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roca Não se discute a produção de novas moradias em
tlegrandeno:cals fa:elacosinm:sfinalidade de evitar o surgimento
já se aceita a consolidação das
ocu padas por favelas. Firma-se a prática de 'cor -
ai:cai, --upacias
91 Ur" refOrrna financeira que regule o mercado
rer atrás do prejuízo". E isso
na melhor das hipót erra nivel nacional e garanta subsídios escalona_
isto é, quando os governos
têm sensibilidade orn a renda familiar para alcan-
para admitir a necessidade
moradores de • socesesiai urna política
Çanis. de acordo c
Reafirma-se aqui, portanto, a necessidade do
ne jame nto urbano que admita como e i x o a p o l i i c i t A b) uma T
ph
fundiária para habitação (social), para reverter o ru n o - determinado poder aquisitivo;
do crescimento urbano equivalente máquina de p r o . forma urbana que viabilize o produto
eços regulados, visando di solo
duzir favelas. Essa diretriz envolve, por motivos óbvi o s . urbanizado a pr a. oferta;
o transporte público e o saneamento. ampliar
minuir seu custo e
institucional nacional que
Ampliar o acesso ã moradia abarque os vários níveis de governo, e os diver c i
urna estrutura
A ampliação do mercado residencial, que deixa de sos agentes da sociedade civil, lucrativos ou não.
fora, atualmente, até mesmo o trabalhador de classe Os programas habitacionais em áreas centrais exi-
m é d i a , e mpregado no mercado de trabalho formal - gem linhas especí fi cas de financiamentos assim como
professores, bancários, funcionários públicos e mui - legislação urbanística também específica. O governo
tos outros trabalhadores não têm acesso ao mercado municipal tem pouca influência na regulação do fi-
r e si de nc i al forma] - é absolutamente indispensável nanciamento imobiliário mas tem muita importáncia
para a diminuição da injustiça no território urbano. na regulação fundiária e imobiliária urbana. por esse
Não se trata, porém, como já afirmamos, de uma motivo, o município, embora instãncia menor dentre
empreitada local, apesar de não prescindir do poder os diversos níveis de governo, tern um papel central na
municipal. implementação dessa política jã que, de acordo com a
A regulação entre salário e preço da moradia é uma Constituição de 1988, cabe a ele a competência pelo
questão social, política e econômica. O que o salário uso e a ocupação do solo urbano, desde que não este -
dos trabalhadores vai cobrir de suas necessidades vi - jam envolvidos aspectos de preservação ambiental, No
tais é um produto histórico, como bem demonstrou caso de programas urbanísticos em áreas centrais,
Marx em sua obra maior. O trabalhador da indústria esse papel é ainda mais relevante.
automobilística que vive na favela é um símbolo vivo e s i s t e m á t i c a d e
do chamado -fordismo periférico" corno denominou Al"ai reco empreender uma ação ampla, genérica
LaPietz rtri diversos trabalhos. Em São Paulo, as famílias razoável margem de ação.
com renda inferior a dez salários mínimos não terra de tonai. Mas o município tem uma
peração das áreas centrais exige
acesso ao financiamento privado; ou seja, 60% da PoP 1-1- Em síntese: em
1 30°
' está“ praticamente fora do mercado legai Priva d ° ' políticas de cunho ri-
Qualificar toda a população que esta fora do «le r '
rad° para nele se inserir exige várias medidas Reabilitação dos centros velhos
finstittlto Cidadania, 2000). Dentre elas queremos 137
ressal"r"
Dotados de uma infraestrutura excepcional em re-
lação as demais regiões da cidade, os centros metro -
politanos vem sofrendo um significativo esvaziamento
ao mesmo tempo em que as periferias crescem exten-
sivamente, pesando sobre as redes de infraestrutura .
Este
cc oonnf foéorom
r caso
m sobretudo de São
p nodrPaulo e Rio de Janei ro
e ea naa n
l i as al di so apdoor A r aAdne ,d 1r9a9d8 e- ,S i1l v9 .9 8 .
Grostein e Meyer, 2000, entre outros. z000; lógica n a apropriação da renda
O s dados relativos ao município de São Paul de novos
trem que entre 1991 e 1996 a o n, fucencliária (V quando são descentrados em re a-
.
população da cidade irriudAicaçcAálcia9d9a9,r.i
cresceu 192.881 moradores. No entanto, e m a p e n a s seis lesrn° ) tem nos investimentos púb
ntros" (ff ci j • A construção lb_
distritos localizados na extrema periferia urbana_ a econõ
população cresceu 268.229 moradores. São t o d o s cos, seu grande 1996). Villaça lembra que
bairros marcados pela pobreza, urbanização deficien te
ção ã estrutura urbana
e violência: Grajaú, Anhanguera, Jardim Angela
até motor (FIX,
(ambos situados na Zona Sul em áreas de proteção
dos governos, do judiciário e do
dos mananciais), Cidade Tiradentes, lguatemi (extre - ização valorizada,
mo teste), Brasilándia (norte) (censo IBGE e Pnad).
cale 3,21..Tactsivnioosaegusseerndes
Essa tendência contraria uma orientação mais ra - .-e ' sferindo importância institucional
lógica da local à nova centralia
cional e adequada para o desenvolvimento urbano . Jade do a anti ga ao e svaz i ame nto. E sse
Como se sabe, a extensão horizontal das redes de condenando ron des cidades como
in- °
se deu apenas em gran
iro e São Paulo. Cuiabá e Campo Grande
fraestrutura resulta mais cara nas grandes metrópo - pRiroocdeessjoannae
les. A circulação se torna muito complexa e impõe constituem exemplos vivos de investimentos públicos
pesado ónus aos moradores da periferia que são obri - construção de novas centralida -
des, lideradas pelos edificios da administração publi-
gados a dedicar parte do dia e dos rendimentos mensais que alimentaram a
aos transportes. Em contraponto, os bairros centrais ivos, muito adequadas ao
ca, ou centros administrat
apresentam significativa ociosidade em sua infraes - capital de promoção imobiliária. Mas sem dúvida o
trutura nos horários não comerciais. A ausência de caso mais paradigmático ainda é Salvador- (BRANDÃO,
moradores se reflete também no abandono da área à noite 1981). O investimento público na construço dos novos
e nos fins de semana. Do ponto de vista da acessibili dade, vetores de expansão urbana determinaram o esvazia-
os centros são, em geral, as áreas mais bem servidas de mento do Centro tradicional, mesmo quando a arg - u-
transportes públicos. São locais de acesso mais mentação é a da recuperação. Este também é o caso de
democrático do que quaisquer outros. Nesse sentido são São Luis do Maranhão, cujo Centro colonial é "patrimó -
populares. Uma característica da qual o mercado imobi- nio da humanidade", reconhecido pela Unesco.
liário e a elite brasileira costumam se afastar. A cada nova grande "avenida imobiliária", cada
A interessante análise de Flavio Villaça sobre a novo grande shopping center, corresponde algum declí-
evolução e deslocamento espacial do "Centro" de São
nio de negócios tradicionais. A reabilitação de centros
Paulo em direção à região sudoeste revela o caráter se-
históricos cobra coerência do plano urbanístico e de de-
gregador que a elite e o mercado buscam em novos terri -
tórios, descartando aqueles que se tornaram populares. senvolvimento económico local. Sem nenhuma prote-
Essa dinâmica ideológica não pode ser desvinculada da ção, o pequeno comércio e os serviços tradicionais não
têm condições de concorrer com as grandes redes do
terciário moderno e com os grandes empreendimentos ,
que representam o capital intensivo.
A legislação urbanística - uso e ocupação do solo,
zon
eamento, exigências para abrir e explorar micro-
empresas - tem dificultado e remetido para a ilegalida-
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de a mai or par te dos pe que nos ne gócios, implica em eliminar ou inviabilizar nova s
are s P °risáveis
construções. Ao contrário, elas são
de s
f u n d a m e n t a i s para ampliar a oferta de
riféricas (TOMLINSON, 2000). As c
alternativas, especialmente de uso
pela maior parte dos empregos em
habitacional.
ara. cterístics
dernistas dessa legislação são "ideias forandloetaie:Pdea-,
as mo_
para uma sociedade na qual praticamente
força de trabalho está na informalidade (com aum ento
notável nas duas décadas perdidas). nto
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