A resenha do texto "Direitos humanos, diversidades e etnicidades: polifonias,
saberes e pluriepistemologias para além do chão da escola" de Francisco Antônio Nunes Neto aborda a necessidade de uma abordagem intercultural e pluriepistemológica para compreendermos os direitos humanos, a diversidade e as etnicidades. O autor inicia sua obra fazendo uma referência à tradição ancestral, pedindo licença aos mais velhos e às planejadas para adentrar em um território de discussão sobre a descolonização do pensamento. Nunes Neto destaca que, para compreendermos de forma mais ampla os direitos humanos, as diversidades culturais e as etnicidades, é necessário efetivar outras formas de conhecimento, plurais e adquiridas. O texto é dividido em duas partes. Na primeira, o autor discute o acesso aos bens culturais como direitos humanos. Ele ressalta a importância de reconhecer que a produção de conhecimento não se limita à academia e à educação escolar básica, mas deve incluir também os saberes populares das comunidades e povos tradicionais. Nunes Neto destaca a dificuldade enfrentada pelos não-indígenas e não-negros em compreender e se relacionar com outros povos e suas culturas além do conhecimento fragmentado transmitido por meio dos livros didáticos. Na segunda parte, o autor aborda a descolonização do pensamento e as práticas interculturais como estratégias emancipatórias. Ele enfatiza a necessidade de ampliar nossos horizontes de compreensão, humanização e compreensão, superando estereótipos e preconceitos, e reconectando-nos com os saberes das comunidades e povos tradicionais. Nunes Neto argumenta que essa abordagem intercultural e pluriepistemológica é fundamental para a construção de identidades socioculturais mais inclusivas e respeitosas. No geral, a obra de Nunes Neto provoca reflexões importantes sobre a necessidade de ir além do chão da escola e da perspectiva hegemônica de produção de conhecimento. O autor enfatiza a importância de reconhecer e respeitar os saberes populares, promovendo uma abordagem intercultural que respeite e integre as diversidades culturais e étnicas. A obra é um convite para uma mudança de paradigma na forma como compreendemos e promovemos os direitos humanos, abrindo espaço para vozes marginalizadas e rejeitando visões estereotipadas e excludentes.