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Disciplina: Filosofia Política IV

Professora: Dr. Rafael Viana Leite


Aluno: Vinicius de Moura Turno: Noite

Atividade Avaliativa.

Este texto tem como por objetivo delinear alguns aspectos do seminário
apresentado em aula sobre o artigo Espetáculo desprovido de arte – o tema do luxo em
Rousseau¹, de Luiz Fernandes dos Santos Nascimento. Ele é composto por três sínteses
sobre o posicionamento do autor, respectivamente a cada uma delas há comentários e
complementos externos ao artigo.
No primeiro e no segundo parágrafo Luiz Fernandes procura situar a posição no
qual o Rousseau se encontra dentro da querela do luxo. Ele relata que eles se utilizam
do conteúdo filosófico já produzido anteriormente pelo antigos. Sobre este quesito de
inspiração, Rousseau estaria equiparado aos seus contemporâneos, pois se utiliza de
exemplos sobre os costumes da Roma imperial para denotar casos em que as vivências
estão direcionadas a valorização da pompa, que é relacionada a corrupção, ou então,
casos em que elas estão relacionas à valorização de costumes simples, relacionados a
virtude.
Sobre o uso dos antigos como subterfugio para a própria filosofia, pode-se citar a
crítica de Rousseau sobre o refinamento dos costumes. Recorrendo aos registros
históricos que se encontra no livro A Etiqueta no Antigo Regime², de Renato Janine
Ribeiro, vê-se a veracidade do que Luiz Fernandes afirma sobre a volta de Rousseau ao
antigos. O refinamento dos costumes que Rousseau tanto critica na França, não teve
início no século XVIII, mas é fruto de várias gerações anteriores que se dedicaram a
esse refinamento, inspirados pelos costumes do oriente (árabe e bizantino). Neste
ínterim, se confirma o que Rousseau fala sobre como as ciências e as artes surgiram na
França: “A queda do trono de Constantino trouxe à Itália os destroços da Grécia antiga.
A França, por sua vez, enriqueceu-se com esses destroços preciosos.” ³. Foi na
sociedade medieval europeia do século XVIII, segundo o livro de Janine, que surgiram
os primeiros indícios do cuidado no refinamento dos costumes, como por exemplo, na
feitura de manuais de como se deveria comer. Estes documentos eram produzidos com
base na crítica dos costumes rústicos advindo de camponeses. Como consequência deste
cuidado no comportamento, ressalta-se a caracterização do que era considerado um
comportamento polido: “os homens pararam de cuspir, bocejar, soltar gases em público,
para não serem desagradáveis às pessoas sensíveis”. Assim, torna-se palpável aquilo
que Jean Jacques fala sobre introdução das ciências e as artes na França: “(...)e se
começou a sentir a principal vantagem do comércio das musas, que é o de tornar os
homens mais sociáveis, inspirando-lhes o desejo de se deleitarem uns aos outros por
meio de obras dignas de sua aprovação recíproca.” 4.
Como consequência desses refinamentos nos costumes que adveio dos destroços
da Grécia antiga, como diria Jean, os homens acabaram por artificializar o caráter e os
costumes. Assim, surge entre os cidadãos da França uma moral alicerçada no que se
demonstra ser e não naquilo que realmente é: “aparência de todas as virtudes, sem que
se possua nenhuma delas.” 5. Em contraposição, os que não compartilhavam destes
refinamentos nos costumes são estimados pelo filosofo, pois não foram moldados por
saberes que seriam estranhos a sua rusticidade natural, apresentando, deste modo,
sempre aquilo que realmente queria se demonstrar: “No fundo, a natureza humana não
era melhor, mas os homens encontravam sua segurança na facilidade para se penetrarem
reciprocamente (...)” 6. Deste modo, sobre a condenação do refinamento dos costumes,
¹ Nascimento, L. F. dos S. (2017). Espetáculo desprovido de arte: o tema do luxo em
Rousseau.
² RIBEIRO, Renato Janine. A etiqueta no Antigo Regime: do sangue à doce vida.
³ ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p. 190.
4 ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p. 190.
5 ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p. 191.
Rousseau procura estimar as virtudes e as pessoas de costumes simples que as
conservam em oposição aos que cultuam a artificialidade que advém dos costumes
refinados.
Com a finalidade de entendimento sobre a articulação dos posicionamentos dos
filósofos acerca do luxo no século XVIII, como se trata de um debate, é interessante
lembrar que a corte francesa, no período em que ele viveu, era marcada pela polidez,
vaidade, ócio, por seus costumes devassos e artificiosos, pela vestimenta e gostos
refinados, além da necessidade de imitação de uns para com os outros.
Sobre esta concepção, novamente recorrendo ao livro A etiqueta no antigo regime,
de Renato Janine Ribeiro, pode-se afirmar que na corte francesa dos séculos XV ao
XVIII, as relações de uns para com os outros e a dominação política baseava-se nas
boas maneiras. Através delas estabelecia-se o signo de um estilo de vida pertencente a
uma classe: o nobre, possuía um estilo de vida que através das boas maneiras o
identificavam como nobre, apesar disso, era necessário a família conserva-se pelo
menos 3 gerações de padrão de vida nobre para ser caracterizada como tal, padrão que
era reconhecido por meio de gestos e comportamentos polidos. Neste ínterim, o sistema
econômico atendia a demanda desse comportamento que valorizava a suntuosidade,
refletindo, assim, na produção de roupas, gastos em festas e decoração. Deste modo, o
luxo se configura como o sumo bem da aristocracia, emergindo no comportamento
licencioso que advém dele. Através desse luxo se estabeleceu uma hierarquia das
aparências, no qual teve como por função a distinção de classes, como por exemplo, o
uso de seda nas roupas representava o status social elevado de um cavalheiro, diferente
dos assalariados, que não podiam usar boné ou camisa importada. Dentro dessa
hierarquia, a polidez, a etiqueta, a moda e a tinham como por função estabelecer signos
que diferenciavam os cortesão das demais posições sociais: os cortesãos, movidos por
sua etiqueta, não comiam legumes, pois este tipo de comida era designado a pessoas
pobres e por meio das máximas que os educadores de costumes prescreviam às crianças
pertencentes a famílias nobres em 1530, para manter a polidez, ditavam que não era
elegante mergulhar os dedos no molho ao comer, devia-se usar o garfo e faca.
Neste ínterim, no qual os pobres se encontram numa posição de subalternidade em
contraposição aos ricos, Rousseau se insere no debate sobre o luxo, exaltando os
homens de bem (os pobres) que possuíam uma vida simples e virtuosa e ridicularizando
os ricos, chamando-os de indolentes por sua vida marcada pela pompa e hábitos nocivos
para os costumes. Neste movimento radical de subverter os valores vigentes da
sociedade de corte, Rousseau torna claro sua posição quanto a querela do luxo no século
XVIII.
Além dessa contextualização histórica dos costumes da aristocracia, também é
importante ter em mente que o Rousseau esteve incumbido de escrever alguns verbetes
para enciclopédia. A enciclopédia foi criada por Diderot, amigo próximo de Rousseau e
D´ Alambert. O intuito para a criação da Enciclopédia tinha como por objetivo reunir
todo o conhecimento relevante do mundo em uma série de livros de forma coesa e
racional, movimento que advém do iluminismo. Dos temas selecionados para entrar na
enciclopédia, pode-se citar a arte, a economia, política, história, geografia, astronomia,
medicina, gramática e a música. Alguns desses temas, foram criticados por Rousseau na
segunda metade do primeiro discurso, para ele: “a astronomia nasceu da superstição; a
geometria, da avareza, a física de uma curiosidade infantil; todas elas e a própria moral
do orgulho humano.” 6. Nesta crítica, revela-se a posição de Rousseau acerca das
ciências, uma posição que coloca em tensão a afirmação de que elas contribuiriam para
6 ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p.203.
7 ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p.204.
12
ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos. p.28.
13
ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos. p.28.
14
ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos. p.153.
aprimorar os costumes. O vértice pelo qual as ciências são abordadas pelo filósofo
genebrino ressalta que elas não possuem importância para o desenvolvimento ou
aprimoramento nos bons costumes, como ele mesmo pergunta com tom irônico no
primeiro discurso: “Respondei-me, repito, vós de quem recebemos tantos
conhecimentos sublimes, se não nos tivésseis nunca ensinado tais coisas, seríamos com
isso menos números, menos bem governados, menos temíveis, menos florescentes ou
mais perversos?” 7.
Do terceiro ao sexto parágrafo, o autor do artigo, após estabelecer a posição do
filósofo Genebrino na querela do luxo, procura determinar o modo como ele se distância
dos demais filósofos. Ele se distanciaria por seu modo paradoxal de escrever sobre o
assunto, no qual considera que os demais filósofos se aproveitam da discussão sobre o
luxo para exercer o ócio e a vaidade, mas apesar disso, procura refuta-los enquanto um
escritor, mesma posição daqueles que ao qual ele atribui a crítica. Neste ínterim, ele
afirma que o Genebrino não considera o luxo, as ciências e as artes como os demais
filósofos: que ao tratar do tema, trazem ao luxo a qualidade de corruptor das ciências e
as artes. Sua posição é mais radical. O luxo, assim como se identifica no seu primeiro
discurso, está diretamente relacionado ao surgimento das ciência e das artes.
Sobre o modo como ocorre a vinculação das ciências e as artes ao luxo, Rousseau
admite que isto ocorre pelo exercício do ócio e da vaidade. Sem a reflexão que ócio
disponibiliza, no qual é despendido uma grande parcela de tempo sem fazer algo de útil,
o cidadão se torna oneroso para o Estado. Além disso, como cita Rousseau: “Todo
artista quer ser aplaudido. Os elogios de seus contemporâneos são a parte mais preciosa
de suas recompensas.” 6, neste trecho é evidenciado a vaidade daqueles que viviam sob
o signo da arte, procurando elogios para enaltecer uma paixão passageira. Assim, a
vinculação necessária das ciências e as artes ao luxo é mostrado a partir daquilo que elas
necessitam para surgir, o ócio e a vaidade, logo: “O luxo, raramente, apresenta-se sem
as ciências e as artes, e estas jamais andam sem ele.” 8.
Neste ínterim, ainda sobre a sua posição singular como escritor da querela do
luxo, ele mesmo cita que “não se preocupa em agradar nem aos letrados pretenciosos
nem às pessoas em moda. Em todos os tempos haverá homens destinados a serem
subjugados pelas opiniões de seu século, de seu país e de sua sociedade.” 9. Rousseau se
refere neste trecho aos escritores que procuram modular o seu gosto e caráter conforme
a demanda da opinião vigente. Estes escritores, apesar de muitas das vezes condenarem
o luxo, não deixam de se beneficiar dele. Além disso, é possível afirmar que eles são o
próprio produto do luxo, pois o propósito dos escritores (conforme a posição do
Rousseau sobre os escritores de sua época) seria a vaidade, procurando os elogios de
seus contemporâneos. Em contraposição, o Genebrino enquanto escritor, mantem uma
posição de coerência na crítica a querela do luxo, pois não procura agradar a moda da
época nem aos letrados pretenciosos. Assim o faz, para que atacando o luxo mediante o
seu surgimento, isto é, na escrita, pudesse compreender como ele opera, assim defende
o autor do artigo.
Do sétimo ao nono parágrafo o autor do artigo inicia sua argumentação sobre o
teatro, do qual serve de preâmbulo para a sua conclusão final. Nestes Paragrafo ele
relaciona a posição do filósofo genebrino em relação a seu contemporâneo D’Alambert
sobre o teatro. A analise dessa posição tem como por objetivo mostrar o modo passivo
como o público francês setecentista assistia o teatro: deixando que “as individualidades
e características de cada um se apagassem” 10. Além disso, o autor comenta que esse

8
ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p.205.
9
ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p.183.
10
Nascimento, L. F. dos S. (2017). Espetáculo desprovido de arte: o tema do luxo em
Rousseau. p.11.
11
ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos. p.42.
comportamento relata o “tipo de vida” ou de “costumes do local” que se pautam na
“mesquinharia” “aparência” e “ostentação”.
Recorrendo aos textos “Carta a D’ Alambert” com a finalidade de enriquecimento
dos argumentos do autor sobre a posição de Rousseau e D’Alambert no debate, pode-se
afirmar que: o primeiro defende a necessidade de conservar os espetáculos, isto é, o
teatro, jogos, competições e torneios, dos quais surgiriam de forma natural, sem a
necessidade da arte para modular ou refinar os gostos. Além disso, para ele o teatro
participaria de que possibilitem o fomento da identidade da pátria, o caráter nacional,
acentuar as inclinações naturais e dar nova energia a todas as paixões.” 11. O segundo
defende que se os magistrados aceitassem o teatro na nação, dariam origem a uma
“companhia de comediantes estimáveis” 12, pois, como ele afirma: após identificado que
os comediantes estivessem observando constantemente as leis rigorosas, não cairiam na
satisfação de prazeres frívolos. Ele afirma isso, pois em sua argumentação, o motivo
pelo qual eles procurariam os prazeres, seria o de não receberem a estima merecida do
governo, republica e padres da cidade de Genebra.
D’Alambert redigiu o Verbete a Genebra, que consta no volume VII da
Enciclopédia, neste verbete ele procura reverter a situação que se encontrava em
Genebra: havia uma lei suntuária que proibia espetáculos teatrais na região. O filósofo
da enciclopédia interpela que a introdução de teatros em Genebra educaria “o gosto dos
cidadãos, e lhes dariam uma finura de tato, uma delicadeza de sentimento muito difíceis
de adquirir sem esse auxílio;” 13, logo, para ele o teatro estaria vinculado a um
refinamento no comportamento e possuiria como consequência disso a civilidade e a
urbanidade nos costumes da pátria. Em contraposição, num movimento de oposição a
essa ideia e com teor de indignação o filosofo genebrino escreve um artigo chamado
Carta a D’ Alambert, no qual pretende frear a possibilidade de inserção de espetáculos
em Genebra. Segundo o autor do artigo, isto pode ser visto como uma maneira de
combater qualquer posicionamento do grupo dos enciclopedistas ao qual ele já havia
pertencido, ou então, de maneira coerente com o seu pensamento, reprimir a ideia de
que o teatro poderia de certa forma educar a moral e os bons costumes.
Neste contexto, enfatiza-se que os espetáculos para o Genebrino são
entretenimentos e só devem ser permitidos quando forem necessários, pois se o
entretenimento for inútil, tendo em vista a brevidade da vida, ele é um mal
(ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos).
Além dessa posição ressaltada pelo autor, a contraposição de Jean Jacques ao
teatro pode ser observada no Apêndice da carta a D’ Alambert, no qual reforça o caráter
bom das leis suntuárias que regulavam os costumes dos cidadãos em Genebra, ora, estas
leis suntuárias: “não prejudicam as reais comodidades da vida, que sempre se podem
conseguir abaixo custo; elas só limitam o luxo, que não contribui para a felicidade e
arruína sem ser útil.” 14, assim diz Rousseau. A partir dessa citação, é possível
identificar como os comportamentos eram estimados para Jean Jacques, levando-se em
conta as comodidades de baixo custo, sem pompa ou luxo os cidadãos da cidade
gozariam na sua rotina. Rousseau explicita coerência nas suas ideias ao ser contra a
inserção dos espetáculos estranhos a Genebra, pois como ele comenta, “Pode haver
espetáculos de uma infinidade de espécies; de um povo a outro, há uma prodigiosa
diversidade de costumes, de temperamentos e de caracteres. (p.40 D’ Alambert). Logo,
não haveria concordância em propor um teatro que possui “temperamentos” ou
“caracteres” estranhos a Genebra, tal proposição poderia ter efeitos que corromperiam o
modo de viver dos genebrinos, trazendo gostos que fossem contrários as comodidades
6 ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p.203.
7 ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p.204.
12
ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos. p.28.
13
ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos. p.28.
14
ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos. p.153.
de baixo custo. Tem-se como exemplo disso as peças de Menandro, no qual eram feitas
para Atenas, isto é, possuíam caracteres, temperamentos, sentimentos e costumes
daquela pátria, e no qual ficavam deslocadas ao serem exibidas em Roma, pois os
preconceitos, governo, religião e climas que modificam o homem eram outros em
Roma. Neste ínterim, o filosofo genebrino ainda pressupõe que o teatro não regula as
paixões, mas intensificam. Em sua argumentação, ele nota que as impressões vívidas e
tocantes que advém da excitação das paixões e das quais tocam o público que assiste o
teatro, mesmo um bom tempo depois de assisti-lo, ao invés de modera-las, regra-las ou
supera-las acabam por despertar ainda outras paixões, outros sentimentos de aversão ou
prazer que antes eram estranhas ao público (ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a
D’Alembert: sobre os espetáculos). Acrescenta a isso o filosofo, que somente a razão
seria o instrumento adequado para administrar as paixões, e o teatro teria como por
função incentivar as paixões que já se possui, detestando as paixões que não se tem, não
o contrário como afirma D’ Alambert.
Após esse preambulo e contextualização sobre o tema dos espetáculos em
Rousseau, o autor o termina seu artigo comentando sobre o modo de vida encontrado
em Paris, caracterizado pelo “apego à pompa, à soberba, e ao luxo”, costumes estes que
corroborariam na perda de si, isto é, a perda de caráter dos indivíduos. Sobre esta perda
de caráter, ele lembra acerca daquilo que Bento Prado Junior chama de “privatização da
vida social”, conceito que seria segundo o autor, equivalente ao “amor-próprio” descrito
por Rousseau no Segundo Discurso. Este conceito denotaria que em cidades como a de
Paris, as pessoas movidas por um movimento perpétuo de comparação, precisam se
distinguir e se sobrepor uns aos outros, tornando-os falsos. Neste sentido, o autor
discorre que Rousseau honra o modo de vida simples inerente a povos virtuosos. Nestes
povos, a comparação ocorreria de forma “bela” e “simples”, legitimando a “exaltação” e
a “manifestação” dos espetáculos cívicos desses povos. Ele conclui o artigo afirmando
que nesse modo de vida simples os espetáculos se apresentam de maneira natural,
desprovidos de arte, encenação ou aparência de espetáculo.

REFERÊNCIAS:

Nascimento, L. F. dos S. (2017). Espetáculo desprovido de arte: o tema do luxo


em Rousseau. Cadernos De Ética E Filosofia Política, São Paulo, 2(31), 2017, 6-13.
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre as ciências e as artes. São Paulo: Nova
Cultural,1988.
RIBEIRO, Renato Janine. A etiqueta no Antigo Regime: do sangue à doce vida.
São Paulo: Brasiliense, 1983.

ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos. Tradução:


Roberto Leal Ferreira Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1993.

8
ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p.205.
9
ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p.183.
10
Nascimento, L. F. dos S. (2017). Espetáculo desprovido de arte: o tema do luxo em
Rousseau. p.11.
11
ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos. p.42.
6 ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p.203.
7 ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p.204.
12
ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos. p.28.
13
ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos. p.28.
14
ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos. p.153.
8
ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p.205.
9
ROUSSEAU, Discurso sobre as ciências e as artes, p.183.
10
Nascimento, L. F. dos S. (2017). Espetáculo desprovido de arte: o tema do luxo em
Rousseau. p.11.
11
ROUSSEAU, Jean Jacques. Carta a D’Alembert: sobre os espetáculos. p.42.

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