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Alberto Caeiro

Poeta que deambula pelo campo; poeta sensacionista objetivo; poeta da natureza;
poeta antimetafísico.
Nasceu em 1889, em Lisboa, e morreu em 1915, mas viveu quase toda a sua vida no
campo. Não teve profissão, nem educação quase nenhuma: apenas a instrução
primária. Era de estatura média, frágil, mas não o aparentava. Era louro, de olhos
azuis. Ficou órfão de pai e mãe muito cedo e deixou-se ficar em casa a viver dos
rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia-avó. Escrevia mal o Português. É o pretenso
mestre de Álvaro de Campos e de Ricardo Reis. É anti metafísico; é menos culto e
complicado do que Ricardo Reis, mas mais alegre e franco. É sensacionista.

Características:
• Negação da metafísica e valorização da aquisição do conhecimento através das
sensações não intelectualizadas; é contra a interpretação do real pela
inteligência; para ele o real é a exterioridade e não devemos acrescentar-lhe
as impressões subjetivas;
• Negação de si mesmo;
• Atração pela infância, como sinonimo de pureza, inocência e simplicidade,
porque a criança não pensa, conhece pelos sentidos como ele, pela
manipulação dos objetos pelas mãos;
• Poeta da natureza, na sua perpetua renovação e sucessão, da Áurea
Mediocritas, da simplicidade da vida rural;
• A vivência da passagem do tempo não existe, são só vivências atemporais: o
tempo é ausência de tempo. Só existe a realidade do presente, de cada
instante, de cada momento. O passado e o futuro são os instantes que refletem
a unidade do próprio tempo vivido em cada presente.
Alberto Caeiro só se importa em ver de forma objetiva e natural a realidade, com a
qual contacta a todo o momento. Daí o seu desejo de integração e de comunhão com
a natureza.
Para Caeiro, “pensar” é estar doente dos olhos. Ver é conhecer e compreender o
mundo, por isso, pensa vendo e ouvindo. Recusa o pensamento metafísico, afirmando
que “pensar é não compreender”. Ao anular o pensamento metafísico e ao voltar-se
apenas para a visão total perante o mundo, elimina a dor de pensar que afeta Pessoa.
Caeiro é o poeta da Natureza que está de acordo com ela e a vê na sua constante
renovação. E porque só existe a realidade, o tempo é a ausência de tempo, sem
passado, presente ou futuro, pois todos os instantes são a unidade do tempo.
Mestre dos outros heterónimos e do próprio ortónimo, Caeiro dá especial importância
ao ato de ver, mas é sobretudo inteligência que discorre sobre as sensações, num
discurso em verso livre, em estilo coloquial e espontâneo. Passeando ao observar o
mundo, personifica o sonho da reconciliação com o universo, com a harmonia pagã e
primitiva da Natureza.
É um sensacionista a quem só interessa o que capta pelas sensações e a quem o
sentido das coisas é reduzido à perceção da cor, da forma e da existência: a
intelectualidade do seu olhar volta-se para a contemplação dos objetos originais.
Constrói os seus poemas a partir de matéria não-poética, mas é o poeta da Natureza e
do olhar, o poeta da simplicidade completa, da objetividade das sensações e da
realidade imediata (“Para além da realidade imediata não há nada”), negando mesmo
a utilidade do pensamento. No entanto, muitas vezes não consegue escapar à
racionalização, e é esse facto que lhe provoca alguma tristeza.
“Alberto Caeiro parece mais um homem culto que pretende despir-se da farda pesada
da cultura acumulada ao longo dos séculos.”
Vê o mundo sem necessidade de explicações, sem princípio nem fim, e confessa que
existir é um facto maravilhoso; por isso, crê na “eterna novidade do mundo”. Para
Caeiro o mundo é sempre diferente, sempre múltiplo; por isso, aproveita cada
momento da vida e cada sensação na sua originalidade e simplicidade.
Para Caeiro fazer poesia é uma atitude involuntária, espontânea, pois vive no
presente, não querendo saber de outros tempos, e de impressões, sobretudo visuais, e
porque recusa a introspeção, a subjetividade, sendo o poeta do real objetivo.
Caeiro canta o viver sem dor, o envelhecer sem angústia, o morrer sem desespero, o
fazer coincidir o ser com o estar, o combate ao vício de pensar, o ser um ser uno, e
não fragmentado. Possuía uma linguagem estética direta, concreta e simples, mas,
ainda assim, bastante complexa do ponto de vista reflexivo.

Características:
• Objetivismo - apagamento do sujeito; atitude antilírica; atenção à "eterna
novidade do mundo", integração e comunhão com a natureza; poeta
deambulatório;
• Sensacionismo - poeta das sensações tal como elas são; poeta do olhar;
predomínio das sensações visuais ("Vi como um danado") e das auditivas; o
"Argonauta das sensações verdadeiras";
• Anti metafísico - "Há bastante metafísica em não pensar em nada"; recusa do
pensamento ("Pensar é estar doente dos olhos"); recusa do mistério; recusa do
misticismo;
• Panteísmo Naturalista - tudo é Deus, as coisas são divinas ("Deus é as árvores e
as flores/ E os montes e o luar e o sol..."); paganismo; desvalorização do tempo
enquanto categoria conceptual ("Não quero incluir o tempo no meu
esquema"); contradição entre "teoria" e "prática".

Características de estilo e linguagem:


• Estilo coloquial e espontâneo (linguagem quotidiana, fluente, simples e
natural);
• Ausência (aparente) de preocupações estilísticas;
• Indisciplina formal e ritmo lento, mas espontâneo;
• Vocabulário simples e linguagem familiar (por vezes tautológica – próxima da
infantil);
• Uso da adjetivação objetiva (descritiva);
• Predomínio do presente do indicativo (modo do real);
• Recurso a frases simples ou coordenadas;
• Predomínio da comparação, da metáfora e da repetição anafórica;
• Liberdade estrófica, verso livre, métrica irregular.

RESUMO:
• Poeta da Natureza;
• Panteísmo sensualista: relação íntima e direta com a Natureza; vivência de
acordo com as suas leis;
• Poeta sensacionista (sensações): predomínio dos sentidos (privilegia o
conhecimento sensorial da realidade); especial importância do ato de ver;
• Privilégio da sensação em detrimento do pensamento;
• Pensamento como fonte de sofrimento, de enganos, não permitindo conhecer
o real
• Vê a realidade de forma objetiva e natural;
• Aceitação da realidade tal como é, de forma tranquila (tal como se apresenta,
sem contestação nem interferência do pensamento); vê um mundo sem
necessidade de explicações, sem princípio nem fim; existir é um facto
maravilhoso;
• Visão pagã da existência: a única verdade das coisas é a sensação;
• Recusa da filosofia, do pensamento metafísico (“pensar é estar doente dos
olhos”), o misticismo e o sentimentalismo social e individual;
• Personificação sonho da reconciliação do Universo, com a harmonia pagã e
primitiva da Natureza;
• Inexistência de tempo (unificação do tempo);
• Inocência, ingenuidade e constante novidade das coisas;
• O real como único meio de atingir a verdade e a felicidade;
• Mestre de Pessoa e dos outros heterónimos;
• Relação com Pessoa Ortónimo – elimina a dor de pensar.
Ricardo Reis
Disciplina mental; efemeridade da vida; iminência da morte; domínio dos deuses;
fuga à dor; atitude estoico- epicurista, baseada na ataraxia (ausência de
perturbação).
Ricardo Reis, nasceu no Porto em 1887, foi educado num colégio de jesuítas e é
médico. É latinista por educação alheia e semi-helenista por educação própria. Viveu
no Brasil e expatriou-se voluntariamente por ser monárquico. Demonstra interesse
pela cultura Clássica, Romana (latina) e Grega (helénica). Fisicamente é um pouco mais
baixo, mas forte, mais seco do que Caeiro; moreno de cara rapada.
Reis é um latinista que olha e segue os modelos estéticos da Antiguidade Clássica
(Grega e Latina). O mundo greco- latino é um modelo para o poeta. Este discípulo de
Caeiro aceita a antiga crença nos deuses, enquanto disciplinador das nossas emoções
e sentimentos, mas defende, sobretudo, a busca de uma felicidade relativa alcançada
pela indiferença à perturbação. Este é o heterónimo que exige a Pessoa um maior
distanciamento e um maior poder de despersonalização.
A filosofia de Ricardo Reis é a de um epicurismo triste, pois defende o prazer do
momento, o “carpe diem”, como caminho da felicidade, mas sem ceder aos impulsos
dos instintos. Apesar deste prazer que procura e da felicidade que deseja alcançar,
considera que nunca se consegue a verdadeira calma e tranquilidade – ataraxia.
Ricardo Reis propõe, pois, uma filosofia moral de acordo com os princípios do
epicurismo e uma filosofia estoica:
• “Carpe diem”(aproveita o dia), ou seja, aproveita a vida em cada dia, como
caminho da felicidade;
• Busca da felicidade com tranquilidade (ataraxia);
• Não ceder aos impulsos dos instintos (estoicismo);
• Procurar a calma, ou pelo menos, a sua ilusão;
• Seguir ideal ético da apatia que permite a ausência da paixão e a liberdade
(sobre esta apenas pesa o Fado - destino).
Epicurismo: fuga à dor (através da moderação dos prazeres e aceitação do fado); não
temer a morte; modera o prazer (busca dos prazeres simples da vida, sem excessos);
atinge a ataraxia (ausência de perturbações/ tranquilidade da alma).
Estoicismo: aceitação calma e serena da ordem das coisas e do destino (aceitar a
ordem universal das coisas, incluindo a morte); dominar as paixões (permanecendo
indiferente tantos a estas como à dor, ambas perturbações da razão); auto disciplina.
Horacianismo: carpe diem; Áurea Mediocritas (felicidade possível no sossego do
campo – proximidade de Caeiro). Paganismo: crença nos deuses; crença na civilização
da Grécia; sente-se um estrangeiro fora da sua pátria, a Grécia. Neopaganismo:
reconstrução da essência do verdadeiro paganismo.
Neste sentido, este heterónimo afirma-se crente nos deuses, que estão acima dos
homens, mas acima dos dois está ainda o destino (fado). Tenta assumir a postura dos
deuses, adquirido através de um exercício de autodisciplina, calma e indiferença,
face a um destino já traçado.
Ricardo Reis, que adquiriu a lição do paganismo espontâneo de Caeiro, cultiva um
neoclassicismo neopagão (crê nos deuses e nas presenças quase divinas que habitam
todas as coisas), recorrendo à mitologia greco-latina, e considera a brevidade, a
fugacidade e a transitoriedade da vida, pois sabe que o tempo passa e tudo é
efémero (de curta duração). Acredita num destino inelutável de uma maneira
tranquila (tranquila resignação ao destino). Considera que a verdadeira sabedoria de
vida é viver de forma equilibrada e serena, “sem desassossegos grandes”.
A filosofia de Reis rege-se pelo ideal “Carpe Diem” – a sabedoria consiste em saber-se
aproveitar o presente, porque se sabe que a vida é breve. Há que nos contentarmos
com o que o destino nos trouxe. Há que viver com moderação, sem nos apegarmos às
coisas, e por isso as paixões devem ser comedidas, para que a hora da morte não seja
demasiado dolorosa.
• A conceção dos deuses como um ideal humano;
• As referências aos deuses da Antiguidade (neopaganismo) greco-latina são uma
forma de referir a primazia do corpo, das formas, da natureza, dos aspetos
exteriores, da realidade, sem cuidar da subjetividade ou da interioridade -
ensinamentos de Caeiro, o mestre de todos os heterónimos;
• A recusa de envolvimento nas coisas do mundo e dos homens.
As linhas ideológicas presentes na poesia de Reis refletem um homem que sofre e
vive o drama da transitoriedade da vida, facto que lhe provoca sofrimento (por
imaginar antecipadamente a morte). Somos seres frágeis, seres-para- a-morte, tal
como tudo o que nos rodeia.

Características poéticas:
• Epicurismo;
• Estoicismo;
• Autodisciplina, abdicação, recusa de compromissos afetivos e sociais;
• Neopaganismo e neoclassicismo – Crença nos deuses, louvor da civilização
grega, tema horaciano do carpe diem;
• Efemeridade da vida e do tempo/obsessão pela morte;
• Presença constante do Fado, do destino, da fatalidade;
• Intelectualização das emoções;
• Tom sentencioso – caráter moralista da sua poesia.

Sentimentos dominantes:
• Submissão
• Dor
• Indiferença
• Conformação
Características de estilo e linguagem:
• Estilo laboriosamente construído (construído com extremo rigor);
• Forma métrica mais usada – ode;
• Linguagem erudita e alatinada no vocabulário e na sintaxe;
• Uso do hipérbato e da anástrofe (inversão da ordem natural das palavras na
frase);
• Recurso ao gerúndio e ao imperativo (exortativo);
• Predomínio das frases subordinadas;

Resumo:
• Disciplina mental
• Intelectualização das emoções;
• Domínio dos deuses;
• Obsessão da efemeridade da vida, do tempo; aceita a relatividade e a
fugacidade das coisas;
• Iminência e irreversibilidade da morte (morte como única certeza do percurso
existencial; aceitação pacífica desta);
• Busca do prazer moderado (procura da ataraxia), como meio de fuga à dor;
• Aparente tranquilidade, na qual se reconhece a angústia existencial do
ortónimo;
• Espírito grave, ansioso de perfeição;
• Atitude de quase indiferença perante a vida ("A sabedoria de deixar passar a
vida placidamente, sem a viver"); inutilidade de qualquer compromisso;
• Necessidade do predomínio da razão sobre a emoção, como uma defesa contra
o sofrimento;
• Presença do fatalismo - o destino é força superior ao homem; aceitação calma
do destino;
• ”epicurista triste”- (Carpe Diem) – busca do prazer moderado e da ataraxia;
• Estoicismo – aceitação calma e serena da ordem das coisas;
• Moralista – pretende levar os outros a adotar a sua filosofia de vida, não se
cansa de dar conselhos;
• Poeta intelectual, sabe contemplar: ver intelectualmente a realidade;
• Aceitação do Fado, da ordem natural das coisas;
• Privilegia a ode, o epigrama e a elegia;
• Usa a inversão da ordem lógica, favorecendo o ritmo das suas ideias
disciplinadas;
• Estilo densamente trabalhado, de sintaxe alatinada, hipérbatos, apóstrofes,
metáforas, comparações, gerúndio e imperativo;
• Verso irregular e decassilábico.
Álvaro de Campos
Tédio; Histeria; Excesso; Sensações vividas febrilmente; Vanguarda; Futurismo;
Angústia existencial
Nasceu em Tavira a 15 de outubro de 1890. Teve uma educação vulgar de liceu. Foi
para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval (Glasgow). Um
tio beirão que era padre ensinou-lhe Latim. Inativo em Lisboa. Fisicamente: usa
monóculo, é alto, magro e tem cabelo liso; cara rapada, tipo judeu português. Viajante,
vanguardista e cosmopolita.
Fernando Pessoa considera que Campos se encontra no “extremo oposto,
inteiramente oposto, a Ricardo Reis”, apesar de ser como este um discípulo de Caeiro.
Campos é o “filho indisciplinado da sensação" e para ele a sensação é tudo. O eu do
poeta tenta integrar e unificar tudo o que tem ou teve existência ou possibilidade de
existir.
Este heterónimo aprende de Caeiro a urgência de sentir, mas não lhe basta a
«sensação das coisas como são»: procura a totalização das sensações e das perceções
conforme as sente, ou como ele próprio afirma “sentir tudo de todas as maneiras”.
É configurado “biograficamente” por Pessoa como vanguardista e cosmopolita,
espelhando-se este seu perfil particularmente nos poemas em que exalta, em tom
futurista, a civilização moderna e os valores do progresso.
O poeta procura incessantemente “sentir tudo de todas as maneiras”, seja a força
explosiva dos mecanismos, seja a velocidade, seja o próprio desejo de partir. Campos
tanto celebra, em poemas de estilo torrencial, amplo, delirante e até violento, a
civilização industrial e mecânica, como expressão de desencanto do quotidiano
citadino, adotando sempre o ponto de vista do homem da cidade.
Álvaro de Campos é o heterónimo que apresenta uma evolução mais nítida, podendo
na sua obra distinguir-se três fases:
• Decadentista (fase do "Opiário") - exprime o tédio de viver, o enfado, o cansaço, a
náusea, o abatimento e a necessidade de novas sensações; traduz a falta de um
sentido para a vida e a necessidade de fuga à monotonia; inadaptado ao mundo e à
vida.
• Futurista/Sensacionista (civilização moderna/excesso de sensações - "Ode Triunfal")
- Campos celebra o triunfo da máquina, da civilização moderna. Sente-se nos poemas
uma atração quase erótica pelas máquinas, símbolo da vida moderna. Intensidade e
totalização das sensações. A par da paixão pela máquina, há a náusea, provocada pela
poluição física e moral da vida moderna. Nesta fase, a sensação é mais
intelectualizada. Sensacionismo excessivo e conturbado.
• Abúlica (pessimista e intimista) - Perante a incapacidade de unificar em si
pensamento e sentimento, mundo exterior e interior, traz de volta o abatimento (o
cansaço, o tédio, solidão). Conflito entre a realidade e o poeta. Este sente-se vazio, um
marginal, incompreendido. Angustiado e cansado. Revela, tal como Pessoa, a mesma
angústia existencial, ceticismo, dor de pensar e nostalgia de infância.
A grande viragem na poesia de Campos (segunda fase) acontece depois de ter
conhecido Caeiro, seu Mestre, que o introduziu no universo do sensacionismo. Mas
enquanto Caeiro acolhe tranquilamente as sensações (considerando a sensação
captada pelos sentidos como única realidade), Campos experimenta-as febrilmente,
excessivamente, não rejeitando o pensamento e assim, afastando-se de Caeiro). Tão
excessivamente que, querendo "sentir tudo de todas as maneiras", parece esgotar-se a
seguir, caindo numa espécie de apatia melancólica, desvaneio nostálgico que o
aproxima do
Ortónimo (com quem partilha o ceticismo, dor de pensar, procura do sentido no que
está para além da realidade, fragmentação do eu, nostalgia da infância
irremediavelmente perdida). Desta forma é Campos que reconhece os limites do
humano, a apatia e o cansaço de quem quis ser máquina e não conseguiu por ser
Homem.

Características poéticas:
• Poeta modernista
• Futurismo – apologia da civilização industrial e técnica, rutura com a lírica
tradicional e transgressão da moral estabelecida, êxtase, exaltação da força, da
violência, do excesso;
• Sensacionismo - excesso de sensações, euforia desmedida; pessimismo e
intimismo - evasão, inadaptação do real, abulia, tédio, cansaço, solidão,
frustração e tristeza, dor de ser lúcido;
• Nostalgia da infância, irremediavelmente perdida;
• Auto-ironia e autodepreciação (angústia existencial);
• Fragmentação do "eu"; domínio do pensar e da consciência; incapacidade de
sentir; solidão e isolamento.
Após a descoberta do futurismo e de Walt Whitman, Campos adota (para além do
verso livre) um estilo esfuziante, torrencial, espraiado em longos versos, vivificado
pela fantasia verbal duradoura e inesgotável.

Características de estilo e linguagem:


• Excesso de expressão - pontuação emotiva (exclamações, interjeições...);
• Ritmo rápido e excessivo, repetitivo;
• Linguagem marcada por um tom excessivo e intenso (pelo excesso de
expressão);
• Recurso a metáforas ousadas, personificações, hipérbatos, oxímoros,
onomatopeias, aliterações, adjetivação abundante, hipérboles, anáforas e
repetições;
• Verso livre, geralmente longo;
• Uso de neologismos e estrangeirismos;
• Estrofes longas e irregulares.
Resumo:
• Poeta modernista
• 1ª Fase - tédio e desencanto; busca de novas sensações;
• 2ª fase - delírio sensorial - sensacionismo (excesso de sensações, euforia
desmedida); canto da civilização moderna - futurismo (apologia da civilização
industrial e técnica - moderna); erotismo doentio e febril;
• 3ª fase - regresso ao abatimento, ao cansaço da vida, angústia, tédio; nostalgia
da infância irremediavelmente perdida; incapacidade de sentir; desencanto da
vida; pessimismo; inadaptação ao presente/à realidade; fragmentação do eu;
domínio do pensar e da consciência.

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