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IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL – IPB

JUNTA REGIONAL DE EDUCAÇÃO TEOLOGICA – JURET


SEMINÁRIO PRESBITERIANO DO NORTE – SPN
CURSO DE BACHAREL EM TEOLOGIA

EXEGESE DE ATOS 2.42-47

WANDERVAN JOSÉ VICENTE MOUZINHO

RECIFE - PE
2023
1
IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL – IPB
JUNTA REGIONAL DE EDUCAÇÃO TEOLOGICA – JURET
SEMINÁRIO PRESBITERIANO DO NORTE – SPN
CURSO DE BACHAREL EM TEOLOGIA

EXEGESE DE ATOS 2.42-47

WANDERVAN JOSÉ VICENTE MOUZINHO

Exegese apresentada ao professor Rev.


Dr. Stefano Alves dos Santos,
cumprindo o trabalho requerido pela
disciplina de Exegese do Novo
Testamento 2 para a segunda
avaliação.

RECIFE - PE
2023

2
SUMÁRIO
1 ANÁLISE HISTÓRICO-CONTEXTUAL.....................................................................4

1.1 Autoria....................................................................................................................4
1.2 Destinatário............................................................................................................4
1.3 Data........................................................................................................................4
1.4 Propósito................................................................................................................4
1.5 Esboço do livro.......................................................................................................5

2 CRÍTICA TEXTUAL...................................................................................................6

2.1 v. 43.................................................................................................................... ....6

2.2 v. 44........................................................................................................................ 8

2.3 v. 47-3.1................................................................................................................ 10

3 ANÁLISE LITERÁRIA..............................................................................................12

3.1 Contexto anterior.................................................................................................. 13

3.2 Contexto posterior.................................................................................................14

3.3 Delimitação da perícope.......................................................................................14

4 ANÁLISE GRAMATICAL E MORFOSSINTÁTICA...................................................15

4.1 v. 42.................................................................................................................... ..15

4.2 v. 43.................................................................................................................... ..16

4.3 v. 44.................................................................................................................... ..17

4.4 v. 45.................................................................................................................... ..18

4.5 v. 46...................................................................................................................... 20

4.6 v. 47.................................................................................................................... ..22

5 ANÁLISE LÉXICA.................................................................................................... 24

5.1 Palavras, frases e construções em grego em 2.42................................................24

5.2 Palavras, frases e construções em grego em 2.44-47...........................................24


3
6 ANÁLISE TEOLÓGICA............................................................................................25

7 COMPARAÇÃO DE VERSÕES...............................................................................29

7.1 v. 42......................................................................................................................29

7.2 v. 43...................................................................................................................... 29

7.3 v. 44...................................................................................................................... 30

7.4 v. 45...................................................................................................................... 30

7.5 v. 46...................................................................................................................... 30

7.6 v. 47...................................................................................................................... 31

8 PARÁFRASE........................................................................................................... 31

9 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 32

10 COMENTÁRIO HOMILÉTICO...............................................................................32

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................34

4
ANÁLISE HISTÓRICO-CONTEXTUAL
AUTORIA
Acerca da autoria de Lucas para este livro de Atos dos Apóstolos, temos o
testemunho da igreja do século 2ª e 4ª d.C. Além disso, há evidências no livro que
atestam a sua autoria, como por exemplo: “...a linguagem médica utilizada em Lucas-
Atos e o interesse do autor pelas doenças (Lc 4.38; 8.43-44; At 3.7; 12.23; 13.11; 20;7-
11; 28.3,8) apontam para Lucas, o médico, como o autor” 1. Outra evidência, levando
em conta que o autor do livro de Atos é o mesmo do terceiro evangelho, é que nos
manuscritos antigos continham o título de “Segundo Lucas” 2 o terceiro evangelho, não
tendo conhecimento de que tenha sido chamado por outro nome.

No Cânon Muratoriano contêm a seguinte afirmação: “Entretanto, os Atos de


todos os Apóstolos foram escritos em um volume. Lucas o destina ao excelentíssimo
Teófilo”3 Acrescenta-se também, que no século 3ª, temos o testemunho de Clemente
de Alexandria, Orígenes e Tertuliano. 4 Portanto, esses são materiais suficientes para
aceitarmos a autoria de Lucas para o livro de Atos dos Apóstolos.

DESTINATÁRIO
Embora não possuindo nenhuma informação de quem tenha sido Teófilo, ele
foi o destinatário conforme encontramos em Lc 1.3 e At 1.1. 5 Cogita-se de que ele
tenha sido um cidadão romano. 6

DATA
Com respeito à data em foi escrito, argumenta-se entre 62 d.C. a 96 d. C.7
Devido ao contexto cultural/político, tem-se convicção que este livro de Atos foi escrito
no século 1ª.

PROPÓSITO
Foi escrito como a história do progresso da igreja em todo o mundo, tendo
como fim “confirmar a fé pessoal e de fornecer um inteligível registro histórico da
revelação de Deus aos homens pela obra de Cristo, tanto pela Sua carreira pessoal

1
Bíblia de estudo de Genebra, p. 1417. (Autor)
2
Williams, David J. Novo comentário Bíblico contemporâneo, p. 14.
3
Kistemaker, Simon J. Comentário do Novo Testamento: Atos., p. 39.
4
IBID.
5
Bíblia de estudo de Genebra, p. 1418. (Público original)
6
Harlley, Henry H. Manual Bíblico, p. 492.
7
Kistemaker, Simon J. Comentário do Novo Testamento: Atos. p. 41.
5
como através da Sua igreja”8. O livro de Atos é uma história que transmite “uma
mensagem a seus contemporâneos” 9, concentrando-se no evangelho que se
espalhou por Antioquia, Ásia Menor, Macedônia Acaia e Roma. 10

ESBOÇO DO LIVRO
1. Jerusalém 1-7
2. Judéia e Samaria 8-12
3. Até os confins da terra 13-28.11

CRÍTICA TEXTUAL
v. 43
(1) {C} dia twn apostolwn egineto B D 81 945 1739 1891 Biz [P] Lecpt, AD (Lecpt
egeneto) itd, gig, p*, r sirh copsa (arm) (eti) Crisóstomo //

Alexandrino Ocidental Cesareano Bizantino Idetem.


Papiros
Unciais B (IV) D (V) P (IX)
Minúsculos 81 (1044)
945 (XI)
1739 (X)
1891 (X)
Lecionários
Versões Sirh (VII) itd, gig, p*, r Arm
Copsa (IV) (V, XIII, XII, (1984,1805)
VII/VIII) Eti (VI)
Citações Cris (IV-V)

(2) dia twn apostolwn egineto en Ierousalhm 33 1409 (2344 egeneto) sirp //

Alexandrino Ocidental Cesareano Bizantino Idetem.


Papiros
Unciais
Minúsculos 33 (IX) 1409 (XIV)
2344 (XI)
Lecionários
Versões Sirp (V)
Citações

8
Tenney, Merrill C. O Novo Testamento Sua Origem e Análise, p. 238.
9
Williams, David J. Novo comentário Bíblico contemporâneo, p. 29.
10
Tenney, Merrill C. O Novo Testamento Sua Origem e Análise, p. 240.
11
Neves, Mario. Atos dos apóstolos comentário prático, p. 22.
6
(3) dia twn apostolwn egineto en Ierousalhm foboj te hn megaj epi pantaj Ì74 vid a

(A C egeneto dia twn apostolwn) (36 eij Ierousalhn e pantaj autouj) (1175 egineto
dia twn apostolwn) (l 884 egeneto) itar, c, dem, p2, fi, ro, t, w vgww, st (vgcl) (esl) //

Alexandrino Ocidental Cesareano Bizantino Idetem.


Papiros Ì74 (VII)
Unciais a (IV)
A (V)
C (V)
Minúsculos 36 (XII)
1175 (X)
Lecionários 884 (XIII)
Versões vgww, st (1889- itar, c, dem, p2, fi,
ro, t, w
1954, 1994) (IX,
vgcl (1592) XII/XIII, XIII,
XII, X, XI,
XIV/XV)
Citações

(4) dia twn ceirwn twn apostolwn egineto en Ierousalhm (E eginonto) 181* (181c e
foboj te hn epi pantaj) (614 omite en Ierousalhm) ite //

Alexandrino Ocidental Cesareano Bizantino Idetem.


Papiros
Unciais E (VI)
Minúsculos 181 (X) 614 (XIII)
Lecionários
Versões Ite (VI)
Citações

(5) dia twn ceirwn twn apostolwn egivnonto eij Ierousalhm foboj te hn megaj epi
pantaj autouj (Y en em lugar de eij) 307 453 610 1678 (copbo, meg) (geo)

Alexandrino Ocidental Cesareano Bizantino Idetem.


Papiros
Unciais Y (IX/X)
Minúsculos 307 (X) 610 (XII)
453 (XIV) 1678 (XIV)
Lecionários
Versões copbo, meg (IX, Geo (V)
IV/V)
Citações

O versículo 43 apresenta cinco variantes, entretanto, analisando-as podemos


dividir em três principais variações: a primeira a que apresenta um encurtamento do
versículo; a segunda que acrescenta a terminação en Ierousalhm foboj te hn megaj
7
epi pantaj; e a terceira que além do acréscimo, há uma mudança na pessoa do verbo
da terceira singular egineto para terceira do plural egivnonto.

Evidência externa. Analisando a quantidade de manuscritos, há um empate entre a


primeira e terceira variante contendo as maiores quantidades, seguido pela quinta
variante. Apesar da terceira variante possuir mais manuscritos datados entre os
séculos IV-V, a primeira variante, quando se fala em expansão territorial, ela teve uma
difundição maior e, além disso, possui as melhores versões. Levando em
consideração o número e antiguidade e quantidade dos manuscritos, descartamos a
segunda, quarta e quinta variante. Pois as elas apresentam uma data posterior a do
século IX. A primeira variante também possui uma citação de João Crisóstomo (IV-V),
fortalecendo ainda mais a sua aceitação, coisa que a terceira variante não possui.

Evidência interna. As considerações internas confirmam a resolução anterior, pois a


primeira variante possui um texto mais difícil. Observa-se também, que a primeira
variante possui o texto mais curto, pois a probabilidade é de que o copista acrescente
palavras buscando explicar o texto, esclarecendo o sentido do texto em caso de
dubiedade. As demais variantes apresentam a localização onde ocorreu esses
acontecimentos narrados, havendo a possibilidade de ter ocorrido uma alteração
intencional. Ademais, elas aparentam terem se originado de um mesmo texto, devido
o grau de similaridade como elas começam.

Conclusão. Levando em consideração os apontamentos feitos anteriormente, a


escolha da primeira variante como sendo a melhor parece justificável. Mas há dúvidas
de que ela represente literalmente o texto original, quando se comparado com a
terceira variante, por isso o aparato crítico a classifica com o grau de certeza {C}.

v. 44
(1) {A} hsan epi to auto kai Ì74 a A C D E Y 33 36 81 181 307 453 610 614 945 1175
1409 1678 1739 1891 2344 Biz [P] l 884 l 1178 itar, c, d, dem, e, fi, ro, t, w vg sirh arm eti geo
esl Basílio Crisóstomo //

Alexandrino Ocidental Cesareano Bizantino Idetem.


Papiros Ì74 (VII)
Unciais a (IV) Y (IX/X)
A (V) P (IX)
C (V)
E (VI)
Minúsculos 33 (IX) 610 (XII) 181 (X) 307 (X)

8
36 (XII) 614 (XIII) 453 (XIV)
81 (1044) 1409 (XIV)
945 (XI) 1678 (XIV)
1175 (X)
1739 (X)
1891 (X)
2344 (XI)
Lecionários 884 (XIII)
1178 (XI)
Versões Vg (IV/V) itar, c, d, dem, e, fi, Arm (1805,
sirh (VII) ro, t, w
1984)
eti (VI) (IX, XII/XIII, Geo (V)
V, XIII, VI, X,
XI, XIV/XV)
Citações Cris (IV-V) Bas (IV)

(2) epi to auto B itp, r Orígenes; Speculum Salviano //

Alexandrino Ocidental Cesareano Bizantino Idetem.


Papiros
Unciais B (IV)
Minúsculos
Lecionários
Versões Itp, r (XII,
VII/VIII)
Citações Orí (III) Spe (V) Sal

(3) omitem itgig

Alexandrino Ocidental Cesareano Bizantino Idetem.


Papiros
Unciais
Minúsculos
Lecionários
Versões itgig (XIII)
Citações

O versículo 44 apresenta três variantes, mas diante da análise feita


percebemos que a primeira variante possui um grau de certeza maior do que as
demais, pois ela se sobressai em todos os aspectos.

Evidência externa. Se levarmos em conta a quantidade de manuscritos, a primeira


variante possui uma disparidade muito grande se comparado com as outras duas
variantes. Além do mais, há uma disseminação desses manuscritos por Alexandria e
ocidente, sem falar nos manuscritos da tradição bizantina e outros de fontes
indeterminadas. A primeira variante possui o minúsculo 33 que corroborar para sua
aceitação, pois apresenta um excelente texto, com grande afinidade com o Códice
Vaticano. Ao comparar as versões, a segunda e a terceira variantes possui respaldo
na Antiga Versão Latina, enquanto que a primeira também se distância na quantidade
de registros, tendo amparo nas versões Vulgata, Antiga Versão Latina, Siríaca e

9
Etíope. Até mesmo na Antiga Versão Latina a primeira variante possui um maior
número de registros.

A primeira variante é citada por dois nomes que estão classificados como
fundamentais para o trabalho de Manuscritologia. Sendo eles João Crisóstomo (V),
patriarca de Constantinopla, e Basílio (IV), bispo de Cesaréia. Na segunda variante
apenas a citação de Orígenes é de grande relevância para o trabalho
manuscritológico. E a terceira não possui citações.

Evidência interna. Levando em conta os considerando das evidências externas,


percebemos que a variante um possui um texto mais alongado do que a variante dois.
Mas, tanto a variante dois e a três que omite essa expressão, aparentam ter sido
resultado de uma alteração acidental como a que ocorre na parablepse. Isso “significa
pular de uma palavra, frase ou parágrafo para outro, devido a começos ou términos
semelhantes, com a omissão das palavras intermediárias”12. Isso explicaria a
ausência do verbo e da conjunção.

Conclusão. Os apontamentos feitos nas análises anteriores justificam a escolha da


primeira variante feita pela Sociedade Bíblica, que a concede o grau de certeza “A”.
Pois não há sombras de dúvidas que ela remonta ao texto original.

v. 47-3.1
(1) {B} epi to auto. Petroj de Ì74vvid. 91vid a A B C 095 81 1175 itar, c, dem, gig, fi, ro, w vg copsa,
bo arm eti //

Alexandrino Ocidental Cesareano Bizantino Idetem.


Papiros Ì74vvid. 91vid
(VII, III)
Unciais a (IV) 095 (VIII)
A (V)
B (IV)
C (V)
Minúsculos 81 (1044)
1175 (X)
Lecionários
Versões Vg (IV/V) itar, c, dem, gig, fi, Arm (1984,
Copsa, bo (IV, ro, w
(IX, 1805)
IX) XII/XIII, XIII, Eti (VI)
XIII, X,
XIV/XV)
Citações

(2) th ekklhsia. Petroj de 1409 geo //

Alexandrino Ocidental Cesareano Bizantino Idetem.


Papiros

12
Paroschi, Wilson. Crítica Textual do Novo Testamento. p. 94.
10
Unciais
Minúsculos 1409 (XIV)
Lecionários
Versões Geo (V)
Citações

(3) th ekklhsia. Epi to auto de Petroj E Y 33 36 (*omitem de) (181 en th ekklhsia)


453 610 614 1678 2344 Biz [P] (l 884 l 1178 terminam leitura com ekklhsia) ite sirp,
h esl Crisóstomo; ms Gregoseg. Beda //

Alexandrino Ocidental Cesareano Bizantino Idetem.


Papiros
Unciais E (VI)
Y (IX/X)
P (IX)
Minúsculos 33 (IX) 610 (XII) 181 (X) 453 (XIV)
36 (XII) 614 (XIII) 1678 (XIV)
2344 (XI)
Lecionários 884 (XIII)
1178 (XI)
Versões Sirp, h (V, VII) Ite (VI)
Citações Cris (IV-V)

(4) th ekklhsia epi to auto) Petroj de 307 945 1739 1891 //

Alexandrino Ocidental Cesareano Bizantino Idetem.


Papiros
Unciais
Minúsculos 945 (XI) 307 (X)
1739 (X)
1891 (X)
Lecionários
Versões
Citações

(5) epi to auto en th ekklesia) En de taij hmeraij tautaij Petroj D itd (itp, r vgms
omitem th ekklesia) (copmeg)

Alexandrino Ocidental Cesareano Bizantino Idetem.


Papiros
Unciais D (V)
Minúsculos
Lecionários
Versões Vgms (IV/V) Itd, p, r (V, XII,
Copmeg (IV/V) VII/VIII)
Citações

O versículo 47 apresenta uma cinco variantes, onde este versículo apresenta a


adição das palavras th ekklhsia... A primeira e a terceira variantes possuem uma
quantidade superior ao das demais variantes encontradas.

11
Evidência externa. Se considerarmos o número de manuscritos, a primeira e a terceira
variantes se destacam. A terceira variante teve um maior alcance geográfico, sendo
encontrados manuscritos alexandrinos, ocidentais e bizantinos. Enquanto que a
primeira variante se concentra em Alexandria. Entretanto, observando a antiguidade
do texto nas cinco variantes, a primeira apresenta uma quantidade maior na
antiguidade com manuscritos datados entre os séculos IV-V, já as demais variantes
possuem, em sua maioria, manuscritos datados a partir do século IX, com exceção da
quinta variante que só possui o uncial D datado do século V.

Observando a qualidade do texto, os melhores manuscritos unciais são


encontrados na primeira variante que são: a A B C. Embora a terceira variante

apresente o uncial E a quinta o uncial D, também considerados entre os melhores em


qualidade, a primeira variante as supera em quantidade. Essa quantidade de unciais
favorecem muito na escolha da variante. Outro ponto analisado é o da tradição, onde
enxergamos como a igreja interpretava o texto. Nesse critério, a primeira variante
também se destaca por possuir maior número de versões, destacando as principais
versões que são a Vulgata e a Copta. A quinta variante também possui essas versões,
porém, em número inferior ao da primeira. Mesmo que a terceira variante possua uma
citação feita por Crisóstomo, a primeira variante tem maior destaque entre os itens
avaliados.

Evidência interna. Levando em consideração os pontos levantados anteriormente, as


evidência internas corroboram para a aceitação da primeira variante. Onde a primeira
variante é a mais curta aparentando ter dado origem as demais, das quais contém
mais informações, demonstrando a intenção de explicar o referido texto para deixa-lo
ainda mais claro para os leitores.

Conclusão. Com base nas evidências externas e internas, é justificável a escolha da


primeira variante a classificando-a com o grau de certeza B.

ANÁLISE LITERÁRIA
Atos dos Apóstolos é classificado como sendo uma narrativa. Acerca do gênero
literário de Atos, é possível que as narrativas encontradas no Antigo Testamento

12
tenham movido Lucas a escrever a história dos primeiros cristãos 13. Entender o
gênero literário influencia no modo correto de interpretar o texto, já que “o gênero está
associado com a temática abordada, com o caminho e a disposição em que as
informações são conduzidas e apresentadas...e com a função de linguagem...14” Outro
ponto da análise literária é a posição em que o texto se encontra, isso quer dizer
analisar o contexto imediato anterior e posterior.

CONTEXTO ANTERIOR
Lucas neste livro faz uma breve introdução acerca do conteúdo do seu primeiro
livro, onde relata “todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar até ao dia
em que, depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos
apóstolos que escolhera, foi elevado às alturas”, conforme encontramos em Atos 1.1-
2. Em seguida, no versículo 4, Lucas registra a ordem de Jesus aos discípulos para
que estes ficassem em Jerusalém até o cumprimento da promessa. Promessa esta
que era a descida do Espírito Santo concedendo poder para que eles fossem suas
“testemunhas tanto em Jerusalém como em toda Judeia e Samaria e até aos confins
da terra”, como podemos ver no cap. 1.8.

Esta promessa se concretizou depois da escolha de Matias para substituir a


Judas como apóstolo e cumprido o dia de Pentecostes, onde os discípulos se
encontravam em Jerusalém, conforme ordenado por Cristo. Eles foram revestidos
com o poder do Espírito Santo, passando a falar em outras línguas de forma que a
multidão vendo aquele fenômeno se dirigiu até onde os discípulos se encontravam.
Discutindo entre si, sobre o que estava acontecendo, a multidão foi interrompida por
Pedro que inicia o seu discurso citando o que foi predito pelo profeta Joel, “e
acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda
a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e
sonharão vossos velhos”, registrado no cap. 2.17.

Depois, passou a anunciar o evangelho fazendo uma conexão entre a vida,


morte e ressurreição de Jesus com textos encontrados no Antigo Testamento.
Apontando a Jesus como o cumprimento da promessa feita por Deus. Ouvindo isso,
“compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que

13
Fee, Gordon D.; Stuart, Douglas. Entendes o que lês? : um guia para entender a Bíblia com auxílio da exegese
e da hermenêutica. P. 134.
14
Amaral, Tiago Santana do, 1982; Amaral, Mônica de Sousa do, 1983. Introdução à exegese bíblica: Antigo e
Novo Testamento. p. 150, kindle.
13
faremos, irmãos?” conforme nos fala o versículo 37 do cap. 2. No qual Pedro responde
ordenando para que se arrependam. O resultado foram quase três mil pessoas
convertidas e batizadas.

CONTEXTO POSTERIOR

Posteriormente ao texto de Atos 2.42-47, inicia-se uma nova sessão onde


Lucas passa a narrar a ida de Pedro e João ao templo (3.1). Chegando lá, nos é
informado que havia um homem coxo que era posto à porta do templo para que
recebesse esmolas daqueles que adentravam ao templo. João e Pedro ao chegarem
perto da porta, foram parados pelo homem que pediu esmolas a eles. A resposta de
Pedro para ele foi: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou:
em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (3.6). Diante dessa palavra o homem
foi curado e passou a louvar o nome do Senhor.

Houve um grande alvoroço quando as pessoas que conheciam aquele homem


que havia sido curado (3.11), o viram sã. Então Pedro se dirige a multidão e confronta-
os sobre o que fizeram quando preferiram que Jesus fosse morto. Ele os chama ao
arrependimento seguido por uma exposição velho testamentário, mostrando que tanto
Moisés quanto os profetas falaram sobre Jesus.

DELIMITAÇÃO DA PERÍCOPE

Analisando gramaticalmente, percebe-se o uso da conjunção de, no versículo


42. É necessário entender o seu uso no texto, pois as conjunções têm papéis
fundamentais na exegese do texto, Daniel Wallace em sua gramática explica seu uso:
“as conjunções são importantes na exegese porque relacionam os pensamentos de
uma passagem com os de outra. Uma chave para determinar seus usos é identificar
os tipos de idéias que a conjunção liga”15.

De, é uma conjunção coordenada que pode ser usada tanto com a função
adversativa quanto aditiva. No texto em questão, ela não aparenta está sendo usada
em sua forma adversativa, pois o texto anterior não está sendo discutido. A análise
feita entre o versículo 41 e 42, o uso dessa conjunção é feita para introduzir um novo
assunto. Outro ponto analisado foi a mudança de assunto, pois o narrador vinha

15
Wallace, Daniel B. Gramática Grega: Uma Sintaxe Exegética do Novo Testamento. p. 668.
14
descrevendo os acontecimentos que ocorreram após o discurso de Pedro, onde foram
quase três mil pessoas convertidas. Daí, ele interrompe a narrativa para descrever
como viviam esses crentes convertidos.

Portanto, a delimitação desta perícope é identificada tanto pela análise


morfológica como pela análise do discurso, sendo estabelecido o início desta perícope
no versículo 42 e terminando no versículo 47. Iniciando e finalizando abordando o
estilo de vida da igreja do primeiro século.

ANÁLISE GRAMATICAL E MORFOSSINTÁTICA


v. 42
+Hsan de. proskarterou/ntej th/| didach/| tw/n avposto,lwn kai. th/| koinwni,a|( th/| kla,sei tou/
a;rtou kai. tai/j proseucai/jÅ16

GREGO TRADUÇÃO MORFOLOGIA SINTAXE

ἦσαν estavam Verbo, imperfeito, indica uma ação


ativo, indicativo, em progresso no
terceira, plural passado

δὲ E conjunção Aditiva

προσκαρτεροῦντες perseverando Verbo, presente, ação contínua,


ativo, particípio, progressiva ou
nominativo, plural, durativo
masculino

τῇ na Artigo, dativo, Usado para definir


singular, feminino a palavra

διδαχῇ doutrina Substantivo, Objeto indireto


dativo, singular,
feminino

τῶν dos Artigo, genitivo, Usado para definir


plural, masculino a palavra

ἀποστόλων apóstolos Substantivo, Adjunto


genitivo, plural, adnominal
masculino

16
The Greek New Testament. Editado por Barbara Aland, Kurt Aland, Johannes Karavidopoulos, Carlo M.
Martini, e Bruce M. Metzger.
15
καὶ e conjunção Aditiva

τῇ na Artigo, dativo, Usado para definir


singular, feminino a palavra

koinwni,a comunhão, Substantivo, Objeto indireto


dativo, singular,
feminino

τῇ No Artigo, dativo, Usado para definir


singular, feminino a palavra

κλάσει partir Substantivo, Objeto indireto


dativo, singular,
feminino

τοῦ do Artigo, genitivo, Usado para definir


singular, a palavra
masculino

ἄρτου pão Substantivo, Adjunto


genitivo, singular, adnominal
masculino

καὶ e conjunção Aditiva

ταῖς nas Artigo, dativo, Usado para definir


plural, feminino a palavra

προσευχαῖς. orações. Substantivo, Objeto indireto


dativo, plural,
feminino

v. 43
evgi,neto de. pa,sh| yuch/| fo,boj( polla, te te,rata kai. shmei/a dia. tw/n avposto,lwn evgi,netoÅ

GREGO TRADUÇÃO MORFOLOGIA SINTAXE

Ἐγίνετο Havia Verbo, indicativo, indica uma ação


imperfeito, médio, em progresso no
terceira, singular. passado

δὲ e conjunção Aditiva

πάσῃ cada Adjetivo, dativo, Atributivo


singular, feminino

16
ψυχῇ alma Substantivo, Objeto indireto
dativo, singular,
feminino

Φόβος, Temor, Substantivo, Sujeito


nominativo,
singular,
masculino

πολλά Muitos Adjetivo, Atributivo


nominativo, plural,
neutro

τε* - Partícula enclítica -


de conecção

τέρατα milagres Substantivo, Sujeito


nominativo, plural,
neutro

καὶ e conjunção Aditiva

σημεῖα sinais Substantivo, Sujeito duplo


nominativo, plural,
neutro

dia através Preposição Rege o caso


genitivo

τῶν dos Artigo, genitivo, Usado para definir


plural, masculino a palavra

ἀποστόλων apóstolos Substantivo, Adjunto


genitivo, plural, adnominal
masculino

ἐγίνετο. Era feito. Verbo, imperfeito, indica uma ação


médio/passivo, em progresso no
indicativo, passado
terceira, singular

v. 44
pa,ntej de. oi` pisteu,ontej h=san evpi. to. auvto. kai. ei=con a[panta koina.

GREGO TRADUÇÃO MORFOLOGIA SINTAXE

17
πάντες todos Adjetivo, Atributivo
nominativo, plural,
masculino

δὲ e conjunção Aditiva

οἱ os Artigo, Para denotar a


nominativo, plural, função
masculino substantiva do
particípio

πιστεύοντες* crendo Verbo, presente, ação contínua,


ativo, particípio, progressiva ou
nominativo, plural, durativo
masculino

‹ἦσαν› estavam Verbo, imperfeito, indica uma ação


ativo, indicativo, em progresso no
terceira, plural passado

ἐπὶ juntos Preposição Indica a posição

τὸ a Artigo, acusativo, Usado para definir


singular, neutro a palavra

αὐτὸ ele Pronome, Objeto direto


acusativo,
singular, neutro

‹καὶ› e conjunção Aditiva

εἶχον tinham Verbo, imperfeito, indica uma ação


ativo, indicativo, em progresso no
terceira, plural passado

ἅπαντα tudo Adjetivo, Atributivo


acusativo, plural,
neutro

koina, comum Adjetivo, Objeto direto


acusativo, plural,
neutro

v. 45
kai. ta. kth,mata kai. ta.j u`pa,rxeij evpi,praskon kai. dieme,rizon auvta. pa/sin kaqo,ti a;n tij
crei,an ei=cen\
18
grego tradução Morfologia sintaxe

καὶ e conjunção Aditiva

τὰ as Artigo, acusativo, Usado para definir


plural, neutro a palavra

κτήματα propriedades Substantivo, Objeto direto


acusativo, plural,
neutro

καὶ e conjunção Aditiva

τὰς os Artigo, acusativo, Usado para definir


plural, feminino a palavra

ὑπάρξεις bens Substantivo, Duplo objeto


acusativo, plural, direto
feminino

ἐπίπρασκον vendiam Verbo, imperfeito, indica uma ação


ativo, indicativo, em progresso no
terceira, plural passado

καὶ e conjunção Aditiva

διεμέριζον dividiam Verbo, imperfeito, indica uma ação


ativo, indicativo, em progresso no
terceira, plural passado

αὐτὰ eles Pronome, Objeto direto


acusativo, plural,
neutro

πᾶσιν, todos Adjetivo, dativo, Objeto indireto


plural, masculino

καθότι conforme Conjunção conformativa

ἄν - Partícula Não possui um


disjuntiva equivalente exato
em português

τις alguém Pronome usado para


indefinido, introduzir um
nominativo, membro de uma
classe sem

19
singular, adicionar
masculino identificação

χρείαν necessidade Substantivo, Objeto direto


acusativo,
singular, feminino

eἶχεν. tinha Verbo, imperfeito, indica uma ação


ativo, indicativo, em progresso no
terceira, singular passado

v. 46
kaqV h`me,ran te proskarterou/ntej o`moqumado.n evn tw/| i`erw/|( klw/nte,j te katV oi=kon a;rton(
metela,mbanon trofh/j evn avgallia,sei kai. avfelo,thti kardi,aj

GREGO TRADUÇÃO MORFOLOGIA SINTAXE

καθ' Conforme Preposição Relação

ἡμέραν dia Substantivo, Objeto direto


acusativo,
singular, feminino

τε e Partícula adição
disjuntiva

προσκαρτεροῦντες perseverando Verbo, presente, ação contínua,


ativo, particípio, progressiva ou
nominativo, plural, durativo
masculino

ὁμοθυμαδὸν Com uma mente Advérbio De modo –


especifica a
maneira como a
ação dos verbos
foi feita

ἐν em Preposição De posição

τῷ ao Artigo, dativo, Usado para definir


singular, neutro a palavra

ἱερῷ, templo Substantivo, Objeto indireto


dativo, singular,
neutro

20
κλῶντές partindo Verbo, presente, ação contínua,
ativo, particípio, progressiva ou
nominativo, plural, durativo
masculino

τε e Partícula adição
disjuntiva

κατ' Conforme Preposição Relação

οἶκον casa Substantivo, Objeto direto


acusativo,
singular,
masculino

ἄρτον, pão Substantivo, Duplo objeto


acusativo, direto
singular,
masculino

μετελάμβανον participavam Verbo, imperfeito, indica uma ação


ativo, indicativo, em progresso no
terceira, plural passado

τροφῆς Do alimento Substantivo, Adjunto


genitivo, singular, adnominal
feminino

ἐν com Preposição agência

ἀγαλλιάσει Alegria Substantivo, Objeto indireto


dativo, singular,
feminino

καὶ e conjunção Aditiva

ἀφελότητι singeleza Substantivo, Objeto indireto


dativo, singular,
feminino

καρδίας, De coração Substantivo, Adjunto


genitivo, singular, adnominal
feminino

21
v. 47
aivnou/ntej to.n qeo.n kai. e;contej ca,rin pro.j o[lon to.n lao,nÅ o` de. ku,rioj proseti,qei tou.j
sw|zome,nouj kaqV h`me,ran evpi. to. auvto,Å

GREGO TRADUÇÃO MORFOLOGIA SINTAXE

αἰνοῦντες Louvando Verbo, presente, ação contínua,


ativo, particípio, progressiva ou
nominativo, plural, durativo
masculino

τὸν a Artigo, acusativo, Usado para definir


singular, a palavra
masculino

Θεὸν Deus Substantivo, Objeto direto


acusativo,
singular,
masculino

καὶ e conjunção Aditiva

ἔχοντες tendo Verbo, presente, ação contínua,


ativo, particípio, progressiva ou
nominativo, plural, durativo
masculino

χάριν favor Substantivo, Objeto direto


acusativo,
singular, feminino

πρὸς Por meio Preposição Meio

o[lon todo Adjetivo, Atributivo


acusativo,
singular,
masculino

τὸν O Artigo, acusativo, Usado para definir


singular, a palavra
masculino

lao,n. Povo Substantivo, Objeto direto


acusativo,
singular,
masculino

22
ὁ o Artigo, Usado para definir
nominativo, a palavra
singular,
masculino

δὲ e conjunção Aditiva

Κύριος Senhor Substantivo, Sujeito da oração


nominativo,
singular,
masculino

προσετίθει adicionava Verbo, imperfeito, indica uma ação


ativo, indicativo, em progresso no
terceira, singular passado

τοὺς os Artigo, acusativo, Para denotar a


plural, masculino função
substantiva do
particípio

σῳζομένους Sendo salvos Verbo, presente, ação contínua,


passivo, progressiva ou
particípio, durativo
acusativo, plural,
masculino

καθ' Conforme Preposição Relação

ἡμέραν dia Substantivo, Objeto direto


acusativo,
singular, feminino

ἐπὶ sobre Preposição posição

τὸ a Artigo, acusativo, Usado para definir


singular, neutro a palavra

aὐτό. ele Pronome, Objeto direto


acusativo,
singular, neutro

23
ANÁLISE LÉXICA17
PALAVRAS, FRASES E CONSTRUÇÕES EM GREGO EM 2.42
+Hsan – o emprego do tempo imperfeito para expressar continuidade é evidente
nesse versículo e no restante da passagem. Para a construção do passado
perifrástico de +Hsan e do particípio presente ativo proscarterountej.

tou/ a;rtou – aqui o artigo definido especifica o substantivo, mas no versículo 46


ele está ausente.

PALAVRAS, FRASES E CONSTRUÇÕES EM GREGO EM 2.44-47


Versículo 44

evpi. to. Auvto – está frase também ocorre em 1.15; 2.1, 44; 1 Coríntios 11.20;
14.23. Ela significa “todos juntos; o conjunto”. [A frase] parece ter adquirido um sentido
semitécnico, não diferente de en ekklhsia (na comunhão da igreja).

Versículo 45

ta. kth,mata – estas palavras se referem a propriedades, terrenos e imóveis; ta.j


u`pa,rxeij são posses, bens e riquezas. Os verbos evpi,praskon (imperfeito ativo de
pipraskw [eu vendo]) e dieme,rizon (imperfeito ativo do verbo composto diamerizw [eu
distribuo]) descrevem a atividade mantida de vender e distribuir.

Versículo 47

proseti,qei – de prostiqhmi (eu acrescento), este verbo imperfeito ativo dá a


conotação de repetição, isto é ação contínua no tempo passado.

tou.j sw|zome,nouj – o artigo definido juntamente com o particípio presente passivo


de swzw (eu salvo) constitui uma descrição dos recém-convertidos. A tradução literal
é a seguinte: “os que iam sendo salvos”. Entretanto, alguns tradutores apresentam
sua própria interpretação do particípio grego: “os que deveriam ser salvos” (KJV),
“aqueles a quem ele estava salvando” (NEB), “os destinados a serem salvos” (Bíblia
de Jerusalém).

17
Análise léxica extraída da obra Kistemaker, Simon J. Comentário do Novo Testamento: Atos.
24
ANÁLISE TEOLÓGICA
Lucas inicia descrevendo a vida dos convertidos como sendo uma vida de contínua
perseverança, pois o verbo “perseverar” usado por Lucas se encontra no particípio
presente expressando, assim, a ideia de continuidade. Portanto, o autor não se refere
a um ato que aconteceu uma única vez no momento da conversão, mas sim, que essa
era a pratica diária destes cristãos. A perseverança na sã doutrina se dá através da
observação de quatro elementos...

O primeiro elemento que Lucas vai citar é o ensino apostólico. Ele indica que os
cristãos estavam constantemente se dedicando ao que era ensinado pelos apóstolos.
Esse ensino se refere a tudo o que Jesus disse e fez, conforme afirma Simon
Kistemaker. Mas também, a forma como Lucas descreve este primeiro elemento,
indica uma preservação do conteúdo por parte dos cristãos contra os falsos
ensinamentos e um fervor em prosseguir aprendendo mais sobre esse ensino. O ato
de perseverar na doutrina dos apóstolos indica um reconhecimento de que as palavras
proferidas pelos discípulos viam de Deus.

O segundo elemento é a comunhão. A palavra grega para comunhão é κοινωνίᾳ


(koinônia), que significa: associação, fraternidade, generosidade, participação,
partilhar, compartilhamento. David J. Williams a respeito dessa palavra vai dizer que
“a palavra usada aqui e traduzida por comunhão gr. koinonia significa ‘compartilhar’
ou ‘fazer com que compartilhem’ alguma coisa ou alguém, e neste contexto devemos
entender que o objeto direto compartilhado é Deus”. Em outras palavras, o David
Williams queria dizer é que os cristãos em harmonia e unidade falavam de Cristo uns
aos outros.

O terceiro elemento é o partir do pão. O uso do artigo definido implica dizer que
não se tratava de um momento qualquer. Mas, indica algo mais especifico, como
podemos perceber no texto de 1 Coríntios 10.16, que diz: “Porventura, o cálice da
bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos
não é a comunhão do corpo de Cristo?” Onde a palavra “pão” é antecedida por um
artigo indicando aquele momento como sendo a ceia do Senhor. Kistemaker afirma
que: “no grego, o artigo definido precede o substantivo pão e assim especifica que os
cristãos partilhavam do pão separado para a comunhão”.

25
O quarto elemento é a oração. A pergunta de número 178 do catecismo maior ao
perguntar sobre “O que é a oração?” Ela vai responder que “Oração é um oferecimento
de nossos desejos a Deus, em nome de Cristo e com o auxílio de seu Espírito, e com
a confissão de nossos pecados e um grato reconhecimento de suas misericórdias.”
Igualmente aos três primeiros elementos, Lucas usa o artigo definido para “descrever
orações específicas proferidas no culto”, como afirma Kistermaker. Paulo vai ordenar
em 1 Tessalonicenses capítulo 5 verso 17, que devemos orar sem cessar. A vida
desses irmãos era de total oferecimento de seus desejos a Deus pela oração.

Esses quatro elementos estão presentes no culto público, culto este que deve ser
observado pelos servos de Deus, como está escrito em Deuteronômio capítulo 6 verso
13: “O SENHOR, teu Deus, temerás, a ele servirás, e pelo seu nome, jurarás.” Como
também no capítulo 12 verso 32, diz: “tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe
acrescentarás, nem diminuirás”. Por isso, Perseverar na sã doutrina é aceitar e
permanecer no ensino apostólico, progredir no conhecimento bíblico, observar os
elementos prescritos por Deus para o culto e preservar o ensino fiel da Palavra de
Deus. No verso 43 mostra que havia temor em cada alma e milagres por parte dos
apóstolos, isso denota que a igreja se mantinha firme na doutrina apostólica, assim
também devemos nós imitá-los.

Lucas fala que os convertidos em Jerusalém viviam em unidade, de forma a não


considerarem suas diferenças sociais. Pois, eles tendo condições ajudavam aqueles
que tinham necessidades. E isso de forma que no capítulo 4 versículo 34, nos diz
que: “nenhum necessitado havia entre eles”. O salmo 133 verso 1, o salmista Davi
demonstra grande alegria com a unidade dos irmãos a ponto de compará-la com a
unção dos sacerdotes. Ao observarmos o verso 44 do capítulo 2 de Atos,
percebemos o mesmo espírito de amor fraterno entre os irmãos.

Os verbos “estavam” e “tinham” usados por Lucas no imperfeito, significam que


aqueles cristãos continuamente colocavam em prática o amor ao próximo. David
Williams ao comentar este versículo, ele afirma que “para esses cristãos a
espiritualidade era inseparável da responsabilidade social”. Em outras palavras, o
que Williams disse foi que o amor ao próximo era não só ensinado, mas praticado
pela igreja.

26
O amor ao próximo é dito por Cristo como sendo o segundo maior mandamento
da Lei, como registra Mateus em seu evangelho no capítulo 22 verso 39. Os crentes
demonstraram o cumprimento deste mandamento quando na medida em que os
ricos “vendiam as suas propriedades e bens”, eles distribuíam os valores entre os
pobres. O mesmo princípio ocorreu com Zaqueu quando teve o encontro com Jesus,
registrado no capítulo 19 versículo 8 do evangelho de Lucas, que vai dizer que:
“entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos
pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém,
restituo quatro vezes mais.”

Kistermaker vai dizer que “o compartilhar comunitário de bens materiais não era
um despojamento de riquezas. Pelo contrário, constituía em boa vontade da parte
dos proprietários em colocar seus pertences à disposição de todos os crentes que
se encontravam necessitados.” Não é um desfazer de seus bens para viverem na
extrema pobreza que Lucas está narrando. Mas sim, a prática do amor ao próximo
de forma que as riquezas são instrumentos para abençoar o meu semelhante.

Lucas repete este versículo, acrescentando mais detalhes, no capítulo 4 versos


34 e 35, que diz: “pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que
possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e
depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida
que alguém tinha necessidade.” Ele faz isso para contrastar a atitude de Barnabé
com Ananias e Safira. Distinguindo o verdadeiro amor do falso amor. Pois o amor
destes irmãos descritos nos versos 44 e 45 do capítulo 2, não buscavam outra coisa
a não ser o bem estar do irmão necessitado.

Ryle vai dizer que “o amor é o grande segredo da verdadeira obediência a Deus”,
e mais, que “aquele que ama ao próximo recusará fazer-lhe qualquer dano
proposital, seja em sua pessoa, caráter ou propriedade.” Paulo vai descrever o amor
em 1 coríntios 13 versos 4 a 7, como sendo “paciente, é benigno; o amor não arde
em ciúmes, não se ufana, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra
com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta.” Portanto meus irmãos, um novo convertido prática o amor ao próximo,
porque isso é uma evidência do seu novo nascimento.

27
Lucas a partir do verso 46, passa a descrever as atividades desses cristãos,
destacando que eram feitas dia a dia. Até então, a igreja ainda não tinha sofrido
nenhuma tipo de perseguição por parte dos líderes religiosos judaicos, podendo,
assim, frequentar o templo para realizarem suas reuniões de oração e louvor a Deus.
Lucas diz que estas reuniões eram feitas com perseverança e unidade,
demonstrando que eles viviam em comunhão uns com os outros. Paulo em romanos
no capítulo 12 verso 5, afirma que: “assim também nós, conquanto muitos, somos
um só corpo em Cristo e membros uns dos outros...”. Esses crentes entenderam que
em Cristo eles se tornaram um, de forma que essa união se estendia para fora das
portas do templo.

Lucas relata que eles “partiam pão de casa em casa”, referindo-se “às refeições
diárias que eram compartilhadas nos lares”, segundo o comentário da Bíblia de
Estudo de Genebra. E eles as faziam com “alegria e singeleza de coração”. Não
havia somente unidade e harmonia, mas também “alegria e singeleza de coração”
ao estarem reunidos para tomar as suas refeições. David Williams vai afirmar que
“singeleza de coração” é a “condição mental em que ações e pensamentos são
controlados por um único motivo, a saber, o desejo de agradar a Deus.” Kistemaker
vai dizer que: “Lucas enfatiza a união, a harmonia, a alegria e a sinceridade dos
crentes. Esses elementos são os frutos do Espírito Santo agindo no coração e na
vida dos cristãos primitivos.”

Essas atividades eram feitas com o sentimento de adoração a Deus. Eles


possuíam uma vida que resultava na glória de Deus. O breve catecismo em sua
primeira pergunta, vai indagar: “Qual é o fim principal do homem?” Sua resposta é:
“O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre.” Leonard T.
Van Horn ao comentar sobre essa resposta, vai afirmar que “devemos nos lembrar
que todo cristão é chamado por Deus a uma vida de serviço. Glorificamos a Deus
quando usamos para ele as capacidades que ele nos deu, embora devamos nos
lembrar que nosso serviço deve vir do coração e não ser feito simplesmente como
obrigação.”

Esses cristãos entenderam que deveriam glorificar a Deus com suas vidas, e
assim o fizeram. O resultado foi receber o favor de todo o povo. E Lucas finaliza
dizendo que Deus ia acrescentando os que iam sendo salvos. Declarando que a
28
salvação depende unicamente da ação de Deus na vida dos homens. Conforme
encontramos no evangelho de João capítulo 6 verso 44a: “Ninguém pode vir a mim
se o Pai, que me enviou, não o trouxer;” O viver para a glória de Deus é cumprir com
aquilo para o qual fomos chamados. É entender que toda atividade que venhamos a
realizar, deve ser feita louvando ao Senhor diariamente.

COMPARAÇÃO DE VERSÕES
VERSÍCULO 42
TL18 E estavam perseverando na doutrina dos apóstolos e na comunhão,
no partir do pão e nas orações.
ACF200719 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir
do pão, e nas orações.
ARA20 E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir
do pão e nas orações.
ARC21 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir
do pão, e nas orações.
Em todas as versões analisadas acima, percebe-se a omissão do verbo ἦσαν que
transmite a ideia de continuidade. As versões traduzem o particípio presente
προσκαρτερουντες para o imperfeito na tentativa de compensar a ausência citado
acima.

VERSÍCULO 43
TL E havia cada alma temor, muitos milagres e sinais através dos
apóstolos era feito.
ACF2007 E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam
pelos apóstolos.
ARA Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por
intermédio dos apóstolos.
ARC Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam
pelos apóstolos.

18
Tradução literal.
19
Almeida Corrigida Fiel 2007.
20
Almeida Revista e Atualizada.
21
Almeida Revista Corrigida.
29
Não houve mudanças significativas.

VERSÍCULO 44
TL E todos os crendo estavam juntos a ele e tinham tudo comum
ACF2007 E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
ARA Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.
ARC Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.
Não houve mudanças significativas.

VERSÍCULO 45
TL e as propriedades e os bens vendiam e dividiam eles todos conforme
alguém tinha necessidade;
ACF2007 E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo
cada um havia de mister.
ARA Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre
todos, à medida que alguém tinha necessidade.
ARC Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos,
segundo cada um tinha necessidade.
Não houve mudanças significativas.

VERSÍCULO 46
TL conforme dia e perseverando com uma mente em ao templo, partindo
e conforme casa pão, participavam do alimento com alegria e
singeleza de coração
ACF2007 E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão
em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
ARA Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa
em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de
coração,
ARC E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão
em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
Não houve mudanças significativas.

30
VERSÍCULO 47
TL louvando a Deus e tendo favor por meio todo o povo. E o Senhor
adicionava os sendo salvos conforme dia sobre a ele.
ACF2007 Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias
acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
ARA louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto
isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.
ARC louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias
acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
Há uma divergência na tradução da expressão tou.j sw|zome,nouj. As versões ACF2007
e ARC, apresentam a interpretação dessa frase como “haviam de salvar”. Mas, a
tradução literal dela conforme a sua morfologia é “os sendo salvos” ou “os que iam
sendo salvos” conforme traduz a ARA. Pois o verbo se trata de um particípio presente
passivo, transmitindo a ideia de continuidade da ação.

PARÁFRASE
Versículo 42: E estavam perseverando na doutrina dos apóstolos e na comunhão,
no partir do pão e nas orações.

Versículo 43: E em cada alma havia temor, muitos milagres e sinais eram feitos por
meio dos apóstolos.

Versículo 44: E todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum

Versículo 45: e vendiam as propriedade e bens e os dividiam segundo alguém tinha


necessidade;

Versículo 46: e diariamente perseveravam unânimes no templo, e partindo o pão


em casa, participavam da refeição com alegria e singeleza de coração

Versículo 47: louvando a Deus e tendo o favor de todo o povo. E o Senhor


acrescentava os que iam sendo salvos dia a dia.

31
CONCLUSÃO
O Brasil embora nunca tenha passado por um avivamento, como Inglaterra,
França, Escócia entre outros países. Nas últimas décadas, tem acontecido algo
extraordinário em nosso país. Pois em 1970, o Brasil era predominantemente católico
com cerca de 91,8 por cento de brasileiros católicos, porém houve uma queda nesses
números em 2010, passando a ser 64,6 por cento. Já os evangélicos, segundo o
último censo realizado em 2010, tiveram um crescimento de nos deixarmos
maravilhados. Dentro de quarenta anos, os evangélicos saltaram de 5,2 por cento
para 22,2 por cento. São exatamente quarenta e dois milhões e duzentos e setenta e
cinco mil e quatrocentos e quarenta pessoas denominadas cristãs.

Esses dados são impressionantes, mas a pergunta que fica é: “Será que todos
esses números representam fiel os números de cristãos no Brasil?” A análise do livro
de Atos nos ajuda a entender como a igreja do primeiro século se comportava. A partir
do texto analisado de Atos 2.42-47, vimos como os novos convertidos conduziam suas
vidas deixando um exemplo a ser seguido pelas igrejas posteriores. A vida daquela
igreja foi totalmente impactada pelo evangelho de tal forma que sua essência era
transmitida através da sua adoração e união.

Esta exegese não objetivou um estudo exaustivo de Atos 2.42-47, mas mostrar
a beleza dessa passagem e sua relevância para igreja contemporânea. Há muitos
materiais bons sobre o livro de Atos, entretanto, a sua maioria trata o estudo deste
livro de forma superficial, deixando de fora as riquezas que encontramos nesse livro,
que somente um trabalho exegético pode transmitir.

COMENTÁRIO HOMILÉTICO
O texto de atos 2.42-47 ensina sobre as características de uma vida
convertida, onde observamos que ela é:

1) Perseverante na adoração

Perseverar na sã doutrina significa aceitar a Bíblia Sagrada como Palavra de


Deus, conforme foi ensinado pelos apóstolos. Aceitar a Bíblia como Palavra de Deus

32
é crer em sua inspiração, inerrância e infabilidade. É não ceder ao liberalismo que
põe em dúvida a Palavra de Deus e tira dela toda autoridade que ela possui.

2) Praticante do amor ao próximo

Amar o próximo é se compadecer dele nos momentos de dificuldades que ele


esteja passando. Significa deixa de lado as diferenças, suportá-las e perdoar
quando, assim, for necessário. Não deve ser algo fingido, mas sim com sinceridade

3) Vive para glória de Deus

A comunhão que desfrutamos dentro da igreja quando nos reunimos para orar,
para estudar, cultuar, deve ter Deus como o objeto de nossa adoração. Tudo de bom
que venhamos a fazer ao nosso irmão, deve ser feito para a glória de Deus.

33
BIBLIOGRÁFIA
1. Bíblia de estudo de Genebra
2. Williams, David J. Novo comentário Bíblico contemporâneo. 1996 por
Editora Vida
3. Kistemaker, Simon J. Comentário do Novo Testamento: Atos. [tradução Ézia
Mullins e Neuza Batista da Silva]. São Paulo: Cultura Cristã, 2006.
4. Harlley, Henry H. Manual bíblico: um comentário abreviado da Bíblia.
Tradução de David A. de Mendonça; revisão de Gordon Chown. --4. Ed. -- São
Paulo: Vida Nova, 1994.
5. Tenney, Merrill C. O Novo Testamento sua origem e análise. São Paulo: Vida
Nova, 1953.
6. Neves, Mario. Atos dos Apóstolos – Comentário Prático. Casa Editora
Presbiteriana.
7. Paroschi, Wilson. Critica textual do Novo Testamento. – São Paulo: Vida
Nova, 1993.
8. Anglada, Paulo Roberto Batista. Manuscritologia do Novo Testamento –
História, correntes textuais e o final do Evangelho de Marcos. Ananindeua:
Knox Publicações, 2014.
9. Gorman, Michael J. Introdução à exegese bíblica. traduzido por Wilson Ferraz
de Almeida. 1ª ed. – Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2017. 320 p.
(Kindle)
10. Amaral, Tiago Santana do, 1982; Amaral, Mônica de Sousa do, 1983.
Introdução à exegese bíblica: Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro:
CP Douloi Editora, 2014. (Kindle)
11. Fee, Gordon D.; Stuart, Douglas. Entendes o que lês? : um guia para
entender a Bíblia com auxílio da exegese e da hermenêutica. Tradução
Gordon Chown e Jonas Madureira. 3ª edição revisada e ampliada – São Paulo:
Vida Nova, 2011.
12. Wallace, Daniel B. Gramática Grega: Uma Sintaxe Exegética do Novo
Testamento. Tradução Roque Nascimento Albuquerque. 1ª edição em
português, 2009. São Paulo: Editora Batista Regular do Brasil.
13. The Greek New Testament. Editado por Barbara Aland, Kurt Aland, Johannes
Karavidopoulos, Carlo M. Martini, e Bruce M. Metzger. Em cooperação com

34
Institut für neutestamentliche Textforschung, Münster, Alemanha. Quarta
edição revisada, 1993, 13ª impressão, 2007.
14. O Novo Testamento Interlinear de Waldyr Carvalho Luz; o texto grego
Nestle do NT (26ª edição) com uma tradução literal em português © 2003
Editora Cultura Cristã.
15. Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Fundamentos para a exegese do novo
testamento. – São Paulo: Vida Nova, 2002. P.; 16x23 cm.
16. FRIBERG, Barbara, FRIBERG, Timothy, O Novo Testamento Grego
Analítico, São Paulo: Edições Vida Nova,1987.

35

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