ESPAÇOS URBANOS PARA ATIVIDADE FÍSICA: PERFIL DA OBESIDADE ENTRE
USUÁRIOS E DIRETRIZES PARA ATENÇÃO BÁSICA EM ÁREAS URBANAS
ALLINE DO VALLE, DALTON MULLER PESSÔA FILHO, RODRIGO SALGUEIRO PARDO, DANIEL
JOSÉ DUARTE AMARAL, CARLOS ISRAEL RODRIGUES DOS SANTOS, ISAAC JOSÉ DOS SANTOS,
Faculdade de ciências (FC), Câmpus de Bauru, Educação Física, alline.valle@unesp.br
Apresentado no XXXV Congresso de Iniciação Científica da Unesp – CIC 2023
“Desafios na produção do conhecimento: democratização e diversidade”
INTRODUÇÃO: A obesidade, importante fator de risco
para patologias como hipertensão, diabetes mellitus tipo
2, doenças respiratórias e dores musculoesqueléticas, está
associada à diminuição da expectativa de vida entre 5 e 20
anos, dependendo da gravidade da condição de obesidade
e dos distúrbios associados (FONTAINE et al., 2003).
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a
obesidade é definida como um acúmulo excessivo de
gordura corporal que pode prejudicar a saúde (WHO,
2023). Entre os estudiosos do campo da obesidade, o
modelo ecológico obesogênico é utilizado para determinar
importantes fatores ambientais para a obesidade. Em
termos de favorecimento ao maior dispêndio energético e
estilo de vida ativo, determinados indicadores urbanos,
como o ambiente construído (forma de bairro, densidade
de construção, tipo de uso e qualidade da habitação) e o
acesso à serviços públicos são fundamentais (FISBERG et
al., 2016). Por isso, o objetivo foi realizar um
levantamento do perfil da obesidade entre usuários do
serviço de extensão à comunidade na academia da praça.
MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo foi
registrado e aprovado pelo comitê de Ética de pesquisas
com Humanos (CAAE: 70076317.1.0000.5398). Foram
avaliadas 24 pessoas (22,0±13,0 anos, 171,0±5,9 cm,
68,0±14,6 kg) quanto à composição corporal pelo método
DXA (absorciometria de raio-X de dupla energia), que
forneceu valores absolutos (em gramas) de gordura
corporal (MG) e massa isenta de gordura (MIG). A partir
desses valores foi determinado o peso ideal para um
percentual de gordura recomendado como normal, de
acordo com o sexo e a idade do participante, representado
pela fórmula:
Peso corporal almejado = massa corporal isenta de
gordura ÷ (1,00 – % desejado de gordura).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados
confirmam uma tendência de excesso de percentual peso
por gordura corporal entre os indivíduos recebidos no
projeto (Figura 1). Essa constatação está alinhada ao fato
de que as recomendações mínimas de atividade física não
são cumpridas, uma vez que, globalmente, 23% dos
adultos e 81% dos adolescentes (11-17 anos) não atendem
as recomendações da Organização Mundial de Saúde
sobre atividade física para a saúde (WHO, 2023).
Quando se recomenda um tipo de exercício mais
adequado para a redução da gordura corporal são muitos
os estudos que defendem o treinamento combinando
exercícios aeróbicos e exercícios resistidos (SWIFT et al.,
XXXV CIC - Congresso de Iniciação Científica Unesp
2018). Contudo, tais estudos evidenciam baixa
efetividade na perda de peso em intervenções prolongadas
(> 6 meses) e têm abrangido um corte amostral reduzido
em relação a população local, que se justificam pela baixa
aderência, super-compensação dietética e dificuldade de
implementação de doses maiores de AF ou exercícios
(CHURCH et al., 2011).
Figura 1. Comparação entre peso corporal atual (azul) e peso
corporal ideal (laranja) da amostra (n=24) de indivíduos com
diferentes idades e gêneros.
CONCLUSÕES: A proposição de ferramentas
adicionais (exames clínicos, metabólicos e
hemodinâmicos, e espaço urbano) ao exercício e nutrição
no combate à obesidade surge, portanto, como tendência
pelo fato de que, apesar da crescente preocupação
científica sobre as questões relacionadas com o excesso
de peso, ainda há muitos desafios a serem superados e
conhecimentos a serem estabelecidos, como diretrizes
para: (i) analisar as necessidades regionais de
enfrentamento da obesidade pelo diagnóstico realístico da
saúde entre a população obesa e (ii) esclarecer as
limitações na aplicação de dietas e Atividade Física na
redução da obesidade, incluindo limitações adicionais.
AGRADECIMENTOS: Ao CNPq e à Pró-Reitoria de
Pesquisa da UNESP, pelo auxílio em forma de bolsa.
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REFERÊNCIAS:
FISBERG, M. et al. Obesogenic environment – intervention
opportunities. Jornal de Pediatria, v. 92, n. 3, p. S30–S39,; 016.
FONTAINE, K. R. et al. Years of life lost due to obesity. JAMA, v. 289,
n. 2, p. 187–93, 8 ; 2003.
MENDES, L. L. et al. Individual and environmental factors associated
for overweight in urban population of Brazil. BMC Public Health, v.
13, n. 1, 21; 2013.
SWIFT, D. L. et al. The effects of exercise and physical activity on
weight loss and maintenance. Progress in Cardiovascular Diseases, v.
61, n. 2, p. 206–213, 2018.
WHO. World Health Organization. Obesity (2023). Disponível em:
<https://www.who.int/health-topics/obesity#tab=tab_1>