Você está na página 1de 33

VUNESP

2024
PRECISO COLOCAR OS DOIS LADOS?
Unesp 2015 – O legado da escravidão e o preconceito contra negros no Brasil
NÃO POSSUI DOIS LADOS - A progressão do texto vai focar no desdobramento dos legados

UNESP 2016 - Publicação de de imagens trágicas: Banalização do sofrimento ou forma de sensibilização?


POSSUI DOIS LADOS CONTRÁRIOS – A progressão do texto tem vários caminhos, mas
é importante apresentar ambos os lados e como eles compõem um conflito, um paradoxo a depender do
contexto analisado.

O MAIS IMPORTANTE É RESPONDER A PERGUNTA, SE POSICIONANDO DE FORMA CLARA.


O recurso mais estratégico é mostrar qual é o aspecto mais importante, ou seja, qual dos lados é mais forte do
que o outro.
Por exemplo, mostrar como, embora haja banalização, a sensibilização causada pela exposição dessas imagens
é essencial numa sociedade tão apegada a imagens.

PORÉM, caso você queira mostrar que há a presença tanto de um quanto de outro aspecto, imperando na
mesma dimensão na sociedade, tome o cuidado de apontar que é uma questão paradoxal, visto que existe um
CONTEXTO ou uma PERSPECTIVA ESPECÍFICAS em que ORA o efeito é de banalização, ORA sensibilização.
CUIDADO COM A CONTRADIÇÃO COM ESSE TIPO DE PROJETO.
PRECISO COLOCAR OS DOIS LADOS?
Unesp 2019 – Compro logo existo?
Note que esse tipo de pergunta é mais sugestiva, mas segue a estrutura do tema anterior. Há
respostas opostas: sim e não. Nesse caso é preciso também responder o questionamento com
tópicos frasais claros para não se perder no projeto de texto.

UNESP 2014 – O voto deveria ser facultativo no Brasil? (sim/não)


Nesse caso, não se recomenda uma tese que defenda as duas teses, mas que se escolha uma e
construa argumentos futuros com base em indícios do presente e do passado.

Exemplo: Sim – O voto facultativo irá contribuir com o extermínio da compra de votos e do voto
alienado.
Mas se é algo futuro… como você pode sustentar? Utilize elementos do presente e do passado
(como a manipulação do eleitor nas redes sociais e o voto por cabresto) para comprovar que a
tendência apontada possui fundamento concreto.

É importante na introdução esclarecer que há uma polêmica na sociedade e que ambas as


teses (sim e não) possuem defensores e argumentos legítimos.
1- CONTEXTUALIZAÇÃO / 2 - PROBLEMATIZAÇÃO / 3 - TESE
1- TÓPICO FRASAL / 2 - REPERTÓRIO / 3 - ARGUMENTO/ 4 - FECHAMENTO
1- TÓPICO FRASAL / 2 - REPERTÓRIO / 3 - ARGUMENTO/ 4 - FECHAMENTO
1- RETOMADA DA TESE / 2 - SÍNTESE DOS ARGUMENTOS/ 3 - FECHAMENTO
ATIVIDADE - UNESP - 2021
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um
texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa,
sobre o tema: Tempo é dinheiro?

Texto 1 Texto 2
Tempo é dinheiro. Lembra-te que tempo é dinheiro. Aquele que
com o seu trabalho pode ganhar dez xelins ao
(Provérbio inglês, já
dia e vagabundeia metade do dia, ou fica
prefigurado numa frase de deitado em seu quarto, não deve, mesmo que
Teofrasto [372 a.C.-287 a.C.], gaste apenas seis pence para se divertir,
filósofo da Grécia Antiga.) contabilizar só essa despesa; na verdade,
Fonte: Paulo Rónai. Dicionário gastou, ou melhor, jogou fora cinco xelins a
mais.
universal de citações, 1985.
Fonte: Benjamin Franklin [1706-1790]. Conselho a
um jovem comerciante, 1748.
http://founders.archives.gov.
Texto 4
Texto 3
Vi quem só andava com o
mesmo chinelo
Com o preço de uma casa no seu
sapateiro
Olhei pro braço dos cria, tá geral
de Rolex
Finalmente pude entender
porque tempo é dinheiro
Fonte: Djonga [1994- ]. “Hoje não”.
Histórias da minha área, 2020.
Texto 5
Texto 6
Inventamos uma montanha de
Uma das coisas mais sinistras da história
consumos supérfluos.
da civilização ocidental é o famoso dito
Compramos e descartamos. Mas
atribuído a Benjamin Franklin “Tempo é
o que estamos gastando é tempo
de vida. Quando eu compro algo, dinheiro”. Isso é uma monstruosidade.
ou você compra algo, não Tempo não é dinheiro. Tempo é o tecido
compramos com dinheiro, da nossa vida. É esse minuto que está
compramos com o tempo de vida passando. Daqui a 10 minutos eu estou
que tivemos de gastar para mais velho, daqui a 20 minutos eu estou
ganhar aquele dinheiro. Com uma mais próximo da morte. Portanto, eu
diferença: a única coisa que não tenho direito a esse tempo, esse tempo
se pode comprar é a vida, a vida pertence a meus afetoFonte: Antonio
se gasta. Candido [1918-2017].
Fonte: José Mujica [1935- ]. Human www.cartamaior.com.br, 08.08.2006.s.
[documentário de Yann
Arthus-Bertrand], 2015.
ATIVIDADE EM GRUPO (MÁXIMO 4 PESSOAS)

Construa duas linhas de raciocínio para responder à questão


“TEMPO É DINHEIRO”

Na primeira você deve responder com SIM.

Na segunda com NÃO.

Se atenha às discussões da coletânea e embase o argumento


em fatos, dados ou fenômenos contemporâneos.

Ao final da atividade, o grupo irá apresentar para a turma o


resultado do trabalho.
PROPOSTA - ITA - 2022

Com base no seu conhecimento e em pelo menos um dos


itens da coletânea, discorra argumentativamente sobre o
seguinte tema: a influência do medo nas ações humanas.
Item 1. “Ao princípio esperança, contrapomos o princípio responsabilidade, e não o
princípio medo. Mas, certamente, o medo pertence à responsabilidade, tanto quanto
a esperança. A esperança é uma condição de toda ação, pois ela supõe ser possível
fazer algo e diz que vale a pena fazê-lo em uma determinada situação. Para o
homem experimentado, e mesmo para o favorecido pela sorte, pode tratar-se de algo
mais do que esperança: da certeza daquele que confia em si mesmo. Mas, por maior
que seja a confiança em si, só se poderia ter a esperança de que os
desdobramentos daquilo que já se obteve será, no fluxo imprevisível das coisas,
aquilo que se desejou. Os homens experientes sabem que um dia podem desejar
não ter agido desta ou daquela forma. O medo de que falo não se refere a esse tipo
de incerteza, ou ele pode estar presente apenas como um efeito secundário. Com
efeito, é uma das condições da ação responsável não se deixar deter por esse tipo
de incerteza, assumindo-se, ao contrário, a responsabilidade pelo desconhecido,
dado o caráter incerto da esperança; isso é o que chamamos de ‘coragem para
assumir a responsabilidade’.
O medo que faz parte da responsabilidade não é aquele que nos aconselha a não
agir, mas aquele que nos convida a agir. Trata-se de um medo que tem a ver com
o objeto da responsabilidade. A responsabilidade é o cuidado reconhecido como
obrigação em relação a um outro ser, que se torna ‘preocupação’ quando há uma
ameaça à sua vulnerabilidade. Mas o medo está presente na questão original,
com a qual podemos imaginar que se inicie qualquer responsabilidade ativa: o
que pode acontecer a ele, se eu não assumir a responsabilidade por ele? Quanto
mais obscura a resposta, maior se delineia a responsabilidade. Quanto mais no
futuro longínquo situa-se aquilo que se teme, quanto mais distante do nosso
bem-estar ou mal-estar, quanto menos familiar for o seu gênero, mais necessitam
ser diligentemente mobilizadas a lucidez da imaginação e a sensibilidade dos
sentidos. Torna-se necessária uma heurística* do medo capaz de investigar, que
não só descubra e represente o novo objeto como tal, mas que tome
conhecimento do interesse moral particular, ao ser interpelado pelo objeto, algo
que jamais teria ocorrido antes.”

Você também pode gostar