Você está na página 1de 11

FILOSOFIA

OS SOFISTAS
Prof. Joelma de Oliveira
PANO DE FUNDO: GUERRAS MÉDICAS OU
GREGO-PERSAS

• Durante o Período Arcaico - que antecedeu o Período Clássico -, houve um crescimento


populacional entre os gregos, e as terras agrícolas do seu território não eram suficientes para
subsistência de sua população.
• Assim, os gregos expandiram-se e conquistaram novas regiões, em um processo de colonização
que teve como prática a fundação de colônias ao longo do Mar Mediterrâneo e do Mar Negro.
• Esse processo de expansão fomentou o comércio marítimo entre as colônias e por todo o
Mediterrâneo.
• É neste cenário de conquista de novas terras que irão ocorrer as Guerras Médicas, também
conhecidas por Guerras Greco-Persas, ocorridas durante o período Clássico da Grécia Antiga,
especialmente entre os anos de 490 e 479 a.C, entre gregos e persas. O conflito entre os dois
grupos ocorreu em torno do poder e do controle do comércio marítimo.
• A vitória de Atenas sobre os persas, entre outras coisas, marca a consolidação da democracia na
cidade.

Filmes sobre as Guerras Médicas ou Greco-Persas:


DICA: "300“ ->
https://megafilmeshd20.pro/assistir-filmes/300.html/
"300: A Ascensão do Império" ->
https://megafilmeshd20.pro/assistir-filmes/300-a-ascensao-do-imperio.html/
"Os 300 de Esparta" ->
https://filmesonlines.org/assistir-os-300-de-esparta-online-gratis
"O Gigante de Martona" ->
https://www.youtube.com/watch?v=wUxHcWEoX_A
SOFISTAS E A “VIRADA DE CHAVE”
• Dentre os fundamentos da democracia, a educação ganha particular destaque, por ser o meio pelo qual o
cidadão se torna capaz de participar da vida pública. É importante lembrar que o destino da sociedade Grega
era decidido em praça pública, por meio de debates. Assim, ser um bom orador, saber argumentar, era crucial.
• Os sofistas (literalmente, "sábios") encarregavam-se da educação, ensinando seus discípulos a falar - não
importava o quê, mas bem e de modo convincente - e que os remunerassem pelo ensino. Não havia
preocupação com o que uma argumentação pode ter de justou ou injusto, moral ou imoral, pois
compartilhavam com os atenienses a experiência da democracia, em que o mundo é criação do homem.
• Consideravam não existir um princípio que a tudo comande, mas apenas convenções que os homens
estabelecem para depois abandonar. Os valores e as verdade seriam para eles instáveis e relativos. A própria
linguagem, fruto de convenção, não teria poderes, portanto, de expressar a verdade, a não ser aquela relativa
de cada um (relativização da verdade).
• Ora, essas ideias trazem abalo aos filósofos que passam a ver os sofistas como inimigos e não os
consideram seus pares. Não demorou muito para a palavra "sofista" ganhar conotações e sentidos
pejorativos, tais quais de "demagogo", e "sofisma" de "argumento falso".
• Odiados, os sofistas procuraram acumular conhecimentos e técnicas sobre as mais diversas
atividades humanas, especialmente na linguagem, por considerar que na democracia, na qual as
diferenças sociais e econômicas não contam, a linguagem é a única força que têm os homens,
necessário, portanto, conhecê-la ao máximo, da gramática às figuras.
• É nesse cenário que a filosofia passa a se afastar das investigações dos pré-socráticos sobre a
origem da natureza e do universo, para ocupar-se mais e mais das questões humanas.
SOFISTAS - ATORES IMPORTANTES:

• Protágoras (c. 485-410 a.C.), considerado o primeiro sofista, sua frase célebre é “O homem é a
medida de todas as coisas, das que são enquanto são, e das que não são enquanto não são", que
significa, em outras palavras, que o mundo é aquilo que o homem faz e desfaz por intermédio
dos sentidos. E, caso haja um princípio único, o ser humano não pode conhecê-lo.

Esse pensamento, vai abrir caminho para a


formulação de ideias não só sobre o
conhecimento como também sobre a política e
a moral.
• O pensamento de Protágoras se resume na seguinte equação: Se a medida de todas as coisas é o
homem, seu conhecimento está limitado pelos sentidos, que mudam de um para outro (o que é
doce para alguns, por exemplo, pode ser amargo para os demais). Assim, se existe algum acordo
entre os homens, não resulta do conhecimento de uma suposta verdade absoluta, mas de simples
convenção.
• Igualmente, os modos de organização social e política não derivam de um único princípio de
justiça e sim das convenções criadas pelos homens de acordo com as circunstâncias e as
conveniências. No âmbito da moral dá-se o mesmo. Bem e mal são simplesmente valores que o
ser humano convencionou chamar por esses nomes.
OLHA O GANCHO!!

Essas ideias embrionárias, vão abrir caminho para a ideia de Contrato Social,
tecida por Hobbes, Locke e Rousseau, entre os séculos XVI e XVIII, para os
quais em nome de apaziguar os conflitos privados, movidos, por vezes, pela
ganância e egoísmo, os homens convencionariam, livremente, em se constituir
numa sociedade politicamente organizada, regida por leis e normas igualmente
convencionadas entre os homens, por meio de representantes.
SOFISTAS - ATORES IMPORTANTES:

• Hípias (século V a.C) - A maior parte do que se sabe sobre a vida e o pensamento
de Hípias é graças a Platão que, em seus Diálogos, coloca-o como um interlocutor
de Sócrates.
• Teria sido o primeiro filósofo a desenvolver a ideia de uma lei natural, universal e
em que todos os homens participam. Afirmava a existência de uma lei natural e
outra positiva, imposta pelo homem. A natural seria eternamente válida e universal,
a dos homens não, pois não passariam de leis puramente arbitrárias. Assim, de
acordo com a lei da natureza ou lei natural, não se poderia criar leis (positiva) que
dividissem os cidadãos de uma cidade dos cidadãos de outra. Ideal cosmopolita e
igualitário.
• Ensinou a arte da memória (mnemotécnica).
SOFISTAS - ATORES IMPORTANTES:

• Górgias (c. 487-380 a.C) - chamado de “o pai da sofística” por


suas contribuições à retórica, que originalmente era voltada para a
persuasão, porém, passa a ser associada à arte de falar com
competência e efetividade.
• Para Górgias, não importa quem está “com a razão” ou “ao lado da
verdade”, mas sim quem domina a retórica. Este sim terá razão,
pois a “verdade” não existe.
• Trouxe profunda crítica à escola Eleática, especialmente a
Parmênides (teoria na qual o ser é imutável e única realidade)
combatendo a doutrina de que há um vínculo necessário entre o ser
e o pensar.
• Para Górgias não há o ser, muito menos uma essência que se perceba através do pensamento, portanto,
não existiria um vínculo entre ser e pensar, pois não há verdade racional sobre o inexistente, sobre o que
é incognoscível e sobre o que é inexprimível, muito menos uma verdade imutável.

• Três teses fundamentais de Górgias:


• 1) O ser não existe: qualquer posição a respeito do ser é contraditória e, portanto, ilusória;
• 2) O ser é incognoscível: o ser humano é capaz de formular pensamento sobre o que não existe, como
uma baleia voadora. Se a referência do pensamento é sempre o ser, todos os seus conteúdos deveriam
corresponder a coisas existentes, o que não se verifica. Portanto, o pensamento não é garantia de verdade
ou realidade.
• 3) O ser é inexprimível: Górgias não aceita que a palavra tenha por si só o poder de significar ou mostrar
o que é a realidade, pois aquele que diz algo não é capaz de transmitir uma experiência ou a realidade de
algo que não foi experimentado pelo seu interlocutor. Exemplo da palavra "vermelho" e do cego.

Você também pode gostar