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COMANDO DE POLICIAMENTO
ESPECIALIZADO BATALHÃO DE POLÍCIA DE
CHOQUE
NÚCLEO DE FORMAÇÃO DE
SOLDADOS DE 2022
AL SD PM PALMA - N.º 57
CRIMES DE TRÂNSITO
Lauro de
Freitas 2023
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Antes de 1998, não tínhamos disposições criminais previstas no Código de Trânsito Brasileiro.
Passamos a tê-las somente no dia 23 de janeiro de 1998, quando entrou em vigor o Código de
Trânsito Brasileiro, instituído pela Lei Federal n. 9.503, de 1997.
Até esse tempo, tínhamos apenas o homicídio culposo e lesão corporal culposa como crimes
de trânsito e as contravenções penais dos arts. 32 e 34, da Lei das Contravenções Penais.
Os crimes de trânsito iniciam-se com o art. 291, no Capítulo XIX do CTB, com uma
importante ressalva que aplicam-se às normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal
nos crimes previstos neste código.
Os crimes de trânsito se iniciam com as normas gerais aplicáveis aos crimes de trânsito (arts.
291 a 301) e os crimes de trânsito em espécie (arts. 302 a 312).
Segundo o CTB, os crimes de trânsito podem ser punidos com multa, suspensão do direito de
dirigir, proibição de obter o direito de dirigir e até de detenção em regime aberto ou semiaberto.
Normalmente os crimes são considerados de natureza “culposa”.
CRIMES DE TRÂNSITO
Obs: os crimes de trânsito com pena de detenção, que são os casos de embriaguez ao volante e
o racha, não são mais Infrações de menor potencial ofensivo. Somente o crime de lesão corporal
culposa continua a ser crime de menor potencial ofensivo.
Como as penas máximas cominadas para os crimes de embriaguez ao volante e racha são de 3
anos de detenção e multa, não se tratam mais de infrações penais de menor potencial ofensivo, que são
somente aquelas cuja pena máxima prevista não ultrapasse 2 anos, isolada ou cumulativamente com
outras penas, sujeitas ou não a procedimento especial (art. 61, da Lei 9.099/95).
Somente o crime de lesão corporal culposa de trânsito (art. 303, do Código de Trânsito)
continua a ser infração de menor potencial ofensivo, pois a pena máxima prevista não ultrapassa 2
anos de detenção.
Mas tal crime – é importante observar – somente será tratado como infração penal de menor
potencial ofensivo se não houver, em sua prática, nenhuma das situações previstas no art. 291, § 1º, I,
II e III, do CTB:
I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência;
II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de
exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela
autoridade
competente;
III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta
quilômetros por hora).
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Nesses casos do §1, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração
penal.
Conforme o rol acima, os crimes previstos no CTB começam do art. 302 até o 312, com
apenas duas hipóteses em que enseja a pena de reclusão: quando causar lesão corporal ou morte, se
ocorrida em razão de corrida, disputa ou competição não autorizada.
Uma observação importante, é a alteração trazida pela Lei 14.071/20:
Art. 312-B. Aos crimes previstos no § 3º do art. 302 e no § 2º do art. 303 deste Código não se
aplica o disposto no inciso I do caput do art. 44 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal).
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Com essa inovação, passou-se a proibir a substituição de penas privativas de liberdade por
restritivas de direito nos casos de Homicídio Culposo e Lesão Corporal Culposa qualificados pela
embriaguez.
Outro adendo, é que o artigo 312 – B se refere expressamente ao § 2º. do artigo 303, CTB e
não a um ou outro resultado ou condição, ou seja, estando apenas embriagado, mas sem lesões graves
ou gravíssimas causadas à vítima ou não estando embriagado, mas havendo lesões graves ou
gravíssimas, não estaria configurada a qualificadora do artigo 303, § 2º, sendo assim, não haveria a
vedação do artigo 312 – B, CTB.
Para caracterização do delito é necessário que este seja praticado em via pública, pois na
circulação em local particular não haverá movimentação de outros veículos ou pessoas, não
incorrendo em prática delituosa por não gerar risco de dano.
Já o delito do art. 310, consiste em permitir, confiar ou entregar a direção de veículo
automotor a pessoa não habilitada.
É o tipo penal daquele que permite, confia ou entrega a direção de veículo automotor à pessoa
não habilitada para conduzi-lo, seja por falta de habilitação, estado de saúde física ou mental, assim
como pela embriaguez, não sendo necessário que seja completa, bastando apenas que o condutor
esteja sob influência de álcool ou substância de efeito análogo.
Isso se dá nas situações que o Juiz entender como suficientes a substituição da pena privativa
de liberdade por pena restritiva de direitos.
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REFERÊNCIAS
○ https://www.ctbdigital.com.br/comentario/comentario302
○ https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/crimes-transito-pc-rj/amp/
○ https://multcarpo.com.br/capit19.htm