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Departamento de Psicologia
Licenciatura em Psicologia
Psicologia da Aprendizagem
Discentes:
26 de outubro de 2023
Índice
1. Introdução.............................................................................................................. 2
2. Teoria das Inteligências Múltiplas .......................................................................... 2
3. A influência da música na aprendizagem sob a Teoria das Inteligências Múltiplas .. 4
3.1. Inteligência visual-espacial ............................................................................. 6
3.2. Inteligência linguística-verbal ......................................................................... 7
3.3. Inteligência lógico-matemática........................................................................ 8
3.4. Inteligência musical ........................................................................................ 9
3.5. Inteligência interpessoal ................................................................................ 10
3.6. Inteligência intrapessoal ................................................................................ 11
3.7. Inteligência corporal-cinestésica ................................................................... 12
3.8. Inteligência naturalista .................................................................................. 13
4. Reflexão final ...................................................................................................... 13
5. Conclusão ............................................................................................................ 14
6. Referências Bibliográficas ................................................................................... 16
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1. Introdução
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podia ser medida previamente, mantendo-se inalterável independentemente do contexto
em que este se inseria (Martins & Pinheiro, 2011).
A inteligência, tradicionalmente, é definida como a capacidade que o ser humano tem
de
responder a itens em testes de inteligência. A inferência, a partir dos resultados de
testes, de alguma capacidade subjacente é apoiada por técnicas estatísticas que
comparam respostas de sujeitos em diferentes idades, a aparente correlação desses
resultados de testes através das idades e através de diferentes testes corrobora a noção
de que a faculdade geral da inteligência, g, não muda muito com a idade ou com
treinamento ou experiência. (Gardner, 1993)
No entanto, como forma de desafiar este conceito tradicional de inteligência, uma vez
que defendia que a inteligência deve ser estimulada e não medida, e de mostrar o seu
descontentamento com os testes de QI inventados, Howard Gardner implementou a
Teoria das Inteligências Múltiplas, em 1983 (Shearer, 2004). Esta teoria foi pela primeira
vez apresentada no seu livro “Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences”,
sendo aperfeiçoada continuamente nas suas obras posteriores, como, por exemplo,
“Multiple Intelligences: The Theory in Practice”, em 1993 (Lynn Melby Gordon, 2018).
Howard Gardner, autor americano e psicólogo cognitivo, nasceu em 1943 nos Estados
Unidos da América, tendo atualmente 80 anos. Fez a sua formação na Universidade de
Harvard, onde se licenciou em Relações Sociais e, mais tarde, se doutorou em Psicologia
do Desenvolvimento, acabando por exercer o cargo de Professor de Cognição e Educação
na Harvard Graduate School, em 1998. Sempre se interessou muito pela leitura e tem
como paixão a música que contribuiu para a sua conceção multidimensional da
capacidade humana cognitiva (Lynn Melby Gordon, 2018). Desta forma, o seu modelo
cognitivo baseou-se na ideia de que o ser humano é multidimensional, sendo necessário
o desenvolvimento tanto de capacidades cognitivas, como de capacidades físicas,
espirituais e artísticas (Arnold & Fonseca, 2004).
Além disso, este autor conceptualizou a inteligência como um potencial biológico e
psicológico para processar informações que pode ser ativado num contexto cultural com
o intuito de resolver problemas ou criar produtos que têm valor nessa cultura (Hernandéz-
Torrano et al., 2014). Vários critérios tinham de ser cumpridos para ser considerada uma
inteligência, por exemplo, encontrar-se em todas as culturas e ao longo do tempo, estar
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apoiada pela investigação cognitiva e pela biologia evolutiva, ser uma função
identificável e separada do cérebro, bem como ter uma predisposição biopsicológica
(Kezar, 2001). Ao contrário do que Binet considerava, a cultura para este autor
desempenha um papel crucial no desenvolvimento das inteligências: mesmo que
determinado tipo de inteligência esteja muito desenvolvido em pessoas de uma certa
cultura, esse mesmo tipo de inteligência pode ter um atraso nos indivíduos de outra cultura
(Brualdi Timminis, 2019).
Assim, propôs e identificou sete tipos de inteligência, inerentes a todos os seres
humanos: visual-espacial, linguística-verbal, lógico-matemática, musical, interpessoal,
intrapessoal e corporal-cinestésica (Gardner, 1993). Porém, em 1996, adicionou um novo
tipo de inteligência, a inteligência naturalista. Ainda assim, foi proposta a possibilidade
de haver ainda uma inteligência espiritual relacionada com a compreensão de ideias
espirituais e religiosas e com a capacidade de avaliar questões mais profundas sobre o
sentido da vida e sobre a existência do ser humano, ressaltando a perceção de que esta
teoria de Gardner não é um paradigma fechado e pode sempre vir a sofrer alterações
(Pocinho, 2018; Woolfolk, 2020; Arnold & Fonseca, 2004). É importante referir que não
existe apenas uma inteligência única, mas um conjunto de inteligências independentes e
distintas, que raramente funcionam de modo isolado (Chongde & Tsingan, 2003;
Pocinho, 2018).
No fim de contas, a Teoria das Inteligências Múltiplas veio modificar as crenças sobre
a aprendizagem e o ensino, influenciando várias associações e instituições de ensino
(Kezar, 2001). Esta gerou fortes expectativas entre educadores, professores e psicólogos
em todo o mundo e a sua utilização tem vindo a crescer exponencialmente nos últimos
tempos, sendo a base para a identificação e educação de alunos com altas capacidades
(Hernández-Torrano et al., 2014).
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Esta área contribui, então, para o desenvolvimento psicomotor, sócio afetivo,
cognitivo e linguístico, além de ser um recurso facilitador na aprendizagem (Bréscia,
2003). Deste modo, tem-se verificado ao longo dos anos que esta forma de arte possui
um papel importante na educação das crianças. O processo de musicalização serve como
estimulador de conhecimento nas diversas áreas, uma vez que atende os diferentes aspetos
do indivíduo a nível físico, mental, social e até mesmo emocional e espiritual. Nesse
sentido, é necessária a sensibilização dos docentes, com o propósito de aproveitarem a
música como recurso didático-pedagógico, favorecendo o bem-estar e o avanço dos
alunos em todas as áreas do conhecimento, trabalhando diretamente com o corpo, a mente
e as emoções infantis (Junior & Fernandes, 2023).
Posto isto, uma vez que a música é promotora da evolução das principais faculdades
do ser humano, acaba por influenciar o intelecto. Por essa razão, o Dr. Minh Dung
Nghiem, médico pediatra, cardiologista e escritor franco-vietnamita, que aprendeu
musicoterapia, publicou o livro “Música, Inteligência e Personalidade – O
comportamento do homem em função da manipulação cerebral”, em 1999. O médico
observou mudanças na postura, nos gestos e no vocabulário dos jovens, por isso tentou
procurar na literatura uma explicação relativamente aos efeitos da música no cérebro,
tendo apenas encontrado os benefícios da música. Sendo assim, os seus estudos revelam
que o cérebro modifica involuntariamente a forma de ouvir e compreender as mensagens
do mundo exterior, além de alterar a personalidade, principalmente de crianças. Logo, a
música é uma das mais valiosas formas de expressão da humanidade, assim como
um fator determinante na personalidade do indivíduo (Nghiem, 2018).
Como consequência, a área musical vai influenciar os diferentes tipos de
inteligência indicados na teoria das inteligências múltiplas de Gardner. A audição adapta-
se às características da língua materna das pessoas e modela os processos de fonação e
elocução, ou seja, emissão de som. Há também uma relação entre audição e motricidade,
por outras palavras, certos sons são ligados a gestos. O trato corticoespinhal é responsável
pela motricidade voluntária, portanto é através dele que se aprendem atividades como
dançar. Resumindo, através da música, essa região do cérebro é estimulada, ocasionando
um melhor desenvolvimento dessas funções desempenhadas nas diferentes inteligências
(Nghiem, 2018).
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3.1. Inteligência visual-espacial
A inteligência visual-espacial dá-nos a capacidade de manipular e criar imagens
mentais para resolver problemas. Esta inteligência não se limita aos domínios visuais,
uma vez que Gardner observa que a inteligência espacial também se forma nas crianças
cegas (Brualdi Timmins, 2019). Os artistas plásticos e os designers de interiores
exemplificam o pensamento espacial criativo (Shearer, 2004).
Desta forma, a inteligência visual-espacial encaixa-se nas áreas de expressão artística,
pois é desenvolvido um sentido para cores, linhas, volume e espaço, exprimindo uma
independência, individualidade bem como uma imaginação desenvolvida na expressão
da experiência artística. (Stanojevic, 2014).
A música proporciona o desenvolvimento eficaz desta inteligência, especialmente
num campo de criatividade infantil musical, através da representação da experiência
musical por meio de arte da pintura, durante a qual elementos de obras-primas de ambos
os campos se conectam espontaneamente e inconscientemente (Stanojevic, 2014).
Dado que este tipo de inteligência requer interpretações e representações mentais
através da observação, é possível que numa peça pintada se observe, primeiramente,
contrastes de cor, forma, tamanho e textura, ao nível do plano temático, relacionando com
ritmo e melodia, e depois ao nível do plano tonal (Stanojevic, 2014).
Posto isto, estudos confirmam que também existe uma correlação entre a sinestesia, a
capacidade da estimulação de um sentido despertar a sensação de outro, e a música, dado
que existem dois tipos de remissões: intrínsecas e extrínsecas. As remissões intrínsecas
referem-se às relações formais entre estruturas musicais e é onde Nattiez (2004) situa o
"sentido musical", termo que o autor identifica como a sintaxe musical, um sistema de
relações formais entre os constituintes de um evento musical, delineando sua
estruturação. As remissões extrínsecas estão associadas à "semântica musical", na qual
Nattiez (2004) relaciona as vinculações que o compositor (ou o executante ou o ouvinte)
faz entre a música e alguma sensação, emoção, imagem, ideologia ou qualquer outra
referência (Bragança, 2010).
Portanto, mesmo que a semântica musical seja recriada a cada momento (pelo
compositor, intérprete e ouvinte), "... não existe peça ou obra musical que não se ofereça
à percepção sem um cortejo de remissões extrínsecas, de remissões ao mundo. Ignorá-las
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levaria a perder uma das dimensões semiológicas essenciais do facto musical total…"
(Nattiez, 2004).
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3.3. Inteligência lógico-matemática
À luz da teoria de Gardner, a inteligência lógico-matemática consiste na capacidade
de detetar padrões, raciocinar de forma dedutiva e pensar logicamente, estando
frequentemente associada ao pensamento científico e matemático (Brualdi Timmins,
2019).
As pessoas com esta inteligência são normalmente descritas como sendo inteligentes
(por exemplo, matemáticos, filósofos lógicos). Este tipo de inteligência é necessário para
a resolução de problemas complexos em várias etapas e para a matemática mental. A
maioria dos testes de QI avalia a capacidade de raciocínio e de resolução rápida de
problemas, mas não examina aspetos divergentes e reflexivos da inteligência lógico-
matemática, tais como a identificação de problemas novos ou a criação de questões novas
e válidas (Shearer, 2004).
Mesmo que um objetivo da cultura musical seja: através de conteúdos musicais, se
fomente o interesse pela arte musical e se influencie o desenvolvimento estético assim
como na formação do gosto musical; esses conteúdos também incentivam e intensificam
a sua atividade mental (Stanojevic, 2014).
O pensamento lógico, tanto no ensino musical como no matemático, pode ser
desenvolvido ao incentivar os alunos a utilizar várias operações mentais e de pensamento,
mas com conteúdos musicais específicos, pois na música transforma-se números em notas
musicais. Deste modo, a matemática encontra-se bastante presente em conceitos da
música como nos ritmos musicais, por exemplo, o tempo e as suas divisões. As
frequências, sons e timbres também possuem raízes matemáticas, bem como os
compassos, que são tempos que se repetem (Matemática e Música, 2019).
A sequência musical, tal como: Dó; Ré; Mi; Fá; Sol; Lá; Si e Dó, foi chamada de
gama pitagórica, em respeito a Pitágoras, filósofo e matemático. Dependendo da vibração
de uma corda de violão, por exemplo, essas notas podem ser representadas por meio de
uma fração. Por exemplo, Dó: 1/2; Ré: 8/9; Mi: 6/81; Fá: 3/4; Sol: 2/3; Lá: 16/27; Si:
128/243 e Dó: 1/2. Para além disso, nas teorias de Pitágoras utilizam-se números de dois
a três. Isso porque, segundo estas, através desses números poderia ser criado qualquer
outro número, logo, esses números não só faziam parte da matemática, como também da
música (Matemática e Música, 2019).
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Na prática, quando se vê uma pauta musical, a realização de cálculos matemáticos
face às notas que nos são apresentadas torna-se imprescindível para que a sua leitura seja
precisa. Caso contrário, não se corresponderá com o timbre, o número de batidas, a
frequência e a melodia correta. Posto isto, uma composição com carácter animado
representará um tempo acelerado, bastante dinâmica, uma melodia agitada e divertida
bem como uma linha rítmica mais rica, ao passo que as composições com carácter
depressivas serão reproduzidas com um tempo mais delicado, calmo, com pouca dinâmica
e ritmo monótono (Brualdi Timmins, 2019; Shearer, 2004; Stanojevic, 2014; Matemática
e Música, 2019).
Sendo assim, a inteligência lógico-matemática é também estimulada na área da
música através destes processos lógico-matemáticos praticados ao longo da transposição
da pauta musical.
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Para além da sua influência a níveis emocionais e cognitivos, encontra-se interligada
com técnicas de aprendizagem, na medida em que os indivíduos podem recorrer a
componentes que permitem descobrir e desenvolver padrões de aprendizagem e
educação. Pessoas desta natureza tendem também a procurar padrões no discurso e na
linguagem (o que se encontra associado com a inteligência linguística-verbal) e executam
associações musicais ou formam rimas de modo a tornar o processo de memorização mais
simples (Musical Intelligence: Definition, Experiments & Characteristics, n.d.).
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3.6. Inteligência intrapessoal
Refletir acerca de nós, dar significado ao que sentimos e questionar o que podemos e
queremos ser tem sido cada vez mais visto como uma habilidade, dando a possibilidade
de acesso aos nossos próprios sentimentos (Moran, 2009).
Na sua teoria, Gardner definiu o conceito de “inteligência intrapessoal” como a
capacidade que um indivíduo possui de se compreender e refletir acerca de si próprio – e
a capacidade de usar tal informação para alterar comportamentos e regular respostas a
situações do seu dia-a-dia. A inteligência intrapessoal processa a informação associada à
identidade de um indivíduo e a forma como este se vê a si próprio, podendo desenvolver-
se ao longo do tempo e com influência do meio (Moran, 2009).
Podemos observar este tipo de inteligência de uma forma mais simples ou complexa.
Gardner (1993) considera que, na sua forma mais primitiva, a inteligência intrapessoal
não é nada mais nada menos do que a capacidade de distinguir sensações primárias
básicas (dor e prazer) e, consoante essa identificação, modelar o seu comportamento. Por
outro lado, no seu nível mais avançado, o conhecimento intrapessoal permite que o
indivíduo consiga olhar para si próprio, detetar diferentes estágios de sentimentos e
desenvolver a capacidade de trabalhar em si mesmo.
No decurso da investigação da relação da inteligência com as emoções, Gardner
focou-se em como este tipo de inteligência não só serve como um “guia” em decisões da
vida e execução de comportamentos, mas também como um sistema de regulação interno
(Mowat, 2011).
Vários estudos sugerem que conceitos como a autoestima e a automotivação estão
influenciados pelo impacto da música em diversos aspetos; aprender um instrumento
musical, por exemplo, desperta o potencial do desenvolvimento de competências
emocionais (autoestima, disciplina, perseverança) por parte do indivíduo (Campayo-
Muñoz et al., 2019). Ao vermos o impacto da música de um ponto de vista biológico,
indivíduos que ouvem música (de acordo com o seu gosto pessoal), experienciam uma
subida de autoestima e confiança devido à libertação de neurotransmissores como a
dopamina. A dopamina é um químico que ativa o nosso organismo e faz com que nos
sintamos mais positivos acerca de nós próprios e das nossas capacidades (Dolan, 2019).
Para além disto, a música tem um papel de extrema importância no processamento,
expressão e comunicação de emoções, uma vez que a expressão do self pode ser
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desenvolvida através da composição de melodias, improvisação, ou mesmo interpretação
de letras musicais (Hallam, 2010). Harvey (1974) relata que James Mursell defende a
ideia de que a música tem a responsabilidade de transmitir uma interpretação emocional
que o ouvinte interpreta e sente.
Em várias plataformas sociais, observam-se exemplos de pessoas que, por se
relacionarem com um momento de uma dada música, se sentirem conectados a uma
melodia, ou por esta lhes permitir processar informação, compreendem e organizam de
melhor modo as suas emoções e adquirem uma nova perspetiva, auxiliando como um
mecanismo de cooperação em várias situações. Devido à resposta emocional única e
pessoal que cada indivíduo tem perante uma melodia, letra ou ritmo, a música tem a
capacidade de desenvolver o nosso autoconhecimento (Music and Self-Smart -
Intrapersonal Intelligence, 2014).
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possível aprimorar a coordenação motora, o equilíbrio e a capacidade de expressar
emoções, e consequentemente desenvolver uma melhor inteligência corporal (Stanojevic,
2014).
4. Reflexão final
Após a realização deste trabalho e da consolidação de tópicos dados ao longo da
unidade curricular, notamos que os processos cognitivos e motivacionais, apesar de serem
de extrema complexidade, são influenciados por algo tão “simples” como a música.
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O mundo musical está presente em qualquer parte do mundo e, com este projeto,
percebemos que podemos e devemos usufruir destas ferramentas de modo a desenvolver
a nossa capacidade cognitiva, assim como vários aspetos da inteligência. Como
verificamos na teoria principal abordada, Gardner considera que a inteligência não é
apenas uma coisa, mas sim um conjunto de aspetos que apesar de se distinguirem,
encontram-se interligados e influenciam a nossa maneira de ser e estar.
Ao fazermos uma reflexão conjunta acerca das estratégias que usamos no dia-a-dia
para lidar com certas situações concluímos que utilizamos a música (mesmo de forma
inconsciente), de modo a termos um maior senso de autoestima, em técnicas de
concentração e de gestão de tempo e de nos compreendermos a nós mesmas e ao mundo
à nossa volta.
Em suma, este trabalho contribuiu para o nosso desenvolvimento pessoal e
académico, uma vez que permitiu a descoberta de um novo mundo de aprendizagem.
Além disso, o que retiramos deste é, sobretudo, a ideia de que, tanto a níveis biológicos
como a níveis cognitivos, a música pode ser em si uma estratégia de aprendizagem que
se aplica a uma multitude de áreas da inteligência desde a visual-espacial à naturalista.
5. Conclusão
Ao longo do trabalho, reforçamos o papel da música na Teoria das Inteligências
Múltiplas. Esta teoria, proposta por Howard Gardner, sugere que a inteligência não pode
ser reduzida a uma única capacidade, mas sim compreendida como a presença de várias
inteligências independentes que podem surgir em idade precoce, como a lógico-
matemática e a musical, ou apenas surgir mais tarde, de forma gradual, como por
exemplo, as inteligências pessoais. Garden, afirma especificamente que "todos os seres
humanos possuem certas capacidades essenciais em cada uma das inteligências". Embora
todos os seres humanos participem em cada inteligência até certo ponto, certos indivíduos
têm mais potencial em determinadas inteligências (Kezar, 2001), sendo estas muitas
vezes caracterizadas como dons ou talentos (Morgan, 1992).
Assim, as diferentes inteligências refletem um panorama pluralista das diferenças
individuais de cada um e da forma como cada indivíduo dá sentido às novas informações
que adquire, sendo cada inteligência autónoma, mutável e treinável (Armstrong, 1999).
Ao explorar a teoria das inteligências múltiplas, percebemos como a música tem uma
influência profunda nesta.
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A música, como linguagem universal, oferece um caminho rico e multifacetado para
o crescimento cognitivo e emocional, pelo qual a mente humana pode desenvolver-se
(Sternberg, 2021). Esta abordagem holística mostra que a música não enriquece apenas
as nossas vidas de maneira estética, mas também desempenha um papel crucial no
aprimoramento das nossas capacidades intelectuais e emocionais, proporcionando um
melhor desenvolvimento.
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