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Resumo História do Direito

História do Direito: O primeiro direito foi o Chinês, no ano 30 a.C, porém, no Ocidente, o
primeiro direito de sociedade com escrita foi o egípcio, seguido por Suméria, Arcádia e
Babilônia ( cuneiforme).

• Direito Pré Histórico:

Características de sociedades arcaicas, com transmissão oral. Tem 3 relações: Casamento


(Monogâmico ou Múltiplo), Propriedade ( Móvel ou Imóvel, e terras comunitárias ou
particulares) e Ordálias ( o sobrenatural decide os con itos)
• A história do direito começa com a escrita, mas isso não signi ca que os povos sem escrita
( sociedades arcaicas ) não tenham Direito

• Primitivo : sentido contrário a civilizado; usar primitivo / civilizado está relacionado a


evolução ; não devemos relacionar essas expressões ao Direito pois a evolução em torno do
Direito mostra-se como algo complexo ( não podemos falar que a Constituição da época do
nazismo é mais evoluída/civilizada que as Constituições mais antigas da Alemanha ). O passar
do tempo, nas ciências sociais não signi ca necessariamente evolução. Logo, não usar
primitivo/ sociedade primitiva / direito primitivo para não relacionar a evolução

• Sociedades Arcaica : sociedade dos povos sem escrita ; o direito não é um saber de outros
saberes ; visão cosmológica do mundo ( conjunto dos saberes gerais : religião , direito , técnica
e artes ) ; oralidade saberes integrados em uma realidade única ; forte peso das questões
religiosas ; pelo menos 3 instituições jurídicas

1. Casamento
A. Simples : Monogâmico —> entre um homem e uma mulhe
B. Multiplo
• Poligamia : de um homem e mais de uma mulher ; normalmente quantas mulheres ele pode
sustentar ; na maioria das sociedades eram no máximo 4 ; homem tem poder sobre suas
mulhere
Obs : Mulheres nas sociedades arcaicas eram consideradas como coisas ( rés ) e os homens
como personas, e quando um homem morria ele levava com si suas coisas, e como as mulheres
eram objetos dos homens deveriam ir para a tumba com eles, já os lhos não eram levados.
Muitas mulheres foram enterradas vivas com seus maridos mortos. E na Índia até 1839 as
mulheres eram queimadas quando seus maridos morriam
• Poliandria : de uma mulher com mais de um homem ; a mulher está submetida ao poder de
todos os seus maridos ( contrário da poligamia ) ; mulher sem poder nenhum ; não signi ca
empoderamento e sim subalternidade
Obs : Monogamia não é o contrário de poligamia !!!!!!

2. Propriedade
C. Móvel : aquela que pode se transporta
D. Imóvel : aquela que não pode se transportar, e pode ser comunitária ( de todos da sociedade
) ou privada/individual/particular : de alguém da sociedade
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3. Ordálias : é o instituto através do qual se atribui a um ente sobrenatural o poder de decidir
con itos ( a descoberta da verdade diante da situação ) ; surge nas sociedades arcaicas e
permanece; não ter como comprovar a veracidade de uma situação e deixar na mão do divino.

• Direito Egípcio:

Alto e Baixo Império possuem os mesmos preceitos, já que são governados pelos Faraós
( homens e mulheres são iguais, casamento monogâmico e direito penal não violento), enquanto
o Médio Império, governado pelos sacerdotes, tem todos os preceitos contrários.
• O Egito foi o primeiro lugar no Ocidente onde o Direito dos escrito, já a China foi a primeira
a escrever, porém foi no Oriente.

• História do Antigo Egito : insólida, estranha, esquisita, não se encontra em nenhum outro
lugar, pois na Antiguidade as sociedades eram simples, um manda e outro obedece, sem
multiplicidade, e o Egito se diferenciava, principalmente no Alto e Baixo Império

1- Antigo ( Alto ) Império - Séculos (28 a 25 a.C.):


• Durante esse período, o poder político pertencia à Casa dos Faraós .
• Havia igualdade jurídica entre homens e mulheres e o casamento era monogâmico (com
exceção do Faraó, que podia ter mais mulheres para garantir a sucessão, por questões de
poder ). A igualdade política que acarretava a monogamia, m do poder paterno, m da
primogenitude
• Havia ausência de poder paterno, ou seja, o homem não tinha o poder sobre sua mulher e
seus lhos, não podendo os trocar por dívidas, por exemplo.
• Além disso, não existia a primogenitura masculina e a pena de morte ( direito penal não era
violento )
• Não existia direito de primogenitura ( os bens eram divididos igualmente a todos os lhos,
independente de gênero e de ser primogênito )
• Atores políticos que disputavam o poder político
1. Faraós : eram os reis, centralizaram o poder pela primeira vez
2. Colégio dos Sacerdotes : instituição presente em todas as sociedades da Época, queriam
poder político, disputam com os faraós, poder muito grande
• Coisas que tinham na Antiguidade mas não tinham no Egito ( exceção ) : Poder paterno que
fazia com que os homens pudessem dar suas mulheres e lhos em troca de dívidas e direito de
primogenitura, onde o lho mais velho tem o direito de herdar tudo com exclusividade os
títulos e patrimônios, e os caçulas são denominados jovem cavaleiro ( por ser nobre ) sem
terra ( sem patrimônio ), eles vão dar muito trabalho na Antiguidade Europeia.
Obs : Faraós buscam força através da luta política por isso, o direito se estende a toda a
sociedade, incluindo as mulheres

2- Médio Império (25 a 20 a.C.)


• O poder político pertencia à Casa dos Sacerdotes, que representavam a mediação com o
poder sobrenatural, a interação com o divino (o Faraó existia, mas tinha pouca importância,
não tinham poder político).
• O direito era caracterizado pelo m da igualdade jurídica entre homens e mulheres
• O casamento passa a ser poligâmico
• O poder paterno passa a existir e a primogenitura masculina também ( lho mais velho herda
direitos e obrigações)
• A pena de morte passa a existir também ( direito penal violentíssimo )
• Igual ao resto do mundo, diferentemente no Antigo Impéri
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OBS: caçula é conhecido como jovem cavaleiro sem terr

3- Baixo/Novo Império (15 a 11 a.C.):


• O Egito se reuni ca, há o retorno da Casa Real ao poder e o retorno do direito do Alto
Império ( mesmas características )

• Direito Cuneiforme:

Arcádia, Suméria e Babilônia utilizam da linguagem cuneiforme ( cunha), por isso são reduzidos
ao mesmo tipo de direito. Dominados por sacerdotes, acreditam na superioridade do homem,
em casamento monogâmico (exceção de um casamento sem lhos) e direito penal violento,
com direito a pena de morte.
Eles surgem no século 26 a.C. na Arcádia, Suméria e Babilônia (o direito era
igual em forma e conteúdo, sendo assim, escrito). Regiões de planície entre
os Rios Tigres e Eufrates. Mesopotâmia
• Direito era escrito na linguagem cuneiforme. Uso da cunha, instrumento que grava na pedra
ou no metal

• Era uma sociedade de coletivismo teocrático, onde o poder político era concebido àqueles
com maior proximidade com o divino, no caso, os sacerdotes. O rei, apesar de existir, tinha
pouco poder político. Rei com muito pouco poder político, é a representação da identidade
cultural da sociedade, ale1m de ter a tarefa de administrar recursos públicos para garantir a
sobrevivência de órfãos e viúvas.

• Códigos do Direito Cuneiforme —> O código de UR-NAMU era o mais antigo, no entanto,
o mais importante era o de HAMURABI ( importante rei da Babilônia )

• O direito se caracterizava por: casamento monogâmico (exceção para esterilidade, quando o


homem precisava ter outras mulheres ) , existência de poder paterno, ordália, disposição
sobre contratos, pena de morte (direito penal muito violento). Apesar disso, o rei protegia
órfãos e viúvas, fazendo com que estes sobrevivessem às custas públicas.

• O direito era INSPIRADO em Deus, mas não era um direito religioso, pois não era atribuído
ao próprio Deus, nem foi este que veio e "entregou" o direito

• Observações :
Obs : contrato de depósito : contrato de empréstimo
Obs 2 : Uma viúva a qual o marido a deixou ( desaparece ou morre ) numa situação de vida
confortável, não pode entrar na casa de outro homem ( será morte ), mas poderá entrar se o
marido não a deixou em condições confortáveis
Obs 3 : Diferença entre os direitos inspirados em deus e religiosos, o direito religioso era
atribuído ao próprio Deus, foi este que veio e "entregou" o direito, já o direito inspirado em
Deus não
• Direito Hebraico:

Surge no século 12 a.C., quando os hebreus retornaram para a Palestina. As fontes do direito
hebraico eram a THORÁ (documento religioso inalterável, entregue por Deus, o que lhe
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confere característica extraterritorial) e o TALMUDE (forma de manutenção da Torá, levando


em conta o mundo vigente, ou seja, uma interpretação de documentos religiosos à luz de casos
recentes). Era um direito religioso, com institutos característicos:
Dízimo: Pagamento à igreja ou ao grupo religioso não obrigatório, pois separava o mundo
religioso do dinheiro público.
Sagração: Ato de coroação do novo rei - mais alta autoridade religiosa na comunidade judaica.

• Direito Grego:

Deve-se falar em "direitos gregos", pois sua forma varia de acordo com os períodos: 25 a.C.:
civilização cretense (sem documentação jurídica). 20 a 15 a.C.: período dos clãs. 15 a.C.: período
de formação das cidades. Existiram diversas formas de governo: tirania, aristocracia,
democracia. A partir de 8 a.C. a 6 a.C., existiram as LEIS DE SÓLON, elaboradas por um
conselho eleito ou escolhido (500 cidadãos criavam leis, administravam a cidade e tomavam as
decisões judiciais na democracia).

• Direito Muçulmano

Direito escrito por um enviado de Deus, aplicação a comunidade islâmica. Independente da


territorialidade. Remonta o aparecimento de Maomé, o 7º enviado de Alá. Une o que vinha
anteriormente e originava um novo monoteísmo. Adão, Noé, Abraão, Moisés, Davi e Jesus,
importantes para a matriz judaico- cristã. O islamismo é a reunião de todos os
monoteísmos.Os sacerdotes eram representantes divinos do momento, e vem Maomé como
inimigo, sendo expulso de Meca e vive em Medina, ganhado força e invade meca em 622.
Ganha seguidores responsáveis pela Sunna: a vida de Maomé contada por seus seguidores.
Alcorão: Livro religioso escrito por Maomé. Além dos dois documentos, os próprios costumes
são formas de direção, dependendo a localidade e também própria lei, que não viole a Sharia/
C’haria- caminho a seguir, lei revelada. É a grande concepção do Islamismo.

• Direito Hindu:

Comunidade bramânica. Brahma era um Deus( não monoteísta) surdo para mortais que ouvia
apenas alguns seres, os deuses: 11 no céu, 11 no intermediário e 11 na terra.

Pirâmide social: 2000 castas, cada uma com subdivisões- Corpo de Brahma. Não se pode
alterar a casta, designada por Brahma, nem por trabalho nem por casamento, assegura a
desigualdade social. A Índia era organizada por uma espécie de sistema feudal, com 500
Marajás, dividindo o território, como poder de punir e arrecadar impostos.

Topo da sociedade: Rezam para os 11 deuses do céu


Parte intermediária: Rezam para os 11 deuses intermediários
Maior parte da população, Parte baixa da sociedade: 11 deuses da terra
Os deuses são surdos para aqueles que não estão em suas castas.
• O direito é vinculado ao princípio da desigualdade social, moldada pelo sistema de
castas, o que seria o lugar, designado por Brahma e, portanto, imutável, do indivíduo na
sociedade.

• Chamava-se de DHARMA.

• As fontes eram:

• VEDAS: textos sagrados, sendo o mais importante deles o CÓDIGO DE MANU

• Costume

• É grande a in uência da Inglaterra no território indiano desde o início do século XIX, e


o país se tornou colônia inglesa em 1857. Mas mesmo antes disso, é a Inglaterra que
proíbe que as viúvas (casamento poligâmico) fossem queimadas junto com seus maridos,
quando estes faleceram. Em 1834, a escravidão acaba na Índia também em função da
pressão política dos ingleses.

• A Índia tornou-se independente da Inglaterra em 1947.

• No entanto, em 1956, constitui-se uma república LAICA, federativa e democrática, com


o m da poligamia e da discriminação por castas. O direito indiano não é tão rígido,
embora ainda se façam presentes muitos costumes do direito hindu na prática da justiça.

• Direito Chinês:

Direito escrito mais antigo da humanidade. Século 3o a.C. Amplo território dividido em
vários pedaços. Apenas no século 3 a.C a China se uni ca em um império por
negociação política. Dinastia Ch’in- A uni cação acontece após Confúcio, tem o
ideal de englobamento de todas as disciplinas e encanta várias pessoas com seu
ideais. A Dinastia Ch’in usa confucionismo para a uni cação. A China permanece
uni cada até hoje. Várias dinastias sucedem a Ch’in: Dinastia Ming( Dinastia que
desenvolve a cultura: pinturas, esculturas, porcelanas, escritas…) ; Dinastia Tang
( Dinastia Bélica: muitas partes da China foram conquistadas pelo aparato bélico) e
Dinastia T’sing ( Dinastia que põem m nos impérios, e instaura-se a república).Se a
honra não chega ao povo, é necessário direito penal para chegar. Confúcio divide a
sociedade em 4 grupos: Letrados e camadas populares ( comerciantes, artesãos e
camponeses). Nobres são os letrados, o proprietário da terra. O grande bem, a
materialidade da riqueza, é a terra. Rico é quem a terra. Letrado é quem tem prazer
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em aprender, e se apresentavam como uma elite intelectual. O castigo não atinge os


nobres: eles são tão estudiosos que podem introjetar o LI (código de honra da
nobreza). Confúcio idealizava dois tipos de indenizações no caso da morte deu
nobre por um nobre: cobre ou seda. O direito penal controla o povo, com medidas
fortes e violentas, já que o povo não introjeta códigos de honra. Confúcio chama o
Direito Penal de FÁ. O Direito Chinês é entendido pela diferença entre LI e FA

História China: 1912: Golpe de Estado: A fome assola a China. China tem área pobres
em vegetação, espaços inabitáveis.Militares governam até 1949, melhoram a situação da
China mas a expectativa era maior. 1949: Revolução Comunista- Mao Tsé Tung. A China
atual ainda tem traços comunistas, está longe de ser uma democracia. 1966: Revolução
cultural- briga interna no PC. A abertura econômica da China, com o processo de
industrialização não re ete na abertura política, mas em uma abertura cultural

Direito Japonês:

• Japão : arquipélagos de ilhas que vão se juntando; boa parte do Japão é um território alagado;
não pode ser descrito como um país tem muitas riquezas naturais; indústria pesqueira
importante ;

História do Japão

600 d.C - 850 d.

• Império Japonês ;
• o Japão começa como um Império; é um único lugar do planeta que primeiro tem um
Império e depois que vem um sistema feudal;
• Apesar de cada família se estabelecer em uma região, desde a sua origem os grupos familiares
elegeram um imperador que repartia de uma maneira relativamente igualitária os campos
alagados de arroz entre as famílias, além de representar o laço do povo japonês com a esfera
do transcendente

850 d.C - 186

• Sistema Feudal ;
• O imperador perde sua função de repartir os campos de arroz. O imperador continua a
existir, porém foi transformado em uma sombra muda, só representa a identidade do povo
japonês e representa o laço do povo japonês com a esfera do transcendente
• Nobreza também tinha sua forma de se representar —> Eu sou nobre pois sou uma pessoa
com uma extrema habilidade nas artes marciais, o Shogun era o nobre japonês ;
• Em cada feudo do Japão, no qual existia um Shogun a frente ;
• Durante 100 anos o Japão foi um sistema feudal completamente fechado para si mesmo ;
nenhum tipo de comunicação ;
• Não tinha direito e nem tribunal
• No Japão existia as chamadas 4 relações de obediência : toda mulher obedece ao marido, todo
lho ( ou lha ) obedece ao pai, todo empregado obedece ao patrão, todo jovem obedece ao
mais velho
• As pessoas que estão em pior situação são : mulheres, empregadas e jovens ; As pessoas que
estão em melhores situações são : homens, patrões e mais velhos ;

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• Pluralismo Jurídico : cada feudo com seu direito e seus tribunais ;

1868

• Japão se abre para o Ocidente ;


• Pega os principais códigos europeus ( principalmente o Código Alemão ) e traduz para o
japonês e transforma em direito local e ensina seus juizes

1945

• Depois de perder a guerra, o Japão tem que assinar um tratado que impõe que o imperador
perde sua função de ter relação com o transcendente
• Passa a receber forte in uência dos EUA ;
• Traços marcantes do feudalismo até hoje —> pessoas mandam em um local como se ainda
fosse seu; forte honra ; apropriação daquilo que deveria ser público por pessoas privadas

• Direito Feudal:

A antiguidade se encerra com a queda de Roma em 476 d.C e então inicia-se o feudalismo
por toda a Europa, com excessão da península ibérica. O direito feudal vem junto com
o sistema. Toda vez, aparece um poder político poderoso ( no caso do feudalismo,
nobres locais). Os senhores feudais representando a nova elite política encomendam o
direito feudal. Do rio Danúbio as praias do Mediterrâneo tudo era o Império
Romano, quase ao norte da Europa. A queda do Império se dá por 3 componentes

Quando você não consegue lutar contra uma concepção, você adota para que essa não
lute mais contra você( apropriação ideológica), mas mesmo que o Império tentasse
se apropriar do Cristianismo, tinha dependência da escravidão

Romanos designam aqueles que não foram invadidos de bárbaros. Quando ocorriam
invasões à povos germânicos pelos romanos, bárbaros guerreavam pela violência e
simplesmente voltavam à suas casas. A frequência de invasões bárbaras abala o
império. As cidades romanas à beira do Mediterrâneo começam a encher por
refugiados de Roma, logo, diversos grupos mudam-se para o campo devido a
epidemias, insalubridade, etc

Natureza econômica: Normalmente um Império cm mais escravos seria melhor. Porém,


se ultrapassado um número de escravos do modelo normal, ultrapassa a economia
do Império. Não importa o nível de violência, a produtividade escrava é
baixíssima. Os escravos ainda tinham um custo de sobrevivência, além de serem
considerados como objetos

Nada no feudalismo é público. A terra foi dividida em diversos lotes, cada uma com um senhor
feudal ( processo de privatização feudal). Logo, as pessoas buscam segurança. Um feudo
pode ter um senhor e viver vários povos de origem germânica diferentes

Fundamento do Direito Feudal: contrato vassálico ou ato de vassalagem, vínculo de nex


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pessoal entre o senhor (forte) e o vassado (fraco). O senhor feudal tinha o direito de vida e
morte sobre toda vassalagem

Atores fora do sistema feudal: párias (mulheres adúlteras, pessoas com doenças contagiosas

de cientes mentais ou físicos), peregrinos (pregadores) e mercadores pés-sujos

Deveres do senhor feudal

a) Abertura dos seus próprios armazéns, em épocas de má colheita

b) Defesa militar do feudo

No entanto, o status de senhor lhe conferia alguns deveres

Em caso de má colheita, o senhor não poderia deixar os vassalos morrerem de fome. Ele
deveria abrir os armazéns e lhes fornecer comida

A condição para o matrimônio era a formação do núcleo familiar. O lho Home mais velho
deve respeitar os contratos estabelecidos por seu pai

Dever de defesa militar do feudo (o senhor quem arcava com os custos

É necessário resolver os con itos entre os vassalos, explicando a criação do Direito. Não há
resolução jurídica de poder entre senhores e vassalos. O próprio senhor feudal escolhe a
feição dos direito feudal. O direito costumeiro não existia no início dos feudos

O problema mais recorrente era a servidão de passagem

Tribunais Feudais

a) Lei de aplicação pessoal (fazia uso do direito vinculado à origem étnica do vassalo): Con ito
entre 2 francos: O juiz recorre ao direito franco. Chama ao processo o direito franco.
Com o tempo você se torna de onde mora. Passa a usar o direito costumeiro do feudo,
que com o tempo torna-se direito codi cado, regulando o sistema feudal

b) Direito costumeiro do feudo

Sistema feudal se consolida quando o direito costumeiro para a ser codi cado

Surgimento das feiras de comércio: Veneza começa a se desenvolver e torna-se porta de


especiarias, tecidos de seda, barras de ouro, espelhos, etc. De Veneza a Mau partem as
caravanas do comércio
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Nem todos na Europa eram vassalos ou setores: poderiam ser homens livres ( peregrinos-
divulgadores e vendedores), párias ( todos que são de cientes, adúlteras) e mercador pé
sujo

Por volta do ano 700 d.C. começam a se formar as primeiras comunas (cidades), exatament

nos lugares onde se constituíram as feiras

O senhor feudal deve concordar com a criação da cidade.Comuna criada através de um


documento: carta de criação da comuna, que transformava a cidade em um “vassalo
coletivo”

Fim de contratos vassálicos individuais

Novos direitos obtidos pelos vassalos

a) Permanência após o prazo de “um ano e um dia”

b) Dívida contraída e não paga fora da comuna seria paga pelo conjunto dos membros d

comuna, que teriam o direito de cobrar do devedor (ação regressiva)

c) Conselho da comuna, integrado pelos mais velhos, que poderiam sugerir medidas d

natureza legislativa e administrativa ao senhor feudal, mas nunca tentar in uenciar

decisão do tribunal local

• Direito Canônico

Entre os anos 800 e 814, a Igreja Católica aparece na Europa como instituição burocrática,
ainda que com pouco poder, e coroa Carlos Magno através da sagração, instituindo-o como
Imperador do Sacro Império Romano Germânico, inicialmente sendo algo novo. A partir do
ano 1000, a Igreja torna-se ator político relevante, e começa a conceber títulos aos senhores
feudais, os chamados SENHORES FEUDAIS ECLESIÁTICOS. A Igreja se posicionava
contra o comércio, condenando o lucro e a rmando que seria "limpo" e válido apenas o
dinheiro advindo da agricultura. Inicia-se um con ito entre SENHORES FEUDAIS CIVIS
(majoritários) e SENHORES FEUDAIS ECLESIÁTICOS (estão em busca de aliados):

A igreja se alia politicamente aos mercadores pés-sujos, a rmando que as relações comerciais
regidas pelo direito canônico estavam puri cada e não seriam condenadas. Os mercadores pés
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sujos ganham, então, segurança jurídica através de um DIREITO PRÓPRIO extraterritorial,


válido para todas as comunas (uma espécie de direito comercial); o direito passa e ser
ESCRITO; e passam a existir CORTES ESPECIAIS de direito comercial nos tribunais
eclesiásticos

Entre 1000 e 1400, a Igreja começa a acumular recursos vindos do comércio, responsáveis por
sustentar as construções e o dia a dia católicos. A Igreja detém, também, o monopólio das
Universidades, tendo sido criada a primeira universidade no papado de Gregório VII

As CRUZADAS (1085-1291) tinham como justi cativa a difusão da fé cristã (levar a palavra de
Cristo para o oriente). Consequentemente, criam-se rotas de comércio, nas quais os jovens
cavaleiros sem terras assaltavam caravanas de comerciantes

O direito canônico in uencia também a ÁREA CIVIL e a ÁREA PENAL


> Usucapião: toda pessoa que tiver trabalhado numa terra por 30 anos não pode ser retirado
del
> Bastardia: todo assunto que envolvesse lhos fora do casamento seria julgado por tribunais
eclesiástico
> Testamentos: parte do patrimônio deveria ser declarado à igreja, forma de não ir para o
infern
> Adultério, heresia, feitiçaria etc.: Igreja julgava os crimes e o Estado aplicava as penas, em sua
maioria, corpóreas
> Igreja quem decidia diferença entre os imputáveis (aqueles sobre os quais a pena poderia
recair) e inimputáveis (mulheres e crianças

• Falar sobre direito canônico é falar sobre a Igreja Católica, a primeira aparição da mesma foi
no ano 800, quando a igreja coloca na cabeça de um poderoso senhor feudal, Carlos Magno, a
coroa do Sacro Império Romano Germânico
• Carlos Magno era um poderoso senhor feudal, ele possuía muitas terras, um grande feudo, e
quatro lhos homens, e ele recebe da Igreja Católica a coroa
• Igreja Católica é diferente de cristianismo. O cristianismo é a fé crista, e ele vai se espalhando
pela Europa, mesmo antes da queda do Império, de forma que toda a Europa se torne
católica
• A Igreja Católica é uma instituição burocrática. Quando a Igreja coloca pela 1 vez a coroa em
Carlos Magno, não era uma instituição propriamente dita, não tinha ainda a legitimidade da
fé do cristianismo. A Igreja Católica quer ter na Europa a capacidade de estar em todos em
lugares, se estender por toda a região. Nos ano 800 a Igreja Católica não é quase nada
• O Sacro Império Romano Germânico de Carlos Magno :
1. Não era Sacro pois a igreja não tinha poder nenhum, não representava nada na época ;
2. Não era Império, era somente um feudo grande ;
3. Não era romano pois não tinha nada a ver com Roma
4. Era somente germânico pois Carlos Magno era de fato germânico
• No ano 1000, 200 anos depois da Igreja ter consagrado Carlos Magno como imperador, a
Igreja Católica se torna uma das maiores instituições da época, detém um poder considerável.
E vai crescendo cada vez mais até o protestantismo.
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Europa dos anos 1000 :

• A Igreja Católica está intimamente comprometida com o feudalismo europeu, maior parte
dos feudos europeus professam a fé católica. E a Igreja tem um papel muito forte com a
forma como a riqueza é produzida na Europa, com a agropecuária.
• O paraíso humano é descrito como o lugar onde nunca falta leite, mel e frutas , portanto,
toda produção agropecuária é vista como uma manifestação do poder divino. A igreja, tem
um pé atras enorme com o mercantilismo, tem uma posição radicalmente contraria ao lucro
proveniente do mercantilismo, do comércio, era considerada uma atividade que não era
imagina por Deus, Deus se manifesta na terra que produz, nos animais
• O lucro do mercantilismo era chamado de usura. Para a igreja não era considerado um
trabalho digno, e não pode-se considerar que tinha um marco do divino.
• Igreja passa a distribuir títulos nobiliárquicos, de bispos ou arcebispos, que são dados para
senhores feudais que fazem acordos com a Igreja
• Antes dos anos 1000, o único ator político importante era o senhor feudal ( nobre,
representação da autoridade ). Porém no ano 1000, por conta da in uência política da Igreja
na região, os senhores senhor feudal civil ( maior número ) e senhores feudais eclesiásticos
( menor numero ). Os senhores recebem títulos nobiliárquicos da Igreja e passam a ter uma
posição especial nessa instituição tão importante na época. Logo, a elite política desse mundo
se divide em dois grupos, e quando uma elite política se divide ( deixaram de ser homogêneos
e se diferenciaram ), ocorrem con itos. Por ser minoritária, os senhores feudais eclesiásticos,
estão em uma situação de maior fragilidade política. Então a Igreja Católica vendo essa
situação de con ito vai buscar aliados
• Os mercadores pé-sujo, não pertencem a lugar nenhum, di cilmente tem valores e cultura
próprios, não há um único tribunal que de na os direitos dos comerciantes. Então, a Igreja
Católica pega o direito canônico, antigo direito comercial romano, que a Igreja Católica que
se diz romana vai buscar para regular a atividade mercantil. A Igreja diz que toda atividade
mercantil é de usura, portanto, se essa atividade estiver contida dentro desses direitos, é
considerada uma atividade
• O direito canônico serve para estabelecer uma aliança entre a Igreja Católica e os mercadores
pé-sujo, a Igreja ganha aliados ( apoio político ) e recursos provenientes da atividade
mercantil e os mercadores pé-sujo ganham segurança jurídica, que é representada por três
aspectos : direito próprio para o comércio, processos escritos ( antes todos os processos
processualistas europeus eram marcados pela oralidade ) e corte especiais de direitos
comerciais no âmbito do tribunal eclesiástico
• 1/6 dos tribunais europeus são tribunais eclesiásticos, esses tribunais que resolvem as questões
dos seus feudos, vão receber cortes especiais de direitos comercias
• Há outras duas outras grandes questões relacionadas com a relação entre os mercadores e a
Igreja :
1. São os mercadores que nanciam as universidades, na época as universidades tinham três
cursos : direito, medicina e teologia e quem ia para as universidade eram os mais pobres,
quem precisa ascender socialmente, logo elas são criadas para os lhos dos mercadores. Os
comerciantes ganham a possibilidade de dar uma vida melhor aos seus lhos.
2. Os bandos de saqueadores, que eram os jovens cavaleiros sem terra, antes roubavam os
mercadores, então a Igreja passa a tratar essa questão, resolver-se com esses indivíduos
• Nessa época a Igreja Católica também tem outro tipo de intervenção na comunidade, são as
intervenções com caráter fortemente civilizatórias
1. Rixas de sangue : pessoas entram em lutas corporais que quase sempre terminam na morte,
só não termina em morte caso quem esta comandando essa rixa pare antes de alguém
morrer ; Igreja considerava essa luta um espetáculo de povos bárbaros ; Igreja proibiu aos
domingos e dias santi cados, depois proibiu aos sábados, domingos e dias santi cados,

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depois aos sábados, domingos, dias santi cados e dias de coletiva, e depois proibiu
de nitivamente. Igreja luta bravamente contra as rixas de sangue
2. Cria a diferença entre imputáveis e inimputáveis —> Loucos não podem receber penalidade
do Estado, e as crianças, que eram os indivíduos considerados os menores de 14 anos,
também não pode recebem

• Direito Real
Processos de centralização do poder político

Causas :

1. Grande divisão de terras e direitos (relações de suserania)


• Em 1066 existia um senhor feudal chamado Guilherme, que era o senhor de um feudo gigante
e poderoso, a Normandia (noroeste do território francês, banhado pelo mediterrâneo). O
feudo de Guilherme, era cercado por feudos que orbitavam em torno dele, ou seja, existiam
vários pequenos feudos que já prestavam obediência a Guilherme. Guilherme tinha um
poder muito forte em relação a essa vizinhança. Os senhores feudais das terras ao redor
tinham poder em seu próprio feudo, porém obedeciam a Guilherme. Esse poder e essas
relações foram essenciais para a formação do Estado, para a centralização do poder

2. Con itos no interior das Comunas


• As relações nas primeiras comunas vão se modi cando muito ao longo do tempo
• No inicio as comunas eram muito homogêneas, mas quando o mercantilismo vai se
desenvolvendo, começa a haver no interior das comunas um processo de diferenciação social,
pois as condições econômicas no feudo passam a ser muito diferentes, e quando começam as
corporações de o cio, e as manufaturas começam a se desenvolver, aumenta ainda mais essa
diferença. O que dava muita unidade a comuna era olhar para o senhor feudal e o ter como
inimigo claramente uni cado, e quando começa a ocorrer a diferenciação dentro da comuna,
a questão sobre quem é o inimigo se torna muito mais complicada. Em suma, as comunas
começam a se tornar muito heterogêneas, o que causa con itos. O senhor feudal passa a não
conseguir controlar mais os con itos em seu feudo

Centralização do poder —> Estado

• 1066 – Guilherme da Normandia – Rei da Inglaterra —> Guilherme se aproveita do fato de já


possuir poder sobre os outros feudos, e pelo fato de haver con itos que os senhores não
conseguem resolver e controlar, e ele determina que politicamente irá englobar toda a região.
Vai dizer que é o rei que representa o Estado inglês, mas não o rei que é dono daquela
propriedade privada inteira. Em relação aos senhores feudais, ninguém perde a vida e nem a
propriedade, porém perdem toda a atribuição legislativa que tinham (antes cada feudo tinha
um tribunal) e perdem também as atribuições judiciarias, logo a única coisa que não perdem é
a atribuição administrativa
• Estado – entidade abstrata, autônoma e soberana. Nessa época, não é um Estado nacional, só
existe Estado nacional quando tem uma língua e cultura comum. Estado apenas como poder
politico centralizado
• Rei como representante do Estado (Princípio da Representação Política)
• Criação de títulos nobiliárquicos : Barão (menos importante), Duque (mais importante),
Conde, Visconde —> distribuídos de acordo com a importância que a pessoa tem para a
organização do Estado
• Monarcas Emergentes : primeiros monarcas que aparecem. Guilherme da Normandia foi um
monarca emergente
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• Direito Real : direito, leis encomendadas pelo rei. Pegam o antigo Direito Público Romano e
transformam esse direito em direito real (mudam o nome, mas o conteúdo é o mesmo). Logo,
ocorre um reaparecimento do Direito Público Romano
• Os grandes vitoriosos desse momento histórico são os monarcas emergentes, nesse caso
citado, Guilherme da Normandia. Os mercadores pé-sujo, são os outros atores políticos que
se bene ciam e apoiam a formação do Estado, pois com essa formação ocorre o m das
barreiras alfandegárias (agora ao entrar no Estado encontra apenas uma barreira alfandegaria,
diferentemente do que acontecia antes, que era preciso pagar impostos a cada feudo que eles
entravam). Em terceiro lugar, a Igreja Católica também é bene ciada, pois quando o rei chega
ele elimina todo poder judiciário dos feudos, que passa a ser estatal, mas o monarca negocia
com a Igreja Católica a manutenção dos tribunais eclesiásticos, a Igreja passa a só poder julgar
nos tribunais eclesiásticos, 11 questões
• Fim do con ito entre senhores feudais civis e senhores feudais eclesiásticos —> Quando o
monarca aparece ele “engole” todo mundo e essa briga acaba
• Os senhores feudais civis perderam mais que os eclesiásticos, pois perderam inteiramente o
poder judiciário, enquanto os senhores feudais eclesiásticos continuaram com jurisdição
sobre 11 assuntos.
• O rei precisa de burocracia feudal, vai buscar burocracia nas faculdades de direito
• Aliança política entre monarcas emergentes, Igreja e mercadores pés-sujos —> bene ciados
pela centralização do poder e criação do Estado
• Nova estrutura judiciária:

1. Tribunal Real (segunda instância de jurisdição) : É o tribunal do rei. Pela primeira vez é
criada a segunda instância de jurisdição, que é a possibilidade de recorrer a um tribunal
superior, em relação a determinada decisão tomada na primeira instância. É a segunda e
última instância
2. Tribunais reais : antigos tribunais feudais civis
3. Tribunais eclesiásticos : 11 assuntos da Igreja: processos envolvendo alunos e professores das
universidades, administração de lugares santos e sagrados, adultério, casamento,
testamento, heresia, feitiçaria etc. Não existe segunda jurisdição sobre as decisões dos
tribunais eclesiásticos. Esses 11 assuntos são monopólio da Igreja, e somente ela decide
sobre esses assuntos

• Absolutismo e revolução burguesa na Inglaterra


Introdução

• No século 14 os primeiros monarcas aparecerem


• Inglaterra faz algo e a França faz a mesma coisa depois
• Primeira vez que aparece o poder político centralizado é a Inglaterra ( 1066 ). Na franca 100
anos depois aparece também a centralização do poder político na França
• Com o tempo, o poder político do rei vai crescendo até se tornarem monarcas absolutistas

Crise Inglesa

• No início do século 14 surge na Europa inteira a peste negra, que é uma doença que era
disseminada pela urina dos ratos, principalmente por um rato que vivia nas embarcações.
Aparece no Oriente e os ratos entram nos navios, e ao chegarem na Europa, os ratos saem do
navio e qualquer coisa que tem contato com a urina desses ratos passa a estar contaminada.
1/4 da população europeia morre da peste. A peste vem em ondas, surtos, ela atravessa todo
século 14 e chega ao século 15, a Europa demora cerca de 100 anos para descobrir como lidar
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com a peste. A primeira consequência da peste é uma questão humanitária, porém em relação
ao âmbito econômico a perda da mão de obra leva a um impacto brutal, fazendo a produção
despencar, levando a in ação ( preços altos nos produtos que cam, que são poucos devido a
baixa produção ), é um dos períodos em que as pessoas mais passam fome. Tem as mortes da
doença, das pessoas que desistem daquela situação e das pessoas que passam fome. Isso leva a
:
1 lei : Lei que obriga o trabalho dos maiores de 12 anos ( crianças )
Observação : Revolução camponesa inglesa ( 1388 ) : Um dos primeiros movimentos
revolucionários da história, foi uma revolução extremamente violenta. 100 mil camponeses
vão para Londres e matam 3 guras importantes para o rei —> lorde tesoureiro do rei, lorde
chanceler e o presidente do tribunal do rei. Mostra o desespero das pessoas, que em suas
regiões originais estão completamente abandonadas a sua própria sorte pois seu senhor
sumiu, a mansão feudal pereceu. Isso fez com que fosse promulgada a 2 lei
2 lei : Lei que impede migração de quem tenha vivido mais de 10 anos em um lugar —> na
prática, isso paralisa qualquer tipo de movimentação pois não tem ninguém que tenha cado
menos de 10 anos em um lugar devido a situação que se passava na época ( pessoas presas a
terras, relação de vassalagem ). Na prática ninguém pode sair do lugar que nasceu

Dinastia Tudor

• Em 1491 um novo rei assume a coroa inglesa, Henrique VIII (1491-1547) da dinastia Tudor,
assume uma Inglaterra em uma crise econômica brutal.
• Henrique VIII era contemporâneo de Lutero (1483-1546), e Lutero nessa época formula um
discurso fortemente contrário e crítico a Igreja Católica, faz o movimento protestante, contra
o estilo de vida que a Igreja Católica assumiu na Europa, ele quer reformar a Igreja Católica
• Henrique VIII era baixo, feio, gordo mas era o rei, teve muitas mulheres. Sua primeira
mulher foi uma princesa espanhola, muito católica, Catarina de Aragão, que tem um lho
com ele que morre na adolescência e ela nunca mais engravidou, durante seu casamento se
apaixona por Ana Bolena
• Henrique VIII solicita que a Igreja faça o seu divórcio (Catarina de Aragão) para que se
casasse com sua amante, Ana Bolena
• Como o Papa se recusa, o rei determina a expulsão da Igreja Católica do território inglês, que
detinha 1/6 das terras do país, cria a Igreja Anglicana, de matriz protestante e declara-se seu
chefe supremo
• Quando isso acontece ele manda Catarina de Aragão para um convento ( onde ela irá morrer )
e se casa com Ana Bolena , que da para Henrique VIII duas lhas mas nenhum menino ( o
menino nascer morto ). Então ele a acusa de traição e manda matar Ana Bolena e tem mais 4
mulheres
• Henrique VIII distribui as terras da Igreja entre representantes das camadas médias, que são
os integrantes do poder Judiciário inglês, e eles eram os lhos dos mercadores que haviam
feito direito e estavam ocupando cargos jurídicos. Porém, as terras não vão acompanhadas de
títulos nobiliárquicos, o que impede seus proprietários de estabelecer contratos vassálicos.
Surge, assim, a mão-de-obra assalariada no campo e, nalmente, a crise econômica tem m na
Inglaterra, depois de muitos anos. Logo, Henrique VIII cria pela primeira vez na história
europeia a mão de obra assalariada no campo, então ele enche a economia de dinheiro,
aumentando o consumo, aumentando a produção
• Elizabeth I, lha de Ana Bolena, que é chamada por um tempo de bastarda por ter nascido
antes do casamento, com 17 anos sucede o pai, ela governa por muitos anos, mas nunca se
casou e portanto, não deixa herdeiros. Henrique VIII e Elizabeth I foram topo do
absolutismo monárquico da Inglaterra

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Dinastia Stuart

• Com a morte de Elizabeth I, a Coroa Inglesa sai das mãos da dinastia Tudor e vai para a
dinastia Stuart ( primos de Henrique VIII ) , da Escócia
• A desgraça do absolutismo inglês começa com Carlos I, que governa de 1625 – 1649. Durante
o seu governo, o Parlamento inglês aprova, em 1628, a Petição de Direitos
- Determina que o rei só pode criar impostos com a prévia autorização do Parlamento
- Determina que o rei só pode declarar lei marcial (um modelo de estado de sítio) se a
Inglaterra estiver em guerra com país estrangeiro
• Então, Carlos I viola a Petição de Direitos e o Parlamento determina sua decapitação
(Revolução Puritana de 1649). Entre 1649 e 1660 o parlamento governa a Inglaterra
• Assume então, Carlos II que governa de 1660 a 1685. Durante o seu governo, o Parlamento
inglês aprova o Bill of the Test ( segundo documento que limita o poder absoluto do rei )
- Ato de repúdio ao catolicismo
- Criação do Habeas Corpus (pessoas só podem ser presas em agrante delito ou por
determinação judicial)
• Depois de Carlos II ( morre de causas naturais ), Jaime II assume o governo e governa de
1685 a 1689. Em 1689, o rei inglês viola o Bill of the Test e convida a Igreja Católica a retornar
para a Inglaterra. Então, pela segunda vez, o Parlamento inglês determina a decapitação do
rei (Revolução Gloriosa de 1649)
• Parlamento aprova o Bill of Rights, primeira Declaração de Direitos da história
- Só o Parlamento pode criar novos impostos
- Direitos civis assegurados para todos (direito à vida, à integridade física, liberdade religiosa)
- Eleições regulares (voto censitário: cidadãos que têm renda – ativos – têm o direito de votar,
enquanto que os cidadãos sem renda – passivos – não votam)

• Absolutismo e Revolução Burguesa na França


Absolutismo

• Francisco I (1515-1547) – Um dos primeiros monarcas a representar o absolutismo na França, é


o contemporâneo de Henrique VIII, ainda não se pode falar num absolutismo consolidado
que nem era com Henrique VIII, ele promulga decreto ( direito em auxilio da política ) que
determina que o rei preste conta de seus atos apenas a Deus —> típico decreto inútil do
ponto de vista jurisdicional. Absolutismo não consolidado
• Luís XIII (1610-1643) – Merece ser citado no contexto do absolutismo. Em meados do século
XVII na Inglaterra os inglês estão querendo evitar que a Igreja Católica volte para seu
território pois no resto do planeta a Igreja Católica apoia o absolutismo monárquico. O
primeiro ministro de Luis XIII é o Cardeal de Richelieu ( cargo mais alto da Igreja Católica ),
o que mostra a grande união da Igreja Católica e do absolutismo
• Luís XIV (1643-1715) – Rei sol, é o Henrique VIII da Inglaterra, é aquele monarca absolutista
que muda a con guração da Franca completamente. Implementa mudanças signi cativas na
França. Diferentemente de Henrique VIII que trouxe mudanças que representaram
crescimento econômico para a Inglaterra ( e possibilitou que a Inglaterra se tornasse a maior
potência do mundo ), Luís XVI é responsável pela crise econômica brutal que vai estourar na
França, ele afunda a Franca no ponto de vista econômico, uma das maiores crises econômicas
da história é quando ele morre e entrega o governo. Muitas guerras declaradas e perdidas
( dé cit econômico ), construção do Palácio de Versalhes, grandes intervenções urbanas em
Paris. Forte crescimento do dé cit público. Rei-sol, autor da frase “O Estado sou eu”.
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• Luís XVI (1774-1792) : Em 1792 ele perde seu pescoço na guilhotina. Durante o seu reinado,
o Parlamento francês tem três representações: primeiro estado (clero); segundo estado
(nobreza); terceiro estado (povo) —> Clero e nobreza são historicamente aliados e continuam
aliados, já o terceiro estado é representado por todos aqueles que não estão no clero nem na
nobreza ( camponês, burguês que vive na cidade, trabalhador urbano, pessoa com recursos,
lúpem ), mas como não é possível unir todo mundo, o terceiro estado é dividido em dois
grupos : girondinos, que são a elite do terceiro estado e os jacobinos, que são aqueles que
estão representando as camadas populares do terceiro estado

Revolução Francesa

• 1ª Fase (1789 – 1792) Junho de 1789 – Nessa época, a França estava um caos economicamente,
e a nobreza e o clero continuavam a viver sua mesma vida boa, e por isso girondinos e
jacobinos se declaram uma Assembleia Nacional Constituinte —> os representantes do
terceiro estado declaram-se em Assembleia Nacional Constituinte
- Agosto de 1789 – Aprovada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (DDHC)
( segunda declaração de direitos do mundo a primeira é a inglesa, que não ecoa no mundo ) e
um decreto põe m aos privilégios feudais ( m do feudalismo na França ). O rei consegue
manobrar no interior da ANC e une clero, nobreza e parte do terceiro estado (girondinos,
liderados por Mirabeau), isolando os jacobinos no terceiro estado. O clero, nobreza e
girondinos reunidos aprovam a Monarquia constitucional
- Constituição de 1791 – Primeira constituição francesa. Principais Características :
Instauração de uma monarquia constitucional, nos mesmos moldes da monarquia inglesa;
separação de poderes; direitos civis ( permite liberdade religiosa, liberdade de ir e vir,
liberdade de pensamento, sigilo de correspondência assegurado, …); voto censitário
- Julho de 1792 – Manifesto de Brunswick (duque de Brunswick, um dos melhores amigos do
rei), que diz ser impossível respeitar a Constituição de 1791, prega o retorno do antigo
regime, tempo do absolutismo monárquico para tirar a França do buraco em que ela se
encontrava, exige o respeito ao poder do rei. Depois desse manifesto, o terceiro estado
( girondios e jacobinos ) se volta contra o rei, invade o palácio e prende a família real, muitos
nobres e membros da Igreja
• 2ª Fase (1792 – 1794)
- ANC convocada com base no sufrágio universal.
- Vitória dos jacobinos.
- Período do terror ( alto número de decapitações )
- Constituição de 1793 – República, Poder Executivo supremo, Judiciário autorizado a adotar
ritos sumários, sufrágio universal, igualdade jurídica entre homens e mulheres, direitos
trabalhistas
- 1794 – decapitação de Robespierre (líder dos jacobinos)
• 3ª Fase (1794 - não há consenso na data de m da revolução )
- ANC eleita por voto censitário.
- Constituição de 1795 – república “moderada”, voto censitário, ampla liberdade de comércio e
bancos, eleições regulares, m da igualdade entre homens e mulheres e dos direitos
trabalhistas ( da Constituição de 1793 ). Crise econômica permanece
• 1799 – Golpe de Napoleão Bonaparte.
- Período das codi cações (1804 a 1810) – vários códigos : civil ( mais importante Código Civil
do Ocidente ), instrução civil, penal, de instrução penal, tributário, esse conjunto de códigos
vão viabilizar o processo de industrialização e garantir a instauração de uma sociedade
capitalista ao longo do século XIX
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• CONFERÊNCIAS DE MICHEL FOUCAULT

Foucault a rmava que o direito penal, desde o início da história até o período das
revoluções burguesas, sempre fora o mesmo, caracterizado pela ideia de "vingança do
soberano", isto é, vingança de quem detinha o poder.
Ele estabelece uma diferença entre sociedades TRADICIONALMENTE PENAIS -
aquelas onde o direito penal é uma "retribuição ao mal que alguém causou na sociedade,
onde o poder repressivo é negativo e incide exaustivamente sobre o corpo - e
SOCIEDADES DISCIPLINADAS - onde o poder é positivo (ou produtivo), posto que
buscar consertar e remodelar o indivíduo penalizado-

A ORIGEM das sociedades disciplinadas pode ser explicada através de alguns fatores:
> Explosão demográ ca, graças ao aumento da expectativa de vida
> Mudanças na materialidade da riqueza (riqueza passa a ser a posse monetária e não mais de
terras)
> Estabelecimento de um Estado de Direito (no ocidente, a impossibilidade do soberano
arbitrário fazia com que os operários, por exemplo, não pudessem sofrer repressão da mesma
forma que o senhor feudal impunha aos seus camponeses

As CARACTERÍSTICAS DAS INSTITUIÇÕES das sociedades disciplinares são:


> Espaço físico pan óptico ( em "U")
> Controle do tempo
> Processo de vigilância
> Produção de saberes - ciências humanas- possibilitando a ascensão do indivídu

Faz-se surgir nas SOCIEDADES DISCIPLINADAS ciências e espaços destinados a


indivíduos que, até então, tinham sua existência e particularidades ignoradas:
> 1828 há a criação das escolas -> surge a PEDAGOGIA (crianças passam a ser, de fato, tratadas
como crianças
> 1833 -> loucos, antes tratados à margem da sociedade, passam a receber tratamentos especiais
e encaixam-se na categoria dos doentes mentais. São colocados em "asilos" - futuros hospitais
psiquiátricos - fazendo surgir a psicologia/psiquiatria
> 1840 cria-se na Inglaterra a primeira INSTITUIÇÃO QUE TRATARÁ CRIMINOSOS (os
que violam as normas) -> 1a penitenciaria. Essa é a primeira pena privativa de liberdade, e não
corpórea, que tem como fundamento a ressocialização do indivíduo.
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