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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

NÚCLEO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Edson Romero Bezerra


Jânisson Coelho de Vasconcelos
Wellbya Bruna de Melo Souza

Atividade Webquest – Teoria da escolha Pública – Regulação – Efeito Cobra

POLO OURICURI-PE

2020
Edson Romero Bezerra
Jânisson Coelho de Vasconcelos
Wellbya Bruna de Melo Souza

Atividade Webquest – Teoria da escolha Pública – Regulação – Efeito Cobra

Trabalho apresentado a Universidade de


Pernambuco UPE, Polo Ouricuri, como
Requisito na obtenção do título de
Bacharel em Administração Pública.
Disciplina: Gestão da Regulação
Prof.º: Francisco Carlos Filho

POLO OURICURI-PE

2020
TEMA: TEORIA DA ESCOLHA PÚBLICA – REGULAÇÃO – EFEITO COBRA

As agências reguladoras são autarquias em regime especial que fiscalizam a prestação


de serviços públicos por parte das concessionárias e permissionárias. É que o Governo
Federal criou um plano chamado de Plano Nacional de Desestatização e privatizou diversos
setores onde o Estado atuava diretamente. O afastamento do Estado de atividades como
telefonia exigiu a criação de agências para regular a atuação dos agentes privados no mercado.

Assim (MARINELA, 2017, pg. 185) define: „‟As agências reguladoras são autarquias
em regime especial, instituídas em razão do fim do monopólio estatal e são responsáveis pela
regulamentação, controle e fiscalização de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao
setor privado.‟‟

A regulação de determinados setores econômicos ocorre, pois, em alguns casos (como


a energia elétrica) formam-se uma estrutura de monopólio natural, razão pela qual a produtora
tem a possibilidade de maximizar seus lucros majorando os preços e produzindo abaixo do
socialmente ótimo. Logo, alguns motivos para a regulação de determinados setores
econômicos são: correção de imperfeições de mercado, incentivo à eficiência, garantia da
qualidade adequada do serviço e manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do
monopólio (nos casos de monopólios naturais).

No que concerne às agencias reguladoras de sucesso tem-se a Agência Nacional de


Telecomunicações (Anatel) Agência Nacional do Petróleo (ANP) Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT).
Com relação à diferença entre poder concedente e poder regulador, tem-se que aquele
é exercido pelo titular da obrigação da prestação do serviço público (entes federativos) que
transferem a execução destes às entidades reguladas, mantendo a titularidade. Por outro lado,
o poder regulador é aquele exercido por uma entidade (agência específica, por exemplo) que
tem o papel de verificar o cumprimento das regras estabelecidas no setor respectivo,
garantindo a prestação de serviço adequada.

A respeito das vantagens das agências reguladoras, são prestados serviços que
fornecem maior independência, segurança e estabilidade à sua atuação. Assim, enquanto nas
autarquias ditas “normais”, os gestores exercem cargos de livre nomeação e exoneração, nas
agências reguladoras o cargo dos dirigentes dá-se de forma especial (nomeados pelo
presidente da república com prévia aprovação do Senado Federal).

Com relação às desvantagens do método de tarifação por custo do serviço, tem-se que
se trata de método em que os preços remuneram os custos totais do regulado com o acréscimo
de margem lucrativa para a empresa. Assim, considerando que a regulada possui grande parte
das informações sobre os custos (assimetria informacional), ela poderá alterar valores e
informações para manipular o mercado e conseguir lucros maiores.

Uma economia fechada é um país que não importa nem exporta. Uma economia
fechada se vê como autossuficiente e afirma que não quer negociar internacionalmente. Na
verdade, acredita que não precisa negociar.

Em uma economia completamente fechada, não há importações ou exportações. O


país afirma que produz tudo o que seus cidadãos precisam. Também nos referimos a esse tipo
de economia como isolacionista ou autárquica.

Uma economia fechada é o oposto de uma economia aberta ou de uma economia de


mercado livre. As economias abertas negociam com outras nações; eles importam e exportam
bens e serviços. Por isso, também os chamamos de nações comerciais. Manter uma economia
fechada é mais difícil hoje do que há duzentos anos.

Certas matérias-primas são vitais para a produção de muitos produtos. Por exemplo,
sem petróleo, um país não poderia funcionar hoje. Muitos países como o Japão, precisam
importar quase todas as suas matérias-primas. A ideia por trás da economia fechada é atender
a todas as necessidades dos consumidores com a compra e venda de bens e serviços que são
produzidos internamente. Além de atender às necessidades e desejos de todos os
consumidores da economia, o método também exclui a possibilidade de exportar bens e
serviços. Assim, a economia é considerada completamente autossuficiente.

Portanto no mundo de hoje, a ideia de uma economia fechada tornou-se cada vez
menos prática. Ao mesmo tempo, a maioria dos países procura ativamente desenvolver bens e
serviços que possam ser produzidos a baixo custo e vendidos em outro lugar com um lucro
substancial.
Dentre as várias vertentes do pensamento neoconservador, a teoria da escolha pública
(TEP) tem se destacado nas últimas décadas por sua enorme influência sobre a agenda de
governos e agências internacionais empenhados em promover programas de ajuste
"estrutural" e reforma do Estado. Os teóricos da escolha pública utilizam-se do ferramental
microeconômico neoclássico e da teoria dos jogos para analisar o processo político,
compondo uma abordagem radicalmente individualista e fundada no método positivo. Fiel a
suas raízes filosóficas liberais e utilitaristas, a TEP vai enxergar o processo político e sua
intromissão nas transações mercantis privadas como uma ameaça à liberdade individual e ao
progresso econômico, vendo o mercado como o padrão institucional mais adequado para a
organização das sociedades. O avanço da regulação político-administrativa sobre a economia
e a sociedade que acompanha o nascimento e a consolidação das democracias de massas, é
encarado nesta perspectiva como refratário à liberdade e responsável por toda sorte de
ineficiências na ação dos governos.

Sendo assim a TEP, neste sentido, é da maior relevância a noção de comportamento


maximizador dos agentes individuais. O egoísmo e a busca incessante do lucro, na visão da
economia clássica, constituem a força motriz dos mercados, cujos resultados, num ambiente
de concorrência perfeita, seriam o equilíbrio e a eficiência geral. Fica claro que a teoria da
escolha pública entende que o comportamento dos homens de governo é ditado pelos mesmos
princípios utilitários e não pelo altruísmo ou interesse público.

Portanto, dentro do quadro teórico da escolha pública, na medida em que a política é


igualada à corrupção e ao desperdício, não pode existir alternativa realizável à da burocracia
e seu governo de especialistas. Esta perspectiva legitima a retórica da eficiência como um fim
em si mesma e o ataque sistemático à "irracionalidade" do jogo democrático. É neste sentido
que a ideologia dos mercados autorreguláveis esposada pela escolha pública encontra par não
na defesa das históricas tradições da democracia liberal, mas no racionalismo tecnocrático
presente em velhas e novas teorias reacionárias.

Por ser um tema atual, discute-se muito hoje em dia o papel das agências reguladoras.
Alguns consideram que deve haver uma total independência em relação ao Poder Executivo,
outros consideram que esta independência deve ser amenizada, pois as agências desfrutam de
enorme autonomia e poder normativo. Atualmente, tem-se ouvido muitas críticas no sentido
de que as agências reguladoras dispõem de uma independência bastante ampla em relação ao
Poder Executivo e funcionam mais em benefício dos setores econômicos. Este trabalho tem
como objetivo apresentar uma síntese dos aspectos regentes às agências reguladoras e o
princípio constitucional da livre iniciativa, bem como uma análise crítica do papel destas
agências nas diretrizes econômicas e constitucionais do país. Primeiramente antes de adentrar-
se ao tema específico das agências reguladoras, é preciso contextualizar-se a respeito dos
fundamentos constitucionais e econômicos previstos em nosso ordenamento. O fundamento
da atividade econômica tem como pressupostos a valorização do trabalho e livre iniciativa; no
capitalismo até pareceriam ideias antagônicas, o que hoje se revela ao contrário.

Apesar de a atividade econômica capitalista ser baseada na livre iniciativa deve-se


buscar a justiça social, com a valorização do trabalho. Não se trata só de remuneração, mas
também dignidade à pessoa através do trabalho. Neste sentido, o Estado precisa ter postura
racional de criação de postos de trabalho com capacitação dos cidadãos e educação de
qualidade, principalmente educação básica, e não apenas uma postura filantrópica e
paternalista, além da necessidade de incentivo para os empreendedores. A importância e
atualidade no cenário estatal fizeram com que estes novos entes reguladores fossem dotados
de autonomia reforçada tanto gerencial, normativa, financeira e técnica. A livre concorrência
decorre da manifestação da liberdade de iniciativa de atuação no mercado econômico. A livre
concorrência é a garantia da livre iniciativa, de modo que se não houver livre concorrência,
fatalmente não se terá também a liberdade de iniciativa, pois a inexistência de uma livre
concorrência praticamente impede a liberdade de iniciativa. Neste sentido, a regulação
exercida pelas agências possui papel fundamental no cumprimento das políticas determinadas
pelo Estado, sua função é técnica e de controle sobre os entes regulados.

A intervenção do Estado no domínio econômico se dá pela regulação e pelo direito de


aumentar preços ou concorrência, ou seja, o Estado percebeu que não poderia deixar o
mercado totalmente livre, pois, seus efeitos poderiam ser danosos. A regulação social
intervém na provisão dos bens públicos e na proteção do interesse público, define padrões
para saúde, segurança e meio ambiente e os mecanismos de oferta desses bens. Já a regulação
administrativa diz respeito à intervenção nos procedimentos administrativos e burocráticos, e
aos procedimentos administrativos adotados. A regulação é uma intervenção ativa, que não se
restringe ao controle, mas preocupa-se com a verdadeira criação da utilidade pública através
da regulação. A intervenção do Estado no domínio econômico, por meio da regulação, para
dar concretude à prestação de serviços públicos em atendimento aos ditames da justiça social,
por óbvio se insere neste contexto o cidadão com todas as suas decorrências.
Portanto a liberdade de iniciativa compreende tanto o direito de acesso ao mercado
como início de atividade econômica, como o de cessação da atividade econômica. Os agentes
econômicos devem ser livres para produzir e colocar seus produtos no mercado, ações que
conseguem desenvolver graças ao princípio da livre concorrência, que a todos assegura a
liberdade dos mercados; devem, ainda, ser livres para cessar suas atividades, em obediência
ao princípio econômico do custo de oportunidade. O conceito de regulação, embora seja
muito controvertido, quanto a sua extensão, é único em delimitar como sendo a intervenção
estatal junto a setores privados, seja em conjunto ou isoladamente, para impor normas de
conduta que visem obriga-los a atingir o bem estar da comunidade. A função regulatória é
essencial para a eficiência do processo de desestatização, pois na maioria das vezes trata-se de
processo complexo que são realizados mediante contratos de longo prazo. Neste sentido,
pode-se concluir que as agências reguladoras são necessárias para regular e fiscalizar falhas
de mercado a fim de criar uma estabilidade regulatória no fluxo de investimentos privados.
Ainda, podemos afirmar que o papel do Governo é o de formular as políticas públicas
setoriais e o das agências é de regular e fiscalizar os mercados. Através das agências
reguladoras podem ser ampliados mecanismos de controle social e prestação de contas.
Durante muito tempo o Estado se agigantou e, como consequência, não é mais possível que,
além do cumprimento de sua finalidade, o bem-estar da coletividade, ele também seja
empresário e agente econômico, devendo permanecer apenas como fiscalizador e agente
normativo da atividade econômica. Por fim com os desdobramentos ocorridos a partir do
processo de globalização, com a privatização e desregulação, não há como o Estado
prosseguir sem as agências reguladoras para que atinja o princípio constitucional da livre
iniciativa.

Efeito cobra è basicamente, o conceito de feito cobra fala sobre as consequências não
intencionais. Ou seja, é o que ocorre quando você tenta resolver um problema, mas acaba
apenas o agravando. O caso que originou o conceito aconteceu na Índia: durante o domínio
colonial britânico, havia uma infestação de cobras venenosas em Déli. Buscando uma forma
de solucionar este problema, o governo britânico decidiu criar um programa para incentivar a
população a matar as cobras. Então, de forma relativamente simples, qualquer pessoa da Índia
que matasse uma cobra e levasse para as autoridades recebia uma recompensa em dinheiro.

Outro exemplo é de uma organização que tenha foco na organização de treinamentos


que coloque uma meta de número de cursos lançados. Os profissionais envolvidos nesse
objetivo poderiam aumentar consideravelmente o número de cursos oferecidos. Porém,
indesejavelmente, eles poderiam impactar de forma significativa o número de cursos
cancelados o que, novamente, poderia prejudicar os resultados da empresa.

É muito importante entender que os efeitos controversos não são apenas uma questão
de pessoas agindo de má-fé, é uma falta de alinhamento entre as equipes e a solução para isso
é o balanceamento das metas da empresa. Fique conosco até o final deste artigo e entenda
como você pode fazer esse balanceamento de forma simples.

Portanto, o efeito cobra coloca os gestores em uma posição delicada. Eles precisam,
inicialmente, encontrar formas de impedir que o resultado da empresa seja afetado como
consequência do atingimento de algum outro objetivo. A melhor forma de fazer isso é criar
metas complementares, que lidem com as possíveis consequências do efeito cobra. Por fim,
para evitar o efeito cobra, os profissionais de atendimento buscariam formas de realizar um
atendimento ao cliente mais objetivo e assertivo para que consigam reduzir o tempo médio de
atendimento ao mesmo tempo em que atinjam uma satisfação mínima pré-estabelecida.

Por fim, é de se destacar que não se confunde autarquia sob regime especial com
agências executivas, pois estas são autarquias que cumpriram os requisitos previstos em lei
(Lei 9.649/1998, enquanto aquelas são autarquias que receberam um regime especial de sua
lei instituidora.
Referências

BORGES.ANDRÉ. Democracia vs. eficiência: a teoria da escolha pública. Disponível


em:< https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452001000200008>.
Acesso em 18 Set 2020.

CASTRO.LEILA. A Teoria da escolha Pública. Disponível em:<


https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/4052/1/A%20Teoria%20da%20Escolha%20P%C3%BAbli
ca%20-%20Leila%20Castro.pdf>. Acesso em 18 Set 2020.

JUSBRASIL. Teoria da Regulação e Agência Reguladora. Disponível


em:<https://rafaelucchesi.jusbrasil.com.br/artigos/152015530/teoria-da-regulacao-e-agencia-
reguladora>. Acesso em 18 Set 2020.

MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 11a. Edição. São Paulo: Saraiva, 2017.

PINHEIRO, Ivan Antônio. Gestão da Regulação. – 3. ed. rev. atual. Florianópolis :


Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2016. 94p.

WIKIPÉDIA. Efeito Cobra. Disponível em:< https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_cobra>.


Acesso em 18 Set 2020.

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