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Antropologia e Educação

Prof. Ms. Dayana Barbosa de Quadros


Mestre em Desenvolvimento Social, Graduada
em Ciências Sociais.
Cultura e Sociedade
Pensamos, muitas vezes, que o resto do mundo
é ou deveria ser como nós, que nossos deuses
são os únicos e verdadeiros, que nossos
costumes são os mais razoáveis, que nossas
instituições são as mais adequadas.
Eurocentrismo: modelo de humanidade
concebido como universal apenas o homem
branco europeu. Visão de mundo eurocêntrica.
O Etnocentrismo é a perspectiva em que se
coloca determinada etnia no centro. Cada povo
acha que é o principal, que sua língua e seus
costumes são os normais.
O etnocentrismo é comum a todas as culturas e é um
grande dificultador na compreensão de outras
culturas.
O Eu é feito de outros – o indivíduo depende das
relações que estabelece com os outros. Nossos ritos e
símbolos expressam nossas diferenças. Eles são uma
forma de nos reconhecermos e de nos diferenciarmos
daqueles que compartilham de nossos valores e
costumes.
Nossa profissão, nossa posição política e nosso padrão
estético são expressões de que nos valemos para nos
identificar com o grupo de pessoas e de valores e nos
diferenciar de outros.
O multiculturalismo na educação merece um olhar
antropológico e um viés crítico, pois a sensibilidade
para a pluralidade nos espaços de formação humana
tem que acontecer com a redução de preconceitos e
discriminações.
Imperativo transcultural: as pessoas têm direito a
serem iguais sempre que a diferença as tornar
inferiores; contudo, têm também direito a serem
diferentes sempre que a igualdade colocar em risco
suas identidades.
Cultura e educação
A escola é uma instituição educativa, não a única, que
media entre a família e a sociedade, e que ao distribuir
cultura e gerar conhecimento, junto com outras
entidades, vai construindo o sujeito social.
A cultura não se transmite geneticamente. O modo de
ler o mundo, o sistema de normas e valores de cada
comunidade, para serem transmitidos de uma geração
a outra, requererem um esforço pessoal e coletivo.
Na coletividade de estrutura social simples, a tarefa de
transmitir esse modo peculiar de entender a realidade
e as normas de convivência era encomendada a
família; nas sociedades complexas, essa função passou
a ser compartilhada com os sistemas educativos
criados pelo Estado, a fim de repassar de maneira
equitativa e eficaz aqueles conhecimentos que se
consideram significativos para o desenvolvimento e
bem-estar social.
O sociólogo francês Jean-Claude Forquin identifica e
discute cinco acepções diferentes do termo cultura: 1)
tradicional; 2) descritiva; 3) identitária; 4)
universalista-unitária; 5) filosófica.
1. Tradicional: “conjunto das disposições e das
qualidades do espírito ‘cultivado’.”
2. Descritiva: todas as manifestações de um povo,
desde os aspectos mais sofisticados aos mais banais,
os mais requintados pensamentos e os mais
folclóricos, os mais elevados ideais e as mais
elementares ideias do senso comum. Nesse sentido,
não há povo nem indivíduo sem cultura.
3. Identitária: “um patrimônio de conhecimentos e
competências, de instituições, de valores e de
símbolos, constituído ao longo de gerações e
característico de uma comunidade humana particular”
(FORQUIN, 1993, p. 12).
4. Universalista-unitária:[...] à ideia de que o essencial
daquilo que a educação transmite (ou do que deveria
transmitir) sempre, e por toda a parte, transcende
necessariamente as fronteiras entre os grupos
humanos e os particularismos mentais e advém de
uma memória comum e de um destino comum a toda
a humanidade. (FORQUIN,1993, p. 12).
5. Filosófica: “antes de tudo, um estado
especificamente humano”, ou seja, “aquilo pelo qual o
homem distancia-se da natureza e distingue-se
especificamente da animalidade”. (FORQUIN, 1993, p.
12).
Cultura e currículo

O que é educação e, em particular, o currículo, senão


uma forma institucionalizada de transmitir a cultura de
uma sociedade? A educação e o currículo são vistos
como profundamente envolvidos com o processo
cultural.
Educação e diversidade
O ponto crucial do debate sobre diversidade é a
percepção, a reflexão e a atuação sobre os
mecanismos sociais que transformam as diferenças
em desigualdade.
O resgate dos direitos humanos e a valorização da
diferença são formas de desconstruir a desigualdade.
Esta é a base que fundamenta a prática da diversidade
como valor. (CANDAU, 1996, p.22)
A Igualdade na diferença: valorizar a humanidade que
provém de todo e qualquer indivíduo, base da ideia de
direitos humanos.
A Diferença na igualdade: as peculiaridades das
pessoas devem ser reconhecidas, na medida em que
impliquem em adaptações para que sua participação
social seja efetivada. Essa ideia está na base do
surgimento do conceito de diversidade. (LOURO, 1997,
p. 45)
Educação antirracista;
Educação indígena;
Educação e Gênero;
Referências
AUAD, Daniela. Educar meninas e meninos. Relações de gênero
na escola. São Paulo: Contexto,2006.
CANDAU, Vera Maria, (1996). Formação continuada de
professores: tendências atuais. In: REALI, Aline Maria de
Medeiros Rodrigues, MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti (Orgs).
São Carlos: Editora da UFSCar, 2003
D’ANGELIS, Wilmar da Rocha, (1999). Educação Escolar Indígena:
um projeto étnico ou um projeto étnico-político? Texto
apresentado no 12º COLE, UNICAMP, 1999.
Referências
DINIZ, Margareth e VASCONCELOS, Renata Nunes (orgs) o que
produz o silenciamento das mulheres no magistério? Belo
Horizonte: Formato, 2004. (Série educador em formação).
FRANCO. Maria Laura P. B. Análise do Conteúdo. 2. ed. Série
Pesquisa. Editora Contexto. Liber Livro, 2. ed. 2007.
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: Uma
perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Vozes, 1997.
Referências
MELIÁ, Bartomeu. Educação indígena na escola: educação
indígena e interculturalidade. CadernosCedes, nº 49, 2000.
ROSENDO, Ailton Salgado. Educação escolar indígena: ranços e
avanços. Dissertação de Mestrado em Educação/UFGD.
Universidade Federal da Grande Dourados, 1998.
EVANS-Pritchard, E. E. Antropologia Social. Lisboa: ed. 70, 1972.
FORQUIN, Jean-Claude. Escola e cultura: as bases sociais e
epistemológicas do conhecimento
escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

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