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inquilino municipal, mesmo com a terceirizaçã-o

administração 3. A implementação de urna polític a C l:


aluguel, que é, sem dúvida, uma das mais importa
tes formas de moradia, está relacionada com a política
macroeconômica e depende de medidas federais. são muito ni,.deia:faonr: pds oreo,dsulizgailvir'l.Assdernan2d0a0s0e).

"Arquitetura e urbanismo" para poucos A const ataça°


No Brasil, como na grande maioria dos países lati - :iferat_j_earniteirnas décadas do século XX, mais da
no-americanos, a questão da moradia social se identi -
re ntes ‘
fica com a questão da moradia em geral, pois se refere
à maior parte da população. O acesso ao mercado pri_ de
vado é tão restrito e as políticas sociais tão irrelevan - fetichizadas de
tes que à maioria da população sobram apenas as p o r t a n t o , d e s m o n t a r e s s a s constru-
alternativas ilegais ou informais.
r banismo".
Não obstante, nas escolas de arquitetura e urba - qude
' d ao smseitsatde em da sa smodernos
r ARICAmais dar rd
°,

nismo, estuda-se "arquitetura", estuda-se "urbanis - moradias


mo" e "planejamento urbano" e, em apenas algumas "planejamento urba-
lacunas ou disciplinas especiais, dependendo da sen -
sibilidade e engajamento de um ou outro professor, n ecessidad e s
estuda-se a "moradia social". Ela é vista como algo à
parte da grande arquitetura e do grande urbanismo. O
mesmo acontece na elaboração dos - atualmente des -
moralizados - Planos Diretores. A moradia social, quan do
está presente, é um capítulo ã parte. Quando muito um e cl
d ielpPiroisdai-ç.
apêndice.
O que queremos demonstrar aqui é que, ao contrá - domicílios de São Paulo foi produzida fora
rio do tratamento que recebe, ela deveria ser urna
questão central para o planejamento, para a arquite - Cdriõe1.3't1sNeaaiiarddcis(ceCtl°ddAiltti:Se:tiaTusdcRO & SILVA, 1997). No Brasil, em
tura e para o urbanismo. Nos países centrais do capi - quatro
talismo, os principais problemas (não todos, mas os d e 2 0 % d o aumento dos
principais) de moradia, transporte público e sanea - a n o s ( 1 9 9 5 e 1 9 9 9 ) , m e n o s
mento estão relativamente resolvidos. Suas políticas dpormicilios, apenas, foi representado por moradias
te das com financiamento4. Enfim, a maior par-
urbanas, tomadas corno modelos entre nõs, constitu -
das moradias, assim como boa parte das cidades
3. Ë pf ► ciiin lembrar ainda que para uma população sem a segurança
guro - deiemprego e tia Previdencia Social, a "casa própria' é praticarin t `
construídas no país nos últimos vinte anos, foram fei -
urna rwr r-Nsidade• primária destinada a assegurar a sobrevivéncia na velhic e ' t a s sem financiamento, s e m c o n h e c i m e n t o t é c n i c o e
fora da l e i ( I n s t i t u t o C i d a d a n i a , 2 0 0 0 ) . I s t o s i g n i f i c a
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que os arquitetos e engenheiros não têm participado
dessa grande construção. Significa também a ausência
do Estado r e g u l a d o r e p l a n e j a d o r n e s s a s á r e a s . E i s t o
não ocorre apenas no final do século XX, sob a inspi -
ração do neoliberalismo, mas é uma característica que
acompanha o processo de desenvolvimento urbano, a
partir da emergência do trabalhador livre, para ficar -
mos restritos ao período mais significativo da urbani -
zação brasileira. O laissez faire predominou no uso e
dnéacoacuaps aação. do solo, na maciça maioria das cidades,
décadas
s s décadas, independentemente do presti gio
ou interventor do planejamento urbano e do Esta do inte
r ou liberal (MARICATO, 1996 e 2000).
Não se trata de uma ausência absoluta do Estado.
Apenas para dar um exemplo que tem raizes antigas na
sociedade brasileira, é importante lembrar que ele se faz
4• Segundo levantamento da Cibrasec, 1999.
0, poucoo_Ao, diagnósticos fidedignos e relativamente
ocopoeão cio solo em metrópoles

presente, esporadimente, com


Prát" (In
mo, o que em termos urbana" fic o :
querias obras de consolid LI('` dá na°Mia
r ._ tookas para asorailis
ação das ocupG~,p.
ii..)01‘"' .-- drf,:suailtarne urn quase equilíbrio entre os
Investimento público concentrado dtwIttic. .
Há uma correlação direta entre o investiment o pú. Isocaposr4‘11(.r; ungem legal e aqueles de origem ilegal.
blico e o mercado fundiário/imobiliário, i m o ic; foga entiatalação demanda urna nova postura em
doarrooloom 9i. qes_tão fundiária urbana. A ausència de da-
oça aaorti~- que permitam a elaboração de dia.g-
uma vasta bibliografia, a exemplo de Villaç 999 neaticos inaiS precisos sobre as cidades grandes e mé-
dias indicam que esse conhecimento não e considerado
um modo geral, os investimentos públicos 5 pu .cos municipal* "non it110. Sr não interessa ao mercado não interessa
feitos nas capitais brasileiras (urna regra que é c o r- brint ao governo, por ele influenciado, incluindo aí
mum a todo o universo urbano) são regressivos. FJe planejadores que se acostumaram a fazer vista grossa
alimentam o mercado imobiliário restrito e especula- »os nõrrleros da ilegalidade territorial. QtlantaS famílias
tivo ao invés de ampliar as oportunidades de locali. senho acrtscentadas á população do município nos pró-
zaçoes, condição, dentre outras, para a democratiza• ximos dez anos? Qual a capacidade do mercado em
ção do acesso à cidade. A deterioração de determina - atender parte dessa população? Como viabilizar o assen-
tamento residencial dos excluídos do mercado formal?
dos territórios urbanos e a valorização de outros res-
Gamo resolver suas futuras exigências de infraestrutura e
pondem a uma conjunção de interesses que buscam a seoiços urbanos? Se no período áureo dos Planos Direto-
captação da renda imobiliária e do lucro de construção res (deesda de 1970) promovidos pelo Serthau - Serviço
(este, especialmente nas obras de construção pesada). Federal de Habitação e Urbanismo - essa preocupação fez
Os governos estaduais e municipais, capturados por pare apenas do discurso, a partir daí ela desaparece, até
"st -5 ' agentes, orientam a dinámica urbana por meio mesmo destes. O plancian)ento urbano dos anos 70 se
de obras que não obedecem a nenhum plano explicito. ocupava com as projeções demográficas e buscava tra-
çar cermtos de cre43cirnento que envolviam toda a cidade.
Essa e a marca de um "desenvoivimento" urbano defr
Atualmente os cenários se referem a áreas bem delimita-
minado pelos interesses privados rentistas e lucreao " das marradas peio uso cultural, institucional e empresanal.
de um lado. e pela ignonkric ia em relfição 'eflui'
Durante muitos anos, no Brasil, a proposta de un-
mento da maior parte da população, de outro.
vakiinzaçao °I" Peia te
de favelas enfrentou resistén.cia junto aos
prk-se~ duo inve-stanentos gpv erriamentaS e Pekl&
vista como a
vestimentas privados de setores hgad:cogar ~Cl conservadores. A remoção era
~ali ordem rdobiri, produto central e
sai, eo central central
paloe
e a°. virsivri porque forma correta de saneamento físico e moral (BUENO,
hefrpálir na ; ierni d o 4r
uai ~orles da fica 2000) Atualmente, no entanto a proposta é hege
,

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roca Não se discute a produção de novas moradias em
tlegrandeno:cals fa:elacosinm:sfinalidade de evitar o surgimento
já se aceita a consolidação das
ocu padas por favelas. Firma-se a prática de 'cor -
ai:cai, --upacias
91 Ur" refOrrna financeira que regule o mercado
rer atrás do prejuízo". E isso
na melhor das hipót erra nivel nacional e garanta subsídios escalona_
isto é, quando os governos
têm sensibilidade orn a renda familiar para alcan-
para admitir a necessidade
moradores de • socesesiai urna política
Çanis. de acordo c
Reafirma-se aqui, portanto, a necessidade do
ne jame nto urbano que admita como e i x o a p o l i i c i t A b) uma T
ph
fundiária para habitação (social), para reverter o ru n o - determinado poder aquisitivo;
do crescimento urbano equivalente máquina de p r o . forma urbana que viabilize o produto
eços regulados, visando di solo
duzir favelas. Essa diretriz envolve, por motivos óbvi o s . urbanizado a pr a. oferta;
o transporte público e o saneamento. ampliar
minuir seu custo e
institucional nacional que
Ampliar o acesso ã moradia abarque os vários níveis de governo, e os diver c i
urna estrutura
A ampliação do mercado residencial, que deixa de sos agentes da sociedade civil, lucrativos ou não.
fora, atualmente, até mesmo o trabalhador de classe Os programas habitacionais em áreas centrais exi-
m é d i a , e mpregado no mercado de trabalho formal - gem linhas especí fi cas de financiamentos assim como
professores, bancários, funcionários públicos e mui - legislação urbanística também específica. O governo
tos outros trabalhadores não têm acesso ao mercado municipal tem pouca influência na regulação do fi-
r e si de nc i al forma] - é absolutamente indispensável nanciamento imobiliário mas tem muita importáncia
para a diminuição da injustiça no território urbano. na regulação fundiária e imobiliária urbana. por esse
Não se trata, porém, como já afirmamos, de uma motivo, o município, embora instãncia menor dentre
empreitada local, apesar de não prescindir do poder os diversos níveis de governo, tern um papel central na
municipal. implementação dessa política jã que, de acordo com a
A regulação entre salário e preço da moradia é uma Constituição de 1988, cabe a ele a competência pelo
questão social, política e econômica. O que o salário uso e a ocupação do solo urbano, desde que não este -
dos trabalhadores vai cobrir de suas necessidades vi - jam envolvidos aspectos de preservação ambiental, No
tais é um produto histórico, como bem demonstrou caso de programas urbanísticos em áreas centrais,
Marx em sua obra maior. O trabalhador da indústria esse papel é ainda mais relevante.
automobilística que vive na favela é um símbolo vivo e s i s t e m á t i c a d e
do chamado -fordismo periférico" corno denominou Al"ai reco empreender uma ação ampla, genérica
LaPietz rtri diversos trabalhos. Em São Paulo, as famílias razoável margem de ação.
com renda inferior a dez salários mínimos não terra de tonai. Mas o município tem uma
peração das áreas centrais exige
acesso ao financiamento privado; ou seja, 60% da PoP 1-1- Em síntese: em
1 30°
' está“ praticamente fora do mercado legai Priva d ° ' políticas de cunho ri-
Qualificar toda a população que esta fora do «le r '
rad° para nele se inserir exige várias medidas Reabilitação dos centros velhos
finstittlto Cidadania, 2000). Dentre elas queremos 137
ressal"r"
Dotados de uma infraestrutura excepcional em re-
lação as demais regiões da cidade, os centros metro -
politanos vem sofrendo um significativo esvaziamento
ao mesmo tempo em que as periferias crescem exten-
sivamente, pesando sobre as redes de infraestrutura .
Este
cc oonnf foéorom
r caso
m sobretudo de São
p nodrPaulo e Rio de Janei ro
e ea naa n
l i as al di so apdoor A r aAdne ,d 1r9a9d8 e- ,S i1l v9 .9 8 .
Grostein e Meyer, 2000, entre outros. z000; lógica n a apropriação da renda
O s dados relativos ao município de São Paul de novos
trem que entre 1991 e 1996 a o n, fucencliária (V quando são descentrados em re a-
.
população da cidade irriudAicaçcAálcia9d9a9,r.i
cresceu 192.881 moradores. No entanto, e m a p e n a s seis lesrn° ) tem nos investimentos púb
ntros" (ff ci j • A construção lb_
distritos localizados na extrema periferia urbana_ a econõ
população cresceu 268.229 moradores. São t o d o s cos, seu grande 1996). Villaça lembra que
bairros marcados pela pobreza, urbanização deficien te
ção ã estrutura urbana
e violência: Grajaú, Anhanguera, Jardim Angela
até motor (FIX,
(ambos situados na Zona Sul em áreas de proteção
dos governos, do judiciário e do
dos mananciais), Cidade Tiradentes, lguatemi (extre - ização valorizada,
mo teste), Brasilándia (norte) (censo IBGE e Pnad).
cale 3,21..Tactsivnioosaegusseerndes
Essa tendência contraria uma orientação mais ra - .-e ' sferindo importância institucional
lógica da local à nova centralia
cional e adequada para o desenvolvimento urbano . Jade do a anti ga ao e svaz i ame nto. E sse
Como se sabe, a extensão horizontal das redes de condenando ron des cidades como
in- °
se deu apenas em gran
iro e São Paulo. Cuiabá e Campo Grande
fraestrutura resulta mais cara nas grandes metrópo - pRiroocdeessjoannae
les. A circulação se torna muito complexa e impõe constituem exemplos vivos de investimentos públicos
pesado ónus aos moradores da periferia que são obri - construção de novas centralida -
des, lideradas pelos edificios da administração publi-
gados a dedicar parte do dia e dos rendimentos mensais que alimentaram a
aos transportes. Em contraponto, os bairros centrais ivos, muito adequadas ao
ca, ou centros administrat
apresentam significativa ociosidade em sua infraes - capital de promoção imobiliária. Mas sem dúvida o
trutura nos horários não comerciais. A ausência de caso mais paradigmático ainda é Salvador- (BRANDÃO,
moradores se reflete também no abandono da área à noite 1981). O investimento público na construço dos novos
e nos fins de semana. Do ponto de vista da acessibili dade, vetores de expansão urbana determinaram o esvazia-
os centros são, em geral, as áreas mais bem servidas de mento do Centro tradicional, mesmo quando a arg - u-
transportes públicos. São locais de acesso mais mentação é a da recuperação. Este também é o caso de
democrático do que quaisquer outros. Nesse sentido são São Luis do Maranhão, cujo Centro colonial é "patrimó -
populares. Uma característica da qual o mercado imobi- nio da humanidade", reconhecido pela Unesco.
liário e a elite brasileira costumam se afastar. A cada nova grande "avenida imobiliária", cada
A interessante análise de Flavio Villaça sobre a novo grande shopping center, corresponde algum declí-
evolução e deslocamento espacial do "Centro" de São
nio de negócios tradicionais. A reabilitação de centros
Paulo em direção à região sudoeste revela o caráter se-
históricos cobra coerência do plano urbanístico e de de-
gregador que a elite e o mercado buscam em novos terri -
tórios, descartando aqueles que se tornaram populares. senvolvimento económico local. Sem nenhuma prote-
Essa dinâmica ideológica não pode ser desvinculada da ção, o pequeno comércio e os serviços tradicionais não
têm condições de concorrer com as grandes redes do
terciário moderno e com os grandes empreendimentos ,
que representam o capital intensivo.
A legislação urbanística - uso e ocupação do solo,
zon
eamento, exigências para abrir e explorar micro-
empresas - tem dificultado e remetido para a ilegalida-

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de a mai or par te dos pe que nos ne gócios, implica em eliminar ou inviabilizar nova s
are s P °risáveis
construções. Ao contrário, elas são
de s
f u n d a m e n t a i s para ampliar a oferta de
riféricas (TOMLINSON, 2000). As c
alternativas, especialmente de uso
pela maior parte dos empregos em
habitacional.
ara. cterístics
dernistas dessa legislação são "ideias forandloetaie:Pdea-,
as mo_
para uma sociedade na qual praticamente
força de trabalho está na informalidade (com aum ento
notável nas duas décadas perdidas). nto

Hã algumas lições a extrair dessas constatações:


a) A revitalização de velhos centros urbanos
exige a defesa do pequeno negócio como estratégia
para a manutenção de empregos e também das
características históricas do patrimônio
construído. Nem sempre esse património é de
primeira grandeza, como o são os imóveis
tombados, devido ao seu valor histórico, arqueo -
lógico e artístico. Mas grande parte das
características do Centro são dadas pelo
patrimônio "banal" ou co mum. Este fornece
parte dos padrões de parcelamento do lote,
tipologia de construção, relação dos imóveis com
a rua, materiais construtivos, detalhes de ador -
nos etc. Nesse caso a reciclagem de edifícios
adquire relevância. Essa diretriz nos conduz à
primeira medida urbanística: uma legislação de
uso e ocupação do solo, entre outras providências,
que viabilize o pequeno negócio e a preservação do
"património comum » . Dep e n d e n d o d o s
p a r â m e t r o s , u m a o p e r a ç ã o u r b a n a pode
estimular mais a demolição do que a reciclagem.
Isto não
a) É altamente interessante promover o uso
residencial no centro. Além dos aspectos já
apontados de ve nc e r a ociosidade e o
s de r°radia5. São eles que permitem deslanchar mas produção do a_mbiente construido) se volta para as
'áreas urbanas centrais (WYATT, 1999). Esta é uma
reação em cadeia que incorpora finan.ciamento e tendência que, além de representar ganhos rentistas,
tirnercado. Além do mais, um eficiente programa de mo //lento financeiros e lucrativos, reúne também os governan -
radia no centro pode redirecionar o fluxo do assenta - tes eleitos e sindicatos de trabalhadores de c osta os
nas metrópoles brasileiras, se nstru-
ção. O efeito sobre o marketing urbanoidade. A escala
dirige ãrsesáircieeZcaialmbquieen'talmente frágeis e ã periferia.
Mesmo considerando que o primeiro passo da rea- conqu
bilitação deve ser a recuperação dos espaços e edifícios governantes que apostam na sua visibil
dos empreendimentos, no ent representa a ação
ri
públicos, o que cabe aos governos fazer, a reciclagem dos
anto,
edificios ou a construção de novos (quando os antigos não
de capital intensivo, o que frequentemente contraria o
justificam uma reforma) deve ser uma tarefa de muitos
interesse das comunidades locais e alimenta suas lu tas
agentes.
pela preservação das moradias e do comércio local.
Renovação é inevitável. Rern.oção é inevitável? Wyatt cita o exemplo do Harlem, em Nova York.
tados Unidos, após promover a exagerada Assim como as "edges cities", os "lofts", e coisas
N o s E s
queatais,
d ets ir ( sua interpretação periférica nas ci-
"
extensão dos subúrbios, a growth rnachine dades (ou latino-americanas), a renovação
" (coalizão
anhos provenientes 5. Essa constatação foi obtida empiricamente em visitas aos programas de
reabilitação em áreas centrais em vários paises: França, Canada, Suiça,
dos interesses relacionados aos g da Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, México e Argentina.

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