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Estudo das propriedades de tampos de vasos de pressão em diferentes

materiais

Study of the properties of pressure vessel tops in diferente materials

Paulo Roberto de Lima Rodrigues Filho


José Amaro da Silva Neto

RESUMO
Vasos de pressão são equipamentos muito usados em todos os tipos de indústria, contendo
algum tipo de fluido pressurizado. Por serem equipamentos de alta responsabilidade e
periculosidade, seu projeto e construção deve ser regido por normas que garantam a sua
segurança de operação. Para isso, é necessário selecionar o tipo de material, isto é, a
espécie de aço baseada em seu teor de carbono, e o formato do tampo. Tais escolhas
implicam em operações com pressões máximas de trabalho diferentes. Assim, neste
trabalho, é apresentado por meio de cálculos de acordo com as normas técnicas, a norma
ASME, NR-13, que regem o projeto de vasos, o ajuste dos valores para a Pressão Máxima
Admissível em cada tipo de aço, levando em consideração o formato do tampo, além do
teste hidrostático, e a utilização do método dos elementos finitos para modelagem em
softwares de simulação. Além disso, é também mostrado ao final do trabalho a influência
da geometria do tampo nos valores finais e simulações do projeto do vaso de pressão.
PALAVRAS-CHAVE: Vasos de pressão, Tampos, Pressão Máxima Admissível, teste
hidrostático, Método dos elementos finitos.
ABSTRACT
Pressure vessels are equipment widely used in all types of industry, containing some type
of pressurized fluid. Because they are equipment of high responsibility and
dangerousness, their design and construction must be governed by rules that guarantee
their safe operation. For this, it is necessary to select the type of material, ie the type of
steel based on its carbon content, and the shape of the top. Such choices imply operations
with different maximum working pressures. Thus, in this work, it is presented by
calculations according to the technical norms, the ASME standard, NR-13, which govern
the design of vessels, the adjustment of the values for the Maximum Allowable Pressure
in each type of steel, taking into account consideration the top format, hydrostatic test,
and the use of the finite element method for modeling in simulation software. In addition,
it is also shown at the end of the work the influence of the cap geometry on the final
values and simulations of the pressure vessel design.

KEYWORDS: Pressure Vessels, Heads, Shell, Maximum Allowable Pressure, Finite


Element Method.

Paulo Roberto de Lima Rodrigues Filho. UNINASSAU-João Pessoa, PB, Brasil. E-mail:pauloprlrf@gmail.com
José Amaro da Silva. UNINASSAU-João Pessoa, PB, Brasil. E-mail: amarocz@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da humanidade, a engenharia está presente no cotidiano
do ser humano. Desde a melhor aerodinâmica para ferramentas de caça às grandes
construções das pirâmides do Egito, ou os arranhas céus de Dubai, a aplicação da
engenharia está contida em todas as criações. Para isso, o ser humano, com o tempo,
sentiu a necessidade de aprender a controlar os fenômenos naturais, para utilizar a seu
favor. Energia, temperatura, pressão, força, gravidade são algumas das grandezas físicas
do qual o ser humano aprendeu a descrever para aplicar em projetos e criações.
Blaise Pascal, um dos pioneiros no estudo sobre pressão traçou a relação entre
força e área, do qual, segundo ele, a aplicação da força em uma determinada área gera
uma tensão de pressão (History, 1996). O estudo de Pascal foi fundamental na aplicação
de cálculos realizados por Evangelista Torricelli, do fez estudos sobre a pressão
atmosférica, e inventou um dispositivo para medição da pressão em 1643, o barômetro
(WEST, 2013). Assim, o entendimento sobre tal fenômeno abriu caminhos para criações
cada vez mais inovadoras tal como um recipiente para conter pressões internas ou
externas, do qual é chamado de vaso de pressão. Visando uma das necessidades do ser
humano de controle e utilização de fluídos com alta pressão, para diversos tipos de
aplicações, os vasos de pressão se difundem nessa área de controle de fluídos
pressurizados de diversos tipos.
O projeto de vaso de pressão, diferentemente do que se é visto em produção
de outros equipamentos mecânicos, não são projetos de uma linha de fabricação, sendo
assim necessário projetos específicos de vasos para cada tipo de aplicação, ou seja, os
vasos de pressão são feitos por encomenda, sendo projetada para atender requisitos de
acordo com a finalidade desejada. Apesar dos vasos serem únicos em cada projeto, há
uma padronização em certos requisitos afim de facilitar a fabricação das chapas de aço
que vão constituir as partes do vaso de pressão.
Atualmente no Brasil, as regras que definem o projeto de um vaso de pressão
é o código ASME, mais especificamente na seção VIII, tendo 3 divisões, que consiste nos
tipos de vasos. Tais regras definem como se deve sequenciar todo o projeto de vasos,
desde a escolha de materiais à tipos de soldas utilizada, e as equações para definição de
pressão máxima admissível e teste hidrostático, bem como a seleção de formatos de
tampos. Como se trata de elementos pressurizados, a segurança contra riscos de acidentes
para evitar falhas estruturais, a norma brasileira que rege a fabricação, operação e
inspeção de vasos de pressão é a NR 13, que exige segurança para evitar as falhas de um
vaso. O dimensionamento correto de um vaso de pressão deve seguir as equações
estruturais da norma ASME e atender aos requisitos de segurança das Normas
Regulamentadoras Brasileiras.
A parede de pressão de um vaso é constituída basicamente de casco e tampo,
além de outras partes que constituem um vaso de pressão tais como os bocais, as válvulas,
onde cada parte necessita de cálculos que vão demonstrar o dimensionamento correto
para suportar todas as forças internas e externas atuantes, atendendo as exigências das
normas que regem o projeto, bem como garantindo a resistência estrutural de todo o
projeto. A resistência do material deve ser levada em consideração como o principal
critério do projeto de um vaso (MEGYESY, 1977), onde implicará não só no material
selecionado, mas também na geometria e formato que irá se adotar. O casco de um vaso
de pressão pode ser de diversos tipos de formato, sendo comumente mais utilizado três
tipos: O cilíndrico, o cônico e o esférico. Já os tampos, que também podem ter diversos
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formatos, mas são mais comuns em três formatos: Esférico, toriesférico e elíptico. A
escolha para o tipo de casco e tampo vai de acordo com a finalidade de trabalho e a forma
de instalação que se deve adotar, vasos verticais são vantajosos por ocuparem menos
espaço, e utilizados basicamente quando a necessidade a ação da gravidade para o
escoamento do fluido. Os vasos horizontais são mais comuns e utilizados em trocadores
de calor e vasos de acumulação, mais baratos, porém ocupam mais espaço.
A geometria tem importância crucial na resistência do material, onde vai
implicar em trabalhos de pressão máxima admissível diferentes, pois dependendo da
geometria do casco ou tampo, há uma distribuição melhor das tensões internas, assim
alguns formatos possuem resistência a tensões mais elevadas que outras, mesmo sendo
de material menos resistente. Por isso, em algumas ocasiões é comum utilizar aços
diferentes para casco e tampo, do qual atenda aos requisitos de segurança para pressões
máximas admissíveis. Os aços mais trabalhados na fabricação de vasos de pressão são os
aços ASTM (American Society for Testing and Materials) que é um órgão Americano de
normalização que desenvolve e padroniza normas e regras de ligas de aços, alumínio e
outras ligas. Os aços normalmente utilizados nos vasos de pressão são os aços ASTM
A515, que são chapas de aço carbono aplicado a equipamentos de serviço de média e alta
temperaturas e pressões. onde estão disponíveis em três níveis diferentes: GR 60, GR 65
e GR 70. Cada nível representa uma composição de teor de carbono diferente, assim
possuindo propriedades e resistências mecânicas diferentes.
Ao se analisar uma estrutura, a utilização de softwares de elementos finitos
ajuda para simulação de análise de tensões e deformações que se apresenta implicado pela
ação das pressões internas. O método dos elementos finitos foi proposto pelo matemático
Courant, em meados da 2ª guerra mundial. Como nessa época, a tecnologia ainda não era
o suficiente para realizar de forma ágil grandes quantidades de equações matemáticas, o
método de Courant foi ignorado por vários anos. (WAGEMAKER, 2011). Com o avanço
tecnológico, a método de Courant se tornou cada vez mais viável, e a aplicação das
simulações por elementos finitos se tornou uma realidade. A utilização do software para
a realização de análises de tensões para verificar a resistência do material se torna grande
aliada da engenharia.
O estudo deste projeto tem por objetivo geral: Comparativo de tampos em
diferentes formatos e materiais para vasos de pressão. E objetivos específicos: explicar a
influência dos diferentes formatos de tempos e materiais nas pressões máximas
admissíveis e pressão de teste hidrostático e reconhecer as simulações 3D de elementos
finitos.
A importância da seleção do material em conjunto com a geometria do vaso
implicará em pressões máximas admissíveis diferentes, isso implica além de pressões de
válvula de segurança diferentes e pressões de teste hidrostático diferentes, também em
espessuras de chapas de aço e fabricação diferentes, que interfere diretamente no custo
de produção de um vaso de pressão.

2. FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Vasos de pressão e forças atuantes
Os vasos de pressão são elementos mecânicos que suportam pressões internas
de fluídos pressurizados ou pressões externas atmosféricas. De acordo com o manual
ASME, Rules for construction of pressure vessels (2010, p. 1), “Vasos de pressão são
3
recipientes para contenção de pressão interna ou externa, esta pressão pode ser obtida pela
aplicação de calor direta, indireta ou ambos”.
Para tal aplicação, os vasos de pressão são muito difundidos em diversos tipos de
indústria, desde têxtil a indústrias de petróleo e gás, onde o controle de pressão do fluído
se faz necessário.
Os gases são quase sempre armazenados sob forma liquefeita,
para que se possa ter um grande peso de armazenamento em um
volume relativamente pequeno. A armazenagem de gases em
forma gasosa é geralmente antieconômica, devido ao pequeno
peso específico (TELLES, 1996, p. 5).

Vaso de pressão constitui genericamente em casco, tampo, bocais e válvulas


de segurança (Fig.1), que pode, dependendo do projeto, possuir várias outras partes.

Figura 1:Representação genérica de um vaso de pressão.


Fonte: Engineers' Guide to Pressure Equipament, 2001

Assim, o vaso deve suportar todas as pressões internas e externas de um fluido


pressurizado sem vir a falhar. Por isso uma análise das forças atuantes em um vaso de
pressão é essencial para elaboração de um projeto. De acordo com o código ASME, seção
VIII (2010, p. 16) “Cada elemento de um vaso de pressão deve ser projetado para a
condição mais grave de pressão coincidente e temperatura esperada em operação normal”.
Como mostra Dennis Moss (2004), ao se analisar as forças e pressões atuantes para
ocorrer a falha, a determinação da relação entre as forças aplicadas a um vaso e a força
atuante correspondente a falha, assim criando uma correlação da resistência do material,
utilizando a Pressão Máxima de Trabalho Admissível (PMTA) e pressão de Teste
Hidrostático.
Quando os vasos estão sobre pressão, são submetidos a cargas em todas as
direções. A relação entre o raio e a espessura do casco do vaso dar sua classificação como
parede fina ou parede grossa. Para paredes finas, a relação de raio r e a espessura t é de
raio/espessura < 10 (ASME, 2010). De acordo com Hibbeler (2010), quando a relação
raio e espessura for exatamente 10, os resultados de uma análise de parede fina preverão
uma tensão aproximadamente 4% menor que a tensão máxima real do vaso.
A implicação das forças atuantes nos vasos de pressão determina todo o
dimensionamento estrutural do projeto, para suportar as pressões internas sem vir a falhar.
Essas tensões atuantes são principalmente circunferenciais e longitudinais (Fig.2).

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Figura 2:Tensão circunferencial e longitudinal
Fonte: Hibbeler (2010)

De acordo com a teoria clássica de resistência dos materiais, as tensões


atuantes circunferenciais e longitudinais se dão pela Eq.1 e Eq.2, respectivamente, como
mostra Hibbeler (2010).

𝑃. 𝑅
𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑛𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 =
𝑡

Eq. (1)
𝑃. 𝑅
𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑖𝑡𝑢𝑑𝑖𝑛𝑎𝑙 =
2. 𝑡
Eq. (2)

Onde P representa a pressão de trabalho, R o raio interno de projeto e t a


espessura de chapa de aço.
2.2 Código ASME e normas regulamentadoras
O código ASME é o código que rege os projetos de vasos de pressão. É o
código criado para padronizar os projetos de vasos de pressão, a fim de diminuir a
quantidade de acidentes por falha dos vasos. Foi criado pela Associação Americana de
Engenheiros Mecânicos “American Society of Mechanical Enginners” e é um texto
normativo que abrange critérios, fórmulas de cálculos e exigências de detalhes de projeto,
tais como o tipo e eficiência de solda, fabricação e tratamentos térmicos, taxas de
corrosão, inspeção dos vasos de pressão.
Apresenta-se dividido em seções, do qual a seção VIII trata de Vasos de
Pressão, onde essa seção por sua vez, é dividida em três divisões, do qual a divisão 1
contém regras para a construção de vasos, que não exige análise mais detalhada dos
esforços atuantes, onde sua integridade é dada através de grandes coeficientes de
segurança nos cálculos (ASME, 2010). A divisão 2 se aprofunda mais na análise das
tensões atuantes, permitindo a construção de vasos com menores espessuras (ASME,
2015). A divisão 3 trata de vasos com pressões muito elevadas (ASME, 2015).
No Brasil, a norma que rege a segurança do projeto e inspeção dos vasos de
pressão e a norma regulamentadora número 13, NR-13, que estabelece requisitos

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mínimos para a integridade estrutural do vaso de pressão, relacionada a instalação,
operação e manutenção (NR-13, 1995).
Na NR-13, os vasos de pressão são classificados em categorias segundo a
classe de fluido e potencial risco (Tab.1).

• Fluídos inflamáveis;
• Combustível com temperatura superior ou igual a 200°C;
• Fluídos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20 ppm;
Classe A: • Hidrogênio;
• Acetileno;
Classe B: • Fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200°C;
• Fluídos tóxicos com limite de tolerância superior a 20 ppm;
Classe C: • Vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido;
Classe D: • Outro fluido não enquadrado

Tabela 1: Classificação das categorias de fluido


Fonte: Norma Regulamentadora 13

Os vasos de pressão são classificados em grupos de potencial de risco em


função do produto PV (Tab.2), onde P é a pressão máxima de operação em MPa e V o
seu volume em m³ (NR-13, 1995).

Grupo 1 PV ≥ 100
Grupo 2 PV < 100 e PV ≥ 30
Grupo 3 PV < 30 e PV ≥ 2,5
Grupo 4 PV < 2,5 e PV ≥ 1
Grupo 5 PV < 1

Tabela 2: Grupo de potencial Risco em função da Pressão e Volume


Fonte: Norma Regulamentadora 13

2.3 Resistência dos materiais e influência do teor de carbono


Na engenharia de materiais, a resistência é a capacidade de um corpo resistir
a forças sobre ele aplicada, em função do processo de fabricação do material e dos
processos que se aplicam para alterá-la. Para Hibbeler (2010, p. 58), “A resistência de um
material depende de sua capacidade de suportar carga sem deformação excessiva ou
ruptura”. Assim, tensão e deformação são dois conceitos muito importantes para a física
e a engenharia. De acordo com Hibbeler (2010), tensão mecânica é o valor da distribuição
de esforços resistentes e cargas solicitantes por unidade de área dentro de um corpo
material que age de modo a imprimir ou impedir movimentação limitando a deformação
que é o fenômeno pela qual se propaga, assim se obtêm a equação geral da tensão
mecânica, como mostra a Eq. 3:
𝐹
𝜎=
𝐴
Eq. (3)

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Onde σ é a tensão de cisalhamento, F é a força tangencial a direção de
deformação e perpendicular a área A transversal do corpo.
Com isso, a deformação é determinada, de acordo com a Lei de Hooke,
dividindo a variação δ com o comprimento de referência original Lo, como mostra a Eq.
4:
𝛿
𝜀=
𝐿𝑜
Eq. (4)
Se os valores que correspondem a Tensão e a Deformação forem dispostas
em um gráfico, assim, se obtêm o gráfico Tensão-Deformação (Fig.3).

Figura 3:Representação genérica do gráfico tensão-deformação


Fonte: Hibbeler (2010)

Com isso, a deformação pode ser classificada em duas categorias, elástica e


plástica. Como mostra Hibbeler (2010), a deformação elástica é quando a tensão não
ultrapassa o limite de escoamento, assim voltando a sua forma original quando livre de
cargas. Já a deformação plástica, a tensão rompe o limite de escoamento, havendo uma
reorganização da estrutura do material, tomando uma nova forma.
O tipo de material tem influência significativa na deformação e na tensão
suportada sem vir a falhar. Com isso, selecionar o material adequado para um vaso de
pressão influi consideravelmente nas tensões máximas admissíveis que o vaso pode
suportar sem falhar. Segundo Falcão (2008), esses equipamentos devem ser projetados aa
fim de evitar as principais falhas que estão diretamente relacionados ao conteúdo de
resistência dos materiais. Alguns tipos de materiais são adequados para elaboração de um
projeto de vaso de pressão (Fig.4).

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Figura 4: Materiais para casco e tampo em vasos de pressão
Fonte: Silva Telles (1996)

Em um projeto de vaso de pressão, é comumente utilizado chapas de ligas de


aço-carbono-silício, especificado pela ASTM. A especificação utilizada em projetos é da
linha A515 (Tab.4), onde a variação do teor de carbono altera as tensões admissíveis em
relação a temperatura para cada aço.

Classe Forma de Especificações Tensões admissíveis(kg/cm²) @temperatura(°C)


de Apresentação ASTM
Material -30 150 205 260 300 325 350 375
a 93
Chapas A515GR60 1202 1202 1202 1202 1167 1139 1102 1053
Aço Carbono Si para
altas temperaturas

Chapas A515GR65 1308 1308 1308 1308 1273 1244 1206 1147
Chapas A515GR70 1406 1406 1406 1406 1376 1350 1310 1240
Tubos A106A 936 936 936 936 963 963 943 861
Tubos A106B 1202 1202 1202 1202 1202 1202 1177 1071
Tubos A210A1 1202 1202 1202 1202 1202 1202 1177 1071
Forjados A105 1406 1406 1406 1383 1317 1279 1241 1186
Fundidos A216WC1 1406 1406 1406 1383 1317 1279 1241 1186

Tabela 4: Tensões admissíveis em relação a temperatura


Fonte: Silva Telles (1996)

Com isso, selecionando o aço A515 GR 60 e A515 GR 70, as especificações


para esses aços e suas propriedades mecânicas estão dispostas na tabela 5:

A515 GR 60 A515 GR 70
Carbono 0,24% 0,31%
Manganês 0,90% 1,20%
Fósforo 0,035% 0,035%
Enxofre 0,035% 0,035%
Silício 0,15 a 0,40% 0,15 a 0,40%
Limite de escoamento 220 MPa 260 MPa
Resistência a tração 415 a 550 MPa 485 a 620 Mpa
Alongamento 25% 21%
Tensão Máxima Admissível 1202 Kgf/cm² 1406 Kgf/cm²
Tabela 5: Propriedade dos aços A515
Fonte: ASTM, 2010
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2.4 Cascos e tampos
Como foi discutido em capítulos anteriores, os vasos de pressão são divididos
em algumas partes, dentre elas as principais são os cascos e os tampos. Esses vasos
contêm uma parede composta do casco e dos tampos de fechamento que podem ser
simples ou múltiplos, variando no formato e na dimensão. (TELLES, 1996).
Há vários tipos de formato de cascos, do qual cada formato exige uma
equação diferente para cálculo das tensões de membranas (Fig.5).

Figura 5: Tipos de Vasos de Pressão


Fonte: Silva Telles (1996)

Silva Telles (1996) diz que quase todos os cascos, com algumas e possui três
formas básicas: cilíndrica, cônica ou esférica. A espessura de uma parede do casco de
vaso de pressão deve ser no mínimo o maior dos dois seguintes valores, como mostra a
Eq. 5:

𝑒+𝐶+𝑓
Eq. (5)

Onde e é a espessura de chapa de aço calculada, C representa a sobre


espessura de corrosão e f é a sobre espessura de perda de conformação da chapa.
A sobre espessura de corrosão, como mostra Telles (1996), pode ser
considerada nos seguintes casos:
• Meios pouco corrosivos – 1,5 mm
• Meios medianamente corrosivos – 3mm
• Meio muito corrosivos – 6mm

Os cascos do vaso de pressão, também chamado de costados, possuem


diversos formatos, sendo o mais utilizado o formato cilíndrico (Fig. 6).

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Figura 6: Vaso de pressão com casco cilíndrico
Fonte: Silva Telles (1996)

Os cascos cilíndricos são os mais fáceis e de menor custo de fabricar, porém


não são os mais eficientes. “O formato cilíndrico é o mais fácil de se fabricar e transportar,
presta-se bem à maioria dos serviços, e é o que permite o aproveitamento de chapas
inteiras para a fabricação do vaso.” (TELLES, 1996). As dimensões necessárias para a
produção de um casco cilíndrico são a espessura de chapa de aço, a distância entre as
tangentes CET e o diâmetro interno medida pela face interna da parede do vaso Di (Fig.
6).
Os tampos são os elementos mais críticos, pois eles concentram mais as
tensões. Com isso, o formato é de importância imprescindível para o cálculo de tensões
admissíveis. Os tampos de fechamento possuem diversos formatos, onde três formatos
são comumente utilizados: O elíptico, o toriesférico e o esférico (Fig.7).

Figura 7: Tipos de tampos


Fonte: ASME, Seção VIII, Divisão 1 (2010)

O tampo elíptico (Fig. 7, a) possui uma forma de elipse teoricamente


geometricamente perfeitas, com relação de 2:1 de semieixos, ou seja, o diâmetro do tampo
D possui quatro vezes a sua altura h. Como mostra (TELLES, 1996), o tampo elíptico
quase sempre pode ser construído com a mesma espessura de um casco cilíndrico, pois a
resistência à pressão interna é praticamente a mesma.
Os tampos toriesféricos (Fig. 7, b) possui uma calota central de raio L, e por
uma seção toroidal de concordância r. Para (TELLES, 1996), os tampos toriesféricos são
mais fáceis de produzir que os elípticos quanto menor for o raio r.
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Os tampos esféricos (Fig. 7, c) são os mais resistentes comparado aos outros,
pois a distribuição de tensões, pois a distribuição de tensões se torna mais uniforme.
Possui um diâmetro L, que acompanha o diâmetro do casco. São mais difíceis de produzir,
e de acordo com (TELLES, 1996), pode ter cerca de metade da espessura de um casco
cilíndrico de mesmo diâmetro.

2.5 Eficiência de solda


O tipo de união utilizado nas chapas de aço para a fabricação de um vaso de
pressão é o de soldagem. “Processo de união de materiais baseado no estabelecimento de
forças de ligação química... entre os materiais que estão sendo unidos” (MARQUES,
MODENESI e BRACARENSE, 2009).
Para o dimensionamento de componentes pressurizados de vasos de pressão
é necessária a definição da eficiência da junta soldada. Com isso, a norma ASME, Seção
VIII, Divisão 1 na seção UW-12 fornece a eficiência das juntas soldadas. A partir da
categoria da junta, o código estabelece requisitos especiais quanto ao tipo de junta e o
grau de inspeção que estarão sujeitas determinadas juntas no equipamento. Para juntas de
topo, com dupla soldagem, se utiliza de acordo com a UW-35 do código ASME, Seção
VIII, Divisão 1, uma eficiência de solda de 0,85.

2.6 Bocais e suportes


As aberturas nos vasos de pressão têm por finalidade desempenhar funções
para operação de um vaso de pressão. Dentre tais funções estão as entradas e saídas dos
fluidos, as instalações de válvulas de segurança, drenos, respiros, facilitar a manutenção
das partes internas, dentre outras funções. Essas aberturas se dão o nome de bocais. Todos
os bocais em um vaso de pressão devem ter sua posição exatamente vertical ou horizontal,
onde a face dos flanges fique sempre no mesmo plano.
Além dos bocais, outra parte importante para o equipamento são os suportes.
Todos os vasos de pressão devem possuir suportes próprios. Para vasos horizontais, os
suportes são compostos normalmente por duas selas metálicas abrangendo no mínimo
120° da circunferência do vaso.

2.7 Padrões de fabricação


O projeto de vaso de pressão é feito por encomenda, assim, cada projeto é
único. Portanto, a espessura das chapas para fabricação tem valores padronizados
comercialmente (Tab.6), para facilitar a fabricação do vaso de pressão.
4,75 6,3 8,0 9,5 11,2 12,5 14,0 16,0 17,5 19,0 20,6
22,4 23,6 25,0 28,6 31,5 34,9 37,5 41,3 44,4 47,5 50,0
Tabela 6: Padronização de chapas de aço comercial
Fonte: ASTM, 2010

3. METODOLOGIA
3.1 Caracterização da área de estudo ou objeto de estudo
Os tampos são as partes mais frágeis em um vaso de pressão. A concentração
e distribuição de tensões necessita ser calculado para garantir a integridade estrutural da

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peça. Com isso, cada geometria e material selecionado para o tampo implica em tensões
e pressões de trabalho diferentes.
3.2 Tipo de pesquisa
A metodologia que do desenvolvimento deste trabalho se baseia em um
estudo de caso das tensões atuantes em tampos de vasos de pressão para geometrias e
materiais diferentes, utilizando softwares de elementos finitos e fazendo um comparativo
da resistência de tampos selecionados.
3.3 Instrumento e coleta de dados
O projeto de um Vaso de Pressão consiste na determinação por meio de
cálculos as dimensões gerais do equipamento para suportar todo tipo de pressão sem vir
a falhar. Neste trabalho será abordado dados de projeto solicitado por empresa alimentícia
para produção de vaso de pressão que atenda aos requisitos do sistema de refrigeração.
Os dados iniciais de projeto (Tab. 7) são apresentados conforme a aplicação
e forma de trabalho necessários.

Dados de Projeto de Vaso de Pressão


Pressão 15 bar
Volume interno 5,43m³
Capacidade 5453 Litros
Diâmetro interno 1475 milímetros
Comprimento 3180 milímetros
Fluido R717 – Amônia
Especificação Sistema de refrigeração
Temperatura de Trabalho 140° Celsius
Densidade do Fluído 0,73 kg/m³
Sobre Espessura de Corrosão Adotada 3 milímetros
Sobre Espessura de Conformação Adotada 1 milímetros
Classe B
Grupo 1
Eficiência de solda adotada 0,85

Tabela 7: Dados de Projeto de Vaso de Pressão


Fonte: Autoria Própria (2019)

4 PROJETO DE VASO DE PRESSÃO


4.1 Cálculo de casco cilíndrico
O cálculo mecânico de um casco cilíndrico deve seguir rigorosamente o
parágrafo UG-27 do código ASME, seção VIII, Divisão 1, utilizando a equação de
espessura do casco cilíndrico, como representa a Eq. 6.

𝑃. 𝑅
𝑡= +𝑐+𝑓
𝑆. 𝐸 − 0,6. 𝑃
Eq. (6)

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Onde t é a espessura de casco, P é a pressão interna de projeto, R representa
o raio interno de projeto, S é a tensão admissível para o material, E representa a eficiência
de solda, c é a sobre espessura de corrosão e f a sobre espessura de perda de conformação.
Os dados obtidos para o projeto estão contidos na tabela 5 e 7. O material para
o casco determinado A515-GR70, suas propriedades estão descritas na tabela 5. Dessa
maneira podemos realizar o cálculo da espessura do casco cilíndrico, representado pela
Eq. 7.

15 𝑥 737,5
𝑡= + 3 + 1 = 𝟏𝟑, 𝟑𝟑 𝒎𝒎
1406 𝑥 0,85 − 0,6 𝑥 15

Eq. (7)

Ao se adotar espessura nominal padrão de fabricação de acordo com a tabela


6, a espessura padronizada do casco cilíndrico com chapa de aço A515-GR70 será de 16
mm.
Assim para fabricação do casco cilíndrico, conformada com raio de 737,5 mm
(Fig. 8), que serão unidas duas chapas conformadas por processo de soldagem.

Figura 8: Modelagem 3D de chapa de aço A515-70 conformada


Fonte: Autoria Própria (2019)

O cálculo de um casco cilíndrico para obter a pressão máxima admissível


como demonstra a Eq. 9, de acordo com o parágrafo UG-27 do código ASME, seção VIII,
Divisão 1.

𝑡. 𝑆. 𝐸
𝑃. 𝑀. 𝐴 =
(𝑅 + 0,6. 𝑡)
Eq. (9)

Onde t é a espessura nominal padrão calculada, S é a tensão admissível do


material, E representa a eficiência de solda e R é o raio interno do vaso de pressão.
Com isso, adotando os dados obtidos nas tabelas 5 e 7, a Eq. 10, de acordo
com a norma ASME para obter a Pressão máxima admissível.

13
16 𝑥 1406 𝑥 0,85
𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟐𝟓, 𝟓𝟗 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(737,5 + 0,6 𝑥 16)
Eq. (10)

A pressão máxima admissível calculada conforme a Eq. 10 demonstra a


pressão máxima admissível para um casco novo e frio. Ao passar da vida útil do casco, a
pressão máxima diminui em função da corrosão do material sofrido ao longo do tempo.
Com isso, pode-se observar que a adição dos 3mm de sobre espessura de corrosão é
subtraída, e a pressão máxima admissível para o casco saturado e quente é representado
pela Eq. 11.

(16 − 3) 𝑥 1406 𝑥 0,85


𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟐𝟎, 𝟖𝟒 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(737,5 + 0,6 𝑥 (16 − 3)
Eq. (11)

A tensão atuante circunferencial nas paredes do casco do vaso de pressão,


representada pela Eq. 12, de acordo com a norma ASME, Seção VIII, divisão 1.

𝑃. (𝑅 + 0,6𝑡)
𝑆=
𝑡. 𝐸
Eq. (12)
Onde S é a tensão atuante circunferencial, P é a pressão interna de projeto, R
representa o raio interno de projeto, t é a espessura de parede da chapa de aço do casco e
E representa a eficiência de solda.
Aplicando os dados obtidos pelas tabelas 7 e o valor de espessura
padronizada, a tensão atuante circunferencial é demonstrada na Eq.13, de acordo com a
norma ASME.

15 𝑥 (737,5 + 0,6 𝑥 16)


𝑆= = 𝟖𝟐𝟒 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
16𝑥0,85

Eq. (13)

4.2 Cálculo para tampos de diferentes formatos e aços

4.2.1 Tampo Esférico

O cálculo mecânico para os tampos esféricos de um vaso de pressão deve


seguir à risca as normas do código ASME, seção VIII, divisão 1, a espessura se dá pela
Eq. 14:

𝑃. 𝐿
𝑡= +𝑐+𝑓
(2𝑆𝐸 − 0,2𝑃)
Eq. (14)

Onde P é a pressão interna de projeto, L é o diâmetro interno do tampo, que


é o mesmo diâmetro interno do casco, S representa a tensão admissível para o material, E
14
é a eficiência de solda, c representa a sobre espessura de corrosão e f a sobre espessura de
conformação. Assim, aplicando os dados obtidos na tabela 5 e 7, para o aço A515-GR60,
a espessura é representada pela Eq.15.

15 𝑥 1475
𝑡= + 3 + 1 = 𝟗, 𝟒𝟑 𝑚𝑚
(2𝑥1202𝑥0,85 − 0,2𝑥15)

Eq. (15)

Ao se adotar espessura nominal padrão de fabricação de acordo com a tabela


6, a espessura padronizada do tampo esférico com chapa de aço A515-GR60 será de 9,5
mm (Fig.9).

Figura 9: Modelagem 3D de tampo esférico de aço A515-60 conformada


Fonte: Autoria Própria (2019)

Utilizando chapa de aço A515-GR70, a espessura é representada pela Eq.16.

15 𝑥 1475
𝑡= + 3 + 1 = 𝟖, 𝟔𝟒 𝑚𝑚
(2𝑥 1406 𝑥 0,85 − 0,2 𝑥 15)
Eq. (16)
Ao se adotar espessura nominal padrão de fabricação de acordo com a tabela
6, a espessura padronizada do tampo esférico com chapa de aço A515-GR70 será de 9,5
mm (Fig.10).

15
Figura 10: Modelagem 3D de tampo esférico de aço A515-70 conformada
Fonte: Autoria Própria (2019)

O cálculo de um tampo esférico para obter a pressão máxima admissível como


demonstra a Eq. 17, de acordo com o parágrafo UG-27 do código ASME, seção VIII,
Divisão 1.
2. 𝑡. 𝑆. 𝐸
𝑃. 𝑀. 𝐴 =
(𝐿 + 0,2. 𝑡)
Eq. (17)
Onde t é espessura de chapa calculada e padronizada, S é a tensão admissível
do material, E representa a eficiência de solda e L o diâmetro interno do tampo. Com isso,
adotando os dados obtidos nas tabelas 5 e 7, a Eq. 18, de acordo com a norma ASME para
obter a Pressão máxima admissível, para chapa de aço A515-GR60.

2 𝑥 9,5 𝑥 1202 𝑥 0,85


𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟐𝟔, 𝟐𝟓 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(1475 + 0,2 𝑥 9,5)
Eq. (18)
Utilizando chapa de aço A515-GR70, a pressão máxima admissível é
representada pela Eq.19.
2 𝑥 9,5 𝑥 1406 𝑥 0,85
𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟑𝟎, 𝟕𝟎 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(1475 + 0,2 𝑥 9,5)
Eq. (19)
A pressão máxima admissível calculada conforme as Eq. 18 e 19 para
diferentes chapas de aço demonstra a pressão máxima admissível para tampos esféricos
novos e frios. Ao passar da vida útil do casco, a pressão máxima diminui em função da
corrosão do material sofrido ao longo do tempo. Com isso, pode-se observar que a adição
dos 3mm de sobre espessura de corrosão é subtraída, e a pressão máxima admissível para
o tampo saturado e quente utilizando os aços A515-GR60 e A515-GR70 é representado
respectivamente pelas Eq. 20 e Eq.21.

16
2 𝑥 (9,5 − 3) 𝑥 1202 𝑥 0,85
𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟏𝟕, 𝟗𝟕 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(1475 + 0,2 𝑥 (9,5 − 3))
Eq. (20)
2 𝑥 (9,5 − 3) 𝑥 1406 𝑥 0,85
𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟐𝟏, 𝟎𝟐 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(1475 + 0,2 𝑥 (9,5 − 3))
Eq. (21)
A tensão atuante nas paredes do tampo do vaso de pressão, representada pela
Eq. 22, de acordo com a norma ASME, Seção VIII, divisão 1.

𝑃. (𝐿 + 0,2𝑡)
𝑆=
2. 𝑡. 𝐸
Eq. (22)

Onde S é a tensão atuante circunferencial, P é a pressão interna de projeto, L


representa o diâmetro interno de projeto, t é a espessura de parede da chapa de aço do
casco e E representa a eficiência de solda.
Aplicando os dados obtidos pelas tabelas 7 e equação 15 e 16 padronizada, a
tensão atuante circunferencial é demonstrada na Eq.23, de acordo com a norma ASME.

15 𝑥 (1475 + 0,2 𝑥 9,5)


𝑆= = 𝟔𝟖𝟔, 𝟕𝟒 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
2 𝑥 9,5 𝑥 0,85
Eq. (23)
4.2.2 Tampo Elíptico
O cálculo mecânico para os tampos elípticos de um vaso de pressão deve
seguir à risca as normas do código ASME, seção VIII, divisão 1, a espessura se dá pela
Eq. 24:

𝑃. 𝐷. 𝐾
𝑡= +𝑐+𝑓
(2𝑆𝐸 − 0,2𝑃)
Eq. (24)

Onde P é a pressão de trabalho, D o diâmetro interno de projeto, K é o fator


de relação entre o diâmetro D e a altura h, S representa a tensão admissível do material,
E a eficiência de solda, c é a sobre espessura de corrosão e f a sobre espessura de
conformação.
O fator K Eq. (25), pode ser obtido através da relação da altura h com o raio
do tampo r (Fig.7) e ser adotado o valor de relações (Tab.8) conforme o código ASME,
Seção VIII, Divisão 1.

1 𝑟 2
𝐾 = (2 + ( ) )
6 ℎ
Eq. (25)

17
r/h 3,0 2,9 2,8 2,7 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0
K 1,83 1,73 1,64 1,55 1,46 1,37 1,29 1,21 1,14 1,07 1,00

r/h 1,99 1,9 1,8 1,7 1,6 1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 1,0
K 0,99 0,93 0,87 0,81 0,76 0,71 0,66 0,61 0,57 0,3 0,50

Tabela 8: Valores de K para cálculo de tampos elípticos


Fonte: ASME, Seção VIII, Divisão 1

O raio r do tampo elíptico é de mesmo valor do raio r interno adotado do


projeto. Como a relação de semi-eixos de tampo elíptico normal é 2:1, o diâmetro D de
projeto é quatro vezes a sua altura h, assim a altura h de projeto é representada pela Eq.
26.

1475
ℎ= = 𝟑𝟔𝟗, 𝟕𝟓 𝑚𝑚
4
Eq. (26)

Como forma de padronizar a altura h da chapa, se adotará 370 mm de altura


h para o tampo elíptico. Assim, a relação para obter o fator K é representado pela Eq. 27.

𝑟 737,5
= = 𝟏, 𝟗𝟗𝟑
ℎ 370
Eq. (27)

Ao se adotar a relação entre raio e altura e valores de fator K descritos na


tabela x, o fator K é 0,99. Com isso, aplicando os dados obtidos na tabela 5 e 7, para o
aço A515-GR60, a espessura é representada pela Eq.28.

15 𝑥 1475 𝑥 0,99
𝑡= + 3 + 1 = 𝟏𝟒, 𝟖𝟎 𝑚𝑚
(2 𝑥 1202 𝑥 0,85 − 0,2 𝑥 15)
Eq. (28)

Ao se adotar espessura nominal padrão de fabricação de acordo com a tabela


6, a espessura padronizada do tampo elíptico com chapa de aço A515-GR60 será de 16
mm (Fig.11).

Figura 11: Modelagem 3D de tampo elíptico de aço A515-60 conformada


Fonte: Autoria Própria (2019)
18
Utilizando chapa de aço A515-GR70, a espessura é representada pela Eq.29.

15 𝑥 1475 𝑥 0,99
𝑡= + 3 + 1 = 𝟏𝟑, 𝟐𝟑 𝑚𝑚
(2 𝑥 1406 𝑥 0,85 − 0,2 𝑥 15)
Eq. (29)

Ao se adotar espessura nominal padrão de fabricação de acordo com a tabela


6, a espessura padronizada do tampo elíptico com chapa de aço A515-GR70 será de 14,5
mm (Fig.12).

Figura 12: Modelagem 3D de tampo elíptico de aço A515-70 conformada


Fonte: Autoria Própria (2019)

O cálculo de um tampo elíptico para obter a pressão máxima admissível como


demonstra a Eq. 30, de acordo com o parágrafo UG-27 do código ASME, seção VIII,
Divisão 1.
2. 𝑡. 𝑆. 𝐸
𝑃. 𝑀. 𝐴 =
(𝐷. 𝐾 + 0,2. 𝑡)
Eq. (30)

Onde t é a espessura calculada, S é a tensão admissível do material, E


representa a eficiência de solda, D o diâmetro do tampo e K é o fator calculado.
Com isso, adotando os dados obtidos nas tabelas 5 e 7, a Eq. 31, de acordo
com a norma ASME para obter a Pressão máxima admissível, para chapa de aço A515-
GR60.

2 𝑥 16 𝑥 1202 𝑥 0,85
𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟐𝟐, 𝟐𝟏 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(1475 𝑥 0,99 + 0,2 𝑥 16)
Eq. (31)
Utilizando chapa de aço A515-GR70, a pressão máxima admissível é
representada pela Eq.32.
2 𝑥 14,5 𝑥 1406 𝑥 0,85
𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟐𝟐, 𝟕𝟒 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(1475 𝑥 0,99 + 0,2 𝑥 14,5)
Eq. (32)

19
A pressão máxima admissível calculada conforme as Eq. 31 e 32 para
diferentes chapas de aço demonstra a pressão máxima admissível para tampos elípticos
novos e frios. Ao passar da vida útil do tampo, a pressão máxima diminui em função da
corrosão do material sofrido ao longo do tempo. Com isso, pode-se observar que a adição
dos 3mm de sobre espessura de corrosão é subtraída, e a pressão máxima admissível para
o tampo saturado e quente utilizando os aços A515-GR60 e A515-GR70 é representado
respectivamente pelas Eq. 33 e Eq. 34.

2 𝑥 (16 − 3) 𝑥 1202 𝑥 0,85


𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟏𝟖, 𝟎𝟓 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(1475 𝑥 0,99 + 0,2 𝑥 (16 − 3))
Eq. (33)
2 𝑥 (14,5 − 3) 𝑥 1406 𝑥 0,85
𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟏𝟕, 𝟖𝟕 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(1475 𝑥 0,99 + 0,2 𝑥 (14,5 − 3))
Eq. (34)

A tensão atuante nas paredes do tampo do vaso de pressão, representada pela


Eq. 35, de acordo com a norma ASME, Seção VIII, divisão 1.

𝑃. (𝐷. 𝐾 + 0,2. 𝑡)
𝑆=
2. 𝑡. 𝐸
Eq. (35)

Onde S é a tensão atuante circunferencial, P é a pressão interna de projeto, D


representa o diâmetro interno de projeto, K é o fator calculado do projeto, t é a espessura
de parede da chapa de aço do casco e E representa a eficiência de solda.
Aplicando os dados obtidos pelas tabelas 5 e 7 e equação 28 e 29 padronizada,
e utilizando as diferentes espessuras para cada material, a tensão atuante circunferencial
é demonstrada na Eq.36 e 37, para os aços A515-GR60 e A515-GR70, respectivamente,
de acordo com a norma ASME.

15 𝑥 (1475 𝑥 0,99 + 0,2 𝑥 16)


𝑆= = 𝟖𝟏𝟏, 𝟓𝟐 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
2 𝑥 16 𝑥 0,85
Eq. (36)
15 𝑥 (1475 𝑥 0,99 + 0,2 𝑥 14,5)
𝑆= = 𝟗𝟐𝟕, 𝟐𝟎 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
2 𝑥 14,5 𝑥 0,85
Eq. (37)

4.2.3 Tampo Toriesférico

O cálculo mecânico para os tampos toriesféricos de um vaso de pressão deve


seguir à risca as normas do código ASME, seção VIII, divisão 1, a espessura se dá pela
Eq. 38:

𝑃. 𝐿. 𝑀
𝑡= +𝑐+𝑓
(2𝑆𝐸 − 0,2𝑃)
Eq. (38)
20
Onde P é a pressão de trabalho, L o diâmetro interno do tampo, M é o fator
de relação entre o diâmetro L e o raio de curvatura rx, S representa a tensão admissível
do material, E a eficiência de solda, c é a sobre espessura de corrosão e f a sobre espessura
de conformação.
O diâmetro L e o raio de curvatura rx serão mais resistentes para o tampo
toriesférico quando as relações de semi-eixos se aproximam de uma elipse perfeita. Para
isso, o perfil de diâmetro L e raio rx, que se tem a melhor geometria para o tampo
toriesférico é representada, respectivamente pelas equações Eq. 39 e Eq. 40.

𝐿 = 0,9045. 𝐷 = 0,9045 𝑥 1475 = 𝟏𝟑𝟑𝟒, 𝟏𝟒 𝑚𝑚


Eq. (39)

𝑟𝑥 = 0,1727. 𝐷 = 0,1727 𝑥 1475 = 𝟐𝟓𝟒, 𝟕𝟒 𝑚𝑚


Eq. (40)

Para padronizar os valores obtidos, se adota para diâmetro L e raio de


curvatura rx, respectivamente, os valores 1335 mm e 260 mm.
O fator M Eq. (41), pode ser obtido através da relação entre o Diâmetro L
com o raio rx (Fig.7) e ser adotado o valor de relações (Tab.9) conforme o código ASME,
Seção VIII, Divisão 1.

1
1 𝐿 2
𝑀 = ( )[ 3 + ( ) ]
4 𝑟𝑥
Eq. (41)

L/rx 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
M 1,00 1,03 1,06 1,08 1,10 1,13 1,15 1,17 1,18 1,20 1,22

L/rx 4,00 4,5 5,13 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0
M 1,25 1,28 1,316 1,34 1,36 1,39 1,41 1,44 1,46 1,48 1,50

L/rx 9,5 10,0 10,5 11,0 11,5 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 16,67
M 1,52 1,54 1,56 1,58 1,60 1,62 1,65 1,69 1,72 1,75 1,77

Tabela 9: Valores de M para cálculo de tampos toriesféricos


Fonte: ASME, Seção VIII, Divisão 1

Se adotando os valores de Eq.39 e Eq.40, a relação para obter o fator M é


representada pela Eq.42.

𝐿 1335
= = 𝟓, 𝟏𝟑
𝑟𝑥 260
Eq. (42)

21
Ao se adotar a relação entre raio e altura e valores de fator M descritos na
tabela x, o fator M é 1,316. Com isso, aplicando os dados obtidos na tabela 5 e 7, para o
aço A515-GR60, a espessura é representada pela Eq.43.

15 𝑥 1335 𝑥 1,316
𝑡= + 3 + 1 = 𝟏𝟖, 𝟐𝟕 𝑚𝑚
(2 𝑥 1202 𝑥 0,85 − 0,2 𝑥 15)
Eq. (43)

Ao se adotar espessura nominal padrão de fabricação de acordo com a tabela


x, a espessura padronizada do tampo toriesférico com chapa de aço A515-GR60 será de
19 mm (Fig.13).

Figura 13: Modelagem 3D de tampo toriesférico de aço A515-60 conformada


Fonte: Autoria Própria (2019)

Utilizando chapa de aço A515-GR70, a espessura é representada pela Eq.44.

15 𝑥 1335 𝑥 1,316
𝑡= + 3 + 1 = 𝟏𝟔, 𝟐𝟎 𝑚𝑚
(2 𝑥 1406 𝑥 0,85 − 0,2 𝑥 15)
Eq. (44)
Ao se adotar espessura nominal padrão de fabricação de acordo com a tabela
x, a espessura padronizada do tampo toriesférico com chapa de aço A515-GR70 será de
17,5 mm (Fig.14).

Figura 14: Modelagem 3D de tampo toriesférico de aço A515-70 conformada


Fonte: Autoria Própria (2019)

22
O cálculo de um tampo toriesférico para obter a pressão máxima admissível
como demonstra a Eq. 45, de acordo com o parágrafo UG-27 do código ASME, seção
VIII, Divisão 1.
2. 𝑡. 𝑆. 𝐸
𝑃. 𝑀. 𝐴 =
(𝐿. 𝑀 + 0,2. 𝑡)
Eq. (45)

Onde t é a espessura calculada, S é a tensão admissível do material, E


representa a eficiência de solda, L o diâmetro do tampo calculado e M é o fator calculado.
Com isso, adotando os dados obtidos nas tabelas 5 e 7, a Eq. 46, de acordo
com a norma ASME para obter a Pressão máxima admissível, para chapa de aço A515-
GR60.

2 𝑥 19 𝑥 1202 𝑥 0,85
𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟐𝟐, 𝟎𝟒 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(1335 𝑥 1,316 + 0,2 𝑥 19)
Eq. (46)

Utilizando chapa de aço A515-GR70, a pressão máxima admissível é


representada pela Eq.47.
2 𝑥 17,5 𝑥 1406 𝑥 0,85
𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟐𝟑, 𝟕𝟓 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(1335 𝑥 1,316 + 0,2 𝑥 17,5)
Eq. (47)

A pressão máxima admissível calculada conforme as Eq. 46 e 47 para


diferentes chapas de aço demonstra a pressão máxima admissível para tampos
toriesféricos novos e frios. Ao passar da vida útil do tampo, a pressão máxima diminui
em função da corrosão do material sofrido ao longo do tempo. Com isso, pode-se observar
que a adição dos 3mm de sobre espessura de corrosão é subtraída, e a pressão máxima
admissível para o tampo saturado e quente utilizando os aços A515-GR60 e A515-GR70
é representado respectivamente pelas Eq. 48 e Eq.49.

2 𝑥 (19 − 3) 𝑥 1202 𝑥 0,85


𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟏𝟖, 𝟓𝟔 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(1335 𝑥 1,316 + 0,2 𝑥 (19 − 3))
Eq. (48)
2 𝑥 (17,5 − 3) 𝑥 1406 𝑥 0,85
𝑃. 𝑀. 𝐴 = = 𝟏𝟗, 𝟔𝟖 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
(1335 𝑥 1,316 + 0,2 𝑥 (17,5 − 3))
Eq. (49)
A tensão atuante nas paredes do tampo do vaso de pressão, representada pela
Eq. 50, de acordo com a norma ASME, Seção VIII, divisão 1.

𝑃. (𝐿. 𝑀 + 0,2. 𝑡)
𝑆=
2. 𝑡. 𝐸
Eq. (50)
23
Onde S é a tensão atuante circunferencial, P é a pressão interna de projeto, L
representa o diâmetro de tampo calculado, M é o fator calculado do projeto, t é a espessura
de parede da chapa de aço do casco e E representa a eficiência de solda.
Aplicando os dados obtidos pelas tabelas 5 e 7 e equações 43 e 44 padronizadas, e
utilizando as diferentes espessuras para cada material, a tensão atuante circunferencial é
demonstrada na Eq.51 e 52, para os aços A515-GR60 e A515-GR70, respectivamente, de
acordo com a norma ASME.

15 𝑥 (1335 𝑥 1,316 + 0,2 𝑥 19)


𝑆= = 𝟖𝟏𝟕, 𝟗𝟒 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
2 𝑥 19 𝑥 0,85
Eq. (51)
15 𝑥 (1335 𝑥 1,316 + 0,2 𝑥 17,5)
𝑆= = 𝟖𝟖𝟕, 𝟗𝟎 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
2 𝑥 17,5 𝑥 0,85
Eq. (52)

4.3 Tabela de dados e comparativo de tampos

Com os dados obtidos nas equações do tópico 3, a tabela de comparativo do


projeto (Tab.10), contêm os dados e porcentagem de diferenças do projeto.

Espessura Pressão Máxima


Mínima Admissível
Tipo de Tensão Atuante
Peça Requerida (Kgf/cm²)
Material (Kgf/cm²)
(mm) Nova Saturada
Casco
A515-GR70 16 25,59 20,84 824
Cilíndrico
Tampo A515-GR60 9,5 26,25 17,97 686,74
Esférico A515-GR70 9,5 30,70 21,02 686,74
Tampo A515-GR60 16 22,21 18,05 811,52
Elíptico A515-GR70 14 22,74 17,87 927,20
Tampo A515-GR60 19 22,04 18,56 817,94
Toriesférico A515-GR70 17,5 23,75 19,68 887,90

Tabela 10: Comparativo de pressão máxima admissível e tensões atuantes


Fonte: Autoria Própria (2019)

4.4 Pressão de operação de Válvula de segurança

A pressão de segurança da válvula de escape pode ser definida com qualquer


valor entre a pressão de projeto e a pressão máxima admissível saturada do equipamento.
Portanto, a válvula de segurança será dimensionada de acordo com os valores de pressão
máxima admissível para as peças dimensionadas saturadas e quentes, após vida útil de
operação, como mostra a tabela 11.

24
Pressão Máxima Pressão Máxima
Admissível Admissível do Casco Válvula de Segurança
Peça
(Kgf/cm²) (Kgf/cm²)
Tampo 17,97 20,84 17,97
Esférico 21,02 20,84 20,84
Tampo 18,05 20,84 18,05
Elíptico 17,87 20,84 17,87
Tampo 18,56 20,84 18,56
Toriesférico 19,68 20,84 19,68

Tabela 11: Seleção e comparativo de pressões máximas para válvula de segurança


Fonte: Autoria Própria (2019)

4.5 Pressão de operação de Teste hidrostático

A pressão de operação de teste hidrostático pode ser definida, de acordo com


o código ASME, seção VIII, divisão 1, deve ser calculada no mínimo 1,3 vezes a pressão
máxima admissível para o equipamento novo e frio. Com base nos dados da tabela x, o
comparativo de teste hidrostáticos para diferentes tampos e materiais é representado pela
tabela 12.

Pressão Máxima
Pressão Máxima Pressão para Teste
Admissível de Teste
Admissível de Teste Hidrostático do
Peça Hidrostático do Casco
Hidrostático (Kgf/cm²) Equipamento
(Kgf/cm²)
Tampo 34,13 33,27 33,27
Esférico 39,91 33,27 33,27
Tampo 28,87 33,27 28,87
Elíptico 29,56 33,27 29,56
Tampo 28,65 33,27 28,65
Toriesférico 30,86 33,27 30,86

Tabela 12: Seleção e comparativo de pressões máximas para válvula de segurança


Fonte: Autoria Própria (2019)

4.6 Simulações 3D elementos finitos dos vasos de pressão

Utilizou-se o software INVENTOR AUTODESK, para as modelagens e


simulações em elementos finitos 3D.

4.6.1 Vaso de pressão com tampo esférico

A modelagem 3D do vaso de pressão com tampo esférico (Fig.15) utilizando


os dimensionamentos das equações do projeto simulando um vaso de pressão a se
aproximar das condições de operação na vida real.

25
Figura 15: Vaso de pressão com tampo esférico
Fonte: Autoria Própria (2019)

A utilização de tampos com materiais diferentes interfere diretamente nas


condições de pressão de trabalho e deformações. Ao se aplicar análise de tensões pelo
método dos elementos finitos, os valores de tensão atuante para os tampos com material
A515-GR60 (Fig.16) e A515-GR70 (Fig.17) coincidem com os valores calculados.

Figura 16: Análise de deformação e tensão atuante em vaso com tampo esférico A515-GR60
Fonte: Autoria Própria (2019)

Figura 17: Análise de deformação e tensão atuante em vaso com tampo esférico A515-GR70
Fonte: Autoria Própria (2019)

26
4.6.2 Vaso de pressão com tampo elíptico

A modelagem 3D do vaso de pressão com tampo esférico (Fig.18) utilizando


os dimensionamentos das equações do projeto simulando um vaso de pressão a se
aproximar das condições de operação na vida real.

Figura 18: Vaso de pressão com tampo elíptico


Fonte: Autoria Própria (2019)

A utilização de tampos com materiais diferentes interfere diretamente nas


condições de pressão de trabalho e deformações. Ao se aplicar análise de tensões pelo
método dos elementos finitos, os valores de tensão atuante para os tampos com material
A515-GR60 (Fig.19) e A515-GR70 (Fig.20) coincidem com os valores calculados.

Figura 19: Análise de deformação e tensão atuante em vaso com tampo toriesférico A515-GR60
Fonte: Autoria Própria (2019)

Figura 20: Análise de deformação e tensão atuante em vaso com tampo toriesférico A515-GR60
Fonte: Autoria Própria (2019)

27
4.6.3 Vaso de pressão com tampo toriesférico

A modelagem 3D do vaso de pressão com tampo toriesférico (Fig.21)


utilizando os dimensionamentos das equações do projeto simulando um vaso de pressão
a se aproximar das condições de operação na vida real.

Figura 21: Vaso de pressão com tampo toriesférico


Fonte: Autoria Própria (2019)

A utilização de tampos com materiais diferentes interfere diretamente nas


condições de pressão de trabalho e deformações. Ao se aplicar análise de tensões pelo
método dos elementos finitos, os valores de tensão atuante para os tampos com material
A515-GR60 (Fig.22) e A515-GR70 (Fig.23) coincidem com os valores calculados.

Figura 22: Análise de deformação e tensão atuante em vaso com tampo toriesférico A515-GR60
Fonte: Autoria Própria (2019)

Figura 23: Análise de deformação e tensão atuante em vaso com tampo toriesférico A515-GR70
Fonte: Autoria Própria (2019)

28
Assim, traçando um gráfico comparativo de tensões atuantes para mesma
pressão de trabalho, se obtêm:

Comparativo de tensões atuantes por


geometria e espessura de tampos
Tensões atuantes

88,7 92,7
81,8 81,2
68,8 68,8

TORIESFÉRICO ESFÉRICO ELÍPTICO

Material do tampo
GR60 GR70

Gráfico 1: Comparativo de tensões atuantes por geometria e espessura de tampos


Fonte: Autoria Própria (2019)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A seleção de materiais adequados e da geometria em um projeto de vaso de


pressão implicará em diversas diferenças de um projeto para o outro. Dentre tais
diferenças estão a pressão de trabalho máxima admissível, as espessuras de chapas, as
tensões atuantes, a pressão de teste hidrostático, além do custo para o projeto. Ao se
calcular as espessuras, tensões e pressões diferentes, e com o auxílio de softwares de
modelagem e simulação de métodos de elementos finitos, pode-se concluir que as tensões
divergem quando a geometria do tampo é alterada, e isso se dar pelo fato que as
geometrias possuem concentradores de tensões diferentes.
Após realizada os cálculos e as simulações, se conclui que os tampos esféricos
possuem melhor distribuição da pressão interna, assim diminuindo a tensão atuante em
cerca de 16% para tampos elípticos e tampos toriesféricos. A geometria dos tampos
toriesféricos utilizados em projeto é conhecido como falsa elipse, ou seja, sua forma se
aproxima a de uma elipse real, sendo assim, os tampos elípticos e toriesféricos tiveram
uma diferença de 0,04%. Como a distribuição de tensões no tampo elíptico é melhor, o
tampo toriesférico se torna o mais frágil do projeto, necessitando de espessuras maiores
de fabricação.
Assim, os tampos esféricos são os mais resistentes. Nota-se que a mudança
de material não influencia na espessura da chapa do tampo esférico. Sendo assim, os
tampos de maior e menor resistência, respectivamente são, os esféricos, elípticos e
toriesféricos.

29
REFERÊNCIAS

ASME. Rules for construction of pressure vessels. Nova York: ASME, v. Divisão 1,
2010. 1 p.
ASME. Boiler an Pressure Vessel Code. Nova York: ASME, v. Divisão 2, 2015.
ASME. Boiler and Pressure Vessel Code. Nova York: ASME, v. Divisão 3, 2015.
ASTM. American Society for Testing and Materials. Adaptada. ed. Pensilvânia:
ASTM, 2010.
FALCÃO, C. Projeto de Vasos de Pressão e Trocadores de calor. [S.l.]: [s.n.], 2008.
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, v. 7,
2010.
HISTORY. History, Dezembro 1996. Disponivel em: <http://www-history.mcs.st-
andrews.ac.uk/Biographies/Pascal.html>.
MARQUES, P. V.; MODENESI, P. J.; BRACARENSE, A. Q. Soldagem,
fundamentos e tecnologia. 3°. ed. Belo Horizonte: ufmg, 2009.
MATTHEWS, C. Engineers' Guide to Pressure Equipament. Suffolk: Profissional
Engineering Publishing, 2001.
MEGYESY, E. F. Pressure Vessels Handbook. Tulsa: Pressure Vessels Handbook
Publishing, 1977.
MOSS, D. R. Pressure Vessels Designer Manual. Burlington: Elsevier, 2004.
NR-13. Norma Regulamentadora 13. Governo Federal. 1995.
TELLES, P. C. S. Vasos de Pressão. Rio de Janeiro: LTC, 1996.
WAGEMAKER, T. L. Distribuição de Tensões em bocais de Vasos de Pressão.
Universidade Paulista. São Paulo. 2011.
WEST, J. B. Torricelli and the Ocean of Air: The First Measurement of Barometric
Pressure. American Physiology Society, p. 68-73, 2013.

30
APÊNDICES A – Desenho técnico de vaso de pressão tampo elíptico 9,5 mm GR70

31
APÊNDICES B – Desenho técnico de vaso de pressão tampo elíptico 16 mm GR60

32
APÊNDICES C – Desenho técnico de vaso de pressão tampo esférico 9,5 mm GR70

33
APÊNDICES D – Desenho técnico de vaso de pressão tampo esférico 9,5 mm GR60

34
APÊNDICES E – Desenho técnico de vaso de pressão tampo toriesférico 17,5 mm
GR70

35
APÊNDICES E – Desenho técnico de vaso de pressão tampo toriesférico 19 mm
GR60

36

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