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Introdução e apresentação do autor

O livro que elegi para apresentar intitula-se por “Uma luz na noite escura”.

Uma obra da autoria de João Carlos Melo, médico psiquiatra e autor de vários
livros de renome sobre a saúde mental, que nasceu em Ponta Delgada, nos
Açores, há pouco mais de 60 anos.

Foi no entanto em Lisboa que decidiu continuar a sua vida, seguir os estudos,
constituir família e promover a sua carreira profissional inigualável.

Sozinhos… mas rodeados de gente


Perante as últimas notícias, é inegável o aumento em número e em gravidade de
casos nos quais a solidão se tem tornado uma infeliz presença no quotidiano de
uma sociedade tão interligada.
Em consonância com esta obra, acredito que o autor aborda de maneira extensiva
a gravidade e a seriedade desta problemática, sendo esta pouco falada ou até um
“tabu” na sociedade atual.
Uma vez que o autor é médico psiquiatra, a obra por vezes apresenta
terminologias mais técnicas, o que pode dificultar uma leitura acessível da mesma.
Tal não é um problema direto para o público-alvo desta obra, como, por exemplo,
outros colegas da área ou pacientes do foro psicológico/mental, mas pode ser um
entrave à compreensão total de um leitor dito comum.
Em coligação com este livro, exalto o quadro de Edvard Munch, “O Grito”. O Grito
da personagem principal exalta o desespero que se interliga com o estado de
espírito do artista, que procurou durante a sua vida enfrentar vários problemas
psicológicos, como a solidão.
As formas distorcidas, e a expressão do personagem revelam a dor e as
dificuldades na vida, resultando em um grito como manifestação das emoções.
Em suma, este livro tenta clarificar o conceito de solidão, mas também demonstrar
a real dimensão do mesmo, que possa ser desconhecida do público geral. Nós,
como seres humanos, conhecemos este conceito, mas acabamos por deixá-lo
passar despercebido e o combate ao mesmo irá sempre passar pela sociedade.

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2. Motivo de escolha

A minha escolha recaiu neste livro, uma vez que a problemática da solidão está
cada vez mais presente no nosso dia a dia, como podem ver nas últimas
notícias e também nos estudos mais recentes, que indicam isso mesmo.

Trata-se de uma obra que propõe aos leitores uma reflexão sobre sentir-se só e
saber estar só.

3. Sobre o livro

Nesta narrativa, descreve-se de acordo com o ponto de vista do autor, que a


solidão tornou-se o problema do século. Também aborda o avanço da
tecnologia, questionando-se se a mesma permite ou não combater este
problema.

Para isso coloca algumas questões ao leitor. Destaquei duas:

Será que sabemos lidar com a solidão?

É possível estar só e ser-se feliz?

Em poucas palavras, é possível clarificar que o autor nos dá a conhecer casos


de experiências de diversas pessoas que conseguiram estar sozinhos sem
sentirem solidão. Destacando assim a capacidade de estar só, quer sejam:

figuras heroicas, pessoas anónimas, introvertidas ou extrovertidas, alegres


ou tristes, enérgicas ou calmas, mais fortes ou mais frágeis do ponto de
vista psicológico, solitárias ou sociáveis, entre outras.

4. Opinião

No meu ponto de vista, considero atual esta obra. Apropriei-me de uma citação
do autor para clarificar a minha perspetiva:

O livro não tem a pretensão de “dar receitas sobre como não se sentir só",
mas dar exemplos de pessoas que "não são heróis, que não têm poderes",
que em situações de grande isolamento não se sentiram sós.

Destaco o exemplo de Genuíno Madruga, o primeiro português a conseguir dar


duas voltas ao mundo sozinho num pequeno barco, em que o autor descreve o
seu feito como único e reforça a ideia da importância do foco na vida das
pessoas, como aconteceu com o navegador açoriano.

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Este homem sempre teve a ambição de navegar por grandes mares, em
pequeno questionava aquelas gentes que iam e vinham sobre os mares, sobre
as Terra… Foi então aos 12 anos que iniciou na faina da pesca, tudo isto com a
agravante de fazer parte do estrato mais baixo da sociedade, mas foi nessa
altura que construiu o seu primeiro barco.

Ao longo dos anos, construiu barcos cada vez maiores e mais apetrechados,
mais tarde conheceu o seu ídolo Marcel Bordeaux, o encontro que marcou o
rumo deste homem.

Aos 49 anos, decidiu tornar realidade o seu sonho de criança. Navegou mares,
por dias, meses, anos, sempre só, mas nunca se sentiu só, afinal estava
completo, “o mar, o céu, as estrelas de noite e o sol de dia (…) é preciso ter as
ideias bem arrumadas para navegar sozinho” explicou o mesmo.

5. Frase de destaque

"a solidão, ainda que seja inerente à condição humana, parece estar a crescer e a
tornar-se um enorme problema, que afeta tudo e todos"

Esta citação a meu ver apresenta uma contradição, porque, cada vez mais
existem diversas formas de comunicação interpessoal, seja presencial ou à
distância, mas, no entanto, aparentemente a solidão evidencia constantes sinais
de crescimento e agravamento.

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