Para começar, a psicologia educacional é o ramo da psicologia que é responsável por
estudar a aprendizagem e o desenvolvimento humano no campo da educação. Sua pesquisa,
sempre sob um quadro científico, busca otimizar o aprendizado e o desempenho dos alunos. Esses estudos se traduzem em novas abordagens para estratégias educacionais eficazes e os programas de intervenção mais inovadores (WECHSLER, 2011). A partir dessa definição, é possível extrair o segundo foco de atenção da psicologia educacional: a instrução docente. Ou seja, a pesquisa psicoeducacional está ligada à inovação, pois permite que novos modelos e técnicas de ensino sejam aplicados em sala de aula. A psicologia da educação não se limita apenas ao ambiente escolar. Seus princípios teóricos e práticos também são aplicados em outros contextos, como o militar, a saúde pública ou a família. Na verdade, os humanos não param de aprender e se desenvolver como indivíduos quando terminamos nossos estudos acadêmicos (MARTINEZ, 2016). No Brasil, o estudo da psicologia educacional teve início ainda no período colonial e foi evoluindo ao longo dos tempos até chegar no Século XX onde teve o “boom” liberal que propiciou enormes melhorias no campo educacional. Pode-se dizer que foi nesse ambiente que a autonomia da psicologia foi ganhando espaçado, de modo paulatino, como uma importante área de conhecimento, ganhando protagonismo no mundo acadêmico e se desintegrando as periferias de outras áreas de ensino (ANTUNES, 2003; WECHSLER, 2011). Nesse sentido, o estudo da influência desses fatores na aprendizagem tem gerado diversas teorias explicativas ao longo da história, até atingir o modelo construtivista: o paradigma onde se baseiam os fundamentos da escola atual. O construtivismo supõe uma mudança radical no conceito tradicional dos papéis do professor e do aluno, uma vez que defende o papel ativo deste último no processo de aprendizagem. Além disso, permite mostrar ao professor os materiais de construção e as orientações necessárias para que a criança progrida em seu próprio desenvolvimento integral (DIAS, 2014). Uma das teorias que ajuda a entender o modelo construtivista é o andaime. Isso se baseia nos princípios do desenvolvimento psicossocial e da aprendizagem do psicólogo russo Lev Vygotsky, considerado um dos grandes promotores da psicologia da educação. Em linhas gerais, a teoria dos andaimes traça o professor como um instrutor que apresenta ao aluno as informações necessárias – e estruturadas – para resolver um problema ou tarefa que o ajudará a desenvolver uma série de aprendizados. Essa tarefa deve ser um desafio motivador para a criança, mas deve ser ajustada ao conhecimento prévio do aluno. Enquanto a criança está resolvendo, o professor deve limitar-se a oferecer os suportes necessários para alcançar o objetivo (MARTINEZ, 2016). A principal função do psicólogo educacional é melhorar o sistema de ensino trabalhando em três níveis: no desenvolvimento das capacidades de um indivíduo, grupos ou instituições. Isso envolve a aquisição de habilidades em (DIAS, 2014):
Técnicas de avaliação e intervenção psicoeducacional;
Elaboração de programas de adaptação curricular e projetos educacionais; Habilidades para aconselhamento e orientação profissional e profissional.
Nessa linha, a psicologia educacional prepara os estudantes com as ferramentas
necessárias para identificar e analisar as diferentes situações que crianças e adolescentes podem apresentar, determinar diagnósticos de possíveis transtornos e ser capaz de avaliar os processos terapêuticos ideais. Além disso, ocorre um treinamento para saber como aplicar o processo de coleta de informações envolvendo a família e adultos importantes na vida da criança (DIAS, 2014; WECHSLER, 2011).
REFERÊNCIAS
ANTUNES, M. A. M. A psicologia no Brasil: leitura histórica de sua constituição. São
Paulo, EDUC e Ed. Unimarco, 2003.
DIAS, Ana Cristina Garcia. Psicologia Escolar e possibilidades na atuação do psicólogo:
algumas reflexões. Revista Quadrimestral da ABRAPEE, (Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional) SP, vol 18, n.1 2014.
MARTINEZ, Albertina Mitjáns. O que pode fazer o psicólogo na escola? Em Aberto,
Brasília, v. 23, n. 83.p.42-43,2016. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/6292/1/ARTIGO_QuePodeFazer.pdf>. Acesso em: 26 set. 2022.
WECHSLER, Solange Múglia. Psicologia Escolar Pesquisa, Formação e Prática. 4ª ed.
Valorização ou esvaziamento do trabalho do professor?: um estudo crítico-comparativo da teoria do professor reflexivo, do construtivismo e da psicologia vigotskiana"
A Interferência da Qualidade de Vida no Processo de Aprendizado: o fruto de uma boa aprendizagem está diretamente vinculado à qualidade de vida do indivíduo