Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O Congresso de Viena
Representantes no Congresso de Viena decidiram restaurar o
conservadorismo na Europa e impedir a disseminação de ideais
liberais e nacionalistas. Eles tinham quatro objetivos principais:
restaurar o equilíbrio de poder europeu, retirar as liberdades que o
povo europeu havia conquistado, trazer antigos governantes de volta
ao poder e construir uma paz duradoura no continente.
Ao Congresso de Viena compareceram nove monarcas governantes,
entre eles, o czar Alexandre II da Rússia, o rei Frederico Guilherme III,
da Prússia e o anfitrião e imperador Francisco I, da Áustria. A maioria
dos outros representantes era composta de aristocratas.
Espanha
Um dos maiores desafios ao Sistema de Metternich ocorreu na
Espanha. O rei Fernando VII, que voltou ao trono espanhol em 1814,
foi um líder cruel que prendia e exilava muitos reformistas. Em 1820,
oficiais do exército espanhol se rebelaram contra o rei e forçaram-no a
adotar uma antiga e liberal Constituição espanhola. Temendo que
essa rebelião se espalhasse a outros países, as superpotências
europeias enviaram um exército francês para combater os rebeldes
espanhóis em 1823. Os líderes da revolta espanhola foram
brutalmente punidos e Fernando continuou no poder.
Fernando VII
Itália
Revoltas também ocorreram em 1820, na Itália. Reformistas queriam
unir os diversos estados italianos sob um único governo e desejavam
libertar sua nação das potências estrangeiras que controlavam os
estados. Exércitos austríacos rapidamente esmagaram as revoltas,
primeiramente em Nápoles, e em seguida no Piemonte. Governantes
de outros estados italianos aprisionaram e executaram líderes dos
movimentos de reforma; como consequência, milhares de italianos
fugiram para outras terras.
Rússia
Grécia
A primeira revolução nacional bem-sucedida ocorreu na Grécia. Em
1821, patriotas gregos se rebelaram contra o governo dos turcos
otomanos. A solidariedade aos gregos era forte em outros países:
europeus e norte-americanos admiravam a antiga cultura grega e os
russos consideravam a luta grega como sendo uma guerra santa -
uma batalha de cristãos contra os turcos muçulmanos. Muitos
aventureiros de outros países europeus lutaram a favor dos gregos.
Em 1827, Grã-Bretanha, França e Rússia entraram na guerra ao lado
de seu aliado europeu, e em 1829, a Grécia conquistou sua
independência.
França
O espírito do liberalismo se manteve vivo na França. Quando Luís
XVIII se tornou rei em 1814, estava ciente de que o povo francês não
aceitaria a volta da monarquia absoluta no país. Portanto, Luís
proclamou um decreto, permitindo a permanência de muitos dos
direitos obtidos pelo povo durante a Revolução Francesa. De acordo
com o decreto, uma Legislatura poderia existir na França, mas apenas
ricos proprietários de terra poderiam elegê-la. O decreto do monarca
também garantia liberdade de expressão, imprensa e religião.
Todavia, muitos nobres franceses, liderados pelo irmão do rei, Carlos,
consideraram o decreto muito liberal. Eles queriam um retorno ao
Antigo Regime francês.
Luís XVIII
Quando Luís XVIII morreu, em 1824, seu irmão tornou-se rei. Carlos
X tentou trazer de volta os privilégios especiais para a nobreza e o
clero. Em julho de 1830, ele dissolveu a Legislatura, começou a
censurar a imprensa, e limitou os direitos de voto da burguesia.
O povo de Paris, liderado por estudantes e liberais da classe média,
rebelou-se. Trabalhadores e estudantes se amontoaram nas ruas no
que ficou conhecido como a Revolução de Julho de 1830. Para
impedir o movimento dos soldados do governo, eles construíram
barricadas com pedras pavimentadas, mobílias, troncos de árvores e
vagões. Atrás destas barreiras, com armas nas mãos, eles cantaram a
"Marselhesa" (La Marseillaise), a canção da Revolução Francesa.
Muitos soldados se recusaram a atirar nos rebeldes. O rei, temendo
por sua vida, fugiu para a Grã-Bretanha.
Carlos X
Os revolucionários franceses pretendiam estabelecer uma república
democrática. Porém, os liberais da classe média que controlavam a
rebelião preferiam manter a monarquia. Eles nomearam um novo rei,
Luís Filipe I, para substituir Carlos X.
Luís Filipe I ficou conhecido como "Rei Cidadão". Em vez de usar os
mantos reais, ele se vestia como um empresário. Em vez de honrar a
bandeira da família real, ele adotou a bandeira branca, vermelha e
azul da Revolução. Ainda assim, as políticas de Luís Filipe I
favoreciam empresários e banqueiros. Isto não satisfez os nobres
conservadores e nem mesmo os radicais, que haviam lutado na
Revolução de Julho de 1830. O poder de voto ainda permanecia
principalmente nas mãos da aristocracia, que constituía menos de 3%
da população de homens adultos.
Bélgica
A revolução de 1830 na França incentivou rebeliões semelhantes em
outras partes da Europa. Na Bélgica, um país católico governado por
holandeses protestantes, divergências culturais e religiosas resultaram
numa revolta. Incentivados pelos acontecimentos em Paris, os
patriotas belgas proclamaram sua independência da Holanda. Em
1831, os governos europeus reconheceram a Bélgica como nação
independente.
Polônia
Pouco após o início da crise belga, uma rebelião teve início na
Polônia. O Congresso de Viena havia estabelecido um novo reino da
Polônia governado pelo czar russo, mas os poloneses não tinham
perdido a esperança de obter sua independência.
Estudantes e oficiais do exército polonês foram influenciados pelos
eventos na França e Bélgica. Quando o czar ameaçou enviar soldados
poloneses para esmagar a revolução, os poloneses voltaram-se contra
o governo russo. Contudo, os soldados russos rapidamente se
sobressaíram no conflito, e o czar Nicolau I impôs um governo ainda
mais autoritário na Polônia. Outras rebeliões ocorreram na Polônia
durante o século XIX, mas nenhuma delas foi bem-sucedida.