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Aula de Toxicologia – 18/08

Conceitos de Toxicologia

- É o estudo dos efeitos adversos das substancias químicas sobre organismos vivos
(Casarett e Doull, fundamento em toxicologia – 2010);

- É a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias


químicas com o organismo, sob condições específicas de exposição. (Seizi Oga,
fundamentos de toxicologia – 2008);

- É o estudo da interação entre agentes químicos e sistemas biológicos com o


objetivo de determinar, quantitativamente, o potencial dos agentes químicos em
produzir danos que resultam em efeitos adversos em organismos vivos. (Ballantyne,
1999).

Conceitos Básicos

Xenobióticos – qualquer substância estranha no corpo, capaz de causar problemas;

Tóxico – dependendo da quantidade e do tempo em que se entra em contato com a


substância e da concentração, podendo causar efeitos.

Agente tóxico ou Toxicante – é uma substância química que causa danos ao


sistema biológico, sobre as condições de exposição intensa.

Toxina – substancia natural que provoca efeitos tóxicos.

Periculosidade – capacidade do agente especifico, que mede se ele é capaz de


produzir algum efeito. Cada substância tem seu efeito

Toxicidade – capacidade do agente tóxico sintético de provocar efeitos nocivos no


organismo, proporcional a concentração e local onde ele pode atingir.

Intoxicação – é um processo patológico, sinais e sintomas de quando é exposto a


alguma substancia toxica.

Droga – pode mudar ser usada como descoberta de alguma doença mudando o
sistema fisiológico, algo que não se sabe se é benéfico ou maléfico.

Fármaco – substancia com uma estrutura química definida, capaz de modificar ou


explorar o sistema fisiológico de forma benéfica.

Antídoto – uma diversidade de substancias capaz de antagonizar os efeitos tóxicos.


Divisões da Toxicologia

Toxicologia Química ou Analítica – identificar a substancia e quanto da substância


está causando o problema. Detectar um agente ou parâmetro que pode causar um
efeito em determinado local especifico. É usado tanto para saber se aconteceu um
problema ou se vai acontecer por ter sido exposto. Usado para prevenir intoxicação.

Toxicologia Clínica – uma avaliação de sinais e sintomas da intoxicação e de posse


de achados analíticos. Tornando possível acompanhar primeiro a Clínica do que a
Analítica. Estabelecendo medidas especificas de proteção, diagnóstico e tratamento
de patologias.

Toxicologia Experimental – usado para estudo das toxinas de maneira previa com
modelos experimentais. Para ser descoberto parâmetros se determinada substancia
vai ou não causar algum dano.

Aspectos da Toxicologia

Aspecto Preventivo – conhecer os riscos de uma substância e saber como acontece


a contaminação e criar padrões de segurança. Prevenir que algo aconteça, tendo as
informações de como é gerado o problema. É o maior e mais importante aspecto da
toxicologia.

Aspecto Curativo – trata o indivíduo de acordo com o tipo de intoxicação. Pelo


diagnóstico clínico ou laboratorial. Se faz a recuperação de um indivíduo
farmacodependente ou de um trabalhador com alteração de saúde. Avaliação de
sinais e sintomas.

Aspecto Repressivo – estabelece a responsabilidade penal dos indivíduos envolvidos


em situações ilegais no uso de substâncias químicas. Isso é gerando por terceiros ou
empresas que acabam contaminando determinados indivíduos.

Toxicocinética

Biodisponibilidade – é quantidade da substancia ativa ou tóxica que vai chegar até a


corrente sanguínea.

As principais vias são: Inalatória, oral e dérmica. Todas elas chegam a corrente
sanguínea.
Toxicidade – capacidade inerente a um agente tóxico de produzir um efeito deletério
no organismo. Avaliando o potencial tóxico da substancia.

Avaliação de Risco – julgar, investigar as possíveis informações que estão


relacionadas a determinada substancia tóxica. Procurar em artigos, livros e afins.

Caracterização de Risco – trazer as informações encontradas e observar na


realizada em que é exposta. Qualitativa e quantitativa.

Gerenciamento de Risco – é a decisão tomada para que não haja contaminação.

Comunicação de Risco – processo de tornar as informações de avaliação de risco e


gerenciamento do risco. Informar a todos.

Esquema de gerenciamento de risco para a saúde ambienta

1. A formulação do problema no contexto da saúde pública;


2. Análise de risco;
3. Definição de opções;
4. Tomada de decisões de redução de risco;
5. Implementação das ações;
6. Avaliação da efetividade das ações tomadas.
Caracterização do processo de geração de riscos

Através dos componentes essenciais do risco, é possível consolidar melhor: A- Fonte


de Perigo; B- Processo de Exposição; C- Efeitos Adversos.

A- Fonte de Perigo

Uma fonte de perigo é uma condição que cria ou aumenta um risco, ou seja, sem ela
não há riscos. Pode distinguir dois tipos básicos de fontes de perigo:

A1. Material – espécie química ou microbiológica;

A2. Moral – desvios de conduta, imprudência ou negligência.

B- Processo de Exposição

É quando acontece o contato voluntário ou involuntário. Dependendo da condição de


exposição.

C- As vias de exposição

Quando acontece alguma via de contato voluntária e involuntário são as vias: dérmica,
inalação e via oral.

Caracterização de Toxidade

Toxidade Aguda – são testes de 14 dias, com um único contato em 24h, uma
substância sobre o organismo. Identifica órgão alvo.

Toxidade Crônica e Sub-crônica – para a toxidade sub-crônica, os testes são


realizados durante 30 a 90 dias e para a crônica, normalmente levam de 18 a 24
meses.

Teste de Toxicidade Crônica – o organismo é exposto, durante longos períodos de


tempo, a baixas concentrações de um agente tóxico.

Efeitos tóxicos em geral – são estudos realizados para avaliar os danos que uma
substância pode provocar, dependendo da duração da exposição.

Testes Especiais – são estudos específicos para avaliar os efeitos da exposição ao


órgão-alvo.
Teste em Seres Humanos – são testes projetados, controlados e conduzidos para
determinar níveis máximos de exposição, considerando a via de exposição.

Intoxicação – Classificação

Quanto a forma de atuação

Local – o efeito ocorre no local do primeiro contato do agente tóxico com o organismo.
Ingestão de ácidos, inalação de vapores irritantes.

Sistêmica – o efeito tóxico ocorre distante do local de penetração do agente após


absorção pela corrente sanguínea. Pode ser de efeitos reversível ou irreversível.

Temporalidade – imediato ou tardio.

Tipos de Interação

Efeito Aditivo – ocorre quando ao efeito produzido por dois ou mais agentes tóxicos,
é igual a soma dos efeitos produzidos individualmente.

Sinergismo – quando o efeito a de dois ou mais agentes tóxicos ocorre de forma


combinada. Pode ser maior que o efeito aditivo.

Potencialização – o agente tóxico tem seu efeito aumentado por agir


simultaneamente com um agente não tóxico ou com outro tipo de toxicidade.

Antagonismo/Antidotismo – o efeito produzido por dois agentes tóxicos se neutraliza


ou se reduz.

Antídoto – mecanismo de ação

Antagonista específico – atua sobre o mesmo receptor que o toxicante, competindo


com ele.

Antagonista Inespecífico – não atua sobre o mesmo receptor.

Fases de Intoxicação

I – Fase de Exposição – é a disponibilidade química. o agente tóxico encontra-se no


ambiente, disponível para penetrar no organismo por alguma via de exposição:
Fatores relacionados ao organismo – absorção, distribuição, biotransformação,
espécie, idade, sexo, peso, diferenças genéticas, estado de saúde, estado nutricional
e condições metabólicas.

II – Toxicocinética – passagem da substância da via de exposição até a corrente


sanguínea. Inicia com a absorção e mostra o caminho percorrido pelo agente no
organismo. Se divide em: absorção, distribuição, armazenamento, biotransformação e
eliminação.

III – Toxicodinâmica – corresponde ao aparecimento dos sinais e sintomas da


intoxicação, intoxicação propriamente dita. Corresponde ao início da intoxicação:
interação com moléculas orgânicas; alterações bioquímicas; alterações morfológicas;
alterações funcionais.

IV – Fase Clínica – é a fase em que há evidências de sinais e sintomas, ou ainda


alterações patológicas detectáveis mediante provas diagnósticas, caracterizando os
efeitos nocivos provocados pela interação do toxicante com o organismo.

Absorção – passagem por barreiras biológicas até chegar à corrente sanguínea.

Os principais fatores envolvidos na absorção são:

Estrutura da membrana; estrutura da membrana; área de membrana disponível;


seletividade da membrana; Lipossolubilidade do agente; hidrossulubilidade do agente
(coeficiente de participação óleo/água.

Biodisponibilidade – é a quantidade de substancia que chega no sangue.

Difusão passiva simples – é a mais usada pelos produtos tóxicos, pois depende
somente dele.

Coeficiente de partição óleo/água – quanto maior seu coeficiente maior a sua


lipossolubilidade. Quanto maior for a concentração da substância na fase orgânica,
maior será sua lipossolubilidade.

O grau de ionização das substâncias, em diferentes pH, poderá ser obtido através da
aplicação da equação de Henderson-Hasselbach, para ácidos fracos e bases fracas.

Para ácidos fracos:

• Substâncias ácidas em pH ácido são não ionizadas, lipossolúveis e mais absorvidas


(menos eliminadas)
• Substâncias ácidas em pH alcalino são ionizadas, hidrossolúveis e menos absorvidas
(mais eliminadas)

Para bases fracas:

• Substâncias básicas em pH ácido são ionizadas, hidrossolúveis e menos absorvidas


(mais eliminadas)

• Substâncias básicas em pH alcalino são não ionizadas, lipossolúveis e mais


absorvidas (menos eliminadas)

Via Gastrointestinal – vai da boca ao ânus. O órgão que mais absorve é o intestino.
O transporte será difusão passiva simples. Fatores que interferem é estado de
plenitude ou vacuidade (estomago vazio – não absorve / estomago cheio – absorve);
motilidade intestinal.

Via Cutânea

Transepidérmica é a mais frequente devido elevação a quantidade de células, precisa


ser lipossolúvel e a transfololicular não importa será mais rápido.

Superfície corpórea – a superfície corpórea total no homem é maior do que na mulher.

Volume total de água corpórea – quanto maior o volume aquoso corpóreo, maior a
hidratação da pele e consequentemente, a absorção cutânea. Idoso absorve menos, já
a gestante absorve mais.

Queimaduras químicas e/ou térmicas – apenas as leves ou moderadas, já que as


severas destroem totalmente o tecido, formando uma crosta de difícil penetração

Pilosidade – nas áreas em que existem pelos, a absorção cutânea pode ser 3,5 a 13
vezes maior do que nas regiões glabras.

Excreção – os xenobióticos que penetram no organismo são excretados através da


urina, bile, fezes, ar expirado, leite, suor e outras secreções, sob forma inalterada ou
modificada quimicamente. O processo mais importante é a excreção pela urina.
Existes três classes de excreção:

- Eliminação através da secreção, tais como a biliar, sudorípara, lacrimal, gástrica,


salivar, láctea.
- Eliminação através das excreções, tais como urina, fezes e catarro.

- Eliminação pelo ar expirado.

Via urinaria é a mais comum, tendo como preferência.

Biliar – saindo junto as fezes. Ar exalado.

Outras vias

Sudorípara – sabe-se que substâncias tais como iodo, bromo, ácido benzoico, ácido
salicílico, chumbo, arsênio, álcool, etc., são excretadas pelo suor.

Salivar - Os lipossolúveis podem atingir a saliva por difusão passiva e os não


lipossolúveis podem ser eliminados na saliva.

Pelos – anfetamina.

Secreção de xenobióticos no leite - DDT, PCB (bifei policlorados), chumbo, mercúrio,


arsênio, álcool.

Para ácidos fracos:

• Substâncias ácidas em pH ácido são não ionizadas, lipossolúveis e menos


eliminadas.

• Substâncias ácidas em pH alcalino são ionizadas, hidrossolúveis e mais eliminadas.

Para bases fracas:

• Substâncias básicas em pH ácido são ionizadas, hidrossolúveis e mais eliminadas.

• Substâncias básicas em pH alcalino são não ionizadas, lipossolúveis e menos


eliminadas.

Condições patológicas - algumas doenças podem alterar – conformação do sítio de


ligação na proteína; alterar o pH do plasma; provocar a ionização do complexo agente-
proteína; modificar a quantidade de proteínas plasmáticas.

Concentração do agente - quanto maior a concentração do fármaco no plasma, maior


a ligação proteica.

pH - para alguns toxicante o pH do plasma altera a ligação às proteínas.


Idade - a concentração de algumas proteínas plasmáticas é alterada com a idade.

Tecido adiposo – serve de armazenamento de algumas substâncias.

Tecido ósseo – pode servir como local de armazenamento de flúor, chumbo, cádmio e
estrôncio. O chumbo não é nocivo para os ossos, mas o flúor pode provocar fluorose
óssea e o estrôncio radioativo, osteossarcoma e outras neoplasias.

Barreira Hematoencefálica – é um local menos permeável do que a maioria de outras


áreas do corpo. E possui três mecanismos de exclusão: as células endoteliais dos
capilares do SNC são muito finas e encontram-se unidas e não deixam poros aquosos
entre elas; os capilares do SNC são circundados pelos astrócitos (tecido conectivo
glial), o que impõe uma película a mais a ser transposta; a concentração proteica no
fluido intersticial do SNC é a mais baixa de todo o organismo.

“Barreira” Placentária – é o resultado de várias camadas celulares interpostas entre a


circulação fetal e materna. Muitas substâncias tóxicas passam pela barreira, para a
mãe não é toxica, mais para o feto sim.

Biotransformação (Detoxificação ou metabolização) -

É um conjunto de alterações químicas, que as substâncias sofrem no organismo,


geralmente, ocasionadas por processos enzimáticos, com o objetivo de formar
derivados mais polares e mais hidrossolúveis.

Mecanismos de Biotransformação – pode ocorrer em qualquer órgão ou tecido, mas


na maioria das vezes ocorre no fígado.

Transformação ou Bioativação – produz metabolitos com atividade igual ou maior


que o precursor.

Desativação – produto resultante é menos tóxico que o precursor.

Fases da Biotransformação – natureza da reação (oxidação, redução, hidrolise);


sequência de ocorrência. Catalisada por enzimas biotransformadoras.

Fase I – Pré-sistéticas (preparatória) – modificam a estruturas químicas – adição de


grupo funcional (-OH, -NH2, -SH, -COOH).
Fase II – Reações de conjugação – substratos endógenos das reações de
conjugação interagem com grupos funcionais próprios das moléculas ou oriundas d
fase I, após a introdução ou exposição.

Fatores que modificam a biotransformação – idade, sexo, espécie, dose e


frequência de exposição, estado nutricional, estado patológico, inibição e indução
enzimática.

TOXICODINÂMICA

É toda alteração bioquímica e fisiológica que serão responsáveis pelo efeito deletério
do agente tóxico, após atingir seu alvo, em concentração adequada.

Bioativação – biotransformação da molécula original, formando um metabólito tóxico:


agente tóxico original, metabólito do agente tóxico, compostos endógenos.

Alteração da expressão gênica inadequada pode alterar a síntese de proteína.

Alteração química de proteína específica – o agente tóxico se complexa a proteínas,


ativando ou inibindo.

Alteração do funcionamento de células excitáveis – funciona regulado por


sinalizadores agindo em receptores de membrana.

Fase Clínica

Efeitos imediatos ou agudos - são aqueles que aparecem imediatamente após

uma exposição aguda, ou seja, exposição única ou que ocorre, no máximo, em 24

horas.

Efeitos crônicos - são aqueles resultantes de uma exposição crônica, ou seja,

exposição a pequenas doses, durante vários meses ou anos.

Efeitos retardados - são aqueles que só ocorrem após um período de latência,

mesmo quando já não mais existe a exposição.

Reações Idiossincrásicas –
Correspondem às respostas anormais a certos agentes tóxicos, provocados por

alterações genéticas.

O indivíduo pode ter uma resposta adversa com doses baixas (não-tóxicas) ou

então ter uma resposta extremamente intensa com doses mais elevadas.

Efeitos morfológicos, funcionais e bioquímicos

efeitos morfológicos - referem-se às mudanças micro e macroscópicas na

Morfologias dos tecidos afetados. Muitos desses efeitos são irreversíveis como, por

exemplo, a necrose e a neoplasia.

Efeitos funcionais - representam mudanças reversíveis nas funções dos órgãos-

alvo.

Efeitos bioquímicos – manifestação dos efeitos sem modificações morfológicas

aparentes.

Por exemplo, a inibição da acetilcolinesterase decorrente da exposição a

inseticidas organofosforados (reversível) ou organoclorados (irreversível).

Reações de hipersensibilidade ou sensibilização –corresponde ao aumento na


suscetibilidade do organismo.

Alergia química - esse tipo de ação tóxica só é desenvolvida após absorção do

xenobiótico pelo organismo e ligação com a proteína formando o antígeno. O agente


tóxico funciona como hapteno.

Fotoarlegia – prometazina, sabões, desodorante, hexaclorofeno: são bastante


semelhantes às da alergia química. A diferença é que, na fotoalergia, o xenobiótico
necessita reagir com a luz solar

(reação fotoquímica), para formar um produto que funciona como hapteno.

Fotossensiblização – agentes branqueadores, furocumarinas: esses xenobióticos,


quando em contato com a luz solar, formam radicais altamente reativos que produzem
lesões na pele, muito semelhante às queimaduras de sol.
Resíduos – é todo o material resultante de atividades antrópicas, gerados como
sobras de um processo produtivo ou que não possam ser utilizados com a finalidade
para as quais foram originalmente produzidos. Podem ser reaproveitados ou não. O
que sobra da reciclagem é resíduo. Rejeito é o que sobra da reciclagem e resíduo. Lei
nr305 política nacional dos resíduos sólidos 02/08/2010.

A responsabilidade é de quem produz o rejeito.

Artigo 3º - VII – destinação final / VIII disposição fina.

Artigo 33º - logística reserva

I – agrotóxicos / II – pilhas e baterias / III – pneus / IV – óleos lubrificantes / V –


lâmpadas fluorescentes / VI – produtos eletroeletrônicos.

Artigo 47º - proibições

I – lançamento em praias / II – lançamentos em natura a céu aberto – resíduos de


mineração / III – queima a céu aberto / IV – outras formas vedadas pelo poder público.

Artigo 55º - dispostos nos art. 16 e 18 entra em vigor.

Art16º - plano estadual de resíduos sólidos / Art18º - elaboração do plano municipal de


gestão.

Classificação

Quanto as características físicas – seco e molhado

Composição química – orgânico e inorgânico

Quanto a origem – domiciliar, comercial, serviços públicos, hospitalar, portos,


aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários.

Classificação dos resíduos

Classe I – perigosos / classe II – não perigosos / classe IIA – não-inertes / classe IIB –
inertes.

RDC 306/4 da ANVISA – classifica em 8 tipos de resíduos

Grupo A1 / A2 / A3 / A4 / B / C / D / E. devem ser descartados em ambientes


específicos.
Reciclagem e coleta seletiva

Azul – papel

Vermelho – plástico

Verde – vidro

Amarelo – metal

Preto – madeira

Laranja – resíduos perigosos

Branco – resíduo hospitalar

Roxo – resíduo radioativo

Marrom – resíduo orgânico

Cinza – resíduo geral, não reciclagem, misturado

Metais Pesados

Tabela periódica possui 105 elementos, 80 são metais.

Metais pesados – cerca de 20;

Metais leves – Al, Be;

Metaloides – formam ânions e cátions As, Se;

Alguns deles são essenciais em doses baixas e tóxicos em altas doses.

Metais essenciais – precisa para alguma função fisiológica. Difícil o diagnóstico,


porque precisa dele constantemente, mas em doses altas é tóxico. Ex. Zinco,
Manganês, Alumínio.

Como ocorre a contaminação pelos metais – depende do jeito que esse metal vai se
apresentar.

Metal na forma metálica – forma sólida, forma zero, mas alguns são líquidos como o
Mercúrio do termômetro.

Para manipular o meta precisa aquecer muito para ele ficar metálico maleável, e é ai
que acontece a contaminação com fuligem metálica inalando ou com a absorção do
metal quando vai cortar, lixar formando uma poeira metálica.
Metal na forma iônica – são os sais e os óxidos dos metais, usados na indústria
gerando grande quantidade de poeira absorvida pelo trato respiratório e digestivo.

Principal via de excreção dos metais é a via urinária, mas também podem sair nas
fezes e no suor, e pelo crescimento de fâneros.

Vias de excreção – urina – mais comum; fezes – pouco comum; pele – pouco comum.
Pode criar placas que chamamos de “fâneros”.

Locais onde são encontrados – fonte industrial

Mineração, fundição e refinamento de chumbo; produção de ligas (bronze, latão).


Corte e solda de metais contendo chumbo. Fabricação de corantes, tintas, vernizes,
esmaltes e pigmentos. Esmaltação de cerâmica. Fabricação de fritadeiras. Fabricação
de cabos elétricos, tubos e chapas.

Locais onde são encontrados – fonte não industrial

Uso de porcelana esmaltada. Uso de utensílios em PVC estearato, sulfeto tribásico e


carbonato de chumbo. Fabricação caseira de “chumbadas” de pesca e cartuchos. Uso
de tinturas de cabelo a base de chumbo.

Compostos Inorgânicos de Pb – inseticida, cristais, baterias de placa de chumbo.

Compostos Orgânicos de Pb – tintas de cabelo, secante.

Pb – Chumbo

Presença industrial – solda, bronze, latão, esmaltação de cerâmica, fabricação de


fritadeiras, fabricação de armas de fogo, indústria de cristais.

Fonte não industrial – porcelana, PVC, chumbadas de pesque, alimentos enlatados.

Compostos inorgânicos – arsenato de Pb, carbonato de Pb, cromato de Pb, óxido de


Pb, monóxido, sesquióxido, peróxido.
Compostos orgânicos – acetato de Pb, estearato de Pb, chumbo tetraetila, chumbo
tetrametila.

Intoxicação pelo Chumbo

São trabalhadores que manipula o Chumbo nas industrias na forma de fumo metálico
ou poeira de sais e óxidos.

O chumbo se funde a 330° porem acima de 550° começa a contaminar. A intoxicação


pelo chumbo inorgânico é também denominada de Saturnismo. Um dos sinais de
intoxicação são as linhas de Burton, dentes escuros.

Mecanismo de ação – se liga em vários locais da célula, alterando esses locais.


Principais componentes de alteração: membrana celular e mitocondrial; síntese e
funcionamento neurotransmissores; síntese de heme; metabolismo dos nucleotídeos.

Toxicocinética do Chumbo

Inalação através de fumos – principal via de exposição, os alvéolos absorvem 50% a


70% dependendo do tamanho da partícula.

Ingestão – 50% do absorvido é eliminado pela bili. Deficiência em ferro aumenta a


absorção de chumbo.

Absorção cutânea – considerável nas formas orgânicas do chumbo.

Atravessa a barreira placentária e hematoencefálica.

Eliminação – sangue e tecidos moles – meia vida de 1 a 2 meses.

Mobilização óssea – osteoporose, mieloma múltiplo e proximidade com o líquido


sinovial antecipa maior plumbemia.

Distribuição

Compartimento de permuta – sangue, tecidos moles – fígado, sangue e rins.

Compartimento de armazenamento – ossos, 90% do chumbo não é absorvido,


excretado pelas fezes. Crianças retém 34%, adultos retém 1%, no homem o chumbo
absorvido é excretado pela urina 75%.
Excreção

Cerca de 90% do Chumbo ingerido não é absorvido pelo organismo, sendo excretado
pelas fezes na forma de PbS; as crianças até 2 anos – retêm 34% do Chumbo
absorvido, já o adulto é 1%.

No homem o Chumbo absorvido é excretado pela: urina – 75%; secreção


gastrointestinais – 25%; estruturas epiteliais, suor etc. – 8%.

Diagnóstico Clínico

Relação dose-efeito. Está relacionado com a quantidade de dose ingerido e o efeito


que vai causar. Está regra só é aplicada só para adultos pois para as crianças pode
ser letal.

Quadro clínico – sintomas iniciais

Fraqueza, cansaço fácil, cefaleia, anemia, sonolência, irritabilidade, nervosismo –


epigastralgia dor na boca do estomago. Empachamento pós-prandial.

Infecção aguada – normalmente é menos comum pois são apresentados em poucas


quantidades.

Efeito no sistema nervoso central – cefaleia, transtorno de concentração,


incoordenação motora tremor, encefalopatia.

OBS: efeitos no sistema nervoso periférico: extremidades superiores fraqueza da


musculatura extensora, punho caído. O paciente não consegue manter o braço
erguido.

Caso não tratado o quadro pode levar a – dores abdominais em cólica, constipação,
impotência sexual, palidez cutânea, anemia, hipertensão arterial, insuficiência renal.

Diagnóstico – os trabalhadores devem ser acompanhados com monitoramento


biológico, no mínimo, através da dosagem da Plumbemia (dosagem de chumbo no
sangue) e do ácido Aminolevulínico (dosagem de um metabólico do chumbo). Coletar
as amostras em tubos especiais livres de chumbo. Observar jejum de 4h e utilizar tubo
com a tampa verde, heparinizado e sem gel.

Chumbo nos alimentos – cereais, raízes, tubérculos, vegetais, peixes e ovos.


Cr – Cromo

Fontes – extração de cromo, cimento, indústria química, indústria de madeira, de


couro e cerâmica.

Intoxicação – muitos semelhante ao do chumbo e ao local de trabalho.

Os fumos metálicos de ligas com alto teor de cromo, metálico é oxidado à forma
iônica, na solda de aço inox, por ex. Os sais de cromato usados como pigmentos.
Névoas de dicromato de potássio emanadas dos tanques de cromagem.

OBS: precisamos de um pouco de cromo no nosso corpo. Porém em quantidades


elevadas pode prejudicar. Na natureza podemos encontrar o Cr0, FECr2O4, Cr+3 e o
Cr+6, feito pelo homem e mais perigoso.

Características adicionais – Cr+3 – nutriente importante para o homem; baixa


absorção intestinal do Cr – 0,5 à 2%; baixa absorção cutânea, exceto em caso de
saturação, queimaduras, penetração; Cr atravessa a barreira placentária.

Diagnostico – fazemos a dosagem do Cr no sangue e na urina. Porém quando o Cr,


entra no organismo ele rapidamente se espalha para o corpo, logo quando se dosa as
concentrações vão estar baixas. Para contornar esta situação precisamos fazer o
Aporte de Glicose. A glicose vai jogar o Cr na corrente sanguínea e na urina
novamente.

Intoxicação Aguda

Absorção de sais de Cr – inflamação massiva do tubo digestivo; necrose da boca ao


jejuno; colapso e morte em algumas horas. Se sobrevivência – necrose hepática e
renal.

Ingestão de fortes doses de Cr+6 – síndrome hepatorenal, coagulopatia severa,


hemólise intravascular.

Intoxicação Crônica

Cr+3 é um composto natural do organismo, não há estudos sobre sua toxicidade


isolada; Cr+6 o aparelho respiratório é o seu órgão-alvo, causando – epistaxe
(sangramento nasal), rinorréia crônica, irritação, prurido e atrofia da mucosa nasal,
perfuração do septo nasal e bronquite e pneumonia.
As – Arsênio

Casos – encontrado no terreno de fundição de cobre na Bulgária triplicou o número de


defeitos congênitos em crianças nascidas de mulheres que moram na região.
Moradores de Taiwan se contaminaram com água de poço, provocando câncer de
pele.

Toxicidade – encontrado na forma inorgânica mais tóxica As+5. Na forma orgânica


são ácidos solúveis em água, menos tóxicas As+3.

Intoxicação Aguda – conjuntivite, bronquite, dispneia, distúrbio gastrointestinal,


vômito, choque e morte; Caso de ingestão – vômito intenso, diarreia, edema facial,
caibras, distúrbios cardíacos; Se sobreviver – perfuração do septo nasal em algumas
semanas, sequelas neurológicas periféricas.

Intoxicação Crônica – perfuração do septo nasal, irritação da árvore respiratória,


eczema, pústula, dermatites da áreas expostas, hiperqueratose, melanoma, estrias
ungueais, câncer de pele, neuropatia sensorial unilateral, distúrbios motores e
parestesias, anemia, leucopenia, câncer pulmonar.

Cd – Cadmio

Normalmente se encontra junto ao Zinco, logo na mineração do Zinco, podemos


encontrar o Cadmio. A galvanoplastia, processo eletrolítico que consiste em recobrir
um metal com outro. Usada para reduzir oxidação. Podemos além, fertilizantes ou
adubos, são aplicados na agricultura com o intuito de melhorar a produção. É utilizado
em tintas, baterias recarregáveis, estabilizantes para o PVC, recobrimento de outros
metais, pigmento.

Sinais Clínicos – pneumonite, edema pulmonar, nefrotoxicidade, nefrolitíase,


osteomalácia, provoca câncer de pulmão, câncer de próstata, lesão no intestino,
substitui o cálcio no metabolismo dos ossos formando ossos porosos e quebradiços.

OBS: normalmente, também se aglomera nos ossos e dentes. Quando se acumula


nos ossos gera osteoporose.
Síndrome de Itai-Itai – há muito tempo no Japão foi utilizado como fertilizante. As
plantas captam esse Cadmio pensando se tratar de cálcio e as pessoas que
consomem os alimentos se contaminam.

OBS: o acúmulo é maior nas raízes do que nas partes aéreas das plantas, restringe o
movimento do cadmio na cadeia alimentar; captação pela planta é maior quanto
menos o pH do solo, chuva ácidas contribuem para o aumento do Cd nos alimentos.

Diagnostico – urina normalmente se manifesta mais na urina; sangue.

Principais orientações – avaliação do Cd-U em todos os exames ocupacionais;


avaliação clínica e laboratorial dos órgão alvo, como rx de tórax, teste de função
pulmonar e renal.

Hg – Mercúrio

Vulcões, erosões das rochas, gaseificação da crosta terrestre, evaporação dos corpos
aquáticos.

Exposição – preparo de amalgamas, produção de apare relhos científicos de


precisão, lâmpadas, água contaminada, peixes, fungicidas.

Tipo – Mercúrio 0; Mercúrio +2; Mercúrio orgânico.

Toxicocinética

Metálico e orgânico – devido a sua volatilidade e à lipossolubilidade é


preferencialmente absorvido pelos pulmões; 80% do mercúrio inalado é absorvido a
nível alveolar; absorção gastrointestinal do mercúrio metálico e desprezível e
considerado não tóxica em uma ingestão acidental de pequeno volume.

Metilmercúrio – 90 a 100% de absorção oral / 85% absorção trato respiratório;


biotransformado a inorgânico; armazenado no fígado e no cérebro; t1/2 à 70 dias para
ser eliminado metade.

Sais de mercúrio – 2 a 10% dependendo da solubilidade do sal; armazenado nos


rins; t1/2 à 40 dias para ser eliminado.

Quadro clínico – via depende do tipo de mercúrio

Inorgânica – principal órgão-alvo: rins, doença glomerular imunológica, proteinúria,


necrose do túbulo renal.
Metilmercúrio – neurotóxico, parestesias, ataxia, fraqueza, perda de visão e adição,
tremor; coma e morte. Efeito agudo – edema cerebral.

Mecanismo de toxicidade – interrupção da formação de microtúbulos; inibição


enzimática; estresse oxidativo; interrupção de síntese de proteína e DNA.

Diagnostico – levar em conta a história da exposição ocupacional e o quadro clínico.


Sangue e urina.

OBS: cabelo – com auxílio de uma tesoura de aço inoxidável e previamente lavada
com acetona, cortar três pontos diferentes na porção posterior do couro cabeludo. A
seguir, transferir para um envelope comum, devidamente identificado e mantido em
temperatura ambiente. O tempo decorrido entre a coleta e a análise das amostras
deverá ser inferior a 30 dias.

Zn – Zinco

Metal que normalmente está presente no nosso corpo logo sua análise deve ser
cuidadosa. O Zinco em quantidades adequadas é um elemento essencial e benéfico
para o metabolismo humano, sendo que a atividade da insulina e diversos compostos
enzimáticos dependendo da sua presença.

Fontes de exposição – inúmeras ligas metálicas, especialmente o latão, cobre com


zinco; na zincagem de superfícies metálicas para proteção; pigmentos; revestimento
de pilhas; peças elétricas e eletrônicas; revestimento em telhados e calhas.

OBS: febre dos fumos metálicos, seu efeito é o aparecimento de um quadro de febre
algumas horas após a exposição, que atinge, em geral 39ºC e é acompanhada de
leucocitose.

Mn – Manganês

O principal uso deste metal, mais de 90% do minério, é a fabricação de ferros-liga, que
são ligas metálicas de ferro e manganês, usadas como aditivos do aço. A exposição e
absorção do manganês é semelhante à do chumbo inorgânico, com a absorção de
fumos e a poeira de sais e óxidos de metal.

Sintomas – característica principal, se acumula no cérebro; causa lesões irreversíveis


nos núcleos da base do cérebro, especialmente nos neurônios dopaminérgicos.
Indivíduos que entram em contato com o manganês desenvolvem – alterações de
humor, perda de equilíbrio com quedas sem tonturas, alterações de marcha (passo de
bailarina), retropulsão e propulsão, impotência sexual com aumento da libido,
pesadelos, atos compulsivos, alucinações.

Al – Alumínio

É abundante nas rochas e minerais, sendo considerado elemento de constituição.

Fontes – esmalte, tintura têxtil, pintura de casca de navio, liga metálica da moeda,
fungicidas, catalisador nas indústrias.

Sintomas – não tem um local especifico de atuação, podendo causar: dermatite,


síndrome semelhante à asma, cardiomiopatia, hipotireoidismo, policitemia
caracterizada por um número muito alto de células vermelhas no sangue, fibrose
pulmonar intersticial, doença hepática, cegueira e cirrose.

Tratamento – manutenção dos sinais vitais, descontaminação.

Antídotos – quelantes: EDTA, dimercaprol, D-penicilamina, DMPS (todos os


quelantes apresentam efeitos adversos.

EDTA CaNa2 – normalmente usados com o chumbo, mas pode ser usado para os
outros. Deve ser realizado em ciclos repetidos de 5 a 7 dias.

OBS: associar Dimercaprol na encefalopatia.

Detecção e identificação de resíduos

O exame: residuográfico de disparo de arma de fogo

Arma de fogo. É tudo que envolve a arma – cartucho, projétil, pólvora, espoleta.

Resíduos de arma de fogo são resíduos metálicos – cada arma tem uma composição.
Os resíduos entram em contato com as mãos, pinça palmar, pinça dorsal, dedo
indicador e dedo polegar.

Para colher a amostra – utiliza-se cotonetes ou swabs embebidos em EDTA. Para


fazer espectrometria para saber os átomos dos metais. Pode analisar o padrão de
ranhuras do projétil.
Relações de Impressões Digitais

Papiloscopia - ciência que vê a composição dos desenhos das papilas.

Perenidade – tempo de resistência

Individualidade – ninguém tem igual

Imutabilidade – não variam com o tempo

Viabilidade – baixo custo

Datiloscopia – divide-se em:

Monodatilar – só 1 dedo / decadátilar – 10 dedos

Como vai estar expresso esses desenhos

Datilograma natural – lupa

Datilograma artificial – usa tinta para imprimir a digital

Datilograma acidental – cenas de crime

O polegar tem o código diferente por letra e os outros dedos por números 1, 2, 3 e 4.

Para tentar ver o desenho da digital:

1º procurar o delta: intercessão de 3 linhas triangulo.

2º linhas nucleares: 1º formato de alvo / 2º formato de C, linhas que vem e voltam.

4 tipos de desenhos: arco / presilha interna / presilha externa / versículos.

Arco – A polegar (1 demais dedos)

Características – ausência de delta / formato de onda.

Presilha interna – I polegar (2 demais dedos)

Características – delta a direita do observador / as linhas nucleares estão a esquerda


do observador.

Presilha externa – E polegar (3 demais dedos)


Características – delta a esquerda do observador / as linhas nucleares correm para a
direita do observador.

Verticilo – V polegar (4 demais dedos)

Características – apresenta dois deltas, a direita e a esquerda do observador / linhas


nucleares encerradas entre os dois deltas.

Podem ser:

Latentes (IPL) – formada por óleo ou secreções.

Visíveis – algum tipo de fluído

Plásticas ou moldadas – deixadas em uma substancia macia.

Revelação

Visível – não precisa revelar, vista a olho nu.

Latente – precisa porque agente não vê.

Técnicas de revelação:

Pó – pó branco para superfícies escuras e pó preto para superfícies claras.

Vapor de iodo – coloração marrom amarelada

Nitrato de prata –

Ninidrina – gruda em proteína e aminoácidos.

Sangue

Visível – aparece

Invisível oculto, marrom

Removido – mesmo limpo não remove as proteínas.

Técnicas – testes colorimétricas presuntivos


Reagente de Kastle-Meyer – reage rosa

A amostra de sangue coletada deve ser macerada com 1ml de água destilada ou
hidróxido de amónio concentrado. Duas gotas do macerado são colocadas em um
tubo de ensaio junto com duas gotas de reagente e duas de peróxido de hidrogênio a
5%. Se a amostra conter sangue a fenolftaleína muda de cor para rosa. Sensibilidade
1/1.000.000.

Reagente de Adler – Ascarelli ou Benzidina – reage azul

A amostra coletada deve ser macerada em 1ml de água destilada ou ácido acético
glacial. Coloca as duas gotas do macerado em um tubo de ensaio justamente com
duas gotas do reagente e duas de peróxido de hidrogênio. Caso a amostra contenha
sangue, o oxigênio liberado irá oxidar a benzidina fazendo com que haja o
aparecimento da coloração azul. Sensibilidade 1/2.000.000.

Reagente de Luminol – sangue removido

Produz uma reação quimioluminescente em solução básica quando em contato com o


sangue. A vantagem é que o luminol reage a quantidades muito pequenas de sangue
removido. Sensibilidade 1/1.000.000.000.

Reações confirmadas

Cristais de Teichmann

É a formação química da partícula heme, cujo átomo de ferro está oxidado. Pode se
formar no sangue quando adicionado um reagente de Bertrand, assim confirmam que
a amostra é de sangue. Visto em lâmina de microscópio.

Efeitos tóxicos dos gases e solventes

Solvente orgânico – estrutura química dele influência diretamente em como você vai
se contaminar com ele de maneira primordial. Quanto maior o peso do solvente, mais
difícil ele evaporar e virar gás.

Característica que influenciam na volatidade


Quanto mais números de carbono tiver mais pesado fica. Quanto mais saturação
dupla ou tripla mais pesado fica. Configuração cadeia linear, ramificada ou cíclica;
presença de grupos funcionais.

A maioria dos solventes por serem voláteis evaporam rápido. Muito fácil a
contaminação na forma aguda. Muita quantidade em curto espaço de tempo. Principal
sintoma em uma intoxicação aguda por solvente: efeito narcótico, sedativo, evoluindo
para parada cardiorrespiratória.

Exemplo de onde se encontra solventes – tinta, cola, combustível, alimento, bebida,


produtos de limpeza.

Contaminar – entrar em contato

Intoxicar – é gerar problema com o contato.

Característica comuns na toxicidade dos solventes – efeitos dérmicos locais


devido a extração dos lipídeos da derme; efeito depressor do SNC; efeitos
nefrotóxicos; efeitos hepatotóxicos; efeitos nefrotóxicos; risco variável de câncer.

Petróleo

Muitos solventes são derivados do petróleo. Tem duas maneiras de contaminação por
solvente petróleo: inalação ou lençol freático (ingerindo).

Gases a única fonte de contaminação é por inalação.

Solventes hidrofílicos – solubilizam em diferentes níveis de plasma.

Solventes lipofílicos – não se ligam a proteínas plasmáticas ou hemoglobina.

Toxicidade hepática do solvente – hepatite química, dano hepatocelular, possível


cirrose.

Toxicidade renal – necrose tubular aguda, glomerulonefrite crônica.

Não tem antidoto para solvente. Só manter o paciente vivo e deixar o corpo excretar.
Neurotoxicidade aguda – grande quantidade em curto tempo. Agitação, euforia,
disartria, incoordenação motora, narcose (perda da consciência).

Neurotoxicidade crônica – alteração da personalidade, desempenho psicomotor


retardado, diminuição da memória recente, depressão.

Neurotoxicidade periférico – perda da resposta dos membros e depois pelo corpo


todo.

Tolueno

Tintas, diluentes, produtos de limpeza, cola. Gasolina – maior fonte de emissão


atmosférica.

Rapidamente absorvido pelo trato respiratório e gastrointestinal.

Inalação – pico de concentração sanguínea – 15 a 30min.

Ingestão – 1 a 2hr.

Ácido hipurico 60 – 80% indicador biológico.

Pintores são expostos a níveis acima de 300ppm.

Benzeno

Não existe quantidade mínima, qualquer quantidade é cancerígena.

Absorção – rápida; via respiratória possui absorção incompleta (50%); oral 90%; pele
possui baixa absorção.

Metabolização – é principalmente no fígado.

Excreção – é feita pela urina e ar exalado.

Exposição única – eliminação pelos pulmões em 90min; tecidos moles em 3 a 7h;


tecido adiposo em 25h;

Diagnostico – dosagem na urina e sangue ou marcadores específicos. Ácido


fenilmercaptúrico, benzeno na urina, benzeno no sangue e no ar exalado, ácido
mucônico. Ambos os marcadores aparecem na urina.

Sintomas – narcose, excitação, sonolência, tontura, náuseas, cefaleia, taquicardia,


problemas neurológicos, causa hipoplasia.
Risco ocupacional (MS 2004) – alterações cromossômicas, alterações da imunidade
tumoral e celular; altercações dermatológicas.

Xileno

Tintas, vernizes, tiners, desengraxantes, gasolina, cigarro. Marcador especifico – ácido


metilhipúrico (urina).

Quadro clínico

Locais – irritação de pele podendo ocorrer fissuras e dermatites.

Exposição crônica – cefaleia, anorexia, estado de fadiga, vômito.

Exposição aguda – efeito narcótico, podendo produzir dispneia, perda dos sentidos,
coma.

Diagnostico – dosagem de ácido metilhipúrico em urina, xileno no sangue e urina.

Hexano

Encontrado na cola de sapato e uso em laboratório.

Toxicocinética – via de penetração é a respiratória, biotransformação hepática 5


produtos.

Exposição aguda – vapores, contato com a pele, ingestão.

Exposição crônica – ação sobre SNP, deficiência motora dos membros inferiores e
superiores.

Metanol

Volatiliza rápido porque é pequeno.

Diagnostico – metanol na urina.

Efeito – lesão de nervo óptico na retina a longo prazo. A intoxicação pode demorar de
12 a 24h para apresentar sintomas.

Propilenoglicol
Presente em alimentos processados e cosméticos. Se transforma em lactato

Clorofórmio

Evapora rapidamente. Altamente hepatotóxicos, nefrotóxico, causa sintomas no SNC.

Gases e Vapores

São divididos em 2 parte:

Gases irritantes – gera processo inflamatório.

Gases altamente solúveis (amônia e cloro) – facilmente absorvido pelo trato


respiratório superior.

Gases menos solúveis (fosgênio e dióxido de nitrogênio) – são lentamente absorvidos


pelo trato respiratório superior e podem atingir o trato respiratório inferior.

Gases asfixiante

Asfixiante simples – são gases que em alta concentração em ambientes confinados,


reduz a disponibilidade de oxigênio. Ex. gases nobres, metano, butano e propano.

Asfixiante químico – impedem a utilização bioquímica O². Atuam no transporte de


oxigênio pela hemoglobina e impede do oxigênio o tecidos. Ex. CO e substâncias
metamoglobinizantes, cianeto e gás sulfídrico.

Monóxido de carbono

Característica – incolor, inodoro, e de fácil difusão; muito inflamável, queimado no ar


com chama azul, densidade próxima do ar.

Fontes – combustão incompleta de combustíveis fósseis, caldeiras, reatores, gases


emitidos por fumantes, matéria prima para produção de metanol, formol, uso em
metalúrgicas.

Tratamento – retirar a vítima do local de exposição; respiração artificial com oxigênio


100%; traqueostomia, se necessário, aspiração das secreções e respiração assistida,
administrando antibióticos e oxigênio em altas concentrações; transfusão de sangue,
substituição das hemácias comprometidas com o monóxido de carbono.

Ácido sulfídrico

Gás incolor, odor fétido, reação de ácidos com os sais sulfetos; decomposição e
matéria orgânica rica em enxofre.

Risco toxicológico – anoxia, pela diminuição da capacidade de transportar oxigênio;


SNC inicio excitação e no fim depressão; parada respiratória seguida de para
cardíaca.

Dosagem – tiossulfato, encontrado na urina.

Acetonitrila

Contaminação – cianeto e ar expirado.

Exposição – cutânea e inalatória; tontura desmaio, debilidade mental e hipóxia.

Diagnostico – encontrado na dosagem de tiocianato na urina.

Formaldeído

É um gás, solução aquosa.

Via de exposição – inalação e pele.

Fígado e eritrócitos – oxidação e ácido fórmico.

Risco toxicológicos

Baixa exposição – irritação dos olhos e mucosas.

Média exposição – lacrimejamento, inflamação brônquica, edema pulmonar.

Alta exposição – pode ser letal.

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