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Faculdade de Excelência

Componente curricular: Direito e Arte

Docente: Camila Pina Brito

Estudante: MATHEUS SANTOS BRITO


ATIVIDADE PROCESSUAL I
DIREITO NO CINEMA: Cidade de Deus – O retrato de um preconceito
A atividade consiste em:
1. Ler texto (obrigatório)
GRUNE, Carmela. (Organizadora). Direito no cinema brasileiro. Sao
̃ Paulo : Saraiva, 2017. (Álvaro de
Azevedo Gonzaga. Capítulo 3 – “CIDADE DE DEUS: UM RETRATO DO PRECONCEITO”, p. 89 a 110).
Link da biblioteca virtual:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547227562/cfi/41!/4/2@100:0.00
2. Assistir filme Cidade de Deus (opcional)
3. Responder questões (obrigatório) EM TESTE ATIVIDADE PROCESSUAL I
4. Diálogo em sala (obrigatório)
Objetivos de aprendizagem: Interpretar texto que intersecciona direito (conteúdo) e arte
(ferramenta) e responder de forma coerente e coesa as questões propostas.
PRAZO: 12.09.2023
VALE: 20 PONTOS. Cada questão vale 10

Enunciado. No capítulo Cidade de Deus – um retrato do preconceito, Álvaro de Azevedo


Gonzaga e Maria Fernanda Borio (2017) propõem elaborar uma aproximação entre o Direito e
o cinema, a partir do longa-metragem Cidade de Deus, de Fernando Meirelles. Considerados os
possíveis discursos constituídos na projeção cinematográfica, buscaremos revelar aqueles que
se aproximam mais ao campo jurídico, notadamente os discursos que portem reflexos ao
fenômeno do Direito. Observa-se inicialmente que, sob a estética realista, Meirelles buscará
retratar aquilo que considera como a realidade da favela de Cidade de Deus. Visto de perto,
poderia mesmo ser considerada uma perspectiva do mundo marginalizado e paralelo existente
dentro das comunidades carentes. Contudo, será possível afirmar que o filme retrata fielmente
o cotidiano do local? Poderíamos dizer que o longa-metragem é capaz de captar a experiência
do “real” de uma favela, e no caso em tela, do Rio de Janeiro?

Questão 1. André Bazin (apud Gonzaga e Borio, 2017) aponta que o cinema realista é uma
Assíntota de realidade. Elabore resposta dissertativa que corrabore e/ou negue a afirmação de
Bazin.

10 linhas

Questão 2. A partir da leitura do capítulo, qual o conteúdo jurídico que você identifica no filme
Cidade de Deus? Analise o conteúdo jurídico identificado e defenda a importância do cinema
enquanto ferramenta de educação jurídica (formal e informal)
15 linhas
Questão 1.

Resposta:

Como destacou André Bazin, os filmes realistas são frequentemente vistos


como representações da realidade. No entanto, ele acredita que os filmes nunca
podem capturar totalmente a realidade, mas só podem aproximar-se gradualmente
da realidade, tal como a assíntota numa curva matemática aproxima-se infinitamente
de uma linha, mas nunca a toca. Esta afirmação pode ser confirmada e negada de
várias maneiras.

Corroborando a afirmação de Bazin, podemos observar que o cinema é uma


forma de arte que utiliza diversas técnicas como enquadramento, edição, iluminação
e atuação para criar uma representação da realidade. Portanto, mesmo que o filme
persiga a realidade, introduz inevitavelmente elementos de subjetividade e
interpretação que o distanciam da realidade absoluta.

Por outro lado, poderíamos negar a afirmação de Bazin argumentando que o


cinema tem a capacidade de capturar aspectos significativos e autênticos da
realidade. Além disso, os avanços na tecnologia cinematográfica, como câmeras de
alta resolução e efeitos visuais, tornaram possível recriar a realidade com mais
precisão. Em suma, a visão de Bazin do cinema realista como “a assíntota da
realidade” destaca a complexidade da relação entre o cinema e a realidade. Embora
o filme possa abordar a realidade de muitas maneiras, ele nunca pode capturar
verdadeiramente a realidade devido à sua natureza construída e interpretada.
Questão 2.

Resposta:

O filme "Cidade de Deus" aborda várias questões jurídicas e sociais que são
relevantes para a análise jurídica, entre elas incluindo vividamente a violência e a
criminalidade nas favelas do Rio de Janeiro, incluindo homicídios, tráfico de drogas e
confrontos com a polícia.

O filme também destaca a corrupção policial, mostrando como alguns policiais


estão envolvidos em atividades criminosas ou são coniventes com criminosos. Isso
levanta questões sobre a integridade das instituições de aplicação da lei e a
necessidade de reformas no sistema policial. Sem contar a desigualdade social que é
um tema subjacente, já que o filme mostra como a falta de oportunidades econômicas
e educacionais contribui para a perpetuação do ciclo de crime nas comunidades
marginalizadas.

E por fim, a vida dos personagens no filme que frequentemente violam os


direitos humanos fundamentais, incluindo o direito à vida e à segurança pessoal. Isso
pode servir como ponto de discussão sobre a proteção dos direitos humanos em
contextos de violência urbana.

Em relação à importância do cinema como ferramenta de educação jurídica:

A sensibilização e engajamento que o cinema pode sensibilizar o público para


questões jurídicas complexas, tornando-as mais acessíveis e cativantes. Filmes como
"Cidade de Deus" podem despertar o interesse do público em temas jurídicos, levando
a um maior engajamento e compreensão. A discussões e reflexões que os filmes
podem servir como catalisadores para discussões sobre questões legais em contextos
formais e informais. Eles podem estimular debates sobre políticas públicas, reformas
legais e ética.

Conclui-se que, o cinema pode ser uma ferramenta poderosa para a educação
jurídica, contribuindo para uma compreensão mais profunda das questões legais e
sociais. Ele pode servir como um veículo para discutir, refletir e promover mudanças
em áreas relacionadas ao Direito, ampliando o alcance da educação jurídica formal e
informal.

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