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elementos finitos
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Felipe de Almeida Rosa
Tuani da Silva Carvalho 2
Resumo
O seguinte trabalho objetivou o dimensionamento de um vaso de pressão seguindo o
código ASME Seção VIII, Divisão I, e com determinados valores pré-estabelecidos, foi
possível calcular a espessura mínima do casco e dos tampos elípticos do vaso de
pressão. Com os valores geométricos obtidos, fez-se um modelo 3D e simulou-se as
condições indicadas no problema. Ao comparar os resultados analíticos e numéricos,
obteve-se valores interessantes, corroborando a semelhança dos resultados obtidos
pelas equações da norma e analisando por software de elementos finitos Fusion 360.
Introdução
Os vasos de pressão desempenham um papel fundamental em inúmeros
processos
industriais, desde plantas químicas até instalações de geração de energia. Esses
recipientes contêm fluidos ou gases sob diferentes níveis de pressão, tornando o seu
projeto e construção de importância primordial. Dimensionar corretamente um vaso
de pressão é um passo crítico para garantir a sua segurança, eficiência e longevidade.
A Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos (ASME) estabeleceu um
conjunto de normas globalmente reconhecidas para o projeto, fabricação e inspeção
de vasos de pressão. Adotar os códigos da ASME não é apenas uma recomendação,
mas
ASME
O código ASME foi criado em 1911, ainda como Comitê de Caldeiras do ASME,
com a publicação da primeira edição do Código em 1914-1915, exclusivamente para
caldeiras estacionárias (Seção I). Em 1924 seria publicada a Seção VIII, referente a
vasos de pressão não sujeitos a chama. Até a década de 60 era exigido apenas que
a espessura do equipamento fosse capaz de suportar a tensão máxima atuante e que
o material fosse suficientemente dúctil, de forma a acomodar, sem riscos imediatos,
tensões de pico e tensões geradas em regiões de descontinuidades geométricas. Esta
parte corresponde a Divisão I.
A Divisão I da ASME estabelece regras para a determinação dos componentes
mais importantes do VP, casco, tampos, reduções, flanges, bocais e reforços,
submetidos à pressão externa ou interna. Ela também informa sobre outras cargas e
reforços que devem ser considerados, porém não estabelece uma metodologia para
isto.
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Fonte: ASME
Figura 1 - Tensões admissíveis em função de múltiplos valores da tensão admissível
NR 13
A NR envolvendo vasos de pressão é a NR-13, que especifica procedimentos
obrigatórios onde estão localizadas caldeiras de qualquer origem monitoramento de
energia, projeto, operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de
caldeiras e vasos de pressão de acordo com regulamentações profissionais nacionais
atuais. A última atualização desta NR foi concluída 28 de abril de 2014. Como
inovação, os pipelines serão considerados vasos de pressão e, portanto, devem ser
avaliados.
Para a classificação de um vaso de pressão é necessário analisar o produto da
pressão máxima de operação em kPa e o volume interno em 𝑚3 .
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Fonte: NR13
Figura 2: Classificação de categoria de vasos de pressão
Geometria
que há 2 tampos elípticos possíveis, sendo eles o NR 21 e NR 65. Nestre trabalho, foi
selecionado o tampo NR21, pois ele possui um melhor desempenho com tensões
locais devido ao seu maior raio knuckle.
Geometria do casco
A geometria do casco é um cilindro com diâmetro de 600 mm, com 1420 mm
de tamanho. Note que o comprimento entre tangentes leva em consideração a parte
reta dos tampos.
Note que o catálogo indica uma grande espessura para o tubo, bem superior
aos 5 mm dimensionado anteriormente.
Metodologia e resultados
Estudo analítico
A Divisão I da ASME estabelece regras para a determinação os componentes
mais importantes do Vaso de pressão, casco, tampos, reduções, flanges, bocais e
reforços, submetidos à pressão externa ou interna. Ela também informa sobre outras
cargas e reforços que devem ser considerados, porém não estabelece uma
metodologia para isto. Essa Divisão é limitada a uma pressão interna máxima de
20,685 MPa, e mínima de 0,103 MPa. As tensões primárias de membrana, normais
às paredes do vaso, induzidas pelo carregamento imposto ao vaso não deverá
ultrapassar os valores estabelecidos para as tensões admissíveis.
Sabendo que temos análise para toda a solda ensaiada radiograficamente
(100%) e 85% da solda ensaiada, análise em espessura não considerando a adição
para a corrosão e espessura considerando essa adição, foi-se dividido os cálculos
para a espessura, pressão máxima e tensão no casco e tampo em 4 partes os dados
para o cálculo seguem na tabela 1.
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Temperatura de projeto 85 ◦ C
Fluido Água
Material SA – 516 Gr 70
Telles [1] nos traz em seu livro as seguintes equações, estas que seguem a
norma da ASME divisão 1.
𝑃𝑅
𝑒 = (𝑆𝐸 − 0,1𝑃 + 𝐶) ⋅ 1,37
𝑆𝐸𝑒
𝑃𝑀𝑇𝐴 = 𝑅−0,1𝑒
𝑃𝐿𝑀
𝑆𝑡𝑎𝑚𝑝𝑜 = + 0,1 𝑃
2𝑒
1
𝑅 2
𝑀 = 0,25 [3 + (𝐿) ]
Espessura mínima
𝑃𝑅
𝑒 = (𝑆𝐸 − 0,6𝑃 + 𝐶)
𝑆𝐸𝑒
𝑃𝑀𝑇𝐴 = 𝑅−0,6𝑒
Tensões
𝑃𝑜 𝑅
𝜎𝜃 = 𝑒
𝑃𝑜 𝑅
𝜎𝑙 = 2𝑒
𝑃𝑅 1
𝑆 = ( + 0,6 𝑃 ) ⋅ ( )
𝑒 𝐸
Para o casco a tensão mais importante para a análise dos resultados pela
divisão 2, é a tensão circunferencial.
Tampo Casco
Tampo Casco
Sabendo disso, a figura 1 mostra quais são as limitações para essas tensões.
Para a tensão de membrana generalizada temos no casco, com os valores analíticos
a seguir utilizando a espessura mais crítica:
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𝑃𝑚 ≤ 𝑆𝑎𝑑𝑚 ≤ 𝑆
3 𝑦
𝑃𝑙 + 𝑃𝑏 ≤ 1,5 𝑆𝑎𝑑𝑚 ≤ 𝑆𝑦
𝑃𝑙 + 𝑃𝑏 + 𝑄 ≤ 3 𝑆𝑎𝑑𝑚 ≤ 2 𝑆𝑦
Estudo numérico
Os estudos numéricos foram realizados no software Fusion 360. Este software
foi escolhido pela praticidade de poder modelar e simular no mesmo ambiente. Os
modelos 3D dos bocais, do tampo e do casco foram feitos conforme ilustrado nos
desenhos técnicos supracitados. A espessura do casco e tampo adotados foram de
4.4 mm. A primeira análise feita envolve o vaso de pressão na horizontal, sem flanges.
Na próxima figura, ilustra-se a distribuição de tensões ao longo do vaso de pressão
sem bocal e na posição horizontal.
Esta análise denota que as pressões mais altas estão presentes nos tampos
do vaso de pressão, onde há tensões de membrana e flexão. Na figura abaixo, exibe-
se as tensões no modelo que sejam inferiores à 138 MPa.
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Figura 13 – Tensões no vaso de pressão sem flanges na horizontal abaixo de 138 MPa
Figura 14 – Tensões no vaso de pressão sem flanges na horizontal acima de 138 MPa
Vale ressaltar que o volume removido para colocar os bocais foi recolocado no
formato de anel de reforço. O diâmetro interno do anel de reforço (d) é o diâmetro
externo do tubo. Para calcular o diâmetro externo do anel (D), utilizou-se a seguinte
equação:
𝜋 2
𝐴 = 𝑑
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Essa equação relaciona a área removida com a área do anel de reforço. Essa
equação parte do pressuposto de que a espessura do anel é a mesma da chapa que
dá origem ao casco e tampo, neste caso, aproximadamente 4.4 mm. Fazendo um
rearranjo algébrico, é possível chegar nesta relação para descobrir o diâmetro externo
do anel.
𝐷 = √2 ⋅ 𝑑
Classificação
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Segunda a NR13, podemos classificar o vaso de pressão apenas sabendo seu fluido
de trabalho, pressão e volume interno. Volume interno do vaso é de 0,016𝑚3 e a
pressão de 2000kPa. Com base na figura 2, temos:
D ΙΙΙ 𝑉
Custo
Discussão
O resultado obtido analiticamente e numericamente coadunam no sentido de
que, ao analisar as tensões no costado, observa-se uma tensão de membrana de
acordo com o dimensionado, girando em torno de 138 MPa, tanto na vertical, quanto
na horizontal, com e sem bocais. Já na região do tampo, onde devido às
características geométricas, há uma concentração de tensão, causando um fator de
segurança variando entre 0,9 e 0,95 nas 4 situações analisadas. Ressaltando que as
tensões de pico, utilizadas no cálculo do fator de segurança, ocorriam em áreas
diminutas em relação à geometria total do vaso de pressão. Conforme explicitado na
literatura acerca de vasos de pressão, essas tensões de pico são mais utilizadas para
identificar possíveis áreas de ocorrência de trincas do que como critério de falha
catastrófica.
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Conclusão
Referências
[1] TELLES, Pedro C. Silva Livro VASO DE PRESSÂO 2ªed LTC 1996
ASME. 2010. American Society of Mechanical Engineers Boiler and Pressure Vessel
Code, Section VIII, Division 1, Pressure Vessels. New York: ASME
ASME. 2019. American Society of Mechanical Engineers Boiler and Pressure Vessel
Code, Section VIII, Division 2, Pressure Vessels. New York: ASME
Anexo
Planilha de cálculos