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*O ENSINO FUNDAMENTAL SERÁ OFERTADO AQUELES COM 15 ANOS OU MAIS; E O ENSINO MÉDIO SERÁ PARA AQUELES COM IDADE
IGUAL OU SUPERIOR AOS 18 ANOS. ..................................................................................................................................... 224
QUESTÕES ................................................................................................................................................................. 226
GABARITO ................................................................................................................................................................. 227
COMENTÁRIOS ......................................................................................................................................................... 228
OS ELEMENTOS VISUAIS
https://www.thoughtco.com/what-are-the-elements-of-art-182704
*Você sabe que a arte é constituída de alguns elementos visuais fundamentais. Também deve saber que esses
elementos podem ser bastante variáveis, a depender do critério usado por aquele que se debruça sobre
esses elementos. Aqui iremos trabalhar com uma estratégia que alargue seu leque, buscando trazer o maior
número de elementos fundamentais para sua prova, já que não sabemos de que linha de estudo ou em que
documentos o examinador se baseará. Os elementos estudados serão: ponto, linha, cor, tonalidade, forma,
formato, espaço, direção, escala e textura. Veremos que os elementos constitutivos da arte extrapolam
essa dinâmica puramente visual, nos inclinando para uma experiência sensorial mais rica. Além disso, será
imprescindível nos atentarmos para os detalhes sutis de cada elemento e demarcarmos muito bem as
fronteiras conceituais entre cada um. Com isso espera-se cumprir quantidade, profundidade conceitual e
definição rigorosa.
• Os elementos visuais fundamentais também podem ser chamados de estruturas morfológicas das artes.
• Não há hierarquia no que diz respeito a importância desses elementos. Apesar de tudo partir do ponto
(por ele ser o elemento mínimo de representação), as bancas adotam a postura de que todos os
elementos são equivalentes. Tanto é verdade que diversas correntes surgiram ao longo da história
provando que qualquer um desses elementos pode ser o astro de uma obra de arte.
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• Esses elementos podem ser explorados de maneira relacional, criando novos efeitos e reações no
espectador. Uma linha pode ser texturizada com pontos, estando numa maior escala em relação ao resto
da obra e com dado movimento e direção. Certamente uma linha tão específica causa um todo novo se
comparada a uma linha comum.
• As questões de concurso costumam focar no elemento das cores para as provas, sendo a parte mais
importante para você nesse capítulo. É nesse sentido que iremos trazer um maior número de conteúdo
e de questões sobre esse tema.
PONTO
• Por motivos biológicos e culturais os pontos podem ser usados para traçar um caminho.
• Pontos próximos um dos outros dão a impressão de densidade, aglutinação, situações apertadas; e
podem dar a ilusão até mesmo de tom ou cor.
LINHA
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• As linhas podem nos levar a diferentes respostas psicológicas para uma cena qualquer. Linhas:
- Horizontais podem sugerir distância e calma;
- Verticais podem indicar força, peso, ascensão;
- Quebradas designam efemeridade e tensão;
- Curvas sugerem conforto;
- Mecânicas: representam rigidez e controle;
- Finas nos dão a ideia de delicadeza;
- Erráticas/caóticas podem nos dar a impressão de instabilidade/ansiedade.
*É claro que todos esses efeitos psicológicos da linha são mais bem vistos quando tomamos a maneira que ela
está representada de forma isolada. Pois quando outras linhas ou elementos visuais entram em questão, tudo
pode mudar, inclusive se inverter.
COR
*Fisicamente temos duas peculiaridades quando falamos de cor, se trata do branco e do preto. Ambas, apesar
de serem necessárias para compor toda a game de cores (tonalidades), não são propriamente cores, sendo, por
vezes, chamadas de cores neutras. O branco é simplesmente a capacidade de refletir todas as cores, já o preto
absorve todas as cores.
*As cores podem ser associadas por nós humanos e outros animais a uma série de fatores, os artistas sabem
disso e costumam usar dessa artimanha em suas obras, seja de um modo previsível ou mudando o que aquela
cor deveria representar numa dada situação. Assim, as cores podem ser usadas em obras para dar luz, trazerem
um simbolismo, criar harmonia e contraste ou para representar um humor/sentimento.
*Cor complementar: é aquela que se encontra de maneira oposta a outra cor do círculo cromático. A cor
complementar de uma cor primária será sempre secundária; já de uma cor intermediária, será sempre outra
intermediária.
*Cores análogas são aquelas que possuem um alto grau de proximidade no círculo cromático, compartilhando
uma mesma cor básica em suas composições.
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RGB e CMYK
*Geralmente aprendemos que as cores primárias regem o mundo das cores. Mas isso é só meia verdade. Estamos
acostumados a usar o sistema subtrativo de cores no papel, elemento que altera a mistura de cores. As TVs,
computadores e outros aparelhos usam o sistema RGB. E isso ocorre porque, para coisas que emitem luz: as
melhores cores primárias são vermelho, verde e azul (o RGB). Agora quando falamos de impressão no papel
(jornais, revistas, livros) é melhor usar o sistema CMYK (cyan, magenta, yellow, key/ciano, magenta, amarelo,
chave). As cores primárias (azul, vermelho e amarelo) não são as que, se misturadas, nos dão o maior número
de cores, na realidade é o RGB que nos dá isso. Mas o que é RGB, professor?
• Elas se referem à sigla RGB (red, green, blue/vermelho, verde, azul), sendo as cores primárias da mistura
aditiva. Ou seja: cores primárias da mistura aditiva (RGB) não é sinônimo de cores primárias (a tríade:
vermelho, amarelo e azul).
• Já o sistema CMYK (cyan, magenta, yellow, key/ciano, magenta, amarelo, chave), sendo as cores
secundárias da mistura aditiva ou cores subtrativas. A soma das cores nesse sistema nos levam a cores
menos luminosas, consequentemente em direção a cor preta. Não é à toa que o termo chave nesse
sistema quer dizer a cor-chave: a cor preta. O sistema é chamado de subtrativo justamente por isso, aqui
se remove cores para se chegar ao tom desejado.
*A relação entre os dois sistemas é nítida, tanto que: as cores primárias no RGB são as cores secundárias do
CMYK, e vice-versa.
*Para aqueles que nunca ouviram falar de todo esse sistema, realmente é algo bem contraintuitivo. Vamos se
familiarizar com a formação das cores no RGB:
HSV ou HSB
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É a abreviatura de um sistema formado pelos componentes hue (matriz), saturation (saturação) e
value/brightness (valor/brilho).
*RGB, CMYK e HSV/HSB são os três sistemas bases para aqueles que lidam com arte digital. É importante que
tenhamos esses conteúdos mínimos em sua apostila, ainda mais quando olhamos para a situação pandêmica
que se instalou recentemente. A arte digital e seus derivados ganharam bastante espaço nesse cenário. É
interessante trabalharmos esse sistema também para entendermos cada um dos elementos por trás dessa sigla.
Vejamos:
• Matriz: ou cor, se refere à característica única que nos ajuda a diferenciar visualmente uma cor da outra.
Todas as cores são matizes;
• Saturação: A saturação, ou croma, se refere à pureza da cor. A saturação máxima diz que a cor não possui
nada de cinza, essas cores são vívidas/cheias/brilhantes. Já as que possuem cinza são cores opacas;
• Brilho: luminosidade ou valor tonal, se refere à quanto dada cor é clara ou escura. O brilho se dá pela
mistura de branco ou preto. Quando misturamos branco à uma cor, esta é chamada de tonalidade; já se
misturarmos preto à uma cor, esta são chamadas de sombra.
OUTROS CONCEITOS
FORMATO E FORMA
*Iremos definir ambas conjuntamente, pois muitos alunos confundem as definições ou não sabem de fato o que
cada uma delas representa.
*O formato é plano, de duas dimensões, são as figuras 2D, no jargão artístico/fotográfico: “chapada”.
*Já as formas são elementos em 3 dimensões, cujo aspecto decorre do trabalho com luz/sombra e perspectiva.
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*Podemos dizer que a forma cúbica é constituída pelo formato quadrático.
*Da mesma maneira que as linhas, os formatos podem causa alguma impressão psicológica quando nos
deparamos com um. Vejamos a que os formatos básicos são associados:
• Quadrado nos remete à rigidez, força e segurança. Talvez por serem formatos que nos lembram
construções.
• Triângulos com a base voltada para baixo podem trazer um sentimento de estabilidade e ascensão; já
triângulos com a ponta voltada para baixo costumam dar ideia de instabilidade e desequilíbrio.
• Círculos geralmente remetem à eternidade e expansão.
*É claro que tudo isso varia conforme a cultura local e a que esse formato pode ser associado na vida de
uma pessoa, além de ter seus próprios significados circunstanciais.
ESPAÇO E DIREÇÃO
*As diferentes distâncias entre elementos dispostos numa representação artística podem indicar múltiplos
fatores. Tudo isso levará em conta qual o significado de cada um dos elementos. Um aperto de mão entre Adão
e Deus não seria o mesmo que o não contato entre ambos na obra de Michelangelo A Criação de Adão.
*A direção (o de onde para onde) também é imprescindível para a análise de uma obra. Imagine se Deus estivesse
virado de costas para Adão, a leitura do simbolismo da obra seria outra.
ESCALA
*As bancas costumam não diferenciar os termos proporção, escala e razão, tratando-os como sinônimos. Mas
caso venha a aparecer algo em sua prova voltado para essa terminologia, fique atento para os conceitos:
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• Razão: comparação de duas grandezas, é a divisão de um elemento por outro:
• Escala: é a medida para definir a diferença entre objetos reais e a sua representação: a escala de uma
maça numa obra de arte é exatamente o número 3,14.. se comparada a uma real, por exemplo (isso muito
possivelmente pode estar fazendo referência ao pi/ π).
TEXTURA
*A textura, apesar de ser um elemento visual, vai além disso. A textura pode ser tanto notada visual como
fisicamente. Mas há artistas que simplesmente criam a ilusão de textura.
*Em questões de concurso tome cuidado com generelizações, como: “texturas sempre são sempre ilusões de
ótica”.
QUESTÕES
1. (QUADRIX/SEDF/2018/Artes) São elementos da linguagem visual: ponto; linha; forma; direção; tom; textura;
e escala ou proporção.
Certo ( ) Errado ( )
a) O desenho é um elemento tradicional ensinado nas escolas, sem apresentar muitas possibilidades
de aprendizado.
b) As imagens formadas através dos elementos das artes visuais não apresentam possibilidades de transmitirem
movimento.
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c) Relacionamos bidimensionalidade e tridimensionalidade, criando texturas, tonalidades, variações entre luz e
sombras, valores cromáticos e movimentos.
d) Se propõe à exploração de texturas, tonalidade, variações entre luz e sombras, valores cromáticos e
movimento somente em suportes bidimensionais.
4. (Associação Catarinense das Fundações Educacionais (ACAFE) - 2017 - Secretaria de Estado de Educação
- SC (SED/SC) - Professor de 1º ao 3 do Ensino Médio)
A percepção óptica de um objeto, mesmo que de um ponto, a menor unidade perceptiva, se dá em relação a
uma dimensão com menos definição que chamamos de:
a) Contorno.
b) Linha
c) Fundo.
d) Cor.
5. (Elementos da linguagem visual - IFB - Instituto Federal Brasilia - 2017 - IFB – Professor) As grandes
indústrias de corantes e de iluminação produziram cada vez mais possibilidades cromáticas. Todas as
afirmativas relacionadas abaixo estão corretas, EXCETO:
a) As mensagens de todos os tipos, sempre mais coloridas, inauguram uma era cultural em que a luz alucinante
e psicodélica das grandes metrópoles contribui para a poluição visual.
c) O vermelho foi a cor de Dionísio para os pagãos e a do amor divino para os cristãos.
Sabemos que a cor não tem existência material. Cor é apenas uma sensação produzida pela ação da luz sobre o
órgão da visão. Diante disso, leia as afirmativas abaixo:
I) A cor-luz é a radiação luminosa visível que tem como síntese aditiva a luz branca.
II) A cor pigmento é a substância material que, conforme sua natureza, absorve, refrata e reflete os raios
luminosos componentes da luz.
III) Chamamos de cor-luz as substâncias corantes que fazem parte do grupo de cores químicas.
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IV) Cor-luz é sinônimo de cor-pigmento.
V) As faixas coloridas que compõem o espectro solar, quando tomadas isoladamente, uma a uma, denominam-
se luzes policromáticas.
a) I, III, IV
b) II, III, IV
c) III, IV, V
d) I, IV, V
e) I, II, V
7. (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) - 2013 - SERPRO – Analista) Julgue os itens
que seguem, a respeito do perfil de cores.
No sistema aditivo RGB, a mistura de duas cores sempre resultará em uma cor mais luminosa. Nesse sistema,
quando se misturam as três cores primárias em intensidade máxima, obtém-se a cor preta como produto final.
Certo ( ) Errado ( )
8. (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) - 2013 - SERPRO – Analista) Julgue os itens
que seguem, a respeito do perfil de cores.
O sistema CMYK é denominado aditivo, visto que as cores cíano, magenta e amarelo, quando sobrepostas,
geram a cor preta.
Certo ( ) Errado ( )
Quando sobrepostos, o ciano, o magenta e o amarelo geram a cor preta ou uma tonalidade próxima dessa cor.
Certo ( ) Errado ( )
10. (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) - 2013 - UNIPAMPA/RS - Programador
Visual) Acerca dos sistemas aditivo e subtrativo de cores, julgue os itens seguintes.
Certo ( ) Errado ( )
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11. (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UEL (FAUEL) - 2012 - Prefeitura Municipal de Paranaguá
- PR - Gestor em Cultura) O preto, o branco e o cinza, servem para a preparação de outras cores dando-lhes
maior ou menor intensidade ou gradação, e são definidas como:
a) análogas.
b) contraste.
c) complementares.
d) cores neutras.
12. (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UEL (FAUEL) - 2012 - Prefeitura Municipal de Paranaguá
- PR - Gestor em Cultura)
É uma só cor com suas tonalidades, são as mesmas cores, mais claras ou mais escuras, denominada:
a) isocromia.
b) monocromia.
c) policromia.
d) terciária.
13. (2021/OMNI Concursos Públicos - OMNI /Prefeitura de Piratuba - Monitor Artístico) Uma combinação
composta de uma cor com um número qualquer de suas sombras e luzes correspondentes. A informação acima
refere-se a :
a) Cores monocromáticas.
b) Cores análogas.
c) Tríades.
d) Cores complementares.
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enxergamos. Ao utilizar o software Adobe Illustrator para a criação de peças gráficas, um designer poderá
trabalhar com três sistemas de cores. São eles:
a) RGB, CMYK e HSB
b) RGB, CMYK e Pantone
c) RGB, HSB e RYB
d) CMYK, RYB e CMY
( ) Monocromia: É a harmonia conseguida quando utilizamos somente uma cor, com suas variações de tons,
obtidas com o auxílio da cor branca ou preta.
a) V- F-V.
b) V- V- V.
c) F- V- V.
d) Nenhuma das alternativas.
18. (FUNIVERSA - 2015 - Secretaria da Criança - DF - Especialista Socioeducativo - Artes Plásticas) A sintaxe
visual apresenta linhas gerais de criação e composição. Há elementos básicos que podem ser apreendidos e
compreendidos por todos, eles podem ser usados em conjunto com técnicas para a criação de mensagens
visuais claras. O alfabetismo da linguagem visual, mesmo que não seja tão lógico e preciso como o verbal, pode
levar a uma melhor compreensão das mensagens visuais. Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta
os elementos da linguagem visual.
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e) Dimensão, cor, luz e forma.
GABARITO
1. C
2. E
3. c
4. d
5. d
6. e
7. E
8. E
9. C
10. C
11. d
12. b
13. a
14. a
15. a
16. a
17. b
18. c
COMENTÁRIOS
1. Veja que a questão não foi exaustiva, até porque talvez isso nem seja possível. Muitos outros elementos
poderiam ser citados e, a depender dos critérios, alguns nem sequer poderiam estar aqui. Veja também que a
questão trouxe escala e proporção, podendo dar a entender suas vias interpretativas nessa sintaxe: ou o
examinador tratou ambas como sinônimos (o que sabemos não ser verdade) ou simplesmente trouxe-as de
modo mais exemplificativo, podendo ser uma ou outra (o que creio ter sido sua intenção).
2. Já falamos disso. Não existe hierarquia entre os elementos visuais fundamentais/estruturas morfológicas das
artes. Talvez o examinador tenha tentado trazer um peguinha! No livro Sintaxe da Linguagem Visual (pg. 30:
olhar no capítulo Referências), ao falar da importância da luz, o autor frisa que o ato de ver é uma resposta à luz
e, por isso, o elemento mais importante à experiência visual é o tom. Isso os outros elementos visuais não são
revelados à luz, sendo secundários à natureza tonal (o tom precede os outros elementos quando exposto à luz).
Mas sem um contexto essa questão fica deslocada e nos transmite a ideia de que, independentemente da
circunstância, o tom é o elemento mais importante. Talvez se tivesse sido criado um desencadeamento lógico a
respeito da importância da luz na criação da questão, poderíamos dizer que a mesma está certa, mas não o foi.
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3. Vejamos:
a) Qualquer pensamento/atitude é aprendizado, desenhar se engloba nisso.
b) Estaticidade é exceção na arte, a maioria das obras possui movimento. À rigor, vertentes que tratam a obra
como um todo experiencial, consideram que o movimento de quem vê a obra parte da obra em si, parte da
experiência.
4. A percepção de um objeto, mesmo de um ponto, só se pode dar através das cores. A ideia é relevar
a ideia tanto do branco como do preto não serem cores propriamente ditas. Poderíamos dizer que a
percepção de um objeto pode ser feita ou não, a depender do fundo dessa imagem. Mas teríamos em
mente exatamente o que quando pensamos fundo? Na cor do fundo. Ou seja, de uma forma ou de
outra a cor será o elemento essencial para que um objeto seja percebido por nós.
5. Vejamos:
a) De fato as metrópoles estão com um aspecto bastante colorido, o que pode agravar a poluição visual.
b) Exatamente. Professor, devo saber o círculo cromático por completo? Depende muito para qual concurso
você está se preparando.
c) Apesar de associarmos o vermelho ao pecado, sendo ainda sim uma sociedade bastante cristã, estes
associavam essa cor ao amor divino. Mesmo que você não saiba esse backgroung histórico é possível resolver
essa questão através da estratégia de eliminação de questões.
d) Escurecer progressivamente o branco por níveis de cinza até o preto. Será que em experiências químicas isso
poderia ser diferente? Primeiro que a questão foi muito genérica em usar “experiências químicas” (existem
inúmeras); segundo que essa prova não é de química, não cobrando conteúdos provenientes dessa disciplina.
Logo: ela só poderia estar errada.
e) Cor-pigmento é a cor crua, como se apresenta a nós; diferente da cor-luz, que é a cor da onda eletromagnética
que é absorvida por um objeto.
6. Vejamos:
I) Síntese aditiva quer dizer reunião das cores por adição (não subtração, como no sistema CMYK). Lembre-se
da experiência das cores de Newton, “o branco é a reunião de todas as cores”.
II) Exatamente. É como a cor aparece aos nosso olhos depois de ter sido absorvida pelo objeto em forma de luz.
V) Demos um exemplo acima de luz policromática, é justamente a luz. E é claro que cada um dos raios possuem
a mesma constituição.
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7. A própria questão te leva logicamente a uma conclusão diferente da que se apresenta. Se essas cores
quando misturadas resultam em cores mais luminosas, não faz sentido misturarmos todas e gerarmos o preto.
8. É denominado subtrativo.
9. Exatamente. Veja o quanto as bancas gostam de trabalhar as cores nos elementos visuais
fundamentais/estruturas morfológicas das artes. RGB e CMYK são dois conteúdos essenciais para qualquer
prova de nível intermediário/avançado.
10. Questão que não serve só de curiosidade, pois quem costuma trabalhar com arte digital sabe que o
sistema RGB possui uma gama infinita de cores. É um dado que eventualmente pode aparecer na sua prova,
ainda mais diante do crescimento da arte digital nos dias atuais.
11. Alguns autores colocam o cinza como uma cor neutra, já que ele resulta justamente da mistura de duas
cores neutras: branco e preto.
12. Monocromia, uma única cor, a própria etimologia da palavra nos dá essa ideia. Isocromia são cores
diferentes que se implicam uma na outra, como: verde amarelado ou vermelho alaranjado.
14. Todas as dicas dada pela questão remetem a um elemento simples. O elemento mais simples dentre os
elementos dados como alternativas é a linha.
17. Todas estão certas. Vimos os conceitos de cada um desses aspectos ao longo da apostila.
18. A letra D está mais incompleta. Luz é um elemento visual para alguns autores, outros a colocam como algo
a ser trabalhado dentro das cores.
*Esse é um tema que muito raramente aparece em provas de concurso, mas que possui conceitos muito similares
e que podem ser confundidos entre si. Vejamos!
DEFINIÇÃO
*Compor uma obra, reinterpretando-a, é dar sentido as relações que se estabelecem entre os elementos que
nela estão, a fim de captar a mensagem que o artista quis transmitir. A ideia é que na relação dos elementos
visuais, que vimos no capítulo anterior, é que nasce a expressão subjetiva do artista. Mas como passar a
mensagem do artista ao espectador? Temos algumas características acerca dessa relação:
*E o que se quer dizer com alfabetismo visual? Existem alguns fundamentos que nos permitem ler uma
composição visual e estão bastante enraizados em nosso modo de percepção humana, são eles: equilíbrio,
tensão, nivelamento e aguçamento, atração e agrupamento.
EQUILÍBRIO
É essa força natural que, logo de cara, percebemos estar ali em uma obra ou não. Na Sintaxe da Linguagem
Visual o autor põe essa referência visual como aquela que nos é mais intuitiva, cujo cálculo é automático,
elemento chave de uma composição. As outras referências, que veremos mais adiante, são tidas como
referências calculáveis, que demandam um certo tempo para nossa resposta perceptiva. Temos dois tipos de
equilíbrio, o simétrico e o assimétrico:
• Equilíbrio simétrico
• Equilíbrio assimétrico:
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*Vale dizermos que o equilíbrio físico não é sinônimo do equilíbrio visual de uma imagem. O equilíbrio físico diz
respeito à gravidade e sua ação nos elementos de uma obra ou não; já o equilíbrio visual incide sobre a balança
dos elementos de uma cena. Neste último, devemos nos atentar se os elementos de uma cena estão balanceados
conforme às zonas, demarcadas pelos eixos de sentido (vertical e horizontal).
TENSÃO
Geralmente demarca movimento inesperado, irregular ou denota algo instável (a tensão não tem juízo de valor:
bem e mal, mas ela simplesmente é, ocorre). É o ápice, o momento em que algo sai do plano de equilíbrio e
acontece. A tensão ocorre quando um elemento da imagem sai do eixo de sentido que nós costumamos colocar
nas imagens. Os elementos fora do eixo de sentido chamam mais a atenção de nós do que aqueles que se
encontram nele. Veja:
*Veja o quanto a obra abaixo tem elementos fora do eixo de sentido, criando uma tensão na cena:
NIVELAMENTO E AGUÇAMENTO
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*O nivelamento não traz surpresa, é harmonioso e pode ser expresso por um ponto no centro de um
retângulo:
*Agora se quisermos aguçar os sentidos, poderíamos deslocar esse ponto para uma situação não harmoniosa.
O Aguçamento é justamente isso, a percepção por parte do espectador de um elemento que não se encontra
alinhado com os eixos (vertical, horizontal e diagonal).
*Há ainda um terceiro estado dessa composição visual, a ambiguidade. É quando um elemento parece estar
num estado de indecisão, “entre o ser e não ser”. Veja que o nivelamento nos traz uma ideia harmoniosa,
enquanto que o aguçamento chama nossa atenção para algo desarmônico: a ambiguidade não é nem um nem
outro, é justamente uma forma visual obscura, indefinida.
ATRAÇÃO E AGRUPAMENTO
O agrupamento pode ocorrer por diversos fatores: similaridade entre os elementos, pela proximidade entre estes
ou até mesmo pela distância (o simbólico de um elemento ou o enredo de uma obra pode fazer com que a
distância atraia outro elemento, como numa cena de amor em que o casal se encontra distante mas clamante
pela proximidade do outro).
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(DONDIS, 2007, pg. 44)
QUESTÕES
1. Nivelar um elemento e dar equilíbrio visual numa obra são a mesma coisa.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
3. Um elemento que saia do eixo de sentido norteador pode criar um clima de tensão na cena.
Certo ( ) Errado ( )
4. Elementos distanciados numa obra não podem incidir em nós uma ideia de agrupamento, na medida em que
inexiste uma característica que possa unir elementos distanciados.
Certo ( ) Errado ( )
5. O equilíbrio físico de uma imagem é o balanço entre os elementos de uma obra, que pode ser visto através
da demarcação de zonas pelos eixos de sentido.
Certo ( ) Errado ( )
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GABARITO
1. E
2. E
3. C
4. E
5. E
COMENTÁRIOS
1. Um elemento nivelado é harmônico e por si só, estando em conformidade com os eixos de sentido. Já o
equilíbrio visual é o balanço dos elementos em cada uma das zonas de um campo visual ou de uma obra.
4. Na realidade, mesmo elementos distantes podem ser unidos pela similaridade quanto pela relação simbólica
que apresentam entre si.
TIPOS DE ANÁLISES
*Muitas pessoas complicam os três tipos de análises. Seremos bem pontuais e explicativos, fazendo você
entender direitinho. Observe a obra abaixo:
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O Grito, Edvard Munch, 1893.
Análise objetiva: ou visual, é aquela em que descrevemos o mundo da maneira que vemos, sem especulações.
Pela obra acima vemos: um homem gritando com as mãos no rosto em uma ponte.
Análise subjetiva: ou simbólica, se refere a descrição de como nos sentimos quando diante de cera obra.
Analisando a obra de forma subjetiva, um certo sentimento de agonia nos aflinge, seja pelo comportamento do
homem, seja pelas pinceladas.
Análise formal: ou estética, é a sintaxa visual, onde se levará em conta o tema da obra, seu contexto histórico,
a vida do artista, o conhecimento de tendências artísticas e dos elementos da arte em geral. Aqui se envolve
mais pesquisa e é uma análise mais profunda da obra. A análise formal levará as duas análises acima em conta,
mas veremos outras coisas através de pesquisas também: a obra retrata o horror em que a humanidade estava
após as atrocidades da guerra, o terror do manicômio (o que faz parte da vida do irmão do autor), aspectos do
inconsciente humano, é uma obra expressionista, o predomínio do vermelho simboliza dor e sofrimento
(associado ao sangue), as linhas sinuosas retratam a inconstância da mente humana e do mundo caótico pós
guerra, a água (enquanto fluída) simboliza as emoções, a travessia da ponte é justamente o processo de sentir
essas sensações, etc.
*Em provas esses tipos de análise aparecem sempre acompanhados de outros elementos ou relacionados a
obras. Por isso lembre dessas análises, pois veremos elas aparecendo em diversas questões ao longo da apostila.
*Algo muito associado às análises mais completas é o movimento da Gestalt ou Teoria da Forma. É uma
dimensão da psicologia que diz só sermos capazes de compreender as partes quando compreendemos o todo.
*Decidimos separar a História Geral da Arte da História da Arte no Brasil, a fim de uma maior organização e
didática.
*Outra ideia foi incorporar as Artes Visuais à História. Com isso estaremos incorporando algumas das mudanças
históricas dentro dessa linguagem. Essa ideia fará com que sejamos mais rápidos nas linguagens do Teatro e da
Música.
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PRÉ-HISTÓRIA
Os historiadores tendem a confluir para um marco. A História começa de fato quando o ser humano
registra sua história, quando surge a escrita. Alguns poderiam dizer que os homens das cavernas já faziam sua
linguagem, se comunicavam através das paredes das cavernas com suas mãos em negativo, por exemplo. Mas
esse ato é muito mais próximo da arte, ou melhor ainda, dos rituais de caça. A linguagem mesma, através de
uma escrita sistematizada surge bem depois, por volta de 3500 a. C, com os sumérios e sua escrita
cuneiforme. Tudo bem, a escrita é o marco da História. Mas até onde vai a Pré-História? Se o surgimento da
História se dá com a escrita humana, a humanidade também deve ser a medida da Pré-História. Quando
voltamos ao passado vemos que a humanidade possui uma ancestralidade bem longínqua, nossa história
mesmo não começa quando aprendemos a usar talheres e se portar à mesa, ela antecede isso, e muito. Os
hominídeos são o marco da Pré-História.
ARTE RUPESTRE
*A Pré-História compreende as Idades da Pedra (Período Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada); Período
Mesolítico; Período Neolítico ou Idade da Pedra Polida) e dos Metais (Idade do Cobre; Idade do Bronze; Idade
do Ferro). O Período Mesolítico é entendido como uma transição e pouco se fala dele na História da Arte.
Contudo faremos um recorte interesseante acerca de um dos hominídeos mais famosos desse período.
• Coexistência de vários grupos hominídeos que levavam uma vida nômade (sem a fixação de residência);
• Se alojavam em algumas cavernas e tendas provisórias;
• Faziam objetos lascados em pedra e alguns hominídeos já dominavam o fogo;
• A pintura rupestre, feitas geralmente no interior de cavernas, surgiram há cerca de 40 mil anos atrás
em grupos que dominavam o fogo e faziam ferramentas lascando pedras (batendo umas nas outras,
moldando pontas);
• Essas pinturas representavam uma dimensão simbólica de cenas de caçadas e do cotidiano desses
hominídeos. Outro tipo de pintura são as mãos em negativo, onde se jogava pigmentos ao redor das
mãos que tocavam as paredes, negativando as mãos. Mãos em positivo, onde a própria mão marcava
a parede, também foram encontradas.
• Alguns pesquisadores argumentam que as representações de caçadas nas cavernas eram uma
espécie de antecipação dessa atividade. Quando esses povos se desenhavam matando esses animais,
no momento da caçada essa atividade ficava mais fácil (eles acreditavam já ter capturado esses
animais nas cavernas quando os desenharam, de forma mística);
• Para as pinturas eram usados materiais como sangue, carvão, terra plantas e fezes de animais;
• Entre 40 mil~10 mil a.C também, foram feitas pequenas estatuetas, as estatuetas de vênus.
Representavam a fertilidade através de mulheres voluptuosas (de quadris e seios largos).
• Muitos pesquisadores atribuem essa representação à deusa mãe e o caráter sagrado do feminino.
Era quase que um milagre para esses povos rupestres verem uma mulher “do nada” gerar vida, eles não
28
associavam a criação de vida à fecundação feita entre homem e mulher, mas acreditavam num
caráter sagrado da mulher como geradora de vida e de alimento;
• A vênus mais famosa é a chamada Vênus de Willendorf, localizada na Áustria e com uma data
aproximada de 25 mil anos de existência.
• Acreditava-se que esses grupos viviam mais reclusos em cavernas, mas após diversos achados de
esculturas e outros elementos da vida cotidiana fora das cavernas, passou-se a criar uma nova teoria.
As cavernas seriam locais mais voltados ao místico, onde se faziam rituais de iniciação e culto (por
vezes também para a segurança desses grupos).
• Diversos avanços ocorreram, além do polimento de pedras, o homem passou a dominar técnicas
agrícolas e de domesticação, elementos que favoreceram a sedentarização e criação de núcleos de
habitação mais consistentes;
• O grande marco desse período está na realização de construções e de estruturas megalíticas, como
Stonehenge, na Inglaterra, e o Cromeleque dos Almendres, localizado em Portugal.
• Esses monumentos começam a surgir em outras partes do mundo e estão ligados a ideia de homenagem
aos antepassados, a observação dos astros e a marcação do tempo.
• Essa Idade já não se encaixa propriamente na Pré-História, pois como vimos esta vai até a
sistematização da escrita. Assim, a Idade dos Metais apesar de dialogar com a Idade da Pedra, por ser de
certa maneira a evolução de ferramentas desta, que antes eram feitas de pedra, se encaixa por datação
na Antiguidade;
29
• Isto deriva do fato de que o uso de metais se inicia, em grande parte, na período pós-escrita. A Idade
dos Metais é composta por: Idade do Cobre (4000 a. C~1400 a. C); Idade do Bronze (3100 a. C~300 a. C);
Idade do Ferro (1300 a. C~900 a. C);
• As datas esbarram numa série de controvérsias. Isso ocorre principalmente em função da dificuldade das
evidências e dos critérios de análises usados pelos pesquisadores. Fato é que a Idade do Cobre pode ter
antecedido a sistematização da escrita, mas também se estende depois dela, é uma fase híbrida, por
assim dizer;
• O domínio da forja desses metais foi de grande propulsão tecnológica, implicando uma gama de
inovações que puderam ser postas em prática pelos grupos humanos;
• Esculturas, armas, utensílios, armaduras e outros objetos são os elementos mais encontrados nesse
período da arte.
QUESTÕES
2. (Contemax - Prefeitura de Coremas - Prefeitura de Coremas - Professor - Área: Artes) Assinale o período
da Pré-História que marca os primeiros registros das manifestações artísticas com as pinturas rupestres:
a) Paleolítico Superior
b) Neolítico
c) Mesolítico
d) Idade da Pedra Polida
e) Idade dos Metais
3. (Legatus - Prefeitura de Curralinhos - Professor - Área: Artes) Arte Rupestre é o mais antigo tipo de arte
da história. Esse tipo de arte teve início no período Paleolítico Superior. Considere as seguintes afirmações:
I. Retratavam animais, pessoas e até sinais. Havia cenas de caçadas, de espécies extintas e em diferentes regiões.
II. Arte rupestre é o termo que denomina as representações artísticas da Idade Média realizadas em paredes,
tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos.
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Indique a opção que apresenta a (s) afirmativa (s) correta (s):
a) I e III são verdadeiras.
b) II e III são verdadeiras.
c) Somente III é verdadeira.
d) Somente I é verdadeira.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
4. (IDCAP - Prefeitura de Santa Leopoldina - Prefeitura de Santa Leopoldina - Professor de Artes) A Arte
Rupestre é uma manifestação artística referente a qual período?
a) História Moderna.
b) História Antiga.
c) História Medieval.
d) Pré-História.
e) História Contemporânea.
5. (IDECAN - 2016 - SEARH - RN - Professor de Arte) Graças à arqueologia, a arte produzida pelo homem
pré‐histórico pode ser conhecida e analisada. Em relação à arte pré‐histórica, é correto afirmar que
a) os artistas pré‐históricos produziram esculturas somente em pedra por ser o material disponível na época.
b) o período paleolítico foram desenvolvidas técnicas como a tecelagem, a cerâmica e a construção de moradias.
c) as mãos em negativo são um dos primeiros registros deixados pelos nossos ancestrais no período da pré‐
história chamado paleolítico.
d) os artistas pré‐históricos representaram nos desenhos e pinturas de animais, utilizando a imaginação para
idealizar os seres da natureza.
GABARITO
1. d
2. a
3. c
4. d
5. c
31
COMENTÁRIOS
2. Há divisões internas do Paleolítico, mas nunca vi examinadores cobrarem distinções acerca desse período.
3.
Vejamos:
III) O examinador foi longe, mas a questão é até que intuitiva. De fato já foram achadas esculturas que remetem
até mesmo há 51 mil anos, feitas por neandertais e encontradas em Einhornhöhle, além de objetos de madeira
esculpidos. Você pode pensar assim: que haviam diversos materiais disponíveis aos hominídeos e seria muita
ingenuidade achar que, animais tão curiosos e criativos, iriam apenas esculpir pedras. Então pela lógica, seria
bastante provável achar outros tipos de escultura. Além do mais, como não há uma alternativa que diga que
todas estão erradas e tanto a I como a II estão de fato erradas, a III deveria estar necessariamente certa.
4. Já vimos que a Idade dos Metais é uma espécie de fase híbrida (se encontrando tanto da Pré-História quanto
na Idade Antiga), mas foque na ideia de que predominantemente a arte rupestre se encontra na Pré-História.
5. Exatamente. As pinturas de caças, do cotidiano e as mãos em negativo/positivo, além das estatuetas de vênus
são marcos desse período.
ARTE EGÍPCIA
O Antigo Egito foi uma das civilizações mais longínquas da humanidade, perdurando por mais de 3 mil anos,
entre aproximadamente 3100 anos a.C e 332 a.C (isso se contarmos só o período pós-unificação política dos
povos que já estavam ali). Os egípcios sem situava no Norte da África, se estabelecendo em paralelo ao curso
inferior do rio Nilo. Este foi um dos principais participes nessa longa duração, o Nilo era a mãe dessa terra.
PINTURAS
32
As pinturas egípcias podem ser encaixadas em uma regra interessante. Temos dois tipos de pintura
egípcia: aquelas que retratam a vida do cotidiano e as que representam as práticas funerárias. Ambas são
muito simples de se distinguir. A primeira fala da vida comum, representando cenas da agricultura, do artesanato,
dos afazeres gerais do dia a dia. Já a segunda tem como ponto de discussão as questões da imortalidade da
alma e os rituais que com ela estão associados.
Outro aspecto que demarca muito bem a arte egípcia diz respeito ao posicionamento dos corpos nas
suas pinturas. As formas são representadas de maneira simples e seguem muito bem uma lei, a chamada lei da
frontalidade. As pinturas egípcias não fogem da seguinte regra: tronco e olho de frente para o observador,
enquanto que os pés e a cabeça são retratados de perfil.
*A lei da frontalidade egípcia e a estética base/padrão das pinturas sempre foram elementos respeitados ao
longo da civilização egípcia. Isso ocorreu não devido ao fato de não conseguirem inventar outros modos ou por
falta de criatividade, mas por ser esse padrão algo de associação religiosa. Tanto que a pintura sofreu
pouquíssimas modificações, uma dessas foi o aparecimento de tonalidades mais vivas por volta da XVIII dinastia,
de Amenófis IV.
ESCRITA
A escrita egípcia possui uma beleza ímpar, tanto que foi ao longo dos anos, principalmente na cultura
literária e cinematográfica, extremamente recordada. Entretanto costumamos associar a escrita egípcia
unicamente aos hieroglifos e isto é um erro. Na realidade, houve uma simplificação da escrita no decorrer do
tempo, ela ficou mais dinâmica e com uma estilização mais cursiva. Isso acompanhou bastante o dinamismo da
economia e dos registros administrativos egípcios, elementos que exigiam celeridade. Dessa maneira, podemos
falar em três tipos de escrita: hieróglifa (religiosa); hierática (administrativa); demótica (popular).
33
ANIMAIS
Os animais tinham um papel fundamental na vida dos antigos egípcios. Não é à toa que muitos de seus
deuses tinham uma aparência animalesca. Os animais estavam presentes em sua mitologia geral (criaturas,
demônios, etc.), e até mesmo em ornamentos, figurando um alto poder simbólico. Tal fato é visto, inclusive, na
constituição do aspecto de seus deuses. Muitos deles tinham formas animalescas. Havia três formas básicas
entre os deuses egípcios: zoomórfica (forma animal); antropomórfica (forma humana); antropozoomórfica
(forma híbrida: humana e animal). Veja:
POLITEÍSMO
Os antigos egípcios eram politeístas e como na Mesopotâmia, cada cidade possuía sua espécie de
padroeiro. Apesar da diversidade de deuses ter sido forte, não foi regra, tivemos algumas exceções ao longo
dos anos onde o monoteísmo foi instaurado. Podemos destacar Amenófis IV, este oficializou o monoteísmo a
partir do culto do deus Aton (Amenófis IV visava com isso, sobretudo, enfraquecer o poder dos sacerdotes). O
novo deus era Áton (o círculo solar). Aliás Amenófis IV mudou seu nome para Aquenáton, de tamanha
importância que esse deus possuía para o período e para o cenário político da época.
ARQUITETURA
Pode-se dizer que a religião era um dos pilares dessa sociedade, sua importância era tamanha que até
mesmo as construções egípcias, as pirâmides, giravam em torno da esfera religiosa. As pirâmides eram
túmulos, que teriam a função de morada do faraó até que este pudesse iniciar para sua vida eterna no
34
além-mundo. Contudo as pirâmides não foram desde de sempre a construção usada para essas práticas
funerárias, antes delas tivemos as mastabas (bancos de lama), pirâmide escalonada (a construção mais
famosa desse tipo foi projetada pelo famoso arquiteto Imotepe) e só depois temos as pirâmides lisas (cujas
as paredes externas eram, muitas das vezes, revestidas de certos materiais, como o cal). Posteriormente
os corpos dos faraós e de suas famílias foram sendo enterrados no Vale dos Reis, local distante das
pirâmides e escondido, para evitar roubos dos elementos valiosos que acompanhavam as tumbas.
O design das pirâmides, a dificuldade de se construir algo desse porte nesse período, as suas posições
geográficas e até mesmo suas relações com os astros, suscitaram ao longo dos anos, principalmente nos dias
atuais, um espírito por demais curioso e, por vezes, conspiratório. Fato é que essa crença na vida após a morte
e nesse místico riquíssimo fomentou uma série de técnicas, dentre elas a conservação dos corpos, processo que
chamamos de mumificação. Inicialmente essas práticas eram exclusivas do faraó, mas depois foram ganhando
força em outras camadas da sociedade. Mas as pirâmides, claro, por sua magnitude, eram tumbas exclusivas dos
faraós, quando muito de parte da corte real.
ESCULTURAS
As esculturas egípcias sempre foram marcadas por sua rigidez anatômica. Talvez a única exceção seja,
novamente, no período de Amenófis IV, onde a esposa desse faraó, Nefertiti, foi representada de forma mais
realista e menos rígida. Veja a comparação entre um modelo de estátua padrão egípcia, O Escriba Sentado, com
a escultura O Busto de Nefertiti:
QUESTÕES
1. (ACAFE - 2017 - SED-SC - Professor - 1º ao 3º ano do Ensino Médio) É correto afirmar que a Arte Egípcia
tem fortes características. Dentre elas estão:
35
d) ligação com a religião, padronização de imagens e a reprodução naturalista.
2. (CESPE - 2013 - SEE-AL - Professor – História) A religião é o fundamento da sociedade egípcia, o que fica
evidente em seus monumentos mais vistosos, nos grandes templos em formato de pirâmide.
Certo ( ) Errado ( )
3. As pirâmides serviam de túmulo e constituíram o único local onde os faraós eram colocados após a morte.
Certo ( ) Errado ( )
4. A escultura rígida, o politeísmo e as pinturas com suas tonalidades, sempre foram padrões no Egito, elemtnos
que nunca sofreram alterações.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. a
2. C
3. E
4. E
5. C
COMENTÁRIOS
3. Duas outras construções antecederam as pirâmides (mastabas e pirâmides escalonadas), além de os faraós
também terem sidos enterrados no Vale dos Reis.
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4. Na realidade é com Amenófis IV que esses três elementos ganham mudanças significativas: o monoteísmo é
cultuado, através de Aton (o deus Sol); a escultura ganha mais realismo e delicadeza; e as pinturas ganham tons
mais vivos.
5. Uma retratava os afazeres gerais da população e a outra representava rituais sobre a imortalidade da alma.
ARTE ANTIGA
*Nos deteremos nas civilizações que mais aparecem nas provas de concurso.
ARTE GREGA
*A arte grega e a Grécia Antiga como um todo respiraram muito de uma espiritualidade que reverbera até os
dias de hoje. Essa civilização volta-se para o homem, mesmo que em contato com deuses, representando valores
morais e a natureza, olhando para a beleza e para o juventude como grandes triunfos. Os gregos nos trouxeram
os Jogos Olímpicos, a Filosofia, o Direito, além de terem ditado o padrão estético que se estendeu para todo o
ocidente.
RELIGIÃO
• A religião era um dos cernes mais importantes da vida grega. Esta era composta de práticas ritualísticas
(como sacrifícios, oferendas e festivais), de histórias mitológicas, tudo isso vivia muito pela tradição oral
e pela arte (os gregos não tinham um livro sagrado como a bíblia cristã).
• A mitologia longe de ser tão somente uma história falsa de cunho por demais fantasioso, trás uma
bagagem de fundo extremamente profunda acerca das mais diversas dimensões da vida humana.
• Os gregos eram politeístas e seus deuses retratavam o humano. A diferença das deidades em relação a
nós era o caráter da imortalidade. Tinham também aparência humana (antropomórfica), atitudes e
defeitos como os nossos.
• O panteão grego era formado por uma imensidão de deuses e 12 dos mais consagrados residiam no
topo do Monte Olimpo.
• O nicho mitológico grego não era constituído apenas de deuses, havia também criaturas e animais
mitológicos, semi-deuses, heróis, titãs e entidades.
37
• Os deuses, apesar de serem seres poderosos, não ditavam o destino: até mesmo os deuses estavam
condicionados a essa força intransponível. Os deuses agiam conforme o destino os guiava, apesar de
sobrar um espaço para a ação própria. Essa ideia pode ser extraída de uma leitura da Odisseia. Isso põe
os feitos humanos na dimensão do possível frente ao destino. Se nem os deuses escapam deste, cabe ao
ser humano através de seus atos aproveitar as lacunas que o destino fornece.
• A associação com a natureza que os gregos faziam dos deuses contribuiu e muito pela maneira que
lidavam com o mundo ao seu redor. Os deuses antigos, por se confundirem com a natureza, contribuíam
muito para o respeito do ser humano com esta.
• Hades, era o submundo grego, para onde as pessoas iam após a morte. É interessante notar que, apesar
de ter várias camadas nesse submundo, não há um local diferente deste, como o céu que aparece em
algumas religiões.
• Nas pinturas, esculturas, vasos e arquitetura a vida cotidiana era retratada, com mais ênfase ainda para a
mitologia/religião grega. Esta última estava presente em todo o mundo grego.
PINTURA
*Pouquíssimo se sabe sobre as pinturas gregas em paredes de templos ou em casas, porque quase nada se
manteve. Mas essas tinham cores alegres e toda uma composição harmônica, retratando cenas do cotidiano ou
das mitologias.
O que de fato se manteve foram os vasos em cerâmica. O fato desses vasos terem sido feitos com o uso
de argila foi de extrema importância, uma vez que esse material tem uma ótima resistência ao tempo e às
intempéries da natureza. Esses vasos além de servirem de objetos decorativos, eram utilizados em afazeres
diários, para se guardar mantimentos (cada vaso, a depender de sua utilidade, tinha uma forma própria) como
vinhos, azeite e água.
• Figuras negras sobre o fundo vermelho: pouca profundidade e perspectiva, com bastante geometrização.
São os vasos iniciais, que foram feitos entre os séculos VIII e VII a.C;
• Figuras vermelhas sobre o fundo preto: maior ideia de movimento e o volume se destacam com essa
inversão. Isso ocorre em meados de 500 a.C.
• Figuras vermelhas sobre o fundo branco: novidade como o escorço (maior senso de
tridimensionalidade/profundidade).
ARQUITETURA
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*A parte da arquitetura grega que é mais estudada e cobradas em provas certamente diz respeito aos templos
gregos e suas colunas.
• Colunas dóricas: começa a surgir me meados do século VIII~VII a.C, se concentrando na região do
Peloponeso. Nota-se a influência espartana, devido sua rigidez e pouca ornamentação; não possui uma
base e é larga. O Templo de Parthenon é o grande exemplo.
• Colunas jônicas: a base é circular e o desenho no capitel (nome dado à estrutura superior da coluna)
transmite leveza. Já a coluna possui uma estrutura mais afunilada se comparada com as colunas dóricas.
O Templo de Ártemis é marcado pela presença dessa coluna. Começa a surgir por volta de 450 a.C.
• Colunas coríntias: são aquelas mais sofisticadas em termos de detalhes. Antes esse tipo de coluna era
usado somente no interior dos templos, mas devido sua fama passou a ser usada nas áreas externas. Foi
usada a partir do florescimento de Atenas e Esparta, no chamado Período Clássico (500~338 a.C), e em
parte do Período Helenístico (338~136 a.C). O Templo de Zeus é famoso por ter esse tipo de coluna.
TIPOS DE ESCULTURA
Centradas na representação do homem e de deuses antropomórficos, as esculturas gregas são uma das
expressões artísticas mais conhecidas e estudadas no mundo inteiro. As esculturas passaram por transformações
estilísticas ao longo dos anos. Vejamos:
*Há períodos anteriores ao arcaico, cujas influências egípcias e, talvez, sírias, marcaram bastante as esculturas
gregas. O Período Geométrico (900~700 a.C) traz esculturas bastante simples e iniciais. O Período Dedálico
(650~600 a.C), de influência egípcia (e talvez síria) também antecede o arcaico.
39
Estátua de guerreiro, séc. VIII a.C Dama de Auxerre, 635 a.C
• Período Arcaico (600~500 a.C): também de bastante influência egípcia, esse período é representado pelas
esculturas denominadas kouros (jovem). Elas apresentam uma rigidez, falta de expressão facial e corporal,
além de pouca precisão anatômica (por vezes até mesmo equívocos). Esse período traz a inovação do
trabalho com o mármore.
• Período Severo (500~450 a.C): pouco falado nos círculos artísticos, é o período que intermedia os
períodos arcaico e clássico. Novos conhecimentos da anatomia humana e a efervescência cultural própria
de Atenas, contribuíram para o abandono progressivo dos kouros, próprio da mentalidade aristocrática
do período arcaico. Assim, começou a aparecer esculturas com movimentos e com uma maior suavidade,
diferente da antiga rigidez presente na mentalidade do período anterior.
40
• Período Clássico (450~323 a.C): traz uma série de inovações: leveza, naturalidade dos movimentos e o
contrapposto (o peso fica amparado em uma das pernas, deixando a posição mais natural e emergindo
uma anatomia mais bem definida). A anatomia está mais realista. O nu feminino, pela primeira vez, é
representado nas esculturas gregas, o que deriva, sobretudo, da grande influência cultural que Atenas
perpetuou no mundo helênico.
• Período Helenístico (323~33 a.C): é o período em que as esculturas gregas atingem seu ápice de
complexidade, tanto no que diz respeito às influências quanto ao aspecto de detalhista e perfeccionista
das obras. Todos os elementos do período anterior são aprimorados, atingindo-se alto detalhamento da
musculatura e das vestimentas (já se ensaiava a transparência das roupas), além de possuírem
movimentos extremamente complicados de serem feitos. As expressões faciais, diferentemente do
período clássica, são altamente trabalhadas, expressando muito bem uma gama de emoções. O jogo de
luz também foi implementado.
QUESTÕES
41
1. Devido à valorização do aspecto racional no mundo grego, não havia um ideal de beleza modelo para essa
civilização.
Certo ( ) Errado ( )
2. É no período clássico que as formas corporais das esculturas gregas atingem seu ápice.
Certo ( ) Errado ( )
3. As colunas coríntias são as mais sofisticadas e detalhadas da Grécia Antiga, o que restringiu a construção
destas aos ambientes externos, dado o grande valor.
Certo ( ) Errado ( )
4. Os corpos perfeitos e a fluidez dos movimentos das esculturas gregas sempre foram majoritárias nos períodos
históricos.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
3. E
4. E
COMENTÁRIOS
1. Na realidade, a jovialidade e corpos bem modelados faziam parte do ideal de beleza grego.
3. São de fato as mais requintadas, mas elas foram introduzidas em ambientes externos também.
4. Foi de fato mais predominante, mas no período arcaico predomina a rigidez e corpos menos trabalhados
anatomicamente.
ARTE ROMANA
42
*A arte romana se destacou no período que foi do século VIII a.C. ao século IV d.C. A arte da Roma Antiga foi
fortemente influenciada pela cultura e pelas crenças gregas. Um exemplo disso é a própria mitologia romana,
muito parecida com a mitologia grega. Mas apesar dessa aproximação, há diversas inonações e detalhes
distintos entre a arte das duas civilizações.
Pintura romana
Pouco restou das pinturas romanas e aquilo que se sabe vem de uma tragédia natural, a erupção do
vulcão Vesúvio (79 d.C), que soterrou afrescos tanto em Pompeia quanto em Herculano. As pinturas tinham,
como em outros campos da arte, uma forte influência grega, o que se traduziu nas técninas e na escolha dos
temas (muitas cópias eram feitas também). Devido à longínqua vida da Roma Antiga, diversos estilos foram
notados ao longo de sua história. Vejamos:
• 1º estilo: chamado de cantaria ou incrustação, que eram basicamente placas de revestimento (placas de
mármores, por exemplo) com técnicas de gesso pintado. Esses primeiro estilo era bem abstrato.
• 2º estilo: o arquitetônico, com pinturas de casas, paisagens e pessoas. O uso da perspectiva é maior.
• 3º estilo: começa uma valorização dos detalhes, além de trazer mais leveza. É mais livre e ornamentada
do que o estilo anterior.
43
• 4º estilo: cenário teatral, com uso de cores mais quentes e vivas, figuras mais animais e o uso da sombra,
além de mais elementos e requinte.
ARQUITETURA
Apesar de usaram bastante alguns elementos gregos, como a majestosidade e as colunas coríntias, os
romanos trouxeram algumas inovações técnicas e uma nova mentalidade para a arquitetura. A criação do arco
e da abóbada foram uma grande novidade, proporcionando a criação de construções ainda maiores e com uma
maior resistência. No que diz respeito à mentalidade, os romanos preocuparam-se com o caráter funcional e
prático de sua arquitetura. Houve, por isso, uma combinação harmônica entre a beleza e a utilidade nas mais
variadas edificações romanas, como: teatros, basílicas, templos religiosos, palácios, estradas e pontes que
interligaram as mais diversas regiões do império, facilitando o trânsito de pessoas e o tráfego de mercadorias
para outras regiões.
*O Coliseu é, sem dúvida, a construção arquitetônica mais popular da Roma Antiga, possui capacidade para
abrigar 50 mil espectadores e foi palco de espetáculos bizarros (como a morte de milhares de animais
simplesmente para “diversão” do povo e esbanjamento do governo) e lutas entre gladiadores (a famosa lógica
do pão e circo romano, comida e diversão para manter a população sob controle), além de ter sido até mesmo
inundado para abrigar uma batalha naval.
ESCULTURA
As esculturas romanas, embora possuam também uma estética muito similar à grega, se diferenciam em
alguns pontos fundamentais. Ao contrário da grega, que prezava por um ideal estético de beleza, os romanos
esculpiam a realidade, representando tanto na obra quanto no nome a personalidade ou uma característica
muito marcante da pessoa. Além disso, havia uma preferência temática dos romanos por retratar líderes cívicos
e militares, ao invés de uma maioria mitológica, como na Grécia Antiga. Outra preferência romana se tratava
pela criação de bustos, ao invés de corpos inteiros e cenas temáticas como faziam os gregos.
44
Catão, o velho, 80 a.C
QUESTÕES
Certo ( ) Errado ( )
2. Os gregos, acentuadamente mais do que os romanos, possuíam uma mentalidade voltada fortemente às
questões cíveis. Não é à toa que a maioiria das construções daqueles tinham um aspecto funcional e prático,
sendo geralmente locais destinados ao tratamento das questões públicas.
Certo ( ) Errado ( )
3. Os romanos tinham uma preferência por bustos e nestes retratavam alguma característica marcante da pessoa.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
3. C
45
COMENTÁRIOS
3. Exatamente. Essa atitude de detalhar uma característica marcante, independentemente de qual seja, era uma
das grandes distinções em relação aos gregos, que davam mais atenção ao belo, afastando as imperfeições das
personalidades.
ARTE MEDIEVAL
*Na Alta Idade Média os locais da vida cotidiana rodeavam em torno do feudo, que incluía o castelo, terras e a
floresta (de onde se retirava lenha e se caçava animais). Era uma vida mais reclusa, supersticiosa e rural. Vai do
século V ao X.
*Já na Baixa Idade Média os burgos apareceram, consistiam em grandes muralhas que cercavam uma cidade. É
aqui que surge a burguesia, que são aqueles que trabalham na dimensão mercantil da cidade e que, aos poucos,
também foram criando ofícios mais mecânicos (o que viria a se tornar mais tarde as indústrias). A baixa Idade
Média já propicia a volta para a lógica de vida centrada nas cidades, retomando uma vida mais pulsante. Período
que se estende do século XI ao XV.
• Arte bizantina: auge no século VI e se estende até o fim do Império Romano do Oriente (século XV).
• Arte românica: presente entre os séculos XI e XIII.
• Arte gótica: do século XII até o renascimento (século XV). Entretanto se reverberou em muitos outros
aspectos da vida humana.
ARTE BIZANTINA
*Roma foi dividida em: Império Romano do Oriente ou Império Bizantino e Império Romano do Ocidente.
*A arte bizantina teve influência greco-romana, além de incorporar muitos elementos da Síria e da Ásia Menor.
PINTURA E ESCULTURA
Esses dois elementos não foram aqueles que mais se destacaram na arte bizantina. As pinturas eram
feitas em afrescos nas paredes das igrejas e em pequenos painéis que ilustravam passagens da bíblia. As
esculturas são bem escassas, sem muito detalhes e trabalhadas, geralmente, em marfim.
46
OS MOSAICOS
Sem dúvida o que mais marcou a arte bizantina foram os mosaicos. Estes eram feitos com pedações de
pedras ou vidros sobre cimento fresco e ilustravam uma série de passagens bíblicos, além de figuras como
imperadores e personalidades religiosas. A função primordial dos mosaicos era educativa. Vale lembrar que
quase a totalidade das pessoas dessa época eram analfabetas. Sendo assim, as imagens ocuparam um papel
central na transmissão dos ensinamentos bíblicos, elas eram intuitivas e muito mais fácies/rápidas na assimilação.
As figuras eram representadas com corpos alongados (querendo trazer uma ideia de espiritualidade) e rígidos,
o movimento e a perspectiva eram quase nulos, e o dourado roubava a cena (trazendo a ideia de riqueza REVER).
Era visível erros anatômicos e uma desproporcionalidade corporal, fatores desencadeados, sobretudo, da repulsa
ao corpo e, consequente, desconhecimento do mesmo pela escassez de estudo dessa área (o corpo era fonte
de pecado).
*Entretanto a exibição de imagens associadas às figuras religiosas passou a ser objeto de crítica por parte de
alguns (mais especificamente cristãos do oriente). Esse movimento foi apelidado de iconoclasta, que em grego
significa “quebradores de imagens” e se consolidou por algum tempo (entre 730, através de atitudes do
imperador Leão III, até 787). O movimento iconófilo (adorador de imagens) voltou e as imagens passaram a fazer
parte da arte das igrejas novamente.
Mosaico bizantino em Santa Sofia, representando Maria e Jesus entre o imperador João II Comneno e a
imperatriz Irene.
*Veja que a própria família real acima é representada de forma santa, o que diversos fatos corroboram essa ideia,
demonstrando perversidades e questões muito mal resolvidas sobre esse círculo familiar.
*A aureola ou halo é um elemento muito presente em figuras religiosas tanto na arte bizantina quanto na
românica, demarcando o sagrado das personagens.
ARQUITETURA
As igrejas bizantinas são demarcadas por um elemento: as cúpulas. Estas ficavam na parte superior e
eram amparadas por uma série de arcos colunas (com capiteis e, muitas vezes, ornamentas com ouro, cuja
influência era grega). Entretanto vai além disso, apresentando obras enormes, bem decoradas, rígidas e robustas.
A Igreja de Santa Sofia é um dos maiores símbolos desse tipo de arquitetura.
47
Santa Sofia, Istambul, 537.
QUESTÕES
1. (2017/ AMEOSC - Prefeitura de Barra Bonita - Professor de Artes) Pode ser considerada a expressão
artística mais abrangente, característica e original desenvolvida pelo período artístico bizantino, principalmente
no reinado de Justiniano, devido a sua qualidade técnica, sua suntuosidade e temática:
a) Iluminuras.
b) Mosaicos.
c) Esculturas.
d) Vitrais.
2. (2016/ COSEAC - UFF - Universidade Federal Fluminense - Professor II - Área Artes) A arte esteve
predominantemente comprometida com o projeto de difusão e propaganda do cristianismo europeu. Durante
esse período, visto que a vasta maioria dos camponeses era iletrada, as artes visuais eram o principal método
para comunicar as ideias religiosas aos fiéis.
a) rupestre.
b) medieval.
c) renascentista.
d) naif.
e) religiosa.
48
3. (OMNI - Prefeitura de Anaurilandia - Prefeitura de Anaurilândia - Professor - Área: Artes) 2021/A arte
medieval foi constituída por três estilos diferentes: bizantino, romano e gótico. Sobre algumas características do
estilo bizantino assinale a alternativa INCORRETA.
a) Combinou a arte primordial cristã com a predileção grega oriental pela riqueza das cores e da decoração.
b) O mosaico foi uma forma de expressão artística fundamental.
c) Na escultura, destacou- se os trabalhos desenvolvidos com o marfim.
d) Nenhuma das alternativas.
GABARITO
1. b
2. b
3. d
COMENTÁRIOS
2. Os vitrais tinham muito essa função: pedagógica. Esse foi um recurso encontrado pela Igreja para catequizar
os fiéis, em sua maioria analfabetos.
ARTE ROMÂNICA
*A arte românica foi influenciada principalmente pelos romanos e germânicos, mas possuía influência, também,
dos bizantinos, armênios e islâmicos.
* As invasões bárbaras mudaram a mentalidade e fizeram com que as pessoas abandonassem os grandes núcleos
urbanos, cuja efervescência comercial era bem atrativa para os invasores. A arte românica se encaixa nessa
circunstância, sendo principalmente uma arte alocada em áreas rurais, fora dos centros urbanos.
PINTURA
49
As pinturas em afresco eram voltadas para a religiosidade e se encontravam justamente dentro das
construções religiosas, adornando igrejas e catedrais. Os temas eram religiosos e possuíam cores vivas e fortes.
Ainda se continuava a ideia da arte bizantina, trabalhando com a educação religiosa através de imagens. Dois
elementos eram básicos nas pinturas da arte românica:
• Deformação: para enfatizar a importância e magnitude de alguns personagens da mitologia cristão, como
Jesus, esse aparecia proporcionalmente maior do que os outros personagens da cena religiosa.
• Colorismo: cores vivas, sem meios-tons e uma despreocupação com os elementos de luz e sombra.
ILUMINURAS
50
ESCULTURA
*As esculturas românicas eram usadas para adornar os locais religiosos, principalmente o interior destes. A
temática era religiosa e trazia elementos como a centralidade e deformação de figuras consideras mais
importantes, fazendo-as ganhar destaque em relação as outras personalidades bíblicas/religiosas. A questão
anatômica continuava com desproporcionalidades e poucos detalhes, na maioria dos casos eram entalhadas nas
paredes das igrejas (denominados tímpanos). Apenas ao final do período é que as esculturas começam a ganhar
um pouco mais de detalhamento.
*Veja Jesus no centro ascendendo ao trono celestial, acompanhado dos fiéis que seguiam os dogmas da Igreja
e separados daqueles hereges (que sofriam as mazelas do inferno). Os tímpanos eram comuns nas igrejas e
serviam para controlar as massas.
ARQUITETURA
Se as igrejas bizantinas são marcadas pelas cúpulas, as igrejas românicas possuem as abóbodas como seu marco.
Lembra que as abóbodas eram bastante utilizadas pelos romanos, sendo uma das inovações quando
comparamos Roma Antiga à Grécia? Isso fala bastante da influência da arte românica. Assim, as abóbodas
substituem as cúpulas, além de trazer menos aberturas. Contudo o caráter mais horizontal e as paredes grossas
dão um caráter também bastante sólido para as igrejas românicas. Não é à toa que foram apelidadas de
“fortalezas de Deus”. Isso também em visto quando olhamos para a sua planta, que lembra muito o formato de
uma cruz. Há pouca adornação no interior dessas igrejas. Muito dessa escolha robusta e pouca adornação deriva
das diversas invasões que os povos do medievo sofreram dos bárbaros.
a) V-V-V
b) V-V-F.
c) V-F-F.
d) F-V-F.
e) Nenhuma das alternativas.
A arte conhecida como românica, desenvolveu-se na Europa medieval, entre os séculos XI e XIII. Sobre este estilo
artístico, é incorreto afirmar:
a) A pintura foi marcada por temas bíblicos, que frequentemente adornavam as paredes das igrejas.
b) Para transmitir os sentimentos religiosos, as figuras nem sempre eram produzidas nas proporções certas,
técnica chamada deformação.
c) Na arquitetura ficou conhecida pela horizontalidade, suas construções não eram muito altas, as vezes com a
utilização de abóbodas.
d) As pinturas se restringiam a pequenos quadros, dispensando o uso de afrescos ou a intensidade de cores
primárias.
GABARITO
1. b
2. d
52
COMENTÁRIOS
1. O erro está em dizer que as iluminuras retratavam a vida comum. Na realidade, traziam letras capitulares
ornamentadas com santos ou figuras religiosas.
2. Os afrescos eram a regra até então, juntamente com o uso de cores vivas.
ARTE GÓTICA
Para além dos rios Reno e Danúbio, os romanos se referiam aos povos como bárbaros (tal qual os gregos,
num tom pejorativo), demonstrando a não civilidade desses povos. Os bárbaros, no contexto de vida romano,
representavam os povos germânicos, como os Francos, Alamanos, Visigodos (godos do oeste), Ostrogodos
(godos do leste), Jutos, Anglos, Saxões, Vândalos, Hérulos, Suevos, etc. Esses povos desceram a fim de conquistar
o território romano, em procura de terras férteis e climas mais amenos além de fugirem dos ataques hunos. É
com os visigodos e ostrogodos que a arte gótica (dos godos) nasce, se misturando com as características de
outros povos, principalmente com a estética romana.
O período do gótico coincide com uma maior incorporação do paganismo ao mundo até então
hegemonicamente cristão. Isso se deveu, sobretudo, à época mais próspera no norte da Europa, principalmente
devido às boas colheitas da agricultura e retomada do comércio. É na Baixa Idade Média, período que começa
a dar indícios do retorno da efervescência das cidades (cujo expoente máximo será o renascimento mais tarde),
que o gótico nasce.
*Foi um estilo que se espalhou pelas eras e para diversas dimensões da vida humana, não ficando restrito
somente às igrejas ou ao campo religioso.
*O termo gótico só é cunhado na Itália do século XVI, por Giogio Vasari (fundador da história da arte).
ARQUITETURA
A arquitetura gótica (considerada por muitos umas das mais belas) surgiu através de lindas igrejas. Ela
foi uma união do estilo dos godos (povos germânicos bárbaros) com um pouco da arquitetura romana. Aliás, a
expressão arquitetura gótica era usada de forma pejorativa, principalmente por aqueles que viviam na região
que hoje corresponde à Itália (muito por estarem mais vinculados ao ideal romano e acharem que esse era o
modelo arquitetônico por excelência). Vejamos algumas características:
• As catedrais góticas são alongadas e muito altas, o verticalismo é sua marca, algo diferente da
horizontalidade as igrejas românicas. A leveza era notável também, além de uma menor espessura das
paredes que o estilo românico.
53
• Se propôs uma vertente diferente do caráter engessado e doutrinador pelo medo da arte românica
(visível nos tímpanos das igrejas, afrescos e outros elementos da arte românica), tentando representar o
triunfante, a ascensão da luz;
• A luz e a altura dessas construções representavam toda a magnitude do divino e a pequeneza humana
frente essa entidade;
• O peso das abóbodas era assentado em cima de colunas internas e duas estruturas externas (o
arcobotante e o contraforte). Todo esse sistema permitiu tanta altura e peso se assentarem em paredes
tão finas.
• Vejamos algumas estruturas notáveis das igrejas góticas:
- Arcobotante: apoia e reparte o peso.
- Contraforte: espécie de muro que, de certa forma, estende a grossura das paredes externas.
- Arco quebrado ou ogival: substituiu o arco de volta perfeita usado pelos românicos.
- Rosáceas: significam espiritualidade e ascensão ao sagrado. Também contam passagens sacras e estão
localizadas acima da porta central (dentre as três).
- Vitrais: bastante coloridos e ornamentados com passagens sacras (mas também com brasões,
fauna/flora, alegorias, etc.), tinham o papel de passagem de luz, iluminando a igreja em seu anterior e
dando uma sensação de espiritualidade
Arco ogival, veja que ele não se completa, Rosácea Norte da catedral de Notre Dame
*A Basílica de Saint Denis é considerada a primeira catedral em estilo gótico, data de 1144.
*Algumas igrejas românicas tinham rosáceas, mas ela só é elemento fundamental nas igrejas góticas.
ESCULTURAS
*Uma grande diferença do estilo gótico em relação ao românico é que aquele não se limitou a entalhar esculturas
em tímpanos, mas aproveitou diversos espaços da estrutura interna das igrejas, como ombreiras, arquivoltas,
nichos, pináculos, capitéis e colunas. Outras diferenças são maior naturalidade e realismo, as roupas passaram a
ceder à gravidade, os gestos passam a ter um teor mais sereno e convidativo (diferente do medo e dor das
esculturas dos períodos anteriores, o que deu à igreja um toma mais convidativo e de paz aos seus fiéis).
PINTURA
*A novidade desse período em relação aos anteriores é a introdução da pintura a óleo por Jav van Eyck (já
conhecida desde a Idade Antiga por chineses e indianos, mas popularizada só agora no ocidente). Isso permitiu
uma representação com um maior grau de detalhamento e coerência dos elementos que compunham a obra,
principalmente da anatomia corporal, tão desmedida anteriormente.
55
(Madona com anjos e profetas), Cimabue, Galleria degli Uffizi, Florença.
QUESTÕES
56
a) Arcobotante.
b) Arco ogival.
c) Arco romano.
d) Arco de aresta.
3. (FAUEL - Prefeitura - Prefeitura de Honório Serpa - Professor de Artes) A Idade Média, período que
historicamente convencionou-se datar entre os séculos V e XV, foi marcada pela influência da Igreja Católica em
todos os aspectos sociais europeus, inclusive na arte. Dois estilos, entre outros, marcaram a produção artística e
arquitetônica medieval. O primeiro prevaleceu durante a Alta Idade Média, entre os séculos XI e XIII. Tinha como
principal característica uma arquitetura de fortaleza, com castelos de paredes grossas e janelas pequenas,
voltadas para a defesa. As igrejas tinham visual igualmente pesado, resistentes contra as forças simbólicas do
mal. O segundo estilo (século XIII ao XV) se opunha ao seu antecessor e era marcado pela horizontalidade, o
desejo de “elevar aos céus” construções com arcos ogivais, paredes mais finas e imensos vitrais que tornavam
as igrejas mais iluminadas. A busca de realismo na pintura, em afrescos e iluminuras religiosos, anuncia a arte
renascentista.
a) Românico e Coríntio.
b) Jônico e Gótico Tardio.
c) Gótico Tardio e Românico.
d) Românico e Gótico.
57
5. (2020/FUNDATEC - Prefeitura de Santo Augusto - Professor - Área: Artes) O vitral foi um elemento
arquitetônico muito característico na arte do estilo:
a) Românico.
b) Bizantino.
c) Egípcio.
d) Gótico.
e) Barroco.
6. (2019/ AMEOSC - Prefeitura de São José do Cedro - Professor de Artes) Um dos estilos artísticos da idade
média foi o Gótico, que trouxe inovações em relação às tendências artísticas dominantes. Nas representações
escultóricas, por exemplo, pode identificar como mudanças:
a) Desvinculou da relação com a religião, o que explica a representação de elementos pagãos na escultura gótica.
b) O uso do mármore foi sua marca principal, no qual retratava a idealização do corpo humano, com grande
riqueza de detalhes.
c) Buscava-se marcar as expressões e sentimentos humanos nas obras, criando efeitos de movimento e do olhar.
d) Minimizou a tentativa de representar a realidade e criou novas percepções estéticas.
GABARITO
1. b
2. a
3. d
4. e
5. d
6. c
COMENTÁRIOS
1. Mesmo que você não soubesse de nada essa questão estaria fácil de ser interpretada, já que todas as
assertivas, com exceção da letra B, falam que essas estruturas são meramente superficiais.
2. A Veja a figura no início do capítulo.
3. Mas o examinador errou ao dizer que o estilo gótico era marcado pela horizontalidade, provavelmente se
confundiu com verticalidade.
58
4. Aparece conteúdo de música, que está correto. Mas mesmo que você não soubesse, poderia acertar a questão.
O estilo gótico foi além da arquitetura de igrejas, não estudamos justamente pinturas e esculturas? (construções,
música e outros elementos foram influenciados, até mesmo elementos contemporâneos).
5. Questão recente e muito simples!
6. Vejamos:
b) Riqueza de detalhes não faz partes das esculturas medievais. Apesar de ter tido um avanço na arte gótica é
difícil de falarmos em riqueza de detalhes.
c) Exatamente. Em relação aos períodos anteriores, o gótico incoporou certos sentimentos nas esculturas.
d) Não minimizou a tentativa de representar a realidade, mas se apoiou um pouco mais nessa do que os períodos
medievais anteriores.
ARTE NA MODERNIDADE
*Historicamente a Idade Moderna vai do ano de 1453 (com o fim do Império Romano do Oriente) até 1789 (com
a Revolução Francesa). Contudo iremos estender essa linha até a Arte Moderna (modernismo) e, só depois dele,
iniciar a arte contemporânea, através das linguagens contemporâneas. A Idade Contemporânea se inicia com a
Revolução Francesa, em 1789, e vai até os dias de hoje.
RENASCIMENTO
O Renascimento é entendido vem sendo entendido cada vez mais como um movimento de caráter
intelectual e cultural, em detrimento de um período, como muita das vezes é propagado. Foi um movimento
que costuma ser muito bem definido como uma contraposição ao pensamento medieval, ao modo de vida
feudal. Se o período é chamado de Renascimento, algo deve estar nascendo de algo que já morreu. E é
exatamente isso. Esse período foi uma retomada daquele modo greco-romano de pensar e se expressar artística
e cientificamente. A Renascença perdurou por cerca de 300 anos, entre os séculos XIV e XVII.
Aqueles que se aventuraram nesse movimento, cujo nascedouro foi na cidade de Florença, na Itália,
tinham noção de que houve essa lacuna de produção nesse tempo que os separava dos gregos e romanos. O
Renascimento, apesar de ter nascido na Itália, local muito propício em função da intimidade com Roma Antiga,
se difundiu também para outras regiões da Europa Ocidental, como França, Alemanha e Inglaterra.
Mas essa eferverscência não poderia ter eclodido sem certos pontos. Os autores costumam elencar
diversos impulsionantes, mas não podemos deixar de negligenciar dois deles: a reestruturação das cidades e o
fomento da família Médici. O crescimento das cidades no período da Baixa Idade Média retomou vários aspectos,
como o comércio, uma maior troca de informações entre os povos, a criação dos burgos. Não é à toa que o
Renascimento nasceu justamente no seio da burguesia das grandes cidades, que detinham uma grande força
comercial. Podemos citar além de Florença, Veneza, Milão, Gênova e Roma. Esse empreendimento não se deu
por parte de entes governamentais, mas por famílias burguesas que valorizavam esse espírito artístico, filosófico
e científico. A mais notória dessas famílias foram os Médici. Estes realizaram a prática do mecenato, o patrocínio
financeiro de artistas e pensadores, alimentando a cidade e o mundo com a retomada do espírito greco-romano.
59
A família Médici, residentes em Florença, investiu fortemente nesse labor. Estima-se que entre os anos de
1430 e 1480, os Médici tenham gasto cerca de meio bilhão de dólares nesses investimentos artísticos e
filosóficos. Esse empreendimento foi encabeçado, sobretudo, por Lourenço de Médici, o patrono mais famoso
do Renascimento. Mas vale lembrar que essas famílias que praticavam o mecenato não concentravam seus
esforços só no poder criativo dos artistas, havia também um trabalho em redescobrir os manuscritos filosóficos
históricos e científicos greco-romanos, além de todo o esplendor artístico produzido por estes.
Muito da lógica de renascimento dessa cultura já quase perdida, encontrava-se num elo íntimo com o
pensamento humanista. O humanismo foi uma guinada brusca de percepção de mundo, colocava o ser humano
como centro do mundo, reconhecendo que suas produções e da vida geral era determinada pela medida
humana. Foi um movimento intelectual que se manifestava na conduta ética, nas produções criativas humanas,
em suas aspirações e vivências. Certos pontos estavam no bojo do pensamento renascentista, podemos citar os
seguintes:
• Antropocentrismo: apesar do humanismo não se dissociar da religião (ele é mais uma reformulação do
que um abandono), houve um deslocamento de Deus como o centro para o homem (se o medievo tem
como marca a centralidade divina, o Renascimento reformula essa visão). Isto deriva da ideia de que a
humanidade é o cerne de suas próprias ações. O homem, enquanto suprema criação divina, deve ser
capaz de condutas autônomas.
• Racionalismo: a razão torna-se o ponto central da condução humana diante das coisas. O conhecimento
precisa da razão para ser solidificado.
• Cientificismo: as experiências científicas conduziam o homem na sua jornada de compreensão do
universo que o cerca.
• Classicismo: é a busca pela retomada e aplicação dos ideais contidos na Antiguidade Clássica, cujos
expoentes máximos eram tidos como os gregos e os romanos.
• A pintura e a escultura se tornam independentes, não sendo mais um detalhamento das grandiosidades
arquitetônicas, como o eram no período do medievo.
*Principais famílias que praticavam o mecenato: Médici; Sforza; Bórgias; Pazzi; Orsini; Della Rovere.
*Foi no extenso período do Renascimento que houve a criação da imprensa. Essa aparece nos primórdios da
Renascença, em 1430, a partir do invento do alemão Johannes Gutenberg. Essa máquina proporcionou uma
revolução tremenda, exponenciando de maneira inimaginável as traduções, livros e panfletos pelo mundo dos
letrados (lembremo-nos que a parcela de analfabetos era bem maior que 90% da população da época).
PINTURA
60
• Propagação da tinta à óleo: apesar de alguns artistas no período gótico terem feito uso da tinta à óleo
(como Jan van Eyck) e dessa técnica ser conhecida desde o século V por chineses e indianos, é só agora
que esse elemento se populariza de fato;
• Maior liberdade temática: através de mudanças culturais e do modo de vida, marcadas pela volta da
efervescência comercial e das cidades, uma maior liberdade toma conta do período. Isso fez com que as
pinturas renascentistas, apesar de possuírem elementos em comum de matematização, fossem um
pouco além da temática religiosa necessária do período medieval.
• Jogos de luz e sombra: o uso do claro-escuro se aperfeiçoou em relação aos períodos anteriores, dando
um maior realismo às obras.
*Os principais pintores do renascimento foram: Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti, Rafael Sanzi, Sandro
Botticelli e Donatello.
1490.
ESCULTURA
61
• Detalhamento das vestimentas, que superou a exploração dos tecidos por parte de alguns escultores
góticos;
• Esquemas de composição e geometrização acerca das estruturas corporais.
QUESTÕES
Nas primeiras décadas do século XV, nasceu na Itália um movimento artístico que resgatou as formas
características da arte clássica e introduziu na pintura a noção de perspectiva. Pregava a ressurreição consciente
do como a valorização passado do homem (humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural
cultuados na Idade Média. Dentre seus expoentes destacam-se Leonardo Da Vinci, Michelangelo e Rafael.
2. (2021/OMNI - Prefeitura de São Bento do Sul - Professor Anos Finais - Área: Artes – Habilitado)
O Renascimento artístico europeu centrado na Florença do século XIV e XV trouxe ao conhecimento artístico um
conjunto importante de inovações técnicas. Dentre elas, destaca-se:
a) Ideal humanista
b) Irracionalidade
c) Rigor científico
d) Dignidade do ser humano
e) Reutilização das artes grego-romana
A respeito da representação do espaço na arte renascentista por meio da perspectiva linear, analise as afirmativas
a seguir e assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) A perspectiva linear fornece um encaminhamento matemático para o problema da bidimensionalidade, em
um suporte plano.
( ) As linhas compositivas servem para guiar o pintor na representação verossímil dos elementos percebidos por
um observador fixo, à medida que se afastam do olhar do observador.
As afirmativas são, respectivamente,
a) F, V e F.
b) F, V e V.
c) V, F e F.
d) F, F e V.
e) V, V e F
63
5. Apesar de uma maior liberdade no renascimento, tanto a pintura quanto a escultura continuam subordinadas
à temática religiosa e à arquitetura.
GABARITO
1. d
2. c
3. b
4. b
5. E
COMENTÁRIOS
c) A perspectiva é aprimorada.
d) Apesar de se fazer uso de uma geometrização, própria da eclosão das ciências naturais e da matemática do
período, não havia o destaque ou procura pela abstração. Na realidade, a geometria era usada para matematizar
as formas e proporções corporais, dando um aspecto mais real à estrutura humana.
4. A perspectiva linear é um instrumental matemático que ajuda na composição tridimensional das pinturas
desse período, e não bidimensional.
64
MANEIRISMO
*Alguns críticos defendem a tese de que ele pode é um momento de transição entre o renascimento e o barroco,
outros entendem que é simplesmente um movimento de estilo próprio.
PINTURAS
65
Agnolo Bronzino: Alegoria do triunfo de Vênus, 1540-1545 Francesco Salviati: Retrato de jovem florentino,
c. 1546-1548.
ESCULTURAS
Pierre Franqueville: David vencedor de Golias, Mercúrio carregando Psiquê para o Olimpo, Adriaen,
1550 1593.
66
QUESTÕES
“Surgido na Europa no século XVI, foi um movimento em que a arte era produzida à maneira dos grandes
mestres do renascimento. Manifestando-se na pintura, na escultura e na arquitetura, ficou conhecido como estilo
italiano quinhentista.” Este movimento artístico denomina-se
a) barroco.
b) realismo.
c) românico.
d) maneirismo.
O maneirismo, em contradição ao projeto artístico fundado pelo classicismo resgatado na Renascença, traçou
um contraponto à perspectiva:
a) De promover arte nos meios aristocráticos, sem abarcar os conteúdos universais, sendo que o maneirismo
propõe isso através do choque e da profundidade de suas temáticas realistas.
b) Racionalista do período, por conta da obsessão por ordem e regras de proporção do classicismo, onde as
obras maneiristas eram excêntricas, não convencionais e contraditórias.
c) Formalista, que transformou a expressão e fruição artística em padrões de linguagem artística, fundamentado
em um todo de símbolos restritos à cultura do período, sem comunicação com contextos externos.
3. É unânime entre os críticos a ideia de que o maneirismo é uma espécie de reformulação do renascença e
movimento intermediário entre o barroco e a arte do renascimento.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
67
1. d
2. b
3. E
COMENTÁRIOS
1. Veja que a questão não fala como os grandes mestres do estilo italiano (renascimento), mas à maneira dos
mesmos (maneirismo).
3. Não é unânime, alguns entendem o maneirismo como um movimento de estilo próprio e não um
intermediário da suposta continuidade das artes classicista>maneirista>barroca.
BARROCO
*O barroco só pode ser entendido se entendermos o panorama histórico por trás do nascimento dele. A reforma
protestante colapsou a igreja católica em muitos aspectos, um deles era a condenação ao culto de imagens. A
conversão em massa para o protestantismo fez com que a igreja católica tivesse que reformular a sua bancada
propagandista, na medida em que a arte renascentista e o maneirismo já não eram tão atrativos. Era necessária
uma arte que capturasse o espírito da época e fosse exageradamente atrativa. Assim, o movimento de
contrarreforma por parte dos católicos incorporou a ideia de reformular a dimensão artística católica. O
interessante é notar a ambiguidade desse movimento, que banhado de apelo sensorial almejava aumentar os
adeptos de sua espiritualidade.
*O barroco é entendido por muitos não como um simples estilo artístico, mas como um novo modo
sociocultural, cuja tarefa era a de ter que lidar com uma mentalidade preenchida por elementos conflitantes,
marcado pelo par ciência e religião.
68
• Sinestesia estilística: mistura de sensações que são representadas numa só;
• Sentimental: as obras no barroco sempre possuem uma ou mais emoções de fundo;
• Encarnação dos opostos: no barroco vemos a exploração de elementos antagônicos simultaneamente,
dando ao observador sentimentos fortes e conflitantes acerca da obra (criando uma sensação de
identificação dos opostos). Por vezes esse aspecto é chamado de fusionismo, a alquimia dos contrários.
Isso é um fator que sempre permeou o ser humano em sua existência, ter de conviver com dimensões
conflitantes, consciente ou inconscientemente. Vejamos alguns desses elementos que parecem
paradoxais:
- Sagrado e profano;
- Luz e sombra;
- Antropocentrismo e teocentrismo;
- Racional e irracional;
- Destino e vontade;
- Cristianismo e paganismo;
- Pecado e perdão;
- Material e espiritual;
- Fé e razão;
- Juventude e velhice;
- Medieval e renascentista;
- Religião e secularismo;
- Castidade e prazer;
- Terreno e divino.
PINTURA
1599.
69
Lição de anatomia do Dr. Tulp, Rembrandt , 1632. Caravaggio: Crucificação de São Pedro,
1600-1601.
*Principais artistas: Velazquez (famoso por ser um dos grandes nomes que retomou a retratar a realidade assim
como ela é), OUTROS
*O barroco não ficou restrito ao cenário católico, sendo posteriormente incorporado ao protestantismo. Na
tentativa de explorar a fama do barroco católico, os protestantes incorporaram alguns elementos barrocos e
criaram a chamada natureza morta (que surgiu na Holanda e se propagou para outros países), cuja ideia era
retratar utensílios, flores, pratos, que simbolizassem a transitoriedade da vida. A temáticas se limitou a objetos
devido à mentalidade protestante de que o corpo são deveria ser retratado em imagens nem cultuado.
ESCULTURA
• Curvas acentuadas;
• Trabalho com um realismo fenomenal;
• O uso de expressões bem demarcadas;
• Sentimentos exagerados;
• Elementos simbólicos e alegóricos;
• Movimentos intensos;
70
• Feitas em mármore, por vezes ouro e com pedras decorativas.
71
ARQUITETURA
Basílica de São Pedro, Roma, 1626. Interior do Palácio de Versalhes, Paris, 1837.
QUESTÕES
Seu trabalho exerceu influência importante no Barroco, sendo considerado o primeiro grande representante
deste estilo. O pintor Caravaggio tomava emprestada a imagem de pessoas comuns das ruas de Roma para
72
retratar figuras bíblicas. O uso da sombra e luz é marcante em seus quadros, trazendo o observador para dentro
da cena. Os efeitos de iluminação criados por ele receberam o nome específico de:
a) sfumato.
b) grafismo.
c) tenebrismo.
d) fragmentação.
e) cangiante.
a) Renascimento.
b) Barroco.
c) Impressionismo.
d) Neoclassismo.
3. (2019/FUNDATEC - Prefeitura de Santa Rosa - Professor - Área: Artes) Uma importante característica da
arte barroca é:
Todo os elementos extravagantes presente na arte _____________ é reflexo dos conflitos dualistas entre o terreno
e o celestial, o homem (antropocentrismo) e Deus (teocentrismo), o pecado e o perdão, a religiosidade medieval
e o paganismo presente no período renascentista.
a) Barroca
b) Romântica
c) Realista
d) Surrealista
73
Trompe-l’oeil é uma técnica artística desenvolvida durante o período Barroco, muito utilizada pelos artistas. A
técnica em si já era conhecida pelos gregos e romanos. A técnica de Trompe-l’oeil consiste em criar
6. (2002/UFPB - Prefeitura de Campina Grande - Professor - Área: Educação Artística) Sobre a arte barroca
é correto afirmar que:
III. Realça os efeitos de luz e sombra, visando intensificar a sensação de profundidade, tanto na pintura quanto
na arquitetura.
GABARITO
1. c
2. b
3. c
4. a
5. b
6. e
74
COMENTÁRIOS
2. Veja que até mesmo a arquitetura se serve daquelas características gerais do barroco, o contraste é seu marco.
3. Vejamos:
c) Barroco é emoção.
e) Há nuances de liberdade, mas é um movimento até que coesa, que não teve um apelo marcante a essa
questão.
6. A expressão contorcida dos corpos, a temática de grandiosidade, o dualismo e o tenebrismo são algumas das
características do barroco.
ROCOCÓ
*Após a morte de Luís XIV, vários membros da corte entraram em contato com classes burguesas e financiadores.
Com a intenção de proteger artistas e de ganharem prestígio na sociedade, esses aristocratas passaram a pedir
quadros para artistas e porcelanas de uso doméstico. Assim, o Rococó nasce na França (aproximadamente 1730).
*Esses quadros retratavam a vida desses artistas e possuíam características que marcavam bem o que era a vida
aristocrática. Vejamos:
*O termo rococó forma da palavra francesa rocaille, que significa "concha", associado a certas fórmulas
decorativas e ornamentais como por exemplo a técnica de incrustação de conchas e pedaços de vidro, usados
na decoração de grutas artificiais. Foi muitas vezes alvo de apreciações estéticas pejorativas
*Para alguns historiadores é um estilo que durou entre 1720 a 1780, ficou vigoroso até o advento da reação
neoclássica, por volta de 1770, irradiou-se da França para o resto da Europa, principalmente na parte católica na
Alemanha, na Prússia e em Portugal.
PINTURA
76
Maria Antonieta, Elisabeth Vigée Le Brun, 1783.
*Na arquitetura e escultura, apesar de muitas influências do barroco, o rococó foi um movimento muito mais
suave e contido, com traços mais delicados e menos detalhados.
QUESTÕES
O estilo Rococó vem da palavra francesa rocaille, que significa concha. Este movimento artístico durou do início
ao fim do século XVIII e tinha como principais características o exagero na ornamentação e o afastamento dos
temas religiosos. Analise as sentenças a seguir:
I- Temas banais fizeram do Rococó um estilo superficial e fútil.
II- O Rococó, assim como o Barroco, surgiu na Itália.
III- Podemos destacar elementos mais rudes nas composições do Rococó.
IV- O estilo Rococó era conhecido por usar cores escuras, sombrias, revelando o espírito da época.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) As sentenças I e II estão corretas.
b) As sentenças I, II e IV estão corretas.
c) A sentença I está correta.
d) As sentenças I e III estão corretas.
2. (2019/FUNDATEC - Prefeitura de Novo Horizonte - Professor de Educação Básica - Área: Artes) Sobre
o estilo rococó, é correto afirmar que:
a) Foi caracterizado pela decoração pesada, naturalista, com intenso uso de luz e sombra.
b) Era marcado pelo uso de formas estilizadas, concentradas nos aspectos decorativos e motivos abstratos, como
curvas e arabescos.
77
c) Dava ênfase à natureza e à fantasia, expressando os sentimentos mais profundos do homem nas obras.
d) Expressava os hábitos e interesses da burguesia, com técnicas precisas e fazendo uso de materiais nobres
como o mármore.
e) Tinha suas obras voltadas mais a estilos decorativos, refletindo os valores de uma sociedade fútil.
GABARITO
1. c
2. e
COMENTÁRIOS
1. Vejamos:
2. Vejamos:
a) Era naturalista. Havia muita luz, com cores claras. Mas as sombras não eram tão exploradas.
c) De fato havia elementos naturais e o uso de uma “fantasia” (a visão não realista dos aristocratas, se
extrapolarmos a intepretação). Mas não haviam questões ou sentimentos profundos.
d) Apesar de os aristocratas terem mantido relações com os burgueses em toda essa questão do financiamento
dos artistas, as obras do rococó retratavam a vida dos membros da corte real e não dos burgueses.
NEOCLACISSISMO
*A História costuma se repetir, e os movimentos artísticos não escapam dessa lei. Se os clássicos greco-romanos
foram revividos no renascimento e perderam força ao longo dos anos, mais uma vez esse modelo é retomado,
dando início ao movimento neoclássico.
78
*A partir da 1780 o neoclassicismo surge na França, se espalhando para diversos países europeus e vigorando
até meados de 1830. Esse estilo surge em meio aos valores da burguesia, da Revolução Francesa e do Império
napoleônico. Não é à toa que Napoleão será um dos fomentadores dessa arte, pretendendo fazer da França um
local tão fecundo e glorioso quanto o mundo greco-romano. Jacques-Louis David, um pintor democrata francês,
inicia essa tendência, se inspirado nos clássicos para fortalecer o novo espírito insurgente francês. As escavações
em Pompeia e Herculano foram fatores que alimentaram a “imitação” greco-romana, sendo grandes contributos
para o espalhar dessa mania pela Europa.
*A diferença do renascimento é que agora o neoclassicismo será muito mais histórico e político do que religioso.
*A carga do termo neoclassicismo tinha um tom irônico e pejorativo, por ser fortemente baseado no mundo
greco-romano.
79
A Coroação de Napoleão, Jacques-Louis David, 1807. Napoleão I no trono imperial,
QUESTÕES
1. O neoclassicismo é apenas mais uma retomada dos clássicos, tendo um vazio de implementações novas.
Certo ( ) Errado ( )
2. Uma das distinções do neoclassicismo em relação ao renascimento, é a diminuição daquele em relação a este
no que diz respeito aos temas religiosos.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
80
1. E
2. C
COMENTÁRIOS
1. Longe disso, a harmonização das cores e as grandes captações históricas são dois elementos centrais desse
movimento.
ROMANTISMO
*A partir do começo do século XVIII o iluminismo iniciou uma mentalidade que favoreceria uma série de grandes
acontecimentos no meio do mesmo século, que mudariam a feição do mundo no campo sócio-político e cultural.
Exemplo disso é a Revolução Industrial, a independência estadunidense e a Revolução Francesa. O iluminismo e
as revoluções criaram toda uma nova mentalidade, que foi representada pelo romantismo, que capturou o
espírito dessa época, perdurando dos anos finais do século XVIII até grande parte do século XIX. Além de inserido
nesse contexto de revoluções e banhado por ideais iluministas, o romantismo sofreu também a influência do
movimento alemão Strürm und Drang (Tempestade e Ímpeto), cuja natureza e os sentimentos eram as bases.
• Idealização de diversos elementos, como a pátria gloriosa, a mulher virgem e temas heroicos;
• Exaltação da natureza e do sentimento de aventura. Não é à toa que a temática do naufrágio foi bastante
explorada, algo que captura bem esses dois elementos;
• Revivalismo, sentimento que fez reviver diversos aspectos da Idade Média, colocando esse período em
pé de igualdade com o mundo greco-romano clássico. Isso se deveu ao fato de que foi no medievo que
a delimitação das nações do período tinha se dado;
• A consequência do revivalismo foi o culto dos ideais nacionalistas;
• Revoltas sociais e lutas nacionalistas foram grandes temáticas;
• Apreço pela arqueologia. É nesse período que expedições francesas descobrem o mundo egípcio,
criando na Europa o que foi visto mais tarde como um frenesi egípcio;
• Individualismo, o mundo era muitas vezes centrado pela perspectiva do indivíduo;
• Subjetivismo, que se afastando de uma objetividade de mundo, põe o artista como criador;
• Dinamismo e agitação são elementos recuperados do barroco;
• Costumes populares e elementos exóticos de outros povos também foram incorporados no romantismo;
81
• Fatos históricos despertaram maior interesse pelos artistas do que os temas mitológicos e religiosos do
neoclassicismo;
• Uso de contrastes fortes, que proporcionam dramaticidade. Não como no barroco, mas de maneira mais
detida;
• A luz, ocasionalmente, focalizava um elemento ou mais em específico, destacando-o (s).
• Linhas movimentadas oblíquas e diagonais compunham as cenas;
• Utilização de tinta a óleo e aquarela.
*Vários autores costumam dizer que tanto o romantismo quanto o neoclassicismo buscam o ideal sublime,
idealizando a realidade. A diferença é que este faz objetivando o mundo enquanto aquele subjetivando-o. Mais
tarde o realismo irá justamente negar essas duas vertentes, olhando para o mundo através de uma perspectiva
real, crua.
Delacroix: A Liberdade guiando o povo, 1830. William Turner: O incêndio no Parlamento, 1835.
82
QUESTÕES
1. A idealização da mulher e temas como a pátria e o heroísmo histórico são elementos do romantismo.
Certo ( ) Errado ( )
2. O romantismo esteve pautado com uma mentalidade visionário, olhando-se para o futuro, o que dispensa
qualquer tipo de revivalismo.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
COMENTÁRIOS
1. Exatamente.
2. O romantismo tinha obras que marcavam certo momento e expressavam uma ideia futura ideal e que
desejava-se perdurar, como os ideais franceses da revolução, contudo houve simultaneamten uma retomada de
elementos medievais, que se baseava, sobretudo, na formação dos Estados-nações.
REALISMO
*Surgiu nas últimas décadas do século XIX (1850~1900) e predominou na França, se espalhando também para
outros países europeus. Foi um movimento de reação às visões idealizadas próprias tanto do neoclassicismo
quanto do romantismo. A ideia era retomar a artificialidade dos mundos artísticos criados pelos movimentos
83
anteriores e retratar a vida tal qual ela é, se servindo da vida comum e dos problemas reais da classe média e
baixa europeia.
• Realidade e objetividade;
• Demonstração de injustiças e da vida como ela é nas classes mais baixas da sociedade;
• Ideia de que o real é o belo;
• Pintura da vida camponesa e dos afazeres domésticos;
• O rude e a “feiura” são expostos sem maquiagens;
• A arte se manifesta a favor dos oprimidos;
*O naturalismo vai ser a expressão exagerada do realismo, mas dando mais ênfase para a vida campesina do
que para a vida em cidades. Veja:
84
Os fabricantes de feno, Jules Bastien-Lepage, 1877. Monarcas Caídos, William Bliss Baker, 1886.
QUESTÕES
1. O realismo se deteve apenas nos elementos da vida campesina e dos afazeres domésticos das classes
economicamente mais baixas.
Certo ( ) Errado ( )
2. O realismo foi um movimento de aversão aos ideais de beleza greco-romanos, retomados principalmente
pelo romantismo.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
COMENTÁRIOS
85
1. Foi de fato um dos nortes do realismo, mas a pintura foi mais ampla, representando paisagens naturais
também.
2. De fato, o realismo veio na contramão do ideal de beleza greco-romano, mas o movimento principal que
expressou isso mais imediatamente antes do realismo foi o neoclassicismo e não o romantismo.
IMPRESSIONISMO
*O impressionismo foi um movimento artístico que nasceu no século XIX e mudou os rumos da pintura, sendo
fator para o surgimento de outras tendências mais tarde, como o modernismo europeu. Não foi aceito de
imediato pelas correntes em voga, neoclassicismo, realismo e romantismo, por justamente quebrar com os
padrões técnicos estabelecidos. Tanto que a primeira vez que o impressionismo se mostrou ao público, em abril
de 1874, o feedback foi bastante cruel. O impressionismo trazia uma pincelada mais solta, o que dava uma
impressão de movimento, cor e luz muito diferente do realismo das três correntes que vigoravam na época.
• As cores devem ser obtidas não pela mistura entre elas, mas devem ser alcançadas pelas pinceladas
(manchas). As cores devem ser puras;
• O trabalho de composição das cores é feito através do olhar de quem vê e não mais da mistura de cores;
• Os contrastes são obtidos através de cores complementares, saindo um pouco do clássico uso do preto
e do cinza para se criar sombras e contrastes;
• Adotava-se maior espontaneidade nas obras e menos metodismo;
• Os pintores se dedicavam ao estudo exaustivo da luz, tentando entender como que esse elemento incide
sobre as diferentes tonalidades. A transição da luz nos ambientes era estudada à exaustão, fazendo com
que os artistas criassem várias obras até se chegar na derradeira. Aliás, franceses positivistas estudavam
na época justamente a percepção e a teoria das cores, o que foi de grande contributo para os
impressionistas;
• Os artistas fogem dos contornos nítidos, trazendo mais a ideia quase que de esboço às obras;
• Em resumo: as formas e as cores eram resultados da deformação da luz sobre a tela e da relação desta
com o observador;
• Apesar de se dedicarem muito ao estudo e pintura de locais abertos, há alguns artistas cujas obras são
predominantemente em espaços interno, como é o caso de Edgar Degas.
Impressão, nascer do Sol, Claude Monet, 1872 Mulheres no jardim, Monet de 1866
86
O Baile no Moulin de la Galette, Renoir, 1876. A Bolsa de Algodão, Edgar Degas, 1873.
*A palavra impressionismo derivou justamente da famosa obra de Monet acima, expoente central da primeira
exposição tão criticada na época.
*As obras de Renoir são muito semelhantes à obra acima, essa felicidade e sintonia social era o momento vivido,
que ficou mais tarde apelidado de Belle Époque (1871~1914, interrompido pelo estopim da 1º Guerra Mundial).
*Degas preferiu explorar em como a luz se comportava em ambientes fechados, fazendo uma série de obras
que retratavam esses espaços.
QUESTÕES
a) O impressionismo foi uma tendência artística francesa com ênfase na pintura que ocorreu no momento da
chamada "Belle Époque" (1871-1914).
b) Essa vertente teve um papel muito importante para a renovação da arte do século XX, sendo a grande
propulsora das chamadas vanguardas europeias.
c) O termo "Impressionismo" é fruto da crítica a uma obra de Claude Monet, "Impressão, nascer do sol", de 1872.
d) Nenhuma das alternativas.
[1] Os pintores da arte impressionista costumavam produzir suas telas ao ar livre. A intenção era capturar as
tonalidades que os objetos refletiam segundo a iluminação solar em determinados momentos do dia.[2] Esse
movimento foi um divisor de águas para a pintura. Seus artistas não se prendiam aos ensinamentos do realismo
87
acadêmico. No entanto, foram influenciados pelas correntes positivistas da segunda metade do século XIX, as
quais primavam pela precisão e o realismo.
GABARITO
1. d
2. c
COMENTÁRIOS
1. Apesar de não ter sido palatável ao gosto da época, mais tarde o impressionismo provou o seu valor e
influenciou uma série de outros movimentos, principalmente aqueles vanguardistas.
2. Não era regra estudar e produzir ao ar livre, mas a maioria se detinha a esses espaços devido à alta
luminosidade (Edgar Degas é uma das exceções). E de fato os impressionistas foram influenciados pelos estudos
das cores que faziam os positivistas, mas a maneira de pintar destes, muito realista e precisa, se destoava das
técnicas e mentalidade usadas pelos impressionistas.
PONTILISMO
*O pontilhismo foi criado no França do século XIX, por Georges Seurat e Paul Signac. O seu nome foi dado mais
tarde e tinha um objetivo pejorativo, a fim de ridicularizar a técnica dos artistas desse movimento.
*Pode também ser chamado de divisionismo ou cromuluminismo (que designa o trabalho com cores e luz) e é
por muitos entendido como parte do período pós-impressionista ou neoimpressionista, por ocorrer depois do
impressionismo e guardar muita semelhança com ele.
88
*Muitos entendem o pontilhismo como um movimento que embarcou na ideia impressionista, se apropriando
de alguns elementos e dando um toque diferenciado em relação a ele. Se o impressionismo era marcado pelo
estudo das cores e da luz, com o pontilhismo não será diferente. O que destoa ambos é que as pequenas
pinceladas do impressionismo foram reduzidas a pontos ou manchas fragmentárias. E se o impressionismo tinha
uma maior liberdade para ser espontâneo, o fato da técnica pontilhista ser mais minimalista (com pontos) fez
com que esse movimento não pudesse ser tão espontâneo, prezando um pouco mais pela composição mais
meticulosa e científica. As cores também não eram alcançadas pela mistura das cores simplesmente, mas pela
proximidade entre elas e pelo trabalho dos olhos de quem a observava. Apesar de ter se usado muito de pinturas
exteriores, que apresentavam maior incidência de luz, esse aspecto não é regra (assim como no impressionismo).
QUESTÕES
1. (QUADRX/SEDF/2018/ Artes) O pontilhismo foi uma técnica desenvolvida a partir do fauvismo, mais focado
no uso de cores intensas e de formatos planos.
Certo ( ) Errado ( )
Os resultados das decisões compositivas determinam o objetivo e o significado da manifestação visual e têm
fortes implicações com relação ao que é recebido pelo espectador.
O pontilhismo, técnica apresentada na Figura 1, é definido pela representação de imagens por pontos ou
fragmentos.
Certo ( ) Errado ( )
89
GABARITO
1. E
2. C
COMENTÁRIOS
1. Na realidade, tem influência impressionista; as cores intensas não são uma regra, mas são bem presentes, já
que a falta de pontos intensos pode por não criar contraste ou até mesmo presença suficiente para que o visual
se forme; e o formato plano não é comum, na medida em que os artistas exploravam bastante o uso da
perspectiva.
2. Veja que a questão além de ter falado em pontos usou a expressão fragmentos. Fragmento é a parte de um
todo e os pontos podem ser considerados a parte de uma pincelada. Muitos candidatos erraram essa questão
por desconfiarem desse termo. Tenha em mente que o CESPE e outras bancas podem se servir de termos
genéricos, que só pretendem trazer uma ideia acerca de algo, como os pedaços/fragmentos que constituem
uma obra pontilhista.
SIMBOLISMO
*O simbolismo foi todo um movimento artístico e literário que surgiu no final do século XIX na França. Veio
influenciado por pelo misticismo e pela metafísica, se apresentando como força antagônica do realismo,
naturalismo e positivismo.
*Waterhouse é um pré-rafaelita com diversos elementos do simbolismo. Em arte temos que ficar atento a isso,
há artistas que se encaixam em vários movimentos, principalmente artistas que estão situados em época com
tantas tendências em voga.
QUESTÕES
1. (CESGRANRIO - 2010 - Prefeitura de Salvador - BA - Professor - Artes Plásticas) A Arte pode estar imersa
na realidade, como expressaram Delacroix e Courbert. Pode, também, ser modo de fuga, conforme as obras de
91
Rousseau e Miró. As expressões artísticas desses expoentes da História da Arte referem-se, respectivamente, aos
seguintes movimentos artísticos:
2. Pela natureza da subjetividade do simbolismo, os artistas desse período se identificavam na contramão dos
idealistas.
] Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. a
2. C
COMENTÁRIOS
1. Já vimos alguns desses artistas. Mas a ideia aqui é entender a questão como oposição. Dessa maneira, mesmo
que você não se recorde a que movimento pertence cada artista, você poderia acertar a questão. Veja que o
examinador disse que o primeiro par diz respeito à realidade, já o outro par se trata de fuga da realidade.
Somente a letra A marca essa oposição real e irreal.
ART NOUVEAU
*Tendência que vigeu entre os anos de 1880 e 1920 (Belle Époque), sendo um desejo de acompanhar as
novidades e invenções da sociedade industrial. Nasceu na Bélgica, fora dos círculos comuns dos movimentos
que já vimos. Mas acabou se espalhando para diversos outros pontos da Europa, ganhando, por vezes, um nome
92
próprio em cada país, todos traduzindo o caráter de novidade e liberdade dessa nova arte. Assim, foi chamado
de Jugendstil (Estilo Jovem) na Alemanha, Modernistas na Espanha, Sezessionstil (Secessão Vienense) na Áustria,
Stile Liberty (Estilo Liberdade) na Itália ou Style Moderne (Estilo Moderno) na França.
• Se afastava da inspiração nos clássicos, que tinham ressurgido desde o renascimento, rejeitando o
historicismo;
• Buscava a originalidade;
• Estava associado ao artesanato e ao design, aparecendo em diversos suportes e meios, como: móveis,
anúncios, pequenos espaços públicos, luminárias, painéis, tecidos, joias e acessórios.
• Fazia bastante uso do tema floral e, por vezes, aquático;
• As cores amarelo, dourado, verde e laranja predominavam;
• Possuía traços delicados;
• Tinha um aspecto industrial;
• Era bastante ornamentada e fazia o uso de mosaicos;
• Se explorava curvas irregulares e angulares;
• O sentido de ascensão, de baixo para cima, sugere movimento e leveza;
• Teve influência das artes japonesa, rococó, barroca, e até mesmo da astrologia.
93
Sarah Bernhardt, Mucha, 1896. Clarabóia no Palácio da Música Catalã, Lluis
Alfons Maria Mucha foi um dos artistas que mais produziram essas belas imagens no movimento.
QUESTÕES
1. (FMP Concursos - 2012 - PROCEMPA – Designer) O Art Nouveau, movimento estético que surgiu por volta
de 1900, teve grande desenvolvimento em vários países, particularmente na Bélgica. Nasceu da corrente Artes e
Ofícios, porém seus expoentes estavam muito mais dispostos a aceitar a produção em massa. Embora se
inspirassem no passado, compartilhavam um entusiasmo pelo futuro, fazendo com que se diferenciassem dos
movimentos precedentes. (TAMBINI, Michael. 1997). A partir do texto acima, é correto afirmar que são
características dos produtos do Art Nouveau formas
94
Nesta obra Klimt utilizou pequenas áreas de cor e tinta feita de ouro para esconder o corpo da modelo,
formando uma espécie de manto que deixa visível apenas o rosto, os ombros e as mãos. Estes desenhos
que se repetem como em um mosaico nas obras de Klimt acompanham as tendências do movimento:
a) Art Déco.
b) Futurismo.
c) Art Nouveau.
d) Neoclassicismo.
GABARITO
1. c
2. d
COMENTÁRIOS
1. Vejamos:
b) Particularmente achei essa questão dificílima! De fato, havia o uso de temas aquáticos. Mas as cornucópias
não eram usadas . Mas o que é cornucópia? É um elemento pagão usado em rituais ou simplesmente algo com
95
formato análogo ao de chifres. Já que a art nouveau rejeitava o historicismo não fazia sentido incorporar
elementos históricos. Por outro lado, não vemos formatos de chifres nesse estilo.
c) Rejeitava-se o historicismo. Apesar de estar em elementos que possuíam funções específicas (como em
objetos), não é uma arte propriamente funcional (como vemos na Bauhaus).
d) Exatamente.
e) Apesar de sofrer cultura oriental, não deriva de lá. Não possui ziguezagues.
2. Apesar dessa obra ser simbolista, o examinador só quis dizer que a obra possui estruturas análogas a art
nouveau.
PÓS-IMPRESSIONISMO
*O pós-impressionismo é tido como o auge do impressionismo, não no sentido qualitativo (sabemos que esse
julgamento é difícil de ser feito em arte), mas no sentido de que após esse período a maneira impressionista de
pintar foi perdendo força entre os artistas. Aliás, devemos lembrar que o contributo impressionista fomentou as
vanguardas, que, por sua vez, vieram como a novidade, ofuscando outras tendências anteriores.
*O pós-impressionismo abarca o período entre a última exposição impressionista, em 1886, até o começo do
século XX, quando surge as vanguardas europeias.
*Os pós-impressionistas não tinham uma união entre si, marcado por um movimento. Além do mais, nenhum
deles, assim como os impressionistas, foram bem aceitos pela arte clássica.
• As cores vivas e puras continuavam sendo usadas. Contudo as cores não mais eram necessariamente
idênticas as dos objetos reais, dando ao artista um maior teor de subjetividade em suas obras;
• Um estilo mais geometrizado foi adotado, o que aliás fez com que se resultasse mais tarde em
movimentos vanguardistas como o cubismo;
• Alguns deram mais valor aos contornos, deixando-os mais nítidos;
• Perde um pouco a perspectiva se comparado com o impressionismo;
• Diferentemente de um estudo exaustivo das transições da luz num mesmo ambiente (característica
comum do impressionismo), os pós-impressionistas preferiram se dedicar a criar obras únicas e perenes.
Autorretrato, Vincent van Gogh, 1887 A Noite Estrelada, Vincent van Gogh, 1889
96
O Cão Vermelho, Gauguin, 1892. Os Jogadores de Cartas, Paul Cézane, 1892.
QUESTÕES
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
Certo ( ) Errado ( )
97
GABARITO
1. b
2. C
COMENTÁRIOS
1. Vejamos as incorretas:
II – O barroco realmente está relacionado a uma época opulente (luxuosa), na qual a igreja perdeu (parcialmente
seu poder), e reviveu temas da história antiga (mas de forma mitológica e religiosa). Ordem não faze parte do
barroco, que busca contrastar e trazer cenas, por vezes caóticas. Solenidade até que pode ser entendida como
presente em algumas obras barrocas, que tinham um caráter oficial, o ápice de um acontecimento, mas não era
regra.
MODERNISMO
*Os artistas das vanguardas, para além de serem críticos da arte tradicional, propuseram estilos alternativos e
inovadores para acabar com a competição com a fotografia. Não fazia sentido esse competir num
escalonamento com a fotografia, que simplesmente captava o real. Era precisa inovar através do estilo, buscar
novos modos de expressão.
*O modernismo não foi um movimento coeso em muitos casos, podendo ser entendido como um conjunto de
tendências estilísticas que buscavam romper com a arte tradicional. Essas vanguardas ditaram bastante os rumos
da arte e ampliaram a concepção do que é de fato arte, abrindo um cenário amplo para movimentos bastante
fora da curva que viriam a seguir, como o abstracionismo, a arte conceitual, as instalações de arte moderna e
outras tendências diferenciadas.
*É difícil datarmos com exatidão quando se iniciou os movimentos vanguardistas, até porque a depender da
escala interpretativa poderíamos dizer que nas duas últimas décadas do século XIX havia uma série de pinturas
que já anunciavam esse espírito, podendo, inclusive, serem consideradas do movimento modernista
(estilisticamente, não historicamente). Mas fato é que essas tendências insurgem de fato já nos anos inicias do
98
século XX. O berço dessas vanguardas foi um cenário conturbado, foi aparecendo antes, durante e depois da
Primeira Grande Guerra.
*A França era, de certa maneira, o centro artístico do mundo, mas não foi de lá que todas as vanguardas surgiram.
EXPRESSIONISMO
*Surgiu na Alemanha do século XX, apesar de já no século XIX terem sido feitas obras desse movimento. Tanto
o expressionismo quanto o fauvismo propuseram um combate ao impressionismo, que focava demais na
experiência sensorial. A ideia era trazer uma arte mais expressiva, que colocasse o humano em voga novamente.
• Retrata as emoções e angústias humanas, principalmente devido as guerras e mazelas humanas no início
do século;
• Linhas fortes e, por vezes, grosseiras;
• Foge do equilíbrio, da regularidade das formas e cores;
• Os personagens das obras costumam encarar o observador ou algum elemento da obra, como se
quisessem expressar sua angústia interna;
• Utilizava cores, ocasionalmente, arbitrárias;
• Uso de formas e expressões que causam dramaticidade.
Cinco Mulheres na Rua, Ernest Ludwig, 1914. Fränzi perante uma cadeira talhada, Ernst Ludwig, 1910.
99
FAUVISMO
*Começa no ano de 1901, mas só ganha reconhecimento de movimento artístico no ano de 1905. É nesse mesmo
ano que ganha sua denominação, onde o conservador artístico Louis Vauxcelles, no Salão de Outono de Paris,
comparou os artistas desse movimento a feras (fauves). Apesar do nome, os fauvistas pregavam temas mais
puros e serenos, sem temas perturbadores.
100
CUBISMO
*O quadro As Senhoritas de Avignon, do artista espanhol Picasso, datado de 1907 é entendido como o marco
inicial do cubismo. Apesar dessa inauguração, uma série de elementos cubistas já eram vistos em várias das
obras de Paul Cézanne, como Os Fundamentos do Castelo Negro (1904), Monte São Vitória (1904), Carreira de
Bibémus (1895) e Monte São Vitória visto da Carreira de Bibémus (1897).
*Há ainda outras características, mas que são mais interessantes de serem expostas em relação aos dois tipos
da arte cubista:
• Cubismo analítico: a obra é desestruturada em todos os seus elementos e os planos são sobrepostos
simultaneamente. Isso resulta num difícil reconhecimento das figuras.
• Cubismo sintético: foi uma reação a destruição das estruturas do cubismo analítico. Retomando, assim,
a possibilidade de reconhecimento das figuras.
Guernica, Picasso, 1937. Continue a vida com uma guitarra, Juan Gris, 1913.
101
FUTURISMO
*Seu germe se dá com a publicação do Manifesto Futurista no jornal parisiense Le Figaro, em 1909, escrito pelo
italiano Filipo Tommasio. Apesar de captar o espírito de época, marcado pelo dinamismo, possuía também um
caráter violento, com exaltação da guerra (chamada até mesmo de a única higiene do mundo) e violência. Esse
foi um dos pontos mais criticados desse movimento, já que a íntegra dos 12 tópicos do manifesto só falava em
aspectos violentos. Não é à toa que muitos associam esse movimento com a colaboração da ascensão fascista
e nazista.
*Características do futurismo:
Dinamismo de um automóvel, Luigi Russolo, 1913. Velocidade de um automóvel, Giacomo balla, 1913.
Carga dos Lanceiros, Umberto Boccioni, 1915. Arranha-céus e túneis, Fortunato Depero, 1930.
DADAISMO
*Durante a Primeira Guerra Mundial, em 1916, nasce o dadaísmo. A Suíça, por ter se mantido neutra na guerra,
foi um local fecundo para o desabrochar de artistas dadaístas, pois lá se concentrava artistas de diversos países
da Europa (principalmente franceses e alemães) que se exilaram.
102
• Negava a limitação racionalista e academicista;
• Teve relações com anarquistas, já que estes defendiam a ausência de qualquer tipo de poder (regra);
• Propunha a combinação de elementos ao acaso, sem uma intencionalidade ou harmonia.
Imperador Ubu, Max Ernst, 1923. Roda de Bicicleta, Marcel Duchamp, 1913.
SURREALISMO
*O simbolismo é o movimento de vanguarda que aproveitou a fecundidade dos estudos da mente feitos por
Freud no começo do século XX. O Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em outubro de 1924,
marcou o nascimento do surrealismo. O documento trazia a vontade de restauração dos sentimentos humanos
e de seus instintos como carros-chefes da expressão artística.
• Temas que trabalhavam as dimensões do imaginário, de figuras simbólicas, dos sonhos e das
profundezas da psique humana (inconsciente e subconsciente) eram comuns;
• Havia uma maior harmonia entre cores e formas, se compararmos com os outros movimentos de
vanguarda;
• Ilusões de ótica e os estados da alma/mente também eram representados;
103
• A profundidade dos temas extrapolava a razão, que trabalha mais detidamente no patamar da
consciência;
• Experimentação das fronteiras entre o controle da razão e a perda desta, trazendo à tona o instintivo.
A Persistência da Memória, Salvador Dali, 1931. Cisnes Refletindo, Salvador Dali, 1937.
*A ideia é colocar ambos os movimentos juntos para que as diferenças entre eles fiquem mais evidentes, na
medida em que algumas pessoas acabam confundindo os movimentos entre si ou os colocando como
sinônimos.
ABSTRACIONIMO GEOMÉTRICO/FORMAL
104
• As técnicas usadas são mais contidas e a ideia é criar formas mais duras, que não expressam sentimentos
ou pensamentos;
• Não há realidade aqui;
• As cores são mais primárias e não parecem ter sido escolhidas meticulosamente.
ABSTRACIONISMO SENSÍVEL/INFORMAL
Composição VIII, Kandinsky, 1923. O Destino dos Animais, Franz Marc, 1913.
*Alguns autores costumam colocar Pollock no abstracionismo sensível, mas prefiro entendê-lo como um
expressionista abstrato. Aliás, você pode ver algum examinador colocando o abstracionismo sensível ou informal
como sinônimo de expressionismo abstrato. A rigor não são sinônimos. O abstracionismo sensível/formal parte
da abstração e a faz de maneira sensível, expressando sentimentos. Já o expressionismo abstrato parte da
expressão, com movimentos espontâneos e energéticos, para criar formas abstratas. De onde parte cada estilo
105
e a intenção dele é única. O abstracionismo sensível/informal é pensado meticulosamente, as cores são
compostas com intencionalidade mais detida. A espontaneidade é marca do expressionismo abstrato.
*Tendo isso em mente, vejamos sobre o expressionismo abstrato/Action Painting/pintura de ação gestual:
BAUHAUS
*A Bauhaus foi um movimento nascido na Alemanha, de influência dos construtivistas e dos futuristas, que ditou
e muito a arquitetura mundial e os rumos da arte alemão no período. Seu nome significa Casa da Construção e
por vezes o movimento é chamado de construtivismo alemão. É considerada a primeira escola de design do
mundo. Fundada em Weimar (por Walter Gropius) como uma escola estatal em 1919, depois foi transferida para
Dessau e Berlim. Sofreu uma série de ameaças do governo e foi perseguida por anos, por acusações de
comunismo e de rebeldia à mentalidade governista. Por fim, acabou sendo fechada em 1933 pelo governo
nazista.
106
Cadeira no estilo Bauhaus. Sede da Bauhaus, Dessau, Alemanha.
QUESTÕES
Certo ( ) Errado ( )
3. (2019 FUNDATEC - Prefeitura de Novo Horizonte - Professor de Educação Básica - Área: Artes)
Renúncia à perspectiva, utilizando inicialmente cores fechadas, decomposição de objetos em planos ilusórios,
fragmentação ou geometrização, são características do movimento artístico conhecido como:
a) Futurismo.
b) Cubismo.
c) Abstracionismo.
d) Dadaísmo.
e) Suprematismo.
Um dos artistas que mais representa a arte estadunidense é Jackson Pollock. Interessado pelo automatismo
psíquico do surrealismo, Pollock elabora a metodologia de seu trabalho como um ritual, que o mantém numa
condição de excitação constante, quase de um lúcido delírio (ARGAN, 1992, p. 681). Em que período da arte
norte-americana o artista está inserido?
a) Expressionismo-dadaísta
b) Expressionismo-figurativo.
c) Expressionismo-surrealista.
d) Expressionismo-abstrato.
As vanguardas europeias foram movimentos artísticos, ocorridos na Europa durante o século XX, que
apresentavam como principais características a oposição ao academicismo. Cubismo, Expressionismo, Futurismo,
Dadaísmo e Surrealismo são alguns desses movimentos. No que diz respeito às características desses
movimentos, é correto afirmar que
A) o Expressionismo faz a exaltação da máquina e da velocidade, além do elogio da técnica e da ciência. Seu
manifesto foi escrito pelo poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti.
B) o Cubismo não aceita o projeto de arte como imitação da natureza e não trabalha com as noções de
perspectiva e modelagem. Cubos, volumes e planos geométricos entrecortados reconstroem formas em vários
ângulos nas telas.
C) o Surrealismo mobiliza um imaginário de símbolos religiosos, de imagens da natureza, de fantasias oníricas,
de figuras femininas, dos temas da doença e da morte.
D) o Dadaísmo é uma das formas do maneirismo que passa a ser pensada como um desdobramento crítico do
Renascimento.
GABARITO
1. E
108
2. C
3. b
4. e
5. d
6. b
7. b
COMENTÁRIOS
1. Lembra que já vimos esses três aspectos? Realismo objetivo quer dizer que aquilo que vemos numa arte é
simplesmente aquilo que quer dizer, o que vemos e o significado são idênticos, uma cadeira não passa de uma
cadeira. O conteúdo simbólico é aquilo que se sente, o que aquilo representa simbolicamente para cada sujeito.
Já o conteúdo formal é a estética, uma composição visual que leva em conta uma série de dimensões de análise,
é um trabalho investigativo, que envolve muita pesquisa e estudo. A obra referida é cheia de simbolismo e pede
uma análise mais detida (formal), não podemos dizer que essa obra (ou qualquer outra) é simplesmente dotada
de conteúdo objetivo.
3. Geometrização de objetos é cubismo. A renúncia à perspectiva, a rigor, não é total, mas apenas parcial.
6. Contudo discordo do gabarito. Quando se fala que o cubismo não trabalha com a noção de perspectiva, o
examinador se equivocou. O cubismo não trabalha com as noções tradicionais de perspectiva, mas ela é visível
em diversas obras dessa vanguarda.
ARTE CONTEMPORÂNEA
*A arte contemporânea, no geral, está muito mais ligada à ideia de arte conceitual do que com a preocupação
da criação de um guia formal (de um estilo). A linguagem contemporânea é mais ligada ao conceito, enquanto
que a linguagem moderna (principalmente da arte moderna/modernismo) busca uma forma, um estilo visual
novo a ser criado.
109
HIPER REALISMO
*Se o realismo pode te enganar, parecendo ser real. O hiper-realismo nem sequer pode ser distinguido da
realidade. Por vezes essas obras de arte superam até mesmo a fotografia de alta resolução. E se o realismo
majoritariamente possui temas da realidade social das classes menos favorecidas, o hiper-realismo não possui
essa prerrogativa.
*Esse movimento nasceu aproximadamente em 1968, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, se
estendendo ao longo dos anos e perdurando até os dias atuais.
*Pode ser chamado de hiper-realismo ou super-realismo. Foi usado pela primeira vez numa exposição
encabeçada pela belga Isy Brachot, em 1973.
*Por ser uma arte muito técnica é por vezes criticada. Mas apesar da dificuldade, muitos artistas se utilizam de
recursos facilitadores (como moldes ou projetores de slides) e, por vezes, também são criticados por isso, já que
essa arte aparentemente técnica não é puramente técnica, utiliza-se de atalhos. Por outro lado, para muitos
esses atalhos são simplesmente uma economia de tempo, não quer dizer que o artista não conseguiria fazer os
traçados ou outros elementos de uma escultura, por exemplo, mas simplesmente que ele não quer perder tempo
nisso. Pois existem coisas mais difíceis e mais técnicas, principalmente no que diz respeito à colorização das
obras ou a modelagem, no caso das esculturas.
Untitled (New York), Yigal Ozeri, 2019. Mulher e criança, Sam Jinks, 2010.
110
QUESTÕES
1. Artistas hiper-realistas não trabalham com o auxílio de instrumentos que facilitam seu trabalho, até porque
há um consenso de que a técnica do artista deve ser o único norte de suas obras.
Certo ( ) Errado ( )
2. O hiper-realismo, assim como o realismo, tem a característica de trabalhar temas que contemplem a vida das
classes mais baixas economicamente falando.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
COMENTÁRIOS
1. Na realidade, uma série de artistas se servem de auxílios, muitos deles fazem tal para economizar tempo.
2. Apesar do nome realismo ser comum a ambos, já que trazem a realidade, o hiper-realismo é mais uma questão
de técnica realista do que de temas realistas, podendo se servir de quaisquer temas em suas obras.
MINIMALISMO
111
*Pode ser entendido como um movimento bastante abrangente, presente nos mais diversos campos artísticos.
Desde o começo do século XX diversas tendências influenciaram e foram em certo sentido “minimalistas”, como
é o caso de algumas obras abstracionistas, do construtivismo russo e da escola Bauhaus (construtivismo alemão).
*Entretanto o ápice desses movimentos ocorreu nos Estados Unidos após o expressionismo abstrato, em meados
da década de 1960. Foi um contraponto a este último, tentando resgatar a redução formal dos elementos que
compõem uma obra ou objeto.
*O movimento propriamente dito surgiu de artistas como como Sol LeWitt, Donald Judd , Robert Smithson e
Frank Stella, apesar de se estender até os dias atuais em diversos campos do saber, fora do círculo artístico. Aliás,
o minimalismo se incorporou bastante às linguagens contemporâneas, estando cada vez mais associado às
chamadas instalações.
*Características:
QUESTÕES
1. O minimalismo apesar de ter fortes influências da Bauhaus, não se supriu com elementos do abstracionismo.
Certo ( ) Errado ( )
2. O minimalismo é caracterizado por buscar evidenciar as obras pelos elementos mínimos que a compõem,
fazendo uso, sobretudo, de linhas curvas e instalações.
Certo ( ) Errado ( )
112
GABARITO
1. E
2. E
COMENTÁRIOS
2. De fato o minimalismo é uma redução dos objetos e fez uso de instalações, mas as linhas retas é que são
predominantes.
POP ART
*Surge na década de 1950 no Reino Unido e ganha mais consistência nos Estados Unidos por volta de 1960. A
primeira vez que usaram o termo foi em 1954 pelo crítico inglês Lawrence Alloway, que se referiu a arte popular
(Popular Art) que estava sendo feita em diversos meios, como nos quadrinhos, na publicidade, em revistas, non
cinema e em desenhos industriais.
*Assim, foi retomado o caráter figurativo, que tinha se ofuscado desde a conquista abstracionista pós 2ª Guerra
Mundial. Isso ocorreu devido principalmente ao boom dos bens de consumo, fazendo essa arte se expandir mais
ainda.
113
Latas de Sopa Campbell, Pintura de Andy Warhol, 1962. Moça Chorando, Roy Lichtenstein, 1963.
PRINCIPAIS ARTISTAS
QUESTÕES
Certo ( ) Errado ( )
2. A repetição de elementos era uma das características da Pop Art, que acompanhava uma noção de
diagonalidade.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
114
COMENTÁRIOS
1. Assertiva triplamente errada. A Pop Art surge na década de 60, é acrítica e se serve dos elementos da
sociedade de consumo.
2. A repetição é uma característica marcante, mas a Pop Art fazia uso da frontalidade.
OP ART
*Op Art vem de Optical Art e significa Arte Ótica. O termo foi usado primeiramente pelo artista Donald Judd,
que revisou pinturas óticas feitas por Julian Stanczack, apesar de já existir esse tipo de arte desde meados da
década de 50. Contudo a expressão só ficou popular quando usada pela revista Time, em 1964.
*O auge do movimento foi no ano seguinte à publicação do Time, em 1965, através da exposição The Responsive
Eye (O Olho que Responde), no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. 123 obras foram expostas, consagrando
diversos nomes desse estilo.
• A exploração das falhas e características do olho humano para criar ilusões de ótica e sensações distintas
como: impressão de movimento, distância, deformação ou ideias de claro/escuro;
• O observador é mais uma vez colocado como expoente importante da obra, uma vez que sua estrutura
fisiológica tem um papel fundamental na interpretação da obra;
• As cores, perspectiva e formas voltam também a ser bastante exploradas, já que necessárias para se criar
a sensação de ilusão de ótica.
115
QUESTÕES
1. A Op Art faz uso de falhas do aparato ótico humano, fazendo com que o sujeito seja inerte frente a obra.
Certo ( ) Errado ( )
2. O uso das cores (alternantes ou aleatórias) e da repetição/quebra de padrões são elementos que podem
expressar o que é a Op Art.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. C
COMENTÁRIOS
2. Exatamente. Veja que a primeira obra faz uso da alternância de cores e de padrões de perspectiva, até que a
perspectiva é quebrada em certo ponto, dando a sensação de profundidade.
INSTALAÇÃO
*A partir daqui veremos vários movimentos que costumam ser chamados de linguagens contemporâneas, que
formam um movimento único.
*Embora o termo instalação (krafts) no meio artístico tenha começado a se difundir a partir da década de 1960,
alguns artistas já tinham trago propostas que anunciavam certos elementos presentes nas instalações, exemplo
disso é Marcel Duchamp.
116
• Costumam ter uma proposta sensitiva mais ampla, extrapolando o domínio puramente visual do
observador, como sensações: táteis, auditivas, térmicas, olfativas, etc;
• Há dois tipos quanto à temporalidade: as efêmeras (que são criadas apenas para um momento e local
específico) e aquelas que são montadas e desmontadas, levando a instalação para diversos locais;
• É uma arte que busca romper com a ideia rígida de que arte é somente enquadramento, tela;
• Pode mesclar uma série de técnicas e suportes artísticos, abrindo margem para a criatividade;
• O observador pode ser chamado de experimentador, possuindo um papel mais ativo na relação com a
obra;
• Não são obras colecionáveis, na qual podemos tomar posse, mas obras vivenciáveis;
• Muitas obras possuem a característica de ser impactante, o que não é regra, mas é algo bastante
presente.
QUESTÕES
1. Relações sensitivas mais amplas e o uso do espaço-tempo demarcam bem o que é uma instalação.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
117
1. C
2. C
COMENTÁRIOS
1. Instalações se propõe serem além do visual, além de fazerem o uso do espaço e do conceito de temporalidade,
já que podem ser efêmeras (únicas) ou mais estendidas (perdurando no tempo e sendo alocadas em diversos
espaços diferentes).
2. Se em quadros, onde o foco é a dimensão visual, o público é chamado de sujeito ativo; nas instalações a ideia
é que o público seja experimentador, relacionando-se com a obra a partir das diversas sensações humanas.
LAND ART
*Land Art ou Earth Art diz respeito a arte em que o objeto principal é o terreno natural, é a partir desse que a
arte é criada. Surgiu na década de 1960 em contraposição à arte abstrata e ao minimalismo, arte cheia de aspecto
industrial e, por vezes, muito afastada de questões ligadas ao meio ambiente. O conceito toma corpo de fato a
partir da exposição de Dwan Gallery, em 1968.
118
QUESTÕES
1. (CESPE/SEDF/2017)
Richard Long (1945). Uma linha feita pela caminhada, 1967, fotografia,
impressão de gelatina de prata sobre papel, 37,5 cm × 32,4 cm,
Tate Gallery, Londres. Internet: <www.tate.org.uk>.
Ao criar uma linha no solo em Uma linha feita pela caminhada, calcada por seu próprio caminhar, Richard Long,
integrante da Land Art, transforma as relações entre arte e natureza, alargando os sentidos do papel da arte e
do artista frente ao meio ambiente.
Certo ( ) Errado ( )
2. A Land Art sempre traz de forma evidente a questão do cuidado do ser humano com a natureza.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. C
2. E
119
COMENTÁRIOS
1. Veja que certas questões, como essa, não cobram uma interpretação profunda acerca da obra, que talvez só
quem a conhecesse de fato poderia afirmar. O que aparece aqui é uma conceitualização genérica. Algo muito
recorrente em questões que trazem elementos ou movimentos pouco conhecidos, como é o caso da Land Art..
Essa obra é uma relação homem-natureza e de fato alarga o papel do artista diante do meio ambiente.
2. Apesar de essa ser uma possibilidade essa relação com a natureza, não é uma lei da Land Art o cuidado para
com essa.
ARTE POVERA
*Surge na Itália na década de 1960 e ganha força na década seguinte. A expressão foi cunhada pelo curador e
crítico italiano Germano Celant e significa “arte pobre”. Alguns a colocam como uma arte de vanguarda, pelo
caráter de novidade que trouxe.
120
Vênus dos Trapos, Michelangelo Oliviero, 1967 Trappola, Pino Pascali, 1968
*É bom nos atentarmos para uma demarcação precisa desse movimento. A rigor a arte povera se refere as
décadas de 60 e 70. Apesar disso, há movimentos e artistas atuais que se assemelham muito a esse tipo de arte,
por vezes quase se identificando. O brasileiro Vik Muniz (bastante conhecido pela série Lixo Extraordinário) não
é um caso de artistas da arte povera, pois apesar de guardar muitas semelhanças com essa arte, não é
pertencente temporalmente a esse movimento.
QUESTÕES
1. A semelhança do contraste barroco, a arte povera pode se servir de elementos entendidos culturalmente
como “antagonistas”, como o luxo e o lixo.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. C
2. C
COMENTÁRIOS
2. Exatamente.
121
ARTE CONCEITUAL
*Seu início se dá na década de 1960 e 1970.O termo criou fama a partir do escrito de Henry Flynt, em 1961,
quando referenciava atividades do Grupo Fluxus.
• Traz a ideia de que o conceito por detrás das obras é mais importante do que o apelo visual ou sensível
que as obras trazem;
• Contra o formalismo, busca não perseguir um estilo dominante, mas abrir as margens de sua arte;
• Marcel Duchamp é por vezes referenciado como o percussor desse movimento;
• Se utiliza da ironia e da crítica, tanto da sociedade de consumo quanto da própria arte e outros temas;
• Pretende explorar o limite da arte, nos fazendo questionar “o que é arte?”;
• Explora a ideia (ao máximo) de que a arte é feita para a mente, e não só para os olhos;
QUESTÕES
1. A arte conceitual, apesar do nome, necessita de objetos para ser implementada, já que estes são o centro
desse tipo de arte.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
122
GABARITO
1. E
2. C
COMENTÁRIOS
1. Na realidade o campo visual não é o centro desse tipo de arte, mas sim os conceitos. Outro detalhe é que, a
rigor, a arte conceitual prescinde até mesmo de objetos. Mas isso é objeto de discussão, não sendo um caráter
unânime entre os próprios artistas do movimento.
2. Exatamente!
INTERVENÇÃO URBANA
*É uma arte bastante ampla, que abarca uma série de espécies, como performances, grafite, cartazes,
modificações gerais nos espaços urbanos, etc. O que reúne todas essas diferentes maneiras de expressão é que
são feitas nos espaços públicos, sendo acessíveis às pessoas que por ali transitam.
*Principais características:
• Quebram com a ideia de que a arte deve estar em galerias ou museus, na realidade ela deve ser um
objeto que vai a público, que faz parte da vida das pessoas;
• Muitas dessas intervenções possuem um caráter mais crítico, chamativo ou até mesmo que causa
perplexidade;
• Os sujeitos são mais ativos aqui;
• O Brasil é um dos grandes expoentes desse tipo de arte, tendo diversos nomes de referência,
principalmente no grafite;
• Geralmente está associada a questões mais sociais e políticas (por vezes conhecida como uma arte
rebelde), que de fato fazem sentido para o contexto do público geral, diferente de alguns movimentos
que só fazem sentido para uma parcela da elite.
123
Banksy, Neve 2018. Ossário, Alexandre Órion, 2006.
QUESTÕES
A Figura 4 é o registro de uma intervenção urbana do artista paulista Alexandre Orion. Este exemplo pode ser
articulado à concepção de cidade educadora segundo a qual a arte se insere na Pedagogia da Cidade (GADOTTI,
2002). Essa pedagogia implica
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. d
2. E
3. E
COMENTÁRIOS
1. Vejamos:
a) Pedagogia da cidade é a representação artística mais ligada ao espaço público, por isso a alternativa está
errada.
b) Não se quer delimita fronteiras com essa pedagogia, mas eliminar essas barreiras culturalmente criadas.
c) Espaços que já estão legitimados não são o foco, mas sim aqueles espaços marginais, periféricos.
d) Exatamente. O espaço urbano, em sua diversidade, é um espaço fecundo para a cultura. A cultura deve estar
acessível aos olhos do público.
2. Na realidade, essas obras costumam ser bastante críticas e é justamente pela criticidade que ela sofreu revelias
ao longo da história.
125
CRYPTO ART
*É uma nova maneira de se fazer arte e uma nova proposta ao mercado de arte digital. Decidi colocar na apostila
devido a grande repercussão que a crypto art teve no último ano, sobretudo diante do cenário de pandemia.
*O que é a crypto art? Antes de responder essa pergunta, vamos falar do cenário da arte digital atualmente. A
arte digital sempre teve um problema atrelado a ela na internet, as cópias. Um quadro original simplesmente
pode ser guardado, tem toda uma averiguação de que ele de fato é original e é mais difícil de se falsificar. A arte
digital não tem essa vantagem, uma pessoa pode simplesmente tirar uma foto de uma imagem digital ou dar
uma captura de tela (screenshoot) e ter uma imagem idêntica à original. A crypto art surgiu justamente para
tentar resolver esse cenário. Criou-se uma cadeia de códigos para legitimar que certa imagem é de fato a original,
cada obra digital terá uma chave/código único, assegurando o artista e o comprador.
*NFT quer dizer non fungible token ou token não fungível. Tem um selo único criptografado que assegura que
uma obra digital, seja ela qual for (jogo, música, gif, vídeo, imagem) é de fato a original.
*O interessante é que esse tipo de arte pode ser uma caixinha de surpresas, abrindo uma série de possibilidades.
Pode haver um recurso numa imagem que vai abrir em dado momento daqui há anos; pode haver alguma frase
surpresa escondida; há até mesmo imagens vendidas por um preço consideravelmente baixo (10 reais vamos
supor) que pode conter um prêmio maior (algo parecido com uma rifa).
*Mas essa nova modalide artística não se limita só a imagens, gifs, músicas e vídeos também fazem parte.
*Os benefícios podem ser grandes para artistas, além de ser um mercado a mais em potencial, artistas que antes
sofriam problemas de pirataria com suas imagens circulando pela internet, agora podem vender peças autênticas
e únicas, dando a segurança para o usuário de que aquela obra em específico é a original.
*Os artistas que vendem crypto art é que o artista mantém o direito autoral e ganha royalties em cada uma das
vendas da obra de arte. Por exemplo: a venda inicial dará x valor ao artista; se o comprador decidir vender mais
tarde essa obra, y% dessa nova venda irá para o autor da obra.
*Só para se ter uma ideia da magnitude desse mercado, até 25 de agosto de 2021: $791,681,479.59 ou quase 1
trilhão de dólares de artes digitais asseguradas pela criptografia NFT foram vendidas. Cerca de 984,464 obras
foram vendidas. Tudo isso somente no principal articulador de crypto art, o CryptoArt.io.
QUESTÕES
1. As pessoas que vendem arte digital não possui nenhuma ferramenta de amparado para suas vendas, estando
sempre sujeitas à pirataria e a dificuldade de se comprovar a autenticidade de suas obras.
Certo ( ) Errado ( )
126
2. Uma vez vendida a obra, aquele que fez a obra digital não mais ganah lucros em cima da obra, o que faz das
crypto art um mercado nada atrativo.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
COMENTÁRIOS
1. Na realidade, isso era um cenário comum há alguns anos, diversas ferramentas como a certificação digital
asseguravam a autenticidade das obras e, mais recentemente, a crypto art veio para consolidar de vez a
segurança daquele que vende obras digitais no mercado.
2. Pelo contrário, há uma porcentagem fixa de ganho em cada uma das transações feitas de uma obra vendida
como crypto art.
MISSÃO FRANCESA
A comitiva real portuguesa chega ao Brasil em 1808, devido a uma invasão a Portugal por parte de
Napoleão Bonaparte. É nesse contexto que ocorre a transferência do poder de Portugal para o Brasil. O rei
português, Dom João VI, decide trazer mais bagagem cultural para o Brasil, o que ocorre a partir de 1814
(momento em que Napoleão perde o poder e é exilado), com a contratação de artistas franceses que temiam
uma represália do novo governo francês (que exilou napoleão).
Assim, em 1816 é fundada a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, mesmo ano em que chega a chamada
Missão Artística Francesa. Esta era chefiada por Jacques Le Breton, que conduzia anteriormente a Academia
Francesa de Belas Artes, que tinha uma proposta de ofícios mecânicos. Diversos artistas vieram junto, como
Jean-Baptiste Debret, Pedro Dellon, Nicolas-Antoine Taunay, Auguste-Marie Taunay, Auguste-Henri-Victor
127
Grandjean de Montigny, Charles-Simon Pradier, François Ovide, Charles-Henri Levasseur, Louis Meunié e
François Bonrepos. Os franceses dessa missão tinham uma forte influência neoclássica, buscando mais uma
retomada dos padrões greco-romanos e pautada no Renascimento.
*Debret é o nome mais conhecido, sendo responsável por uma série de pinturas da realidade brasileira, tanto
da alta quanto da baixa classe econômica, principalmente do Rio de Janeiro do século XIX. Tanto é que esse
artista possui inúmeras imagens contidas nos livros didáticos de Artes e História, retratando diversos aspectos
da vida da época.
Nesse primeiro momento a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios não fazia distinção quanto aos campos
do saber, as ciências naturais, conhecimentos mais mecânicos e a própria arte eram matérias que andavam
juntas. A ideia era primeiramente criar um corpo de atuação e um norte pedagógico, que, juntamente com o
ideal neoclassicista, seriam as bases da arte brasileira.
A escola passa por mais dois nomes muito rapidamente (Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura
e Arquitetura Civil e, em seguida, Academia de Artes), até que, em 1826 ganha o nome de Academia Imperial de
Belas Artes. Mudanças mais efetivas se deram a partir do decreto de 1831, onde a academia passava a se dedicar
exclusivamente às artes. A divisão consistia em pintura histórica, pintura de paisagem, arquitetura e escultura
(desenho, anatomia e fisiologia eram as disciplinas complementares).
*Pedro Américo e Victor Meireles foram grandes nomes da pintura histórica que servia ao Império. A ideia era
dar ao país uma identidade própria.
Após o enfrentamento de crises (amenizadas pelo golpe da maioridade), o Império se apaziga e investe
em instituições educacionais e artísticas. Em 1855 a academia passa a ter 5 especializações: arquitetura, escultura,
pintura, ciências acessórias e música. A partir desse período o Brasil passa a se industrializar, e a Academia
Imperial de Belas Artes absorve um pouco desse espírito de época, passando a se preocupar com a arte aplicada
à indústria (o tecnicismo começa a se moldar um pouco aqui, ainda no Brasil Imperial). A lógica da Academia
Imperial de Belas Artes foi disseminada até mesmo para as escolas secundárias, onde predominava a cópia de
retratos de figuras importantes, de santos, e até mesmo de paisagens que não a nossa, tudo seguindo o modelo
europeu. Um bom artista era aquele que conseguia copiar obras europeias e fazer suas próprias como as
europeias.
*Após o fim do Império, em 1890, o Brasil República modifica os estatutos e altera o nome da academia para
Escola Nacional de Belas Artes.
128
MODERNISMO
O Teatro Municipal de São Paulo foi palco da Semana de Arte Moderna entre os dias 13 e 17 de fevereiro
de 1922, que buscava romper com a arte acadêmica ainda vigente da Missão Francesa, com o parnasianismo
(na literatura) e simbolismo. O ano era bastante oportuno para isso, sendo o centenário da Independência do
Brasil, evento que não criou propriamente uma arte brasileira, mas baseada em cópias do modelo
europeu. A época também era muito fortuita, os horrores da Primeira Guerra Mundial (1914~1918) tinham
acabado de assolar o mundo e havia uma necessidade de expressão artística desses eventos. Assim, além da
Exposição de Arte Moderna de Anita Malfatti de 1917, que foi crucial para encabeçar o movimento, também
tivemos uma crítica dura feita por Monteiro Lobato à Anita, essencial para que a artista se sentisse ainda mais
destinada à implantação da Arte Moderna no Brasil.
A Semana de Arte de 1922 tinha como norte criar uma nova condução de arte no Brasil, agora a
caminhos não preestabelecidos e importados do modelo europeu, mas num caminho próprio (mesmo que
não tenha tido um norte comum artístico, a ideia de quebrar o status artística vigente era algo comum). Ainda
assim foi sinônimo de crítica por alguns, já que nessa condução autônoma acabou por incorporar vários
dos elementos que circundavam a Europa, sobretudo no que tange as vanguardas. Contudo isso era uma
condição a qual vários artistas do movimento estavam cientes, tanto que Oswald de Andrade em seu
Manifesto Antropofágico diz que deveríamos devorar a cultura do outro e incorporá-la a nossa.
A Semana de 22 foi um divisor de águas da Arte brasileira, mas apesar de ter sido um movimento que
repercutiu em vários locais do país e em várias dimensões humanas, como artes visuais, cênicas, musicais,
além da própria literatura e cinema, foi um movimento predominantemente paulista e urbano. Isso se deveu
ao fato de que São Paulo foi o centro da industrialização brasileira e da migração de estrangeiros (temas
que vemos em várias das obras da Semana de 22).
Cerca de 100 obras estavam expostas diariamente para o público (que em grande parte teve uma
relutância quanto às obras) e três sessões lítero-musicais noturnas foram feitas. Assim, alguns nomes célebres
da arte brasileira participaram para impulsionar o movimento, como Graça Aranha, Oswald de Andrade,
Menotti del Picchia, Ronald de Carvalho, Mario de Andrade, Anita Malfatti, Heitor Villa-Lobos, Victor Brecheret,
Di Cavalcanti e Guiomar Novais. A participação desses artistas foi essencial para moldar uma opinião pública
mais amistosa a respeito desse movimento, apesar de não conseguir apagar a grande mancha crítica que o
público deixou, mas apenas minimizá-la fracamente. O mesmo se deu com a crítica especializada, que não
abraçou bem o movimento.
*Essa é a chamada Primeira Geração do Modernismo Brasileiro, contudo essa divisão é geralmente mais usada
no campo da literatura.
*Principais artistas: Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade (1890-1954), Graça Aranha (1868-1931),
Victor Brecheret (1894-1955), Anita Malfatti (1889-1964), Menotti Del Picchia (1892-1988), Ronald de Carvalho
(1893-1935), Guilherme de Almeida (1890-1969), Sérgio Milliet (1898-1966), Heitor Villa-Lobos (1887-1959),
Tácito de Almeida (1889-1940), Di Cavalcanti (1897- 1976), Guiomar Novaes (1894-1979), entre outros.
129
*Tarsila do Amaral não participou da Semana de Arte Moderna (1922), já que estava na França. Contudo a artista
pertence ao movimento modernista, fazendo obras logo após a Semana de 22 e sendo considerada uma peça-
chave do movimento.
*Abaporu (1928), de Tarsila do Amaral, é o arquétipo do brasileiro. Ao Sol e aos espinhos mantém sua feição
plena ao habituar-se com sua condição, qual seja: ser designado para a exploração do trabalho braço em função
de sua força, representado pelos braços enormes. O domínio intelectual não é de sua alçada, sua cabeça pequena
não o favorece.
130
*Operários (1933), também de Tarsila do Amaral, estampa os degraus de construção de nossa sociedade. Um
povo que, apesar de multi, pois de rosto indefinido, é constituinte vital de um mesmo processo: o trabalho. O
foco é uno, não há relações, troca de olhares, estão imersos na dimensão fabril. Essa obra retrata a vinda de
imigrantes, dos mais diversos, para o trabalho nas fábricas brasileiras.
QUESTÕES
A Semana de Arte Moderna completou 90 anos em 2012 e representou um marco, verdadeiro ponto de inflexão
no modo de ver o Brasil. Desse modo, assinale a afirmação INCORRETA:
a) Atribui-se como um dos eventos que desencadearam a Semana de Arte Moderna de 1922 as duras críticas do
escritor Monteiro Lobato a exposição da artista plástica Anita Malfatti em 1917.
b) A Semana de Arte Moderna de 1922, realizada em São Paulo, no Teatro Municipal, teve como propósito
renovar, transformar o contexto artístico e cultural urbano, tanto na literatura quanto nas artes plásticas, na
arquitetura e na música. Mudar, subverter uma produção artística, criar uma arte essencialmente brasileira,
embora em sintonia com as novas tendências europeias, essa era basicamente a intenção dos modernistas.
c) Apesar de pregar ideias e conceitos novos, a Semana de Arte Moderna obteve apoio imediato de público e
crítica por contar com a participação de escritores consagrados como Mário de Andrade, Graça Aranha e Álvares
de Azevedo.
d) Havia uma hipocrisia entre os artistas da Semana de 22, já que apesar de quererem fazer algo novo, se
apoiavam na arte europeia vanguardista, algo que não comentavam nem sequer estavam cientes.
e) A Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo no ano de 1922, declara o rompimento com o
tradicionalismo cultural associado às correntes literárias e artísticas anteriores: o parnasianismo, o simbolismo e
a arte acadêmica.
3. Tarsila do Amaral trouxe diversas obras importantes para o encontro semanal da Arte Moderna de 1922.
Certo ( ) Errado ( )
131
GABARITO
1. c
2. E
3. E
COMENTÁRIOS
1. A Semana de 22 não teve apoio imediato do público e da crítica especializada. Apesar dos esforços de artistas
já renomados, como Graça Aranha, a relutância do público geral em relação ao movimento foi grande.
2. Apesar de se servir de modelos europeus na arte e terem ciência disso, os artistas da Semana de 22 não
queriam fazer uma arte importada, mas própria.
3. Tarsila do Amaral não apareceu na Semana de 22, mas é um grande expoente para a Arte moderna Brasileira.
ARTES CÊNICAS
*Os elementos da linguagem teatral são muitos e não há um consenso sobre quais são essenciais ou não, já que
cada um dos autores costuma usar critérios diferentes para a composição da lista de elementos. Nesse sentido,
faremos aqui uma abordagem ampla acerca desses elementos, já que as próprias bancas nunca trazem a análise
desses elementos na concepção de um autor em específico. Vejamos:
• Texto: dá vida aos personagens (ou ao todo) e ganha vida através dos mesmos que estão no espetáculo,
representados pelos artistas;
• Personagem: no latim, persona, designa uma máscara teatral. É um ser atuante na história, não sendo
necessariamente uma pessoa, pode ser um animal, objeto ou até mesmo um ente de caráter ficcional;
• Figurino: são as vestimentas dos personagens. O figurino pode ajudar na identificação do personagem,
sendo de dada época ou de certa classe social, ou ainda, pode servir para um enredo ilusório, enganando
o espectador acerca das características do personagem em questão;
132
• Adereços: são objetos que ajudam a compor o figurino, entendidos como adornos, coisas a mais do que
as vestimentas usuais. Máscaras são entendidas como adereços, já que são vestidas/colocadas e não
pintadas (que seria uma maquiagem);
• Maquiagem: esse elemento não se limita uma base ou pinturas no rosto ou corpo, mas pode vim na
forma de machucados, ilusões de perspectiva, etc. A ideia é ser algo pintado ou maquiado sobre a pele,
de forma que deva ser feita em cima desta e não posta;
• Cenário: é toda a estrutura e objetos que compõem a cena, de forma a contextualizá-la e emergir o
espectador no espetáculo;
• Objetos de cena: são os objetos usados pelos artistas durante o espetáculo;
• Iluminação: são as luzes que irão compor o espetáculo. Atualmente se vê cada vez mais o uso desses
recursos de diferentes formas, onde todo um campo técnico especializado atua;
• Sonoplastia: São os sons, ruídos e músicas (os “efeitos sonosros” do espetáculo). Esse recurso cada vez
mais ganha espaço, principalmente devido os diversos estudos mais recentes, onde os sons são utilizados
para emergir as mais diversas emoções.
*O figurino também pode abranger os adereços. Algumas questões cobram dessa maneira.
*A plateia é entendida por alguns como um elemento da linguagem teatral também, pois um espetáculo
geralmente é feito para um público. Alguns entendem que a plateia só é um elemento quando há uma
dialogicidade nítida ou uma interação entre ela e o espetáculo em si. Outros ainda entendem que ela não é um
elemento propriamente teatral, já que o espetáculo poderia ocorrer da mesma forma com outra plateia diferente
daquela. A questão é em torno das definições de elementos teatrais, aquilo que é sua essência e os critérios para
defini-la, e as provas de concurso não tocam nesses debates mais profundos, que são vistos por vezes como
uma discussão terminológica e filosófica.
*Alguns ainda põem o tempo e o espaço como elementos da linguagem teatral, pois ambos sempre estão
presentes. Outros entendem que ambos fazem parte do enredo/texto ou da relação entre os elementos da
linguagem teatral. Aproveitando a menção a esses dois possíveis elementos, vejamos alguns detalhes sobre
ambos:
*Como ler e analisar uma peça de teatro? Uma série de elementos devem e podem ser considerados para que
o espetáculo, na relação com os demais elementos constituintes, faça sentido. Não há um consenso sobre o que
deveria ser levado em conta para que haja uma interpretação frutífera de uma obra teatral. Logo, a lista a seguir
é meramente exemplificativa, sendo um norte do que é digno de atenção, jamais uma lei que desvelaria uma
interpretação totalizante (até porque essa não há, é uma condição da arte). Vejamos alguns pontos que
merecem a atenção de quem está diante de um espetáculo:
133
ELEMENTOS PARA LEITURA E ANÁLISE
• Criticidade: Quem vê uma peça deve se colocar de forma não apenas passiva, sendo conduzida por ela,
mas de forma crítica. Deve se entregar para a peça, mas também vê-la a partir de um passo para trás,
por uma outra perspectiva;
• Ação dramática: uma boa leitura de uma peça deve capturar qual o conflito, qual o drama, qual a questão
em jogo ali que se põe;
• Temática: é aquilo que toda a peça gira ao redor, o ponto central. Enquanto a ação dramática tem por
foco um conflito (o embate que se dá devido ao tema), a temática é o significado que pode ser extraído
das ações e dos resultados (é o próprio tema, por assim dizer);
• A trajetória dos personagens: os espetáculos tendem ao dinamismo, esse é criado através das mudanças
que os personagens sofrem e fazem. Uma boa leitura deveria fazer o seguinte questionamento: o que
mudou nesse personagem do início ao fim do espetáculo?
• Relacionamento: as mudanças ocorrem através do relacionamento, seja de um personagem com outro,
com um objeto, consigo mesmo ou com uma gama de coisas. Como cada um vê o próximo, qual a teia
de relações que estão ali dispostas no espetáculo? Essas são perguntas que devem estar numa leitura
teatral;
• Estrutura: entender a estrutura de uma peça é importante. Isso pode ser feito por meio de um mini script
(roteiro) ou um gráfico de cena francesa. Este vai te dizer o ritmo e a progressão da peça, além de mapear
as entradas e saídas dos artistas;
• Leitura invertida: para se entender a dinâmica de uma peça e seus momentos (início, meio e fim) é
interessante que se saiba ler a peça não só do começo ao fim dela, de maneira natural, mas
invertidamente também. Assim, a coesão das partes poderá ser entendida de maneira mais profunda;
• Linguagem: esse aspecto deve ir além da fala comum e de seus significados, mas deve englobar
maneirismos, dialetos, aspectos visuais gerais, simbólicos e signos. Entender as nuances e os aspectos
que demarcam a linguagem, servirá para melhor incorporá-la e pensar a partir do que ela propõe;
• Intenções do escritor: entrar na mente do escritor a partir do que ele propõe em cena é uma boa forma
de encontrar suas intenções e ideias por detrás da peça;
• Primeiras impressões: aquilo que emerge nas primeiras impressões é altamente relevante. O escritor ao
pensar um espetáculo pensa nas emoções e sentimentos que pretende causar no público geral, renegar
esse primeiro contato é perder, muito possivelmente, na essência sentimental da peça. Uma análise
profunda e milaborante pode até ajudar em algumas partes da peça, mas o sentimento que nos acomete
primeiramente é importantíssimo também (é, para muitos, nossa medida mais humana);
• Teoria de fundo: muitos espetáculos costumam se guiar por uma teoria de fundo, seja ela marxista ou
mais contemporânea. Entender qual a teoria por trás é de suma relevância. A dosagem em relação a
teoria também é importante, pois caso a teoria tome conta, ela acaba roubando a cena, e a peça, por
consequência, fica em segundo plano (o que não é desejável);
• Metáfora cênica: a composição de elementos, como luz, som e objetos, acaba por trazer uma metáfora
muitas das vezes. Uma boa leitura deve tentar interpretar o que os detalhes em sua composição podem
dar a entender metaforicamente;
• Intuição: alguns trabalhos teatrais possuem uma certa resistência à análise racional, nestes a intuição
(percepção imediata) costuma ser uma ferramenta melhor na leitura do espetáculo e seus significados.
Isso acontece principalmente em obras que usam o imaginário e o inconsciente para transmitir sua
mensagem;
• Contexto: aspectos históricos, o espírito de época e as vivências do escritor são ponto relevantes para
uma mais consistente do espetáculo. Isso traz uma visão mais holística (só o sistema total faz
134
entendermos as partes). Essas informações externas são cruciais para um entendimento maior da obra
cênica. Costuma-se chamar esse tipo de análise de: análise formal;
• Escolhas: os pontos de escolhas dos personagens são relevantes para enterdermos a mente dos
personagens, sua conduta, seu papel dentro do espetáculo e o próprio espetáculo em si;
• Motivos: as escolhas dos personagens e o desenrolar das cenas ocorrem por motivos explícitos ou
implícitos. Entender as motivações resulta num conhecimento mais rico em relação aos personagens;
• Tempo: as dinâmicas dos diferentes tempos em diferentes contextos da peça trazem diferentes
sentimentos. Toda essa manipulação do tempo faz com que os ápices drmáticos fiquem mais perto ou
mais longe de acontecer;
• Cortes: não é um simples descanso, mas divide o espetáculo em cenas e confere um ritmo próprio à
obra, além de servir como momento de expectativa sobre o que virá mais tarde e reflexão sobre os fatos
que acabaram de ocorrer;
• Expectativa: o espetáculo em si é muito baseado em medidas de expectativa do que irá acontecer, as
pessoas tendem a gostar de obras que a surpreendam, em detrimento daquelas que são previsíveis.
Analisar se a obra conseguiu criar expectativas surpreendentes é uma boa maneira de ler o espetáculo.
A CRÍTICA
*O ofício do crítico pode ser estendido para os outros campos da arte, mas o colocaremos aqui já que seu
trabalho tem maior peso, na medida em que as artes cênicas costumam envolver muitas pessoas na elaboração
de seus espetáculos. Vejamos alguns aspectos:
135
• A crítica já teve um papel mais forte na sociedade, ocupando páginas inteiras nos jornais. Atualmente
esse ofício foi destinado a repórteres, que acompanhando a velicidade e dinamismo do mundo digital,
costumam fazer uma escrita mais generosa e prática sobre o espetáculo;
• A crítica costumava ditar a vida de várias pessoas, uma vez que uma crítica que falasse mal de um
espetáculo tinha o poder de enviesar a opinião pública, que tendia a seguir num mesmo sentido. As
pessoas “compram” muito um produto pela opinião alheia. Imagine você procurando um certo aparelho
na internet e vê “especialistas” falando que o produto é ruim. Você compraria? Isso gera um abandono
na compra ou pelo menos uma relutância. Havia mais antigamente uma lógica de venda casada, onde
alguns críticos renegavam um espetáculo a fim de diminuir o público e, simultaneamente, promovendo
outro espetáculo, para onde o público se delocava. Esse é um dos pontos mais complicados da crítica
especializada, fazendo do crítico um personagem vilanesco em representações cinematográficas e na
mentalidade de muitos (o que é uma visão muito caricata).
*A arte tem força de expressar o geral a partir do particular, criar uma história sobre um ser específico que se
aplica a todos os demais em certo sentido.
TEATRO PRIMITIVO
• Se comparado ao teatro mais póstumo, o teatro primitivo possuía bem menos acessórios cênicos,
usavam partes de animais, pedras, amuletos e outro objetos mais comum, bem diferente de todo o
exagero cênico do barroco, por exemplo;
• Historicamente temos vários indícios desse “teatro” primitivo: evidências arqueológicas (como
vestimentas, peças acessórias e pinturas em cavernas), tribos primitivas que ainda vivem e aspectos
culturais que sobreviveram em sociedades urbanas;
• A relação do teatro com a religião era fortíssima, era uma forma de se alcançar o divino, o transcendente
ou o contato com a natureza (essas coisas se identificam nessa época);
• As cenas e rituais eram maneiras de se conseguir a benevolência dos deuses e para assegurar o sucesso
nas caçadas;
• Havia o uso de máscaras de animais, objetos e cenários comuns para criar o aspecto do ritual;
• As máscaras e acessórios os faziam entrar no personagem, se identificar, ser a entidade que estavam
representando. Os espectadores participavam dessa transformação, eles eram ativos através de danças,
múscias, gritos e manejo de acessórios;
136
• O ar livre era o local mais comum, junto com as cavernas, mas poderia haver rituais em tendas ou em
outros locais também;
• Muitos dos elementos que entendemos como autênticos ou próprios do teatro mais atual já estava
contido no teatro primitivo.
TEATRO GREGO
• Atenas é considerada o berço do teatro ocidental. Atenas é considerada a principal pólis (cidade-Estado)
da Grécia, seu auge é entre os séculos VI e V a.C;
• O teatro grego estava associado fortemente ao culto do deus Dionísio (deus do vinho, da procriação, das
festas e do teatro);
• Para poucos povos o teatro teve tão importância quanto para os gregos;
• O teatro grego ou teatro de arena era ao ar livre e aproveitava a encosta de morros para criar níveis na
“arquibancada”. Havia uma ótima acústica;
• Acreditava-se que as musas eram a fonte de inspiração dos artistas;
• Competições apareceram duante a Grécia, a mais conhecida era As Grandes Dionisíacas;
• Algumas vezes os atores bebiam vinho para perder um pouco o controle das emoções;
• Deus ex machina (Deus através da máquina) era um recurso grego bastante conhecido e usado, que
consistia num aparato do qual descia um deus com a missão de solucionar um impasse vivido pelos
personagens;
• A tragédia e a comédia eram os principais gêneros do teatro grego.
TRAGÉDIA
• As primeiras tragédias tinham apenas um ator, depois um coro que não falavam (apenas cantavam e
dançavam), e, só mais tarde, apareceram mais atores e um coro mais participativo; CONFERIR ISSO TUDO
• Máscaras e fantasias eram usadas;
• O destino é uma das peças-chave do teatro grego: ele dita a vida dos personagens na tragédia, age
através dos deuses e controla até mesmo a vida dos deuses;
• Havia a participação do público em certo grau. Os juris escolhidos eram integrantes da aristocracia;
• A tragédia é, de certa forma, um alívio depois das mazelas que os personagens passam.
*Ésquilo (percussor da estrutura formal da tragédia), Sofócles (autor de Édipo Rei e Antígona) e Eurípedes (início
do teatro psicológico, representando os homens como eles são) são os maiores nomes da tragédia grega.
COMÉDIA
• Era considerada por muitos na época como um gênero menor do que a tragédia;
• O júri escolhido na plateia geralmente era composto por pessoas comuns;
• Havia um uso quase sem limites do cômico e do sexo;
• O diálogo entre o ator e o coro tinha uma função didática e política;
• Aliás, havia outro recurso interessante, a parabasis. Esta consistia no ato do ator ou do coro se dirigir a
plateia e as fazia cogitar certo ponto que estava em voga na época (de cunho político ou pessoal) a, com
137
a finalidade de conquistar a simpatia do público. Veja que, apesar de ser um possível recurso crítico, a
comédia não tinha primordialmente essa função, mas sim de divertimento, e a parabasis tinha a função
maior de ganhar a simpatia do público;
• As máscaras na comédia eram de animais ou de caricaturas (exagerando-se feições do rosto). O
travestimento e a exibição do falo (genitália) eram comuns também;
• As velhas comédias ridicularizavam a mitologia e os membros da alta sociedade. Já a nova comédia tinha
menos obscenidade e tratava de assuntos da vida privada e familiar.
*As principais obras de comédia grega são de Aristófanes (relação influente na vida de filósofis como Platão e
Sócrates), Antífanes e Menandro.
*Há ainda a tragicomédia, gênero híbrido que só veio a aparecer mais tarde, de característica triste e cômica,
mas quase nunca simultaneamente (mas sim sequenciada, partida).
ROMA
*Muitas vezes fazem uma falsa afirmação de colocar Roma Antiga como idêntica à Grécia Antiga no teatro, na
arte e em outros aspectos gerais. Não é bem assim! Inclusive já vimos isso na parte de Artes Visuais. Então o que
vai diferenciar, professor?
• A roma antiga, apesar de se apropriar de uma série de elementos gregos, como a arte e a mitologia,
tinham seu próprio modo de ser, e no teatro isso não vai ser diferente;
• Os romanos não usavam os acidentes geográficos, como morros e encontas, para construir seus teatros,
algo diferente do que os gregos faziam;
• Na realidade, no começo os teatros gregos nem sequer eram fixos, mas desmontáveis e postos em praças
e outros locais abertos ao público. Só mais tarde é que os teatros construídos fixamente vão aparecer. O
Teatro de Pompeu foi o primeiro a ser construído (55 a.C);
• Para os gregos o teatro era uma conexão com o sagrado, já para os romanos esse local ganha um caráter
de distração e divertimento. Não é atoa que a tragédia perde espaço para a comédia e o divertimento;
• O circo romano talvez seja o maior expoente dessa nova lógica. Era nesse local que diversas competições
violentas se davam, entre romanos e povos desgostodos por roma, como os cristãos e os escravos;
• O Coliseu é sem dúvida o palco cênico mais conhecido de Roma Antiga. Lá eram feitos espetáculos dos
mais variados, inúmeros animais raros eram trazidos e executados, os gladiadores se combatiam e até
mesmo batalhas navais eram feitas.
* O imperador Otávio ganhou vários títulos, dentre eles o título de Augusto pelo Senado romano, que significa
majestoso, consagrado, divino. Seus feitos foram essenciais para a fortificação e tranquilidade de Roma como
um todo, não é à toa que chamam esse período iniciado por Otávio de Pax Romana, “paz romana”. Isso porque
o imperador promoveu alianças que agradaram aristocratas e a ala militar, fomentou a cultura da construção de
estradas e diques (caminhos que levavam a vários locais do mundo romano e canais que levavam água para a
maioria das casas de Roma), além de, talvez a mais importante de todas, apaziguar os ânimos populares com a
famosa política do “pão e circo” (alimentava-se as massas com o mínimo e lhes dava divertimento,
principalmente através do embate de gladiadores e espetáculos para lá de exagerados). Tudo isso ocorreu
138
dentro do período chamado de alto império. Veja que o próprio auge romano está associado com a eficácia do
circo romano, a importância dos espetáculos era tremenda para manter as bases da sociedade romana sólidas.
IDADE MÉDIA
• Apesar de o teatro na Idade Média estar muito associado com os temas religiosos e o mundo de Deus,
podemos ver uma mistura com vários elementos pagãos, que foram apropriados da cultura popular;
• Os principais temas eram a Páscoa e o Natal, além da vitória do divino sobre as trevas;
• Notava-se um certo rigor na atuação das passagens bíblicas, as cenas eram quase uma captura dos
painéis pintados nas paredes;
• O uso de várias cores e do ouro eram presentes;
• Havia uma função pedagógica no teatro medieval, semelhante ao que vimos nas Artes Visuais;
• Até o século XV, os papéis femininos, inclusives de personagens como Maria, eram encenados por
homens, geralmente clérigos (isso era naturalizado, não era visto com estranheza pelos espectadores);
• No fim da Idade Média, boas colheitas proporcionaram a volta para as cidades (cujos excedentes de
produtos eram vendidos em comércios), isso fez com que a lógica do teatro medieval começasse a
mudar. A ascensão da burguesia foi uma consequência do renascimento das cidades, com isso o teatro
ganhou um caráter mais profano. Se antes os temas eram sacros, relacionados com a igreja, agora foi
aberto espaço para temas de caráter popular, cômico e moralizante. Ou seja: fique atento se uma questão
disser que em todo o período medieval apenas os temas religiosos apareceram no teatro. Está errado.
Com certeza foi o tema predominante, mas não o único, já que nos tempos finais desse período outras
temáticas surgiram com a volta da população às cidades.
*é importante entendermos essa dinâmica histórica para entendermos a própria mudança do teatro medieval
para o teatro insurgente no renascimento.
RENASCIMENTO
*A volta da tradição greco-romana é o marco do renascimento, como já vimos na parte de Artes Visuais. Vejamso
outras características:
• O individualismo, o foco no homem e na sua personalidade aparecem com força;
• O uso da perspectiva e das proporções foram uns dos grandes pontos ds artistas do Renascimento;
• A tragédia e a comédia voltam com sua própria personalidade, banhadas das novas características da
época do Renascimento, reconciliando mundos;
• Os festivais da corte marcaram muito a época, eram não só a expressão de uma propaganda econômica
com os luxos da corte (barcos de gala, ninfas, dragões que cuspiam fogo, etc.), mas uma representação
do poder político dos governantes. Ou seja: se na Idade Média o teatro era recurso de controle e
pedagogia da Igreja, aqui no Renascimento esse poder é exercido pelas cortes.
TEATRO ELISABETANO
*Mas diferentemente das Artes Visuais, que possuem a cidade de Florença e a Itália como maiores representantes
do Renascimento, é na Inglaterra de Shakspeare que o teatro tem seu auge. As principais características do
Teatro Elisabetano eram:
139
• Seu nome deriva do fato de ter surgido durante o reinado de Elisabeth I (1558~1603);
• No começo era mais improvisado e ocorria ao ar livre, mas depois pequenos teatros foram surgindo.
Com os anos, a fama foi criando construções cada veaz maiores;
• Apesar do crescimento arquitetônico, os cenários eram bastante simples;
• Havia uma separação arquitetônica, que utiliza o critério de classe em sua divisão, os lugares mais altos
e próximos ao palco eram destinados às pessoas ricas e nobres;
• Era nítida uma maior proximidade entre o palco e o público. Esse fator, para muitos, tem como efeito
uma maior cumplicidade do público com as cenas que ocorriam;
• Para além da influência renascentista, é considerado uma mistura de gêneros, estilos, tradições poéticas
e culturas populares. Mas podemos observar uma prevalência de elementos clássicos na base, como a
tragédia, a comédia e o caráter novelesco;
• Havia também uma fusão de públicos. Apesar de haver uam reserva dos melhores lugares à elite, era
possível ver pessoas de várias classes;
• As mulheres não atuavam.
COMMEDIA DELL’ARTE
BARROCO
*As características mais marcantes do barroco eram:
• Riqueza cênica e decorativa. A extravagância e o exagero eram elementos típicos do barroco;
• Abundância alegórica, que por vezes sobrecarregavam as cenas teatrais ou da ópera;
• Representação dos contrastes terrenos e divinos;
• A música ganha uma maioir autonomia em relação ao teatro;
• Os príncipes, princesas e musas eram representados como seres fantasioso;
• Diversos mecanismos eram usados para o movimento dos artistas e a criação do cenário.
O TEATRO JESUÍTA
140
• Foi um movimento que exerceu atividades para a Companhia de Jesus (fundada em 1540). A Reforma
Protestante desestabilizou os poderes da Igreja Católica. Uma das contrarreformas da Igreja Católica
ocorreu através da arte, o Teatro Jesuíta era justamente isso;
• O objetivo era pedagógico e propagandista;
• Era evangelizador, já que a ideia era propagar os dogmas nas novas terras recém descobertas pelos
colonizadores, como na América dos povos indígenas;
• O padre José de Anchieta foi um dos grandes líderes desse movimento de catequização.
O ILUMINISMO
*O iluminismo foi a base de diversas conquitas para a burguesia e se tornou mais tarde a base para a Revolução
Francesa. Vejamos algumas influências do iluminismo no teatro:
CLASSICISMO E ROMANSITMO
ROMANTISMO
• Diferentemente da objetividade e ideal do classicismo, o romantismo era subjetivo e mais voltado às
paixões;
• A medida no romantismo é a humana, mas agora se fala das emoções dos personagens;
• O texto mais predominante é o melodrama.
REALISMO
• Foi mais real do que os outros movimentos, já que falava da realidade da vida;
• Mas o eixo central ainda era a vida da burguesia;
• Se nos outros movimentos tínhamos uma fantasia em torno da vida burguesa, idealizando (como no
classicismo) ou romantizando (como no romantismo) a vida, o realismo trouxe temas mais próximos da
vida burguesa, como o casamento, a moral, o comércio e o dinheiro.
141
NATURALISMO
• O naturalismo, diferentemente do realismo, traz figuras além da vida burguesa;
• Pessoas comuns começam a ser personagens mais atrativos;
• Trata da vida de maneira mais real;
• Sem pompas ou adornos, próprios das atuações melodramáticas. A ideia é uma tuação convincente, cada
vez mais próxima da maneira como as pessoas de fato se comportam.
Meyerhold (1874~1940)
• Entre 1898 e 1902 participa do Teatro de Arte de Moscou, sendo um dos principais atores da caompanhia
de Stanislavsky;
• Ator e encenador não são apenas executores para Meyerhold, mas criadores. O próprio público também
tem um caráter criador nessa relação, que será apenas emocional, nunca uma relação física;
• O teatro não é uma realidade, mas uma alternativa a esta. Assim, Meyerhold vai rejeitar o realismo, o
naturalismo e o mimetismo (que queriam imitar, se aproximar da realidade), defendendo o simbolismo;
• Meyerhold irá se inspirar no expressionismo;
• Fez vários estudos sobre biomecânica, uma “pré-atuação” corporal dos atores. Os gestos devem
obedecer a um desenho exato, para que os atores consigam movimentos mais limpos e conscientes.
142
• O estabelecimento de comunicação é um objetivo maior do que a utilização de uma técnica;
• O teatro pode ser exercido em vários contextos escolares: formais, não-formais e informais;
• Os jogos serão uma maneira de se fazer isso, pois possui aspectos altamente sociais;
• Os jogos funcionam não como um método propriamente dito, mas como um facdilitador da interação
social;
• As regras da estrutura dramática são: onde (cenário), quem (personagens) e o que (ação e objetivos a
serem executados);
• O líder será um facilitador das relações e guia que manterá os sujeitos jo objetivo (essa relação entre
líder e sujeitos não é hierárquica);
• Há uma avaliação, feita por meia de questionamentos, encorajamento e espaço para autoavaliação,
nunca será por julagemtnos ou depreciações.
Stanislavski (1863~1938)
• Junto de Dântchenco, foi fundador do Teatro de Arte de Moscou, na Rússia. O objetivo do teatro era
buscar uma unidade teatral, que inovasse na interpretação dos atores;
• Apesar disso, não pretendia uma verdade absoluta, mas construir uma acessibilidade aos atores à
atuação;
• O Sistema Stanislavski é conhecido em todo o mundo e é referência para atores e diretores;
• O Sistema tem objetivo de proporcionar uma busca contínua para o ator;
• Privilegia a espontaneidade e autenticidade, fugindo do mimetismo, da declamação e da representação
exagerada;
• A técnica é um meio e não uma finalidade, sendo estímulo para a criatividade;
• Stanislavski defende a formação integral do ator: intelectual, física, emocional e espiritual;
• A ação gera emoção e não o oposto. Para se extrair isso os atores poderiam se indagar: “Como meu
personagem reagiria? ” Ou seja: Os sentimentos correspondem às circunstâncias propostas;
• O Sistema propõe uma íntima relação entre o personagem e o ator.
Brecht (1898~1956)
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• No teatro épico grego Deus é o agente do destino e o ser humano é “apenas” o espectador. No drama,
ser humano e destino são os elementos ativos, Deus é o espectador. Já no teatro épico de Brecht: a
relação se dá apenas entre seres humanos, Deus não aaprece no sistema de relaçãoes;
• Usou o teatro como meio político e conscientizador;
• Há a quebra da 4ª parede;
• O público não é passivo
• O naturalismo e realismo começam a trazer um novo pensamento ao teatro, colocando os “pés no chão”
(o realismo por falar de temas comuns, mas ainda da burguesia; e o naturalismo por falar das pessoas
comuns, de um modo comum). Acompanhando os passos da história, os espetáculos adquirem um teor
mais crítico e centrado na vida das classes menos favorecidas, trazendo um campo de discussão da vida
real. Isso começa a criar ainda mais corpo a partir do final do século XIX e alcança o auge no começo e
meio do século XX, com Brecht;
• O século XX foi fortemente influenciado pelas ideias marxistas. Não é à toa que o teatro perde o foco na
burguesia e seu romantismo próprio da vida e começa a tratar da realidade mais própria do ser humano,
a vida nua dos trabalhadores;
• Escrever e encenar, para Brecht, é um ato de transformação da sociedade, não de servir um mero deleite
para esta;
• O teatro próprio da vida burguesa era elevado em relação ao público, fisicamente mesmo, e tinha uma
4ª parede, que não deixava acontecer uma interação entre espectadores e artistas. Brecht quebra essa
lógica da 4ª parede, os espectadores são ativos em seus espetáculos;
• Com Brecht, o teatro é como um campo democrático, onde o povo toma as deicões. Essas decisões
envolviam temas contemporâneos da vida comum, como os preços dos alimentos, do petróleo, as
questões raciais e demais elementos dotados de injustiças sociais;
• Brecht abandona a lógica de grandes e numerosos aparatos técnicos usados em sua época, pois esses
serviam para distrair o público para o que de fato tinha importância, assumindo um caráter quase que
central no palo. Ao afastar esse maquinário, Brecht tira de jogo essa ilusão e abre espaço para a
consciência dos temas trazidos. O maquinário evocava os sentidos, os temas sem maquinário abrem a
mente;
• O teatro brechtiano não dopa mais os espectadores com seu destino predestinado (como os espetáculos
da burguesia), mas os põem como sujeitos ativos e participantes de ações transformadores na sociedade.
Ou seja: não é mais um teatro de catarse, mas de consciência coletiva;
• O herói para Brecht não é uma construção dos deuses e do destino, mas um produto da sociedade. O
homem não é imutável, mas um vir-a-ser;
• No teatro de Brecht geralmente há dois fluxos temporais. Apesar do entrelaçamento dos tempos, eles
são autônomos. Diferentemente do tempo teatral clássico, onde nota-se um início, emio e fim
demarcados, onde já vemos o desenrolar da trama já na primeira cena;
• Distanciamento, estranhamento ou efeito D é um conceito importante no teatro brechtiano. O recurso
do exagero e da peculiaridade dos personagens, além das falas em 3ª pessoa e das ações colocadas no
passado, causam um distanciamento em relação aos espectadores, que tomam aquilo como real, como
um fato histórico;
• Tudo isso fará com que o espectador não viva apenas o tetro ali, mas leve as questões para casa, as tome
como um conflito a se pensar, daí a dialética, o diálogo próprio do teatro de Brecht.
*Vamos relembrar o que é a catarse? Segundo Aristóteles, a partir da mimesis é produzida a catarse. A mimesis
é quando há identificação, quando os espectadores se identificam com os sentimentos e vivências do
144
personagem. Quando há essa identificação com o personagem, o enredo traz uma série de conflitos e
turbulências, que afloram uma série de sentimentos. Quando esses conflitos são resolvidos, a catarse acontece,
o público se sente aliviado como o personagem, já que se identificou com esse, eram ele no espetáculo.
*Brecht é, sem dúvida, a figura que mais aparece nas provas de Artes Cênicas. Dê uma ênfase nele!
- Teatro-Imagem: maneira que Boal buscou para trabalhar com indígenas, onde não se usa palavras, mas
imagens;
145
-Teatro-Invisível: imagina um cenário possível que não ocorreu devido as barreiras da realidade. Podemos
imaginar uma cena feita num lugar onde o teatro foi banido, sem necessariamentre estarmos nesse teatro. A
apresentação pode se dar em público sem aviso prévio ninguém, imaginando-se um cenário qualquer;
- Teatro-Fórum: oprimidos e opressores entram em conflito de forma dialógica. O oprimido é derrotado pelos
oprimidos, com ajuda da representação de um facilitador (o Coringa, que dá soluções ao conflito);
*Essas modalidades do Teatro do Oprimido podem ser usadas nas salas de aula como recursos didáticos.
TEATRO DO ABSURDO
*O Teatro do Absudo foi uma expressão criada pelo húngaro Martin Esslin em 1961. Vejamso algumas
características:
• Não é um movimento teatral, mas diz respeito a uma classificação, que engloba tendências teatrais
importantes que surgiram na segunda metade do século XX;
• Os temas da vida humana eram tratados de maneira inusitada;
• O foco ea em temas existencialistas, na condição huamana e na atmosfera de desolação do mundo;
• Essas peças surgiram após a 2ª Guerra Mundial e por isso trouxeram essa carga de questionamentos da
esfera existencial e problemática da vida huaman;
• Fazia uso de gestos, do cômico, da tragédia, do simbolismo e da estranheza;
• Os enredos eram absurdos e até mesmo sem sentidos aparentes;
• Os nomes mais conhecidos são Samuel Beckett, Witkacy, Eugène Ionesco, Eugène Scribe e Albert Camus.
PEFORMANCE
*Quer dizer simplesmente executar, performar algo. É entendida como uma modalide híbrida, podendo mesclar
as linguagens do Teatro, das Artes Visuais e da Música. Não ache que é um conceito próprio das Artes Cênicas,
apesar de ser mais conhecido e feito dentro dessa linguagem. Apesar disso podemos falar das performances
mais próprias do contextod do Teatro, como: mímica, malabarismo, mágica, etc.
QUESTÕES
O texto anterior constitui parte de uma fala do artista criador do Teatro do Oprimido. Esse artista é
a) Amir Haddad.
b) José Celso Martinez Corrêa.
c) Augusto Boal.
d) Gerald Thomas.
e) Antunes Filho.
O teatro épico de Brecht busca o não envolvimento afetivo do espectador com o fenômeno teatral, distanciando-
o pelo efeito de estranhamento da realidade cenicamente apresentada.
(Japiassú, 2001)
Para Japiassú, a nova estética cênica perseguida por B. Brecht rejeitava, por parte do espectador,
a) o ilusionismo.
b) a visão crítica.
c) o distanciamento.
d)a polarização política.
e) a participação.
“Foi então que Téspis falou: Eu sou Dionísio. Escutem bem minha história. E começou a contar a lenda do deus
do vinho, fingindo sentir todas as emoções que o próprio Dionísio teria sentido durante suas andanças pelo
mundo das criaturas mortais” (FEIST, Hildegard. Pequena viagem pelo mundo da arte. SP, 2003). Esse trecho está
relacionado ao (a/à):
a) nascimento do teatro.
b) nascimento da dança.
c) uma alegoria sobre pintura histórica.
d) gênese da pintura abstrata.
e) gênero da comédia teatral.
147
A análise ativa formulada por Eugênio Kusnet no Brasil é considerada por Japiassú (2001) como um
desdobramento do método sistêmico para formação teatral, elaborado por
a) V. E. Meyerhold.
b) Bertolt Brecht.
c) Constantin Stanislavsky.
d) Augusto Boal.
e) José Celso Martinez Corrêa.
a) Viola Spolin.
B) Joana Lopes.
c) Antunes Filho.
d) J.L. Moreno.
e) Flávio Rangel.
“As técnicas teatrais estão longe de ser sagradas. Os estilos em teatro mudam radicalmente com o passar dos
anos, pois as técnicas do teatro são técnicas da comunicação. (…) Os métodos se alteram para atender às
necessidade de tempo e espaço.” (Spolin, 2003)
Para a autora,
Segundo Japiassú (2001), partir da década de 1960, o Teatro de Arena de São Paulo, sob a liderança de Augusto
Boal, passa a perseguir a formulação de uma poética teatral genuinamente brasileira: o teatro do oprimido.
Segundo o autor, a poética teatral de Boal foi inspirada
a) na poética expressionista e pelas concepções cênicas dos espetáculos do teatro de vanguarda soviética,
particularmente pelo pensamento de V.E. Meyerhold.
148
b) no cinema hollywoodiano e na possibilidade de incorporação de novas tecnologias computacionais nos
espetáculos em palco italiano.
c) nas experiências teatrais naturalistas elaboradas por Constantin Stanislavski e pelo cinema italiano dos anos
1930.
d) na estética brechtiana e na pedagogia libertadora formulada pelo educador Paulo Freire.
e) na proposta dadaísta de um teatro anarquista, mas sem partidarismo, e na herança surrealista provocada pela
leitura de Freud
A proposta de Viola Spolin para o ensino de teatro é caracterizada por Japiassú (2001) como
a) voltada para a profissionalização de jovens atores a partir de adestramento corporal apoiado em educação
física.
b) para contextos formais e não formais de educação por meio de jogos teatrais.
c) especificamente elaborada para o ensino em escolas formais, já que se apoia em conteúdos das áreas de
ciências.
d) construída em articulação com outras disciplinas em termos de conteúdo, portanto circunscrita ao âmbito
escolar.
e) fundamentalmente calcada em experiências extraescolares, portanto com atividades que devem ser
desenvolvidas no ensino informal.
10. (2018/Quadrix - SEDF - Secretaria de Educação do Distrito Federal - Professor Substituto - Área: Artes)
Os estudos sobre recepção e mediação teatral têm se expandido nas últimas décadas no Brasil, contribuindo
para ações culturais, artísticas e(ou) pedagógicas realizadas por agentes culturais, artistas e professores que
possuem no cerne de sua preocupação o teatro como educação. Com base nesses estudos, julgue os seguintes
itens.
A pedagogia do espectador defende que a leitura cênica é inventiva e ocorre na tensão entre o modo de
produção proposto pelo autor e aquele a que o espectador está habituado (seus horizontes de expectativas).
Sobre um dos os elementos da linguagem teatral leia o trecho abaixo e complete as lacunas :
O Tempo é classificado de três maneiras segundo a função que exercem: tempo ________, em que decorre a
narrativa; tempo _____, tempo em que acontecem os fatos da narrativa; e tempo ________, ou seja, quando a obra
foi produzida. Nesse sentido, a obra teatral pode ter sido escrita no século XX (tempo da escrita), mas abordar
fatos do século XVII (tempo dramático).
a) o Teatro Épico.
b) o Sistema de Jogos Teatrais.
c) a Abordagem Psicodramática Terapeuta.
d) o Teatro do Oprimido.
e) o Teatro Pobre.
“Consiste em atuar representando papéis em lugares públicos, sem que haja conhecimento prévio das pessoas
que lá se encontram de que se trata de uma atuação teatral. É a proposição mais radical e polêmica de Boal,
contestada por muitos estudiosos do teatro – que não a consideram válida por entenderem que ela prescinde
do acordo indispensável entre espectador e público que funda e justifica o ato teatral. Polêmica à parte, essa
modalidade se revelou muito eficaz na conscientização, mobilização e agitação pública.”
(Japiassú, 2001)
a) Teatro-fotonovela.
b) Teatro-invisível.
c) Teatro-mito.
d) Teatro-Julgamento.
e) Teatro fora do contexto.
15. (2014/IADES - SEAP DF - Secretaria de Estado de Administração Pública do Distrito Federal - Analista
de Atividades Culturais - Área: Artes Cênicas)
A piedade se dirige ao homem que não mereceu sua desgraça, o terror à desgraça de um semelhante.
Piedade e o medo que posso sentir no teatro são como purificados da amargura que os impregna na realidade.
Pois, ao mesmo tempo em que me entristeço ou me assusto em contato com o acontecimento representado,
gozo da beleza dessa representação.
150
ROUBINE, Jean-Jacques. Introdução às grandes teorias do teatro. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed., 2003, com adaptações.
Os trechos apresentados tratam de uma finalidade e uma consequência da tragédia. Esse conceito, sistematizado
pelo grego Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), irá influenciar reflexões posteriores sobre a arte teatral. Trata-se do
conceito de
a) mimese.
b) persuasão.
c) identificação.
d) verossimilhança.
e) catarse.
16. (2013/CONSULPLAN - Prefeitura de Natal - Prefeitura de Natal - Professor de Artes - Área Ensino de
Teatro)
O teatro do absurdo buscou retratar a sociedade em crise, enfatizando os absurdos das sociedades em guerra
e da burguesia, bem como a fragilidade dos valores morais. Entre os principais autores do teatro do absurdo
tem-se
17. (CESPE/SEDF/2017/Artes) O método de trabalho com o teatro desenvolvido por Augusto Boal tem o
objetivo de desvelar as relações de opressão.
Certo ( ) Errado ( )
18. (CESPE/SEDF/2017/Artes) Ao considerar todos como atores e espectadores — pois todos agem e
observam —, Augusto Boal propõe que o teatro do oprimido tenha uma função política, que propicie a formação
crítica do cidadão.
Certo ( ) Errado ( )
20. (CESPE/SEDF/2017/Artes) O processo colaborativo é centrado no texto, cuja existência antecede a criação
teatral.
Certo ( ) Errado ( )
21. (CESPE/SEDF/2017/Artes) A performance consiste em uma arte híbrida que considera a materialidade do
corpo e dos objetos e assume o intercâmbio de linguagens, reunindo artistas de diversas formações.
Certo ( ) Errado ( )
23. (CESPE/SEDF/2017/Artes) Para Stanislavski, o ator, ao explorar o seu eu profundo e sua experiência
existencial, assume importância fundamental na construção da cena.
151
Certo ( ) Errado ( )
24. (CESPE/SEDF/2017/Artes) Entendido como produção simbólica, o trabalho do ator é, em qualquer contexto
temporal e geográfico, uma criação ficcional mediada pelo corpo humano.
Certo ( ) Errado ( )
25. (CESPE/SEDF/2017/Artes) No teatro moderno, a quebra da quarta parede representou uma mudança de
paradigma por meio da interação dos atores com o público.
Certo ( ) Errado ( )
26. (CESPE/SEDF/2017/Artes) As apresentações de peças da Comédia dell’arte eram restritas ao público nobre
e, por isso, os figurinos eram luxuosos.
Certo ( ) Errado ( )
27. (QUADRIX/SEDF/2018/Artes) O sistema de jogos teatrais proposto por Viola Spolin fundamenta‐se
principalmente em Piaget e Stanislavski. Propõe como essências do jogo teatral o foco, a instrução e a avaliação
e pretende que o jogador aprenda a resolver problemas cênicos.
Certo ( ) Errado ( )
28. (QUADRIX/SEDF/2018/Artes) A variação entre espectador e público acentua diferentes ênfases: por um
lado, o aspecto subjetivo da relação entre o indivíduo e a obra e, por outro, ações, tendo em vista o conjunto
dos fruidores e a expectativa da sua ampliação quantitativa.
Certo ( ) Errado ( )
31. (QUADRIX/SEDF/2018/Artes) O encenador Bertolt Brecht propunha, pelo teatro épico e suas peças
didáticas, o efeito estético da catarse, em prol da reflexão crítica e politizada do espectador.
Certo ( ) Errado ( )
33. (QUADRIX/SEDF/2018/Artes) Quando o teatro é utilizado como ferramenta para a aprendizagem de outras
disciplinas (tais como história, geografia, português), potencializa‐se a aprendizagem da linguagem teatral e a
ação pedagógica se configura como interdisciplinar.
Certo ( ) Errado ( )
34. (QUADRIX/SEDF/2018/Artes) Na estética do oprimido, proposta por Augusto Boal, a palavra, a imagem e
o som são considerados como instrumentos de poder e opressão. Assim, considera que é dever do cidadão‐
artista usar esses canais de opressão para destruir os dogmas da arte e da cultura, mostrando que todos os seres
humanos são artistas de todas as artes.
152
Certo ( ) Errado ( )
35. (QUADRIX/SEDF/2018/Artes) Beatriz Cabral propõe o drama como método de ensino em que o professor‐
personagem medeia por meio da ação teatral, e não apenas verbalmente. Os alunos interagem dentro de um
contexto de ficção.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. c
2. a
3. d
4. a
5. c
6. d
7. a
8. d
9. b
10. C
11. c
12. d
13. b
14. E
15. e
16. b
17. E
18. C
19. E
20. E
21. E
22. E
153
23. C
24. C
25. C
26. E
27. C
28. C
29. C
30. E
31. C
32. E
33. C
34. C
35. C
COMENTÁRIOS
3. A letra A não pode ser na medida em que a palavara harmonização não está bem delineada. Harmonização
poderia significar o equilíbrio das vontades, ceder dos dois lados, chegar a um acordo. A ideia é que tenha de
fato um diálogo, mas a balança da injustiça pende bem mais para o lado de quem é oprimido. Sobranos a letra
D, que está mais assertiva e precisa.
4. Teatro grego e Dionísio possuem uma íntima relação. É claro que o teatro primitivo já acontecia e nele talvez
as figuras fossem outras, que não Dionísio. Mas provavelmente o examinador quis dizer o nascimento do teatro
em sentido formal, mas próximo do que entendemos por teatro. Aliás, as outras alternativas não têm uma relação
tão próxima com Dionísio se comparadas a letra A.
5. Questão simples!
154
7. As técnicas são muito mais um meio do que uma finalidade. A comunicação efetiva nos jogos é uma das bases
do teatro de Spolin.
8. Está aí a importância de Boal, ele traz influências de figuras de grande peso, tanto da arte quanto da
pedagogia.
9. Vejamos:
a) não tem essas duas especificidades de ser para a profissionalização de jovens e de adestrar o corpo com apoio
na Educação Física.
d) Poderia até ser articulada com oturas disciplinas, mas isso não faz sua concepção ser limitada ao ambiente
escolar.
e) Novamente outro erro. Veja que em todas as alternativas, com exceção da letra B, teve especificação. A única
que era geral era justamente a letra B. Pela lógica, como apenas uma questão está certa, você já poderia marcar
a letra B sem medo, mesmo não sabendo de nada sobre o assunto.
10. A pedagogia do espectador acredita que a leitura cênica depende muito justamente do espectador, que
usará sua criatividade para alcançar aquilo proposto pelo autor do espetáculo.
11. O tempo real é quandoe está acontecendo o espetáculo; o dramático é o tempo em que acontece os fatos
da narrativa do espetáculo; escrito é simplesmente quando o autor escreveu as narrativas.
12. Esse é o Teatro-Fórum, uma das maneiras do Teatro do Oprimido de Boal, que usa o Coringa como resolução
do problema posto.
13. Falou em apresentação em público, com imaginação e de surpresa (sem aviso prévio): é Teatro-Invisível.
15. Purificação ou sentimento de justiça feita é catarse. Lembre-se que essa catarse só ocorre se houver
identificação com os personagens, só ocorre através da mimese.
16. São dois nomes conhecidos do Teatro do Absurdo. É uma questão um pouco antiga, mas que pode voltar a
aparecer. E como já vimos que as bancas recentemente estão cobrando conceitos simples e principais nomes de
um movimento, é bom que você saiba as figuras centrais do teatro.
17. Sim. Desvelar é mostrar. Agora, se a questão tivesse falado em apenas mostrar, estaria errada, pois há uma
resolução dessa opressão.
18. Todos podem ser atores e de fato o Teatro do Oprimido proporciona o pensamento crítico.
19. O palco é um palco político, crítico, dialógico, resolucionador, etc. A encenação pura não é a base desse
teatro.
20. O processo colaborativo perpassa por todos os processos, não há um elemento central.
21. Exatamente. Peformance pode se utilizar das várias linguagens da Arte simulataneamente.
22. Se é colaborativo, como pode haver hierarquia? Questão contraditória e, por isso mesmo, errada.
155
23. O ator deve mergulhar nas várias dimensões da vida humana, de forma integral.
24. O ator é necessário e a atuação é algo que implica: o corpo do ator e o caráter ficcional.
25. A quebra da 4ª parede é justamente a interação com o público.
26. Aconteciam nas ruas e praças e, por isso mesmo, aberta ao público, não havendo restrição. Os figurinos
eram adornados, caracterizavam bem, mas não eram luxuosos, até porque quem fazia esse tipo de arte eram
atores amadores e sem muitos recursos.
27. O que tem de Piaget? A formação do indivíduo, a comunicação, o descobrimento e o processo criativo. O
que tem de Stanislavski? A espontaneidade e a criatividade.
28. Questão simples, mas de difícil interpretação à primeira vista! Espectador, a rigor, só observa, público pode
interagir. A questão está afirmando que a diferença (ou variação) entre espectador e público resulta: em
diferentes interpretações subjetivas e em diferentes ações. Além de que o público, no sentido de partcicipante
da obra, tem mais relações com a obra, já que justamente possuí a interaçõa que o mero espectador não tem,
ampliando quantitativamente aquilo que é esperado da obra. Muitos poderiam ter medo do termo
quantitativamente, pensando que faria mais sentido o bom e velho qualitativamente. Mas isso só quer dizer que
quando a pessoa interage com a obra mais coisas (mais quantidade de coisas) vão aparecer, diferentemente se
ele não interagisse, fazendo o aspecto quantitativo ser menor.
29. Exatamente.
30. Apenas a afirmativa sobre Brecht está correta. Meyerhold rejeitou o realismo, o naturalismo e o mimetismo,
se utilizando do simbolismo. Stanislavski se afasta da declamação e das representações exageradas do
melodrama, privilegiando a espontaneidade. Mas ele não propõe encenações exclusivamente teatrais, pois a
preparação do ator é contínua, um processo que não se interrompe e pode ser feita em diversos contextos.
31. Exatamente! Se o teatro épico grego propunha a catarse, Brecht aparece com o teatro épico no sentido
politizador e crítico. O teatro de Brecht se se estruturava como uma pedagogia do espectador.
32. A ideia é que as aulas sejam muito mais uma ampliação de consciência e criticidade em relação ao mundo
do que uma ampliação de repertório, de forma simplesmente quantitativa. Outro erro é falar que isso é uma
“conquista cultural”, o que dá o tom de hierarquia a outros tipos de cultura.
33. Sim. A regra geral é a interdisciplinaridade entre todas as disciplinas, com o teatro não vai ser diferente.
34. Palavras fortes, mas que não invalidam a questão. Há dogmas, há opressão e esses elementos precisam ser
descontruídos.
35. Beatriz Cabral e mediação extraverbal, para além da palavra. O professor deve fazer parte como um todo na
mediação, não apensas pontuando verbalmente.
ARTES MUSICAIS
156
Para entendermos um som, quatro etapas são necessárias:
• Um objeto deve vibrar, esses movimentos para frente e para trás vão fazer o ar vibrar do mesmo modo.
• O meio vai dispersar essa onda, pode ser o ar, a água ou até mesmo um objeto sólido.
• Essas ondas precisam de um receptor. Nossa orelha atua como um receptor.
• A recepção dessas ondas pelos nossos ouvidos as transforma em sinais, que são levados ao cérebro e
interpretados como sons.
*Ondas são sinais que se propagam com uma determinada velocidade. Esses sinais podem ser, por exemplo, a
vibração do ar. Nós e outros animais evoluímos (de modos diferentes) para entender essas vibrações no ar, algo
que chamamos de som.
*O som é uma onda mecânica, precisa de um suporte para se propagar. Ou seja: o som não existe por si só, não
ouvimos um som no vácuo espacial, por exemplo, é necessário um meio sólido, líquido ou gasoso para o som
viajar até nossos ouvidos. O ar possuí moléculas de diversos gases, é através delas que as ondas viajam até
nossos ouvidos.
*Uma onda com uma frequência de 200Hz, por exemplo, quer dizer que o ar ao redor de nossos ouvidos vibra
200 vezes por segundo. Os sons de alta frequência são interpretados por nós como sons agudos, eles vibram
mais vezes por segundo. Já os de baixa frequência são considerados mais graves.
*Quando combinamos um conjunto de ondas de várias frequências (mais agudas ou mais graves) é chamada de
pacote de onda. O trabalho de um músico é justamente esse, montar uma sequência de pacotes de ondas que
seja agradável (ou não) aos ouvidos.
Interferência é quando uma onda interage com outra. Se as ondas se encontram uma com a outra no mesmo
tempo, para nós a intensidade aumenta, dando-nos a sensação de que o som está mais alto. Isso é chamado de
interferência construtiva. Por outro lado, se as ondas não estiverem alinhadas no tempo, a interferência dessa
destrutiva.
O som possui 5 elementos formais. O que isso quer dizer, professor? Há cinca coisas que darão forma, que
distinguirão um som de outro. Timbre, intensidade, altura, densidade e duração. Vejamos cada um deles:
157
• Timbre: é a identidade ou “cor” do som, que possibilita distinguirmos de onde vem aquele som. Caso
tenhamos uma mesma nota e mesma intensidade na voz, num piano ou numa guitarra, saberemos que
o timbre (a identidade) do som produzido vem de coisas diferentes;
• Intensidade: também chamada de força do som ou sonoridade, é o que usualmente chamamos de
volume. Um som fraco terá baixa intensidade; um som forte terá alta intensidade. É a força com que as
ondas empurrão o ar. A medida é dada em decibéis (dB). Acima de 140dB pode haver lesões ao sistema
auditivo;
• Altura: o que vai determinar a altura de um som é sua frequência (medida em Hz, hertz). O parâmetro da
altura nos faz distinguir um som grave (poucas oscilações por segundo) de um agudo (muitas oscilações
por segundo). As notas Dó Ré Mi Fá sol Lá Si dó representam justamente as alturas do som musical;
• Densidade: é a qualidade do som que determina um maior ou menor número de sons simultâneos. Um
som mais denso terá uma maior densidade, pois várias ondas sonoras estão sendo transmitidas juntas;
já um som menos denso terá poucas ou apenas uma onda sonora;
• Duração: é simplesmente o tempo em que o som permanece em nossos ouvidos. Um som de ressonência
curta dura um breve período; já um som de ressonância longa tem uma duração maior.
• Ritmo: é a duração das notas dentro de uma determinada pulsação. O ritmo não é a velocidade das notas
que estão em cada pulsação (o que chamamos de andamento), mas é a duração das notas em cada uma
das pulsações. O ritmo ajuda muito a percebermos se uma música é um reggae ou rock, por exemplo.
• Melodia: é o elemento de maior destaque aos nossos ouvidos. São notas todas em sequência (nunca ao
memso tempo). As notas se relacionam de forma horizontal. Uma pessoa cantando é uma melodia, já
que não conseguimos externar duas notas ao mesmo tempo;
• Harmonia: está relacionada ao ato de combinar sons, tornando-os harmônicos entre si. Essa mistura de
sons pode trazer uma harmonia com diferentes sentimentos, como alegria ou tristeza. Se a melodia é
pensada horizontalmente, com notas sequenciadas; a harmonia deve ser pensada verticalmente, pois as
notas aqui são simultâneas.
*Intervalo: é outro aspecto que pode aparecer em sua prova. Consite simplesmente na diferença de altura entre
duas notas. Cuidado para não confundir com as pausas musicais, que são os intervalos de tempo em que há
silêncio.
*Com o que acabamos de falar, temos bagagem para entender melhor o que é um instrumento harmônimo e
um instrumento melódico.
• Instrumento melódico: uma flauta doce é um instrumento melódico, só conseguimos tirar dela notas
isoladas e sequenciais;
• Instrumento harmônico: o piano é um grande exemplo, já que você consegue pressionar seus dedos em
notas diferentes ao mesmo tempo, criando uma harmonia.
158
MÉTODOS ATIVOS MUSICAIS
Jaques-Dalcroze (1865~1950)
• Sua pedagogia constituiu a base do ensino musical da Hungria, onde seu método foi inscrito na lista de
Património Cultural Imaterial da Humanidade;
• O ser humano pode ser trabalhado de forma integral através da música, nas dimensões: intelectual,
emocional, física e de personalidade;
• A sua pesquisa em músicas folclóricas húngaras foi essencial para construir uma base mais geral de seu
método;
• Kodály trabalhou primeiramente com canto, o que acreditava ser o fundamento da cultura musical, já
que a voz é algo mais próprio de cada, parte de nós mesmos;
• O canto coral teve esse papel, na medida em que trabalhava o ser humano de forma integral de forma
coletiva e pela voz, aquilo mais próximo a todos.
159
Edgar Willems (1890~1978)
160
Murray Shafer (1933~2021)
• Ambientalista preocupado com as mudanças climáticas, criou uma relação frutífera emntre ambiente e
música;
• Cunhou o termo ecologia sonora: que é o estudo das influências físicas e comportamentais do ambiente
acústico em nós;
• Devemos apurar nossa sensibilidade para os sons do ambiente que nos rodeiam;
• A poluição sonora era uma preocupação de Murray, já que essa acabava por destuir nossa vontade e
capacidade auditiva do ambiente mais antural que nos cerca;
• A expressão esquizofonia também é ligada a Murray. Esse conceito se refere a separação de um som de
sua fonte, a separação de um som original (nativo) e sua reprodução eletroacústica (a gravação desse
som).
161
Keith Swanwick (1937)
• Inspirado indiretamente por Piaget, criou uma teoria acerca do desenvolvimento de crianças, chamada
de Teoria Espiral do Desenvolvimento Espiral, onde se afirmava que nós desenvolvíamos em etapas;
• Criou o modelo C (L) A (S) P, que diz respeito a Composição, Literatura (Literary Studies - Estudos
literários), Apreciação, Técnica (Skills - Habilidades) e Performance. A aprendizagem musical partiria de
três dimensões: a composição, apreciação e performance (execução). As outras duas dimensões seriam
assessórias ou periféricas, que são o desenvolvimento técnico e os estudos literários;
• O autor fala ainda nos sotaques da música, que compartilham um significado, mas possuem suas
especificidades;
• A música não é só um reflexo da cultura de uma época, mas sofre influência também daquele que a
interpreta. O intérprete da música traz sua bagagem própria e vê seus próprios símbolos e sentidos numa
música.
HISTÓRIA DA MÚSICA
*A História da Música aqui será baseada principalmente no livro de Mario de Andrade, intitulado de Pequena
História da Música. A leitura desse livro é altamente recomendada.
Pré-História
• A música tinha um caráter religioso, ritualístico, mágico-social;
• A música vai servir para ajudar também nas dificuldades da caça e das estações;
• O ritmo é um dos elementos mais presentes nos sons primitivos humanos e há um déficit no que diz
respeito a melodia. O ritmo age mais fortemente na parte física do ser humano, “mexe” o corpo, age em
nossas faculdades físicas primais;
• Os instrumentos eram bastante variados e o próprio canto não era algo universal (presente em todas as
tribos). Os instrumentos primitivos são poucos melódicos, sendo principalmente de percussão, mais
roucos e “cavernosos”;
• Alguns pesquisadores tendem a dizer que o canto grotesco era mais predominante, já que fazia
referência às dificuldades e se identificava com os deuses “ruins”, que representavam as problemáticas e
a vida árdua primitiva;
• Podemos citar como instrumentos: tambores feitos de árvore, cabaças esvaziadas cheias de pedrinhas,
conchas, dentes de animais, sementes prezas nos tornozelos, gomos de bambu (instrumento de sorpo),
etc;
• Em certo sentido podemos dizer que o espírito e animosidade conduziam mais o ato de fazer música
primitiva do que a técnica e a rigidez metódica;
• Há uma tendência maior a repetição musical, o que chamamos de uníssono, geralmente em coral. As
polifonias eram raras;
• A repetição tinha uma função de levar a transe, de revivar o iconsciente;
162
• A música estava relacionada com os tempos da dança e dos textos cantados;
• A música não era um prazer desinteressado, sempre tinha uma função para a tribo.
Antiguidade
• Mario de Andrade diz que o que distingue a música primitiva das manifestações da antiguidade é a
formalidade, a música adquire técnicas mais formais e se torna mais estruturada;
• Os primitivos tendem a querer produzir som, não um som predeterminado em uma escala. Na
Antiguidade isso muda de feição, as escalas são determinadas teoricamente;
• Assim, há elementos fixos, regras predeterminadas que iram produzir uma forma mais estruturada na
Antiguidade;
• As músicas eram mais manifestações coletivas do que individuais;
• A música instrumental isolada quase inexistiu, a voz conduzia a música, a palavra tinha maior
proeminência;
• A Grécia, principalmente Atenas, foi o ápice desse formalismo e das características aqui citas. Aliás, dentre
os povos antigos, foram os helenos (gregos) que mais influenciaram a música da Idade Média e a própria
música atual;
• Os gregos acreditavam que a música era uma benção das divindades (os deuses até mesmo inventavam
instrumentos e músicas) e muitas de suas obras (quase todas perdidas) falavam justamente de seu
mundo mitológico. Tanto que as musas eram as figuras que inspiravam os artistas (o que já vimos durante
a apostila);
• O tetracorde (que tinha quatro sons) era o sistema escalar principal;
• As esclas gregas em consideradas descentes, enquanto nós a consideramos ascendentemente;
• A música grega estava sempre junto da dança, da poeia ou do teatro. Essas artes se divorciam só nos
tempos finais da Grécia Antiga;
• A música era predominantemente monódica (por uma só voz, diferente da polifonia);
• Os rapsodos 9cantor de poemas que ia de cidade em cidade) louvavam os deuses e os heróis;
• Os principais instrumentos gregos eram: bouzouki (instrumento de cordas da facília do alúde), cítara,
siringe (flauta), lira, salpinge (espécie de trombeta) e aulo (instrumento de sopro);
IDADE MÉDIA
*É um período muito grande da história e nossa perspectiva será em torno da Europa, conteúdo mais cobrado
em provas. Vejamos:
• Muitos elementos foram incorporados dos gregos, mas a música se tornou mais complexa;
• A música quase que em todo o período esteve associada com a fé cristã;
• No começo predominou o canto monódico (por uma só pessoa) feito em latim, com temas sacros e
instrumentos de acompanhamento. Esse era o chamado canto gregoriano, que era uma espécie de
oração;
• O canto gregoriano não possuía um ritmo, já que a melodia seguia o curso natural do texto;
• O canto gregoriano evoluiu para o organum, por volta do século IX;
• Assim, é que a polifonia começa a aparecer;
• De maneira mais formal, surge na Baixa Idade Média (por volta de 1300), o organum com duas vozes, a
principal (cantochão) e a paralela (organalis);
163
• Já no século XIII a música sacra muda para o que ficou chamado de música politextual. Um segundo ou
mais textos eram inseridos para as diferentes vozes nos ápices das músicas. Isso ficou conhecido como
moteto;
• A música profana só veio aparecer no fim da Idade Média, com a perda de poder da Igreja Católica;
• O Trovadorismo, aparece dutante os séculos XI a XIII, podendo ser entendido como a múscia popular da
Idade Média. A poesia e a dança estavam relacionadas com a música, trazendo temas do cotidiano
medieval, como batalhas de cavalheiros e temas amorosos;
• As obras dos trovadores eram chamadas de cantigas, eram escritas para serem declamadas,
acompanhadas da lira, flauta ou viola;
• Os principais instrumentos da Idade Média eram cítola, trompete harpa, flauta, alaúde, saltério e órgão
medieval;
• É na Idade Média, por volta do ano mil, que o monge Guido d'Arezzo, dá o nome das notas como
conhecemos hoje (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si).
RENASCIMENTO
*É difícil datarmos um período exato para a música renascentista, mas essa começa por volta de 1400 e termina
em meados de 1600, com a força do Barroco.
BARROCO
*O início e começo do Barroco também são controvérsios, já que é difícil demarcarmos uma data extaa. Mas o
estipulado é que o Barroco se inicia em 1600 e vai até 1750 (ano da morte de Bach, um dos maiores compositores
barrocos).
• A música instrumental ganha uma relevância altíssima, talvez em pé de igualdade com a música vocal.
Não é à toa que surgem os primeiros gêneros puramente instrumentais, como o concerto e a suíte;
• As expressões se tornam mais dramáticas, como na ópera;
• O contraponto é um dos principais aspectos da música Barroca;
• O Barroco em linhas gerais não é polifônico, é caracterizado por uma melodia e um acompanhamento;
• Diferentemente em Bach, onde há diversas melodias simultâneas. Com Bach a polifonia prospera, sendo
um reflexo da força ganhada desde o Renascimento;
• Essa polifonia não tem uma hierarquização, apesar de em certos momentos uma “voz” se sobressair em
relação a a outra;
• A polifonia de Bach é conhecida por ser bastante clara, sendo possível distinguir as “vozes” ali presente.
164
CLASSICISMO
*É um período que perdura de 1750 até cerca de 1827 (ano da morte de Beethoven, o último dos clássicos).
• A homofonia predomina;
• Há maior elegância e sofisticação se comparado ao Barroco;
• As melodias adquirem uma característica bem forte: a fluidez ou continuidade das melodias;
• É o período em que temos uma grande força da forma sonata (música instrumental). Apesar das sonatas
surgirem no barroco, é só aqui que elas adquirem uma dimensão ainda maior;
• O classicismo parece um diálogo, uma melodia parece colocar algo em jogo e, logo em seguida, há uma
resposta a essa pergunta;
• Há ainda a presença de contrastes, onde uma crescente traz um ponto e após isso aparece algo muito
semelhante, mas de modo mais suave e calmo. Cuidado para não confundir: nas Artes Visuais e no Teatro
o Barroco é que lida com os contrastes; já na música os elementos contrastantes têm seu auge apenas
no Classicismo;
• O cravo (próprio do Barroco), como instrumento, foi substituído pelo piano. Isso permitiu tocar sons mais
altos ou mais suaves.
ROMANTISMO
*Perdurou durante o século XIX.
• Os instrumentos chegam ao ápice. O piano moderno aparece e isso traz uma maior carga às músicas;
• É um período intenso e apaixonado, onde vemos sons mais cheios e volumosos;
• No Romantismo há uma maior flexibilidade, trazendo mais sentimentalismo à música, diferentemente da
estética ideal do Classicismo;
• A mudança de tom se torna mais brusca;
• Tem maior fluidez e contraste se comparado ao Classicismo.
MÚSICA MODERNA
*Vem após o Romantismo e perdura até metade do século XX.
*Há ainda a Música Contemporânea, que é aquela não moderna, mas que bebe desta e muda também uma série
de conceitos.
165
HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA
*Nas provas de concurso algumas tendências e movimentos musicais do Brasil sempre aparecem. Vale notar
que é um recorte mais próximo de nossos dias, a partir das bases que solidificariam as tendências atuais. Vejamos
alguns desses movimentos:
Bossa Nova
• Movimento da música popular brasileira que aparece no final da década de 1950;
• João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Morais e outros compositores cariocas estão entre os criadores do
movimento;
• Tom Jobim afirmou que a Bossa Nova é uma espécie de mistura entre o jazz moderno e o samba;
• Os temas tratam do cotidiano e possuem um teor mais jovem;
• Há uma valorização da pausa e o jeito de cantar é mais despojado;
• Harmonia, ritmo e melodia se integram bastante;
• As principais músicas da Bossa Nova são: Garota de Ipanema, Desafinado, Samba do Avião, Pela Luz dos
Teus Olhos, Águas de Março.
*O movimento tem como marco final na interpretação de Elis Reina da música Arrastão, de Vinícius de Moraes,
em 1965. Isso não significou o fim da Bossa Nova por completo, mas deu espaço para o surgimento do que se
chamaria de MPB (Música Popular Brasileira), ou ainda, Segunda Geração da Bossa Nova.
MPB
• Surge no contexto incial da ditadura militar, em 1965, como dissemos acima, sendo uma espécie de
continuação da Bossa Nova;
• A expressão “música popular brasileira” já era utilizada desde o começo do século XX, mas de maneira
generalizada, sem definir um movimento ou grupo de artistas. A MPB, enquanto movimento, se refere
justamente ao grupo que estamos tratando aqui, sucessores da Bossa Nova;
• Vari trazer temas contrários a repressão do regime;
• Ficou conhecida como “música da universidade”, já que o público era bastante composto por estudantes
e intelectuais;
• A diferença é que a MPB se misturou com movimentos musicais dos Centros Populares de Cultura da
União Nacional dos Estudantes e com temas folclóricos mais nítidos;
• A MPB tentou criar uma identidade nacional em seus temas e estilo;
• Os principais nomes da MPB, além dos nomes da Bossa Novam, eram: Chico Buarque, Elis Regina,
Gilberto Gil, Milton Nascimento, Caetano Veloso e Jorge Ben Jor;
• Algumas das músicas mais marcantes da MPB são:
• Depois de um tempo, a MPB passou a designar mais estilos, como samba-rock, samba-funk e pop.
166
Jovem Guarda
• Esse movimento teve suas bases na TV Record, na década de 1960, através de um programa de mesmo
nome: Jovem Guarda;
• Podemos dizer que foi um movimento cultural, na medida em que não ficou somente no campo da
música. A Jovem Guarda trouxe uma nova maneira de se vestir, de se portar e de falar, que conquistou
principalmente o público jovem;
• Teve influências do rock and roll e do soul, principalmente em figuras como Elvis Presley, Beatles e Rolling
Stones;
• A Jovem Guarda esteve relacionada com uma grande popularização dos meios de comunicação;
• Guitarras e baterias cresceram nos meios de cultura, proporcionando um cenário mais propício ainda
para o rock nacional (que já existia, mas em fase muito inicial);
• O tema central da Jovem Guarda eram as paixões adolescentes. Isso foi ponto de crítica de muitos, já
que em meio à ditadura, o movimento se manteve com temas considerados fúteis e mascarosos da
verdade realidade braisleira;
• Podemos citar Roberto Carlos, Wanderléia, Erasmo Carlos e Sérgio Reis. Tim Maia, apesar de ter
pertencido ao movimento inicialmente, logo acabou se distanciando. Muitos creem que Tim Maia não
se encaixa propriamente na Jovem Guarda, já que suas canções eram românticas, mas muitas vezes com
uma carga sentimental e existencial fora do padrão.
Tropicalismo
• Na terceira edição do Festival de Música Popular Brasileira, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Os Mutantes
trouxeram inovações à música brasileira. Através das músicas Alegria Alegria e Domingo no Parque,
novos elementos apareceram, dando início ao movimento;
• A ideia era misturar a diversidade musical, num diálogo nacional e estrangeiro, e criar um novo modo de
se fazer música brasileira. Isso estava muito ligado à ideia do Movimento Antropofágico de Oswald de
Andrade. Carmén Miranda e estética tropical e abundante (plural) do país também influenciou;
• O movimento também tentou se aliar às tentativas de transformação no Brasil e À represália do regime
ditatorial, mas acabou por se concetrar em mudanças estéticas da música;
• A tropicália (outro nome do movimento tropicalista) tentou criar uma identidade nacional plural, mas
retomando um sentimento de nação comum e acolhedora, não um nacionalismo extremado;
• Apesar de conquistas, o movimento foi logo abafado pelo regime, sob a acusação de importação
estrangeira e subversão a ideias nocivas ao país. O AI-5 e sua censura sem limites, acabou dissolvendo o
tropicalismo. Contudo esse acabou sobrevivendo e reverberando ao longo dos anos em outros
movimentos artísticos.
Manguebeat
• Também chamado de Manguebeach, Manguebit e mangue-off;
• Foi um movimento que surgiu em Recife (Pernambuco) no ano de 1990;
• As bandas Mundo Livre S/A e Chico Science & Nação Zumbi encabeçaram o movimento;
• Nasceu cheia de crítica ao descaso de Recife e Pernambuco no cenário nacional, além de ser um
movimento de contracultura, que se instaurava numa região fora dos centros de São Paulo e Rio de
Janeiro, o berço da maioria dos movimentos culturais do país;
• As letras tratavam justamento do abandono socioeconômico e cultural;
167
• O Manguebeat misturava uma série de tradições regionais, como o forró e coco, o maracatu, samba,
rock, punk-rock e hip-hop;
• A batida era bem energética e diferente das músicas já vistas;
• O Manguebeat acabou surtindo efeitos em vários campos da cultura, como cinema, literatura, teatro e
artes plásticas.
*As matrizes indígenas, africanas e portuguesas foram essências para a construção das múltiplas identidades
que se fizeram ao longo dos anos na música brasileira. Vale lembramos que toda uma cultura estava por trás de
cada uma desses influenciadores, mas iremos se deter aqui em pontos mais centrais.
INFLUÊNCIA INDÍGENA
• Devemos lembrar que a influência indígena na música ainda tem influência na música nacional;
• A música indígena se assemelha muito ao capítulo que vemos a respeito da música primitiva, pois há o
compartilhamento do caráter espiritual, social, religioso, mágico, da cura, da celebração e de outros
elementos da vida indígena;
• A voz e o canto são dimensões bem fortes da música indígena, sempre com instrumentos de apoio e
dança (como já vimos);
• O ritmo é um dos elementos marcantes da música indígena;
• O bater dos pés e das mãos também são expressões bastante encontradas;
• A criação das músicas geralmente era destinada ao pajé;
• A polifonia não era vista, o que vigorava era a espécie monódica;
• Em locais onde houve uma fusão das culturas indígena e africana, houve a chamada música cabloca;
• As músicas eram circunstanciais, algumas eram interpretadas só por homens, outras por mulheres, por
exemplo;
• Alguns dos instrumentos musicais indígenas que influenciaram: o chocalho (ou maracá), a flauta, o reco-
reco (feito com casca de tartaruga), as trombetas de cuia, percussão, sopro, os bastões de ritmo, xequerê,
maraca, faluta pã, zunidore, apitos, pios, etc.
INFLUÊNCIA AFRICANA
• Quando falamos de influência africana, estamos falando de um continente gigantesco e de uma
influência que se deu durante séculos (e continua atuando);
• A influência mais forte veio justamente dos países de onde vieram mais escravos, Congo e Angola;
• A polirritmia e a harmoziação poética são dois dos elemntoes herdados e bastante presentes na tradição
africana;
• Muitas dos elementos trazidos só vão se difundir mais propriamente, fora dos círculos dos escravos,
séculos ou décadas depois. O maracatu (no século 17), o baião (século 19), o choro (século 19) e o samba
168
(entre o final do século 19 e começo do século 20). Esses exemplos tinham uma presença fortíssima da
cultura africana;
• O canto africano é predominantemente responsarial, onde uma primeira voz solo traz um tema ou
pergunta e as vozes em coro trazem uma resposta ou imitação;
• Até movimentos mais recentes estão cheios de influências africanas, inspirando o surgimento da bossa
nova, da tropicália, do mangue beat ou do funk carioca, por exemplo;
• Alguns fenômenos iam bastante além do campo musical, como é o caso da capoeira e do candomblé;
• A capoeira (chamada por alguns de vadiagem nos dias atuais, no sentido de divertimento) é dança, é
luta, é divertimento, é forma de rebeldia. Ela está muito associada ao ritmo. Os instrumentos principais
são o berimbau, o atabaque, o caxixi, o ganzá, o pandeiro, o agogô e o reco-reco;
• Os principais instrumentos da música africana são: agogô, berimbau, cuíca, kora, tambor falante, cunha,
dejembê, caxixi, chocalho, kisangê, balafon, xequerê, entre outros;
INFLUÊNCIA PORTUGUESA
• Portugal influenciou o Brasil não só com sua própria cultura, mas com a importação de toda uma cultura
europeia;
• Portugal trouxe o sistema harmônico tonal e vários dos estudos que aconteciam não só na região
portuguesa como em toda a Europa;
• Muitas das canções infantis brasileiras foram trazidas por Portugal;
• Elementos ritimicos do fado e da modinha também foram importados;
• Portugal trouxe bombos, adufe, caixa, tamboril, viola de arame, Braguinha, viola campaniça, etc. Os
portugueses também trouxeram instrumentos musicais como o piano, o violino, a flauta, o contrabaixo,
a clarineta, o violoncelo, a sanfona, o violão e o cavaquinho.
CHORO
• Também conhecido como chorinho;
• Se origina no Rio de janeiro no século XIX;
• É também um estilo musical, um jeito de tocar;
• É tipicamente instrumental e com bastante improviso;
• Nasce da mistura de vários elementos vindos da dança de salão europeia, da música popular portuguesa
e de elementos importados dos povos africanos;
• Usa-se flauta, pandeiro, cavaquinho, violão e bandolim;
• Os principais nomes são Pixiguinha, Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga.
SAMBA
• Nasceu na Bahia;
• Teve forte influência africana, nascendo nas chamadas rodas de samba dos escravos;
169
• Foi marginalizado por muito tempo, é só no começo do século XX que é mais bem aceito e incorporada
à cultura nacional, com projetos de até mesmo ser um dos criadores da identidade nacional;
• As letras são românicas e melódicas;
• Acabou por ganhar uma série de variações, como o samba canção, o samba de breque, o samba rock, o
samba reggae e o samba de roda;
• Nos últimos anos cresceu ainda mais, a partir da associação com as escolas de samba e o carnaval;
• Os principais instrumentos são o cavaquinho, o pandeiro, o violão, o tamborim, a cuíca, o bajo, o repique
e o surdo;
• Alguns dos grandes nomes: Noel Rosa, Zeca Pagodinho, Cartola, Beth Carvalho e Martinho da Vila.
FORRÓ
• Apesar de nascer por volta de 1930, é só na década de 50 que ele se difunde de fato, através de Luiz
Gonzaga e das grandes migrações de nodertinos pelo país (em busca de melhores condições de vida);
• Antes o forró era muito restrito a festas noderstinas. Os bailes populares de Pernambuco, por exemplo,
eram conhecidos como “forrobodó” ou “forrobodão”;
• A dança com um casal próximo e a velocidade dos corpos é marca do forró;
• Os principais instrumentos do forró é a tríade: triângulo, sanfona e zabumba;
• Dominguinhos, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro são as principais figuras do ritmo.
SERTANEJO
• É o gênero musical mais famoso entre os brasileiros;
• Característico da região Centro-Oeste;
• Surge no começo do século XX, mas de forma ainda muito rudimentar. É só em 1929, que Cornélio Pieres,
aposta no gênero (ainda chamado som caipira), através da gravação de Jorginho do Sertão, de sua
autoria, interpretado pela dupla Mariano & Caçula;
• O som caipira se expandiu e chegou na cidade grande. O êxodo rural decorrente da industrialização
espalhou o gênero mais ainda;
• O termo caipira era visto muito negativamente até os anos 30. Isso fez com que mais tarde o nome fosse
mudado para Sertanejo;
• Há vários subgêneros, mas os mais conhecidos são Sertanejo Raiz e Sertanejo Universitário;
• Inicialmente era uma música que representava o povo do interior, principalmente do Nordeste (Sertanejo
Raiz); atualmente, como no Sertanejo Universitário, os temas são amis abrangentes, mas focados em
relacionamentos amorosos;
• Os instrumentos mais usados são violão, guitarra, viola caipira, violão de doze cordas. Além de outros,
como contrabaixo, sanfona, teclado, piano, bateria, percussão e saxofone;
• Os principais nomes do Sertanejo de Raiz são Chitãozinho & Xororó, Marília Mendonça, Rio Negro &
Solimões, Zezé di Camargo & Luciano (alguns não os consideram propriamente de raiz);
• As figuras mais famosas do Sertanejo Universitário são Gusttavo Lima, Jorge & Mateus, Cristiano Araújo,
Luan Santana, Marília Mendonça, dentre outros.
170
RAP
• O Rap surge na Jamaica, com os Soun Systems, na década de 60, cuja função era animar bailes. No Brasil
o rap só chega em 1986, na cidade de São Paulo;
• MC é o nome usado para designar cantores de rap, o nome significa Mestre de Cerimônia;
• Os MC’s são conhecidos como mestres dos improvisos, entrando frequentemente nos chamados duelos
ou batalhas de rap. Nesta, dois rappers (aquele que faz rap) se enfrentam com versos envoltos,
geralmente, por um público, que com as aclamações acaba por dicidir o vencer;
• As letras versam sobre temas que expressam a realidade das periferias, trazendo muitas das vezes críticas
duras à política, à violência ou aos problemas raciais e sociais;
• Os principais nomes são: Racionais, Emicida e Criolo.
FUNK
• Levantamentos recentes apontam o funk como o 2º gênero mais ouvido pelo brasileiro atualmente;
• No começo, o funk era bem diferente do que conhecemos hoje. Derivado da soul music estadunidense
(gênero inspirado no Rhythm and blues e no gospel), chega ao Brasil na Zona Sul do Rio de Janeiro (área
nobra da cidade). Contudo esses espaços foram perdendo força para a MPB, o que fez o funk migrar
para os subúrbios;
• O DJ Malboro foi o grande responsável por criar o começo da identidade do funk brasileiro, através do
disco Funk Brasil, no final da década de 80;
• O funk carioca, o mais popular, tem origem no Miami Bass (subgênero do Hip Hop, popular nos EUA e
no Brasil dos anos 80);
• É a partir dos anos 2000 que o funk como conhecemos hoje cria sua feição, com os chamados bondes.
A partir daí o funk fica famoso não só entre as classes menos favorecidas, mas entre a classe média,
sendo tocado em academias e casas noturnas;
• A sensualidade e as questões relacionadas ao corpo são os temas corteantes do funk. Muitas das vezes
alguns alegam o caráter exagerado das letras, criando discussões a respeito do gênero;
• Por ser um gênero muito dinâmico, é difícil marcarmos os maiores nomes, mas podemos falar que
atualmente há o domínio de Dennis DJ, MC Kevinho, Koringa e Anitta.
MÚSICA CONCRETA
• É uma música produto de ruídos, da natureza ou artificiais, e não de instrumentos musicais;
• Pode-se utilizar qualquer objeto e de qualquer forma, um bater de panelas, um ferro arrastando em
alguma superfície, um liquidificador, etc;
• Os sons gravados passam depois por uma montagem e até mesmo edições mínimas;
• Pierre Henry, Pierre Schaffer, Luc Ferrari, François-Bernard Mâche, Bernard Parmegiani e Iannis Xenakis
são os primeiros nomes desse tipo de música.
171
MÚSICA ELETRÔNICA
• A música eletrônica pode englobar ruídos da música concreta, mas não se confunde com esta, pois é
mais geral e passa por mais edição;
• A música eletrônica usa ruídos, vozes, sons instrumentais, sons invetidos;
• As partes da música podem sofrer as mais diversas alterações. Atualmente o número de deições possíveis
nos sons é tremenda;
• A computação permite tantos caminhos que na realidade é difícil sequer imaginar um som que não possa
se transformar em outro. O som proveniente de um trovão pode muito bem ser tão editado a ponto de
criarmos uma música clássica indistinguível de um piano;
• Karlheinz Stockhausen foi um dos primeiros a entrar nesse mundo de fato. É pioneiro da chamada
Computer Music (Música de Computador), antecipando a eletroacústica;
• O compositor italiano Luigi Russolo é considerado o pai teórico da música eletrônica e até da música
concreta, fez seus trabalhos no início do século XX;
• No Brasil, o destaque vai para Jorge Antunes (integrante da Primeira Geração de Música Eletroacústica
Brasileira), que em 1962 compôs a primeira obra brasileira feita apenas por sons eletrônicos: Valsa Sideral.
Foi ativo politicamente e criou músicas como a Sinfonia das Diretas e a Sinfonia dos Direitos.
QUESTÕES
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
172
Direitos, também com som debuzinas, e a ópera de rua Auto do Pesadelo de Dom Bosco, em que critica a
corrupção de políticos no Distrito Federal.
Certo ( ) Errado ( )
6. (QUADRIX/SEDF/2018/Artes) O choro é um “jeito de tocar” que abrange diversos ritmos. Samba, baião,
frevo, maxixe, valsa e polca estão presentes no repertório do choro.
Certo ( ) Errado ( )
10. (QUADRIX/SEDF/2018/Artes) Para “ensinar música musicalmente”, como propõe Swanwick (2003), é
necessário que se priorize inicialmente os símbolos musicais, pois a música é linguagem e possui uma simbologia
própria, universal, que deve ser decodificada pelo intérprete.
Certo ( ) Errado ( )
11. (QUADRIX/SEDF/2018/Artes) Émile Jacques‐Dalcroze, Carl Orff, Zoltan Kodály, Edgar Willems e Shinichi
Suzuki desenvolveram “métodos ativos musicais”, em que propõem a experiência direta do sujeito com a música,
a partir da vivência de diversos elementos.
Certo ( ) Errado ( )
12.(CESPE/SEDF/2017/Artes) A música tem função meramente decorativa na capoeira, servindo apenas para
chamar a atenção da plateia e incentivar a doação de gorjetas.
Certo ( ) Errado ( )
13. Os portugueses influenciaram a música brasileira apenas com sua cultura mais prória.
Certo ( ) Errado ( )
14. (CESPE/SEDF/2017/Artes) Berimbau, caxixi, ganzá e pandeiro são instrumentos tradicionais nas
apresentações de capoeira. Tendo perdido seu caráter original e passado a ser uma das atrações turísticas da
Bahia, o jogo é hoje chamado, pelos próprios capoeiras, de vadiagem, com sentido de divertimento ou
brincadeira.
Certo ( ) Errado ( )
173
Mozart e Beethoven são músicos do classicismo.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. E
5. C
6. C
7. E
8. C
9. C
10. E
11. C
12. E
13. E
14. C
15. C
16. E
COMENTÁRIOS
1. A expressão agradáveis ao ouvido é de fato uma das características da harmonia, que diz respeito a um
balanço/organização/equilíbrio da música. Mas a harmonia não implica uma sensação de repouso e
tranquilidade, pois pode muito bem haver músicas que geram efeitos ativos no ouvinte, como
celeridade/palpitação/euforia/estado de êxtase exacerbado/agitação. Ou do contrário: jamais poderíamos dizer
174
que um heavy metal ou o Requiem de Mozart sejam harmônicos, por nos tirarem da tranquilidade, provocando
agitação.
2. Nós já vimos essa distinção. Ritmo e andamento são de fato conceitos diferentes e a definição de cada um
deles na questão está correta. Andamento é a velocidade das notas em cada uma das pulsações, chamada na
questão de trecho musical.
4. Na música concreta pode haver a criação de sons sim. Se você deixar cair um copo e captar esse
som, ele foi criado, não é um som natural, mas teve uma ação de um sujeito.
5. Exatamente.
6. O choro é um jeito de tocar, lembre-se disso.
7. Se atente aos advérbios! Invariavelmente quer dizer que o raper só trabalha através de improvisos, o que não
é verdade.
8. O canto responsorial, a melodização poética e as harmonias vocais são elementos trazidos pelos iorubas, um
dos povos africanos.
9. Um dos educadores musicais ativos que busca retomar as sonoridades ambientais de nossas vidas. Acabamos
por estar acostumados com ruídos de todos os tipos, Murray propôs que nos atentássemos para os sons naturais
das coisas.
10. A música é um reflexo do contexto. O intérprete é um contextualizador também, já que traz sua bagagem.
Interpretar uma música não leva a uma universalidade, mas a uma subjetividade.
11. Esses são alguns dos artistas que desenvolveram métodos musicais ativos.
12.A música principalmente dita o ritmo, além de ser parte constitutiva da capoeira como um todo.
13. Na realidade, os portugueses trouxeram muitos elementos da Europa e até mesma da África e de outros
continentes.
14. São alguns dos elementos. E de fato a capoeira perdeu uma de suas funções, que era a resitência contra a
escravidão. Na Bahia e em outras regiões o termo vadiagem remete ao divertimento da capoeira.
15. A contraposição típica do Barroco é bem exemplificada pelo contraponto musical, que representa a harmonia
entre duas ou mais vozes/notas.
16. Mozart e Beethoven são músicos do classicismo. A música medieval não possui tanta potência ou vigor, ela
é muito mais leve do que o classicismo.
*Uma maneira interessante de estudarmos leis é dividir por áreas temáticas e limpar um pouco a formalidade
contida nesses dispositivos. Assim, dividiremos a LDB por temas em comum (mesmo que essa já tenha essa
formação, iremos juntar ainda mais os temas) e limparemos a formalidade da lei, inclusive as numerações desta.
Essa limpidez visual te dará maior assimilação dos conteúdos e não te prejudicará, já que raríssimos são os
cargos que cobram a memorização da numeração legal (isso era geralmente uma prática mais comum em
concursos antes dos anos 2010 para cargos bastante concorridos). Caso você queria checar algum ponto da LDB,
basta procurar palavras-chave sobre esse assunto no respectivo documento, o que pode ser feito pelo atalho
CTRL+L ou CTRL+F. Dito que estou aqui para facilitar sua vida, vamos lá!
FINALIDADE
A educação é dever da família e do Estado, se inspira nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tendo como finalidade: o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
AMPLITUDE
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais.
*Isso quer dizer que educação não é só na escola, existem outras dimensões na vida das quais podemos
aprender. Isso pode cair na prova à exaustão, cobrando todos esses elementos? Dificilmente se cobra a letra da
lei nesse caso. O melhor a se fazer é saber interpretar e derivar outros locais em que a educação pode se dar, já
que o examinador costuma perguntar sobre essa amplitude educativa de modo genérico, eventualmente
colocando absurdos como “a educação se restringe ao meio escolar”.
VINCULAÇÃO
A educação deve estar vinculada com o mercado de trabalho e a prática social. Imagine uma educação que não
sirva em nada para o trabalho e que esteja fora do domínio social. Em certo sentido fica bem difícil de
imaginarmos essa dissociação. A educação deve se relacionar com o trabalho e o contexto social.
176
PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Por vezes os princípios aparecem de forma exaustiva, logo é interessante que você saiba deles. Lembre-se de
palavras chave e faça um mnemônico que achar mais fácil. Eu costumo criar uma história para memorizar esse
tipo de coisa, pois são mais fáceis que siglas, a menos que sejam siglas curtas, que não é o caso. Sugiro que crie
a própria história, pois nesse processo de criatividade tudo ficará mais fácil. Mas caso prefira um mnemônico,
um dos mais usados é o seguinte: 4G3V2C2RPIL Cuidado para não confundir com princípios da Constituição
Federal ou da Lei Orgânica do Distrito Federal. Vejamos:
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
XIV - respeito à diversidade humana, linguística, cultural e identitária das pessoas surdas, surdo-
cegas e com deficiência auditiva. (Incluída em 2021)
*Leia tudo como se fosse uma sentença só. Aqui preferi destrinchar alguns conceitos que, por vezes, podem
passar desapercebidos. Tendo isso em mente, a finalidade da educação básica é:
177
formação esta indispensável para se exercer a cidadania (cidadania é quando a pessoa se torna eleitor,
cidadania ativa, que é votar; diferente de cidadania passiva, que é ser votado)...
além de fornecer os meios para a progressão no trabalho (não basta fornecer educação, o Poder Público deve
abrir portas para o mercado de trabalho) e estudos posteriores (Ensino Superior).
ACESSO
A educação básica é obrigatória e direito público subjetivo (a criança tem direito e o Estado deve oferecer).
Aquele responsável pela criança ou adolescente (entre 4 e 17 anos) que não matriculá-la incorre em crime de
abandono intelectual, podendo ser enquadrado pela Justiça ou cobrado dos conselhos tutelares. Lembre-se: a
matrícula deve ser feita a partir dos 4 anos de idade.
E caso um governante não forneça a educação? Qualquer cidadão grupo de cidadãos, associação comunitária,
organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar
o poder público para exigi-lo.
A Educação Básica é formada por 3 etapas: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.
Se a educação básica é direito de todos, sendo um direito subjetivo; a educação superior está sujeita ao princípio
da meritocracia. As vagas são menores do que as vagas do ensino básico, já que o custeio dos cursos superiores
é maior, em função de lidarem com pesquisas, estudos mais especializados e maquinários bem mais caros.
Educação básica é para todos, educação superior é um funil, só para alguns. Essa afunilamento será feito através
de concursos, no DF temos o PAS (Programa de Avaliação Seriada), o vestibular tradicional (oferecido pela
178
própria Universidade de Brasília), o ENEM (Exame Nacional de Ensino Médio) e, mais recentemente, o SAEB
(Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica)
ORGANIZAÇÃO
Os dias letivos podem ser menos que 200, devido circunstancias (como foi o caso situação pandêmica da
Covid-19). Já a carga horaria não pode ser menor que 800h
*O ensino privado também pode ofertar o ensino, mas deve respeitar três condições:
DEVERES DA UNIÃO
179
*Veja que nos deveres da União não há prioridade para nenhum nível ou etapa de ensino, algo diferente do
que veremos com os Estados e Municípios.
• Definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais devem
assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades. Isso se fará proporcionalmente aos
recursos financeiros disponíveis do Estado e Municípios;
• Tem ação supletiva e redistributiva, a fim de corrigir as disparidades na educação;
• Autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino. Veja que não é a União que
autoriza uma universidade, mas o Estado. Os examinadores gostam de trabalhar esse ponto;
• Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino. A União, de certa forma, traz certas
leis/normas mais gerais e o Estado completa aquilo que é possível, de acordo com a lei.
• Assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade o ensino médio. Esse é um dos pontos
mais cobrados em concursos de educação;
• Assumir a responsabilidade do transporte escolar dos alunos da rede estadual. Se atente que a rede é
estadual, logo obrigação do Estado.
• Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino. É a mesma lógica do Estado: naquilo que
restar e couber ao Município, se dentro da Lei, poderá implementar em seu sistema de ensino;
• Exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
• Autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino. Uma escola
municipal terá esse controle por parte do município;
• Oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental;
• É permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as
necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados
pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino;
• Assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. Se a escola é municipal, a responsabilidade
do transporte é do município em questão.
*União e Estados têm funções supletivas e redistributivas na educação, já o Município se limita à função
redistributiva. Esse ponto é bem importante!
180
ESPECIALIDADE DO DISTRITO FEDERAL
*O que isso quer dizer, professor? Que o DF, enquanto ente sui generis (do seu próprio gênero, especial) terá
ambas os deveres, de estado e município. Simples!
DEVERES DOCENTES
Os docentes deverão participar da elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola. É uma exigência.
• O calendário escolar está sujeito às peculiaridades locais, climáticas e econômicas. Isso é muito visto
nas Escolas de Campo, onde o calendário pode estar sujeito às colheitas ou ao clima, por exemplo;
• Os conteúdos também estão sujeitos à realidade local. Escola de Campo, por exemplo, deve estar
adequada à vida rural, especialmente nos seguintes aspectos: conteúdos, metodologias, interesse dos
alunos e ao trabalho próprio do campo;
*Aliás, há uma exigência para todas as escolas, que devem possuir: uma base nacional comum e uma parte
diversificada (que será preenchida pela comunidade escolar, de acordo com as características de cada escola).
*A escola deve notificar o Conselho Tutelar quando o aluno atingir 30% das faltas permitidas. Ou seja: 30% de
25% das faltas.
*O ensino militar é regulado por lei específica. As escolas devem admitir a equivalência de estudos.
FORMAÇÃO CONTINUADA
181
• Tanto a União, quanto o Distrito Federal, os Estados e os Municípios (de forma colaborativa) deverão
promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério.
• A União, o DF, os Estados e os Municípios, possuem o dever de promover, de forma colaborativa, a
formação inicial e continuada dos professores, além de suas capacitações;
• A formação inicial é a graduação, é a base exigida do profissional da educação para que ele possa exercer
suas atividades. A formação continuada é justamente o seguimento da formação inicial. O professor
é professor sempre e por isso deve estar sempre se atualizando nos mais diversos contextos.
*A formação continuada não se esgota, ela é o aperfeiçoamento inerente aos docentes, que devem estar a
par dos novos modos de se ver o mundo, seja quanto a novas tendências pedagógicas ou ao uso de ferramentas
tecnológicas que anos atrás nem sequer existiam.
*É importante que a formação continuada vincule o campo teórico e o prático. Essa integralidade é essencial
para o profissional na formação inicial. Porque então não seria na formação continuada?
• O acesso de professores das redes públicas de educação básica a cursos superiores de pedagogia e
licenciatura será efetivado por meio de processo seletivo diferenciado.
*Há uma prioridade nesse ingresso para os professores de matemática, física, química, biologia e língua
portuguesa. Essas áreas possuem uma maior demanda e escassez de profissionais.
MODALIDADES
Ensino Especial
EDUCAÇÃO INFANTIL
182
• Finalidade: desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade;
- Creche: 0~3
- Pré-escola: 4~5
Não há reprovação, mas: a escola deve notificar o Conselho Tutelar quando o aluno atingir 30% das faltas
permitidas. Ou seja: 30% de 25% das faltas.
ENSINO FUNDAMENTAL
- do desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da
escrita e do cálculo;
- da compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em
que se fundamenta a sociedade;
- do fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em
que se assenta a vida social.
*O que são ciclos? É uma organização que permite a progressão, mesmo em caso de reprovação e utiliza a
avaliação formativa. A ideia é não frustrar a continuidade dos estudos pela reprovação em uma matéria ou
outra. A outra forma de organização escolar é a seriada, que se utiliza da reprovação e da avaliação somativa.
Veremos os conceitos da organização em ciclos mais à frente no capítulo Diretrizes Pedagógicas para
Organização Escolar do 3º
Ciclo para as Aprendizagens.
*Contudo essa regra de que a organização em série não pode adotar o regime de progressão continuada não
é bem assim. A LDB permite que mesmo as escolas que se utilizam da organização seriada podem adotar o
regime de progressão continuada;
183
• O ensino será feito em português, assegurado aos indígenas a utilização de sua própria língua e
processos de aprendizagem;
• O ensino será presencial. O ensino a distância pode ser utilizado em casos de complementação ou em
situações emergenciais.
*Veja que a LDB prevê que o Ensino Fundamental pode se utilizar do ensino a distância. Na pandemia
ocasionada pelo Covid-19 isso foi muito relevante.
• No currículo do Ensino Fundamental deve haver conteúdos que tratem do ECA (Estatuto da Criança e
do Adolescente), além da distribuição de materiais, como cartilhas;
• Os símbolos nacionais serão incluídos como temas transversais nos currículos do Ensino Fundamental.
Essa exigência acerca dos símbolos nacionais não aparece em nenhuma outra etapa da Educação
Básica ou nível da Educação;
• O Ensino Religioso é de oferta obrigatória (pelo poder Público) e de matrícula facultativa (por parte do
aluno);
• Na elaboração dos conteúdos de Ensino Religioso: os sistemas de ensino deverão ouvir a entidade civil
de diversas esferas religiosas;
• Mínimo 4h de trabalhos diários, que serão ampliados progressivamente;
• O Ensino Fundamental pode ser ministrado em tempo integral, o que fica a critério dos sistemas de
ensino.
ENSINO MÉDIO
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo
a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
ITINERÁRIOS FORMATIVOS
184
*Desde 2017 tramita a mudança para o Novo Ensino Médio, que conterá com os chamados itinerários
formativos. Mas o que eles são?
*O currículo do Ensino Médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários
formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a
relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino. São eles:
- Matemática
* A oferta da educação física é obrigatória. Mas há casos em que o aluno fica desobrigado a exercer:
- Se tiver filho/filha;
- Se estiver prestando serviço militar ou com exercício equivalente que exija o cumprimento de atividades
físicas;
185
• É facultado às escolas mesclar itinerários, criando novos;
• O aluno poderá trocar de itinerário formativo quando mudar de ano;
• Pessoas de notório saber somente poderão trabalhar no itinerário de formação técnica e profissional;
• A formação técnica e profissional deve: incluir as vivências, estabelecer parcerias, qualificar para o
trabalho e conceder certificados intermediários;
• A formação técnica e profissional pode ser desenvolvida de duas formas: articulada no ensino médio
ou em cursos destinados a quem já concluiu o ensino médio
• A oferta da língua inglesa é obrigatória. Caso se opte pela oferta de outra língua estrangeira, será dada
preferência ao espanhol;
• Até 2022, cada ano do Ensino Médio passará de 800 horas anuais para 1000 horas;
• A Base Nacional Comum Curricular se limitará a 1800 horas durante o Ensino Médio, o restante será
preenchido pelos itinerários formativos;
• O Ensino Médio poderá ser organizado em módulos e adotar o sistema de créditos com terminalidade
específica. Algo semelhante aos créditos necessários para se formar nas universidades;
• O Ensino a distância será de 20% a 30%;
• Muita coisa ainda está incerta. Alguns questionam a incompletude de conhecimento que os alunos
terão. Outros se perguntam como é possível deixar a Educação Física apenas em um itinerário, já que
não é só questão de conhecimento, mas de saúde. Muitos alunos fazem atividade física somente na
escola, com a eliminação dessa disciplina de outros itinerários estaríamos dando um pontapé para uma
sociedade nada sadia.
- No ano de 2022: os itinerários formativos aparecerão para aqueles que estarão iniciando o 1º ano do Ensino
médio;
*Bastante coisa! Mas os conteúdos cobrados não devem passar disso. Estude isso e se dará muito bem na
prova!
186
• As escolas deverão exibir, no mínimo, 2 horas mensais de filmes nacionais;
• Nos ensinos fundamental e médio é obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e
indígena;
• Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e indígena serão ministrados em todo o
currículo escolar, especialmente nas áreas de Artes, Literatura e História;
• Direitos Humanos, prevenção de todas as formas de violência contra a criança, o adolescente e a
mulher serão incluídos como temas transversais. Devendo ser distribuídos material didático sobre os
assuntos;
• Educação alimentar e nutricional também é tema transversal;
• O calendário escolar deve incluir o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra.
*E caso se queria incluir criar uma nova disciplina de caráter obrigatório na Base Nacional Curricular Comum?
Esta deverá ser aprovada pelo CNE (Conselho nacional de Educação) e homologada pelo Ministro de Estado da
Educação. Esse ponto é muito importante, pois aparece muito em provas!
*A EJA deve ter projetos próprios, de acordo com sua realidade própria. A escola não pode reaproveitar os
projetos dos cursos regulares diurnos.
*A EJA passará a substituir a ideia de compensação pelos princípios de reparação e equidade. Equidade:
igualdade é um balanço comum e harmonioso entre vários elementos, todos estão em degraus diferentes e eu
como agente forneço 10% a mais para cada; já equidade é ver essas diferentes existentes entre os elementos e
conceder a cada uma ajuda em função da sua necessidade. Quer um exemplo: um aluno que já domina o
conteúdo totalmente não precisa da mesma atenção do um que apresenta sérias dificuldades
*O Ensino Fundamental será ofertado aqueles com 15 anos ou mais; e o Ensino Médio será para aqueles com
idade igual ou superior aos 18 anos.
187
II – de educação profissional técnica de nível médio;
*As escolas técnicas e profissionais podem oferecer cursos especiais abertos à comunidade.
EDUCAÇÃO SUPERIOR
• A Educação Superior abrange: cursos sequenciais por campo de saber, graduação, pós graduação e
extensão.
• Pós-graduação lato sensu (sentido amplo): especialização e MBA (Master in Business Administration),
ambos devem ter 360 horas. MBA é um curso de especialização com foco nas áreas de gestão e
negócios;
• Pós-graduação stricto sensu (sentido estrito): mestrado, doutorado e pós-doutorado.
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais
e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e
benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.
*É muito difícil de aparecer isso em concursos, mas é bom estar à par pelos menos das partes em negrito, que
são o núcleo de cada finalidade. Aliás, tudo que envolve princípios, objetivos, fundamentos, finalidades, etc, é
bom que você sabia.
188
• Se houver empate no processo seletivo (vestibular): a prioridade será para aqueles que possuem renda
familiar inferior a 10 salários mínimos. O critério por idade não é o primeiro, nem sequer aparece na
LDB;
• A autorização de cursos e o credenciamento de instituições superiores terão prazos limitados;
• O ano letivo da Educação Superior independe/prescinde do ano civil, tendo 200 dias de trabalho
efetivo. Esse tempo de 200 dias não inclui o tempo reservado aos exames finais, caso haja. Veja que a
LDB não fala sobre testes, avaliações gerais, seminários, estágios, mas especificamente exames finais;
• Alunos com aproveitamento extraordinário podem ter seus cursos abreviados. Essa abreviação será
feita por banca examinadora especial;
• Uma universidade brasileira que não tenha curso de medicina não poderá reconhecer um diploma de
medicina expedido por universidade estrangeira. O mesmo vale para os níveis: uma universidade
brasileira que oferte no máximo mestrado, não poderá validar um diploma de doutorado de uma
universidade estrangeira. O mesmo se aplica caso a universidade que expediu o diploma seja brasileira;
• As instituições superiores devem informar a cada período uma série de coisas, como os programas dos
cursos e demais componentes curriculares, sua duração, requisitos, qualificação dos professores,
recursos disponíveis e critérios de avaliação. Essas informações devem ser disponibilizadas por 3 meios
simultaneamente: em site específico, em propaganda eletrônica da insituição (aqui é mais amplo do
que o primeiro, que é em site específico) e em local físico visível ao público.
*A publicação deve ser feita até 1 mês antes do início das aulas.
• As universidades devem ter: pelo menos 1/3 do corpo docente com mestrado ou doutorado, a 1/3 do
corpo docente em regime de tempo integral;
• Os docentes devem ocupar 60% dos assentos em cada órgão colegiado das universidades;
• Os professores universitários devem lecionar, no mínimo, por 8 horas semanais.
*Professor, mas e as outras horas? As atividades de professores universitários são diversas: participação em
congressos e iniciações científicas, orientação de mestrandos e doutorandos, redação de artigos científicos,
acompanhamento de estágio, preenchimento de inúmeras documentações, pesquisa teórica e de campo,
coordenação, confecção de planos de aulas em cada semestre letivo, deliberações no órgão colegiado, etc. A
designação de certas tarefas fica a cargo da universidade e outras dependem muito do viés acadêmico do
professor. Geralmente esses pontos são regulados por regimento.
• Doações às universidades podem ser feitas especificamente para um setor ou projeto. O examinador
poderia te enganar dizendo que doações só às universidades só podem ser destinadas a uma conta
comum, cujo uso é de toda a universidade;
• O notório saber pode suprir a exigência de título acadêmico. Para reconhecer o notório saber, a
universidade deve ter pelo menos curso de doutorado na área em questão;
• A experiência docente é pré-requisito para exercer funções de magistério. Isso se refere ao estágio.
Quantas horas mínimas são necessárias, professor? 300 horas.
EDUCAÇÃO ESPECIAL
189
• Quais estudantes se encaixam no Atendimento Especial Especializado?
- Alunos com deficiências (de longo prazo): visual, auditiva, física, múltiplas, intelectual.
• A educação especial é transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, assim, se inicia na educação
infantil, perdurando-se por todas as etapas da vida.
• *Ao longo da vida: perdura sem restrição de idade. O início especificado “na educação infantil”
não abrange as creches, apenas a fase pré-escolar de ensino.
*Professor, pode haver um aluno sendo atendido na rede regular de ensino com a idade de 46 anos, por
exemplo? Pode sim. Inclusive esse ponto suscita outro interessante. A educação especial é uma modalidade de
ensino, certo? Certo. A educação para jovens e adultos é outra modalidade, certo? Claro, também. Deixa eu te
atentar para esse ponto: pode haver esse cruzamento de modalidades, o aluno pode ser atendido por
diferentes modalidades. Ser atendido numa modalidade não impede o oferecimento de serviço por parte de
outra. Outro exemplo: pode haver um aluno do EJA que tem aula numa escola de campo, que faz o uso do
ensino a distância devido dificuldades de docentes na região, e ainda por cima possui atendimento na educação
especial pelo fato de possuir TGD (transtorno global do desenvolvimento).
RECURSOS PÚBLICOS
*A parcela transferida pela União aos outros entes (Estados, Municípios e DF) não será considerada para a
transferência mínima exigida desses três entes. Como assim, professor? O DF deve contribuir com 25% da
receita de impostos na educação (manutenção e desenvolvimento) do DF todos os anos, certo? Certo! Ele não
pode usar os a contribuição da União nesse cálculo. Assim: o repasse feito pela União tem natureza supletiva e
não complementar.
190
• Os recursos públicos também podem ser destinados a escolas comunitárias, confessionais e
filantrópicas, desde que:
- Fique comprovado a finalidade não-lucrativa da instituição e que nenhum dinheiro resultante seja
distribuído;
- Em caso de término das atividades, fique assegurado que o patrimônio será destinado a outras escolas
comunitária, filantrópica ou confessional;
• O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências federais de fomento à cultura e de
assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de
educação escolar bilingüe e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos:
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a
reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências;
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e
científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias.
I - proporcionar aos surdos a recuperação de suas memórias históricas, a reafirmação de suas identidades e
especificidades e a valorização de sua língua e cultura;
II - garantir aos surdos o acesso às informações e conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e
demais sociedades surdas e não surdas.
191
- Os custos de transmissão de propaganda na TV ou em rádios estará sujeita a redução. Devendo
primeiramente ser concedida a autorização do Poder Público;
- Será reservado um tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais
comerciais.
QUESTÕES
1. (IF-PB - 2015 - IF-PB - Técnico em Assuntos Educacionais) De acordo com o artigo 80 da LDB nº 9.394/96,
o Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os
níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. Em relação ao referido artigo, assinale V, para o que
for Verdadeiro, ou F, para o que for Falso.
( ) A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições
especificamente credenciadas pela União.
( ) A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá concessão de canais com finalidades
exclusivamente educativas.
( ) A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de
educação a distância.
( ) A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá, entre outros, reserva de tempo
mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais.
( ) A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá, entre outros, reserva de tempo
mínimo, com ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais.
a) V, V, V, F, V.
b) F, V, V, V, F.
c) F, F, V, V, F.
d) F, F, F, F, V.
e) V, V, V, V, F.
Certo ( ) Errado ( )
5. (CETRO - 2014 - IF-PR - Assistente Social) Analise as assertivas abaixo referentes à Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDBEN).
I. De acordo com a LDBEN, é incumbência dos Estados organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições
oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e aos planos educacionais da União e dos Estados.
II. De acordo com a LDBEN, é incumbência dos Estados exercer ação redistributiva em relação às suas escolas.
III. De acordo com a LDBEN, é incumbência dos Estados autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar,
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de
ensino.
IV. De acordo com a LDBEN, é incumbência dos Estados assumir o transporte escolar dos alunos da rede
municipal.
b) I, II e IV, apenas.
c) I, apenas.
d) II, apenas.
e) III, apenas.
6. (FUNIVERSA - 2010 - SEPLAG-DF - Analista - Serviço Social) Assinale a alternativa que corresponde a um
dos princípios da Educação conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) — Lei n.º 9.394/1996 —, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
a) Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, especialmente para os que a ele não tiveram acesso na idade
própria.
c) Gestão democrática do ensino público, na forma da LDB e da legislação dos sistemas de ensino.
( ) O conhecimento adquirido no trabalho poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação, para
prosseguimento ou conclusão de estudos.
( ) A educação profissional preocupa-se mais com o aprendizado efetivo e contínuo dos conteúdos do que
com o avanço do aluno rumo à certificação.
a) V, V, V, F.
b) F, F, F, V.
c) F, V, V, F.
d) F, F, V, F.
e) V, V, F, F.
8. (IF-RJ - 2010 - IF-RJ – Pedagogo) De acordo com o Art. 28 da Lei Nº 9.394/96, na oferta de educação básica
para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às
peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente
I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesse dos alunos da zona rural.
II – organização escolar própria, respeitando o calendário escolar praticado nas escolas da área urbana.
b) I e II são falsas.
9. (Instituto Acesso - 2018 - SEDUC-AM - Assistente Social) O direito à educação, bem como o direito ao
acesso e permanência na escola tem sido garantido reiteradamente nos aportes legais, seja na Constituição
Federal (1988), Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(1996). De acordo com esta última, o dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante
a garantia de:
194
a) Atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades,
exclusivamente na rede regular de ensino.
b) Educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada em pré
escola, ensino fundamental e ensino técnico.
d) Acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio, exceto para os que não os concluíram na idade
própria.
e) Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada
um.
10. (Instituto Acesso - 2018 - SEDUC-AM - Assistente Social) De acordo com os níveis e as modalidades de
educação e ensino, com a composição dos níveis escolares e em concordância com o que versa a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional podemos afirmar que a educação escolar é composta por:
11. (CESPE - 2011 - SEDUC-AM - Assistente Social) A educação infantil deve ter a proposta pedagógica
baseada em avaliação sistemática com finalidade de ascensão e acesso ao ensino fundamental.
12. (CESGRANRIO - 2014 - CEFET-RJ - Assistente Social) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei
nº 9.394, de 1996, dispõe que a educação tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, sendo sua garantia dever da
a) escola e do Estado
b) escola e da família
c) escola e da sociedade
d) família e do Estado
e) sociedade e do Estado
13. (FUNRIO - 2014 - IF-BA - Assistente Social) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB (Lei nº 9.394/96)
disciplina sobre a educação escolar, e esta deve abranger o mundo do trabalho e a prática social. Tem como
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
195
para o trabalho. Dentro desses princípios que norteiam a educação nacional, podemos considerar como assertiva
que
a) prevalecerá a unidade de ideias e de concepções pedagógicas, sem abertura para novas práticas.
b) haverá igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, contudo, considerar-se-á o nível de
cada aluno.
GABARITO
1. e
2. E
3. E
4. E
5. e
6. c
7. c
8. c
9. e
10. c
11. E
12. d
13. e
COMENTÁRIOS
196
1.
I – Quem oferece credencia as universidades que podem oferecer educação a distância é a União.
III – A União que regulamentará isso. Lembre-se: a educação a distância pode ser transmitida por todo o brasil,
utilizando-se da internet. Logo: se o âmbito é nacional, quem tem competência para versar sobre temas dessa
abrangência é a União.
IV – Exatamente. Um tempo dessas mídias será destinado à educação a distância. Essa concessão não gerará
encargos/ônus para o Poder Público.
V – Acabamos de falar que essa concessão não gera ônus ao Poder Público. Logo: assertiva incorreta.
2. De fato, a escola pode escolher as “disciplinas” que complementarão a parte diversificada, inclusive o período
em que elas serão trabalhadas. Contudo a disciplina de arte é componente curricular obrigatório, e não
diversificado.
4. Esses elementos indígenas devem ser trabalhados em todo o currículo escolar, especialmente nas três matérias
mencionadas. Não somente nas três disciplinas, mas especialmente nelas.
5.
I – Quem deve se integrar às políticas da União e dos Estados são os Municípios, e não os próprios Estados.
II – Questão incompleta! É função também dos Estados, que exercem as funções redistributivas e supletivas. Mas
o examinador quis dar a ideia de apenas função redistributiva, o que cairia na função de Município (que exerce
apenas essa função).
III – Exatamente! Não ache que é incumbência da União pelo fato de ser uma universidade. Pense assim: Essa
universidade está em qual Estado? Logo é dever do Estado. O ensino a distância se relaciona com a União porque
sua abrangência é nacional.
6.
197
b) Apesar de ser algo contido na LDB, não é um princípio.
c) Exatamente!
e) Não é um princípio, mas uma exigência que se encontra no capítulo de Educação Especial.
7.
I - Não falamos de “avanço” ou de organização em ciclos no ensino profissional. A LDB não toca nesse ponto.
II – Há essa permissão, que deve ser especial, já que a comunidade não constitui o mesmo corpo que os alunos.
III – A bagagem que o aluno traz, independentemente do nível/etapa/modalidade de ensino, deve ser
considerado.
8. Questão simples!
II - O calendário escolar deve respeitas as especificidades do campo e não das zonas urnbanas.
III – Exatamente!
9.
c) Vai de 0 a 5 anos.
d) Exceto não, inclusive para aqueles que não concluíram em idade própria (que é o EJA).
e) É o acesso à Educação Superior. Lembre-se o acesso ou a oferta de vagas é garantida pelo poder Público, mas
não é em sentido amplo (para todos), mas segundo a capacidade de cada um (princípio da meritocracia, feito
por meio de provas/vestibulares).
198
10. Questão simples também aparece nas provas e elas podem te pegar desprevenido! Educação Básica e
Educação Superior = Educação Escolar ou nível escolar. Lembre-se: Níveis da educação: Educação Básica e
Educação Superior.
A Educação Básica é formada por 3 etapas: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.
12. Questão simples, mas caso você não tenha lembrado do trecho inicial, fica complicada. Achamos que pelo
fato de ser simples não aparece em provas, mas o examinador muitas vezes pensa justamente isso e se aproveita
desse descuido. Lembre-se: A educação é dever da família e do Estado, se inspira nos princípios de liberdade e
nos ideais de solidariedade humana, tendo como finalidade: o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
13. Questão bem interpretativa, poderia ser resolvida se você não soubesse de princípios, pois as alternativas
são bem absurdas. Vejamos:
a) Unidade de ideias nunca será algo certo na educação, mas sim termos como pluralidade e democracia.
b) A igualdade de condições para o acesso e permanência não especifica, mas é para todos, independentemente
do nível, seja este escolar (Educação Básica e Educação Superior) ou “nível de conhecimento”.
*O Regime Militar de 1964 acabou por barrar, por vezes à força, uma série de expressões artísticas e,
simultaneamente, cultuou uma arte repreendida, guiada a um fim.
A censura foi um dos meios mais contundentes de controlar o que seria produto de consumo da
população, e com a arte isso não foi diferente. Vários artistas foram perseguidos pelo regime e um ar de não
liberdade estava em voga. A ideia de muitos artistas passou a ser enganar o sistema, colocando o que se queria
dizer em entrelinhas discretas, esperando que a mensagem passasse desapercebida pela censura. Apesar de,
por vezes, essa estratégia ter dado certo, em muitos outros momentos fracassou fortemente, ainda mais quando
199
olhamos para o período em que estava em voga o chamado AI-5 (dispositivo que permitia uma arbitrariedade
do regime em suas atitudes, podendo perseguir opositores sem nenhum problema).
• Maior censura, a arte se encontrou na berlinda, já que a liberdade e a criatividade andam juntas, retirar
uma é privar a outra;
• Após algumas medidas de barramento da disciplina de Artes nas escolas, que não aparecia na maioria
das escolas públicas do país (mas na grande maioria das escolas particulares), ela volta por meio da Lei
nº 5.602, decretada em 1971. Esta estabelece em seu art. 7 a inclusão de Educação Moral e Cívica,
Educação Física, Educação Artística e Programas de Saúde nos currículos de 1º e 2º graus.
• Três pontos serão os centros das Artes no período da Ditadura: o tecnicismo, a polivalência e os temas
cívicos. Vejamos:
- Tecnicismo: para fazer arte bastava melhorar a técnica. A criatividade, símbolo mesmo da arte, ficava em
segundo plano. O trabalho da coordenação motora, do aprender a fazer da “maneira certa”, a precisão e outros
elementos se tornam a base do que é fazer arte. Aliás, a implementação da técnica tinha outra intenção de
fundo, que se aplicava para todas as matérias, servia de preparo para não haver acidentes de trabalho. As funções
eram básicas, queria-se melhorar minimamente a motricidade dos alunos, simplesmente para as atividades do
mercado de trabalho.
- Polivalência: arte é tudo arte para o regime. Então colocá-las todas juntas para remunerar apenas um
profissional é conveniente monetariamente e reduz o papel da arte, já que não reconhece a riqueza de suas
especificidades em Artes visuais, cênicas e musicais. Isso sem falarmos na sobrecarga dos professores da rede
pública, que têm de lecionar três dimensões da arte riquíssimas, sendo que se formaram apenas em uma delas.
Além disso, era necessário somente o notório saber em Artes, o diploma era dispensável. E os graduados
precisavam apenas de 2 anos de curso. Imagine o quão difícil é lecionar em 3 dimensões das Artes atualmente,
agora imagine isso num curso de 2 anos primordialmente técnico, e imagine também que você nem sequer
precisaria ser formado para lecionar, já que bastava o notório saber. Qualidade não era o forte do regime, mas
antes eficiência.
- Temas cívicos: A arte era ponte de exaltação da pátria e dos símbolos nacionais. Uma arte guiada para um fim
único, para muitos, não é arte propriamente dita, liberta de amarras, mas arte de rebanho, arte que só cabe um
tema, o tema da não libertação.
QUESTÕES
2. Temas cívicos, tecnicismo e polivalência são características predominantes nas aulas de Artes do regime militar
brasileiro que se deu a partir do ano de 1964.
200
GABARITO
1. E
2. C
COMENTÁRIOS
1. Disciplina obrigatória.
2. Veja que a questão falou em predominante e não em totalizante. Pois no período antes da decretação da Lei
nº 5602 não havia essa obrigatoriedade e a maiorias das escolas públicas nem sequer ofereciam a disciplina de
Artes. Isso fez com que o acesso às universidades ficasse restringido às escolas particulares, que ofereciam a
disciplina de Artes, tratada em muitos vestibulares.
BASE DO DOCUMENTO
*Ou seja: não caia em questões que dizem que os parâmetros trazem leis, normas, diretrizes, exigências,
conteúdos, currículo ou congêneres. Os Parâmetros são um auxílio ao trabalho dos professores.
201
*Apesar de o documento falar historicamente da polivalência da disciplina de Arte e de incentivar o trabalho das
4 linguagens desse campo do saber, o mesmo não incentiva que o professor exerça a polivalência em nenhum
momento. Aliás, reconhece a dificuldade que é para um professor assumir as 4 linguagens da Arte.
*A área de Arte (as 4 linguagens) está relacionada com as demais disciplinas e tem suas especificidades. É o
caráter interdisciplinar, também próprio da Arte.
1º Ciclo: 1º e 2º anos.
2º Ciclo: 3º e 4º anos.
3º Ciclo: 5º e 6º anos.
4º Ciclo: 7º e 8º anos.
*Essa é a divisão em ciclos. Dois documentos serão tratados aqui: os Parâmetros Curriculares Nacionais/ Arte 1º
e 2º ciclos e os Parâmetros Curriculares Nacionais/Arte 3º e 4º ciclos. Assim, abarcaremos o Ensino Fundamental
todo. Já adianto que os documentos são muito parecidos tanto em estrutura quanto em conteúdo. Aliás, na
maioria do texto ambos os documentos são idênticos.
PARTE HISTÓRICA
Na primeira metade do século XX conviveram duas tendências nas aulas de arte brasileiras: uma mais
tradicionalista e outra inspirada na arte moderna e no escolanovismo.
• Vigorou desde a Semana de 22 (1922) até meados dos anos 70 (segundo o autor);
• Proporcionou um maior expressionismo dos estudantes;
• O professor teve um papel mais passivo nas aulas de Arte, com a intenção de não manchar a
espontaneidade dos estudantes;
• A Escola Nova (John Dewey), que chega na década de 60, tem grande influência, trazendo o foco no
estudante e no seu próprio processo de aprendizagem. O professor se torna uma figura mais condutora,
que ajuda na descoberta criativa e reflexiva do aluno.
202
*Em 1971 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional incluí a Arte no currículo escolar (revogando todas
as disposições anteriores), mas ela aparece como Educação Artística. Segundo o autor, isso a faz ser considerada
uma atividade educativa e não uma disciplina propriamente dita.
*A Arte-Educação, apesar de aparecer na década de 60 nos Estados unidos, ganha força no brasil a partir dos
anos 80. Uma das ideias norte era fazer das Artes uma disciplina mais valorizada. Vários encontros foram feitos
no país ao longo dos anos para alimentar a causa.
*Com a LDB (Lei 9394), em 1996, a arte ganha maior destaque, sendo obrigatória em toda a educação básica.
Lembremos que a Lei 5692 de 1971 falava na obrigatoriedade da Educação Artística nos 1º e 2º graus da
educação. 1º grau corresponde ao que é o Ensino Fundamental hoje e 2º grau se identifica com o Ensino Médio.
Ou seja: a LDB ao falar em “toda a Educação Básica” contempla também a Educação infantil.
*O Autor fala ainda na perda do simbólico que atualmente vivemos. Se antes a Arte fazia parte do espírito dos
povos antigos, estando em rituais e na visão mítica de mundo, atualmente isso se perdeu. Logo: perdemos parte
dessa visão simbólica. A percepção estética é alimentada pela Arte. Por isso devemos retomar essa significação.
*O fenômeno artístico é delimitado: pela cultura, pela História e pela estrutura formal (o que define a própria
arte).
*A arte situa o fazer artístico e humaniza o homem histórico. Isso é visto através da relação entre o particular e
o universal. O fazer artístico de um brasileiro situado em dada época é particular, é aquele homem com seus
sentimentos, sua bagagem, sua perspectiva. Mas esse fazer artístico também é universal, pois pode ser entendido
por todos os seres humanos, faz parte do humano, é codificado humanamente, por isso transmissível (possível
de ser assimilado).
*O Ensino Fundamental é um local propício para a Arte, já que os alunos estão se aproximando do mundo adulto,
ficam curiosos com a dinâmica de mundo adulta.
*Assim, três eixos articuladores são necessários para a seleção de conteúdos de Arte:
203
• a arte na sociedade, considerando os produtores em arte, as produções e suas formas de documentação,
preservação e divulgação em diferentes culturas e momentos históricos.
• expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva, articulando a
percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas;
• interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro),
experimentando-os e conhecendo-os de modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais;
• edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e conhecimento estético, respeitando
a própria produção e a dos colegas, no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e
soluções;
• compreender e saber identificar a arte como fato histórico contextualizado nas diversas culturas, conhecendo
respeitando e podendo observar as produções presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio
cultural e do universo natural, identificando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos;
• observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e curiosidade, exercitando a discussão,
indagando, argumentando e apreciando arte de modo sensível;
• compreender e saber identificar aspectos da função e dos resultados do trabalho do artista, reconhecendo, em
sua própria experiência de aprendiz, aspectos do processo percorrido pelo artista;
• buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas, documentos, acervos nos espaços
da escola e fora dela (livros, revistas, jornais, ilustrações, diapositivos, vídeos, discos, cartazes) e acervos públicos
(museus, galerias, centros de cultura, bibliotecas, fonotecas, videotecas, cinematecas), reconhecendo e
compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história das diferentes
culturas e etnias.
*Professor, devo saber de tudo isso? Dê algumas lidas, acho difícil especificarem algo sobre esse assunto, até
porque não é um documento canônico. As questões sobre o presente capítulo focam na literalidade e em
perguntas sobre pontos iniciais do documento. Veremos isso nas questões já cobradas!
2ª PARTE
ARTES VISUAIS
• As artes visuais devem ser trabalhadas não só com base nas formas tradicionais (pintura, escultura,
desenho, gravura, arquitetura, artefato, desenho industrial), mas englobando as expressões estéticas que
surgem na modernidade (fotografia, artes gráficas, cinema, televisão, vídeo, computação, performance);
• As artes visuais podem fazer com que os alunos se tornem mais aptos a distinguir sentimentos, ideias,
qualidades e sensações;
• O professor deve se manter atualizado e diversas técnicas devem ser exploradas. Isso requer um trabalho
conjunto com a escola.
DANÇA
• A dança sempre integrou a vida humana nas mais diversas dimensões, como religiões, trabalho e lazer.
A dança é inerente ao homem, tanto que é uma expressão presente em todas as culturas do mundo;
204
• A criança e o adolescente necessitam de movimento, de atividades dinâmicas. A dança se faz interessante
porque foge do sedentarismo e caráter estático do sistema de ensino;
• Experimentar o corpo não é benéfico só para o seu domínio, mas para a autonomia. Tanto é que as ações
físicas são a primeira forma de descobrimento do mundo das crianças pequenas;
• A dança incentiva responsabilidade e cuidado corporal, além de trazer uma maior sensibilidade ao
mundo;
• A dança é uma maneira de incorporar a diversidade, já que os colegas expressarão suas individualidades
na dança.
MÚSICA
• A música é outro elemento que aparece nas mais diversas culturas ao longo da história, sendo
constitutiva de nós humanos;
• O avanço das tecnologias trouxe novos modos de se fazer música e proporcionou a criação de novos
instrumentos. Tudo isso deve ser incorporado às aulas;
• A improvisação está entre a interpretação e a composição, devendo ser incentivada;
• Estudar o sistema modal/tonal do Brasil aumenta a visibilidade da música nacional, trazendo à tona suas
especificidades e a universalidade que nossa música também possui.
TEATRO
• O teatro foi formalizado pelos gregos, mas antecede os mesmos, estando em diversos rituais primitivos;
• Exige o homem em sua completude: corpo, fala, gesto, comunicação e expressão;
• O ato de dramatizar encontra-se potencialmente dentro de cada um, sendo uma necessidade não só de
compreender mas de representar a realidade que nos cerca;
• O jogo do simbólico permite uma maior organização do conhecimento;
• O teatro trabalha a relação do indivíduo consigo mesmo e na relação com os outros que o cercam, daí
sua importância individual e coletiva, que traz à tona também o respeito ao próximo;
• A experimentação proporciona a criatividade, uma maior liberdade, uma maior capacidade de responder
às situações emergentes e o trabalho com a segurança de si;
• A encenação trabalha com uma gama de aspectos, como a memória, a emoção, a intuição e o poder de
mudança;
• O professor deve estar ciente de que o teatro é antes um processo de desenvolvimento e aprendizagem,
não uma técnica meramente transmissível.
* Critérios de avaliação em Arte diz respeito aos critérios que poderão ser usados na construção de uma
avaliação pelo professor. Já as orientações para avaliação em arte se refere aos critérios que poderão ser
usados pelo professor na “correção” das avaliações.
205
ARTES VISUAIS
DANÇA
MÚSICA
TEATRO
*Veja que não existe um critério que mensure a ampliação de conteúdos ou de cultura por parte de alunos, é
muito mais voltado para experiências significativas e habilidades de identificação das Artes.
• O professor deve considerar a história pessoal do aluno na avaliação, podendo se servir de registros;
• Os alunos devem participar das avaliações de forma ativa, manifestando seus pontos de vistas;
• A escola deve promover a autoavaliação, desenvolvendo a reflexão. É interessante incentivar uma
autoavaliação guiada pelo professor;
• Criar um conjunto de respostas dos alunos é melhor do que respostas isoladas, pois isso fomenta o
debate democrático;
• A aprendizagem cria avaliação e o seu inverso também é verdadeiro;
206
• A avaliação serve de panorama para que o professor crie estratégias;
• O aluno deve sentir seu professor como aliado no seu processo de construção de conhecimento, o
contrário poderá criar um bloqueio criativo e de aprendizado no estudante;
• O professor deve se utilizar de meios e instrumentos dialógicos na construção da avaliação, podendo de
servir da equipe escolar para tanto.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
• A didática deve ser pensada no âmbito da arte e não como uma didática geral, ela deve ter um sentido
específico para a disciplina de Arte;
• Tanto exercícios de repetição/imitação mecânica quanto atividades auto-estimulantes possuem seus
benefícios, mas ambas ainda são insuficientes para um aula de Arte. É necessário que se desenvolva a
criatividade de forma consciente;
• O professor deve entender o nível de determinação e interesse dos alunos, criando estratégias de
contorno (soluções) em cima dessa base;
• O professor deve trazer elementos circundantes à realidade do aluno, para que o interesse possa ser
incentivado;
• O professor deve conhecer bem de História da Arte para que tenha uma maior bagagem criadora a sua
disposição e para que saiba situar as expressões artísticas de seus alunos relativamente a uma tendência
ou movimento determinado;
• O professor deve entender o ponto frutífero de comunicação entre os alunos, aumentando a significação
do diálogo.
PROJETO
QUESTÕES
207
1. (QUADRIX/SEDF/2018/ARTES) Os Parâmetros Curriculares Nacionais/Arte procuram, desde 1997, propor
um currículo mínimo para cada um dos níveis de escolarização.
Certo ( ) Errado ( )
4. (IF-PE - 2016 - IF-PE - Professor - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias) Em relação ao ensino de arte
no currículo escolar, legislação e prática, apresentam-se as seguintes proposições:
I. Até aproximadamente fins da década de 1960, existiam pouquíssimos cursos de formação de professores no
campo da arte. Assim, professores de quaisquer disciplinas, artistas e pessoas vindas de curso de Belas Artes,
Escolas de Artes Dramáticas e Conservatórios poderiam assumir as aulas de Desenho, Desenho Geométrico,
Artes Plásticas, Música e Arte Dramática.
II. Em 1971, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a arte é incluída no currículo escolar com o
título de Educação Artística, mas é considerada “atividade educativa” e não disciplina, tratando de maneira
indefinida o conhecimento.
III. De maneira geral, entre os anos de 1970 e 1980, os antigos professores de Artes Plásticas, Desenho, Música,
Artes Industriais, Artes Cênicas e os recém-formados em Educação Artística viam-se responsabilizados por
educar alunos (em escola de Ensino Fundamental) em todas as linguagens artísticas, o que configurava a
formação do professor polivalente em Arte.
IV. Com a Lei Nº 9.394/96, revogam-se as disposições anteriores e a Arte é considerada obrigatória na educação
básica. “O ensino de arte constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da Educação Básica
de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.
V. Segundo a resolução 246/2016, “O ensino de arte só será obrigatório durante a Educação Infantil e o Ensino
Fundamental, ficando o Ensino Médio isento dessa responsabilidade”.
a) II, III, IV e V.
c) II, III e V.
d) I, II, IV e V.
e) IV e V.
208
GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. b
COMENTÁRIOS
1. Não traz um currículo mínimo como faz a Base Nacional Comum Curricular, mas é simplesmente um
documento cuja função é auxiliar os professores na prática de suas atividades docentes.
2. A estrutura do documento é: parte histórica e parte específica sobre as linguagens de Arte. Na parte específica
4 pontos aparecem: objetivos, conteúdos, critérios de avaliação e orientações didáticas.
3. As 4 linguagens da Arte devem ser abordadas, essa riqueza da disciplina aparece e é defendida no texto. O
documento também traz um recorte histórico acerca da polivalência, tratando das dificuldades que é para um
professor assumir esse compromisso de lecionar 4 linguagens. Contudo os Parâmetros em nenhum momento
propõem a polivalência, expressão utilizada no decorrer da questão.
4. Decidi colocar essa questão aqui pois nesse momento você viu dois capítulos históricos e que tratam de leis
sobre a disciplina de Artes, o que te deu uma boa bagagem. Vejamos:
I. Poucos cursos e não havia exigência formal para se lecionar, bastava o notório saber
II. O que falamos nesse capítulo. A LDB de 1971 trata a Arte como atividade educativa e não disciplina.
III. Os cursos de formação começam nos anos 70 e os professores deveriam atuar de forma polivalente, em todas
as 4 linguagens da Arte.
IV. A LDB de 1996 revoga as disposições anteriores que tratavam de arte e a faz matéria obrigatória em toda a
Educação Básica (em 1971 a Arte era apenas no 1º e 2º graus, o que corresponde atualmente ao Ensino
Fundamental e ao Ensino Médio, respectivamente.
V. Não! A Arte é obrigatória, nenhum dispositivo legal revogou isso. Em 2017 tivemos uma tentativa, como já
dissemos, mas não houve revogação da obrigatoriedade. Tenha isso em mente!
*Veja que pela lógica, mesmo que você não soubesse de nada, mas tivesse a certeza de que a disciplina de Artes
é obrigatória, você acertaria a questão. Pois a única alternativa que traz a V como errada é a letra B. O examina
dor apostou que a alternativa V confundiria os candidatos.
209
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO
FUNDAMENTAL DE 9 (NOVE) ANOS
PRINCÍPIOS
Art. 6º Os sistemas de ensino e as escolas adotarão, como norteadores das políticas educativas e das ações
pedagógicas, os seguintes princípios:
III – Estéticos: do cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade; do enriquecimento das formas
de expressão e do exercício da criatividade; da valorização das diferentes manifestações culturais, especialmente
a da cultura brasileira; da construção de identidades plurais e solidárias.
*Veja que os princípios da Educação Fundamental são os mesmos da Infantil. EPE= éticos, políticos e estéticos.
Contudo aqui a descrição é mais completa, o que decorre em função da maior complexidade dessa etapa.
Art. 8º O Ensino Fundamental, com duração de 9 (nove) anos, abrange a população na faixa etária dos 6 (seis)
aos 14 (quatorze) anos de idade e se estende, também, a todos os que, na idade própria, não tiveram
condições de frequentá-lo.
§ 2º As crianças que completarem 6 (seis) anos após essa data deverão ser matriculadas na Educação
Infantil (Pré-Escola).
§ 3º A carga horária mínima anual do Ensino Fundamental regular será de 800 (oitocentas) horas relógio,
distribuídas em, pelo menos, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar.
210
*Quando o texto fala que o Ensino Fundamental se estende a todos que não tiveram condições de frequentá-lo
em idade própria, ele está falando do EJA. Para se fazer o EJA do Ensino Fundamental é necessário que a
pessoa tenha pelo menos 15 anos. Já para o EJA do Ensino Médio é necessário ter pelo menos 18 anos.
*É obrigatória a matrícula da criança com 6 anos no Ensino Fundamental, se tiver tal idade até 31 de março no
ano da matrícula. Caso não tenha essa idade até a referida data, deverá ser matriculada no último ano do Ensino
Infantil.
*Mas é bom lembrarmos que a matrícula se torna obrigatória por parte dos responsáveis a partir dos 4 anos da
criança. Essa nova emenda vale desde o ano de 2006. O que o texto acima diz é em que etapa da Educação
Básica a criança deve ser posta levando em consideração sua idade. Não confunda.
*A pandemia da Covid-19 trouxe uma mudança significativa. Ficou acordado que através da lei 1404/20
que o Ensino Fundamental e Médio não precisariam cumprir a carga horária, tendo que seguir apenas os
200 dias letivos. Já o Ensino Infantil ficaria dispensado da obrigatoriedade de ambos, dias letivos e carga
horária.
Art. 11 A base nacional comum e a parte diversificada do currículo do Ensino Fundamental constituem um
todo integrado e não podem ser consideradas como dois blocos distintos.
§ 3º Os conteúdos curriculares que compõem a parte diversificada do currículo serão definidos pelos
sistemas de ensino e pelas escolas, de modo a complementar e enriquecer o currículo, assegurando a
contextualização dos conhecimentos escolares em face das diferentes realidades.
*Quando o texto fala em base nacional comum ele está se referindo à Base Nacional Comum Curricular,
documento de referência obrigatória para todas as escolas, públicas e privadas, que traz os conteúdos e
aprendizagens que devem estar no currículo de todas as escolas. Já a parte diversificada é aquele espaço
destinado às escolas para invocar toda a realidade local, as características regionais, a cultura e as
necessidades dos alunos. Essa parte diversificada perpassa todo o currículo, devendo aparecer de forma
concreta em todas as matérias da escola.
*O mais importante é você saber que a base nacional comum e a parte diversificada são una e integradas,
não podendo ser dissociadas. É bastante intuitivo, já que todos esses elementos na escola sempre estão em
união. Tome como lei geral, pois você não verá em nenhum aspecto de seus estudos algo que deva ser tomado
separadamente, dissociado. Vemos isso no PPP e em diversos outros documentos. A regra da escola é união.
Art. 16 Os componentes curriculares e as áreas de conhecimento devem articular em seus conteúdos, a partir
das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas abrangentes e contemporâneos que
afetam a vida humana em escala global, regional e local, bem como na esfera individual. Temas como saúde,
sexualidade e gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das crianças e adolescentes, de acordo
com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), preservação do meio ambiente, nos termos
da política nacional de educação ambiental (Lei nº 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal,
trabalho, ciência e tecnologia, e diversidade cultural devem permear o desenvolvimento dos conteúdos
da base nacional comum e da parte diversificada do currículo.
211
*Esses temas são exemplificativos, servem apenas de exemplos, podemos ter mais temas do que esses
descritos. Outro ponto importante é que esses temas devem permear não só a parte diversificada do
currículo, como os próprios conteúdos da base nacional comum.
OUTROS PONTOS
Art 15.
§ 1º O Ensino Fundamental deve ser ministrado em língua portuguesa, assegurada também às comunidades
indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.
§ 2º O ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a
formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia.
§ 4º A Música constitui conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular Arte, o qual
compreende também as artes visuais, o teatro e a dança;
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à
prática da educação física;
§ 6º O Ensino Religioso, de matrícula facultativa ao aluno e constitui componente curricular dos horários
normais das escolas públicas de Ensino Fundamental
*O Ensino Fundamental deve ser ministrado em língua portuguesa, com exceção de comunidades
indígenas, que podem se valer de seus métodos e de sua própria língua. Parece algo fácil, mas há
alunos que caem na seguinte questão: “O Ensino Fundamental sempre deverá ser ministrado em língua
portuguesa”. Nem sempre, a exceção são as comunidades indígenas.
*Nas aulas de História do Brasil temos uma especialidade quando tratamos da formação do povo
brasileiro. O professor deve dar maior atenção para aqueles matizes que majoritariamente constituíram
a sociedade brasileira, os indígenas, os africanos e os europeus.
212
*A Educação Física pode ser dispensada em 5 ocasiões: se a pessoa trabalhar pelo menos 6 horas
por dia; ter mais de 30 anos; estiver prestando serviço militar; que tenha descendente ou que esteja
fisicamente impossibilitado (por doença ou acidente). Lembre-se que estamos falando do Ensino
Fundamental em sentido amplo, a EJA se inclui aqui também. Aliás, os casos de dispensa da Educação
Física são os mesmos para aqueles que se encontram no Ensino Médio.
*O Ensino Religioso é facultativo e deve ser feito no mesmo turno das outras disciplinas. Algumas
questões podem querer te confundir, dizendo que o Ensino Religioso pode ser feito no turno contrário.
Art. 17 Na parte diversificada do currículo do Ensino Fundamental será incluído, obrigatoriamente, a partir
do 6º ano, o ensino de, pelo menos, uma Língua Estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da
comunidade escolar.
*A partir do 6º ano a comunidade escolar deve escolher uma língua estrangeira. Não é o diretor, o coordenador
ou um professor em específico, é a comunidade escolar.
Art. 31 Do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, os componentes curriculares Educação Física e Arte poderão
estar a cargo do professor de referência da turma, aquele com o qual os alunos permanecem a maior parte do
período escolar, ou de professores licenciados nos respectivos componentes.
*Veja que o documento traz a possibilidade das disciplinas de Arte e Educação Física serem lecionadas por
um professor licenciado ou outro qualquer, geralmente aquele de referência da turma. Esse é um ponto
polêmico e que, na visão de muitos, não deveria ser permitido, pois defendem a ideia de que os professores
devem ser formados nas respectivas disciplinas que leciona.
GARANTIA
I – a alfabetização e o letramento;
AVALIAÇÃO
Art. 32 A avaliação dos alunos, a ser realizada pelos professores e pela escola como parte integrante da proposta
curricular e da implementação do currículo, é redimensionadora da ação pedagógica e deve:
213
I – assumir um caráter processual, formativo e participativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica, com
vistas a:
b) subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e abordagens de acordo com as necessidades dos alunos,
criar condições de intervir de modo imediato e a mais longo prazo para sanar dificuldades e redirecionar o
trabalho docente;
*Lembre-se das características que a avaliação deve ter, além de suas finalidades.
*Um ponto que aparece bastante em prova é o item d, que fala da possibilidade de contestação.
CARGA HORÁRIA
Art. 8o
§ 3o A carga horária mínima anual do Ensino Fundamental regular será de 800 (oitocentas) horas relógio,
distribuídas em, pelo menos, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar.
Art. 36 Considera-se como de período integral a jornada escolar que se organiza em 7 (sete) horas diárias, no
mínimo, perfazendo uma carga horária anual de, pelo menos, 1.400 (mil e quatrocentas) horas.
*Ensino Fundamental Regular é de 800 horas em 200 dias letivos. O Ensino Fundamental Integral é de 1400 horas
em 200 dias letivos.
Art. 37
§ 1º O currículo da escola de tempo integral, concebido como um projeto educativo integrado, implica a
ampliação da jornada escolar diária mediante o desenvolvimento de atividades como o acompanhamento
pedagógico, o reforço e o aprofundamento da aprendizagem, a experimentação e a pesquisa científica,
a cultura e as artes, o esporte e o lazer, as tecnologias da comunicação e informação, a afirmação da
cultura dos direitos humanos, a preservação do meio ambiente, a promoção da saúde, entre outras,
articuladas aos componentes curriculares e às áreas de conhecimento, a vivências e práticas
socioculturais.
§ 2º As atividades serão desenvolvidas dentro do espaço escolar conforme a disponibilidade da escola, ou fora
dele, em espaços distintos da cidade ou do território em que está situada a unidade escolar, mediante a
utilização de equipamentos sociais e culturais aí existentes e o estabelecimento de parcerias com órgãos ou
entidades locais, sempre de acordo com o respectivo projeto político-pedagógico.
*A escola integral não é simplesmente reforço no turno contrário. Há uma série de atividades, que vão
além, inclusive, do aspecto meramente conteudista. É importante você notar também que as atividades
desenvolvidas no período integral devem estar articuladas com o componente curricular e com a realidade dos
alunos.
214
*As atividades escolares podem ser desenvolvidas no espaço escolar ou fora dele, por meio de parcerias
com órgãos ou entidades locais, tendo em vista o PPP da escola.
QUESTÕES
1. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 anos, a avaliação deve
ter um caráter processual, informativo, democrático, contínua, cumulativa e diagnóstica.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
215
9. (CESPE/SEDF/2017/ESPANHOL) Crianças que completarem seis anos de idade após trinta e um de março
de determinado ano deverão ser matriculadas no ensino fundamental no ano seguinte.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
3. E
4. C
5. C
6. C
7. E
8. E
9. C
10. E
11. E
COMENTÁRIOS
216
1. Não é informativo, mas formativo. Democrático não está errado, é sinônimo de participativo.
2. O Ensino religioso é facultativo. Educação física é obrigatória. E a escola deve oferecer, a escolha de se fazer
ou não o ensino religioso não cabe à escola, mas ao responsável pelo aluno.
3. A base nacional comum e a parte diversificada constituem o currículo. Ambas não devem ser consideradas
como um bloco distinto, mas formando um todo integrado e articulado.
4. Lembra desse assunto? Vimos lá no capítulo sobre Teoria do Currículo. As teorias pós-críticas têm como centro
justamente a subjetividade e identidade dos alunos.
5. Exatamente. Em qualquer etapa do ensino deve-se considerar as experiências escolares e as relações sociais.
6. Exatamente. É direito do aluno e dos responsáveis contestar os critérios avaliativos do professor, podendo,
inclusive, recorrer às instâncias superiores (geralmente o diretor da escola).
7. As DCN (Diretrizes Curriculares Nacionais) são obrigatórias, o corpo escolar deve cumpri-la.
8. Exclusivamente não. Lembre-se que é possível a aula ministrada em outra língua no caso das comunidades
indígenas. Estas podem ter seus próprios métodos e conteúdos também.
9. Exatamente. Se a criança fizer 6 anos de idade até o dia 31 de março será matriculada no mesmo ano. Caso
faça 6 anos após 31 de março, só será matriculada no ano seguinte.
10. Nos princípios estéticos não há a previsão de preservação dos recursos ambientais.
11. É de 800 horas em 200 dias letivos. Cuidado! O Ensino Fundamental Integral é de 1400 horas e o Regular
não é metade disso, é 800 horas. O examinador provavelmente tentou pegar candidatos desatentos nesse ponto,
fazendo supor que o regular seria metade do integral.
APLICABILIDADE
*Orienta a elaboração, planejamento, implementação e avaliação das propostas curriculares para redes públicas
e privadas, de todos os entes da federação.
BASES E PRINCÍPIOS
217
• O ensino médio é direito de todos e dever do Estado e da família, contará com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho.
• Além dos princípios gerais para a educação nacional no art. 203 da Constituição e no art. 3ª da LDB (que
são aqueles 14 que já vimos), as Diretrizes possuem seus princípios específicos:
I - formação integral do estudante, expressa por valores, aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais;
II - projeto de vida como estratégia de reflexão sobre trajetória escolar na construção das dimensões pessoal,
cidadã e profissional do estudante;
III - pesquisa como prática pedagógica para inovação, criação e construção de novos conhecimentos;
IV - respeito aos direitos humanos como direito universal;
V - compreensão da diversidade e realidade dos sujeitos, das formas de produção e de trabalho e das culturas;
VI - sustentabilidade ambiental;
VII - diversificação da oferta de forma a possibilitar múltiplas trajetórias por parte dos estudantes e a articulação
dos saberes com o contexto histórico, econômico, social, científico, ambiental, cultural local e do mundo do
trabalho;
VIII - indissociabilidade entre educação e prática social, considerando-se a historicidade dos conhecimentos
e dos protagonistas do processo educativo;
IX - indissociabilidade entre teoria e prática no processo de ensino-aprendizagem.
*Os princípios da LDB são bem mais comuns em provas, mas esses podem cair também. Se atente para o fato
de que não basta eliminar alguns em relação a LDB, pois os princípios não são os mesmos.
ESCOLA
Atendida a BNCC, as instituições podem adotar formas de organização e propostas de progressão a partir da
sua realidade;
CURRÍCULO
O currículo deve ser contextualizado, diversificado e transdisciplinar. As instituições podem criar novas relações
com o currículo, desde que respeite as vivências práticas, o vincule com o mundo do trabalho, a prática social e
respeite os saberes adquiridos das experiências pessoais;
O currículo deve também respeitar a formação integral do estudante, a cultura e as linguagens digitais e o
protagonismo estudantil;
O que seria formação integral? São valores, aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais.
218
• Os currículos do Ensino Médio são compostos de duas partes: Formação Básica Geral (Português e
Matemática) e os Itinerários Formativos (5 áreas). *Dê uma olhada na LDB;
• O Aluno fará a escolha do itinerário;
• A escola ofertará pelo menos 2 itinerários formativos;
• É admitida que a escola crie novos itinerários a partir da relação dos já existentes, desde que estejam
articuladas as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura, e definidas pela proposta
pedagógica, atendendo necessidades, anseios e aspirações dos estudantes e a realidade da escola e do
seu meio;
• A oferta de itinerários formativos deve considerar as possibilidades estruturais e de recursos das
instituições ou redes de ensino. Ou seja: a escola não pode colocar um itinerário formativo profissional
e técnico em computação quântica prática, já que não possui recurso para a compra de computadores
de tamanha envergadura;
• A escola pode estabelecer parcerias com outras instituições de ensino para garantir a oferta dos
itinerários. Essas instituições devem ser credenciadas.
*A escola emite o certificado de conclusão e a organização parceira emite certificado que comprove as atividades
concluídas pelo aluno. Logo: para a escola emitir o certificado de conclusão é necessário que primeiramente a
organização parceira emita a comprovação das atividades.
• Quem elabora a guia que vai orientar as instituições e as redes de ensino na implementação dos
itinerários? Ministério da Educação (MEC)
• Os sistemas de ensino vão estabelecer o regramento na escolha dos itinerários pelos estudantes;
• As instituições ou redes de ensino vão orientar os estudantes na escolha dos itinerários;
*O sistema “dita” as regras e as instituições e redes orientam os alunos acerca dessas regras
*O aproveitamento de estudos por parte dos alunos será garantido em caso de mudança de itinerário durante
o Ensino Médio (de um ano para o outro);
*O itinerário formativo técnico e profissional vai usar de referência a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO)
*Qual a situação das escolas indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais em relação aos itinerários
formativos? Há um grau de liberdade, onde essas escolas podem considerar os saberes relevantes para suas
comunidades;
Os currículos podem permitir que o aluno curse mais de um itinerário formativo. Veja que falamos em pode, não
é dever da escola. A escola deve ofertar pelo menos 2;
219
Formas diversificadas de itinerários formativos podem ser organizadas, desde que articuladas as dimensões do
trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura, e definidas pela proposta pedagógica, atendendo necessidades,
anseios e aspirações dos estudantes e a realidade da escola e do seu meio
TÉCNICO E PROFISSIONAL
Podem ser adotados pelo sistema de ensino cursos técnicos experimentais. Se der certo, o sistema de ensino vai
reconhecer esse curso, preferencialmente, em 6 meses, mas pode fazê-lo em até 5 anos (contando da data de
oferta inicial). Daí se inclui no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos;
ORGANIZAÇÃO
O Ensino Médio pode se organizar em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, módulos, sistema de créditos,
alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em
outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que mais favorável ao processo de aprendizagem;
Ensino Médio: 3 anos, carga mínima de 2400 horas, no mínimo 800 horas anuais, em 200 dias letivos. Contudo:
- A carga horária será ampliada até o início de 2022 para 3000 horas totais
*Lembre-se que, segundo a LDB, a carga máxima para os conteúdos da BNCC é de 1800 horas e o restante será
preenchido pelos itinerários formativos. Não confunda!
*No ensino médio diurno, a duração mínima é de 3 (três) anos, com carga horária mínima total de 2.400 (duas
mil e quatrocentas) horas, tendo como referência uma carga horária anual de 800 (oitocentas) horas, distribuídas
em, pelo menos, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar, considerando que:
I - a carga horária total deve ser ampliada para 3.000 (três mil) horas até o início do ano letivo de 2022;
II - a carga horária anual total deve ser ampliada progressivamente para 1.400 (um mil e quatrocentas) horas.
§ 3º No ensino médio noturno, adequado às condições do estudante e respeitados o mínimo de 200 (duzentos)
dias letivos e 800 (oitocentas) horas anuais, a proposta pedagógica deve atender, com qualidade, a sua
singularidade, especificando uma organização curricular e metodológica diferenciada, e pode, para garantir a
permanência e o êxito destes estudantes, ampliar a duração do curso para mais de 3 (três) anos, com menor
carga horária diária e anual, garantido o total mínimo de 2.400 (duas mil e quatrocentas) horas até 2021 e de
3.000 (três mil) horas a partir do ano letivo de 2022.
*A Base Nacional Comum Curricular se limitará a 1800 horas durante o Ensino Médio, o restante será preenchido
pelos itinerários formativos
O Ensino Médio na modalidade EJA será preferencialmente integrado com a formação técnica e profissional.
Poderá diminuir a carga diária e anual, mas respeitando o mínimo de 1200 horas para a parte comum.
Até 80% da carga horária da EJA pode ser na modalidade a distância, tanto na formação básica quanto nos
itinerários formativos (desde que haja suporte tecnológico).
220
* Já no ensino regular é de 20% a 30% para o ensino médio, de acordo com a LDB.
*Quem vai oferecer apoio técnico e financeiro para a implementação das Diretrizes? Ministério da Educação
(MEC), em colaboração com Estados, Municípios e DF.
*Os sistemas de ensino devem utilizar os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), como
parâmetro para avaliar, rever e propor políticas públicas para a educação básica
*O que é SAEB? Sua função é a de entender como está caminhando a educação brasileira como um todo através
de um diagnóstico avaliativo, que propicie fazer comparações e coletar os mais diversos tipos de dados, para
que políticas públicas possam ser implementadas da maneira mais certa. O Saeb agora passará a ter um caráter
de alternativa ao ENEM. Aqui no DF a UnB oferta o PAS (Programa de Avaliação Seriada), que é feito a cada ano
do ensino médio, obtendo assim uma só nota a partir de um cálculo das provas feitas pelos estudantes nos três
anos do ensino médio. A premissa é a mesma, agora o aluno poderá usar as notas das três provas feitas em seu
ensino médio pelo Saeb e obter uma média, tal qual o ENEM. Vale lembrar que isso não impede o aluno de
também fazer o ENEM, é simplesmente mais uma alternativa de ingresso no ensino superior.
O PPP deve estar em harmonia com o documento curricular definido pelo sistema de ensino;
Deve considerar os estudantes e os professores como sujeitos históricos e de direitos, participantes ativos e
protagonistas na sua diversidade e singularidade;
- Abranger a articulação entre teoria e prática, vinculando o exercício intelectual às atividades práticas ou
experimentais; se integrar ao mundo do trabalho;
- Promover os direitos humanos mediante a discussão de temas relativos a raça e etnia, religião, gênero,
identidade de gênero e orientação sexual, pessoas com deficiência, entre outros, bem como práticas que
contribuam para a igualdade e para o enfrentamento de preconceitos, discriminação e violência sob todas as
formas. Esses sãos temas transversais que devem permear todo o currículo.
*A docência no Ensino Médio pode ser feita por profissionais graduados que tenham realizado programas de
complementação pedagógica ou concluído curso de pós-graduação stricto sensu, orientado para o magistério
na educação básica. Isso é para quando não foi feita licenciatura, mas bacharelado. Daí o professor faz a chamada
complementação pedagógica para poder lecionar;
221
*O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) terá duas etapas: a primeira levará a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) como referência, já a segunda será em cima dos itinerários formativos. A escolha do itinerário
formativo na segunda parte do ENEM será feita pelo estudante. Ou seja: se um aluno fez os três anos em certo
itinerário, poderá ainda escolher a prova do ENEM em outro itinerário. Ter cursado um itinerário específico não
o faz ter que fazer a prova baseada nesse itinerário.
A oferta da educação física é obrigatória. Mas há casos em que o aluno fica desobrigado a exercer:
- Se tiver filho/filha;
- Se estiver prestando serviço militar ou com exercício equivalente que exija o cumprimento de atividades físicas;
*Inglês é obrigatório. Mas caso se ofereça outra língua estrangeira, essa passará a ser optativa. A preferência
para a oferta de outra língua é de espanhol.
*Alguns temas devem ser incluídos, como em leis e normas específicas, de forma transversal e integradora no
currículo, como: o processo de envelhecimento e o respeito e valorização do idoso; os direitos das crianças e
adolescentes; a educação para o trânsito; a educação ambiental; a educação alimentar e nutricional; a educação
em direitos humanos; e a educação digital.
QUESTÕES
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
222
Certo ( ) Errado ( )
4. A escola pode criar novos itinerários formativos de nível técnico, prescidindo de limitações no que diz respeito
aos recursos.
Certo ( ) Errado ( )
5. A oferta (por parte da escola) e a matrícula (por parte do aluno) da língua espanhola em redes públicas é
optativa.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
3. C
4. E
5. C
COMENTÁRIOS
1. Deve ser composto de duas etapas: a primeira se baseará pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como
referência, já a segunda será em cima dos itinerários formativos.
3. Exatamente.
4. Prescindir é não precisar levar em conta. Pelo contrário, a escola deve levar em conta sim se é possível
implementar financeira e tecnicamente um novo itinerário formativo.
5. Exatamente.
223
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
OBJETIVO
Orientar o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino, norteando seus currículos e conteúdos
mínimos.
EIXOS NORTEADORES
Na EJA devem ser considerados três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Esses três eixos inter-
articulados foram elaborados conforme a realidade dos estudantes da Educação de Jovens e Adultos.
VALORIZAÇÃO
*A EJA passará a substituir a ideia de compensação pelos princípios de reparação e equidade. Equidade:
igualdade é um balanço comum e harmonioso entre vários elementos, todos estão em degraus diferentes e eu
como agente forneço 10% a mais para cada; já equidade é ver essas diferentes existentes entre os elementos e
conceder a cada uma ajuda em função da sua necessidade. Quer um exemplo: um aluno que já domina o
conteúdo totalmente não precisa da mesma atenção do um que apresenta sérias dificuldades
*O Ensino Fundamental será ofertado aqueles com 15 anos ou mais; e o Ensino Médio será para
aqueles com idade igual ou superior aos 18 anos.
224
*Vejamos alguns pontos centrais da EJA em alguns documentos:
Art. 28. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) destina-se aos que se situam na faixa etária superior à considerada
própria, no nível de conclusão do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
§ 1º Cabe aos sistemas educativos viabilizar a oferta de cursos gratuitos aos jovens e aos adultos,
proporcionando-lhes oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos, exames,
§ 2º Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educação Profissional articulada com a Educação Básica,
devem pautar-se pela flexibilidade, tanto de currículo quanto de tempo e espaço, para que seja(m):
I – rompida a simetria com o ensino regular para crianças e adolescentes, de modo a permitir percursos
individualizados e conteúdos significativos para os jovens e adultos;
III – valorizada a realização de atividades e vivências socializadoras, culturais, recreativas e esportivas, geradoras
de enriquecimento do percurso formativo dos estudantes;
V – promovida a motivação e a orientação permanente dos estudantes, visando maior participação nas aulas e
seu melhor aproveitamento e desempenho;
*A EJA:
Art. 18
Parágrafo único. Na organização curricular, competência dos sistemas, a língua estrangeira é de oferta
obrigatória nos anos finais do ensino fundamental.
*A oferta de língua estrangeira para o EJA do Ensino Fundamental segue as mesmas regras do Ensino
Fundamental Regular, devendo ser oferecida pelo menos um idioma.
225
*Mas essa oferta não implica a obrigatoriedade de os alunos do ensino fundamental cursarem o respectivo
idioma:
Art. 20
§ 2º A Língua Estrangeira, nesta etapa do ensino, é de oferta obrigatória e de prestação facultativa por
parte do aluno.
*Entretanto o mesmo não se aplica aos estudantes que estiverem cursando no ensino médio, pois a língua
estrangeira será não só de oferta, mas de prestação obrigatória. Já que a língua estrangeira aparecerá
obrigatoriamente no exame supletivo, que deverá ser prestado pelo aluno que quiser adquirir o certificado
formal de conclusão do ensino médio. Veja:
Art. 21
QUESTÕES
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
4. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, a EJA deve agregar competências para o trabalho.
Certo ( ) Errado ( )
226
5. Partindo do princípio de isonomia, ficou acordado que a Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade
simétrica ao Ensino Regular.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
7. (IBADE - 2017 - Prefeitura de Rio Branco - AC - Professor de Ensino Fundamental - 1º ao 5º Ano - zona
rural) Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educação Profissional articulada com a Educação Básica,
devem pautar-se pela(o):
d) rigidez curricular.
8. Para fins da prova de supletivo de ensino médio, o estudante do EJA estará desobrigado a cursar uma língua
estrangeira, já que essa disciplina não aparece obrigatoriamente no exame.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. X
3. C
4. C
5. E
6. E
7. e
8. E
227
COMENTÁRIOS
1. A contextualização nunca vai ser apagada na dimensão escolar, toda modalidade de ensino terá a sua
realidade representada efetivamente. A formação técnica não é finalidade e objetivo exclusivo da EJA. Não há
algo que você estudará que terá finalidade e objetivo único, sempre será múltiplo. Aliás, o examinar usou o
ensino técnico e não a modalidade de Ensino Profissional. Questão duplamente errada.
2. Essa questão acabou sendo anulada. Ela está certa em dizer que o EJA deve considerar os ditos três eixos
articuladores, mas a questão acabou misturando conceitos ao detalhar o que seria o eixo articulador tempo.
3. Ambas são valorizações das Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA. É importante que o aluno saiba de
todas.
5. Não. A EJA é uma modalidade que se difere do Ensino Regular, não sendo idêntica a esta, tendo sua própria
realidade. Tanto que o EJA possui seu próprio PPP, projetos, eventos, identidade, etc.
7. Questão simples. Falou em EJA, flexibilidade e agregação ao trabalho são duas das principais características.
8. A língua estrangeira é sempre de oferta obrigatória, mas apenas no ensino fundamental da EJA é que estudá-
la se torna algo facultativo. Por outro lado, para estudantes do ensino médio a prestação de língua estrangeira
se torna obrigatória, já que essa disciplina deve aparecer nos exames supletivos, provas que demarcaram a
aquisição ou não dos devidos certificados formais de conclusão do ensino médio.
DEFINIÇÃO
*Você já ouviu falar da Educação Especial anteriormente: ela é uma dentre as sete modalidades de ensino que
existe. Professor, qual a diferença de Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado? A
228
primeira é uma modalidade, como já vimos. Já o AEE é como que um serviço da Educação Especial (é um
ramo da Educação Especial que tem como função justamente atender alunos com algo de especial) que vai
considerar as necessidades específicas de cada aluno e então: complementar e suplementar sua formação,
visando a autonomia (no âmbito escolar e fora dele) e o florescer de suas potencialidades singulares.
*Atendimento complementar é a chamada “generalista”, que engloba: deficiências, TED (Transtorno do Espectro
Autista) e TGD (Transtornos Globais do Desenvolvimento). Aqui os profissionais agem em conjunto com os
professores, focando em complementar aquilo que foi trabalhado em sala de aula.
*Atendimento suplementar é composto por alunos com Altas Habilidades e Super Dotação. Aqui se faz um
trabalho de potencializar o diferencial que o aluno possui nas dimensões: artística, tecnológica, matemática ou
congênere.
PRINCÍPIOS
TENHA EM MENTE
• Os estudantes com algum tipo de deficiência só são classificados assim caso essa limitação seja de longo
prazo: aqueles de curto prazo e os que decorrem de acidentes ou congêneres não entram nessa
classificação.
• A educação especial é transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, assim, se inicia na educação
infantil, perdurando-se por todas as etapas da vida.
*Professor, pode haver um aluno sendo atendido na rede regular de ensino com a idade de 46 anos, por
exemplo? Pode sim. Inclusive esse ponto suscita outro interessante. A educação especial é uma modalidade de
ensino, certo? Certo. A educação para jovens e adultos é outra modalidade, certo? Claro, também. Deixa eu te
atentar para esse ponto: pode haver esse cruzamento de modalidades, o aluno pode ser atendido por
diferentes modalidades. Ser atendido numa modalidade não impede o oferecimento de serviço por parte de
229
outra. Outro exemplo: pode haver um aluno do EJA que tem aula numa escola de campo, que faz o uso do
ensino a distância devido dificuldades de docentes na região, e ainda por cima possui atendimento na educação
especial pelo fato de possuir TGD (transtorno global do desenvolvimento).
“A Educação Especial é uma modalidade de ensino transversal a todas etapas e outras modalidades, como parte
integrante da educação regular, devendo ser prevista no projeto político-pedagógico da unidade escolar”.
“O atendimento educacional especializado (AEE), previsto pelo Decreto nº 6.571/2008, é parte integrante do
processo educacional, sendo que os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular
e no atendimento educacional especializado (AEE). O objetivo deste atendimento é identificar habilidades e
necessidades dos estudantes, organizar recursos de acessibilidade e realizar atividades pedagógicas específicas
que promovam seu acesso ao currículo. Este atendimento não substitui a escolarização em classe comum e é
ofertado no contra-turno da escolarização em salas de recursos multifuncionais da própria escola, de outra
escola pública ou em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou
filantrópicas sem fins lucrativos conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos
Estados, Distrito Federal ou dos Municípios”.
230
*O atendimento é preferencialmente no contra-turno e pode ser ofertado em outras instituições
conveniadas com o Poder Público.
III – a formação de professores para o AEE e para o desenvolvimento de práticas educacionais inclusivas;
*Veja que é necessário a formação de docentes para a atuação no AEE (feitos através de cursos).
Art. 58, § 3º A oferta de educação especial, nos termos do caput deste artigo, tem início na educação infantil
e estende-se ao longo da vida.
*Ao longo da vida: perdura sem restrição de idade. O início especificado “na educação infantil” não
abrange as creches, apenas a fase pré-escolar de ensino.
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação:
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive
condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante
articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas
áreas artística, intelectual ou psicomotora.
*Veja que existe a ênfase de se educar para o trabalho e integração. Lembre-se que as vagas destinadas
para pessoas com deficiência em concursos públicos federais variam entre 5% e 20%. No DF o número de
vagas reservadas é de no mínimo 20%.
231
QUESTÕES
1. No DF não há distinção ao âmbito federal quanto a destinação de vagas para pessoas com deficiência.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
a) Modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional
especializado e orienta os alunos e seus professores quanto à sua utilização nas turmas comuns do ensino
regular.
b) Orienta os sistemas de ensino para garantir o acesso até o ensino fundamental, em seus anos finais.
c) Nas etapas de educação de jovens e adultos e educação profissional, são contempladas ações da educação
especial.
d) Tem por objetivo assegurar a inclusão escolar, por meio do ensino privado, de alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
e) É uma etapa da educação básica ofertada tão somente em escolas confessionais que perpassa todos os níveis,
etapas e modalidades.
232
d) reconhecer o conhecimento prévio como principal indicativo do desenvolvimento.
GABARITO
1. E
2. E
3. a
4. a
5. d
COMENTÁRIOS
2. Os estudantes superdotados e com altas habilidade também possuem esse direito. Cuidado: a banca pode
sempre negligenciar um desses pontos. Temos 4: educandos deficientes, com transtornos globais do
desenvolvimento, com super dotação e com altas habilidades.
3.
a) Certíssimo. A Educação Especial, enquanto modalidade de ensino da Educação Básica, perpassa todos os
níveis, etapas e modalidades.
233
b) O acesso não se limita ao ensino fundamental, mas ao médio. Não confunda acesso (para onde o estudante
irá) com atendimento (que é para todas as fases da vida).
c) Essa questão parece certa a primeira vista, mas lembre-se que EJA e Educação Profissional são modalidades
e não etapas do ensino.
d) Apesar de ter elencado todos os 4 tipos de alunos que possuem direito ao atendimento, a questão peca em
falar que é “por meio do ensino privado”, é público.
e) Não é uma etapa, é uma modalidade; e não abrange só as escolas confessionais, mas sim instituições
comunitárias, confessionais e filantrópicas, além da rede regular de ensino e das escolas especializadas nesse
tipo de atendimento.
4.
a) Exatamente. Considerar as demandas específicas dos alunos é nada mais que fazer provas adaptadas para
os mesmos.
c) A proposta pedagógica do ensino regular deve estar associada àquela da educação especial, e não
dissociada.
d) O conhecimento prévio serve como diagnóstico, norte, criador de estratégias para que o professor possa
atuar em sala, não é o principal indicativo, é auxiliar.
5. Como vimos anteriormente o AEE contempla 4 tipos de alunos: deficientes, com Transtorno Global do
Desenvolvimento, Altas habilidades e Superdotação.
1º Bloco: Bloco Inicial de Alfabetização ou BIA (três primeiros anos do Ensino Fundamental);
2º Bloco: 4º e 5º anos.
*Aqui não há possibilidade de reprovação em nenhum dos blocos. Possui os mesmos eixos integradores do 3º
Bloco, que veremos adiante, e possui mais um: o letramento.
*O 3º Bloco corresponde aos anos finais do Ensino Fundamental, onde há possibilidade de reprovação é dividido
também em dois blocos:
1º Bloco (6º e 7º anos): a reprovação ocorre quando se nota a defasagem do aluno em pelo menos 3 disciplinas.
2º Bloco (8º e 9º anos): a reprovação acontece quando o estudante não alcança a nota esperada em pelo menos
uma matéria.
TIPOS DE CICLOS
*Fizemos uma definição e justificativa interessante acerca da organização em ciclos, entretanto existem dois
tipos dela:
*Alguns estudos têm demonstrado que a educação em ciclos propicia um melhor desenvolvimento escolar. Em
certa medida, é por isso que muitas escolas vêm adotando essa postura cíclica.
235
*O trabalho pedagógico da organização escolar em ciclos se baseia em 4 elementos: gestão democrática,
formação continuada, avaliação formativa e coordenação pedagógica. Vejamos:
• Gestão democrática: propicia debate, reflexão e espaço sobre as questões escolares, criando um local
democrático para se criar alternativas para impasses/problemas. Mas também é um elemento fecundo
para que as vozes dos sujeitos sejam alcançadas e surtem efeitos benéficos na dimensão escolar.
• Formação continuada: faz com que os profissionais da escola possam reformular e a aprender novos
modos de ver e fazer suas práticas.
• Avaliação formativa: é um instrumento não punitivo, que diagnostica as fragilidades e pontos
problemáticos, criando possibilidade de melhorar o quadro de ensino dos estudantes. É a
expressão avaliação para as aprendizagens (avaliação formativa) que já vimos, que difere da
avaliação da aprendizagem (avaliação somativa).
• Coordenação pedagógica: no DF temos a peculiaridade de 15 h semanais destinadas coordenação
pedagógica, que engloba práticas como o planejamento, a formação continuada, o atendimento
aos estudantes, a criação do PPP, reuniões, dentre outas.
*Temos que destacar dois pontos que por vezes são vistos de maneira inapropriada:
• O Conselho de Classe não é um momento meramente burocrático e taxativo, mas deve ser visto
como um tempo pedagógico de reflexionar e agir na reconstrução de aspectos problemáticos da vida
escolar.
• A formação continuada não é algo que simplesmente supri lacunas, mas deve ser vista como algo
que permanentemente repensa as práticas pedagógicas, através do estudo e da pesquisa.
EIXOS INTEGRADORES
• Letramento: vai além da compreensão das letras e símbolos da alfabetização, diz respeito a
compreensão, interpretação e uso da língua nas práticas e contextos sociais;
• Ludicidade: diz respeito aquilo que é prazeroso e artístico. Geralmente associamos a informalidade e a
infância, pois está presente em jogos e brincadeiras. Mas não se engane, o lúdico é de uma dimensão
vital para a vida humana, pois está presente na arte (cinema, música, poesia), na filosofia, nos
esportes, em enigmas e em tudo aquilo que pulsa nossa criatividade, aventura e entusiasmo.
JUSTIFICATIVAS
• Diminuição do abandono escolar e da frustração, já que a criança não tem maturidade ainda para lidar
com a progressão de seus colegas de turma e com sua estagnação;
• É uma segunda chance, que cria um senso de responsabilidade;
• Não faz sentido uma criança refazer todo o ano letivo em decorrência de algumas matérias que, talvez,
nem sequer sejam seu ponto forte. Lembra das inteligências múltiplas de Howard Gardner que vimos no
capítulo sobre Bases Psicológicas de Aprendizagem? É justamente com isso que se relaciona;
• Foge da lógica taxativa/classificatória da avaliação somativa, típica da organização escolar seriada;
• Faz sentido na realidade brasileira, que possui altos índices de abandono dos estudos e baixo índice de
desempenho escolar;
236
• Se relaciona com as teses defendidas pelo ensino integral da SEDF, onde o sujeito é visto como um
processo permanente de desenvolvimento.
*Contudo não há unanimidade entre as organizações em série e em ciclos, ambas são objeto de discussão tanto
nos meios acadêmicos quanto nas redes escolares.
• Diagnósticos: são diferentes procedimentos e instrumentos avaliativos que vão permear todo o processo
de aprendizagem dos alunos;
• Registros: cria materialidade e visibilidade ao trabalho do professor. Aqui ele vai anotar as necessidades
de aprendizagem dos alunos, seja por meio de documentos exigidos pela escola (como o diário de
classe), seja por anotações das mais variadas vindas do professor mesmo
• Análise: momento de reflexão sobre os dados contidos nos registros. O professor e a equipe vão refletir
criticamente sobre os dados coletados;
• Planejamento e execução das intervenções pedagógicas: tomada de atitudes em relação às dificuldades
de aprendizagem encontradas.
*O diário de classe é a organização das frequências, dos desempenhos, dos registros, dos conteúdos e dos
diagnósticos dos alunos.
*Para além da avaliação para as aprendizagens, o documento ainda fala em duas outras avaliações: institucional
e de larga escala.
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
É a avaliação que se faz da própria escola, sendo de si mesma (autoavaliação) ou a partir da visão que a
comunidade externa faz da escola (por meio de sugestões e reclamações endereçadas a rede de ensino).
Qualquer escola deve ter princípios, finalidades (de curto e longo prazo), projetos e vários outros elementos que
devem estar previstos num documento (PPP – Projeto político Pedagógico: estudaremos mais adiante). É,
geralmente, desse documento que a escola fará sua autoavaliação, fazendo um diagnóstico e verificando se
todas aquelas coisas postas como metas para determinado período foram de fato efetuadas. O outro lado é: já
que a escola se faz como ambiente democrático participativo: a comunidade, os familiares e demais interessados
também fazem parte desse feedback em relação as ações desenvolvidas pela escola. Ter esse tipo de avaliação
é fundamental para uma escola que se manifesta aberta, só assim se mantém seu perfil mais que essencial de
ser sempre um processo de transformação, de mudanças frutíferas.
237
construir diversas políticas públicas a partir das informações coletadas, a fim de se fazer ajustes e mudanças
significativas nesse campo tão imenso e diverso que é o da educação.
A aula é uma estrutura física e pedagógica dinâmica que apresenta quatro dimensões, definidas e inter-
relacionadas:
• Dimensão física: Salas e ambientes físicos existentes e a forma como se organizam;
• Dimensão funcional: Como se utiliza e para quê;
• Dimensão relacional: Quem e em que circunstâncias os utiliza;
• Dimensão temporal: Quando e como são utilizados.
QUESTÕES
1. Uma das justificativas para a implementação da organização em ciclos é se aproximar da expressão avaliação
para aprendizagens, cuja base é a avaliação somativa.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
COMENTÁRIOS
1. Uma das justificativas é dialogar com a avaliação para a aprendizagens, mas essa se dá através da avaliação
formativa.
238
2. Não confunda. A organização seriada costuma usar a avaliação somativa como centro. Mas as organizações
tanto de ciclos de formação quando de ciclos de aprendizagem se utilizam bem mais da avaliação formativa. A
diferença entre esses dois tipos de organização em ciclos diz respeito ao critério de divisão dos ciclos. Os ciclos
de formação usam os critérios de infância, pré-adolescência e adolescência. Por outro lado, os ciclos de
aprendizagem se servem de blocos plurianuais, de 2 ou 3 anos, que tomam como ponto de distinção a
capacidade para o aprendizado. No DF nós usamos os ciclos de aprendizagem.
CULTURA VISUAL
• Chamada também de Cultura da Imagem;
• Os pioneiros nesse campo foram John Berger (em Ways of Seeing ou Maneiras de Ver, de 1972) e Laura
Mulvey (Visual Pleasure Narrative Cinema ou Prazer Visual e Cinema Narrativo, de 1975);
• John Berger é famoso por ter afirmado que ver precede as palavras;
• Nossa cultura é predominantemente visual. Assim, devemos nos perguntar: qual a cultura visual que
usamos em jornais, revistas, outdoors, na televisão, nos esportes, internet, HQs, nas escolas, nos
239
mercados, etc? É justamente a respotas a essa pergunta que a cultura visual tentará trazer, abordando
nossos hábitos, e costumes, numa visão contextualizada e crítica;
• Veja que a cultura visual está muito associada na prática com o Ocidente e com o mundo capitalista. Isso
porque a força do aspecto visual é tamanha para atrair o olhar das pessoas;
• Essa cultura visual nos faz identificar com nossa cultura, faz parte de nós, em certo sentido. Pensar o que
isso quer dizer e reprensar essa relação é um dos objetivos da cultura visual;
• Quando falamos de cultura visual estamos englobando a arte num sentido muito amplo, abordando uma
série de temas;
• A cultura visual é tratada nos currículos como uma abordagem inclusiva;
• Qualquer coisa pode ser objeto de leitura e análise dentro de uma sala de aula, tudo está permeado por
cultura, tudo tem seu contexto, significado e símbolos;
• A cultura visual pensará a arte relacionada com a sociedade e seus temas mais pertinentes;
• A cultura visual no trabalho pedagógico pode trabalhar os temas transversais e que fazem parte da vida
dos estudantes e da rede escolar;
• Nossa interpretação está sempre sujeita ao tempo, epaço e cultura do qual nos lançamos;
• Para muitos a cultura visual é um termo híbrido, que descreve algo de visual que dialoga com uma série
de outras áreas do conhecimento, como a psicologia, antropologia, filosofia, história, sociologia, etc.
QUESTÕES
1. (QUADRIX/SEDF/2018/Artes) A abordagem triangular de Ana Mae Barbosa, que propõe para o ensino da
arte o equilíbrio entre os pilares “fazer”, “fruir” e “contextualizar”, ainda não foi contemplada pelos principais
documentos que orientam o ensino de arte (Referenciais curriculares para a Educação Infantil, PCNs‐Arte,
Currículos em Movimento etc.), sendo a sua inserção na Base Nacional Curricular Comum uma das principais
lutas da categoria.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
240
4. (FUNIVERSA - 2015 - Secretaria da Criança - DF - Especialista Socioeducativo - Artes Plásticas –
Adaptada)
Uma imagem pode evocar diferentes respostas por parte de diferentes pessoas. Levar isso em consideração
pressupõe valorizar não apenas a exploração das versões díspares de interpretação que se derivam de uma
representação, mas também as defendidas por cada aluno e aluna, para, a seguir, situar suas diferentes visões
em contextos teóricos, sociais e culturais mais amplos.
Fernando Hernández. Catadores da cultura visual: proposta para uma nova narrativa educacional. Porto Alegre:
Mediação, 2007 (com adaptações).
A partir das ideias do texto e dos conceitos por ele suscitados, assinale a alternativa correta.
a) A abordagem de Fernando Hernández implica estudar a cultura visual como algo distante do aluno, histórica,
social e culturalmente.
c) A produção visual e escrita, ou seja, a cultura visual fixa o que deve ser dito, visto e feito em termos de
metodologia de ensino.
d) O ensino da arte a partir de teorias que dizem respeito à cultura visual desvaloriza a cultura popular, como as
comemorações ou festas populares brasileiras.
5. (Fundação Getúlio Vargas (FGV) - 2016 - SME/SP - Professor de Ensino Fundamental II e Médio)
Assinale a afirmativa que caracteriza corretamente os pressupostos das pesquisas contemporâneas em cultura
visual.
a) A educação em cultura visual busca fornecer uma definição do que é arte, distinguindo-a dos artefatos que
não almejam expressar o belo.
b) O ensino e aprendizagem da cultura visual deslocam seu foco de interesse para o estudo formal da obra, seu
estilo o e estrutura de composição.
c) Em função do caráter transdisciplinar do campo da cultura visual, a arte deixa de ter natureza ou valor
distintivo, reduzindo-se a artefato cultural.
d) Os currículos da cultura visual a apresentam como construção social, abordável a partir de perspectivas
inclusivas.
e) A cultura visual deve ser extraída do contexto geral da cultura, e, ao fazê-lo, evidencia as qualidades essenciais
da arte e do objeto estético.
241
GABARITO
1. E
2. E
3. C
4. b
5. d
COMENTÁRIOS
1. Questão duplamente errada. A Abrodagem Triangular se pauta nos pilares: fazer, contextualizar e apreciar.
Ana Mae e suas concepções aparecem numa série de documentos legais, sendo inclusive consultora de muitos
deles.
2. Qualquer coisa do cotidiano pode ser objeto de leitura na cultura visual, mas não há essa ideia de distinguir
e valorizar a arte erudita.
3. Essa é justamente a tríade de Ana Mae. A autora defende que a arte tem força de formação integral, atuando
nas diversas esferas da vida do estudante.
4. Vejamos:
b) Cultura visual é justamente associar as visualidades e a cultura, a força do aspecto visual em nossa sociedade.
c) A cultura visual na realidade debate o que devemos ver, não fixa metodologias.
5. Vejamos:
a) A cultura visual não tem como norte debater o que é a Arte por excelência, mas de estudar as relações da arte
com a cultura.
b) Desloca o aluno para as relações entre arte e cultura. Veja que a questão colocou apenas o aspecto formal, é
um erro, já que a cultura visual não propõe um deslocamento para apenas uma das vias interpretativas de uma
obra.
242
c) A cultura visual de fato tem essa característica transdisciplinar, mas isso não reduz as obras a meros produtos
ou artefatos culturais.
d) Exatamente.
e) Evidencia as relaçãos e não as qualidades essenciais que estão na arte de forma geral ou numa obra qualquer.
243
REFERÊNCIAS
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BERTHOLD. História Mundial do Teatro: Tradução Maria Paula V. Zuraws k i, J. Guinsburg. Sérgio Coelho e
Clóvis Garcia, São Paulo: Perspectiva, 2001.
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : arte / Ensino de primeira à
quarta série. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997. 130p.
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : arte / Ensino de quinta a oitava
séries. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC / SEF, 1998.
DONALD J. GROUT and CLAUDE V. PALISCA. A History of Western Music. 1988, byW.W. Norton & Company,
Inc.
DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes,. 2007.
https://dramatics.org/how-to-read-a-play/
https://www.youtube.com/watch?v=BoailUsd8jU
Music, Rhythm and movement: A comparative study between the BAPNE and Willems Methods
REDE FOR - Rede de São Paulo de formação docente. Ensino da arte no Brasil: Aspectos históricos e
metodológicos. Curso de especialização para o quadro do magistério da SEESP Ensino fundamental II e Ensino
Médio. São Paulo, 2011.
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