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Introdução
O estudo de função está presente nos três níveis de ensino: Ensino Fun-
damental II, Ensino Médio e cursos da área de exatas, em particular os de
Licenciatura em Matemática. No desempenho de nossas funções como pro-
fessores, nos deparamos frequentemente com situações em que os estudantes
nos questionam sobre os significados de variáveis e constantes e mostram difi-
culdade em aceitar que as variáveis podem ser expressas por letras diferentes
daquelas usuais, x e y. Essas questões nos incentivam a estudar e pesquisar
a respeito de alternativas de ensino para o estudo de funções, para podermos
tentar desempenhar melhor nosso papel de educadores.
Pesquisas de Schwarz e Hershkowitz (1999), desenvolvidas durante duas
décadas, estudaram, entre outras abordagens, o papel desempenhando pelas
funções prototípicas para a aprendizagem do conceito de função e identifica-
ram que os estudantes que aprendem funções em ambiente interativo geral-
mente usam as funções lineares e quadráticas como referências para lidar com
novos exemplos, mas que não as consideram como exclusivas; que as usam
como alavancas para lidar com uma variedade de outros exemplos ou como
justificativas articuladas para compreender atributos de funções.
Rosch e Mervis (1975), em seis experimentos, exploraram a hipótese de
que membros de categorias consideradas mais prototípicas são aqueles com
mais atributos em comum com outros membros da categoria e menos
atributos em comum com outras categorias. “Esses pesquisadores mostraram
que exemplos prototípicos são usados como pontos de referências cognitivas
para a formação e julgamento concernente à adesão a outros exemplos da
categoria49.”(SWARTZ; HERSHKOWITZ, 1999, p. 363). Eles verificaram
as tabelas envolvendo duas variáveis fazem parte do dia a dia. São muitos os
exemplos que podem ser citados: está presente nas notas fiscais de compras,
nas temperaturas medidas em diferentes localidades, no preço a pagar pelo
combustível colocado no tanque do automóvel, entre outros. Trata-se, pois, de
um produto cultural que foi se constituindo ao longo do tempo e que também
é objeto de uso científico. Ou seja, o uso de tabelas e gráficos está presente
na vida social diuturnamente. Entretanto, nem sempre as informações nelas
contidas são factíveis de uma real compreensão dos fatos ali expressos.
[...] o ensino pode ser iniciado diretamente pela noção de função para
descrever situações de dependência entre duas grandezas, o que permite
o estudo a partir de situações contextualizadas, descritas algébrica e gra-
ficamente. Toda a linguagem excessivamente formal que cerca esse tema
deve ser relativizado e em parte deixado de lado. (BRASIL, 2002, p. 121)
O sentido do símbolo
o foi para a situação comumente usada para plotar um gráfico a partir da lei
de formação.
As situações 1, 5 e 9 envolvem uma transformação da representação
em outra de mesmo tipo. Na situação 1, de tabela para tabela, é possível
reorganizar os dados — do maior para o menor e vice-versa; compactar as
informações (exige um nível mais sofisticado de leitura dos dados); identificar
intervalização (muito usado em estatística); interpolar os dados (processo no
qual números são inseridos entre dois números dados); extrapolar (processo
pelo qual é possível obter novos valores para a função fora do intervalo consi-
derado, mediante o conhecimento de seu comportamento dentro do intervalo).
No que se refere à situação 9, análise de gráfico para gráfico, é possível
elaborar: (a) mudanças do gráfico cartesiano para outro gráfico cartesiano,
mudando-se as coordenadas; mudanças de escala (zoom); translações verti-
calmente, horizontalmente ou através da composição de ambas; realização de
operações como a da multiplicação; (b) mudança de gráfico cartesiano para
outros tipos (circulares, colunas, barra etc.); (c) mudança de escala.
Para transformar símbolo em símbolo (5), trabalha-se com: (a) manipula-
ção algébrica (redução, abrir parêntesis); (b) troca de variáveis (por exemplo:
x4 – 4x2 = 0 e a transformamos para y2 – 4y = 0.
O esquema da figura 1, apresenta os possíveis caminhos possíveis a serem
percorridos pela abordagem usando diferentes representações de funções.
O modelo e o quadro
10 https://www.dicio.com.br/prototipo/
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O desenvolvimento da pesquisa
A metodologia escolhida para nos orientar durante a realização desta pes-
quisa é a Design-Based Research (DBR). Apontada como um novo paradigma
de investigação, seu objetivo é, segundo Matta e Santiago (2016),
x y
y = x, uma cópia
Dos treze grupos participantes, apenas um grupo apresentou o algoritmo
da multiplicação por 1 para a função y = x, os demais tão somente copiaram,
ou repetiram, os valores de x. O preenchimento da tabela da função y = x não
exige o desenvolvimento de cálculos e algoritmos propriamente ditos.
Bastava que os estudantes percebessem que, sendo y igual a x, então se x era
-3, y também seria. Daí a percepção manifestada e expressa na discussão, no
grupão, de que a função y = x é como uma cópia onde, na coluna de y, copia-
se os respectivos valores dados na coluna de x.
par
a
Essas respostas expressam praticamente a unanimidade do grupo, visto
vers
que outras observações foram registradas após correção da atividade. Consi-
derando as duas respostas dadas por dois dos estudantes, é possível identificar
que o grupo apresenta elementos que nos levam a mostrar que suas ideias
ão
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Considerações
REFERÊNCIAS
ARCAVI, A. Álgebra, história e representação. Série Reflexão em Educação
Matemática, v. 2. Rio de Janeiro: MEM/USU, [s.d.]