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Acta Scientiarum.

Health Sciences
ISSN: 1679-9291
eduem@uem.br
Universidade Estadual de Maringá
Brasil

Sekine Takashiba, Ken; Segatelli, Tânia Mara; Franzói de Moraes, Solange Marta; Marçal Natali,
Maria Raquel
Morfologia testicular de ratos Wistar obesos sedentários e submetidos a treinamento físico
Acta Scientiarum. Health Sciences, vol. 33, núm. 1, 2011, pp. 25-33
Universidade Estadual de Maringá
Maringá, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=307226628007

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DOI: 10.4025/actascihealthsci.v33i1.7698

Morfologia testicular de ratos Wistar obesos sedentários e


submetidos a treinamento físico
Ken Sekine Takashiba1, Tânia Mara Segatelli2, Solange Marta Franzói de Moraes1 e
Maria Raquel Marçal Natali1*
1 2
Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790, 87020-900, Maringá, Paraná, Brasil. Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. *Autor para correspondência. E-mail: mrmnatali@uem.br

RESUMO. O objetivo deste trabalho foi avaliar morfologicamente os efeitos da dieta de cafeteria
e o treinamento físico em esteira sobre o testículo de ratos Wistar. Ratos machos adultos foram
divididos em grupos (sedentário-controle; sedentário-cafeteria; treinado-controle; e treinado-
cafeteria). Para comprovar a instalação da obesidade calculou-se o índice de Lee e o peso dos
tecidos adiposos periepididimal e retroperitoneal. A análise testicular envolveu o peso da gônada e
após processamento histológico e coloração por Hematoxilina-Eosina, os parâmetros de diâmetro
tubular, altura do epitélio seminífero, identificação dos tipos celulares presentes nos túbulos
seminíferos, contagem de células e rendimento geral da espermatogênese. O aumento
significativo do Índice de Lee e do peso dos tecidos adiposos, nos grupos que receberam dieta de
cafeteria, comprovou a instalação da obesidade e indicou ser este um modelo adequado para
induzir obesidade experimental. Não houve efeito da dieta ou do treinamento sobre o peso
testicular, diâmetro tubular e altura do epitélio seminífero não havendo também diferenças na
organização histológica dos testículos e túbulos seminíferos. Após quantificação celular e cálculo
dos índices mitótico e meiótico e da capacidade total de suporte das células de Sertoli, verificamos
efeito positivo do treinamento físico, independente da dieta recebida, sobre o rendimento geral da
espermatogênese.
Palavras-chave: espermatogênese, morfometria, obesidade, túbulos seminíferos.

ABSTRACT. Testicular morphology in obese and sedentary Wistar rats submitted to


physical training. The aim of this study was to morphologically evaluate the effects of the
cafeteria diet and physical training on the testicles of adult Wistar rats. Adult male rats were
divided into groups (sedentary-control, sedentary-cafeteria, trained-control, and trained-
cafeteria) In order to state the obesity condition both the Lee index and the weight of
retroperitoneal and periepididymal adipose tissues were calculated. The testicular analysis
involved the gonad weight and after the histological processing the Hematoxylin-Eosin staining
parameters of tubular diameter, height of seminiferous epithelium, identification of the cellular
sorts in the seminiferous tubules, counting of cells and overall output of spermatogenesis were
done. The significant increase in the Lee index and the adipose tissue weight, in groups which
received the cafeteria diet, stated the obesity condition indicating that this model is adequate to
induce experimental obesity. There was no effect either from diet or training on the testicular
weight, tubular diameter and height of seminiferous epithelium and also no difference in the
histological organization of testicles and semineferous tubules. After cellular quantification and
being calculated both mitotic and meiotic index and total capacity of Sertoli cells, it was verified a
positive effect of the physical training, regardless of diet, on the overall output of
spermatogenesis.
Keywords: spermatogenesis, morphometry, obesity, seminiferous tubules.

Introdução denominado de espermatogênese (RUSSELL et al.,


1990).
O testículo é um órgão complexo constituído
A espermatogênese não é um processo aleatório,
morfofuncionalmente de dois compartimentos: sendo regulada por secreções parácrinas de células
intersticial ou intertubular, contendo células e fibras do adjacentes ao epitélio seminífero e pelo complexo
tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e linfáticos e eixo hipotálamo-hipófise-testículo. Dentre a
células de Leydig (principal fonte de andrógeno) e regulação intrínseca, destacam-se as células de
tubular, contendo túbulos seminíferos, no interior Sertoli, portadoras de dobras complexas em seu
dos quais há a formação do gameta masculino, processo plasmalema e junções de oclusão em suas
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membranas laterais, subdividindo o epitélio razões entre o número de células germinativas e o


seminífero em dois compartimentos: basal, número de células de Sertoli (RUSSELL et al., 1990;
contendo espermatogônias e espermatócitos SEGATELLI et al., 2004; SINHÁ-HIKIM et al.,
primários e adluminal, contendo espermatócitos 1985).
primários tardios, espermatócitos secundários, O estado nutricional afeta a função reprodutora de
espermátides e espermatozóides. mamíferos (WADE; SCHNEIDER, 1992; WADE
Percebe-se, no epitélio seminífero, uma et al., 1996). Embora a função gonadal normal que
organização fixa e bem definida, de tipos celulares. resulta na puberdade seja controlada primariamente
O conjunto completo de estágios, organizados em por gonadotrofinas, foi demonstrada a relação entre
seqüência progressiva do desenvolvimento das quantidade de gordura corporal na fêmea com a
células germinativas em um dado segmento do puberdade e a manutenção da fertilidade nos humanos
túbulo seminífero, é denominado Ciclo do Epitélio (FRISCH; REVELLE, 1970) e em roedores
Seminífero (CES). O padrão cíclico é marcado por (CHEUNG et al., 2001; FOSTER; NAGATANI,
evolução progressiva e sincronizada de células 1999; WADE; SCHNEIDER, 1992). Sharpe e Franks
espermatogênicas individuais e translocação (2002) demonstraram que a nutrição afeta a função
concomitante das mesmas do compartimento basal reprodutora nos adultos tanto em nível das
para o adluminal do túbulo (CLERMONT, 1972; gonadotrofinas como das gônadas, através da ação não
FRANÇA; RUSSELL, 1998; RUSSELL et al., só da leptina, mas também da insulina. Estudos clínicos
1990). relatam que tanto indivíduos adultos obesos como os
No estudo da cinética espermatogênica, a com baixo peso corpóreo apresentam perturbações na
enumeração dos tipos celulares presentes nos função reprodutora, o mesmo tendo sido verificado em
diversos estágios permite acompanhar, em termos roedores.
quantitativos, a evolução de cada tipo ao longo do A exposição a dietas ricas em gorduras por períodos
ciclo. Classicamente, três índices são realizados para prolongados resulta em balanço energético positivo e
avaliar as diferentes fases da espermatogênese: obesidade em modelos experimentais com roedores,
coeficiente de eficiência de mitoses sendo considerado um modelo de obesidade humana.
espermatogoniais, o qual quantifica o grau de perdas Uma dieta com alto teor de gordura e carboidratos
celulares na fase proliferativa; rendimento meiótico, similar à de fast food (dieta de cafeteria) tem implicações
que avalia a eficiência das duas divisões meióticas; e pronunciadas no desenvolvimento de obesidade,
rendimento geral da espermatogênese, que avalia a levando a um ganho de peso e deposição de gordura
eficiência do processo espermatogênico como um corporal. Assim a obesidade induzida por dieta de
todo (GODINHO, 1999). cafeteria reflete um modelo de obesidade animal não
Durante a espermatogênese, as células genético.
germinativas e as células de Sertoli interagem de Yang et al. (2005) induziram obesidade em ratos
maneira complexa. Estudos mostram que o número através de dieta hipercalórica durante seis semanas e
de células de Sertoli por testículo é o principal fator avaliaram o desenvolvimento testicular nestes animais.
de determinação da produção espermática e do Além das taxas de testosterona e estradiol estarem
tamanho desse órgão (ORTH et al., 1988), baseado significativamente menores, a morfologia testicular
no fato de que as células de Sertoli têm capacidade apresentou alterações, sendo que os túbulos
de suporte de células germinativas relativamente seminíferos não se encontravam bem desenvolvidos e
fixas para cada espécie (FRANÇA; RUSSELL, 1998; suas camadas celulares organizadas de forma esparsas e
ORTH et al., 1988). Desta forma, o número de atípicas.
células germinativas (principalmente espermátides) Considerando a relação entre a obesidade e
suportadas por uma única célula de Sertoli é o distúrbios na função reprodutora, o objetivo deste
melhor indicativo da eficiência funcional destas
trabalho foi avaliar parâmetros morfométricos que
(FRANÇA; RUSSELL, 1998). Considerando que a
envolvem a organização testicular e a eficiência da
população de células de Sertoli é estável ao longo dos
espermatogênese de ratos adultos sedentários tornados
estágios do ciclo, elas têm sido utilizadas
obesos pela administração de dieta de cafeteria e
numericamente como ponto de referência para a
submetidos a treinamento físico.
quantificação e correção de contagens de células
germinativas, propiciando a base para estudos de
Material e métodos
alterações no processo espermatogênico
(CLERMONT; MORGENTALER, 1955). Assim, Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética
os índices de células de Sertoli correspondem às em Experimentação Animal da Universidade
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Espermatogênese de ratos obesos treinados 27

Estadual de Maringá (UEM) (protocolo 017/2007). medidas e o cálculo do índice de Lee (Peso
Foram utilizados 28 ratos machos adultos da corporal1/3(g)/Comprimento naso-anal(cm) x 1000).
linhagem Wistar, fornecidos pelo Biotério Central Também foram coletados os dois testículos de cada
da Universidade Estadual de Maringá, distribuídos animal, pesados e fixados em líquido de Bouin e
conforme a dieta recebida e condição ou não de mantidos em álcool 70% por uma semana. Em seguida
sedentarismo em 4 grupos: Sedentário-Controle as amostras foram desidratadas utilizando-se série
(SC), Sedentário-Cafeteria (SCa), Treinado- crescente de álcool, diafanizadas em xilol e, por fim,
Controle (TC) e Treinado-Cafeteria (TCa), sendo incluídas em parafina. Os blocos de parafina foram
mantidos em tratamento com ciclo de iluminação cortados com 6 μm de espessura, semi-seriados e
claro/escuro de 12/12 horas por 4 meses. corados pelo método da hematoxilina-eosina para
Alimentação e treinamento análise morfométrica.
Os animais dos grupos controle (SC e TC) foram Análise morfométrica dos testículos
alimentados com ração Nuvilab® (recomendado pelo Diâmetro tubular e altura do epitélio seminífero
National Research Council e National Institute of
O diâmetro médio dos túbulos seminíferos foi
Health-USA) e água ad libitum. Os animais do grupo
obtido a partir das medidas de 30 secções
cafeteria (SCa e TCa) receberam uma dieta
transversais de túbulos seminíferos/corte,
hiperlipídica, que consistia em pellets comuns da dieta
perfazendo um total de 120 medidas/animal.
padrão e inclusão diária de alimentos como: chips,
Túbulos seminíferos com contorno regular foram
chocolates, marshmallow, geléia de mocotó, salsichas,
utilizados para medir o diâmetro e para medir a
pão francês, bacon, bolachas. Os animais tiveram livre
altura do epitélio germinativo (camada basal até o
acesso aos alimentos, água e refrigerantes. Os
início da luz do túbulo), com ocular micrométrica
percentuais de macronutrientes (proteínas e lipídeos) e
Olympus 10 x, acoplada em objetiva de 10 x. A
fibras, contidos nas dietas, foram fornecidos pelo
altura do epitélio seminífero foi obtida a partir da
Laboratório de Nutrição Animal (LANA) do
média das alturas em 30 secções transversais de
Departamento de Zootecnia (UEM). O consumo da
túbulos seminíferos/corte, perfazendo um total de
dieta em gramas e de calorias foi monitorado
120 medidas/animal. O fator de correção para
diariamente (estimado a partir da pesagem das sobras) e
objetiva de 10 x, utilizada no cálculo final para
o consumo de líquidos e peso corporal monitorados
obtenção das médias foi de 10,26 μm. O método
três vezes/semana e duas vezes/semana,
de medida é demonstrado na Figura 1.
respectivamente.
Após 30 dias da introdução da dieta, os animais,
com a idade de 100 dias, iniciaram o exercício físico, de
intensidade moderada, por um período de 12 semanas,
que consistia de corrida em esteira ergométrica
programável (Inbrasport®), no período das 16:30 às
18:30 horas, precedida por uma semana de adaptação
dos animais à esteira que consistia em sessões de 10
minutos de duração e velocidade variando de 0,3 a 0,6
km h-1. O protocolo de treinamento (DUFLOTH
et al., 1997) consistiu de corridas 5 vezes/semana
(IWAMOTO et al., 1999) com variações de 15 a 60
minutos de treinamento e intensidade variando com
acréscimos na velocidade que variou de 0,3 a 1,4 km
h-1, não ocorrendo alteração da inclinação da esteira.
Figura 1. Fotomicrografia de secção transversal de túbulo
Coleta de órgãos e processamento histológico dos testículos seminífero. D: diâmetro do túbulo seminífero; A: altura do
epitélio seminífero. Rato do grupo Treinado-Controle (TC). HE.
Aos 190 dias de idade os animais foram pesados e Aumento de 400 x.
mortos sob condição de repouso, por dose letal do
anestésico tiopental sódico - Thionembutal® (40 mg Caracterização dos estágios do Ciclo do Epitélio
Seminífero (CES)
kg-1; via intraperitoneal). A seguir foi medido o
comprimento naso-anal e retirados os tecidos adiposos As análises dos estágios do CES foram realizadas
retroperitoneal e periepididimal para pesagem. A de acordo com o método proposto por Leblond e
instalação da obesidade foi comprovada com essas Clermont (1952) e Hess et al. (1990), baseado na
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28 Takashiba et al.

formação e no desenvolvimento do sistema Resultados e discussão


acrossômico das espermátides.
Os resultados referentes ao consumo alimentar,
População celular do estágio VIII do CES consumo calórico, consumo de líquidos e
percentuais de macronutrientes e de fibras das dietas
A contagem dos diversos tipos celulares
presentes no estágio VIII foi obtida de 10 secções são apresentados na Tabela 1.
transversais de túbulos regulares. Os seguintes
Tabela 1. Consumo alimentar (CA g-1) e calórico (CC kcal-1),
tipos celulares foram contados: nucléolos de percentual de macronutrientes (proteínas – PTA e lipídeos - LIP)
células de Sertoli (CS); espermatogônia do tipo A e fibras, consumo de água (Ca mL-1), refrigerante (Cr mL-1) e
(SPG A); espermatócito I em paquíteno (SP I); e consumo total de líquidos (Ct mL-1) nos ratos dos grupos:
sedentário-controle (SC), sedentário-cafeteria (SCa), treinado-
espermátides redondas (SP R). Todos os controle (TC) e treinado-cafeteria (TCa). Valores apresentados
resultados foram corrigidos para o diâmetro como média ± desvio padrão (n = 7 grupo-1).
nuclear e para a espessura do corte histológico, Variáveis SC SCa TC TCa
utilizando-se a fórmula de Abercrombie (1946), CA (g) 25,92 ± 2,52 25,32 ± 4,41 24,41 ± 1,79 26,65 ± 5,02
modificada por Amann (1970). CC (kcal) 101,10 ± 8,83 89,63 ± 14,63 95,24 ± 7,01 95,48 ± 15,88
PTA (%)• 22,23 9,98 22,23 9,98
O diâmetro nuclear médio foi obtido com LIP (%)• 4,00 16,22 4,00 16,22
auxílio da ocular micrométrica Olympus 10x, Fibra• 5,73 1,46 5,73 1,46
Ca (mL) 40,19 ± 10,55 14,98 ± 7,09 39,90 ± 9,87 13,72 ± 6,57
acoplada à objetiva de 100x. No caso de núcleos Cr (mL) - 24,62 ± 13,40 - 27,22 ± 13,11
ligeiramente ovóides (como de SPG A), o Ct (mL) 40,19 ± 10,55 39,60 ± 16,69 39,9 ± 9,87 40,94 ± 14,65

Laboratório de Nutrição Animal (LANA).
diâmetro nuclear foi obtido pela média de seus
diâmetros maior e menor. Os números de células A dieta de cafeteria caracterizou-se como
de Sertoli foram corrigidos para o diâmetro hiperlipídica, hipoprotéica, isocalórica e com
nucleolar e para a espessura dos cortes quantidade de fibras reduzidas. Dietas com elevado
histológicos. Para isto, foram utilizados somente teor de lipídeos oferecidos a roedores são descritas
células com nucléolo evidente, os quais tiveram (BURNEIKO et al., 2006; ESTADELLA et al.,
seus diâmetros medidos. 2004; MILAGRO et al., 2006; SEFCÍKOVÁ et al.,
Razões entre números celulares 2008), inclusive com manutenção do consumo
calórico (ESTADELLA et al., 2004). Esse modelo se
Com o objetivo de avaliar a eficiência da
assemelha à obesidade humana, no qual se utiliza
espermatogênese e das células de Sertoli, foram
uma dieta que possui alto valor de lipídeos com
calculadas razões entre números corrigidos de
excesso de carboidratos ou de gordura ou associação
células da linhagem germinativa e entre esses
de ambos (BURNEIKO et al., 2006; ESTADELLA
números e a contagem corrigida de células de
et al., 2004; KRETSCHMER et al., 2005;
Sertoli. Segue-se a relação dos índices:
MILAGRO et al., 2006; PLANAS et al., 1992).
- Capacidade total de suporte das Células de Sertoli
A ausência de diferença significativa no consumo
= SP R / CS.
alimentar entre os grupos indica que a dieta e o
- Coeficiente de eficiência de mitoses
espermatogoniais (índice mitótico) = SP I / SPG A. treinamento físico não alteraram o comportamento
- Índice meiótico: SP R / SP I. alimentar dos animais, os quais se revelaram
- Rendimento geral da espermatogênese = SP R / normofágicos, apesar da dieta de cafeteria ser
SPG A. altamente palatável, diferindo dos resultados obtidos
Para melhor representação dos índices mitótico e por West e York (1998) e Burneiko et al. (2006) que
meiótico, optou-se por apresentar também seus obtiveram, respectivamente, hiperfagia e hipofagia
valores em porcentagens, indicando, dessa forma, em roedores alimentados com dieta semelhante. O
qual a eficiência desses processos frente ao potencial consumo total de líquidos foi similar entre os
teórico e ao processo apoptótico. grupos, porém o consumo de refrigerante nos
grupos SCa e TCa foi superior ao consumo de água.
Análise Estatística Quanto ao treinamento os resultados foram
Todos os dados foram submetidos à análise de semelhantes ao observado em camundongos
variância seguido do pós-teste de Tukey, prefixando- treinados em esteira por De Lira et al. (2008) e
se o nível de significância em 95% (p < 0,05), com discordantes da redução de consumo alimentar
auxílio do programa estatístico Prism, v. 4.00 verificado em ratos que correram em roda (ECKEL;
(GraphPad, EUA). MOORE, 2004) ou que praticaram natação
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Espermatogênese de ratos obesos treinados 29

(BURNEIKO et al., 2006). Desta forma não tecido, uma vez que dietas ricas em carboidratos
constatamos o efeito anorexígeno atribuído ao e/ou lipídios para ratos promovem aumento no
exercício físico (IMBEAULT et al., 1997). tamanho e no número de adipócitos (FONSECA-
Em nosso experimento, o tratamento com dieta ALANIZ et al., 2007; JÉQUIER, 2002).
de cafeteria por um período de 120 dias, fez com que Com relação ao treinamento, tanto no grupo TC
o excesso de lipídeos (KRETSCHMER et al., 2005) quanto TCa os estoques de tecido adiposo foram
e a quantidade reduzida de fibras (PLANAS et al., reduzidos, porém sem significância estatística.
1992) presentes nos alimentos promovessem um Redução significativa foi obtida com associação
aumento do peso corporal uma vez que os animais simultânea de dieta hiperlipídica e corrida em esteira
normoalimentados (que ingeriram menor (CHAPADOS et al., 2008) e natação (ESTADELLA
percentual lipídico e maior percentual de fibras) et al., 2004) em ratos, e nos permite inferir efeito
apresentaram pesos menores em comparação com a positivo do treinamento físico, evidenciando a
importância da inserção simultânea de uma dieta
cafeteria. A fibra alimentar produz saciedade devido
equilibrada e do exercício físico no controle da
à distensão mecânica do estômago, aumenta o
massa adiposa.
trânsito intestinal e auxilia a eliminar nutrientes, O peso dos testículos, parâmetro que não sofreu
contribuindo para diminuir o peso corporal. alterações significativas, é importante na avaliação
A Tabela 2 apresenta os resultados de índice de andrológica dos mamíferos, reflete sua normalidade
Lee e peso dos testículos e dos tecidos adiposos e também permite inferir a taxa de produção
retroperitoneal e periepididimal. O índice de Lee espermática (AMANN, 1970; FRANÇA;
(BERNARDIS; PATTERSON, 1968), análogo ao RUSSELL, 1998). De maneira geral, não existe
índice de massa corporal, apresentou-se correlação significativa entre tamanho do testículo e
significativamente elevado, comprovando a peso corporal. Segundo Hess et al. (1993), para cada
obesidade com a dieta de cafeteria. Não espécie, seu tamanho é determinado por vários
encontramos influência do treinamento físico no fatores além da influência primária do tamanho
peso corporal comparando-se ratos corporal, sendo o número de células de Sertoli,
normoalimentados (SCOMPARIN et al., 2006), ou estabelecido no período de desenvolvimento
comparando-se animais que receberam a dieta testicular, o principal responsável pelas dimensões e
hiperlipídica (CHAPADOS et al., 2008). produção espermática.
Com relação à análise histológica dos
Tabela 2. Índice de Lee (peso corporal⅓ / comprimento nasoanal testículos, verificou-se manutenção das
x 1000), peso dos tecidos adiposos retroperitoneal (TAR) (g) e
periepididimal (TAP) (g) e dos testículos (g) para os grupos características morfológicas gerais. O padrão de
sedentário-controle (SC), sedentário-cafeteria (SCa), treinado- organização do epitélio seminífero se apresentou
controle (TC) e treinado-cafeteria (TCa). Valores apresentados
sem alterações evidentes, em qualquer
como média ± desvio-padrão (n = 7 grupo-1).
comparação.
Variáveis SC SCa TC TCa
Índice de
A análise morfométrica do diâmetro dos
304,85 ± 7,90 321,28 ± 11,43 306,44 ± 5,28 325,37 ± 8,22
Lee 1
túbulos seminíferos e da altura do epitélio
TAR2
(g)
6,32 ± 1,95 18,71 ± 5,25 4,27 ± 0,94 16,32 ± 2,57 germinativo (Tabela 3) não demonstrou
TAP3
5,59 ± 2,02 12,49 ± 3,71 3,51 ± 0,46 10,13 ± 2,01 diferenças, muito embora existam, normalmente,
(g)
Peso correlações positivas entre diâmetro e atividade
Testicular4 2,88 ± 0,29 2,71 ± 0,33 2,91 ± 0,24 2,88 ± 0,22 espermatogênica (SINHÁ-HIKIM et al., 1985). A
(g)
1
SC x SCa e TC x TCa (p < 0,01); SC x TCa (p < 0,001); SCa x TC (p < 0,05). 2SC x ausência de diferenças quanto à altura do epitélio
SCa, SC x TCa, SCa x TC e TC x TCa (p < 0,001). 3SC x SCa, SCa x TC e TC x TCa
(p < 0,001); SC x TCa (p < 0,01). 4Para todas as comparações p > 0,05.
e à disposição celular não indica alterações da
qualidade da espermatogênese.
O peso dos tecidos adiposos também é um
indicador de obesidade. A dieta de cafeteria ofertada Tabela 3. Morfometria do diâmetro tubular (DT) (μm) e altura
do epitélio seminifero (AES) (μm) avaliados em 120 túbulos/rato,
também resultou em aumento do peso dos tecidos dos grupos sedentário-controle (SC), sedentário-cafeteria (SCa),
adiposos retroperitoneal, periepididimal, o que está treinado-controle (TC) e treinado-cafeteria (TCa). Dados
em conformidade com vários autores (ESTADELLA expressos como média  desvio-padrão (n = 7 grupo-1).

et al., 2004; KRETSCHMER et al., 2005; Variáveis SC SCa TC TCa


DT1 (μm) 277,80 ± 13,12 266,89 ± 8,85 268,18 ± 10,30 263,06 ± 8,47
MILAGRO et al., 2006; PLANAS et al., 1992). Este AES2 (μm) 73,99 ± 4,37 76,29 ± 2,38 75,97 ± 3,06 72,06 ± 5,36
aumento envolve diretamente a celularidade do 1,2
Para todas as comparações p > 0,05.

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30 Takashiba et al.

À identificação do estágio VIII do CES (Figura Tabela 5. Razões entre números celulares corrigidos obtidos do
estágio VIII do ciclo do epitélio seminífero: capacidade total de
2) seguiu-se a contagem dos tipos celulares, suporte das células de Sertoli (CTCS), índice mitótico (IMi),
apresentados na Tabela 4. Verificou-se um índice meiótico (IMe) e rendimento geral da espermatogênese
aumento do número de nucléolos de células de (RGE). Resultados para os grupos sedentário-controle (SC),
sedentário-cafeteria (SCa), treinado-controle (TC) e treinado-
Sertoli na comparação entre SC e SCa (p < 0,05). cafeteria (TCa). Valores apresentados como média ± desvio-
Redução foi observada no número de padrão (n = 7 grupo-1).
espermatogônias do tipo A, quando se comparou Variáveis SC SCa TC TCa
o efeito do treinamento físico (SC x TC e SCa x CTCS1 9,74 ± 1,05 7,28 ± 1,40 9,83 ± 0,90 9,96 ± 0,58
IMi2 5,73 ± 1,88 4,35 ± 0,67 8,47 ± 1,26 7,21 ± 1,78
TCa; p < 0,01) não significando, IMe3 2,75 ± 0,24 2,57 ± 0,39 2,86 ± 0,10 3,00 ± 0,11
necessariamente, piora do rendimento da RGE4 15,43 ± 3,66 11,20 ± 2,64 24,19 ± 3,18 21,49 ± 4,80
1
SC x SCa, SCa x TC, SCa x TCa (p < 0,001). 2SC x TC (p < 0,05); SCa x TC (p <
espermatogênese. Redução também foi observada 0,001); SCa x TCa (p < 0,01). 3SCa x TCa (p < 0,05). 4SC x TC, SCa x TC e SCa x
no número de espermátides redondas no grupo TCa (p < 0,001); SC x TCa (p < 0,05).

SCa em relação a SC (p < 0,05) porém o


Sendo o número de células germinativas,
treinamento físico teve efeito positivo na
principalmente o número de espermátides,
contagem dessas células, como se observa na
suportadas por uma única célula de Sertoli, o
comparação SCa x TCa (p < 0,01).
melhor indicativo de sua eficiência e da produção
Tabela 4. Números corrigidos de células germinativas e espermática, nota-se uma redução significativa da
nucléolos de células de Sertoli por secção transversal de túbulos capacidade total de suporte das células de Sertoli
seminíferos do estágio VIII do ciclo do epitélio seminífero para os do grupo SCa em relação ao grupo SC,
grupos sedentário-controle (SC), sedentário-cafeteria (SCa),
treinado-controle (TC) e treinado-cafeteria (TCa). Valores demonstrando um possível efeito negativo da
apresentados como média ± desvio-padrão (n = 7 grupo-1). dieta. Por outro lado, para esse mesmo parâmetro,
Variáveis SC SCa TC TCa observou-se um aumento da capacidade quando
Nucléolos de se comparam os grupos TCa e SCa, o que nos
células de 14,37 ± 1,24 16,59 ± 1,63 14,17 ± 1,34 15,00 ± 1,73
Sertoli1 permite inferir que o treinamento físico
Esperma- influenciou positivamente na eficiência das células
togônias 9,40 ± 2,01 10,88 ± 1,26 5,79 ± 0,62 7,33 ± 2,33
tipo A2 de Sertoli. O número destas é estabelecido
Esperma- durante o período pré-puberal e determina o
tócitos
50,99 ± 5,19 46,68 ± 3,38 48,43 ± 3,27 49,79 ± 5,59 tamanho final do testículo e o número de
primários em
Paquíteno3
Espermátides
espermatozóides produzidos em animais adultos
139,78 ± 16,92 119,04 ± 14,86138,56 ± 9,40 148,83 ± 13,58
redondas4 (ORTH et al., 1988). Isto ocorre devido ao fato
que as divisões das células de Sertoli terminam
1 2
SC x SCa e SCa x TC (p < 0,05). SC x TC e SCa x TCa (p < 0,01); SCa x TC (p < 0,001).
3
Para todas as comparações p > 0,05. 4SC x SCa (p < 0,05); SCa x TCa (p < 0,01).
antes da puberdade, tornando-se uma população
estável, além de terem capacidade de suporte de
células germinativas limitado, sendo esta
característica espécie-específica. É possível que a
obesidade no grupo SCa tenha alterado a
quantidade de células de Sertoli devido a uma
alteração do equilíbrio hormonal, tendo o
treinamento físico um efeito positivo pelo
estímulo à produção de testosterona endógena.
Em relação ao rendimento geral da
espermatogênese (Figura 3), verificamos um
aumento significativo ao se avaliar o efeito do
treinamento físico sobre os ratos, independente da
Figura 2. Fotomicrografia: túbulo seminífero no estágio VIII do dieta recebida (SC x TC; SCa x TCa). Apesar de
CES. HE. (1) Célula de Sertoli; (2) espermatócitos primários em não-significativo, existe uma redução do
paquíteno; e (3) espermátides redondas. Rato do grupo rendimento ao se comparar os grupos SCa em
Sedentário-Cafeteria. HE. Aumento de 1000x.
relação a SC, muito embora o exercício possa ter
As razões celulares para o estágio VIII do CES um efeito positivo, aumentando o rendimento nos
têm seus valores apresentados na Tabela 5. ratos que receberam dieta cafeteria. Da mesma
Acta Scientiarum. Health Sciences Maringá, v. 33, n. 1, p. 25-33, 2011
Espermatogênese de ratos obesos treinados 31

forma, observa-se o possível efeito negativo da dieta ao desenvolvimento (BLANCO-RODRÍGUEZ;


se comparar a redução do rendimento do grupo TCa MARTÍNEZ-GARCÍA, 1996).
em relação a TC, apesar de não-significativo. O equilíbrio entre proliferação e apoptose
desempenha papel fundamental na regulação da
Rendimento Geral população de células germinativas no epitélio
30 seminífero, mantendo a homeostasia do processo
espermatogênico, refletindo diretamente na
Rendimento geral

produção espermática diária, característica de cada


20
espécie (CLERMONT, 1972; RUSSELL et al.,
1990). Particularmente na fase espermatogonial, o
10 mecanismo homeostático de regulação é considerado
densidade-dependente, limitando a quantidade de
células germinativas que entram na fase meiótica a um
0
SC SCa TC TCa número que possa ser suportado pelas células de Sertoli
(DE ROOIJ; LOK, 1987; DE ROOIJ, 1998). Por
Figura 3. Comparação entre o rendimento geral da
espermatogênese, entre os grupos. Observa-se efeito positivo do outro lado, o mecanismo de regulação numérica das
treinamento físico sobre este parâmetro. células germinativas pode ser traduzido como uma
competição por fatores de crescimento ou outros
Percebe-se na Tabela 5 que houve aumento do fatores importantes necessários para a sequência de
índice mitótico na comparação dos efeitos do desenvolvimento destas células (JACOBSON et al.,
treinamento físico (SC x TC; SCa x TCa) e 1997). A apoptose também elimina células com
aumento do índice meiótico para a comparação SCa possíveis defeitos ou contendo mutações no DNA. As
e TCa. Seus dados foram utilizados para produzir a degenerações espontâneas resultam em perdas de cerca
Tabela 6, que apresenta os resultados em de 75% do potencial teórico esperado de
porcentagens para esses índices e representam a espermatozóides maduros de roedores (CLERMONT,
eficiência do processo frente ao potencial teórico de
1972; DE ROOIJ; LOK, 1987). Considerando que o
células esperadas, uma vez que ocorrem apoptoses
rato apresenta 6 gerações de espermatogônias
durante as divisões celulares. Para se obter valores
diferenciadas, o número teórico esperado seria 64
referentes às perdas celulares, subtraiu-se a
espermatócitos para cada espermatogônia A1. Nossos
porcentagem do índice de 100%; por exemplo: para
resultados indicam que o índice mitótico do grupo SCa
o grupo SC, a média do índice mitótico foi 8,96%,
foi de 4,35 o que corresponde a perda celular na ordem
representando um total de perdas celulares de
de 93% enquanto que no grupo TCa foi de 7,21
91,04%. Dessa forma, quanto maior o índice, menores
correspondendo a 89%.
são as perdas celulares. Observa-se que o grupo TC
Durante a fase meiótica as perdas foram menores,
apresentou o maior índice mitótico e o grupo TCa o
considerando que para cada espermatócito, 4
maior índice meiótico, em concordância ao observado espermátides são formadas. Diferença significativa foi
na Tabela 5, com os mesmos resultados na comparação observada ao se comparar o efeito do treinamento físico
estatística. Analisando do ponto de vista de perdas em ratos dos grupos cafeteria, com uma redução das
celulares, o grupo SCa teve as maiores perdas celulares perdas celulares de 36 para 25%, indicando mais um
nos dois índices. possível efeito benéfico do exercício.
Tabela 6. Índices mitótico e meiótico em porcentagens (%).
Resultados para os grupos sedentário-controle (SC), sedentário-
Conclusão
cafeteria (SCa), treinado-controle (TC) e treinado-cafeteria
(TCa). Valores apresentados como média ± desvio-padrão (n = 7
A dieta de cafeteria é um modelo que produziu
grupo-1). obesidade experimental em ratos, sendo que o
Variáveis SC SCa TC TCa
treinamento físico de intensidade moderada não
IMi1 (%) 8,96 ± 2,94 6,80 ± 1,05 13,24 ± 1,97 11,27 ± 2,78 reduziu de forma significativa este quadro. Apesar de
IMe2 (%) 68,63 ± 5,91 64,16 ± 9,85 71,56 ± 2,45 74,92 ± 2,71
1
não haver influência da obesidade e/ou treinamento
SC x TC (p < 0,05); SCa x TC (p < 0,001); SCa x TCa (p < 0,01). 2SCa x TCa (p < 0,05).
físico sobre o peso e morfologia testicular, bem como
Em mamíferos, a apoptose de células sobre o diâmetro e altura do epitélio seminífero,
germinativas é parte integral da espermatogênese, verificamos que a obesidade interfere na capacidade
ocorrendo normalmente em várias fases do total de suporte das células de Sertoli. Independente da
Acta Scientiarum. Health Sciences Maringá, v. 33, n. 1, p. 25-33, 2011
32 Takashiba et al.

dieta verificou-se efeito positivo do treinamento físico, DUFLOTH, D. L.; MORRIS, M.; MICHELINI, L. C.
o qual promove maior rendimento geral da Modulation of exercise tachycardia by vasopressin in the
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Received on July 15, 2009.
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Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution,
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