenã
O pai fora-da-lei
Apêndice
Breve "idiotário" divorcista
50) Autora de Liberty far Women, Freedom and Feminism in the Twenty-first Century
(Liberdade para a mulher,liberdade e feminismo no século xxi).
51) Para estas páginas, foi utilíssimo o trabalho de David Popenoe, professor de
sociologia na Rutgers University, New Brunswick, Nova Jersey, ondeé co-diretor do
National Marriage Project. Devo a Popenoe toda a preciosa bibliografia apresentada
neste apêndice. Um material mais amplo, sempre dele, foi publicado em 8 de maio de
2002 no site http://www.mensnewsdaily.com/stories/popenoeo50802.htm.
seus casamentos como "muito felizes" ou "razoavelmente
felizes" (cf. Waite & Gallagher, 2000).
j1’ lugar comum: "O divórcio serve puni fazer experiência. Apremiemos
com os insucessos, e os segundos casamentos tendem a ser mais bem
sucedidos do que os primeiros".
r*Í9ÍtGlizGcl<
com C&nScanner
A inaceitável ausência do pai
76
52) "Agregação", porque nem sempre chega ao ponto da coesão de uma *soded*V
e jamais possui o vínculo ideal próprio de uma "comunidade".
58) No seu aspecto negativo, trata-se de uma força operante na psique profunda, desde
sempre representada nas imagens do inconsciente coletivo (mitos, lendas, produções
criativas), pronta para satisfazer rapidamente as necessidades do sujeito, enfraquecendo
assim sua capacidade de resistência, para poder possuí-lo mais completamente.
86
a impossibilidade de introsp
vertido" tende a ser conside
desdém exatamente porque, por instinto, se esquiva
riorização infantil dominante).
A oralidade desse modelo social manifesta-at
tendência de o indivíduo tropeçar em comport
mente devorantes, em que as dificuldades psico
provocadas por nâo saber lidar com a tensão (da
privação) são "compensadas" pela assunção-in
tâncias: alimentos, drogas e álcool.
Os níveis de obesidade, no Ocidente do pai
(e eliminado), são notadamente altíssimos. Só na M
sob esse aspecto não lidera as estatísticas, trata-M
milhões de pessoas, igual a nove por cento da
ao passo que as pessoas acima do peso são outroa
milhões: trinta e seis por cento da população i
demais. Também entre as crianças, os pré-ado
adolescentes, o nível de obesidade é preocupante *
contínua ascensão.
A relação entre esses comportamentos orais»
rindo alimentos ou substâncias, procuram em vão
um vazio mais profundo, e a ausência do pai fica
por dados eloqüentes. Nos eua, trinta e cinco por 01
crianças sem pai usaram drogas, contra dezoitodot
tinham o pai na família (cf. Hewlett, s.d.). Quanto aoft
adolescentes que crescem em casas sem pai têm
por cento a mais de probabilidade de fumar,
aqueles em cuja casa o pai está presente (Stanton ft
Entretanto, a regressão à fase oral não é a única
revolta contra o pai abriu o caminho.
59) São todas características que, para a psicanálise clássica, detinem o 'estado
U*IM, posterior ao "oral" acima descrito e que, por sua vez, deve ser abandonado
ptn chegar à "posição genital".
6o) De acordo com Mendel, mas não somente ele, entre outras coisis, e isso que toma
"facilmente" compreensível a tendência — observável na multidão em casos de tensão
excepcional—deconfiaro poderá personal idades paranoicas. Simultaneamente a saudade
do pai, a alma coletiva exprime assim a própria impossibilidade temporária de assumir
o próprio desejo, e escolhe uma posição que equivale à aIiança contra o pai com a unago
da mãe "má" (representada pelo ditador caótico e destrutivo; ct. Mendel, op. cit).
61) Fontes: Wiscoitsin Deptirtinciit of'Healthiiiid SocialServices, 1994; US DeptrtMKi
of Justice data, 1988.
I )e íRordo com Mendel, mas não somente ele, entre outras coisas, é isso que toma
ilin<*1 itr" compreensível a tendência — observável na multidão em casos de tensão
rp< lonal de confiar o poderá personalidades paranóicas. Simultaneamente à saudade
•lo p.H, .1 .dina coletiva exprime assim a própria impossibilidade temporária de assumir
o pioprio drsqn, c esc olhe uma posição que equivale à aliança contra o pai com a imago
d.» ni.i«' iji.r (ri-prrsi‘litada pelo ditador caotico c destrutivo; cf. Mendel, op. cit).
I oiiir , IA//.< 1/1/mu / iqHHtmciit (>/ / Iciillh iiiiil Social Services, 1994,’ US Depiirtnient
' f /li I i t/ilhi, | < jíM.
A violência suave
Digitalizado
A patologia da síKÍedado ■ ■«•rn p.n
95
O estilo do biopoder
66) Que tem as suas origens e a sua ideologia exatamente na "civilização das boas
maneiras", cuja afirmação é descrita na obra de lílias, citada pouco acima.
A inaceitável ausência dopai
106
O maior problema que vejo neste país não é vencer a guerra u mtra
o terrorismo. O verdadeiro problema diz respeito aos homens qui
nao têm mais responsabilidade sobre os filhos que geraram. '
Casar-se é melhor
72) Sobre este tema, é de grande interesse o texto do jurista A. de Fuenmayor (2001).
73) O matrimônio religioso na Igreja Católica é indissolúvel por natureza, inde
pendentemente de qualquer pacto entre os contraentes. O convenant marriage, do qual
tratamos aqui, graças à "escolha" da indissolubilidade, não faria outra coisa senão
deixá-lo "blindado" contra qualquer intervenção do juiz civil por causa do pacto
assinado pelos contraentes.
74) Junto com a legislação das "oportunidades iguais". Esta última é muito mais
"emancipacionista" do que feminista e acaba colocando as mulheres numa posição
de paridade ~ igualdade com os homens, bem distante de expresar os motivos mais
originais do movimento, que, por acaso, valorizava a "diferença entre os gêneros.
76) Também no Brasil toi aprovada, em ívS. uma lei que institui a guarda com
partilhada de filhos de pais separados. [\ d.E ]
A inaceitável ausência do pai
118
77) É também no contexto dessa ação que, nos últimos anos, se multiplicaram os
estudos sobre a função e a condição do pai hoje, muitos dos quais não pudemos citar no
decorrer do texto, eque recordaremos aqui rapidamente. Muito louvável é o estudo de
I Jumesnil (2< x x >). Participação de diversas opiniões em Martignoni & Zois (2001). Estudos
variados sobre a família italiana em Melchiorre(2ooo). Interessantes os estudos coletados
em Martignoni (j 994). Na coletânea de ensaios de Scull (1992), temos participações, entre
outras de Bly, I arrew e I lillman. Entre os estudos junguianos, o cuidadoso A. Colman
I ( olman Í1988). Cf. também Samuéis (1985) e Pirani (1989). Desdramatizante e
idcologk.miente¡xiliihtiiih'iili'toiivh), mas com alguns dados também, Arendeall (1995)
e I lav.l- ins& I Joilaliite (1997). Intuitivo e sensível, Cornean (1989), depois traduzido em
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ISDN 97Ô-Ô5-Ô973Ó-56-5